Buscar

1_Classificação Legal e Doutrinária dos Crimes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES
	DIVISÃO
	1º Grupo – GTII
	1 ao 25
	2º Grupo – GTVII
	26 ao 51
	3º Grupo - GTV
	52 até o fim
1.Quais são os critérios utilizados para a classificação dos delitos, e quais os seus desdobramentos?
	Os delitos podem ser classificados fundamentalmente sob duas óticas, a saber: a legal e a doutrinária.
	classificação legal
	Levará em conta como a lei interpreta a infração. Tem-se, então, para essa perspectiva a classificação legal do fato e a classificação legal da infração. O fato é legalmente classificado como crime ou então como contravenção. A classificação legal da infração, por sua vez, classificará o crime tendo em conta o bem jurídico afetado pela conduta delituosa. Assim, classifica-se legalmente a infração observando-se o seu nomem iuris genérico e específico, ou seja, crime contra a vida (genérico) – homicídio (específico).
	Exemplos
	...
	classificação doutrinária
	É fruto da observação criteriosa de elementos que se mostrem comuns em certos crimes, ou somente em alguns deles, e que possibilitam uma abordagem didática, teórica e analítica acerca de seu conteúdo, forma e modo de execução. Assim, a classificação doutrinária tem autonomia para criar seu próprio sistema de abordagem sobre a figura típica e, inclusive, criticar os modelos apresentados pelos legisladores em suas codificações. Nesse sentido é bom registrarmos que o legislador deve evitar positivar concepções doutrinárias, pois que a figura petrificada em um código torna-se alvo dos avanços das concepções críticas sobre a matéria, o que pode conduzir o documento legal a uma desmoralização e conseqüente desautorização de seus comandos.
	Exemplos
	...
2.O que é crime de perigo?
	... é aquele que se consuma com a tão-só provável possibilidade do dano.
O perigo pode apresentar-se de várias formas, a saber: presumido, concreto, individual, comum, atual, iminente ou futuro.
	Perigo PRESUMIDO (ou abstrato)
	... aquele estado que a própria lei atribui a presunção do perigo (iure et iure). 
A lei, neste caso, não requer que o perigo seja estimado ou percebido no plano natural. A disposição normativa atua no sentido valorar o perigo, daí porque não precisa ser provado. A mera constatação da ocorrência do fato previsto em lei supõe a subsunção e passa a exigir a responsabilidade do sujeito ativo.
	Perigo CONCRETO
	... aquele cuja configuração apresenta uma real demonstração da possibilidade de dano. 
Daí o crime de perigo concreto necessitar ser provado, pois nele o perigo não se presume.
	Perigo INDIVIDUAL
	é o que expõe ao risco de dano o interesse de uma só pessoa ou de um grupo determinável de pessoas.
	Perigo COMUM (ou coletivo)
	é aquele que expõe ao risco de dano bens e interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas, de tal modo a não se poder individualizar, a priori, os sujeitos que se encontram em situação de risco com a prática do delito.
	Perigo ATUAL
	é o que está ocorrendo efetivamente
	Perigo IMINENTE
	é o que está prestes a acontecer.
	Perigo FUTURO
	é aquele que, embora não existindo no presente, pode advir em ocasião posterior.
3.O que é crime comum?
	Define-se crime comum levando-se em conta certas perspectivas, ou seja, o crime pode ser classificado como comum tendo em conta o sujeito ativo, o sujeito passivo ou o próprio delito em sua constituição e natureza.
	crime comum quanto ao sujeito ativo
	aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, sem que esta tenha que apresentar uma especial condição ou qualidade para que possa figurar como pessoa juridicamente capaz de praticar determinado crime. Exemplifica-se com o crime de homicídio. Este crime pode ser praticado por qualquer indivíduo, homem ou mulher, jovem ou idoso, padre, advogado, médico, servidor público, político, juiz, etc.
	Crime comum quanto ao sujeito passivo
	é aquele que pode ter como vítima, lesado ou ofendido, qualquer pessoa, pois que a figura delituosa prevista no Código não exige especial condição ou qualidade do sujeito que sofre com a prática da infração. Como exemplo temos a mesma figura típica do homicídio.
	Crime comum, tendo em conta o delito em si mesmo analisado, sem levarmos em consideração o sujeito que o pratica ou que sofre os efeitos da atuação criminosa
	é aquele que não pode ser classificado como especial. Assim, crime comum é aquele que não apresenta determinada qualidade em si mesmo que o diferencie de modo peculiar dos demais. Sua configuração genérica é do mesmo teor que as demais figuras típicas, não revelando na sua estrutura e constituição uma peculiaridade que o torne destacado, especial. Esta qualidade, esta condição, este apanágio qualificador do título especial tem-se em função da natureza militar ou política (responsabilidade) da infração. Logo, concluímos que se um certo delito analisado não apresentar natureza e razões de foro político ou militar, tratar-se-á de crime comum. Tomando-se o mesmo exemplo do homicídio, tal crime não tem em si mesmo natureza política ou militar em sua constituição. Bem verdade que o homicídio pode ter sido cometido por razões políticas (caso Carter) ou militares (como na guerra). Estes, porém, são fatores exógenos à configuração do delito em si mesmo. Não são suficientes para qualificar o crime como político ou militar, pois não consideram a própria natureza da infração, mas sim fatores externos que levaram certo indivíduo ao cometimento do crime.
4.O que é crime especial?
	Crime especial é aquele que não é comum e tem em consideração a natureza da própria infração. Assim, fala-se em crime de natureza especial tomando-se em conta o fato de que o delito constitui-se de elementos incomuns, não habitualmente encontrados nos delitos em geral, peculiaridades que o qualificam e o tornam destacado dos demais. 
Esta denominação "especial" não supõe maior gravidade ou potencial ofensivo da infração frente àqueles que são denominados "comuns". 
	Também não determina o título de especial
	as qualidades, condições ou circunstâncias apresentadas pelos sujeitos ativo ou passivo do crime. O crime é denominado especial porque na constelação das infrações criminais existem aquelas que se destacam das demais por uma particular característica de teor político ou militar. São figuras delituosas que necessitam de "ambiente" próprio para que possam florescer. Os denominados crimes comuns, por sua vez brotam em "ambiente" natural, comum, vulgar.
	Exemplos
	
