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Mecanismo Periféricos da Dor Características Gerais • Receptor de dor é chamado de nociceptor, os quais são encontrados em várias partes do nosso corpo (menos no encéfalo e na medula) incluindo a dura-máter • Situação: quando furamos o dedo com o alfinete, no primeiro momento só sentimos dor por meio da ativação de uma fibra rápida que é a delta (mielinizada) e essa dor é localizada ocorre por meio da via neoespinotalamica, após algumas temos a instalação do processo inflamatório • Fibra C é amielínica envolvida com a via paleoespinotalmica – modulação da dor ativando um mecanismo intrínseco de liberação de opioides para amenizar a dor • Processo inflamatória agudo, dura de 24-48 horas e usamos o gelo para fazer a vasoconstrição em intervalos de 20 minutos (esperando uma hora para repetir o gelo) para não correr o risco de diminuir tanto o potencial de ação dos nervos periféricos levando a sua paralisia – fibra delta • Fase crônica da inflamação: usamos o calor para aumentar o fluxo sanguíneo e a vasodilatação para um processo de cura e reparo mais rápido, aumentando o fluxo sanguíneo e temos substâncias algogenicas que sensibilizam as fibras C para lavarem o tecido (tirar as substâncias que não interessa no momento) e a dor diminui – relacionada a fibra C • Inflamação sinas flogisticos: dor, calor, rubor, tumor e perda de função – melhorando a dor quebramos esse ciclo Fibras Fibras C: lentas • Lentas (0,5 à 2m/s) • Amielinizadas • Estímulos térmicos, mecânicos e químicos • Dor crônica indistinta e mal localizada Fibras A: rápida • Rápidas (5 à 30m/s) • Mielinizadas • Estímulos térmicos e mecânicos • Dor aguda cortante e bem localizada Hiperalgesia • Mecanismo de sensibilidade aumentada, estímulos antes inócuos passam a causar dor devido a facilidade de despolarização dos neurônios aferentes nociceptivos polimodais Pergunta: Que mecanismo causaram o aumento da sensibilidade dos receptores nociceptivos? Que vantagem haveria em tornar a região da lesão dolorido? Mecanismo de hiperalgesia, a vantagem é porque a sensibilidade exacerbada age como mecanismo de defesa = não tocar = para não inflamar mais Vias Corticais e Subcorticais • Fibras C e delta projetam para o corno posterior da medula, as quais possuem lâminas • Neurônios de segunda ordem cruzam para o funículo lateral e projetam para o trato espinotalamico lateral do tálamo Trato espinotalêmico lateral • Temos duas vias neoespinotalamica (dor aguda- a delta) e a paleoespinotalamica (dor crônica) • Paleoespinotalâmica se subdivide em: 1. Espinomesencefalico (verde) 2. Espinorreticular (bege) • Vias duplas para dor na medula espinal no tronco cerebral ao entrarem na medula espinal, vindas pelas raízes espinhais dorsais, as fibras da dor terminam em neurônio • Para sair da medula espinal, passar pelo tronco cerebral e chegar até o encéfalo existem dois sistemas para o processamento dos sinais dolorosos. A via do trato neoespinotalâmico (transmite dor pelas fibras A-delta) e a via do trato paleoespinotalâmico (transmite dor principalmente pelas fibras do tipo C, mas também pode transmitir alguns sinais pelas fibras A-delta) • 3º neurônio está no tálamo no núcleo VPL Via Neoespinotalâmica • Poucos neurônios (3) • Conservação da somatotopia, • Via núcleos talâmicos ventrais (PL) • Dor rápida e grande resolução espacial 1. Neurônio I: neurônio pseudounipolar, ativando o nociceptor que estimula a fibra A-delta (mielínica) até o corno posterior da medula que faz sinapse – neurônio I está no nervo 2. Neurônio II: sair do corno posterior e cruza (comissura branca) até o funículo lateral e sobre até o tálamo (VPL) que faz sinapse 3. Neurônio III: em direção ao córtex giro pós central Via Paleoespino-retículo talâmica • Muitos neurônios (4) • Projeção difusa, • Via núcleos intra-laminares • Dor lenta e difusa • Tronco encefálico: colaterais para a FOR (formação reticular) e Substância periaquedual cinzenta promovendo reações comportamentais e vegetativas da dor. • Repercussão emocional: sofrimento • Dor referida Dor crônica – neoespinotalamica • Neurônio de 1ª ordem fibra C (amielínica) que ativa a via de dor (paleoespinotalmica) faz sinapse com o 2 cruzando (comissura branca) • Neurônio de 2ª ordem vai parar no bulbo e faz uma sinapse com o neurônio de 3ºordem - essa via chamamos de via espinoreticular • A via continua até o mesencéfalo sendo chamada de via espinomesencefalica • Sobe para o tálamo e depois para as zonas subcorticais Vias Nociceptivas da Cabeça Dor de cabeça frontal: Nervo trigêmeo (V) • V1: ramo oftálmico: região do olho • V2: ramo maxilar: arcada dentaria superior • V3: ramo mandibular: arcada dentaria inferior • Trigêmeo é um nervo misto • Se forçar a ATM pode gerar essa dor de cabeça frontal • Núcleo espinhal do N. trigêmeo -principal envolvido nessa via • Neurônio 1 (nervo) para no núcleo espinhal do N. trigêmeo, onde começa o segundo que faz um cruzamento (lemnisco trigeminal) indo para o núcleo VPM do tálamo, onde sai o neurônio 3 para o córtex (giro-póscentral) Dor de cabeça posterior: origem espinhal • Envolve a via neoespinotalamica e paleoespinotalamica • Dor emocional: quando estamos tensos, tracionamos o trapézio comprimindo nervos espinhais podendo gerar uma dor crônica começando na parte posterior e migrando para o resto Obs: musculatura intrínseca do dorso forma um trígono chamado de suboccipital composto pelos músculos obliquo superior + obliquo inferior + reto posterior maior da cabeça, o qual passa o primeiro nervo espinhal C1 – as vezes devido a uma variação anatômica o nervo posso sair entre as fibras musculares e sua compressão gera uma cefaleia grave na região posterior Teoria do Portão da dor • Dois mecanismos: central (via paleoespinotalâmica) ou periférico (esfregar o local da dor) e os dois tem relação com opioides endógenos que diminuem a dor Via paleoespinotalamica 1. Neurônio I: fibra C (amielínica) se conecta ao receptor nociceptor, e o neurônio vai até o corno posterior da medula que faz sinapse com II 2. Neurônio II: sai do corno posterior e cruza (comissura branca) até o funículo lateral subindo até o bulbo acionando o núcleo magno da rafe, gigantocelular e locus ceruleos, fazendo com que esses núcleos liberem serotonina e noradrenalina para bloquear parcialmente a comunicação entre o neurônio de primeira ordem com o de segunda diminuindo a dor – até esse ponto chamamos de via espinoreticular 3. Neurônio III: chega ao mesencéfalo para ativar a substância cinzenta periaquedutal que ativa uma via glutamatérgica que vai reforçar a liberação de serotonina e noradrenalina para bloquear a aferencia do neurônio 1 com o 2 4. Neurônio IV: núcleos inter laminares do tálamo que projeta para áreas no córtex, não chega até o giro por isso a dor é difusa Obs: lembrando que a serotonina e a noradrenalina são dois neurotransmissores excitatórios que estimulam o interneurônio a continuar inibindo a dor Mecanismo de modulação central da dor • Durante a dor a via paleoespinotalamica é ativada e para que isso ocorra o neurônio de primeira ordem precisa fazer duas coisas: 1. Inibir o interneurônio inibitório deixando o neurônio de segunda ordem livre 2. Estimular o neurônio se segunda ordem para ativar a via central da dor Com a ativação da via paleoespinotalamica na região central, áreas importantes da formação reticular serão ativadas. São exemplos: 1. Trato espinoreticular: para no bulbo e vai levar a ativação do núcleo magno da rafe, núcleo gigantocelular e locus ceruleus que são responsáveis pela liberação de serotonina e noradrenalina, respectivamente.2. Espinomesencefalica: para no mesencéfalo e ativa principalmente a substância cinzenta periaquedutal, a qual ativa a via glutamatergica e reforça a estimulação dos núcleos da rafe, gigantocelular e locus ceruleus induzindo a maior liberação de serotonima e noradrenalina. Resumo da imagem: o interneurônio quando não temos dor ele inibe o neurônio de segunda ordem, por isso não temos dor. Em uma situação de dor (processo inflamatório) o neurônio de 1ª ordem inibe o interneurônio, então ele “inibe quem inibe” permitindo que o neurônio 2 fique livre levando a dor ocorra, além