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APOSTILA Metodologia_Cientifica_2019

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1
METODOLOGIA CIENTIFICA
METODOLOGIA 
CIENTIFICA
AUTORIA
Josete Pertel
32
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
P468m
Pertel, Josete.
 Metodologia científica / Josete Pertel. – Serra : Multivix, 2017.
 152 f. : il. ; 30 cm 
 Inclui referências.
 1. Ciência e pesquisa 2. Pesquisa científica I. Faculdade Multivix –NeaD. II. Título.
 CDD: 001.42
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
R E I T O R
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta-
cando-se pela oferta de cursos de graduação, 
técnico, pós-graduação e extensão, com quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre 
primando pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo 
de Instituições de Ensino Superior que possuem 
conceito de excelência junto ao Ministério da 
Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas 
no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, 
que são consideradas conceitos de excelência 
em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam todas as 
unidades da Multivix entre as melhores do 
Estado do Espírito Santo e entre as 50 
melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, 
visando à satisfação dos clientes e colabora-
dores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior 
reconhecida nacionalmente como referên-
cia em qualidade educacional.
GRUPO
MULTIVIX
BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE)
FACULDADE MULTIVIX
Diretor Executivo 
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Conselho Editorial 
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de 
Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
Alexandra Barbosa Oliveira CRB/6 00396
54
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
R E I T O R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio
de Oliveira Penina
Diretor Executivo do 
Grupo Multivix
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, 
Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade 
presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada pelo 
MEC, que coloca todas as unidades do Grupo 
Multivix como parte do seleto grupo das Institu-
ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, 
contando com sete unidades do Grupo entre as 
100 melhores do País, a Multivix preocupa-se 
bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, 
procura fazer a sua parte, investindo em projetos 
sociais, ambientais e na promoção de oportuni-
dades para os que sonham em fazer uma facul-
dade de qualidade mas que precisam superar 
alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão 
que é: “Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com 
elevado padrão de qualidade, sempre man-
tendo a credibilidade, segurança e moderni-
dade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade 
sempre foi a melhor resposta para um país 
crescer. Para a Multivix, educar é mais que 
ensinar. É transformar o mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
 ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
76
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO 8
1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA 8
1.2 CONCEITO DE PESQUISA 10
1.3 TIPOS DE PESQUISA 14
1.3.1 FALA DO PROFESSOR 14
1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 19
1.4 LINHAS DE PESQUISA 34
PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA 41
2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA 41
2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO 51
2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA 53
REFERENCIAL TEÓRICO 57
3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM TEXTO PARA SER INSERIDO 
 NUM TRABALHO ACADÊMICO OU CIENÍFICO? 57
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO 
DE LITERATURA 63
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 73
4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NACIONAIS E 
 INTERNACIONAIS 73
4.1.1 FALA DO PROFESSOR: 75
4.2 ARTIGO CIENTÍFICO 75
4.2.1 O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO 76
4.2.2 ESTRUTURA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO 77
4.3 TIPOLOGIAS DE BASES DE DADOS E PRINCIPAIS BASES DE DADOS POR 
 ÁREA DE CONHECIMENTO 82
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE 88
5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE 89
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E AS DIRETRIZES DE LEITURA 110
6.1 DO QUE SE TRATA A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA? 110
6.2 RESUMO 118
6.3 PAPPERS 120
6.4 ARTIGO CIENTÍFICO 121
6.5 RESENHA 122
6.6 DIRETRIZES DA LEITURA 124
6.7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 126
SUMÁRIO SUMÁRIO
98
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
1 PESQUISA CIENTÍFICA: 
CONCEITOS E 
CLASSIFICAÇÃO
1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA
A Metodologia Científica é o estudo 
dos métodos e das técnicas emprega-
dos nas ciências para a realização de 
pesquisas. Constitui o alicerce da for-
mação de um pesquisador ou profis-
sional, em qualquer área da Ciência, e 
fornece subsídios para: utilização dos 
métodos e técnicas de pesquisa, ela-
boração de projetos de pesquisa e pre-
paração de relatórios acadêmicos ou 
técnicos. Somente quem entende as 
bases teóricas da pesquisa do processo científico está apto para a Redação Científica 
Segundo Demo (1996, p.5) [ ] a proposta atual da metodologia científica é de “intro-
duzir na academia o gosto pela pesquisa”.
A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente contribuir para a evolução do co-
nhecimento humano em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e 
executada segundo rigorosos critérios de processamento das informações. Será cha-
A pesquisa é uma atividade volta-
da para a solução de problemas 
teóricos ou práticos com o empre-
go de processos científicos. A pes-
quisa parte, pois, de uma dúvida ou 
problema e, com o uso do método 
científico, busca por uma resposta 
ou solução.
mada pesquisa científica se sua realização for objeto de investigação planejada, de-
senvolvida e redigida conforme normas metodológicas consagradas pela ciência. 
Os trabalhos de graduação e de pós-graduação, para serem considerados pesquisascientíficas, devem produzir ciência, ou dela derivar, ou acompanhar seu modelo de 
tratamento. 
A pesquisa é o único caminho para a efetiva criação do conhecimento. Todos neces-
sitam da pesquisa: o professor para ensinar com eficiência; o aluno, para aprender 
significativamente; a comunidade, pela necessidade de resultados para superação de 
suas deficiências e exigências constantes em todos os setores; as universidades e ins-
tituições, para serem reconhecidas, respeitadas e mantidas como órgãos geradores 
de educação e conhecimentos. 
A vida acadêmica e os trabalhos dos professores devem pautar fundamentalmente 
na atividade de pesquisa, pois atualmente há uma exigência cada vez maior, em 
todos os setores, pela produção e utilização adequada do conhecimento. Produzir, 
utilizar com rapidez e eficiência o conhecimento é fator diferencial entre alunos, pro-
fessores, instituições e até entre nações. 
Pesquisar é uma questão educativa, que deve iniciar-se na pré-escola e nunca mais 
acabar. A disciplina Metodologia da Pesquisa visa motivar os alunos universitários e 
também professores a praticarem a investigação científica, buscando habilidades de 
observar, selecionar, organizar, sintetizar, interpretar, criticar os fatos, os conhecimen-
tos geados e disponíveis.
Para o estudante, pesquisar significa todas as atividades para obtenção de informa-
ções para a realização de suas pesquisas acadêmicas, seminários, até a elaboração de 
monografias e artigos científicos.
O estudante de hoje deve caminhar constantemente para a busca da sua ciência, do 
conhecimento verdadeiro, proveniente da pesquisa científica. 
Dentro desse mundo globalizado e moderno, surge um novo tipo de profissional. É 
aquele que primeiro deve ser ético, deve tomar decisão e deve estar sempre atua-
lizado; em seguida, ser estrategista, tendo a capacidade de compreender, captar, 
analisar, sintetizar, interpretar, concluir e adaptar-se às mudanças provenientes do 
surgimento rápido das tecnologias e oferecer um atendimento rápido, eficiente e di-
1110
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
ferenciado aos seus clientes. Além dessas características, esse profissional precisa ter 
iniciativa, criatividade, capacidade de tomar decisão e saber defendê-la, aceitar críti-
ca, ter capacidade de conviver com os estresses e trabalhar em equipe, ter sobretudo 
qualidade técnica. Assim, a leitura, as constantes atualizações através da participação 
em cursos e eventos, a realização de trabalhos de forma sistematizada, principalmen-
te ligados à profissão, devem ser caminhos importantes a serem seguidos.
A pesquisa científica vem sendo executada em todo o mundo, pelas diferentes 
instituições públicas, privadas e áreas do conhecimento, devido à existência 
de muitos problemas a serem resolvidos na humanidade, e o aumento acele-
rado da população mundial, que por sua vez, vem exigindo melhor qualidade 
de vida. A maior prioridade tem sido dada pelos países desenvolvidos como: 
os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra, o Japão, a França, chegando a 
aplicar até 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em pesquisa, principalmente, 
no setor privado; enquanto os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, 
e nos países subdesenvolvidos, os investimentos não ultrapassam 1,5% do PIB, 
priorizado pelo Governo (FERRÃO, 2008, p.30)
A investigação é uma atividade mi-
lenar, que, no passado, era realizada 
de forma empírica, intuitiva, sujeito a 
erros. A partir do Século XVIII com a 
organização das comunidades cientí-
ficas, passou a ser mais científica, pro-
gredindo para resultados mais rápi-
dos e verdadeiros, ocasionando assim, 
grandes avanços nas diferentes áreas, 
principalmente na Física, na Matemá-
tica, ma Química e na Biologia.
