Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
6/ 10 /2 02 1 Nicolle D’ivanenko, MED9 TVI 1 M E C A N I S M O D E A Ç Ã O E D E D E F E S A 1 Prof. Juliana Cedro SITUAÇÃO 1. Aí você sai correndo de casa, acordou atrasada, mas tudo tem um motivo explicável: Ficou até 3h da manhã estudando para a prova de MAD e perdeu a hora. Entra no carro, pega um super trânsito, chega na faculdade, estaciona o carro apressadamente, pega suas coisas que estão no porta-malas, afinal, você traz sua casa no carro. Quando vai fechar o porta-malas “esquece o dedo”. A dor é insuportável. Rapidamente você olha seu dedo, vermelho, edemaciado, quente e…. imóvel. Você mal consegue mexê-lo. Que belo começo de dia, você começou o dia com um processo inflamatório! Mas fique tranquilo! Ocorrerá reparo tecidual pelo seu lindo sistema imune. SITUAÇÃO 2. Ao tirar um “bife” do dedo, a região pode ficar quente, vermelha, dolorida, com pus, edemaciada e ainda pode haver comprometimento do movimento do dedo. Sabe o que isso significa? Que o seu sistema imune acaba de ativar o processo inflamatório! O ato de tirar o “bife” gerou quebra de barreira da pele e entrada de bactérias. Assim que a bactéria for combatida, o próprio sistema imune se encarrega de fazer reparo tecidual. • A inflamação é um evento bom ou ruim? Justifique. não é bom de forma recorrente; tem que começar e parar. • Qual é a função da inflamação? reparo tecidual (não necessariamente cicatrização). • Você acredita que seja uma inflamação aguda ou crônica? Por quê? processo agudo, pelo tempo (é muito rápido) e pelos processos inflamatórios característicos (região avermelhada, quente etc); inflamação crônica é na fisiopatologia. • Cite uma diferença entre os 2 processos inflamatórios apresentados nas situações 1 e 2? 2 tem bactéria e 1 é trauma. • Como você identifica um processo inflamatório? Encontre no texto um trecho que indique a inflamação. Justifique. quente, vermelho, edemaciada. • Monte o processo inflamatório da situação 2, posicionando seis cards (relacionados à imunidade inata) que atuam na inflamação. DAMP → padrão molecular associado a um dano. PAMP → padrão molecular associado a um patógeno. inflamacao, causas • infecção – presença de patógenos (situação 2 da aula), toxinas. • necrose tecidual (morte celular): trauma (situação 1 da aula); isquemia (IAM); lesões químicas (queimadura); corpos estranhos (ex: cristais de colesterol na aterosclerose); MEDIADORES QUÍMICOS, comunicação no processo: pro-inflamatorio • aminas vasoativas (ex: histamina /cinina vasoativa/bradicinina). • produtos lipídicos/metabólitos do ácido araquidônico (ex: prostaglandina, prostaciclina, leucotrieno). • vitocinas (ex: IL-1, IL-6, TNF-alfa – fator de necrose tumoral). • quimiocinas (guia os componentes imunes por quimiotaxia). • produtos da ativação do sistema complemento (ex: C3b, C3a, C5a). anti-inflamatorio • citocinas (ex: IL-10 e TGF-beta). • produtos lipídicos (ex: lipoxina/metabólito do ácido araquidônico). células sentinelas são as que mais produzem mediadores químicos inflamatórios (mastócito, macrófago e célula dendrítica). neutrófilos, células endoteliais etc. fígado produz ptns do sistema complemento. Ações local e sistêmica de alguns mediadores químicos PTNS DA FASE AGUDA → ptn C reativa (marcador inflamatório) 6/ 10 /2 02 1 Nicolle D’ivanenko, MED9 TVI 2 MEDIADORES LIPÍDICOS DA INFLAMAÇÃO metabolitos do acido araquidonico • NECROSE CELULAR → destruição de fosfolipídeos da membrana. • enzima fosfolipase A2 atua no fosfolipídeo de membrana e gera o ácido araquidônico. • enzimas ciclo-oxigenase (produz prostaciclina, tromboxano e prostaglandina) e lipoxigenase (lipoxina e leucotrieno) atuam no ácido araquidônico e geram metabólitos chamados de eicosanóides. • eicosanóides possuem papel fisiológico mas também atuam na inflamação. PROSTACICLINA: ajuda no processo pró-inflamatório. TROMBOXANO: anti-inflamatório. PROSTAGLANDINA: pró-inflamatório. LIPOXINA: anti-inflamatório. LEUCOTRIENO: pró-inflamatório. alguns anti-inflamatórios vão atuar inibindo a fosfolipase, não tem formação de ácido araquidônico; outros anti- inflamatórios inibem a ciclo-oxigenase, produzindo lipoxina e leucotrieno, mas não prostaciclina, tromboxano e prostaglandina. anti-inflamatórios esteroidais param o processo inflamatório por completo. RESUMO DAS ETAPAS 1 etapa: entrada da bactéria/ativação das células. 