Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA AUTORIA Josete Pertel 32 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA P468m Pertel, Josete. Metodologia científica / Josete Pertel. – Serra : Multivix, 2017. 152 f. : il. ; 30 cm Inclui referências. 1. Ciência e pesquisa 2. Pesquisa científica I. Faculdade Multivix –NeaD. II. Título. CDD: 001.42 EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix 2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com R E I T O R A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta- cando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colabora- dores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referên- cia em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE) FACULDADE MULTIVIX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD Alexandra Barbosa Oliveira CRB/6 00396 54 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA R E I T O R APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de quali- dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprovada pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Institu- ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, procura fazer a sua parte, investindo em projetos sociais, ambientais e na promoção de oportuni- dades para os que sonham em fazer uma facul- dade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre man- tendo a credibilidade, segurança e moderni- dade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 76 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO 8 1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA 8 1.2 CONCEITO DE PESQUISA 10 1.3 TIPOS DE PESQUISA 14 1.3.1 FALA DO PROFESSOR 14 1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 19 1.4 LINHAS DE PESQUISA 34 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA 41 2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA 41 2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO 51 2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA 53 REFERENCIAL TEÓRICO 57 3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM TEXTO PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO ACADÊMICO OU CIENÍFICO? 57 3.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO DE LITERATURA 63 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 73 4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NACIONAIS E INTERNACIONAIS 73 4.1.1 FALA DO PROFESSOR: 75 4.2 ARTIGO CIENTÍFICO 75 4.2.1 O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO 76 4.2.2 ESTRUTURA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO 77 4.3 TIPOLOGIAS DE BASES DE DADOS E PRINCIPAIS BASES DE DADOS POR ÁREA DE CONHECIMENTO 82 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE 88 5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE 89 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E AS DIRETRIZES DE LEITURA 110 6.1 DO QUE SE TRATA A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA? 110 6.2 RESUMO 118 6.3 PAPPERS 120 6.4 ARTIGO CIENTÍFICO 121 6.5 RESENHA 122 6.6 DIRETRIZES DA LEITURA 124 6.7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 126 SUMÁRIO SUMÁRIO 98 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA 1 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO 1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA A Metodologia Científica é o estudo dos métodos e das técnicas emprega- dos nas ciências para a realização de pesquisas. Constitui o alicerce da for- mação de um pesquisador ou profis- sional, em qualquer área da Ciência, e fornece subsídios para: utilização dos métodos e técnicas de pesquisa, ela- boração de projetos de pesquisa e pre- paração de relatórios acadêmicos ou técnicos. Somente quem entende as bases teóricas da pesquisa do processo científico está apto para a Redação Científica Segundo Demo (1996, p.5) [ ] a proposta atual da metodologia científica é de “intro- duzir na academia o gosto pela pesquisa”. A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente contribuir para a evolução do co- nhecimento humano em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada segundo rigorosos critérios de processamento das informações. Será cha- A pesquisa é uma atividade volta- da para a solução de problemas teóricos ou práticos com o empre- go de processos científicos. A pes- quisa parte, pois, de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca por uma resposta ou solução. mada pesquisa científica se sua realização for objeto de investigação planejada, de- senvolvida e redigida conforme normas metodológicas consagradas pela ciência. Os trabalhos de graduação e de pós-graduação, para serem considerados pesquisascientíficas, devem produzir ciência, ou dela derivar, ou acompanhar seu modelo de tratamento. A pesquisa é o único caminho para a efetiva criação do conhecimento. Todos neces- sitam da pesquisa: o professor para ensinar com eficiência; o aluno, para aprender significativamente; a comunidade, pela necessidade de resultados para superação de suas deficiências e exigências constantes em todos os setores; as universidades e ins- tituições, para serem reconhecidas, respeitadas e mantidas como órgãos geradores de educação e conhecimentos. A vida acadêmica e os trabalhos dos professores devem pautar fundamentalmente na atividade de pesquisa, pois atualmente há uma exigência cada vez maior, em todos os setores, pela produção e utilização adequada do conhecimento. Produzir, utilizar com rapidez e eficiência o conhecimento é fator diferencial entre alunos, pro- fessores, instituições e até entre nações. Pesquisar é uma questão educativa, que deve iniciar-se na pré-escola e nunca mais acabar. A disciplina Metodologia da Pesquisa visa motivar os alunos universitários e também professores a praticarem a investigação científica, buscando habilidades de observar, selecionar, organizar, sintetizar, interpretar, criticar os fatos, os conhecimen- tos geados e disponíveis. Para o estudante, pesquisar significa todas as atividades para obtenção de informa- ções para a realização de suas pesquisas acadêmicas, seminários, até a elaboração de monografias e artigos científicos. O estudante de hoje deve caminhar constantemente para a busca da sua ciência, do conhecimento verdadeiro, proveniente da pesquisa científica. Dentro desse mundo globalizado e moderno, surge um novo tipo de profissional. É aquele que primeiro deve ser ético, deve tomar decisão e deve estar sempre atua- lizado; em seguida, ser estrategista, tendo a capacidade de compreender, captar, analisar, sintetizar, interpretar, concluir e adaptar-se às mudanças provenientes do surgimento rápido das tecnologias e oferecer um atendimento rápido, eficiente e di- 1110 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA ferenciado aos seus clientes. Além dessas características, esse profissional precisa ter iniciativa, criatividade, capacidade de tomar decisão e saber defendê-la, aceitar críti- ca, ter capacidade de conviver com os estresses e trabalhar em equipe, ter sobretudo qualidade técnica. Assim, a leitura, as constantes atualizações através da participação em cursos e eventos, a realização de trabalhos de forma sistematizada, principalmen- te ligados à profissão, devem ser caminhos importantes a serem seguidos. A pesquisa científica vem sendo executada em todo o mundo, pelas diferentes instituições públicas, privadas e áreas do conhecimento, devido à existência de muitos problemas a serem resolvidos na humanidade, e o aumento acele- rado da população mundial, que por sua vez, vem exigindo melhor qualidade de vida. A maior prioridade tem sido dada pelos países desenvolvidos como: os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra, o Japão, a França, chegando a aplicar até 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em pesquisa, principalmente, no setor privado; enquanto os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, e nos países subdesenvolvidos, os investimentos não ultrapassam 1,5% do PIB, priorizado pelo Governo (FERRÃO, 2008, p.30) A investigação é uma atividade mi- lenar, que, no passado, era realizada de forma empírica, intuitiva, sujeito a erros. A partir do Século XVIII com a organização das comunidades cientí- ficas, passou a ser mais científica, pro- gredindo para resultados mais rápi- dos e verdadeiros, ocasionando assim, grandes avanços nas diferentes áreas, principalmente na Física, na Matemá- tica, ma Química e na Biologia. 