1.2 CONCEITO DE PESQUISA
Pergunto a você, o que é pesquisa? Esta pergunta 
pode ser respondida de muitas formas.
Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemati-
zados, baseados em raciocínio lógico, na busca de 
soluções para os problemas nas diversas áreas, utili-
zando a metodologia científica. 
Curiosidade, criatividade, disciplina 
e especialmente paixão são algu-
mas exigências para o desenvolvi-
mento de um trabalho criterioso, 
baseado no confronto permanente 
entre o desejo e a realidade.
Mirian Goldenberg
Primeiramente buscamos alguns conceitos utilizados sobre o que vem a ser pesquisa. 
De acordo com o Dicionário Brasileiro o Globo, temos que pesquisa é: “Ato de pesqui-
sar; indagação; inquirição; busca; exame de laboratório”. Científica, adjetivo “que diz 
respeito à ciência; que revela ciência; que tem o rigor da ciência; fundado na ciência”.
Muitos são os conceitos, de acordo com Cervo e Bervian (2002) a pesquisa é definida 
como uma atividade voltada para a solução de problemas. Seu objetivo consiste em 
descobrir respostas para perguntas, através do emprego de processos científicos. Já 
Ruiz (1986) afirma que pesquisa é a realização concreta de uma investigação plane-
jada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas 
pela ciência. 
Para Andrade (2003, p. 121) a “Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, 
baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para proble-
mas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. 
De acordo com Gil (2002, p. 17) este autor afirma que a pesquisa pode ser definida como:
[...] o procedimento racional e sistemático que tem colmo objetivo propor-
cionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida 
quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, 
ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desor-
dem que não pode ser adequadamente relacionada ao problema.
Nesse caso, para conhecer a situação problema é necessário adotar métodos, técnicas 
e outros procedimentos para compreensão do problema com vistas à sua resolução.
Segundo Köche (1997, p. 121) “pesquisar significa identificar uma dúvida que ne-
cessita ser esclarecida, construir executar o processo que apresenta solução desta, 
quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão 
aptas para fazê-lo”.
Ruiz (1996, p. 48) considera que “pesquisa científica é realização completa de uma 
investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia con-
sagradas pela ciência”. 
Ainda, segundo Gil (2002) se pesquisa por duas razões fundamentais. Uma de ordem 
intelectual (conhecer pelo puro prazer de conhecer) e outra de ordem prática (para 
1312
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
fazer algo de maneira mais eficiente e eficaz). Porém, sustentamos que a verdadeira 
razão de se apropriar dos processos científicos e de realizar pesquisa está no desafio 
de fazer o mundo um lugar mais digno de ser vivido apontando caminhos para a ver-
dadeira satisfação das necessidades humanas em harmonia com a mãe terra.
De acordo com Marconi e Lakatos (2001, p. 43) estes autores afirmam que a pesquisa:
[...] pode ser considerada um procedimento formal de pensamento reflexivo 
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhe-
cer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do 
que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propos-
tas, utilizando métodos científicos.
Verifica-se que a pesquisa visa responder uma pergunta, um questionamento, uma 
necessidade de conhecimento sobre algo.
Vê-se, segundo essa definição, que a pesquisa social permite a ampliação dos 
conhecimentos no campo da realidade social, entendida aqui em seu sentido 
amplo, envolvendo todos os aspectos relativos ao homem em seus relaciona-
mentos com outros homens e instituições sociais. Nesse sentido então, por 
um lado, pesquisar significa descobrir novos saberes científicos que possibili-
tam o desenvolvimento da ciência. Por outro lado, a pesquisa permite a reso-
lução de uma dificuldade quenão se pode solucionar automaticamente, mas 
apenas por meio de estudo conceitual ou empírico, com base em fontes de 
informação (GONÇALVES, 2005, p. 47).
As pesquisas geram as ciências, e por sua vez, as tecnologias. Abrangem todas as 
áreas onde atua o homem, desde a produção de utensílios domésticos, ferramentas e 
máquinas, passam pela produção industrial, armazenamentos, agricultura, transpor-
te, telecomunicação, informática, atingem de forma até polêmica, a biotecnologia. 
Por meio dela, tem o homem explorando de forma mais rápida e eficiente o meio 
ambiente, o espaço, o combate as pragas e doenças das plantas, a melhoria do se-
tor agropecuário, através do aumento da produtividade, e melhoria da qualidade do 
produto final com menor agressão ao meio ambiente, além de novas descobertas 
nas áreas médica, farmacêutica, comunicação e informática, entre outras.
Collis e Hussey (2005, p. 16) ressaltam que o objetivo da pesquisa pode ser:
• Revisar e sintetizar o conhecimento existente;
• Investigar alguma situação ou problema existente;
• Fornecer soluções para um problema;
• Explorar e analisar questões mais gerais;
• Construir ou criar um novo procedimento ou sistema;
• Explicar um novo fenômeno;
• Gerar novo conhecimento;
• Uma combinação de quaisquer dos itens acima.
De forma bem simples e prática, pesquisar é realizar um conjunto de ações organiza-
das, de modo a investigar e solucionar um problema proposto. 
Verifica-se a união de forças dos blocos econômicos e a grande competitividade ocasio-
nada pela globalização em todos os setores, bem como as exigências e necessidades 
de novos conhecimentos e tecnologias. Assim, a pesquisa científica vem produzindo 
conhecimentos, ciências e tecnologias, através da geração de procedimentos, equipa-
mentos, produtos, métodos, para proporcionar melhor qualidade de vida a todos. 
É praticamente impossível ilustrar todas as tecnologias, os produtos, os métodos, os 
protótipos, enfim, todos os conhecimentos gerados. Fazendo um exercício mental, 
verificamos que a maioria daquilo que era utilizado e consumido há dez anos, nas 
diferentes áreas, vem passando por modificações até os dias de hoje, como: infor-
mática, telecomunicação, automobilismo, máquinas, eletrodomésticos, alimentos, 
empregos, construção civil, agricultura, ensino, medicina, gerenciamento de empre-
sas, biotecnologia, entre outros exemplos. Percebem-se grandes mudanças que, com 
certeza, não aconteceram por acaso e sim, pela geração dos conhecimentos através 
das pesquisas.
Assim, estamos em um mundo de transformações muito rápidas. No passado, as mu-
danças ocorriam mais lentamente. Hoje, ocorre em média uma mudança significati-
va por ano. Portanto, nesta era das tecnologias, as grades curriculares dos cursos nas 
instituições de ensino, devem ser constantemente atualizadas e o profissional deve 
estar sempre bem informado. 
As tecnologias desenvolvidas e colocadas às disposição das pessoas não representam o 
fim, apenas o meio, pois o dom mais completo colocado à disposição da humanidade 
até hoje, que pode ainda levar grandes descobertas, é o presente de “saber pensar”. 
1514
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
A pesquisa é um trabalho em processo não totalmente controlável ou previsível. Ado-
tar uma metodologia significa escolher um caminho, um percurso global do espírito. 
O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisamos, então, 
não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.
1.3 TIPOS DE PESQUISA
1.3.1 FALA DO PROFESSOR
Você sabia que existem vários tipos de pesquisa? Há várias classificações quanto 
aos tipos de pesquisa. Vamos apresentar a seguir, alguns critérios que possam ser 
tomadas como base na realização dessa classificação, conforme retratada por alguns 
autores da área. 
LEITURA RECOMENDADA:
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 
2007. (Realizar uma leitura do capítulo 1). 
Vale ressaltar que existem várias classificações da pesquisa feita de forma diferente por 
alguns autores. Adotamos a classificação que iremos abordar abaixo apenas por consi-
derarmos que a mesma atende-nos dentro da Disciplina Metodologia da Pesquisa. 
A forma clássicas de classificação da pesquisa a ser apresentada a seguir, está seguin-
do o autor Gil (1991).
a. Quanto à sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como básica ou aplicada.
É muito comum haver certa confusão ao aluno quanto ao entendimento 
da classificação da pesquisa quanto a suas particularidades. Portanto, 
vamos estudar cada um de forma que possa conseguir compreender de 
forma clara, sem haver erros de entendimento. 
1716
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
 > Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da 
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses univer-
sais. Está intimamente relacionada ao meio acadêmico.
 > Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática diri-
gidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. 
Este tipo de pesquisa está especialmente relacionada ao desenvolvimento 
tecnológico e aos interesses econômicos, comerciais e sociais vigentes.
b. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema a pesquisa pode ser 
classificada em pesquisa quantitativa e qualitativa.
