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Gabriela Zogbi – Medicina Veterinária | Anatomia dos Animais Domésticos II – 2021.2 Sistema Digestório – Fígado, pâncreas e baço Introdução: Fígado – é a maior glândula do corpo ⇨ É considerada como uma glândula mista visto que possui funções endócrinas e exócrinas. Funções: secreção biliar, regulação do nível de açúcar no sangue, regulçação do nível de aminoácido, formação de proteínas plasmáticas (ex: albumina); formação e depósito de vitaminas e oligoelementos (ex: cobalto, ferro, zinco e etc); e função desintoxicante Situação: está situado obliquamente na cavidade abdominal, possuindo a maior parte à direito do plano mediano, caudal ao diafragma e cranial às vísceras desta cavidade (ventrículo, intestinos e pâncreas). • Nos ruminantes está deslocado quase inteiramente para a região hipocondríaca direita e ainda sofre uma rotação no sentido anti- horário. Características anatômicas: - Peso: varia em cada espécie doméstica não guardando relação de proporção com o tamanho corporal. É influenciado pela raça, sexo, idade e estado nutricional. - Coloração: vermelho intenso pelo grande número de vases, fluindo sangue ao corte de sua superfície. Porém, o fígado de um animal lactante possui uma coloração marrom/amarelada por conta da grande presença de gordura - Forma: mostra-se amplamente variada, apresentando diferentes divisões para cada espécie doméstica - Consistência: mole, um tanto friável e apresenta-se macio ao tato Morfologia externa: ⇨ Apresenta duas faces 1- Diafragmática 2- Visceral ⇨ Apresenta quatro margens: 1- Dorsal 2- Ventral 3- Direita 4- Esquerda • A face diafragmática no equino, suíno e nos carnívoros apresenta um sulco para a veia cava caudal. Além disso, ela também pode apresentar impressões das costelas. • A face visceral está opostamente à face diafragmática, é côncava e irregular e possui algumas características (tomando como base fígado de um equino): - Porta do fígado (é através dela que vão penetrar a veia porta, artéria hepática e o plexo nervoso hepático, e o que sai são os vasos linfáticos e o ducto hepático - Vesícula biliar (ausente no equino) - Lobo caudado (está presente no equino e suíno apenas com um processo, processo caudado do lobo caudado) - Impressões: gástrica, duodenal, cólica e cecal Características da face visceral nos ruminantes: - Porta do fígado ou fissura portal - Vesícula biliar - Lobo caudado (ruminantes e carnívoros possuem dois processos: o processo papilar e o processo caudado) - Impressões: reticular, omásica e abomásica Margens: • Margem dorsal: - Ligamento triangular direito - Impressão renal (rim direito) *Com exceção do suíno, porque o rim direito não atinge o fígado - Sulco para a veia cava caudal - Impressão esofágica - Ligamento triangular esquerdo • Margem ventral: - Fissuras interlobares (nos equinos, suínos e carnívor os) - Fissura do ligamento redondo Morfologia externa (ruminantes): • Margem dorsal - Sulco para a veia cava caudal - Impressão esofágica (extremidade cranial) • Margem ventral: - Fissura do ligamento redondo - Vesícula biliar • Margem direita: - Impressão renal (rim direito) • Margem esquerda Meios de fixação: - O fígado possui seis ligamentos: 1. Ligamento coronário do fígado 2. Ligamento falciforme do fígado 3. Ligamento redondo do fígado (resquício da veia umbilical fetal) 4. Ligamento triangular direito 5. Ligamento triangular esquerdo 6. Ligamento hepatorrenal ou ligamento caudado (ausente no suíno) ⇨ Omento menor (formado pelo peritônio): ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal Lobação hepática nos animais domésticos: - Planos divisores portais ou planos fissurais interlobares: 1- Plano divisor longitudinal direito (sulco para a veia cava e extremidade ventral da fossa da vesícula biliar) 2- Plano divisor longitudinal esquerdo (impressão esofágica e fissura do ligamento redondo) 3- Plano divisor dorsal (paralelo às faces diafragmáticas e visceral) Lobação: Dividido em lobos por fissuras interlobares: - L. hepático caudado – processos caudado e papilar - L. hepático lateral direito - L. hepático medial direito - L. hepático quadrado – presença de fissuras intralobares - L. hepático medial esquerdo - L. hepático lateral esquerdo Apesar dos carnívoros e suínos apresentarem os seis lobos, apenas o dos carnívoros é completo visto que apresenta o processo papilar e o processo caudado. Já o suíno, apresenta apenas o processo caudado do lobo hepático caudado. Estrutura do fígado: • Membranas envoltórias (serosa e fibrosa – formando a cápsula hepática) • Parênquima – parte funcional do fígado (lóbulos hepáticos que são preenchidos pelos hepatócitos) • Ductos excretores da bile - Os hepatócitos produzem a bile Vascularização: - Veia porta (união da veia esplênica e das veias mesentéricas cranial e caudal) - Artéria hepática, ramo do tronco celíaco - As veias hepáticas drenam para a veia cava caudal - Presença de sistema porta-hepático A veia porta leva o sangue proveniente de todo o intestino, com exceção do canal anal. Ou seja, a veia porta