1.2 CONCEITO DE PESQUISA Pergunto a você, o que é pesquisa? Esta pergunta pode ser respondida de muitas formas. Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemati- zados, baseados em raciocínio lógico, na busca de soluções para os problemas nas diversas áreas, utili- zando a metodologia científica. Curiosidade, criatividade, disciplina e especialmente paixão são algu- mas exigências para o desenvolvi- mento de um trabalho criterioso, baseado no confronto permanente entre o desejo e a realidade. Mirian Goldenberg Primeiramente buscamos alguns conceitos utilizados sobre o que vem a ser pesquisa. De acordo com o Dicionário Brasileiro o Globo, temos que pesquisa é: “Ato de pesqui- sar; indagação; inquirição; busca; exame de laboratório”. Científica, adjetivo “que diz respeito à ciência; que revela ciência; que tem o rigor da ciência; fundado na ciência”. Muitos são os conceitos, de acordo com Cervo e Bervian (2002) a pesquisa é definida como uma atividade voltada para a solução de problemas. Seu objetivo consiste em descobrir respostas para perguntas, através do emprego de processos científicos. Já Ruiz (1986) afirma que pesquisa é a realização concreta de uma investigação plane- jada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas pela ciência. Para Andrade (2003, p. 121) a “Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para proble- mas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. De acordo com Gil (2002, p. 17) este autor afirma que a pesquisa pode ser definida como: [...] o procedimento racional e sistemático que tem colmo objetivo propor- cionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desor- dem que não pode ser adequadamente relacionada ao problema. Nesse caso, para conhecer a situação problema é necessário adotar métodos, técnicas e outros procedimentos para compreensão do problema com vistas à sua resolução. Segundo Köche (1997, p. 121) “pesquisar significa identificar uma dúvida que ne- cessita ser esclarecida, construir executar o processo que apresenta solução desta, quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão aptas para fazê-lo”. Ruiz (1996, p. 48) considera que “pesquisa científica é realização completa de uma investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia con- sagradas pela ciência”. Ainda, segundo Gil (2002) se pesquisa por duas razões fundamentais. Uma de ordem intelectual (conhecer pelo puro prazer de conhecer) e outra de ordem prática (para 1312 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA fazer algo de maneira mais eficiente e eficaz). Porém, sustentamos que a verdadeira razão de se apropriar dos processos científicos e de realizar pesquisa está no desafio de fazer o mundo um lugar mais digno de ser vivido apontando caminhos para a ver- dadeira satisfação das necessidades humanas em harmonia com a mãe terra. De acordo com Marconi e Lakatos (2001, p. 43) estes autores afirmam que a pesquisa: [...] pode ser considerada um procedimento formal de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhe- cer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propos- tas, utilizando métodos científicos. Verifica-se que a pesquisa visa responder uma pergunta, um questionamento, uma necessidade de conhecimento sobre algo. Vê-se, segundo essa definição, que a pesquisa social permite a ampliação dos conhecimentos no campo da realidade social, entendida aqui em seu sentido amplo, envolvendo todos os aspectos relativos ao homem em seus relaciona- mentos com outros homens e instituições sociais. Nesse sentido então, por um lado, pesquisar significa descobrir novos saberes científicos que possibili- tam o desenvolvimento da ciência. Por outro lado, a pesquisa permite a reso- lução de uma dificuldade quenão se pode solucionar automaticamente, mas apenas por meio de estudo conceitual ou empírico, com base em fontes de informação (GONÇALVES, 2005, p. 47). As pesquisas geram as ciências, e por sua vez, as tecnologias. Abrangem todas as áreas onde atua o homem, desde a produção de utensílios domésticos, ferramentas e máquinas, passam pela produção industrial, armazenamentos, agricultura, transpor- te, telecomunicação, informática, atingem de forma até polêmica, a biotecnologia. Por meio dela, tem o homem explorando de forma mais rápida e eficiente o meio ambiente, o espaço, o combate as pragas e doenças das plantas, a melhoria do se- tor agropecuário, através do aumento da produtividade, e melhoria da qualidade do produto final com menor agressão ao meio ambiente, além de novas descobertas nas áreas médica, farmacêutica, comunicação e informática, entre outras. Collis e Hussey (2005, p. 16) ressaltam que o objetivo da pesquisa pode ser: • Revisar e sintetizar o conhecimento existente; • Investigar alguma situação ou problema existente; • Fornecer soluções para um problema; • Explorar e analisar questões mais gerais; • Construir ou criar um novo procedimento ou sistema; • Explicar um novo fenômeno; • Gerar novo conhecimento; • Uma combinação de quaisquer dos itens acima. De forma bem simples e prática, pesquisar é realizar um conjunto de ações organiza- das, de modo a investigar e solucionar um problema proposto. Verifica-se a união de forças dos blocos econômicos e a grande competitividade ocasio- nada pela globalização em todos os setores, bem como as exigências e necessidades de novos conhecimentos e tecnologias. Assim, a pesquisa científica vem produzindo conhecimentos, ciências e tecnologias, através da geração de procedimentos, equipa- mentos, produtos, métodos, para proporcionar melhor qualidade de vida a todos. É praticamente impossível ilustrar todas as tecnologias, os produtos, os métodos, os protótipos, enfim, todos os conhecimentos gerados. Fazendo um exercício mental, verificamos que a maioria daquilo que era utilizado e consumido há dez anos, nas diferentes áreas, vem passando por modificações até os dias de hoje, como: infor- mática, telecomunicação, automobilismo, máquinas, eletrodomésticos, alimentos, empregos, construção civil, agricultura, ensino, medicina, gerenciamento de empre- sas, biotecnologia, entre outros exemplos. Percebem-se grandes mudanças que, com certeza, não aconteceram por acaso e sim, pela geração dos conhecimentos através das pesquisas. Assim, estamos em um mundo de transformações muito rápidas. No passado, as mu- danças ocorriam mais lentamente. Hoje, ocorre em média uma mudança significati- va por ano. Portanto, nesta era das tecnologias, as grades curriculares dos cursos nas instituições de ensino, devem ser constantemente atualizadas e o profissional deve estar sempre bem informado. As tecnologias desenvolvidas e colocadas às disposição das pessoas não representam o fim, apenas o meio, pois o dom mais completo colocado à disposição da humanidade até hoje, que pode ainda levar grandes descobertas, é o presente de “saber pensar”. 