 > Pesquisa Quantitativa: Segundo Bauer e Gaskell (2003, p.22) a pesquisa 
quantitativa “lida com números, usa modelos estatísticos para explicar os da-
dos e é considerada pesquisa hard”. 
Para Richardson (1999, p. 70), 
A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tan-
to nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas 
por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, 
média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, 
análise de regressão etc.
 > Pesquisa Qualitativa: Para Godoy (1995, p. 42), “considerando que a aborda-
gem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se apresenta como uma 
proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a criativida-
de levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques”. 
Hoje em dia a pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as vá-
rias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres huma-
nos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes. 
Algumas características básicas identificam os estudos denominados “quali-
tativos”. Segundo esta perspectiva, um fenômeno pode ser melhor compre-
endido no contexto em que ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado 
numa perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo buscando 
“captar” o fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele en-
volvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes. Vários tipos de da-
dos são coletados e analisados para que se entenda a dinâmica do fenômeno. 
(GODOY, 1995, p. 21).
Considerando que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se 
apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imagina-
ção e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos 
enfoques. (GODOY, 1995). 
c. Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada em: exploratória, descriti-
va e explicativa.
 > Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o pro-
blema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve le-
vantamento bibliográfico; entrevista com pessoas que tiveram experiências 
práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a 
compreensão. (GIL, 2007).
 > Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada popu-
lação ou fenômeno o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o 
uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e a observa-
ção sistemática.(GIL, 2007).
Cervo e Bervian (2002, p. 66-67) ressaltam que a pesquisa descritiva pode assumir 
diversas formas, entre as quais se destacam:
a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características, 
propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pes-
quisada. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam 
identificar as representações sociais e o perfil de indivíduos e grupos, como 
também os estudos que visam identificar estruturas, formas, funções e con-
teúdos. 
1918
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências 
que as pessoas têm a respeito de algum assunto, com o objetivo de tomar 
decisões. A pesquisa de opinião abrange uma faixa muito grande de inves-
tigação que visam identificar falhas ou erros, descrever procedimentos, des-
cobrir tendências, reconhecer interesses e outros comportamentos. Essa mo-
dalidade de pesquisa é a mais divulgada pelos meios de comunicação, pois 
permite: tratar de temas do cotidiano, como intenções de votos, de compras 
e de consumo, verificar tendências da opinião pública e mesmo permitir que 
se crie, por meio da manipulação de dados, das opiniões contra ou a favor de 
temas polêmicos, como aborto, pena de morte, redução da idade penal,etc. 
 
c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que 
levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que de-
terminam certos comportamentos ou atitudes. 
 > Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contri-
buem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da rea-
lidade porque explica a razão, e o porquê das coisas. Quando realizada nas 
ciências naturais requer o uso de métodos experimental e nas ciência sociais, 
uso do método observacional. (GIL, 2007). 
d. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada 
em: bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso, ex 
post-facto, pesquisa-ação e pesquisa participante. 
 > Pesquisa Bibliográfica: 
Também denominada de 
revisão de literatura, é feita a 
partir de material científico 
publicado previamente por 
outros pesquisadores nos 
diversos meios de circula-
ção científica (livros, artigos 
científicos de periódicos e 
congressos, dissertações de 
mestrado e tese de douto-
rado). Utiliza-se de material 
já publicado e atualmente com informações disponibilizadas na internet. 
Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas 
pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua 
principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama 
de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesqui-
sar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar as fonte 
primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários 
para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em 
bibliotecas públicas, faculdades, universidades, e atualmente, os acervos que 
fazem parte de catálogos coletivos das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002).
1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
1.3.3 
1.3.4 
2120
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Cervo e Bervian (2002, p. 65) destacam ainda que a “pesquisa bibliográfica procura 
explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”. 
 > Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não rece-
beram tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documen-
tos oficiais, reportagem de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, 
gravações, etc., ou ainda documentos de primeira mão, que de alguma forma 
já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa, 
tabelas estatísticas, etc. (GIL,1999); e os localizados no interior de órgãos pú-
blicos ou privados, como: manuais, relatórios, balancetes, etc.
2322
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
 > Pesquisa Experimental: Quando se determina um objeto de estudo, sele-
cionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as 
formas de controle da observação dos efeitos que a variável produz no objeto. 
A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis 
a serem estudadas, como também o seu controle e por isso, na maioria das 
situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. Esse tipo de pesquisa 
é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos co-
laterais do uso de determinado medicamento em crianças de até oito anos 
de idade. Logo é empregada nessa pesquisa metodologia sistematizada e 
controlada. (GIL, 1996)
 > Pesquisa-Levantamento: 
 
A pesquisa de levantamento ou “Survey” visa descrever a distribuição das 
características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da 
população. Por exemplo, quando queremos avaliar a opinião dos eleitores a 
2524
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
respeito dos candidatos às próximas eleições. Ou quando queremos estimar a 
opinião de estudantes à respeito da pena de morte. Ou ainda quando quere-
mos conhecer a distribuição de audiência da TV. E envolve a interrogação 
direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer a cerca do pro-
blema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as 
conclusões correspondentes aos dados coletados. Exemplo: pesquisa sobre a 
usabilidade de um software, aplicada a um grupo específico de usuários e 
pesquisa de mercado em geral. O levantamento feito com informações de 
todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O 
levantamento usa técnicas estatísticas, análise e quantitativa e permite a 
generalização das conclusões para o total da população e assim para o uni-
verso pesquisado. Os dados são mais descritivos que explicativos.
 > Estudo de Caso: Envolve um estu-
do profundo e exaustivo de um ou 
poucos objetos, de maneira que se 
permita o seu amplo e detalhado 
conhecimento (GIL, 1999). O estu-
do caso pode abranger análise de 
exame de registros, observação de 
acontecimentos, entrevistas estru-
turadas e não-estruturadas ou 
qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um 
grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma 
situação (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada 
nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais 
da pesquisa de temas complexos, para construção de hipóteses ou reformu-
lação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A 
coleta dos dados geralmente é feita por mais de um procedimento, entre os 
mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e histó-
ria da vida. (GIL, 1999).
2726
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
 > Pesquisa Ex-Post Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O 
pesquisador não tem controle das variáveis (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa 
experimental, mas difere da experimental propriamente dita pelo fato de o 
fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre 
ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do 
acontecimento. Por exemplo, a verificação do processo de erosão sofrido por 
uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar (BOENTE, 
2004). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais
 > Pesquisa de campo: A pesquisa de 
campo é considerada por alguns auto-
res como Ferrão (2008) uma técnica de 
pesquisa, que é utilizada para gerar co-
nhecimentos relativos a um problema, 
testar hipótese, ou provocar novas des-
cobertas em uma determinada área. 
 > Pesquisa-Ação: 
 
A pesquisa-ação é concebida e realizada em estreita associação com uma 
ação ou coma resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e 
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos 
de modo cooperativo ou 
participativo (GIL, 1999). 
Objetiva definir o campo 
de investigação, as ex-
pectativas dos interessa-
dos, bem como o tipo de 
auxílio que estes pode-
rão exercer ao longo do 
processo de pesquisa. 
Implica no contato direto 
com o campo de estudo 
envolvendo o reconheci-
mento visual do local, 
consulta a documentos 
diversos, sobretudo, a discussão com representantes de categorias sociais 
envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa, e recomenda-
-se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos 
investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que quantitativo. É 
importante a elaboração de um plano de ação, envolvendo os objetivos que 
se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, 
2928
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus 
resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o 
plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade dos 
resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no 
processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada.
 > Pesquisa Participante: 
 > Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma 
função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-defi-
nida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. 
O grupo investigado tem ciência da finalidade, os objetivos da pesquisa e 
da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio 
momento em que ocorrem. Esta pesquisa necessita de dados objetivos 
sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio-
-econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica às adquiridas nos 
tradicionais estudos de comunidades. Esses dados podem ser agrupados 
por categorias, como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais, 
educacionais, entre outros. (GIL,1996).
RESUMINDO....VAMOS RECORDAR????
As coletas de dados poderão ser advindas também dos seguintes instrumentos 
de coleta de dados: Observação, entrevista, questionário e formulário.
Vamos falar um pouco sobre cada um deles para que você compreenda-os quando 
precisar de utilizá-los em suas pesquisas. 
 > Observação: A observação constitui elemento fundamental para a pes-
quisa. É utilizada de forma exclusiva ou conjugada a outras técnicas. Se-
gundo os meios utilizados, a observação pode ser estruturada ou não-es-
truturada. De acordo com o nível de participação do observador, pode 
ser participante ou não-participante. Gil (2006) afirma que a observação 
participante tende a utilizar formas não estruturadas, podendo ser adota-
da a seguinte classificação, que combina os dois critérios considerados: 
observação simples, observação participante e observação sistemática. 