	
	
4.O que é crime próprio?
	
	
	
	
	
	
	
5.O que é crime de mão própria?
	
	
	
	
	
	
	
6.O que é crime de dano?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
8.O que é crime material?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
9.O que é crime formal?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
10.O que é crime de mera conduta?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
11.O que é crime comissivo?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
12.O que é crime omissivo?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
13.O que é crime instantâneo?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
14.O que é crime permanente?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
15.O que é crime instantâneo de efeitos permanentes?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
16.O que é crime continuado?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
17.O que é crime principal?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
18.O que é crime acessório?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
19.O que é crime condicionado?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
20.O que é crime incondicionado?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
21.O que é crime simples ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
22.O que é crime complexo ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
23.O que é crime progressivo ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
24.O que é crime putativo ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
25.O que é crime de flagrante esperado ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
26.O que é crime impossível ?
	É aquele que é impossível de se consumar em razão da ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto (art. 17 do CP).
	Exemplo 1
	Mulher grávida tenta realizar o aborto tomando um sorrisal.
	Exemplo 2
	Agente desfere facadas contra seu desafeto, que parecia estar dormindo, mas o mesmo já estava morto.
27.O que é crime consumado?
	É aquele em que se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, inciso I, do CP).
	Exemplo
	Extorsão: o agente emprega meios para constranger a vítima com o intuito de obter indevida vantagem econômica, dispensando-se o efeito proveito.
28.O que é crime tentado ?
	É aquele que, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, inciso II, do CP).
	Exemplo
	Depois de receber 5 projéteis de revólver, a vítima recebeu atendimento médico e foi salva. O atendimento médico é alheio à vontade do agente que disparou os projéteis.
29.O que é crime falho ?
	Sinônimo de tentativa perfeita ou acabada, é quando o agente esgota, em meios de execução, todo o seu potencial ofensivo, mas o resultado não ocorre.
	Exemplo
	Se o agente acredita que para matar seu desafeto são necessários apenas dois tiros e efetua os dois disparos.
30.O que é crime unissubsistente ?
	É o que se realiza com um só ato, não havendo espaço de fragmentação da conduta.
	Exemplo 1
	desacato (art. 331 do CP)
	Exemplo 2
	injúria (art. 140 do CP)
	Exemplo 3
	calúnia (art. 138 do CP)
	Exemplo 4
	difamação (art. 139 do CP)
31.O que é crime plurissubsistente ?
	É aquele cuja prática exige mais de uma conduta para sua configuração. Ou seja, a conduta do agente pode ser fracionada, possibilitando a interrupção da execução, por circunstâncias à vontade do agente, e com isso, a punição do conatus (modalidade tentada ao crime). 
	Exemplos
	Homicídio, roubo e estelionato 
	
	
	
	
32.O que é crime de dupla subjetividade passiva ?
	É aquele que, obrigatoriamente, em razão do tipo, tem pluralidade de vítimas.
	Exemplos
	aborto provocado por terceiro (art. 125 do CP). Neste crime o agente provoca o aborto na gestante sem o seu consentimento, assim não atingindo somente a vida intrauterina, mais também a integridade física da mãe. A é casado com B, A está grávida, porém B não quer ter esse filho, procurando meios para se livrar do feto, ele faz uma pesquisa rápida no google e acha uma planta chamada arruda, que é utilizada para auxiliar em tratamentos de varizes entre outros, no entanto se utilizado em gestante acarreta o aborto, por conta da sua composição. Então B faz um chá para A tomar, dizendo que é bom para o bebê, A confiando toma sem saber do que se tratava, B faz o chá por vários dias, e A tomando, assim ocasionando um aborto. 
	
	Violação de correspondência ( artigo 151 do CP), quando o agente abre uma correspondência que não é sua, não foi dirigida a ela, basta haver a intenção de olha, ver, ler, tomar conhecimento do teor. 
	
