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Unidades I INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO Prof. Fernando Gorni Breve histórico da Agricultura e da Agropecuária Definimos a palavra agricultura como “cultivo dos campos”, no sentido estrito de cultivo do solo. Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções, medicamentos, ferramentas etc. Em português, a palavra agricultura manteve o sentido estrito e refere-se exclusivamente à produção de vegetais. No entanto, em inglês, assim como em francês, a palavra agriculture indica de maneira mais genérica as atividades agrícolas tanto de cultivo dos campos quanto de criação de animais. Nos primórdios da humanidade, o homem vivia em grupos ou bandos que migravam incessantemente na busca de água e alimento. Breve histórico da Agricultura e da Agropecuária O início histórico da agricultura não é preciso, mas é anterior à história escrita. Admite-se que tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo. Por volta de 9.000 a.C., no Crescente Fértil (uma região que compreende os atuais Egito, Israel, Turquia e Iraque), lentamente começaram a plantar grãos em vez de colhê-los na natureza, porque perceberam que poderiam ser novamente semeados com a finalidade de produção de plantas novas e idênticas. Com o tempo, o homem aprendeu a cultivar diferentes espécies de grãos e plantas nativas e melhorar suas qualidades através do cruzamento com outras espécies. Breve histórico da Agricultura e da Agropecuária Quanto aos animais, observou-se que alguns deles poderiam ser domesticados e criados para o abate. Por volta de 7.000 a.C., começaram também a domesticar animais como ovelhas, porcos e cabras; mil anos mais tarde, domesticaram o gado. O cultivo de plantas e a domesticação dos animais foi transmitido para a Europa, chegando à Península Ibérica há cerca de 4.000 a.C. A fixação paulatina dos grupamentos humanos em um mesmo local permitiu, então, o surgimento de comunidades similares às que conhecemos na atualidade. Também gradualmente surgiram algumas tecnologias aplicadas à produção agropecuária, como a aragem do solo e a adubação da terra por meio do esterco. Breve histórico da Agricultura e da Agropecuária A produção rural ganhou tecnologia e aumentou sua produção, surgindo a agroindústria. Com o crescente avanço, cidade e campo se integraram e surgiu o conceito de cadeias produtivas. O agronegócio é uma complexa forma de produção agropecuária e a agroindústria, fábricas de insumo e máquinas, serviços de crédito, distribuição e marketing são setores que representam um elo de cadeia produtiva. Produção agrícola e agrossistemas Os fatores que interferem na produção agrícola são: terra, trabalho e capital. A importância de cada um desses fatores na agricultura relaciona-se com o grau de desenvolvimento econômico do país ou região. A produção pode aumentar ou não dependendo da melhor utilização da terra, como no uso de sementes e mudas selecionadas, de técnicas de cultivo mais racionais, de fertilizantes, inseticidas etc. Entre os fatores naturais, o clima é o que exerce maior influência no desenvolvimento da agricultura. Caso a chuva atrase, por exemplo, a lavoura fica comprometida; se chover excessivamente, ela também será prejudicada. E os recursos hídricos são fundamentais para a produção agrícola tornar-se mais fácil e com melhores resultados em áreas onde a precipitação é menos abundante e irregular. Produção agrícola e agrossistemas Outro elemento natural indispensável para a agricultura é o solo. É um recurso mineral renovável essencial para os vegetais, uma vez que é nele que a planta se desenvolve e retira nutrientes e água para a germinação, crescimento e produção de frutos. O fator humano está ligado diretamente com a força de trabalho empregada no plantio, nos cuidados e na colheita. Também ganha destaque o capital, pois depende de técnicas e equipamentos sofisticados como: tratores, irrigadores automáticos, semeadeiras, cortadeiras, colheitadeiras, e de fatores antrópicos (aquilo que resulta da atuação humana), como força de trabalho. Produção agrícola e agrossistemas É possível, inclusive, contrabalançar as influências de fatores naturais, como o clima, relevo, fertilidade do solo, pragas e distâncias. Vale lembrar que o trator é considerado o elemento mais importante da mecanização agrícola a partir do século XX. Sua função é a tração e, além do acionamento de outras máquinas, servir como meio de transporte para sistemas de irrigação, entre outros. Como fruto do desenvolvimento tecnológico, os antigos conceitos de agricultura e pecuária tornaram-se ultrapassados; surgiu, então, um novo modo de produção dos bens agropecuários. Produção agrícola e agrossistemas A produção dos bens agropecuários gera a necessidade