Na observação simples, o pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou 
situação que pretende estudar e observa de maneira espontânea os fatos que ocor-
rem. O pesquisador é muito mais um espectador que um ator.
3130
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
A observação participante ocorre por meio do contato direto do investigador com 
o fenômeno observado, para detectar as ações dos atores em seu contexto natural, 
considerando sua perspectiva e seus pontos de vista. O observador assume o papel 
de um membro do grupo. (GIL, 2006).
 > Entrevista: 
 
Entrevista é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter informa-
ções a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou 
programada de forma profissional. A conversa é efetuada frente a frente 
com entrevistado e entrevistador, de forma sistemática e metódica, possibi-
litando assim, obter informações necessárias do entrevistado para realização 
do trabalho. 
Ferrão (2008, p.105), define entrevista:
como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in-
formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação 
de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, 
para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um 
problema social.
A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas. Com uma estru-
turação previamente determinada, a entrevista é realizada com a intenção de obter 
informações de pesquisa. É uma das técnicas de coleta de dados mais usadas nas 
ciências sociais. (GIL, 2006). O pesquisador deve planejar a entrevista delineando o 
objetivo a ser alcançado e cuidando de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação. 
As entrevistas podem ser estruturadas (com perguntas (com perguntas definidas) ou 
semiestruturadas (permitindo maior liberdade ao pesquisador). 
QUESTIONÁRIO: 
Perguntas podem ser:
Abertas – respondem com suas palavras.
Fechadas – já contem as possíveis respostas.
Duplas – já contem as possíveis respostas, podendo responder mais que uma.
De acordo com Gil (2006, p. 119): 
as entrevistas mais estruturadas são aquelas que predeterminam em maior 
grau as respostas a serem obtidas, [...] e as menos estruturadas são desen-
volvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um modelo 
pré-estabelecido de interrogação.
 > Questionários: 
O questionário é o que exige maior atenção do pesquisador por se tratar de 
um instrumento irreversível, ou seja, no caso de ocorrência de algum proble-
ma que inviabilize a utilização desse instrumental, será preciso um novo 
3332
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
levantamento. Por isso, exige maior planejamento. Essa técnica de investiga-
ção, composta por questões apresentadas por escrito às pessoas, tem a 
intenção de identificar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectati-
vas, situações vivenciadas e outros. (GIL, 2006). 
As situações em que o questionário deve ser utilizado, segundo Labes (1998, p. 17) são:
• Necessidade do registro de informações (comprovação/cientificidade); 
• Existência de dados padronizados para posterior mensuração; 
• Dispersão geográfica do público-alvo; 
• Amostra ou população numerosa; 
• Desconhecimento dos fatores quantitativos do problema (causa-efeito); 
• Grande número de variáveis intervenientes.
Para elaborar um questionário, deve-se refletir sobre os objetivos da pesquisa e pas-
sá-los para questões específicas. São as respostas que apresentarão as informações 
necessárias para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa. Segundo 
Labes (1998), as etapas do questionário podem ser:
a. Pesquisa;Elaboração do questionário;
b. Testagem ou pré-teste;
c. Distribuição e aplicação;
d. Tabulação dos dados;
e. Análise e interpretação dos dados.
Gil (2006) cita três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas, questões 
abertas e questões relacionadas. Na questão fechada, Dencker (2000) acrescenta per-
guntas com escala.
No questionário do tipo questões fechadas, apresenta-se ao respondente um con-
junto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa 
sua situação ou ponto de vista.
Segundo Ferrão (2008, p. 106), “Questionário é uma técnica de coleta de dados atra-
vés de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, 
sem a presença do entrevistador”.
 > Formulário: É uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta d 
dados resultantes quer de observações quer de interrogações, e o seu preen-
chimento é feito pelo próprio investigador. Entre as vantagens que o formulá-
rio apresenta, podemos destacar a assistência direta do investigador, a possibi-
lidade de comportar perguntas mais complexas e a garantia da uniformidade 
na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são fornecidos. O formu-
lário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusivea analfabetos, o que 
não ocorre com o questionário (CERVO, BERVIAN; DA SILVA, 2007).
Estimado aluno é importante que entenda que existem várias classificações da pes-
quisa conforme apresentado nessa unidade. Toda essa classificação da pesquisa é 
importante uma vez que organizam os procedimentos a serem realizados durante 
uma pesquisa científica. Porém, observa-se que muitas vezes os alunos não mencio-
nam as mesmas em seus trabalhos de pesquisa e quando fazem esta não se concre-
tiza de forma efetiva nos seus trabalhos de pesquisa. Uma forma bem eficiente na 
3534
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
pesquisa é empregar mais de um tipo de pesquisa e não apenas um especificamen-
te. Dessa forma, aumentam as possibilidades de sucesso na obtenção de respostas 
aos problemas estudados.
1.4 LINHAS DE PESQUISA
Vale ressaltar que esse assunto de Linhas de pes-
quisa é muito utilizado em projetos de pesquisa 
como exigências do CNPQ (Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e no 
cadastramento do Currículo Lattes na Plataforma 
do CNPQ. Portanto, é nesse momento que iremos 
abordar de forma bem resumida sobre o assun-
to, pois ainda existem muitas divergências sobre 
esse assunto. 
A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato 
de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au-
sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de 
cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes-
quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas 
por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc. 
Linha de pesquisa é o tema ou assunto pesquisado pelo grupo, de onde se originam 
projetos cujos resultados guardam afinidades entre si. Um mesmo grupo de pesquisa 
pode ter uma ou mais linhas de pesquisa. O grupo e as linhas de pesquisa são ditos 
“institucionais” quando oficialmente reconhecidos e aprovados pela instituição.
Dessa forma para definir uma Linha de pesquisa, pode-se adotar o conceito de um 
traço imaginário que: 
• determina o rumo, ou o que será investigado num dado contexto ou realidade;
• limita as fronteiras do campo específico do conhecimento em que deverá ser 
inserido o estudo;
• oferece orientação teórica aos que farão a busca;
• estabelece os procedimentos que serão considerados adequados nesse processo.
As linhas de pesquisa são classificadas dentro de cada área específica. 
No texto pretende-se definir o conceito de linha de pesquisa. Para chegar a esta de-
finição, é feita uma discussão a respeito dos seus elementos componentes, extraindo 
tais elementos de trechos de diálogos feitos com dois pesquisadores e um técnico 
com experiência nas áreas de gestão de ciência e tecnologia e de pós-graduação, 
e analisando significados descritos em dicionários. É proposta uma definição com 
característica metafórica, mas incluindo quatro elementos essenciais que permitem 
a sua operacionalização. Em seguida, o conceito é testado, sendo levado em conta 
o seu uso em programas de pós-graduação, em grupos de pesquisa e em curriculo 
vitae de pesquisadores, nos contextos do CNPq e da CAPES. Finalmente, o conceito 
de linha de pesquisa é comparado com os conceitos de área de concentração e pro-
jeto de pesquisa, e é apresentado o argumento de que ele precisa ter uma natureza 
institucional e não individual.
Decidi manter o foco do presente texto na questão que considero essencial, que é a 
de tentar definir o conceito de linha de pesquisa, embora essa expressão pareça ser 
bastante mencionada (mas pouco compreendida). É bastante provável, além disso, 
que tais linhas de pesquisa, numa quantidade bastante significativa de casos, nunca 
tenham passado por instâncias de discussão e aprovação institucionais.
3736
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
A falta de precisão na definição de conceito de linhas de pesquisa é provavelmente 
uma das causas dos problemas. 
A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato 
de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au-
sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de 
cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes-
quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas 
por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc. É sabido que uma 
medida, antes de ser usada, necessita de cuidadosa definição operacional.
Para tentar organizar algumas informações 
que possam ajudar um pouco a entender o 
que seja linha de pesquisa, decidi começar 
por uma revisão da literatura especializada 
e das definições que possam compor ou 
ser equivalentes ou estar nas vizinhanças 
ou próximas das fronteiras do conceito de 
linha de pesquisa.
O termo LINHA DE PESQUISA usado no 
âmbito do DGPB (Diretório dos Grupos de 
Pesquisa no Brasil) é propositalmente ‘frouxo’ em sua formulação - pretende-se opor-
tunizar ao líder do grupo um espaço genérico para apresentação da(s) linha(s) ge-
ral(is) de trabalho do grupo - em tese um detalhamento do ‘objetivo geral’ do grupo.