	
33.O que é crime exaurido ?
	Delito em que o agente obtém o resultado material desejado, mas que não era necessário para a consumação da infração penal. O exaurimento, posterior à consumação, a esta se vincula por relação de causa e efeito.
	Exemplos
	crime de extorsão (art.158 do CP) consuma-se com o constrangimento da vítima, porém o exaurimento do delito se dá quando o agente obtém a vantagem econômica pretendida. No caso de saques em caixas eletrônicos, como o criminoso não sabe a senha da vítima, ele não vai conseguir pegar o dinheiro se a vítima não cooperar. Na extorsão, a vítima é forçada a fazer algo que não quer fazer (ou deixar de fazer algo que quer fazer) porque o criminoso a está ameaçando ou porque a está, de alguma forma, violentando e caso ela não cooperar com o criminoso ela pode até sofrer consequências graves por exemplo, ser morta.
 
	
	
	
	
34.O que é crime de concurso necessário ?
	É aquele que em sua própria natureza jurídica devem estar presentes dois ou mais agentes, ou seja, só podem ser cometidos por duas ou mais pessoas.
	Exemplos
	bigamia, a rixa, o crime de quadrilha
	
	
	
	
35.O que é crime doloso ?
	É quando o agente prevê objetivamente o resultado e tem intenção de produzir esse resultado ou assume o risco de produzi-lo, conforme preceitua o art. 18, I, do CP.
	Dolo direto e dolo indireto:
	Dolo direto, determinado, intencional, imediato ou incondicionado é aquele em que a vontade do agente é voltada a determinado resultado, dirigindo-se a sua conduta a uma finalidade precisa. É o caso do assassino profissional que, desejando a morte da vítima, dispara contra ela um único tiro, certeiro e fatal. Dolo indireto (indeterminado) é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um resultado determinado. Subdivide-se em dolo alternativo e em dolo eventual. O dolo alternativo é o que se verifica quando o agente deseja, indistintamente, um ou outro resultado, sua intenção se destina, com igual intensidade, a produzir um entre vários resultados previstos como possíveis. É o caso do sujeito que atira contra seu desafeto, com propósito de matar ou ferir. Se matar, responderá por homicídio, se ferir, responderá por tentativa de homicídio, em caso de dolo alternativo, o agente sempre responderá pelo resultado mais grave. Dolo eventual é a modalidade em que o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo, é possível a sua existência em decorrência do acolhimento pelo CP da teoria do assentimento, na expressão “assumiu o risco de produzi-lo” (art. 18, I). O dolo eventual é admitido por todos os crimes que com ele sejam compatíveis.
	Dolus bônus e dolus malus:
	Essa divisão diz respeito aos motivos do crime, que podem aumentar a pena, como no caso do motivo torpe (é aquele considerado como imoral, vergonhoso, repudiado moral e socialmente, algo desprezível, um exemplo seria matar para receber uma herança, ou matar por ter qualquer tipo de preconceito, entre outros), ou diminuí-la, tal como se dá no motivo de relevante valor social ou moral.
	Dolo de propósito e dolo de ímpeto ou repentino:
	Dolo de propósito, ou refletido é o que emana da reflexão do agente, ainda que pequena, acerca da prática da conduta criminosa, verifica-se nos crimes premeditados (são crimes planejados antes de serem executados). Dolo de ímpeto ou repentino é o que se caracteriza quando o autor pratica o crime motivado por paixão violenta ou excessiva perturbação de ânimo, não havendo, intervalo entre a cogitação do crime e a execução da conduta penalmente ilícita, ocorre geralmente nos crimes passionais.
	Dolo genérico e dolo específico:
	dolo genérico é quando a vontade do agente se limita à prática da conduta típica, sem nenhuma finalidade específica, tal como no crime de homicídio, em que é suficiente a intenção de matar alguém, pouco importando o motivo para a configuração da modalidade básica do crime. O dolo específico existe nos crimes em que a referia vontade era acrescida de uma finalidade especial. No caso da injúria, por exemplo, não basta a atribuição à vítima de uma qualidade negativa, exige-se também tenha a conduta a finalidade da macular a honra subjetiva da pessoa ofendida
	Dolo de dano e dolo de perigo:
	Dolo de dano ou de lesão é o que se dá quando o agente quer ou assume o risco de lesionar um bem jurídico penalmente tutelado, é exigido para a prática de um crime de dano. Dolo de perigo é o que ocorre quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo de lesão um bem jurídico penalmente tutelado.
	Dolo de primeiro grau e dolo de segundo grau:
	O dolo de primeiro grau consiste na vontade do agente, direcionada a determinado resultado, efetivamente perseguido, englobando os meios necessários para tanto há a intenção de atingir um único bem jurídico, exemplo: o matador de aluguel que persegue e mata, com golpes de faca, a vítima indicada pelo mandante. Dolo de segundo grau ou de consequências necessárias é a vontade do agente dirigida a determinado resultado, efetivamente desejado, em que a utilização dos meios para alcançá-lo inclui, obrigatoriamente, efeitos colaterais de verificação praticamente certa, exemplificativamente, é o que se verifica no tocante ao assassino que, desejando eliminar a vida de determinada pessoa que se encontra em lugar público, instala ali uma bomba, a qual, quando detonada, certamente matará outras pessoas ao seu redor.
	Dologeral, por erro sucessivo ou dolus generalis:
	É o erro no tocante ao meio de execução do crime, relativamente à forma pela qual se produz o resultado inicialmente desejado pelo agente. Ocorre quando o sujeito, acreditando ter produzido o resultado almejado, pratica nova conduta com finalidade diversa, e ao final se constata que foi esta última que produziu o que se buscava desde o início. Esse erro, de natureza acidental, é irrelevante no Direito Penal, pois o que importa é que o agente queria um resultado e o alcançou. O dolo é geral e envolve todo o desenrolar da ação típica, do início da execução até a consumação.
	Dolo antecedente, dolo atual e dolo subsequente:
	Dolo antecedente, inicial ou preordenado é o que existe desde o início da execução crime, é suficiente para fixar a responsabilidade penal do agente, exemplo o sujeito que se embriaga com a intenção inequívoca de matar seu desafeto. Dolo atual ou concomitante é aquele em que persiste a vontade do agente durante todo o desenvolvimento dos atos executórios. Dolo subsequente ou sucessivo é o que se verifica quando o agente, depois de iniciar uma ação com boa-fé, passa a agir de forma ilícita e, por corolário, pratica um crime, ou ainda quando conhece posteriormente a ilicitude de sua conduta e, ciente disso, não procura evitar suas consequências, exemplo é do mandatário que recebe o dinheiro do mandante, com o propósito de lhe dar o destino legal, todavia, em seguida, dele se apropria.
36.O que é crime culposo ?
	