2 etapa: eventos vasculares. 3 etapa: eventos celulares (como as células vão sair). 4 etapa: como atuam na bactéria. 5 etapa: como repara o tecido. etapas do processo inflamatorio PRIMEIRA ETAPA: ativação de células teciduais • quais células serão ativadas? mastócito e macrófago. Macrófago receptor da célula imune que reconhece o PAMP da bactéria → PRR (está no mastócito ou macrófago) = liberação de citocinas pró- inflamatórias IL-1, IL-6 e TNF-alfa, quimiocinas e outros mediadores. PRR também reconhece DAMP (processo inflamatório vai ocorrer independente de ter PAMP ou não). Mastócito ativação via terminações nervosas ou ativação via C3a e C5a; não é ativado por meio do PAMP. quando isso ocorre, vai degranular liberação de citocinas, histamina (atua na vasodilatação, muito importante pro processo inflamatório), eicosanóides e outros mediadores químicos (vasodilatação e permeabilidade vascular). SEGUNDA ETAPA: eventos vasculares (vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo; permeabilidade vascular) • como ocorre essa alteração na microcirculação? por retração das células endoteliais (quem ativa essa retração é a histamina, aí ocorre a abertura) ou lesão endotelial (destruição celular = abertura) . 6/ 10 /2 02 1 Nicolle D’ivanenko, MED9 TVI 3 TERCEIRA ETAPA: eventos celulares, saída dos componentes do sistema imune do vaso sanguíneo • Quais componentes imunes saem do vaso sanguíneo? líquido + proteínas (exsudato) saem primeiro, leucócitos. • O que ocorre no vaso sanguíneo após vasodilatação e a saída do exsudato? diminuição do fluxo sanguíneo (estase); aumento da concentração de hemácias (vermelhidão). aumento da viscosidade do sangue. marginação de leucócitos. primeira célula a sair, atuar e fagocitar é o neutrófilo (fagócito mais eficiente), depois monócito. TNF tem a ver com as moléculas de adesão; ajudam a formar. 2 momentos de adesão → selectina (está no endotélio do capilar) e carboidrato (está no neutrófilo), é uma adesão provisória; ICAM/ligante de integrina (está no endotélio capilar) e integrina (está no neutrófilo), é uma adesão permanente. 1. marginação → acúmulo de leucócitos, como neutrófilo e monócitos, no endotélio. 2. rolamento → adesão transitória dos leucócitos ao endotélio; ptn de adesão endotelial se chama selectina e ptn de adesão do leucócito se chama glicoptn. 3. adesão permanente → dos leucócitos ao endotélio; ptn de adesão endotelial se chama ligante de integrina (ICAM) e ptn de adesão do leucócito se chama integrina. 4. diapedese → migração dos leucócitos através do endotélio. 5. migração → por quimiotaxia de leucócitos para o local da infecção ou lesão, que se encontra no tecido; fatores quimiotáticos responsáveis pela quimiotaxia: quimiocinas, C3a, C5a, leucotrieno. Saída de componentes do sistema imune do vaso sanguíneo • neutrófilo (em maior qtdade no sangue): realiza fagocitose e morre, é o primeiro a ir para a batalha. encontrado nas primeiras 6-24 horas do processo inflamatório. tempo de vida baixo no tecido (24-48h); justifica sua presença na inflamação aguda. produz redes fibrilares extracelulares (NET) que fornecem alta concentração de substâncias microbianas em locais de infecção, impedindo que os micro- organismos se espalhem ao se prenderem nas fibrilas; isso ocorredepois dele morrer. realizam netose – processo muito encontrado