é responsável por desviar o sangue dos intestinos, do ventrículo, baço e pâncreas para levar para o fígado As veias hepáticas são identificadas apenas na face diafragmática do fígado Inervação: - Nervo simpático e parassimpático - Nervo vago Linfáticos: - Linfonodos hepáticos direito e esquerdo Vesícula biliar: É um órgão vesicular de forma piriforme ou de bolsa, situada em uma fosse na face visceral do fígado. Possui a função de armazenar, liberar e concentrar a bile produzida pelo fígado Contém parede muscular, com músculo liso que, à contração, expulsa a bile por ductos que se unem e, por fim, chegam à papila duodenal no duodeno. É constituída por: fundo, corpo e colo Ductos: • Cístico • Colédoco (união dos ductos hepático e cístico) - Ausente nos equídeos O ducto colédoco tem duas partes: 1. Uma parte livre que vai em direção a parte cranial do duodeno Pâncreas: - é uma glândula mista, ou seja, faz secreção endócrina exócrina Endócrina: insulina e glucagon Exócrina: suco pancreático (amilase/carboidrato; lipase/gordura; tripsina/proteína) Situação: Transversalmente na parede dorsal do abdômen, tendo sua maior parte à direita do plano mediano. Características anatômicas: - Peso: variável segundo a espécie, porte do animal e estado nutricional do indivíduo. Equino: 450g; Bovino: 500g Peq. Ruminantes: 50-70g Suíno: 100-150g Cão: 13-108g - Coloração: rósea, variando segundo seu conteúdo sanguíneo - Dividida externamente em vários pequenos lóbulos, e de aparência semelhante a uma glândula salivar - Drenagem: realizada por um ou dois ductos que chegam em pontos distintos, porém próximos, no duodeno - Tem formato variado, em geral em “V”, podendo estar adaptado ao fígado, fixando-se neste (equinos e ruminantes), ou mesmo estando adaptado às alças do duodeno (cães e gatos) Morfologia externa: Divisão: - 1 corpo (incisura pancreática: ruminantes e carnívoros; e anel pancreático: equídeos e suínos) e 2 lobos (direito e esquerdo) - Duas faces (dorsal e ventral); três margens (direita, esquerda e caudal); e três extremidades (esquerda, direita e cranial). Meios de fixação: - Face dorsal: dorsalmente por tecido conjuntivo aos rins, adrenais, ligamento gastrofrênico, veia cava caudal e fissura portal - Face ventral: está principalmente afixada por tecido areolar a base do ceco e ao cólon transverso Estrutura: - Cápsula (delicada e possui tecido conjuntivo o qual adentra o parênquima) - Parênquima (porções endócrinae exócrina, e lóbulos pancreáticos) - Ductos excretores (ductos pancreático e pancreático acessório) * a papila duodenal maior está sempre próxima ao piloro O cão e o equino apresentam dois ductos pancreáticos: o ducto pancreático acessório (que se abre na papila duodenal menor) e o ducto pancreático (papila duodenal maior) Gatos, bovinos e suínos possuem apenas um ducto pancreático Quem possui ducto pancreático acessório: bovino e suíno Quem possui o ducto pancreático: pequenos ruminantes e felinos Quem possui os dois ductos pancreáticos: equinos e cães Vascularização do pâncreas: - Artéria pancreática (oriunda do tronco celíaco) - Ramos provenientes da artéria gástrica e hepática - Veias drenam para a veia cava caudal Inervação: - Nervosa provenientes do plexo celíaco- mesentérico Drenagem linfática: - Linfonodos pancreático-duodenais Baço: • É um órgão linfático ligado ao sistema circulatório Funções: • Armazenamento e contração dos eritrócitos • Produção de linfócitos e monócitos • Filtragem do sangue e remoção de eritrócitos desgastados da circulação • Extração do ferro da hemoglobina • Produção de anticorpos Situação: caudalmente ao diafragma, à esquerda ao nível do arco costal ou região hipocondríaca esquerda • Nos ruminantes, o baço é parcialmente coberto por peritônio, e a outra parte não é peritoneal. Características gerais: • Coloração: pardo-avermelhada a cinzenta Forma: equino (falciforme); bovino (cinta retangular); pequenos ruminantes (triangular ou folha); carnívoros (halteres ou bota); suíno (cinta alongada ou língua). Morfologia externa: - Face parietal - Face visceral: hilo (face gástrica e face intestinal) - Margem cranial (côncava) - Margem caudal (convexa) - Extremidade dorsal (mais larga) - Extremidade ventral Importância do hilo: ele serve como passagem para artérias e veias esplênicas, além disso, ele divide a face visceral em duas faces (gástrica e intestinal). Meios de fixação: - Ligamento gastroesplênico - Ligamento frenicoesplênico -*Ligamento esplenorrenal (específico dos equinos) – liga o rim esquerdo ao baço Estrutura: - Serosa - Cápsula (tecido conjuntivo) - Parênquima: • Polpa vermelha (seios esplênicos – endotélio) • Polpa branca (folículos linfáticos) Vascularização: - Artéria esplênica (ramo da artéria celíaca) - Veia esplênica (desemboca na veia porta) Drenagem linfática: - Linfonodos esplênicos (hilo) Inervação: - Plexo celiacomesentérico Referências Bibliográficas: - Anotações feitas em aula - Anatomia dos Animais Domésticos: Texto e Atlas colorido (Horst Erich König e Hans-Georg Liebich)
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