	
	
	
	
	
	
37.O que é crime preterdoloso ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
38.O que é crime simples ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
39.O que é crime privilegiado ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
40.O que é crime qualificado ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
41.O que é crime subsidiário ?
	São os delitos que não configuram como elementos constitutivos de outros crimes, de forma que, esses crimes são absorvidos pelo crime fim. Uma vez que apresentam menor grau de violação ao bem jurídico.
	Exemplos
	O crime de Perigo para a vida ou a saúde de outrem previsto no art. 132 do Código Penal, é considerado subsidiário, pois só é aplicado caso não ocorra o enquadrada específico da conduta em outro artigo. Uma vez que, o núcleo do tipo penal é “expor”, que só se traduz em colocar em perigo a vida ou saúde de outrem quando ocorrer relação direta da ação do sujeito em face de pessoa determinada. Além de que, deve ser perigo iminente que possa resultar em dano.
Entretanto, hipóteses em que “A” dispara contra “B” com a utilização de arma de fogo em via pública, conduta essa já qualificada em lei específica, também poderia ser enquadrada no art. 132. Bem como, “A” arremessar objetos em via pública, mediante dolo de dano, configurada como tentativa de homicídio ou lesão corporal dolosa, também poderiam configurar o delito do art. 132. 
	
	
	
	
42.O que é crime vago ?
	Considera-se como crime vago aquele delito que tem como sujeito passivo entidade sem personalidade jurídica, como a coletividade.
	Exemplos
	Verifica-se que o art. 209 do Código Penal, “Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária”, possui como sujeito passivo a coletividade, não há a determinação do sujeito, há uma espécie de abstração quanto a vítima do delito.
No mesmo seguimento, o art. 33, caput da Lei 11.343/06, tráfico de drogas, possui como sujeito passivo a coletividade, não atinge alguém determinado.
Art. 33: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
	
	
	
	
43.O que é crime de mera suspeita ?
	Trata-se do crime onde o agente não pratica conduta de relevância penal, contudo, o modo com que opera faz com que se verifique uma possível delinquência.
	Exemplos
	No ordenamento jurídico pátrio, só há uma forma que se assemelha à referida classificação, trata-se da contravenção penal prevista no art. 25 (Decreto-lei 3.688/41). 
“Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquadramento sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima”.
A referida contravenção penal supõe que o agente possa cometer infração penal, devido às condições que está inserido. Contudo, o Supremo Tribunal Federal no RE 583.523 julgou inconstitucional esta contravenção penal, tendo por base o princípio da exteriorização ou materialização do fato, onde deve-se julgar apenas as ações realizadas, vedada a punição de ideias ou demais características de um indíviuo.
45.O que é crime multitudinário ?
	Consiste no delito cometido por um coletivo de pessoas em clima de tumulto ou histeria coletiva, de forma que, o efeito coletivo desencadeia a supressão temporária de limites éticos dos indivíduos.
	Exemplos
	Os casos envolvendo linchamento de pessoas em ambiente público, após cometer crime. 
Quanto a possibilidade de haver concurso de pessoas nas infrações cometidas por multidão, existem duas correntes acerca do tema:
a) A prática coletiva do delito, apesar de ocorrer em contexto histérico ou traumático, não possui condão para afastar os vínculos psicológicos entre os integrantes da multidão. Assim, entende-se que enseja o concurso de pessoas. Ou seja, existem vínculos psicológicos entre a multidão delinquente, de forma que todos se encontravam em participação com a conduta coletiva. Defensores dessa corrente são: Luiz Flávio Gomes e Cezar Roberto Bitencourt; e
b) Para outra corrente, não se pode partir da mesma premissa para aplicação do concurso de agentes. Isso em razão de não haver meios para constatar o real vínculo psicológico entre os agentes, o que deverá ser demonstrado cabalmente em caso concreto, para que assim, todos possam responder pelo resultado derivado da soma das condutas. Sendo defensor dessa corrente, o professor Rogério Greco.
46.O que é crime de opinião ?
	Conhecido como crime de opinião ou de palavra, o delito se configura com o abuso do direito à liberdade de expressão ou de pensamento.
	Exemplos
	Relacionados ao crime de opinião encontram-se à título de exemplo os crimes contra honra: Calúnia (art. 138 - CP); Difamação (art. 139 - CP); e Injúria (art. 140 - CP).
	