No entanto, uma ‘linha de pesquisa’ pode agregar diversos grupos - nestes casos, tra-
ta-se de uma abordagem mais ‘aberta’ para a expressão ‘linha de pesquisa’, que pode 
corresponder até mesmo a um amplo projeto transinstitucional, e pode ser compar-
tilhada por diversos grupos de pesquisa.
Uma ‘linha de pesquisa’ pode fazer referência mais específica aos trabalhos do grupo 
- neste caso, limitada a um escopo bem mais restrito, com o objetivo de apresentar 
em maior grau de detalhe o trabalho desenvolvido, de forma que um único grupo de 
pesquisa pode ter várias ‘linhas de pesquisa’”.
Nesta definição, é possível identificar três dos quatro elementos essenciais do concei-
to de linha de pesquisa: objetivo, delimitação de escopo e referência a atividades de 
trabalho. Não há menção à orientação teórica da linha de pesquisa; mas, por outro 
lado, inclui uma noção interessante que aproveitarei mais adiante: a de frouxidão 
terminológica.
Na ajuda do programa Coleta Capes, que gera os relatórios dos Programas de Pós-
-Graduação, uma linha de pesquisa é definida como “um domínio ou núcleo temáti-
co da atividade de pesquisa do Programa, que encerra o desenvolvimento sistemáti-
co de trabalhos com objetos ou metodologias comuns”.
O problema desta definição é que ela permite a construção incompleta de uma linha 
de pesquisa: estabelece que um campo de atividade ou de trabalho deve ser delimi-
tado; mas coloca como alternativas duas condições que deveriam estar necessaria-
mente presentes: os objetos e as metodologias.
O Coleta Capes também indica que a cada linha de pesquisa podem ser associados 
vários projetos, e que linhas de pesquisa deveriam estar sob o domínio temático de 
uma área de concentração. Portanto, existiria uma espécie de hierarquia, que do ge-
ral para o específico compreenderia: área de concentração, linha e projeto de pesqui-
sa. Mas o que diferencia uma da outra? Sugiro que seja utilizado um continuum de 
frouxidão progressiva, sendo o nível inferior ou mais específico o de projeto, o mais 
bem definido. Comecemos pelo nível de área de concentração, o mais geral. 
Uma área é um espaço aberto ou campo, delimitado por algo maior que ele ou conti-
do no interior de algo que tenha maior âmbito. Se essa área é de concentração, deve 
agrupar ações e fazê-las convergir para um centro, de modo a adensar, fortalecer 
ou tornar mais ativo determinado domínio de conhecimento. Assim, uma área de 
concentração deve compreender um campo bem delimitado de certo(s) ramo(s) de 
conhecimento(s), atividade(s) ou competência(s). No caso da pós-graduação, o que é 
maior do que uma área de concentração (ou que pode incluí-la),pode ser um Progra-
ma, se este tem várias áreas de concentração, ou uma unidade organizacional como 
um departamento, instituto ou faculdade. Menor do que uma área de concentração 
seria uma linha de pesquisa. Mas o que diferencia as duas? Parece que o conceito de 
área de concentração admite parte das atribuições de linhas de pesquisa: sempre 
limita as fronteiras do espaço, mas nunca estabelece simultaneamente os rumos da 
pesquisa, a orientação teórica e os procedimentos.
3938
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Assim, o conceito de área de concentração é mais frouxo do que o de linha de pesqui-
sa. E como este se compara com o de projeto? Em primeiro lugar, este tem todas as 
características das linhas: rumo, orientação teórica, procedimentos e fronteiras. Além 
disso, projetos bem elaborados especificam cuidadosamente os recursos que serão 
usados para alcançar seus objetivos, tais como docentes, pesquisadores, alunos, téc-
nicos, equipamento e financiamento. Linhas de pesquisa, neste sentido, especificam 
os projetos nelas contidos; mas a agregação ou combinação deles muito raramente 
permitiria a consecução dos objetivos e finalidades de uma linha de pesquisa, que 
são formulados em longo prazo, enquanto isto é geralmente uma premissa de pro-
jetos bem elaborados. Devo lembrar, além disso, que projetos de pesquisa podem 
existir fora do âmbito de linhas de pesquisa. O próprio programa Coleta Capes sabia-
mente prevê essa possibilidade.
Pesquisadores com freqüência listam suas linhas de pesquisa, sem qualquer preo-
cupação com fazê-las equivalentes às linhas de seus Programas de Pós-Graduação 
ou grupos de pesquisa. Na verdade, eles estão listando seus interesses pessoais de 
pesquisa. Contudo é bom lembrar o que está, neste caso, sendo efetivamente men-
cionado, copiando o que existe na ajuda do programa do Curriculum Lattes: linhas 
de pesquisa representam temas aglutinadores de estudos técnico-científicos que se 
fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resulta-
dos guardam relação entre si.
Do ponto de vista do funcionamento do Programa, a definição de linhas de pesquisa 
não pode ter influência no sentido de cercear a liberdade criativa ou a experimen-
tação de novos caminhos que se mostrarem promissores, até mesmo em virtude de 
identificação de expressiva demanda por uma especialidade não prevista na propos-
ta original de criação do Programa. Exatamente por isso, a desativação de linhas de 
pesquisa e a criação de outras são procedimentos encarados com naturalidade, e ex-
plicitamente previstos na burocracia da Capes. A especificação de linhas de pesquisa 
muito abrangentes também não vai alterar a natureza das atividades de pesquisa 
efetivamente desempenhadas pelos pesquisadores do Programa. Tal tipo de espe-
cificação, portanto, não vai garantir maior coesão ou homogeneidade no Programa”.
A organização do conhecimento humano e as estruturas das linhas de pesquisa e 
dos métodos educacionais definem, para a universidade, uma matriz de interdepen-
dência entre as áreas básicas, comuns a grandes ramos do conhecimento e a todas 
as linhas de trabalho científico, e áreas profissionais. 
A instituição que oferece o curso de mestrado e doutorado deve apresentar, por oca-
sião dos contatos pessoais com os candidatos, as informações sobre suas linhas cur-
riculares e projetos de pesquisa em andamento e em preparo; com isto é possível 
elaborar, em conjunto com os candidatos, planos de trabalho na forma de um com-
promisso recíproco, flexível e responsável.
LEITURA RECOMENDADA:
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 
2007. (Realizar uma leitura do capítulo 4). 
SUGESTÕES DE FILMES 
Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor 
o sobre pesquisa.
Filme: CRIAÇÃO. Direção: Jon Amiel. Produção: Jeremy Thomas.Reino Unido: 
Han Way Film, 2009. 1 DVD (108 min). 
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ZcRP822h22A
Foco: Charles Darwin e a “Origem das Espécies”. 
4140
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir.
Você entendeu a definição de pesquisa e a classificação dos diferentes tipos de 
pesquisa? Então, faça a auto-avaliação.
ANOTAÇÕES
2 PROJETO DE PESQUISA: 
ESTRUTURA
Caro aluno, você sabe como é a elaboração de um projeto de Pesquisa? Ao pensar 
em pesquisa, devemos, antes de tudo, planejar as fases de investigação, de forma que 
seja garantida a viabilidade da pesquisa. Aproveite para aprender um assunto impor-
tante para a sua área profissional.
De acordo com Rauen (2002, p. 47):
quando alguém quer construir uma casa, pode fazê-lo sem planejar? Não, 
primeiro terá de fazer uma planta, com um plano de como será a casa, um 
cronograma de tempo para construir, um orçamento que antecipa os gastos 
necessários para a construção.
Para o desenvolvimento de uma pesquisa, não é muito diferente; devemos primei-
ro fazer um projeto, que é uma seqüência de etapas metodológicas estabelecidas 
pelo pesquisador; essas etapas devem ser adequadas aos procedimentos da meto-
dologia científica. 
Durante a sua vida acadêmica, você desenvolverá muitas pesquisas e precisará elaborar 
muitos projetos, necessitando aplicar os conhecimentos adquiridos nesta disciplina.
2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA
O pesquisador, uma vez definido o objeto da pesquisa, deve pesquisar buscando 
conhecimento para avaliar a questão em estudo. Deverá efetuar um levantamen-
to bibliográfico e fazer uma análise do que já foi produzido sobre o assunto e tam-
bém promover uma discussão do problema com outros profissionais, principalmente 
aqueles ligados à área, para amadurecimento, obtenção de novas interpretações e 
sugestões referentes à questão. Após cumpridas essas premissas básicas o pesquisa-
dor está apto a elaborar uma proposta de projeto.