1514 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA A pesquisa é um trabalho em processo não totalmente controlável ou previsível. Ado- tar uma metodologia significa escolher um caminho, um percurso global do espírito. O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisamos, então, não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação. 1.3 TIPOS DE PESQUISA 1.3.1 FALA DO PROFESSOR Você sabia que existem vários tipos de pesquisa? Há várias classificações quanto aos tipos de pesquisa. Vamos apresentar a seguir, alguns critérios que possam ser tomadas como base na realização dessa classificação, conforme retratada por alguns autores da área. LEITURA RECOMENDADA: GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007. (Realizar uma leitura do capítulo 1). Vale ressaltar que existem várias classificações da pesquisa feita de forma diferente por alguns autores. Adotamos a classificação que iremos abordar abaixo apenas por consi- derarmos que a mesma atende-nos dentro da Disciplina Metodologia da Pesquisa. A forma clássicas de classificação da pesquisa a ser apresentada a seguir, está seguin- do o autor Gil (1991). a. Quanto à sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como básica ou aplicada. É muito comum haver certa confusão ao aluno quanto ao entendimento da classificação da pesquisa quanto a suas particularidades. Portanto, vamos estudar cada um de forma que possa conseguir compreender de forma clara, sem haver erros de entendimento. 1716 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA > Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses univer- sais. Está intimamente relacionada ao meio acadêmico. > Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática diri- gidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Este tipo de pesquisa está especialmente relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos interesses econômicos, comerciais e sociais vigentes. b. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema a pesquisa pode ser classificada em pesquisa quantitativa e qualitativa. > Pesquisa Quantitativa: Segundo Bauer e Gaskell (2003, p.22) a pesquisa quantitativa “lida com números, usa modelos estatísticos para explicar os da- dos e é considerada pesquisa hard”. Para Richardson (1999, p. 70), A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tan- to nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. > Pesquisa Qualitativa: Para Godoy (1995, p. 42), “considerando que a aborda- gem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a criativida- de levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques”. Hoje em dia a pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as vá- rias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres huma- nos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes. Algumas características básicas identificam os estudos denominados “quali- tativos”. Segundo esta perspectiva, um fenômeno pode ser melhor compre- endido no contexto em que ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado numa perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo buscando “captar” o fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele en- volvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes. Vários tipos de da- dos são coletados e analisados para que se entenda a dinâmica do fenômeno. (GODOY, 1995, p. 21). Considerando que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imagina- ção e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques. (GODOY, 1995). c. Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada em: exploratória, descriti- va e explicativa. > Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o pro- blema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve le- vantamento bibliográfico; entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. (GIL, 2007). > Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada popu- lação ou fenômeno o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e a observa- ção sistemática.(GIL, 2007). Cervo e Bervian (2002, p. 66-67) ressaltam que a pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam: a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pes- quisada. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam identificar as representações sociais e o perfil de indivíduos e grupos, como também os estudos que visam identificar estruturas, formas, funções e con- teúdos. 1918 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto, com o objetivo de tomar decisões. A pesquisa de opinião abrange uma faixa muito grande de inves- tigação que visam identificar falhas ou erros, descrever procedimentos, des- cobrir tendências, reconhecer interesses e outros comportamentos. Essa mo- dalidade de pesquisa é a mais divulgada pelos meios de comunicação, pois permite: tratar de temas do cotidiano, como intenções de votos, de compras e de consumo, verificar tendências da opinião pública e mesmo permitir que se crie, por meio da manipulação de dados, das opiniões contra ou a favor de temas polêmicos, como aborto, pena de morte, redução da idade penal,etc. c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que de- terminam certos comportamentos ou atitudes. > Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contri- buem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da rea- lidade porque explica a razão, e o porquê das coisas. Quando realizada nas ciências naturais requer o uso de métodos experimental e nas ciência sociais, uso do método observacional. (GIL, 2007). d. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada em: bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso, ex post-facto, pesquisa-ação e pesquisa participante. > Pesquisa Bibliográfica: Também denominada de revisão de literatura, é feita a partir de material científico publicado previamente por outros pesquisadores nos diversos meios de circula- ção científica (livros, artigos científicos de periódicos e congressos, dissertações de mestrado e tese de douto- rado). Utiliza-se de material já publicado e atualmente com informações disponibilizadas na internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesqui- sar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar as fonte primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades, e atualmente, os acervos que fazem parte de catálogos coletivos das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002). 