	
	
	
47.O que é crime de ação múltipla ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
48.O que é crime de forma livre ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
49.O que é crime de forma vinculada ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
50.O que é crime de ação penal pública ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
51.O que é crime de ação penal privada ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
52.O que é crime habitual ?
	Essa espécie de crime se divide entre próprios e impróprios. São considerados habituais próprios os crimes cuja sua realização pressupõe a prática de um conjunto de atos sucessivos, de tal forma que cada conduta isoladamente considerada constitui um indiferente penal, ou seja, são delitos que reclamam habitualidade, por traduzirem em geral um modo de vida do autor.De acordo com a doutrina essa espécie ainda comporta a modalidade impróprio. O crime habitual impróprio é a chamada habitualidade delitiva, consiste na prática reiterada de crimes instantâneos e permanentes, com por exemplo, a pessoa que vive de roubos que pratica rotineiramente. Para Walter Coelho, “os crimes habituais impróprios nada tem de habituais; são crimes instantâneos, em que a reiteração pode ser circunstância agravante do crime, ou, quando não, implicar continuidade delitiva”.
“Crime habitual é a reiteração da mesma conduta reprovável, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida, art 229. Quando o agente pratica as ações com intenção de lucro, fala-se em crime profissional” (Damásio E. de Jesus).
	Exemplo 1
	A casa de prostituição (art. 229 CP); 
	Exemplo 2
	O exercício ilegal damedicina (art. 282 CP),
	Exemplo 3
	O curandeirismo (art. 284 CP)
	Exemplo 4
	A associação criminosa (art. 288 CP).
53.O que são crimes conexos ?
	Nesta espécie de crime há a ligação entre os crimes, de modo que o sujeito comete um crime para ocultar outro. Ou ainda, quando um é cometido durante a execução do outro.
	Exemplo 1
	A doutrina cita como exemplo desse crime quando o sujeito, após a prática de um furto, incendeia a casa para fazer desaparecer quaisquer vestígios desse local. O fato do incêndio é cometido para assegurar a ocultação do furto. 
	Exemplo 2
	Também pode ser usado como exemplo, o crime de homicídio,executado para eliminar testemunha do roubo.
	
	
54.O que é crime de ímpeto ?
	O próprio significado da palavra “ímpeto” nos apresenta o conceito dessa espécie de crime. “ Movimento repentino, precipitado; impulso. Dessa forma, esses crimes acontecem sem premeditação, como decorrência de reação emocional repentina.
Há posições pela inadmissibilidade da tentativa nos crimes com dolo eventual, com fundamento na redação do artigo 14, II do Código Penal: se o legislador definiu o crime tentado como aquele em que, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente.
Mas por outro lado, Nelson Hungria, se posiciona da seguinte maneira:
Não se deve levar para a doutrina do dolo e da tentativa o que apenas representa a solução de uma dificuldade prática no terreno da prova. A tentativa tanto existe nos crimes de ímpeto, quanto nos crimes refletidos. É tudo uma questão de prova (...). Se se verifica, em face das circunstâncias, que, nada obstante a instantaneidade da resolução, o agente, empregando os meios que empregou, ou por sua atitude, teve a consciência de que, com a sua ação, podia atingir o evento típico do crime, não há outra solução, na hipótese de não superveniência de tal evento, senão a de imputar-lhe o fato a título de tentativa.
	Exemplo 1
	Lesão Corporal art. 129 CP;
	Exemplo 2
	Homicídio privilegiado, praticado sob violenta emoção. 121, § 1º CP.
	
	
55.O que é crime funcional ?
	Os crimes funcionais - estão previstos no Capítulo I do Título X do Código Penal trata dos crimes praticados por funcionário públicos contra a Administração Pública em geral, denominados crimes funcionais. O tipo penal exige para a prática destes delitos a condição de funcionário público no exercício da função, cargo ou emprego público.
Os próprios são os delitos que só podem ser praticados por funcionários públicos, ou seja, afastada esta condição elementar de funcionário público ocorre a atipicidade da conduta. E observa que seja cometido o crime no exercício inerente do emprego, cargo ou função pública.
Os impróprios são os crimes que podem ser cometidos por particulares, implica em uma desclassificação para outra infração. Pois o afastamento desta condição de funcionário público para esses crimes, acaba ocorrendo em uma infração de outro tipo penal.
Ex: no crime de apropriação de coisa alheia pode configurar peculato, se for praticado por funcionário público, ou apropriação indébita quando praticada por particular.
Damásio de Jesus conceitua os crimes funcionais os que “só podem ser praticados por pessoas que exercem funções públicas.”
	Exemplos
	Peculato art.313 CP; Corrupção passiva 317 CP.
	