em sepse. • monócito (no sangue)/macrófago (no tecido): quando presente no tecido é denominado macrófago (existe o M1 e M2). realiza fagocitose de patógenos e restos celulares (é o lixeiro). encontrado nas primeiras 24-48h do processo inflamatório. tempo de vida alto no tecido; justifica sua presença na inflamação crônica. participa do reparo tecidual (macrófagos). QUARTA ETAPA: ação dos componentes imunes • Como os componentes imunes que saíram do vaso combatem o antígeno? atuam na inflamação, opsonização (marcar e facilitar a fagocitose) e morte bacteriana pelo CAM; ativa mastócito (C3b), causa vasodilatação. 6/ 10 /2 02 1 Nicolle D’ivanenko, MED9 TVI 4 Fagocitose – ETAPAS 1. reconhecimento da bactéria (via PRR/DAMP, C3b ou anticorpos. 2. englobamento da bactéria. 3. formação do fagossomo (bactéria envolvida pela membrana plasmática do fagócito). 4. formação do fagolisossomo (união do fagossomo com o lisossomo). 5. elevado metabolismo e produção de ROS (espécies reativas de oxigênio, ex: H2O2; EROS em português) e RNS (espécies reativas de nitrogênio, ex: ON) pelos fagócitos que matam a bactéria, destruindo sua membrana, material genético e proteínas. 6. ação das enzimas lisossomais que degradam a bactéria morta. 7. eliminação de metabólitos do patógeno. QUINTA ETAPA: reparo tecidual • Como ocorre o processo de reparação tecidual? macrófagos M1 → liberação de citocinas, modulando a diferenciação celular para o macrófago M2. macrófagos M2 → liberação de citocinas anti- inflamatórias (IL-10 e TGF-beta, que promovem a ativação de fibroblastos). fibroblastos → produção de matriz extracelular. Ações: fatores de coagulação. fatores de crescimento. agregação plaquetária. ação de fibroblastos e colágeno; pouco na inflamação aguda. atuação de lipoxina e citocinas anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-beta), produzida por macrófagos; envolvidas na ativação de fibroblasto, angiogênese e reparo tecidual. • Quais são os cinco sinais flogísticos da inflamação? Relacione esses sinais com o processo fisiológico 1. calor: aumento do fluxo sanguíneo, elevado metabolismo celular. 2. rubor (vermelhidão): vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, concentração de hemácias. 3. tumor (edema): excesso de exsudato no tecido intersticial ou cavidades serosas, vasodilatação, aumento da permeabilidade plasmática e extravasamento de fluídos, influxo celular, quimiotaxia. 4. dor: liberadores de mediadores solúveis (bradicinina, prostaglandina etc.), aumento da permeabilidade plasmática e extravasamento de fluídos, influxo celular, quimiotaxia. 5. perda de função: fibrose (comum em inflamação crônica). • Qual é a diferença entre inflamação aguda e crônica? + neutrófilo = inflamação aguda pus → exsudato constituído por neutrófilos, resíduos liquefeitos de células necróticas e fluido de edema 6/ 10 /2 02 1 Nicolle D’ivanenko, MED9 TVI 5 Visão geral da inflamação aguda RESPOSTA ANTIVIRAL cel. natural killer, NK • resposta inata à infecções virais, células tumorais etc. • reconhecimento de células que não expressam MHC-I (ex: células infectadas, células em morte, células tumorais). • Na ausência do MHC-I, a NK perde a sinalização inibitória e libera grânulos (perforinas – perfuram as células, e granzimas – vão atuar nas vias das caspases, proporcionando uma apoptose a célula) através da sinalização do receptor de ativação (ativação de caspase = apoptose). • NK é ativada quando não tem expressão do MHC de classe I. • basicamente induz a apoptose. RESPOSTA ANTIVIRAL Citocina interferon IFN-I (IFN-alfa e beta) céls. infectadas por vírus e aumenta a produção de IFN-I. Resultado: • bloqueio da replicação viral (estado antiviral). • Aumenta a expressão do MHC-I (aumenta o conhecimento do TCD8). • Ativa NK, LTCD8, macrófago. SARS-CoV2, através da proteína NSP1, suprime a ação do IFN.
Compartilhar