1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 1.3.3 1.3.4 2120 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Cervo e Bervian (2002, p. 65) destacam ainda que a “pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”. > Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não rece- beram tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documen- tos oficiais, reportagem de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, etc., ou ainda documentos de primeira mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa, tabelas estatísticas, etc. (GIL,1999); e os localizados no interior de órgãos pú- blicos ou privados, como: manuais, relatórios, balancetes, etc. 2322 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA > Pesquisa Experimental: Quando se determina um objeto de estudo, sele- cionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle da observação dos efeitos que a variável produz no objeto. A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas, como também o seu controle e por isso, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos co- laterais do uso de determinado medicamento em crianças de até oito anos de idade. Logo é empregada nessa pesquisa metodologia sistematizada e controlada. (GIL, 1996) > Pesquisa-Levantamento: A pesquisa de levantamento ou “Survey” visa descrever a distribuição das características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da população. Por exemplo, quando queremos avaliar a opinião dos eleitores a 2524 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA respeito dos candidatos às próximas eleições. Ou quando queremos estimar a opinião de estudantes à respeito da pena de morte. Ou ainda quando quere- mos conhecer a distribuição de audiência da TV. E envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer a cerca do pro- blema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as conclusões correspondentes aos dados coletados. Exemplo: pesquisa sobre a usabilidade de um software, aplicada a um grupo específico de usuários e pesquisa de mercado em geral. O levantamento feito com informações de todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O levantamento usa técnicas estatísticas, análise e quantitativa e permite a generalização das conclusões para o total da população e assim para o uni- verso pesquisado. Os dados são mais descritivos que explicativos. > Estudo de Caso: Envolve um estu- do profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 1999). O estu- do caso pode abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estru- turadas e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma situação (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos, para construção de hipóteses ou reformu- lação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A coleta dos dados geralmente é feita por mais de um procedimento, entre os mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e histó- ria da vida. (GIL, 1999). 2726 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA > Pesquisa Ex-Post Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador não tem controle das variáveis (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa experimental, mas difere da experimental propriamente dita pelo fato de o fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do acontecimento. Por exemplo, a verificação do processo de erosão sofrido por uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar (BOENTE, 2004). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais > Pesquisa de campo: A pesquisa de campo é considerada por alguns auto- res como Ferrão (2008) uma técnica de pesquisa, que é utilizada para gerar co- nhecimentos relativos a um problema, testar hipótese, ou provocar novas des- cobertas em uma determinada área. > Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou coma resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (GIL, 1999). Objetiva definir o campo de investigação, as ex- pectativas dos interessa- dos, bem como o tipo de auxílio que estes pode- rão exercer ao longo do processo de pesquisa. Implica no contato direto com o campo de estudo envolvendo o reconheci- mento visual do local, consulta a documentos diversos, sobretudo, a discussão com representantes de categorias sociais envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa, e recomenda- -se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação, envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, 2928 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade dos resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada. > Pesquisa Participante: > Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-defi- nida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da finalidade, os objetivos da pesquisa e da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em que ocorrem. Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio- -econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica às adquiridas nos tradicionais estudos de comunidades. Esses dados podem ser agrupados por categorias, como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais, educacionais, entre outros. (GIL,1996). RESUMINDO....VAMOS RECORDAR???? As coletas de dados poderão ser advindas também dos seguintes instrumentos de coleta de dados: Observação, entrevista, questionário e formulário. Vamos falar um pouco sobre cada um deles para que você compreenda-os quando precisar de utilizá-los em suas pesquisas. > Observação: A observação constitui elemento fundamental para a pes- quisa. É utilizada de forma exclusiva ou conjugada a outras técnicas. Se- gundo os meios utilizados, a observação pode ser estruturada ou não-es- truturada. De acordo com o nível de participação do observador, pode ser participante ou não-participante. Gil (2006) afirma que a observação participante tende a utilizar formas não estruturadas, podendo ser adota- da a seguinte classificação, que combina os dois critérios considerados: observação simples, observação participante e observação sistemática. Na observação simples, o pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar e observa de maneira espontânea os fatos que ocor- rem. O pesquisador é muito mais um espectador que um ator. 3130 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA A observação participante ocorre por meio do contato direto do investigador com o fenômeno observado, para detectar as ações dos atores em seu contexto natural, considerando sua perspectiva e seus pontos de vista. O observador assume o papel de um membro do grupo. (GIL, 2006). > Entrevista: Entrevista é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter informa- ções a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou programada de forma profissional. A conversa é efetuada frente a frente com entrevistado e entrevistador, de forma sistemática e metódica, possibi- litando assim, obter informações necessárias do entrevistado para realização do trabalho. Ferrão (2008, p.105), define entrevista: como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in- formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema social. A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas. Com uma estru- turação previamente determinada, a entrevista é realizada com a intenção de obter informações de pesquisa. É uma das técnicas de coleta de dados mais usadas nas ciências sociais. (GIL, 2006). O pesquisador deve planejar a entrevista delineando o objetivo a ser alcançado e cuidando de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação. As entrevistas podem ser estruturadas (com perguntas (com perguntas definidas) ou semiestruturadas (permitindo maior liberdade ao pesquisador). QUESTIONÁRIO: Perguntas podem ser: Abertas – respondem com suas palavras. Fechadas – já contem as possíveis respostas. Duplas – já contem as possíveis respostas, podendo responder mais que uma. De acordo com Gil (2006, p. 119): as entrevistas mais estruturadas são aquelas que predeterminam