	
	
	
56.O que é crime a distância ?
	É aquele em que a execução do crime dá-se em um pais e o resultado em outro. É um conceito do Direito Penal criado para solucionar dificuldades quanto a aplicação da lei penal no espaço e para delimitar a competência da ação penal. Essa espécie de crime o envolvimento territorial de mais de um país no delito. Desse modo, o Código Penal Brasileiro, adotou a teoria da ubiquidade, na qual é considerado “ praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Dessa forma, tanto o lugar da ação ou omissão quanto o do resultado podem ser considerados lugares do mesmo crime. Podendo então, qualquer um dos países envolvidos ser competente para julgar tal delito. 
	Exemplos
	Um exemplo que a doutrina traz é: O agente escreve uma carta injuriosa em um município de um país (ex: São Paulo, Brasil) e remete a carta para seu desafeto que mora em outro país (ex: Paris, França). 
	
	
	
	
57.O que é crime plurilocal ?
	Nesta modalidade, diferentemente do crime à distancia, nessa a conduta se dá em um local e o resultado em outra, mas dentro do mesmo país. No crime Plurilocal é aplicado a teoria do resultado, onde o foro competente para o julgamento do crime é o local de sua consumação.
	Exemplos
	
	
	
	
	
58.O que é crime de referência ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
59.O que é delito de tendência ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
60.O que é delito de impressão ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
61.O que é crime de simples desobediência ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
62.O que é crime pluriofensivo ?
	
	Exemplos
	
	
	
	
	
63.O que é crime falimentar ?
	 Está tipificados nos artigos 168 a 178 da Lei de Falências (Lei n.º 11.101/05), muito embora não possuam definição específica no ordenamento jurídico brasileiro. podemos conceituar então os crimes falimentares como aqueles que decorrem de qualquer ato fraudulento, praticado pelo devedor ou terceiro envolvido (contadores, técnicos, auditores, juiz, representante do Ministério Público, o administrador judicial, o gestor judicial, o perito, avaliador, escrivão, oficial de justiça, leiloeiro, entre outros), que resulte ou possa resultar em prejuízo aos credores da empresa falida.
 São exemplos de crimes falimentares:
	
· Exemplos: 
	Fraude a credores (art. 168)
Violação de sigilo profissional (art. 169);
Divulgação de informações falsas (art. 170);
Indução a erro (art. 171);
Favorecimento de credores (art. 172);
Desvio, ocultação ou apropriação de bens (art. 173);
Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens (art. 174);
Habilitação ilegal de crédito (art. 175);
Exercício ilegal de atividade (art. 176);
Violação de impedimento (art. 177).
	
	A também 4 (quatro) espécies de crimes falimentares, sendo :
Próprios são aqueles cometidos pelo próprio falido. Impróprios são aqueles praticados por outras pessoas que não o falido, tais como o juiz, o membro do MP, o administrador, o escrivão, o oficial de justiça ou o leiloeiro, e até mesmo o credor, seja ocultando bens da massa falida, adquirindo-os ilegalmente etc. Pré-falimentares são aqueles praticados antes da quebra, ou na fase de recuperação judicial ou extrajudicial. Por fim, os pós falimentares são aqueles praticados depois da decretação da falência ou da concessão da recuperação.
64.O que é crime a prazo ?
	É denominado como sendo a "apropriação de coisa achada" é crime previsto no art. 169, II do Código Penal, também titulado pela doutrina como CRIME A PRAZO. Ocorre quando a caracterização do crime ou de uma qualificadora depende do decurso de determinado tempo (previsto em lei).
A pessoa que encontra coisa alheia perdida, tem 15 (quinze) dias para devolvê-la ao dono ou entregá-la à autoridade competente, ou seja, o crime somente se consumará após transcorrido o lapso temporal descrito no artigo.
	
Exemplos:
	O crime de "extorsão mediante sequestro" é qualificado se a privação da liberdade transcorre em um período maior que 24 horas (art. 159, § 1º, CP).
 
O dito popular “achado não é roubado”, certamente, não se aplica ao Direito já que existe um instituto próprio para tratar de coisas achadas, 1.234 do Código Civil.
65.O que é crime gratuito ?
	Crime gratuito é o cometido sem nenhum motivo, sem razão, ou seja, é aquele que o agente delituoso pratica por praticar, sem nenhum motivo aparente. Apesar de ser um instituto simples, precisamos prestar atenção às suas consequências no mundo jurídico. 
	
 Exemplos
	 Imagine que o criminoso está andando pela rua, vê uma bicicleta na calçada, pensa “ah, não tô fazendo nada mesmo, vou pegar essa bicicleta”. Monta nela e sai andando.Ele não quer esse bem para se locomover ou para vender, ele apenas pegou para fins de cometer um delito, nada mais.
66.O que é delito de circulação ?
	É o praticado com o emprego de veículo automotor, a título de dolo ou de culpa, com a incidência do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997).
	Exemplos
	
67.O que é delito transeunte ?
	é aquele que não deixa vestígios, tornando desnecessária a realização do exame de corpo de delito. É o caso da injúria verbal e do ato obsceno.
	Exemplos
	São crimes transeuntes, por exemplo, a calúnia (CP, art. 138), a difamação (CP, art. 139), a injúria (CP, art. 140), todos estes se praticados por meio verbal.
68.O que é delito não-transeunte ?
	A atual classificação, cuja importância se dá no plano processual penal, especifica as infrações penais que deixam vestígios das que não deixam vestígios.
Todo momento que o ilícito penal deixar vestígios, deverá ser obrigatória a realização do exame de corpo de delito (CPP, art. 158). A ausência desta prova técnica não pode ser suprida pela confissão do agente, embora se admita, quando desaparecerem os rastros da infração, que sua ausência seja superada com a realização de prova testemunhal (CPP, art. 167).
	Exemplos
	Crimes não transeuntes, podem-se citar:
-Homicídio (CP, art. 121);
-Estupro (CP, art. 213); 
-Lesões corporais (CP, art. 129).
	