4342
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
O primeiro passo a ser dado, por aquele 
que se propõe a desenvolver uma pesqui-
sa, é a escolha do assunto; isso dá início ao 
planejamento. A escolha certa do assun-
to tema é fundamental, segundo Martins 
(2000, p. 19), mas, selecionar um tema, 
não é tarefa tão fácil! O assunto de uma 
pesquisa deve tratar de um tema que ne-
cessite de melhores definições, novos relacionamentos entre variáveis, maior preci-
são, enfim, um tema que exija maior aprofundamento ou dilatação de suas fronteiras.
Lembre que, em qualquer área, o campo para pesquisas é vasto e pode causar an-
gústia durante o período que precede a opção por um assunto e não por inúmeros 
outros. Mesmo quando o próprio curso sugere a área, incumbirá sempre ao aluno 
delimitá-lo, circunscrevê-lo e determinar o aspecto sob o qual o focalizará.
Na elaboração do projeto, o autor deve ter conhecimento profundo sobre a área que 
pretende pesquisar, precisa definir e delimitar o assunto que trabalhará, deve conhe-
cer a hipótese que será testada no estudo. Os conhecimentos teóricos da área de 
“... o ponto inicial de uma pesquisa 
não pode e não deve ser a meto-
dologia, mas antes a relevância do 
problema”. (ALVES, 1981)
atuação são adquiridos através de muitas leituras, cursos, contatos com outros profis-
sionais, visitas a outras instituições, enfim, através das experiências de toda uma vida 
profissional direcionada para os princípios científicos.
O projeto é um documento técnico, científico e administrativo, através do qual o pes-
quisador formaliza o compromisso de usar a sua inteligência e o seu talento, na busca 
de soluções científicas para o problema. Através dele, identificam-se as qualidades 
profissionais e de caráter como: espírito científico, inteligência, objetividade, intelec-
tualidade, maturidade profissional, criatividade, originalidade, honestidade, zelo pro-
fissional, humildade e organização (FERRÃO, 2008).
Todo trabalho de pesquisa científica inicia-se pelo projeto, nele descreve-se e detalha-
-se asfases da pesquisa, oferecendo subsídio para efetuar um bom planejamento refe-
rente a pessoal, equipamentos, tempo, materiais de consumo, recursos financeiros, etc.
Na elaboração de um projeto deve-se ter objetivos bem definidos, planos de coleta, 
e se necessário, de análise dos dados, precisão de tempo de execução e de recursos 
para sua viabilização. O projeto serve de ponto de partida para a elaboração de uma 
pesquisa, para o planejamento geral do trabalho, para a obtenção de bolsas de es-
tudos, para o financiamento de pesquisas e para apresentar ao professor/orientador 
com intenção de elaboração de uma monografia, dissertação ou tese. 
4544
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
O planejamento da pesquisa científica se completa com a montagem do projeto de 
pesquisa, que traça o caminho intelectual inicial de todo o processo posterior. A cole-
ta de dados e a redação final do trabalho são planejados aqui. São sugeridos como 
indispensáveis (devendo estar absolutamente claros para o pesquisador) o planeja-
mento de sete itens:
INTRODUÇÃO (O que se vai fazer? e “por quê”?).
Neste item será apresentado o tema de 
pesquisa, o problema a ser pesquisado e 
a justificativa. 
Contextualize, abordando o tema de for-
ma a identificar os motivos ou o contexto 
no qual o problema ou a(s) questão(ões) de 
pesquisa foram identificados.
Permita que se tenha uma visualização si-
tuacional do problema. Restrinja sua abor-
dagem apresentando a(s) questão(ões) que 
fizeram você propor esta pesquisa.
Na pesquisa, o tema é universal, 
mas não é possível, principalmente 
em trabalho acadêmicos, pesqui-
sar algo muito amplo, até mesmo 
pela limitação de tempo que te-
mos. Então, primeiramente, deve-
mos analisar os aspectos direta-
mente relacionados à questão e, 
em seguida, ir focando, até afunilar, 
ou delimitar o assunto. 
Indique as hipóteses ou os pressupostos que estão guiando a execução da pesquisa. 
Hipóteses ou pressupostos são respostas provisórias para as questões colocadas acima. 
Apresente os argumentos que indiquem que sua pesquisa é significativa, importante 
e/ou relevante. 
Indique os resultados esperados com a elaboração da pesquisa. 
Na escolha do tema e delimitação do tema: podem ser utilizados alguns critérios 
para ajudar na escolha do tema, como originalidade (mesmo que o trabalho não 
seja original deve apresentar alguma novidade, novo enfoque, novos argumentos ou 
pontos de vista), relevância (importância ou utilidade), viabilidade (econômica e de 
tempo), preparo técnico e existência de fontes;
Segundo Andrade (2001, p. 24-25), na escolha do tema:
você deve levar em conta a atualidade e relevância, seu conhecimento a res-
peito, sua preferência e a aptidão pessoal para lidar com o assunto, o tem-
po disponível e necessário para levar a bom termo a pesquisa (não podemos 
optar por um assunto que exija muito mais tempo de pesquisa do que dis-
pomos) e o fator econômico para disponibilizar recursos materiais que serão 
utilizados na pesquisa, analisando se há possibilidade financeira para arcar 
com todos os custos orçados.
JUSTIFICATIVA DO TEMA: consiste em apresentar motivos bons o bastante para o 
desenvolvimento da pesquisa. O que se pretende é que o leitor adquira convicção 
semelhante à do pesquisador: o tema é relevante e abrangente o bastante para me-
recer uma investigação científica. Um tema pode ter importância social, científica ou 
acadêmica. O desenvolvimento dele pode trazer benefício direto para a sociedade 
em geral, ou para um grupo social específico, ao resolver ou encaminhar a solução 
para a necessidade ali instalada. Pode também beneficiar de imediato uma ciência 
contribuindo com informações para o avanço de determinado estudo científico. Pode 
ainda beneficiar o processo acadêmico, facilitando ou inovando o ensino-aprendiza-
do de um assunto;
 > problematização (delimitação do problema): transformação de uma ne-
cessidade humana em problema. O pesquisador deve ter idéia clara do pro-
blema que pretende resolver, da dúvida a ser superada, caso contrário sua 
pesquisa correrá o risco da prolixidade, da falta de direção, da ausência de 
4746
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
algo para se resolver. Se o problema é estabelecido de forma clara, ele desen-
cadeará a formulação da hipótese geral, que será comprovada no desenvolvi-
mento do texto. Ao optar por uma solução que deseja demonstrar (ou seja, a 
hipótese, nascida do problema apontado), tem-se uma tese;
 > seleção /delimitação do assunto: deve-se escolher o “pedaço” do problema 
que se quer ou se precisa estudar para estudá-lo em profundidade. Mesmo 
que todos os aspectos sejam considerados importantes, devem ser tratados 
um por vez e, ao escolher um deles, abandonam-se ou outros. É uma impo-
sição do método;
OBJETIVOS (para quê?) Objetivos (geral e específicos): é a espinha dorsal do proje-
to de pesquisa. Não é o que o pesquisador vai fazer (isto se prevê nos procedimentos), 
mas o que ele pretende conseguir como resultado intelectual final de sua investiga-
ção. São eles que delimitam e dirigem os raciocínios a serem desenvolvidos. O obje-
tivo geral será subdividido em tantos objetivos específicos quantos necessários para o 
estudo e solução satisfatória do problema contido no objetivo geral. Cada um dos 
objetivos específicos será uma parte distinta da futura redação (um capítulo, um seg-
mento). Todo objetivo, seja geral ou específico, começa com um verbo de ação no 
infinitivo. Exemplos: analisar, discutir, comparar, investigar, identificar, verificar, inferir, 
demonstrar, examinar, descrever, mensurar, explicar, avaliar, averiguar, viabilizar, listar, 
classificar, elaborar, etc.
OBJETIVO GERAL (Para que pesquisar?) 
Indique de forma genérica qual o objetivo a ser alcançado. aquilo que você colocou 
como objetivo geral do projeto será cobrado de você. È o produto final, a meta, onde 
você pretende chegar. Deve-se elaborar um e apenas um objetivo geral.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Detalhe os objetivos específicos mostrando o que pretende alcançar com a pesqui-
sa. Torne operacional indicando exatamente o que será realizado em sua pesquisa. 