em maior grau as respostas a serem obtidas, [...] e as menos estruturadas são desen- volvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um modelo pré-estabelecido de interrogação. > Questionários: O questionário é o que exige maior atenção do pesquisador por se tratar de um instrumento irreversível, ou seja, no caso de ocorrência de algum proble- ma que inviabilize a utilização desse instrumental, será preciso um novo 3332 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA levantamento. Por isso, exige maior planejamento. Essa técnica de investiga- ção, composta por questões apresentadas por escrito às pessoas, tem a intenção de identificar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectati- vas, situações vivenciadas e outros. (GIL, 2006). As situações em que o questionário deve ser utilizado, segundo Labes (1998, p. 17) são: • Necessidade do registro de informações (comprovação/cientificidade); • Existência de dados padronizados para posterior mensuração; • Dispersão geográfica do público-alvo; • Amostra ou população numerosa; • Desconhecimento dos fatores quantitativos do problema (causa-efeito); • Grande número de variáveis intervenientes. Para elaborar um questionário, deve-se refletir sobre os objetivos da pesquisa e pas- sá-los para questões específicas. São as respostas que apresentarão as informações necessárias para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa. Segundo Labes (1998), as etapas do questionário podem ser: a. Pesquisa;Elaboração do questionário; b. Testagem ou pré-teste; c. Distribuição e aplicação; d. Tabulação dos dados; e. Análise e interpretação dos dados. Gil (2006) cita três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas, questões abertas e questões relacionadas. Na questão fechada, Dencker (2000) acrescenta per- guntas com escala. No questionário do tipo questões fechadas, apresenta-se ao respondente um con- junto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua situação ou ponto de vista. Segundo Ferrão (2008, p. 106), “Questionário é uma técnica de coleta de dados atra- vés de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador”. > Formulário: É uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta d dados resultantes quer de observações quer de interrogações, e o seu preen- chimento é feito pelo próprio investigador. Entre as vantagens que o formulá- rio apresenta, podemos destacar a assistência direta do investigador, a possibi- lidade de comportar perguntas mais complexas e a garantia da uniformidade na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são fornecidos. O formu- lário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusivea analfabetos, o que não ocorre com o questionário (CERVO, BERVIAN; DA SILVA, 2007). Estimado aluno é importante que entenda que existem várias classificações da pes- quisa conforme apresentado nessa unidade. Toda essa classificação da pesquisa é importante uma vez que organizam os procedimentos a serem realizados durante uma pesquisa científica. Porém, observa-se que muitas vezes os alunos não mencio- nam as mesmas em seus trabalhos de pesquisa e quando fazem esta não se concre- tiza de forma efetiva nos seus trabalhos de pesquisa. Uma forma bem eficiente na 3534 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA pesquisa é empregar mais de um tipo de pesquisa e não apenas um especificamen- te. Dessa forma, aumentam as possibilidades de sucesso na obtenção de respostas aos problemas estudados. 1.4 LINHAS DE PESQUISA Vale ressaltar que esse assunto de Linhas de pes- quisa é muito utilizado em projetos de pesquisa como exigências do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e no cadastramento do Currículo Lattes na Plataforma do CNPQ. Portanto, é nesse momento que iremos abordar de forma bem resumida sobre o assun- to, pois ainda existem muitas divergências sobre esse assunto. A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au- sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes- quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc. Linha de pesquisa é o tema ou assunto pesquisado pelo grupo, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre si. Um mesmo grupo de pesquisa pode ter uma ou mais linhas de pesquisa. O grupo e as linhas de pesquisa são ditos “institucionais” quando oficialmente reconhecidos e aprovados pela instituição. Dessa forma para definir uma Linha de pesquisa, pode-se adotar o conceito de um traço imaginário que: • determina o rumo, ou o que será investigado num dado contexto ou realidade; • limita as fronteiras do campo específico do conhecimento em que deverá ser inserido o estudo; • oferece orientação teórica aos que farão a busca; • estabelece os procedimentos que serão considerados adequados nesse processo. As linhas de pesquisa são classificadas dentro de cada área específica. No texto pretende-se definir o conceito de linha de pesquisa. Para chegar a esta de- finição, é feita uma discussão a respeito dos seus elementos componentes, extraindo tais elementos de trechos de diálogos feitos com dois pesquisadores e um técnico com experiência nas áreas de gestão de ciência e tecnologia e de pós-graduação, e analisando significados descritos em dicionários. É proposta uma definição com característica metafórica, mas incluindo quatro elementos essenciais que permitem a sua operacionalização. Em seguida, o conceito é testado, sendo levado em conta o seu uso em programas de pós-graduação, em grupos de pesquisa e em curriculo vitae de pesquisadores, nos contextos do CNPq e da CAPES. Finalmente, o conceito de linha de pesquisa é comparado com os conceitos de área de concentração e pro- jeto de pesquisa, e é apresentado o argumento de que ele precisa ter uma natureza institucional e não individual. Decidi manter o foco do presente texto na questão que considero essencial, que é a de tentar definir o conceito de linha de pesquisa, embora essa expressão pareça ser bastante mencionada (mas pouco compreendida). É bastante provável, além disso, que tais linhas de pesquisa, numa quantidade bastante significativa de casos, nunca tenham passado por instâncias de discussão e aprovação institucionais. 3736 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA A falta de precisão na definição de conceito de linhas de pesquisa é provavelmente uma das causas dos problemas. A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au- sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes- quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc. É sabido que uma medida, antes de ser usada, necessita de cuidadosa definição operacional. Para tentar organizar algumas informações que possam ajudar um pouco a entender o que seja linha de pesquisa, decidi começar por uma revisão da literatura especializada e das definições que possam compor ou ser equivalentes ou estar nas vizinhanças ou próximas das fronteiras do conceito de linha de pesquisa. O termo LINHA DE PESQUISA usado no âmbito do DGPB (Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil) é propositalmente ‘frouxo’ em sua formulação - pretende-se opor- tunizar ao líder do grupo um espaço genérico para apresentação da(s) linha(s) ge- ral(is) de trabalho do grupo - em tese um detalhamento do ‘objetivo geral’ do grupo. No entanto, uma ‘linha de pesquisa’ pode agregar diversos grupos - nestes casos, tra- ta-se de uma abordagem mais ‘aberta’ para a expressão ‘linha de pesquisa’, que pode