contínua de melhoria na infraestrutura, como estradas e armazéns, além da necessidade de conquista de novos mercados e aumento dos lucros, promovendo assim a consolidação de propriedades rurais, que se tornaram os novos centros de produção, principalmente para as cidades. A produção agropecuária é dependente do clima local, sendo as condições climáticas o principal fator determinante dos períodos de safra e entressafra, ou seja, respectivamente, determina os períodos de fartura e de escassez de produtos, embora possa ocorrer exceções. Temos, por exemplo, a agricultura em estufas, que suprem mercados na entressafra. Produção agrícola e agrossistemas Lembre-se: sazonalidade refere-se às variações em função das estações ou épocas do ano e entressafra refere-se ao período entre uma safra e outra de determinado produto. Seja com respeito a agricultura ou a pecuária, seus produtos estão sob o risco de doenças e pragas. Quanto à perecibilidade (tendência à deterioração), a vida útil tende a ser curta. Isso exige cuidados específicos a fim de estender sua vida útil. Essa dependência está relacionada aos setores de transporte e de conservação. No caso, o setor de “conservação” depende de tecnologias que possibilitem aumentar o prazo de validade dos produtos e incluem o uso de geladeiras para aumentar a vida útil de vegetais, frutas leite etc. Interatividade Chamamos de sistemas agrícolas: a) as formas de divisão de glebas em relação às culturas desenvolvidas. b) o sistema de distribuição dos cultivos em relação ao solo e a todos os produtos agrícolas. c) as formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas. d) os sistemas planejados de produção agrícola. e) o conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril. Resposta Chamamos de sistemas agrícolas: a) as formas de divisão de glebas em relação às culturas desenvolvidas. b) o sistema de distribuição dos cultivos em relação ao solo e a todos os produtos agrícolas. c) as formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas. d) os sistemas planejados de produção agrícola. e) o conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril. Produção agrícola e agrossistemas Lembre-se: sazonalidade refere-se às variações em função das estações ou épocas do ano e entressafra refere-se ao período entre uma safra e outra de determinado produto. Sazonalidade é um fator muito importante para determinar a qualidade dos produtos, o sabor e o preço. Como a produção não está alinhada aos ciclos naturais de cada espécie de alimento, eles podem receber altas doses de fertilizantes e agrotóxicos, o que influencia muito a qualidade nutricional e sabor. Outro fator que também é afetado pela sazonalidade é o preço. Alimentos cultivados fora de época são mais difíceis de serem produzidos e rendem menos do que em sua época certa e consequentemente,o preço aumenta pela baixa demanda. Produção agrícola e agrossistemas Entressafra: a produção agrícola ocorre ao longo de um ano que não necessariamente coincide com o início em janeiro e fim em dezembro. Para os agricultores, dependendo da cultura que eles plantam, o ano pode se iniciar em qualquer mês do ano e não obrigatoriamente em janeiro como estamos acostumados. Esse ano dos agricultores é denominado ano agrícola e é definido pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de uma determinada cultura que se deseja plantar em um determinado local. Durante a entressafra, o solo fica sem atividade agrícola, o que faz com que alguns agricultores plantem algumas culturas anuais de ciclo curto que consigam desenvolver-se nesse período com as condições climáticas menos favoráveis à cultura principal. Produção agrícola e agrossistemas Os sistemas agrícolas podem se distinguir a partir da tecnologia empregada, do índice de produtividade alcançado, da destinação do produto (comercial, subsistência) ou do tamanho da área cultivada. Entre as principais classificações estão: a) pecuária tradicional: criação de gado sem preocupação com a genética, com a saúde do animal e com a qualidade das pastagens; os animais são criados soltos em grandes áreas sem receber maiores cuidados e com baixa produtividade. b) pecuária moderna: é a criação a partir de cuidados com a genética, analisando as vantagens da criação de uma determinada raça, utilização de medicamentos, além de acompanhamento de um veterinário. Produção agrícola e agrossistemas c) agricultura tradicional: praticada em pequenas propriedades e no cultivo de vários produtos no mesmo local. Esse tipo de agricultura utiliza técnicas rudimentares (uso da enxada, da queimada, do arado e da tração animal), artesanais e ancestrais. Tem como destino de produção o autoconsumo e a subsistência das famílias que a praticam. Tem um baixo rendimento e produtividade