Neste item deverá ser indicado claramente o que você deseja fazer, o que pretende 
alcançar. são as etapas necessárias para se alcançar o objetivo final. Em geral, temos 
um mínimo de dois e um máximo de quatro objetivos específicos. De maneira ge-
ral, teremos um objetivo específico ligado ao referencial teórico, um ou dois objeti-
vos específicos ligados à metodologia e um último ligado à conclusão (planejada) 
da pesquisa. As frases devem ser curtas, claras e precisas (ou seja, bem objetivas).:
 > Construção da(s) hipótese (s): é uma solução provisória que se propõe para 
o problema formulado. Sendo uma suposição que carece de confirmação, 
pode ser formulada tanto na forma afirmativa quanto na interrogativa. Não 
há uma norma ou regra fixa para a formulação de hipóteses, mas deve ser 
baseada no conhecimento do assunto e na literatura específica que foi le-
vantada: lança-se uma afirmação a respeito do desconhecido com base no 
que se construiu e publicou sobre o tema. A formulação clara das hipóteses 
orienta o desenvolvimento da pesquisa. As hipóteses devem ser razoáveis e 
verificáveis. Em pesquisas exploratórias e descritivas não há necessidade de 
apresentar as hipóteses.
PROCEDIMENTOS / METODOLOGIA/ MATERIAL E MÉTODOS: 
(como? onde? com que?)
Esta parte do projeto identifica como será feita a pesquisa. Responde à pergunta 
acima: Como pesquisar? Deve-se lembrar que essa metodologia (do projeto) irá des-
crever uma pesquisa que ainda irá acontecer, ou seja, os verbos devem aparecer no 
tempo futuro. Precisa informar no projeto de pesquisa se a pesquisa será exploratória, 
bibliográfica e experimental, etc, além de se constitui em um estudo de caso. E preci-
sa explicar no caso da pesquisa exploratória, será empregada no estudo poisse trata 
de um assunto ainda pouco explorado. E será bibliográfica porque existem muitos 
autores que tratam do assunto de forma teórica. Finalmente, é um estudo de caso 
por se tratar de um estudo a um local específico, se for uma escola, empresa, ou em 
uma região específica de uma cidade específica, em um período específico.
4948
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Todas as etapas metodológicas anteriores devem ser fundamentadas com base em 
autores, justificando o porquê de sua investigação se encaixar em determinada abor-
dagem de pesquisa. Recomenda-se também citar os instrumentos de pesquisa que 
serão utilizados (por exemplo, entrevistas, questionários, observação etc); Assim, pla-
neja-se aqui, de forma concreta, a coleta de dados, que se iniciará ao final do projeto. 
A descrição dos procedimentos pode também ser enriquecida por detalhes práticos. 
Detalha-se o universo, a amostra, o tipo de tratamento que as informações receberão.
 > REVISÃO DE LITERATURA/REFERENCIAL TEÓRICO (O que já foi escrito 
sobre o tema? O que já é sabido sobre o assunto pesquisado?) Esse é o 
principal item do projeto de pesquisa. Pode ser chamado também de Marco 
Teórico ou Revisão de Literatura ou ainda de Estado da Arte. Quando se faz a 
justificativa de um projeto de pesquisa consegue-se ter uma idéia do trabalho 
que se terá para desenvolver. Nesse item desenvolve-se um amplo “diálogo” 
do pesquisador com diversos autores que já estudaram essa área do conhe-
cimento, com o objetivo de se confirmar uma resposta provisória (hipótese) 
elaborada para tentar responder ao questionamento inicial. O texto deve ser 
desenvolvido numa linguagem formal, de forma coerente, consistente, obje-
tiva e original. Embora ao se escolher um dado tema já seja conhecido algo 
sobre o mesmo, a releitura exploratória tem o mérito de aumentar a extensão 
e a profundidade dos conhecimentos conhecidos, ajudando a distinguir o 
secundário do essencial e facilitando a delimitação do conteúdo dos temas 
a investigar. Revisar a produção científica conhecida de forma mais comple-
ta e atual possível, relatando as contribuições mais relevantes e pertinentes 
aos objetivos, hipótese científica, metodologia e resultados alcançados. É na 
pesquisa bibliográfica, que são verificados conceitos, teorias, idéias, opiniões 
e confronto de opiniões de autores. Nesse tópico faz-se um levantamento 
sobre quem já publicou sobre o assunto.
 > Cronograma de Execução (quando? em quanto tempo?). Definem-se nes-
se item quando as etapas do projeto vão acontecer. O cronograma pode ser 
mensal, quinzenal ou semanal, e pode ser elaborado sob a forma de uma 
tabela. Um exemplo de um cronograma simples, totalizando um ano de 
pesquisa consiste em relacionar as atividades ao tempo disponível, ou seja, 
planejar o tempo em função das atividades previstas para a conclusão do 
trabalho proposto.
 > Recursos / Material Necessário/ Orçamento: Com que recursos pesqui-
sar? (quanto vai custar?). Consiste na descrição quantitativa de tudo aquilo 
que se pretende utilizar no desenvolvimento do trabalho. Planejar os recur-
sos é assegurar, com o maior detalhamento possível, a suficiência inicial dos 
itens necessários para a aquisição das informações desejadas. Toda pesqui-
5150
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
sa tem um custo. Algumas demandam investimentos substanciais, sendo 
financiadas pelo governo, pelas empresas ou por órgãos de fomento e in-
centivo à pesquisa. A pesquisa universitária que tem o objetivo de ensinar 
o aluno como elaborar um projeto e conduzir uma pesquisa não necessita 
deste item. Entretanto, torna-se um item obrigatório em pesquisas de maior 
porte. Quando este item for necessário, devem ser especificados os recursos 
humanos e materiais indispensáveis para a realização do projeto, com uma 
estimativa dos custos.
 > Referências bibliográficas: Esse item deve contemplar todas as fontes efeti-
vamente lidas e utilizadas (citadas) ao longo da pesquisa. Não deve ser listada 
uma referência lida e não citada. O contrário é um caso ainda mais grave. 
Jamais se deve citar um autor sem que este apareça nas referências. Todas as 
referências devem ser elaboradas de acordo com as normas da ABNT. 
 
Segundo Severino (2002, p. 159), um projeto bem elabora do desempenha 
várias funções:
1. Define e planeja para o próprio orientando o caminho a ser seguido no 
desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas, 
os instrumentos e estratégias a serem utilizados. Este planejamento possibi-
litará ao pós-graduando / pesquisador impor-se uma disciplina de trabalho 
não só na ordem dos procedimentos lógicos mas também em termos de or-
ganização do tempo, de seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos. 
 
2. Atende às exigências didáticas dos professores, tendo em vis-
ta a discussão dos projetos de pesquisas e seminários, freqüen-
tes sobretudo em cursos de doutorado. Cada colega subme-
te sua proposta à apreciação dos colegas, com os quais a discute. 
3. Permitem aos orientadores entender melhor o sentido geral do trabalho 
de pesquisa e seu desenvolvimento futuro, podendo discutir o início, com o 
orientando, suas possibilidades, perspectivas e eventuais desvios.
2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO
Decidir sobre um tema de pesquisa é tarefa relativamente fácil para quem está envol-
vido numa determinada área. Entretanto aquele que se inicia na vida científica tem 
de suportar o conflito entre a aquisição de novos conhecimentos e os prazos acadê-
micos. Em muitos casos falta tempo e experiência para uma boa opção Antes deve-se 
pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho ba-
seia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica, a qual dá fundamentação teórica. 
Verificar a relevância, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos pra-
zos estipulados.
Escolhido o tema, faz necessário delimitá-lo, ou seja definir sua extensão e profundi-
dade, o tipo de abordagem. Por exemplo: se escolhido o tema – “Evasão escolar” – tor-
na-se necessário especificar:
Onde? (Estado; determinada região; escola?)
Em que nível? (na pré-escola? no 1º grau, etc...)
Qual o enfoque? (psicológico; sociológico?...)
Um bom tema deve possuir fontes para coleta de dados e consulta, portanto, ser 
viável. Além disso, deve ser relevante, original e oportuno. Vejamos o que se pode en-
tender por esses predicados:
a. Viabilidade - possibilidade de acesso a uma bibliografia, disponibilidade de 
tempo para a execução do trabalho, adaptabilidade ao nível do pesquisador e 
orientação de especialistas na área;
b. Relevância - importância científica do tema e contribuição para o es-
clarecimento ou enriquecimento de informações sobre o assunto; 
5352
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
c. Originalidade - quantidade e qualidade de estudos sobre o tema, pontos obs-
curos a serem elucidados e existência de novos questionamentos; 
d. Oportunidade - contemporaneidade ou relevância atual, interesse histórico 
ou documental.