corresponder até mesmo a um amplo projeto transinstitucional, e pode ser compar- tilhada por diversos grupos de pesquisa. Uma ‘linha de pesquisa’ pode fazer referência mais específica aos trabalhos do grupo - neste caso, limitada a um escopo bem mais restrito, com o objetivo de apresentar em maior grau de detalhe o trabalho desenvolvido, de forma que um único grupo de pesquisa pode ter várias ‘linhas de pesquisa’”. Nesta definição, é possível identificar três dos quatro elementos essenciais do concei- to de linha de pesquisa: objetivo, delimitação de escopo e referência a atividades de trabalho. Não há menção à orientação teórica da linha de pesquisa; mas, por outro lado, inclui uma noção interessante que aproveitarei mais adiante: a de frouxidão terminológica. Na ajuda do programa Coleta Capes, que gera os relatórios dos Programas de Pós- -Graduação, uma linha de pesquisa é definida como “um domínio ou núcleo temáti- co da atividade de pesquisa do Programa, que encerra o desenvolvimento sistemáti- co de trabalhos com objetos ou metodologias comuns”. O problema desta definição é que ela permite a construção incompleta de uma linha de pesquisa: estabelece que um campo de atividade ou de trabalho deve ser delimi- tado; mas coloca como alternativas duas condições que deveriam estar necessaria- mente presentes: os objetos e as metodologias. O Coleta Capes também indica que a cada linha de pesquisa podem ser associados vários projetos, e que linhas de pesquisa deveriam estar sob o domínio temático de uma área de concentração. Portanto, existiria uma espécie de hierarquia, que do ge- ral para o específico compreenderia: área de concentração, linha e projeto de pesqui- sa. Mas o que diferencia uma da outra? Sugiro que seja utilizado um continuum de frouxidão progressiva, sendo o nível inferior ou mais específico o de projeto, o mais bem definido. Comecemos pelo nível de área de concentração, o mais geral. Uma área é um espaço aberto ou campo, delimitado por algo maior que ele ou conti- do no interior de algo que tenha maior âmbito. Se essa área é de concentração, deve agrupar ações e fazê-las convergir para um centro, de modo a adensar, fortalecer ou tornar mais ativo determinado domínio de conhecimento. Assim, uma área de concentração deve compreender um campo bem delimitado de certo(s) ramo(s) de conhecimento(s), atividade(s) ou competência(s). No caso da pós-graduação, o que é maior do que uma área de concentração (ou que pode incluí-la),pode ser um Progra- ma, se este tem várias áreas de concentração, ou uma unidade organizacional como um departamento, instituto ou faculdade. Menor do que uma área de concentração seria uma linha de pesquisa. Mas o que diferencia as duas? Parece que o conceito de área de concentração admite parte das atribuições de linhas de pesquisa: sempre limita as fronteiras do espaço, mas nunca estabelece simultaneamente os rumos da pesquisa, a orientação teórica e os procedimentos. 3938 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Assim, o conceito de área de concentração é mais frouxo do que o de linha de pesqui- sa. E como este se compara com o de projeto? Em primeiro lugar, este tem todas as características das linhas: rumo, orientação teórica, procedimentos e fronteiras. Além disso, projetos bem elaborados especificam cuidadosamente os recursos que serão usados para alcançar seus objetivos, tais como docentes, pesquisadores, alunos, téc- nicos, equipamento e financiamento. Linhas de pesquisa, neste sentido, especificam os projetos nelas contidos; mas a agregação ou combinação deles muito raramente permitiria a consecução dos objetivos e finalidades de uma linha de pesquisa, que são formulados em longo prazo, enquanto isto é geralmente uma premissa de pro- jetos bem elaborados. Devo lembrar, além disso, que projetos de pesquisa podem existir fora do âmbito de linhas de pesquisa. O próprio programa Coleta Capes sabia- mente prevê essa possibilidade. Pesquisadores com freqüência listam suas linhas de pesquisa, sem qualquer preo- cupação com fazê-las equivalentes às linhas de seus Programas de Pós-Graduação ou grupos de pesquisa. Na verdade, eles estão listando seus interesses pessoais de pesquisa. Contudo é bom lembrar o que está, neste caso, sendo efetivamente men- cionado, copiando o que existe na ajuda do programa do Curriculum Lattes: linhas de pesquisa representam temas aglutinadores de estudos técnico-científicos que se fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resulta- dos guardam relação entre si. Do ponto de vista do funcionamento do Programa, a definição de linhas de pesquisa não pode ter influência no sentido de cercear a liberdade criativa ou a experimen- tação de novos caminhos que se mostrarem promissores, até mesmo em virtude de identificação de expressiva demanda por uma especialidade não prevista na propos- ta original de criação do Programa. Exatamente por isso, a desativação de linhas de pesquisa e a criação de outras são procedimentos encarados com naturalidade, e ex- plicitamente previstos na burocracia da Capes. A especificação de linhas de pesquisa muito abrangentes também não vai alterar a natureza das atividades de pesquisa efetivamente desempenhadas pelos pesquisadores do Programa. Tal tipo de espe- cificação, portanto, não vai garantir maior coesão ou homogeneidade no Programa”. A organização do conhecimento humano e as estruturas das linhas de pesquisa e dos métodos educacionais definem, para a universidade, uma matriz de interdepen- dência entre as áreas básicas, comuns a grandes ramos do conhecimento e a todas as linhas de trabalho científico, e áreas profissionais. A instituição que oferece o curso de mestrado e doutorado deve apresentar, por oca- sião dos contatos pessoais com os candidatos, as informações sobre suas linhas cur- riculares e projetos de pesquisa em andamento e em preparo; com isto é possível elaborar, em conjunto com os candidatos, planos de trabalho na forma de um com- promisso recíproco, flexível e responsável. LEITURA RECOMENDADA: GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007. (Realizar uma leitura do capítulo 4). SUGESTÕES DE FILMES Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor o sobre pesquisa. Filme: CRIAÇÃO. Direção: Jon Amiel. Produção: Jeremy Thomas.Reino Unido: Han Way Film, 2009. 1 DVD (108 min). Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ZcRP822h22A Foco: Charles Darwin e a “Origem das Espécies”. 4140 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir. Você entendeu a definição de pesquisa e a classificação dos diferentes tipos de pesquisa? Então, faça a auto-avaliação. ANOTAÇÕES 2 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA Caro aluno, você sabe como é a elaboração de um projeto de Pesquisa? Ao pensar em pesquisa, devemos, antes de tudo, planejar as fases de investigação, de forma que seja garantida a viabilidade da pesquisa. Aproveite para aprender um assunto impor- tante para a sua área profissional. De acordo com Rauen (2002, p. 47): quando alguém quer construir uma casa, pode fazê-lo sem planejar? Não, primeiro terá de fazer uma planta, com um plano de como será a casa, um cronograma de tempo para construir, um orçamento que antecipa os gastos necessários para a construção. Para o desenvolvimento de uma pesquisa, não é muito diferente; devemos primei- ro fazer um projeto, que é uma seqüência de etapas metodológicas estabelecidas pelo pesquisador; essas etapas devem ser adequadas aos procedimentos da meto- dologia científica. Durante a sua vida acadêmica, você desenvolverá muitas pesquisas e precisará elaborar muitos projetos, necessitando aplicar os conhecimentos adquiridos nesta disciplina. 