disso o neurônio de 1ª ordem também estímulo o de 2ª ordem Obs: a serotonina e noradrenalina seguem até o corno posterior da medula espinhal para estimular o interneurônio inibitório, o qual bloqueia o neurônio de segunda ordem da via de dor devido a liberação de opioides endógenos causando analgesia. Mecanismo de modulação periférica da dor • Mecanismo de analgesias periféricos • Durante a dor (aguda) o neurônio 1ª ordem fara o seguinte: primeiro ele inibe o interneurônio inibitório e com isso o neurônio de segunda ordem fica livre e como segunda função ao mesmo tempo ele estimula o neurônio 2 causando dor. • Ao coçar a região afetada estamos estimulando a fibra A beta que responde a estímulos de mecânicos e não a dor. A fibra A beta faz o seguinte: a. Estimula o interneurônio inibitório que bloqueia o neurônio de segunda ordem, causando analgesia b. Estimula o neurônio de segunda ordem causando dor , por esse motivo a dor diminui e não some. Resumo da Imagem: Esfregar ativa o mecanorreceptor que é uma fibra beta, levando a uma diminuição da dor. Como a fibra beta tem muita mielina ela estimula o interneurônio que serve como inibidor do neurônio de segunda ordem e consequentemente a dor e ao mesmo tempo a dor não some, pois o de primeira ordem estimula o 2 e a fibra beta também estimula a de segunda Dor Referida Temos as glândulas sudoríparas na região da derme, as quais produzem suor e sua inervação é pelo sistema nervoso autônomo simpático, o qual tem uma topografia toracolombar, por isso na medula da região torácica e lombar encontramos uma coluna lateral (neurônios simpáticos pré-ganglionar- autônoma), coluna anterior (motora) e a coluna posterior (neurônio pseudounipolar - sensitiva). Quando temos a formação de um nervo espinhal que são mistos (raiz motora e sensitiva) e mais adiante se separam, a parte sensitiva vai em direção aos receptores da derme e a motora para os músculos. Lembrando que na região da derme temos glândulas sudoríparas que recebem inervação simpática, pelas fibras da coluna lateral (simpáticas – autônomas) que pegam uma “carona” junto com o neurônio motor da raiz anterior, então todo nervo da parte simpática é sensitivo, autônomo e motor. O neurônio pré-ganglionar (autônomo) tem que sair do nervo levando o nome de ramo comunicante branco para fazer sinapse com o pós- ganglionar aonde alguns vão para os órgãos (coração, estomago, esôfago) e outros voltam para o nervo sendo chamado de ramo comunicante cinzento, pegando carona para chegar na glândula sudorípara. Quando ocorre um infarto a dor reflete no dermatomo (território da pele inervado pela raiz posterior) que está entrando a informação Resumindo: a dor referida ocorre devido a esse mecanismo de inervação da glândula sudorípara, pois temos a comunicação entre o ramo comunicante branco e cinzento. Dor em membro Fantasma • Quando fazemos a amputação o SN não entende que o paciente não está mais com o membro, ele acha que cortou o nervo, então ele promove o crescimento do nervo (brotamento lateral), porém não tem pra onde ir então a área amputada fica extremamente sensível • A terapia serve para dessensibilizar o coto e fazer o SN entender que o membro termina ali, por vários estímulos: gelo, água quente, balde com área e fica estimulando. • Lesão de Nervo Periférico à Várias protuberâncias finas (“brotos”) começam a crescer da extremidade proximal à Os brotos que estão regenerando formarão um emaranhado na extremidade do nervo, conhecido por “neuroma de amputação”. à As extremidades de axônios atravessadas dentro dos neuromas contêm um acúmulo anormal de canais de sódio • Neuroplasticidade: córtex começa a mudar A amputação pode levar a uma reorganização do córtex somatossensorial com remapeamento do membro amputado em outra área do corpo (boca, queixo). Para esses pacientes, a estimulação na boca ou face ipsilateral pode causar sensação de dor que parece se originar no membro inexistente -Fisiopatologia - Ramchandran & Hauser J. Palliative Med. (2010) Flor et al. Nat Rev Neurosci. (2006)
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