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MÓDULO III - Vocabulário Jurídico - sentido das palavras na linguagem jurídica, seleção vocabular e vocabulário jurídico, palavras unívocas, equívocas e análogas;

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MÓDULO III - Vocabulário Jurídico: sentido das palavras na linguagem jurídica, seleção vocabular e vocabulário jurídico, palavras unívocas, equívocas e análogas;
1 – Linguagem Jurídica:
A linguagem jurídica apresenta características específicas, sendo que se subdivide dentre os campos do Direito, como por exemplo, o nível de linguagem forense, assim como a legislativa e até mesmo uma linguagem doutrinária. 
De acordo com PETRI (2010), “Dá-se também o nome de linguagem, no seio de uma língua, ao modo particular pelo qual ela é falada num grupo ou num setor de atividade, se pelo menos este modo apresenta propriedades linguísticas suficientes, para ser isolado como um falar particular”. Esta fala particular da linguagem jurídica diz respeito aquele conhecedor do mundo jurídico que ao leigo, ou seja, aquele que, independente do seu grau de instrução, não conseguirá compreender um texto jurídico de pronto, já que não é conhecedor das ciências jurídicas.
Temos ainda que DAMIÃO (2015) esclarece: “No Direito, é ainda mais importante o sentido das palavras porque qualquer sistema jurídico, para atingir plenamente seus fins, deve cuidar do valor nocional do vocabulário técnico e estabelecer relações semântico-sintáticas harmônicas e seguras na organização do pensamento”.
Para a construção da comunicação, é imprescindível a clareza e precisão das palavras. No direito, é de suma importância a observação do sentido correto das palavras técnicas para que se alcance plenamente os seus fins. 
Fonte: AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros - Campanha pela Simplificação da Linguagem Jurídica.
Podemos destacar três tipos de vocabulário jurídico:
A) Unívocos: são vocabulários de composição técnica. As palavras que contém um único sentido, uma única interpretação.
Conceito Lexical: Que tem um só significado; que só admite uma interpretação; inequívoco.
Fonte: dicionário Michaelis
Exemplos de palavras unívocas:
· Furto: (art. 155 do código penal): subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
· Roubo (art. 157 do código penal): subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência
· Comodato: empréstimo gratuito de coisas não fungíveis (que não se gasta, que não se consome com o primeiro uso).
· Homicídio (artigo 121 do código penal): matar alguém.
· Usucapião: significa adquirir pelo uso e posse, uma propriedade tendo em vista um período que no Código Civil é determinado em quinze anos. Quando a posse recair em domicílio o direito é assegurado após dez anos de contínuo exercício. Finalmente, se o referido ocupante não possuir qualquer outro imóvel, o prazo estabelecido para o respectivo direito será de cinco anos.
B) Equívocos: São palavras com vários significados, possuindo mais de um sentido de acordo com o contexto.
Conceito Lexical: Que tem mais de um significado e dá lugar a várias interpretações; ambíguo.
Exemplos:
· Sequestro (art. 148 e 159 do código penal): “privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado”. “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”.
· Sequestro (art. 301 do código de processo civil): “A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito”.
Pode se referir a um bem, quando o ato processual permite que se apreenda ou deposite um ou muitos bens, porque são objeto de litígio e, como forma de garantir direitos, ficam sub judice (sob apreciação judicial).
· Sequestro-relâmpago (art. 158, parágrafo 3°): é um termo impróprio e reflete a conduta do agente que através de grave ameaça, constrange a vítima a fim de que ela possa lhe entregar o cartão magnético e, diante de muita pressão criminosa, fornecer a senha correspondente a ele. 
C) Análogos: Não possuem a base ou origem de uma palavra. Os termos pertencem a uma mesma família de ideias e sinônimos, apesar de ter a sua etimologia distinta. 
Conceito Lexical: em que há ou que guarda analogia; comparável, semelhante, similar.
Exemplos:
· Resolução: rescisão (fim) de um contrato mediante acordo entre as partes ou ação de terceiros.
· Rescisão: dissolução por lesão do contrato.
· Resilição: dissolução por vontade dos contratantes
Temos ainda, a partir de teorias aplicadas por PETRI (2010) os seguintes vocabulários jurídicos:
[footnoteRef:1](...) [1: PETRI, Maria José Constantino. Manual de linguagem jurídica. São Paulo: Saraiva, 2015., pg. 30 e 31] 
1) Termos que possuem o mesmo significado na língua corrente e na linguagem jurídica, por exemplo: hipótese, estrutura, confiança, reunião, critério, argumento, etc.;
2) Termos de polissemia externa, isto é, termos que possuem um significado na língua corrente e outro significado na língua jurídica, por exemplo: sentença (na língua corrente significa uma frase, uma oração; já na linguagem jurídica, significa a decisão de um juiz singular ou monocrático), ação (na língua corrente significa qualquer ato praticado por alguém, na linguagem jurídica é a manifestação do direito subjetivo de agir, isto é, de solicitar a intervenção do Poder Judiciário na solução de um conflito, podendo, assim, ser sinônimo de processo, demanda);
3) Termos de polissemia interna, isto é, termos que possuem mais de um significado no universo da linguagem do direito, por exemplo: prescrição (pode significar na linguagem jurídica determinação, orientação – a lei prescreve em tais casos que se aplique o art. ...Pode também significar a perda de um direito pelo decurso do tempo – o direito de agir em tais casos, prescreve em dois anos.
4) Termos que só tem significado no âmbito do Direito. (...), como por exemplo usucapião, enfiteuse, anticrese, acórdão, etc.
5) Termos latinos de uso jurídico, por exemplo: caput, data vênia, ad judicia, etc.

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