2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA O pesquisador, uma vez definido o objeto da pesquisa, deve pesquisar buscando conhecimento para avaliar a questão em estudo. Deverá efetuar um levantamen- to bibliográfico e fazer uma análise do que já foi produzido sobre o assunto e tam- bém promover uma discussão do problema com outros profissionais, principalmente aqueles ligados à área, para amadurecimento, obtenção de novas interpretações e sugestões referentes à questão. Após cumpridas essas premissas básicas o pesquisa- dor está apto a elaborar uma proposta de projeto. 4342 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA O primeiro passo a ser dado, por aquele que se propõe a desenvolver uma pesqui- sa, é a escolha do assunto; isso dá início ao planejamento. A escolha certa do assun- to tema é fundamental, segundo Martins (2000, p. 19), mas, selecionar um tema, não é tarefa tão fácil! O assunto de uma pesquisa deve tratar de um tema que ne- cessite de melhores definições, novos relacionamentos entre variáveis, maior preci- são, enfim, um tema que exija maior aprofundamento ou dilatação de suas fronteiras. Lembre que, em qualquer área, o campo para pesquisas é vasto e pode causar an- gústia durante o período que precede a opção por um assunto e não por inúmeros outros. Mesmo quando o próprio curso sugere a área, incumbirá sempre ao aluno delimitá-lo, circunscrevê-lo e determinar o aspecto sob o qual o focalizará. Na elaboração do projeto, o autor deve ter conhecimento profundo sobre a área que pretende pesquisar, precisa definir e delimitar o assunto que trabalhará, deve conhe- cer a hipótese que será testada no estudo. Os conhecimentos teóricos da área de “... o ponto inicial de uma pesquisa não pode e não deve ser a meto- dologia, mas antes a relevância do problema”. (ALVES, 1981) atuação são adquiridos através de muitas leituras, cursos, contatos com outros profis- sionais, visitas a outras instituições, enfim, através das experiências de toda uma vida profissional direcionada para os princípios científicos. O projeto é um documento técnico, científico e administrativo, através do qual o pes- quisador formaliza o compromisso de usar a sua inteligência e o seu talento, na busca de soluções científicas para o problema. Através dele, identificam-se as qualidades profissionais e de caráter como: espírito científico, inteligência, objetividade, intelec- tualidade, maturidade profissional, criatividade, originalidade, honestidade, zelo pro- fissional, humildade e organização (FERRÃO, 2008). Todo trabalho de pesquisa científica inicia-se pelo projeto, nele descreve-se e detalha- -se asfases da pesquisa, oferecendo subsídio para efetuar um bom planejamento refe- rente a pessoal, equipamentos, tempo, materiais de consumo, recursos financeiros, etc. Na elaboração de um projeto deve-se ter objetivos bem definidos, planos de coleta, e se necessário, de análise dos dados, precisão de tempo de execução e de recursos para sua viabilização. O projeto serve de ponto de partida para a elaboração de uma pesquisa, para o planejamento geral do trabalho, para a obtenção de bolsas de es- tudos, para o financiamento de pesquisas e para apresentar ao professor/orientador com intenção de elaboração de uma monografia, dissertação ou tese. 4544 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA O planejamento da pesquisa científica se completa com a montagem do projeto de pesquisa, que traça o caminho intelectual inicial de todo o processo posterior. A cole- ta de dados e a redação final do trabalho são planejados aqui. São sugeridos como indispensáveis (devendo estar absolutamente claros para o pesquisador) o planeja- mento de sete itens: INTRODUÇÃO (O que se vai fazer? e “por quê”?). Neste item será apresentado o tema de pesquisa, o problema a ser pesquisado e a justificativa. Contextualize, abordando o tema de for- ma a identificar os motivos ou o contexto no qual o problema ou a(s) questão(ões) de pesquisa foram identificados. Permita que se tenha uma visualização si- tuacional do problema. Restrinja sua abor- dagem apresentando a(s) questão(ões) que fizeram você propor esta pesquisa. Na pesquisa, o tema é universal, mas não é possível, principalmente em trabalho acadêmicos, pesqui- sar algo muito amplo, até mesmo pela limitação de tempo que te- mos. Então, primeiramente, deve- mos analisar os aspectos direta- mente relacionados à questão e, em seguida, ir focando, até afunilar, ou delimitar o assunto. Indique as hipóteses ou os pressupostos que estão guiando a execução da pesquisa. Hipóteses ou pressupostos são respostas provisórias para as questões colocadas acima. Apresente os argumentos que indiquem que sua pesquisa é significativa, importante e/ou relevante. Indique os resultados esperados com a elaboração da pesquisa. Na escolha do tema e delimitação do tema: podem ser utilizados alguns critérios para ajudar na escolha do tema, como originalidade (mesmo que o trabalho não seja original deve apresentar alguma novidade, novo enfoque, novos argumentos ou pontos de vista), relevância (importância ou utilidade), viabilidade (econômica e de tempo), preparo técnico e existência de fontes; Segundo Andrade (2001, p. 24-25), na escolha do tema: você deve levar em conta a atualidade e relevância, seu conhecimento a res- peito, sua preferência e a aptidão pessoal para lidar com o assunto, o tem- po disponível e necessário para levar a bom termo a pesquisa (não podemos optar por um assunto que exija muito mais tempo de pesquisa do que dis- pomos) e o fator econômico para disponibilizar recursos materiais que serão utilizados na pesquisa, analisando se há possibilidade financeira para arcar com todos os custos orçados. JUSTIFICATIVA DO TEMA: consiste em apresentar motivos bons o bastante para o desenvolvimento da pesquisa. O que se pretende é que o leitor adquira convicção semelhante à do pesquisador: o tema é relevante e abrangente o bastante para me- recer uma investigação científica. Um tema pode ter importância social, científica ou acadêmica. O desenvolvimento dele pode trazer benefício direto para a sociedade em geral, ou para um grupo social específico, ao resolver ou encaminhar a solução para a necessidade ali instalada. Pode também beneficiar de imediato uma ciência contribuindo com informações para o avanço de determinado estudo científico. Pode ainda beneficiar o processo acadêmico, facilitando ou inovando o ensino-aprendiza- do de um assunto; > problematização (delimitação do problema): transformação de uma ne- cessidade humana em problema. O pesquisador deve ter idéia clara do pro- blema que pretende resolver, da dúvida a ser superada, caso contrário sua pesquisa correrá o risco da prolixidade, da falta de direção, da ausência de 4746 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA algo para se resolver. Se o problema é estabelecido de forma clara, ele desen- cadeará a formulação da hipótese geral, que será comprovada no desenvolvi- mento do texto. Ao optar por uma solução que deseja demonstrar (ou seja, a hipótese, nascida do problema apontado), tem-se uma tese; > seleção /delimitação do assunto: deve-se escolher o “pedaço” do