	
	
	
69.O que é crime de atentado ?
	O crime de atentado, consiste naquele que prevê expressamente em sua descrição típica a conduta de tentar o resultado, afastando a incidência da previsão (CP, art. 14, II).
Art. 14:
Crime Consumado
I - Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de Tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
	Exemplos
	Crime de atentado é o previsto no art. 352 do CP, ex vi:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a (um) ano, além da pena correspondente à violência.
Porém existem alguns autores que compreendem que o crime de atentado admitiria a tentativa, mas a pena aplicada seria a do crime consumado e não a da tentativa, assim tendo a mesma consequência. Para esses autores, essa seria uma hipótese de "disposição em contrário", prevista no art. 14, parágrafo único, do CP.
	
	
	
	
70.O que é crime em trânsito ?
	O crime em trânsito ou plurilocal envolve duas ou mais comarcas, ao passo que o crime à distância é o delito iniciado no Brasil e se consuma fora dele ou vice-versa.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
	Exemplos
	Na hipótese em que a vítima é alvejada na comarca A e falece na comarca B, caso em que, em tese, deve o juízo da comarca B apreciar a infração, mas com o inconveniente de ter a coleta de provas prejudicada, pois todo o material probatório se encontra na comarca A.
Outra hipótese do ilícito ter iniciado na comarca A e o resultado se verificado na comarca B, em regra, considerando o artigo 70 do Código Penal, a competência seria da comarca B.
Porém prevalece o entendimento jurisprudencial de que, no caso de homicídio doloso, o foro competente é o do local da conduta. O principal argumento é que no plenário do júri não é possível a expedição de precatório e, portanto, caso o julgamento ocorra na comarca B, não haverá nenhuma testemunha presencial, vez que não é obrigada a se deslocar de uma comarca para outra.
	
	
	
	
71.O que é crime internacional ?
	O crime internacional, pode ser exposto em três aspectos:
Em sentido amplo ou transnacional: é o crime que, em virtude de suas características, ultrapassa as fronteiras de determinado Estado, ainda que não haja tipificação em tratados e convenções internacionais.
Por contaminação ou difusão: a delinquência por contaminação ou difusão se define pela exteriorização, independentemente de tipificação em tratados ou convenções, se não simultaneamente, após breve intervalo de tempo em diversos Estados, exibindo as mesmas características.
Em sentido estrito ou propriamente dito: corresponde aos crimes tipificados no Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg. São os crimes contra a paz, ou seja, violações da ordem internacional por meio de participação, promoção ou execução de guerras; 
 os crimes de guerra, assim entendidos aqueles atos cometidos mediante violação das leis de guerra, como a utilização de armas vedadas e as condutas que atingem civis fora do contexto da batalha; 
 os crimes contra a humanidade, consistentes em atos de lesa-humanidade, como assassinatos, extermínios, perseguição e escravização da população civil.
	Exemplos
	O Tribunal Penal Internacional julga quatro tipos de crimes, em conformidade com o artigo 5° do Estatuto de Roma.
Crimes de genocídio
-Tentativas de assassinato contra um grupo de cristãos ou muçulmanos, por sua crença religiosa, significando uma perseguição seguida de tentativa de destruição de vidas;
-Quando houver atentados graves contra as condições física ou mental de um determinado grupo de pessoas;
-Quando ocorrerem tentativas de transferência de crianças forçosamente de um grupo para outro. Por exemplo: organizações voltadas para o roubo e venda/doação de crianças recém-nascidas;
-Tentativas impostas com o intuito de impedir o nascimento de indivíduos. Por exemplo: sistemas organizados clandestinamente para abortos;
-Submeter um grupo de pessoas a condições de vida que irão destruí-las fisicamente, até a morte ou não. Por exemplo, escravizar pessoas ou obrigá-las a trabalhos em locais insalubres.
Crimes contra a humanidade
-Correspondem a atos de homicídio, de extermínio, de escravidão, de transferência forçada de uma população, prisões ilegais que violam o Direito Internacional, quaisquer espécies de tortura, desaparecimentos de pessoas, crimes de Apartheid e crimes relacionados a práticas sexuais não consentidas: estupros, escravidão sexual, gravidez forçada, prostituições forçadas, ou qualquer forma de esterilizações não consentidas.
Crimes de guerra
-Privar um prisioneiro de guerra de um julgamento justo e imparcial; 
-Deportações ou transferências ilegais; 
-Atacar intencionalmente populações civis em geral em conflitos armados; 
-Atacar com o objetivo de destruir os bens de uma população civil, ou seja, que não mantêm relação com a esfera militar, como residências, estabelecimentos comerciais, praças, parques, estádios; ferir um combatente que tenha deposto armas ou, impossibilitado de se defender, decidiu pela rendição; causar a morte de cidadãos ou militares do país inimigo com base em traição.
Crimes de agressão
-Um crime de agressão existe quando uma pessoa ou grupo de pessoas com capacidade de controlar as forças armadas de uma nação planejam e/ou instituem um ataque a outro país, prejudicando sua independência política, sua condição territorial, ou abalando sua soberania. A Carta das Nações Unidas é violada em algum grau, ocorre um ato de agressão.
	