A escolha de um tema de pesquisa depende dos valores do pesquisador, de sua rela-
ção com o universo. Em qualquer nível, a pesquisa exige independência, criatividade 
e a integração do tema no dia a dia do pesquisador. Os guias para pesquisas auxiliam 
na parte formal. Entretanto não existe e é pouco provável que venha a existir um 
método que permita a reconstrução lógica de novas idéias. Assim, antes de qualquer 
coisa, torna-se necessário decidir sobre os problemas que devem ser pesquisados e é 
preciso observar que essa capacidade de discriminar entre o relevante e o irrelevante 
não nos vem da ciência. Esta só nos pode oferecer métodos para explorar, organizar, 
explicar e testar problemas previamente escolhidos. 
Mas ainda estamos contornando o problema, sem chegar à questão básica: como 
nasce o tema de pesquisa? Quando dissemos que tomávamos como pressupostoo 
envolvimento pessoal do pesquisador com sua pesquisa, tínhamos claro que acima 
de tudo é preciso gostar do que pesquisamos, já que durante longo tempo será nosso 
ser inteiro que irá se voltar para aquele objeto.
Não existe ainda, e é pouco provável que venha a existir, um método que permita a 
reconstrução lógica do nascimento de novas idéias. Desta forma, o nascimento do 
tema de pesquisa é um trabalho artesanal de criação que exige do pesquisador a 
descoberta de seus valores pessoais, um posicionamento crítico e inquieto diante do 
Universo e uma disciplina de trabalho que permita equacionar valores pessoais com 
o objeto e o ato da pesquisa. (MILLS, 1980)
É melhor começar, creio, lembrando aos principiantes que os pensadores mais admi-
ráveis dentro da comunidade intelectual que escolheram não separam seu trabalho 
de suas vidas. Encaram a ambos demasiados sério para permitir tal dissociação e 
desejam usar cada uma dessas coisas para o enriquecimento da outra. A erudição é 
uma escolha de como viver e ao mesmo tempo uma escolha de carreira; quer o saiba 
ou não, o trabalhador intelectual forma seu próprio eu à medida que se aproxima da 
perfeição de seu ofício.
2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA 
DA PESQUISA
Na verdade, a própria formulação do pro-
blema de pesquisa pressupõe a leitura e o 
conhecimento prévios de algumas pesqui-
sas chaves sobre o assunto. Quanto maior 
o número de pesquisas que lemos sobre 
um assunto, mais condições teremos de 
formular um problema de pesquisa inte-
ressante, pertinente e original. Sabendo 
o que já foi feito e o que já se sabe sobre 
um assunto, temos mais condições de de-
terminar qual o próximo passo a ser dado 
para aumentar este conhecimento. 
Escolha do problema de pesquisa
• Porque pesquisar? Explicações, conhecimento mais profundo.
• Qual a importância do fenômeno a ser pesquisado?
• Que pessoas ou grupos se beneficiarão com os seus resultados?
A relevância do problema – busca agregar valor, acrescentar conhecimento.
Algumas regras para a adequada formulação do problema:
1. O problema deve ser formulado com uma pergunta;
2. Ele deve ser delimitado a uma dimensão viável, quanto mais focalizado o tema 
A escolha prévia do problema de-
pende do pesquisador. É em fun-
ção de seus valores, de sua relação 
com o universo que nascem seus 
temas de pesquisa. Isso é que faz 
do ato de pesquisa um ato político.
5554
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
estiver será mais fácil pesquisar. Fazer o tema ficar mais específico.O objetivo 
não pode ser muito amplo para não fugir do tema;
3. Deve ter clareza;
4. Deve ser preciso;
5. Apresentar referências empíricas.
LEITURA RECOMENDADA:
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 
2007. (Realizar uma leitura dos capítulos 2, 3, 15 e 16). 
FERRÃO, R.G. Metodologia científica para iniciantes em pesquisa. 
3ª Ed. Revisada e Ampl. Vitória, ES: Incaper, 2008. (Realizar uma leitura 
do capítulo 11).
SUGESTÕES DE FILMES 
Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor 
o sobre pesquisa.
- Filme: Gattaca — Experiência Genética (Gattaca, EUA, 1997), 
de Andrew Niccol. 
- Filme: Erin Brockovick: Uma Mulher De Talento. Dirigido por Steven 
Soderbergh. EUA,: Universal Picture/Columbia Pictures, 2000. 131 min. O filme 
é baseado em uma história real. Erin Brockovich (Julia Roberts) é uma decidia 
e jovem que luta por justiça de todas as maneiras. Desesperada por um 
trabalho que sustente suas três crianças, ela convence o advogado Ed Marsy 
(Albert Finney) a contratá-la e descobre acidentalmente um caso legal contra 
uma grande corporação. Nesse filme, você observa os passos da pesquisa: o 
problema de pesquisa, a hipótese, os procedimentos metodológicos (a coleta 
de dados – questionário). Nele, podemos perceber como uma pessoa comum 
pode fazer pesquisa. Assista ao filme e reflita sobre o processo.
5756
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir.
Você estudou sobre a estruturação do projeto de pesquisa, escolha do tema, de-
finição do problema e o referencial teórico. Então, faça a auto-avaliação.
ANOTAÇÕES
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta unidade iremos focar na construção do referencial teórico também conhecido 
como Revisão de literatura. Importante conhecer toda a sua forma de construção tendo 
em vista que estará empregando em toda a sua vida acadêmica, e também profissional. 
Aproveitei para aprender sobre esse assunto. 
Antes de começarmos a falar de referencial teórico é importante estudarmos um 
pouco sobre citação. Já que a citação é empregada a todo momento num trabalho 
de pesquisa. Vale destacar que podemos empregar citação na introdução, justificati-
va, na formulação do problema, na metodologia, no referencial teórico e na análise e 
discussão das informações do trabalho de pesquisa. Vamos entender então o que é 
citação e como fazer uma citação de forma correta. Tendo em vista que sempre que 
copiamos algo precisamos fazer uma citação. 
3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM 
TEXTO PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO 
ACADÊMICO OU CIENÍFICO?
Segundo a NBR 10520/2002 citação é a menção a um texto de um autor extraído de 
outra fonte. Ainda segundo a NBR, os tipos de citações que podem ser utilizados no 
texto são citação direta, citação indireta e citação de citação.
5958
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Quando o nome do autor for citado dentro do texto, este deve ser apresentado so-
mente a letra inicial maiúscula e o restante minúscula. Agora, se estiver entre parên-
teses, deve-se apresentar em letra maiúscula. Em caso de dois ou três autores estes 
serão separados por ponto e vírgula quando vierem entre parênteses ou pela conjun-
ção “e” quando estiverem incluso no texto.
Exemplos:
 > Citações Diretas, Literais ou Textuais: As citações diretas, literais ou textuais 
é uma transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Nestes tipos 
de citações, além do SOBRENOME do autor, deve-se conter o ano e a página 
da qual foi retirada a citação.
• Transcrição do texto de até 3 linhas, deve ser inserida no texto e conter aspas 
duplas. Caso o trecho transcrito já contenha expressões ou palavras entre as-
pas, essas serão transformadas em aspas simples.
Segundo Dalrymple e Parsons (2003, p. 107) a partir do momento que 
os gerentes de marketing tiverem conhecimento sobre as dimensões da 
personalidade da marca, estes poderão utilizá-la para moldarem imagens de 
marca que combinem com o público que deseja atingir.
“Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os 
fatores produtivos, são trocados livremente” (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p. 45).
6160
METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA
Exemplo:
• Transcrição no texto com mais de três linhas, deve estar em parágrafo inde-
pendente, com recuo de 4 cm da borda esquerda, digitados em espaço sim-
ples, com tamanho 10 e sem aspas.
Exemplos:
Exemplos: 
Economicamente, Rosseti (2000, p. 439) define mercado como:
Um centro de estimulação que leva à maior qualificação dos recursos e dos 
produtos. As exigências impostas pela competitividade são, de um lado, fa-
tores de impulsão, das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando 
o capital humano; de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e 
seus padrões de desempenho e qualidade.
 > Citações Indiretas ou Livres: Transcrição livre do texto do autor consultado. 
Não é necessário o uso das aspas. Nas citações indiretas a indicação das pági-
nas consultadas é opcional.
O grande desafio na atualidade é dotar as empresas de diferenciais compe-
titivos que possibilitem ampla expansão de seus negócios através de pro-
dutos globais e pela satisfação das necessidades de consumidores ávidos 
de produtos e serviços cada vez mais personalizados (COBRA, 1992, p. 25).
Segundo Sandroni (2000, p. 311), o termo mercado “designa um grupo de 
compradores

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