agrícolas. Eventualmente, o excedente é comercializado. d) agricultura extensiva: são usados os elementos dispostos na natureza sem ou com a mínima inserção de tecnologias, por isso possui uma baixa produtividade. A produção depende unicamente da fertilidade natural do solo; por não usar insumos agrícolas, é necessário ocupar grandes áreas de cultivo. Produção agrícola e agrossistemas e) agricultura moderna: surgiu após a primeira fase da Revolução Industrial, com base na utilização da energia a vapor e também da eletricidade. Logo, é aquela caracterizada pela maior regularização das safras e pelo aumento da produção agrícola devido à utilização de tratores, colheitadeiras, semeadeiras e alguns novos implementos agrícolas, além de todo suporte tecnológico e científico, inclusive com mão de obra especializada. f) agricultura intensiva: utiliza em todas as etapas da produção um grande número de insumos, de técnicas e tecnologias. Faz parte da agricultura intensiva: a mecanização, aliada ao uso de insumos, além de sementes selecionadas que são imunes a pragas e adequadas ao tipo de clima, herbicidas, inseticidas, entre outros. Os primórdios das agroindústrias Vários fatores, como o baixo nível tecnológico, que limitava a conservação dos produtos agrícolas, as dificuldades de comunicação, a distribuição dos grupamentos humanos e a precária infraestrutura, condicionaram a geração de propriedades rurais e de pequenas comunidades com capacidade de produzir o necessário para garantir sua sobrevivência. Para viabilizar sua preservação ou manutenção, as propriedades rurais tinham culturas diversas e criavam animais de vários tipos. Eram os primórdios das agroindústrias. Nesse período, havia propriedades rurais onde era possível criar galinhas, bois e cavalos, além de produzir café, milho, feijão, arroz, algodão, mandioca, frutas e hortaliças. Os primórdios das agroindústrias Nessas propriedades, o leite das vacas era processado para a produção de queijo e manteiga, o algodão, para a produção de tecido, o milho era transformado em fubá e o café, torrado e moído. Com o desenvolvimento tecnológico, surgiu um novo modo de produção dos bens agropecuários. As novas tecnologias, combinadas com o êxodo rural (a migração da mão de obra excedente no campo para áreas metropolitanas) geraram profundas alterações na estrutura das propriedades rurais, como dependência de serviços e insumos que não eram produzidos na propriedade e, consequentemente, geração de excedentes que abastecem os mercados urbanos, especialização em um tipo de cultura, troca de informações com os centros urbanos e outras propriedades. Os primórdios das agroindústrias Na atualidade, a agropecuária continua a se especializar, seja nos processos produtivos ou em determinados ramos de comercialização dos seus produtos; essa área renova-se continuadamente, de modo a gerar a necessidade de a agricultura evoluir para um complexo de produtores de bens e prestadores de serviços. O termo americano agrobusiness, refere-se, segundo Araújo (2009), “ao conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários tanto in natura (sem nenhum processamento) como também industrializados”. Interatividade Assinale a alternativa incorreta com relação às funções do meio rural. a) Propiciar lazer nos feriados e fins de semana. b) Dar moradia a um segmento crescente da classe média alta. c) Desenvolver atividades de preservação e conservação que propiciem o surgimento do ecoturismo, além da criação de parques estaduais e estações ecológicas. d) Abrigar um conjunto de profissões tipicamente urbanas que estão se proliferando no meio rural em função da urbanização do trabalho rural. e) Receber as indústrias em geral, permitindo o melhor destino dos espaços urbanos para residências. Resposta Assinale a alternativa incorreta com relação às funções do meio rural. a) Propiciar lazer nos feriados e fins de semana. b) Dar moradia a um segmento crescente da classe média alta. c) Desenvolver atividades de preservação e conservação que propiciem o surgimento do ecoturismo, além da criação de parques estaduais e estações ecológicas. d) Abrigar um conjunto de profissões tipicamente urbanas que estão se proliferando no meio rural em função da urbanização do trabalho rural. e) Receber as indústrias em geral, permitindo o melhor destino dos espaços urbanos para residências. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” Fonte: http://i2. wp.com/ www.fee. rs.gov.br /wp- content/ uploads/ 2015/08/2 0160211i nfo1_agr onegocio _novova ca.jpg. Produção e fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos e serviços especializados. Preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheita e criação animal. Transporte, armazenagem, industrialização, distribuição e comercialização. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” Os negócios a montante (ou “antes da porteira”) em relação à agropecuária, são representados pela indústria e comércio, e incluem todas as atividades cuja finalidade é dar suporte à produção agropecuária antes que ela venha a ocorrer de fato. Por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos etc. Assim, tal setor inclui, por exemplo, aqueles que fornecem insumos para os negócios agropecuários, como os financiadores da produção, os fornecedores de insumos, sementes e de tecnologia de modo geral. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” Já o segundo, denominado “dentro da porteira”, refere-se à atividadeprodutiva agropecuária propriamente dita, que representa os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas), ou seja, inclui, no caso da pecuária, todo o processo de criação do rebanho e, na agricultura, o processo de preparo, manejo e irrigação do solo, bem como a colheita. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” Finalizando, denominado “após a porteira”, estão os negócios a jusante dos negócios agropecuários, que estão ligados às atividades desenvolvidas após a produção, aqueles negócios que compram os produtos agropecuários, os beneficiam, os transportam e os vendem para os consumidores finais, como os frigoríficos, as fábricas de fiação, tecelagem e de roupas, os curtumes e as fábricas de calçados, os supermercados e varejistas de alimentos etc., incluindo, por exemplo, a industrialização ou o beneficiamento, embalagem, armazenamento e distribuição dos produtos, além das trading companies e das Empresas Comerciais Exportadoras (ECE), que são especializadas em operações de exportação de produtos para diversos mercados. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” A partir do momento em que compreendemos o agronegócio como um sistema integrado e interdependente, passamos a intervir no sistema de forma global, ou seja, de modo a otimizar benefícios aos produtores e consumidores, fomentando assim o desenvolvimento e o progresso da sociedade. Contudo, não podemos nos esquecer de que, a fim de atingir tal progresso, há muitos problemas e desafios a serem vencidos. Tendo como objetivo tornar possível sobrepujar tais obstáculos, devemos principalmente analisar as cadeias produtivas e como se integram, a fim de que possamos ter conhecimento dos requisitos para otimizar a produção, os lucros e o consumo. Tal otimização, segundo Araújo (2009), pode ser viabilizada usando-se os princípios básicos da competitividade e da sustentabilidade. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” A competitividade refere-se à qualidade do produto propriamente dita e a seu custo no mercado consumidor. O mercado tende a tornar-se diariamente mais exigente quanto à qualidade, enquanto os consumidores tendem a optar pela compra dos produtos de menor custo. Já a sustentabilidade diz respeito à competência da propriedade no sentido de manter-se no mercado. Podemos, assim, concluir que há uma forte interligação entre a competitividade e a sustentabilidade, de modo que empresas sem competitividade estão fadadas a não conseguir manter-se no mercado, tal qual aquelas indevidamente administradas, sem sustentabilidade, são incapazes de produzir produtos competitivos e geradores de lucro. O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” Estima-se que o Brasil possa ocupar um lugar de maior destaque internacional nos próximos anos, visto que o agronegócio brasileiro tem se revelado uma atividade segura, rentável e próspera, com 22% das terras agricultáveis do mundo. Nosso território soma 388 milhões de hectares de terras férteis, agricultáveis e de grande produtividade; porém, destes, 90 milhões de hectares aguardam ser explorados. Temos também energia solar abundante, quase 13% da água doce disponível no planeta, clima diversificado e chuvas regulares, fatores que, somados, credenciam a vocação natural de nosso país para a agropecuária e para os negócios relacionados às suas cadeias produtivas, de modo a tornar o agronegócio brasileiro o principal carro-chefe de nossa economia. O Mercado Agrícola A Primeira Revolução Industrial – a indústria contribuiu com a dinamização da agricultura através dos meios de transporte e novos materiais mecânicos de tração animal, levando a agricultura à primeira crise de sobreprodução agrícola dos anos 1890. Foi preciso fazer inovações para haver rendimento das culturas. Com a especialização dos agricultores, tivemos a Segunda Revolução Agrícola, conhecida como Revolução Verde, também denominada de Agricultura Industrial, Agricultura Convencional ou Agricultura Química. Houve o apoio de órgãos governamentais, empresas produtoras de insumos, de organizações