	
	
	
72.O que é quase-crime?
	Quase crime é a tentativa não punível, porque o agente se vale de meios absolutamente ineficazes ou volta-se contra objetos absolutamente impróprios, tornando impossível a consumação do crime (art. 17, CP). 
	Exemplos
	Atirar para matar contra um cadáver, atirar para matar com uma arma descarregada ou tentativa de homicídio por envenenamento com substância inócua.
	
	
	
	
73.O que é crime de tipo fechado ?
	O tipo penal é fechado quando descreve por completo a conduta criminosa, sem a necessidade de que o intérprete busque elementos externos para encontrar seu efetivo sentido. 
	Exemplos
	Exemplo: ao descrever o ato de “mataralguém”, o art. 121 do Código Penal esgota a descrição típica porque dali se extrai todo o necessário para a subsunção da conduta.
	
	
	
	
74.O que é crime de tipo aberto ?
	O tipo penal aberto, por outro lado, é incompleto, demandando do intérprete um esforço complementar para situar o seu alcance. O tipo penal aberto não se confunde com a norma penal em branco, em que a complementação não é interpretativa, mas normativa.
	Exemplos
	Ao estabelecer, no § 3º, a pena de detenção de um a três anos “se o homicídio é culposo”, o art. 121 impõe ao aplicador da lei que explore os conceitos de culpa para apurar se a conduta se adéqua ao tipo penal. 
	
	
	
	
75.O que é tentativa branca ?
	A tentativa incruenta ou branca acontece quando é aquela na qual a vítima não chega a ser fisicamente atingida, ou seja, quando ela fica incólume. A tentativa incruenta ou branca ganha relevância no contexto prático porque será necessário analisar cuidadosamente qual era o dolo do agente com a prática da conduta. Como ela não atinge fisicamente a vítima, somente o caso concreto poderá dizer qual era realmente o dolo do agente, se de matar ou lesionar. E até mesmo, se não se tratava de uma atitude jocosa.
Cumpre informar que a diferenciação entre tentativa cruenta ou incruenta é válida para crimes individuais ou pessoais. Para crimes cuja vítima é a coletividade, como os crimes massificados (crimes contra o consumidor, meio ambiente), tal diferenciação é inviável, uma vez que não é possível individualizar a vítima.
	Exemplos
	Se o agente tenta matar a vítima com uma faca, mas esta consegue dominá-lo no momento exato do golpe a ponto de escapar dele, será exemplo de tentativa branca. 
	
	
	
	
76.O que é crime consunto ?
	Como indica a denominação, este aspecto da classificação de crimes se aplica nos casos de incidência do princípio da consunção (absorção). Nessa esteira, crime consunto é o absorvido; 
	Exemplos
	Quando a poten­cialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, em relação ao crime contra a fé pública, será consunto.
	
	
	
	
77.O que é crime consuntivo ?
	Como indica a denominação, este aspecto da classificação de crimes se aplica nos casos de incidência do princípio da consunção (absorção). Nessa esteira, crime consuntivo, o que absorve. 
	Exemplos
	Quando a poten­cialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, o crime patrimonial será consuntivo.
	
	
	
	
78.O que é crime de responsabilidade ?
	Possui embasamento legal na Lei 1.079 de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
Os crimes de responsabilidade são divididos em próprios e impróprios. Os crimes de responsabilidade próprios como infrações político-administrativas, cujas sanções previstas são a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos. Eis que temos uma infração de natureza administrativa, excluída, portanto, da definição e tratamento penal. Já os crimes de responsabilidade impróprios são as infrações penais propriamente ditas, apenadas com penas privativas de liberdade.
	Exemplos
	“CRIME DE RESPONSABILIDADE – Abuso de autoridade – Ocorrência – Hipótese em que investigadores de polícia dispararam tiros de revólver contra um preso em fuga que se achava algemado, ferindo-lhe a perna direita e, quando este já estava caído e dominado, deram-lhe outro tiro na perna esquerda e passaram a agredi-lo com pontapés – Aplicação do art. 6º , § 5º, da Lei Federal 4.898/65 – Recurso não provido” (TJSP – Ap. Crim. 105.624-3 – Jacareí – Rel. Andrade Cavalcanti – 25-11-1991).
	
	Atentar contra a Constituição Federal;
	
	Atentar contra a livre e sólida existência e exercício dos Três Poderes.
79.O que é crime unissubjetivo ?
	Os crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso eventual) são aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, admite-se a co-autoria e a participação.
	Exemplos
	Roubo art. 157 CP; 
	
	Furto art. 155 CP;
	
	 Homicídio art. 121 CP.

Outros materiais