mundiais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O Mercado Agrícola As inovações tecnológicas na agricultura para a obtenção de maior produtividade através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, da fertilização do solo, da utilização de agrotóxicos e da mecanização no campo que aumentassem a produtividade, a Segunda Revolução Agrícola, ficou conhecida como Revolução Verde. A Revolução Verde foi um amplo programa baseado em ações de pesquisa e desenvolvimento, idealizado para aumentar a produtividade agrícola no mundo por meio do melhoramento genético de sementes e do ambiente, com o uso intensivo de insumos agrícolas ou industriais. O Mercado Agrícola A Revolução Verde trouxe inúmeros problemas para o meio ambiente. Com o desmatamento para cultivo, veio também o surgimento de pragas e utilização de agrotóxicos, fungicidas, entre outros produtos. Dessa forma, houve alteração e contaminação em todo o ecossistema – solos, rios, animais, vegetais. Mas a modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção não atingiram produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades, tendo como única forma de pagamento a venda da propriedade para outros produtores, contribuindo para o aumento do êxodo rural. Interatividade A Revolução Verde caracteriza-se principalmente pela industrialização e modernização tecnológica das atividades agropecuárias. Esse fenômeno possui como características. Assinale a alternativa incorreta: a) Uso de técnicas agrícolas avançadas. b) Emprego de agrotóxicos. c) Predomínio de latifúndios monocultores. d) Alteração genética de grãos e plantas. e) Utilização de mão de obra abundante. Resposta A Revolução Verde caracteriza-se principalmente pela industrialização e modernização tecnológica das atividades agropecuárias. Esse fenômeno possui como características. Assinale a alternativa incorreta: a) Uso de técnicas agrícolas avançadas. b) Emprego de agrotóxicos. c) Predomínio de latifúndios monocultores. d) Alteração genética de grãos e plantas. e) Utilização de mão de obra abundante. O Mercado Agrícola O mercado se caracteriza pela especialização e troca frente às atividades econômicas de uma sociedade. Indivíduos, empresas, regiões e países se especializam em determinadas funções porque não é possível desenvolver ao mesmo tempo todas as atividades necessárias para suprir suas demandas. Além disso, as sociedades tendem a concentrar esforços nas funções em que são mais eficientes, ou que apresentam vantagens. Até recomendamos a leitura do livro “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, de Adam Smith (1723-1790), para entender melhor os problemas associados à divisão do trabalho e às trocas, o valor e os preços, o dinheiro e os rendimentos, a acumulação de capital e o desenvolvimento econômico. O Mercado Agrícola – um exemplo Suponha que um agricultor opte por produzir os insumos necessários ao plantio de sua lavoura. Isso é recomendável em sistemas de produção nos quais se propõe o menor uso de adubos químicos, defensivos e sementes híbridas. Mas, não é possível que o agricultor atinja a plena autossuficiênciaem todos os aspectos da produção. Caso opte por produzir seus próprios utensílios e maquinários, não lhe sobrará tempo para se dedicar àquilo que mais sabe fazer, a produção agrícola. Por isso, ele será mais eficiente especializando-se como agricultor, deixando atividades de metalurgia e engenharia para outros. Estes serão mais eficientes especializando-se em suas atividades. Haverá, portanto, a necessidade de troca de maquinário e equipamentos por alimentos e outras matérias-primas agrícolas. O Mercado Agrícola O setor agrícola ocupa uma posição central no quadro econômico brasileiro. Ao longo da história, o setor da agricultura no Brasil passou por diversos ciclos e transformações, indo desde a economia canavieira, pautada principalmente na produção de cana-de-açúcar durante o período colonial, até as recentes transformações e expansão do café e da soja. Atualmente, essas transformações ainda ocorrem, sobretudo garantindo um ritmo de sequência às transformações técnicas ocorridas a partir do século XX, como a mecanização da produção e a modernização das atividades. O Mercado Agrícola A modernização da agricultura no Brasil atual está diretamente associada ao processo de industrialização ocorrido no país durante o mesmo período citado (a partir do século XX), fator que foi responsável por uma reconfiguração no espaço geográfico e na divisão territorial do Brasil. Nesse panorama, o avanço das indústrias, o crescimento do setor terciário e a aceleração do processo de urbanização colocaram o campo economicamente subordinado à cidade, tornando-o dependente das técnicas e produções industriais (máquinas, equipamentos, defensivos agrícolas etc.). A principal marca da agricultura e pecuária no Brasil atual é a formação dos complexos agrícolas, notadamente nas regiões que englobam os estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste. O Mercado Agrícola Com o ano de 2017 encerrado, o Valor Bruto da Produção (VBP) está estimado em R$ 539 bilhões, situando-se 1,87% acima do valor de 2016, de R$ 529,2 bilhões, apontam dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As lavouras alcançaram R$ 364,7 bilhões e a pecuária R$ 174,4 bilhões. Enquanto as principais lavouras tiveram aumento de 4,97% no valor devido ao bom resultado da safra de 2017, a pecuária teve redução de 4,1% no faturamento. O resultado se deve principalmente ao desempenho desfavorável das carnes bovina e de frango, cujos preços ficaram abaixo do ano anterior. Influência do clima no agronegócio O agronegócio está exposto ao clima do planeta, que é muito incerto, e o agronegócio está atualmente cada vez mais vulnerável aos eventos extremos, que surpreendem os produtores e podem afetar intensamente a renda do agronegócio de forma positiva ou negativa. Por isso, é importante reforçar a política agrícola nacional voltada para o financiamento e o seguro da renda agrícola. As regiões com pouca chuva têm prejuízos na lavoura. Logo, os agricultores, atentos a essas variações climáticas, fazem uso de métodos que proporcionem uma maior eficiência da produção, por exemplo, aumentando as áreas plantadas ano a ano para minimizar os efeitos da quebra das plantações de grãos. Influência do clima no agronegócio Ou ainda, os agricultores estão se utilizando da irrigação para conseguir algum resultado na sua lavoura. A irrigação é uma tecnologia nova e avançada com o objetivo de melhorar a qualidade da produção. É ela que identifica quais são os possíveis problemas nas culturas (como a falta de chuvas) e como resolver. Além disso, um projeto de sistema de irrigação pode escolher se quer lançar somente água sobre a plantação ou nutrientes adicionados. A finalidade da irrigação só cresceu para evitar grandes perdas nas produções. O cuidado no projeto de sistema de irrigação auxilia no tempo de vida útil dos equipamentos e no aumento da produtividade. Influência do clima no agronegócio Para conter impactos, estudiosos de diversas entidades nacionais ligadas ao clima, meio ambiente e agricultura têm proposto medidas que direcionam ao controle do desmatamento, incentivo ao sistema de plantio direto, adoção de sistemas agroflorestais e agrossilvipastoris, arborização nos cafezais e melhoramento genético. Existe uma preocupação geral com eventos extremos, pois afetam qualquer cultura, e com a incerteza sobre a incidência de chuva no Brasil. É preciso lembrar que fenômenos são dinâmicos, não são mensurados com muita antecedência, mesmo com supercomputadores. Influência do clima no agronegócio Pesquisa em biotecnologia tende a entrar cada vez mais em pauta no agronegócio de Norte a Sul do País. A busca de genes que aumentam a tolerância das plantas deve resultar em variedades mais resistentes às mudanças climáticas. Porém, o melhoramento genético tem uma tolerância biológica de até 2ºC de aumento. Se os termômetros subirem mais do que isso, é necessário desenvolver uma nova espécie. A identificação de cultivares menos sensíveis às intempéries climáticas e o uso de sementes geneticamente modificadas mais resistentes à seca também são novos métodos a serem colocados em prática. Interatividade A expressão “desenvolvimento sustentável” é empregada para designar a preservação da natureza com a promoção de uma conscientização ambiental na sociedade. Esse termo designa: a) A interrupção das práticas econômicas para garantir a conservação dos elementos naturais. b) A manutenção do desenvolvimento econômico, de modo a garantir a preservação da natureza e dos recursos naturais para as gerações futuras. c) A adoção de medidas de expansão das áreas naturais sobre as zonas de ocupação humana. d) A ampliação das medidas socioeducativas para o uso consciente da natureza. e) Conservação das florestas e reflorestamento. Resposta A expressão “desenvolvimento sustentável” é empregada para designar a preservação da natureza com a promoção de uma conscientização ambiental na sociedade. Esse termo designa: a) A interrupção das práticas econômicas para garantir a conservação dos elementos naturais. b) A manutenção do desenvolvimento econômico, de modo a garantir a preservação da natureza e dos recursos naturais para as gerações futuras. c) A adoção de medidas de expansão das áreas naturais sobre as zonas de ocupação humana. d) A ampliação das medidas socioeducativas para o uso consciente da natureza. e) Conservação das florestas e reflorestamento. ATÉ A PRÓXIMA!
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