problema que se quer ou se precisa estudar para estudá-lo em profundidade. Mesmo que todos os aspectos sejam considerados importantes, devem ser tratados um por vez e, ao escolher um deles, abandonam-se ou outros. É uma impo- sição do método; OBJETIVOS (para quê?) Objetivos (geral e específicos): é a espinha dorsal do proje- to de pesquisa. Não é o que o pesquisador vai fazer (isto se prevê nos procedimentos), mas o que ele pretende conseguir como resultado intelectual final de sua investiga- ção. São eles que delimitam e dirigem os raciocínios a serem desenvolvidos. O obje- tivo geral será subdividido em tantos objetivos específicos quantos necessários para o estudo e solução satisfatória do problema contido no objetivo geral. Cada um dos objetivos específicos será uma parte distinta da futura redação (um capítulo, um seg- mento). Todo objetivo, seja geral ou específico, começa com um verbo de ação no infinitivo. Exemplos: analisar, discutir, comparar, investigar, identificar, verificar, inferir, demonstrar, examinar, descrever, mensurar, explicar, avaliar, averiguar, viabilizar, listar, classificar, elaborar, etc. OBJETIVO GERAL (Para que pesquisar?) Indique de forma genérica qual o objetivo a ser alcançado. aquilo que você colocou como objetivo geral do projeto será cobrado de você. È o produto final, a meta, onde você pretende chegar. Deve-se elaborar um e apenas um objetivo geral. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Detalhe os objetivos específicos mostrando o que pretende alcançar com a pesqui- sa. Torne operacional indicando exatamente o que será realizado em sua pesquisa. Neste item deverá ser indicado claramente o que você deseja fazer, o que pretende alcançar. são as etapas necessárias para se alcançar o objetivo final. Em geral, temos um mínimo de dois e um máximo de quatro objetivos específicos. De maneira ge- ral, teremos um objetivo específico ligado ao referencial teórico, um ou dois objeti- vos específicos ligados à metodologia e um último ligado à conclusão (planejada) da pesquisa. As frases devem ser curtas, claras e precisas (ou seja, bem objetivas).: > Construção da(s) hipótese (s): é uma solução provisória que se propõe para o problema formulado. Sendo uma suposição que carece de confirmação, pode ser formulada tanto na forma afirmativa quanto na interrogativa. Não há uma norma ou regra fixa para a formulação de hipóteses, mas deve ser baseada no conhecimento do assunto e na literatura específica que foi le- vantada: lança-se uma afirmação a respeito do desconhecido com base no que se construiu e publicou sobre o tema. A formulação clara das hipóteses orienta o desenvolvimento da pesquisa. As hipóteses devem ser razoáveis e verificáveis. Em pesquisas exploratórias e descritivas não há necessidade de apresentar as hipóteses. PROCEDIMENTOS / METODOLOGIA/ MATERIAL E MÉTODOS: (como? onde? com que?) Esta parte do projeto identifica como será feita a pesquisa. Responde à pergunta acima: Como pesquisar? Deve-se lembrar que essa metodologia (do projeto) irá des- crever uma pesquisa que ainda irá acontecer, ou seja, os verbos devem aparecer no tempo futuro. Precisa informar no projeto de pesquisa se a pesquisa será exploratória, bibliográfica e experimental, etc, além de se constitui em um estudo de caso. E preci- sa explicar no caso da pesquisa exploratória, será empregada no estudo poisse trata de um assunto ainda pouco explorado. E será bibliográfica porque existem muitos autores que tratam do assunto de forma teórica. Finalmente, é um estudo de caso por se tratar de um estudo a um local específico, se for uma escola, empresa, ou em uma região específica de uma cidade específica, em um período específico. 4948 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Todas as etapas metodológicas anteriores devem ser fundamentadas com base em autores, justificando o porquê de sua investigação se encaixar em determinada abor- dagem de pesquisa. Recomenda-se também citar os instrumentos de pesquisa que serão utilizados (por exemplo, entrevistas, questionários, observação etc); Assim, pla- neja-se aqui, de forma concreta, a coleta de dados, que se iniciará ao final do projeto. A descrição dos procedimentos pode também ser enriquecida por detalhes práticos. Detalha-se o universo, a amostra, o tipo de tratamento que as informações receberão. > REVISÃO DE LITERATURA/REFERENCIAL TEÓRICO (O que já foi escrito sobre o tema? O que já é sabido sobre o assunto pesquisado?) Esse é o principal item do projeto de pesquisa. Pode ser chamado também de Marco Teórico ou Revisão de Literatura ou ainda de Estado da Arte. Quando se faz a justificativa de um projeto de pesquisa consegue-se ter uma idéia do trabalho que se terá para desenvolver. Nesse item desenvolve-se um amplo “diálogo” do pesquisador com diversos autores que já estudaram essa área do conhe- cimento, com o objetivo de se confirmar uma resposta provisória (hipótese) elaborada para tentar responder ao questionamento inicial. O texto deve ser desenvolvido numa linguagem formal, de forma coerente, consistente, obje- tiva e original. Embora ao se escolher um dado tema já seja conhecido algo sobre o mesmo, a releitura exploratória tem o mérito de aumentar a extensão e a profundidade dos conhecimentos conhecidos, ajudando a distinguir o secundário do essencial e facilitando a delimitação do conteúdo dos temas a investigar. Revisar a produção científica conhecida de forma mais comple- ta e atual possível, relatando as contribuições mais relevantes e pertinentes aos objetivos, hipótese científica, metodologia e resultados alcançados. É na pesquisa bibliográfica, que são verificados conceitos, teorias, idéias, opiniões e confronto de opiniões de autores. Nesse tópico faz-se um levantamento sobre quem já publicou sobre o assunto. > Cronograma de Execução (quando? em quanto tempo?). Definem-se nes- se item quando as etapas do projeto vão acontecer. O cronograma pode ser mensal, quinzenal ou semanal, e pode ser elaborado sob a forma de uma tabela. Um exemplo de um cronograma simples, totalizando um ano de pesquisa consiste em relacionar as atividades ao tempo disponível, ou seja, planejar o tempo em função das atividades previstas para a conclusão do trabalho proposto. > Recursos / Material Necessário/ Orçamento: Com que recursos pesqui- sar? (quanto vai custar?). Consiste na descrição quantitativa de tudo aquilo que se pretende utilizar no desenvolvimento do trabalho. Planejar os recur- sos é assegurar, com o maior detalhamento possível, a suficiência inicial dos itens necessários para a aquisição das informações desejadas. Toda pesqui- 5150 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA sa tem um custo. Algumas demandam investimentos substanciais, sendo financiadas pelo governo, pelas empresas ou por órgãos de fomento e in- centivo à pesquisa. A pesquisa universitária que tem o objetivo de ensinar o aluno como elaborar um projeto e conduzir uma pesquisa não necessita deste item. Entretanto, torna-se um item obrigatório em pesquisas de maior porte. Quando este item for necessário, devem ser especificados os recursos humanos e materiais indispensáveis para a realização do projeto, com uma estimativa dos custos. > Referências bibliográficas: Esse item deve contemplar todas as fontes efeti- vamente lidas e utilizadas (citadas) ao longo da pesquisa. Não deve ser listada uma referência lida e não citada. O contrário é um caso ainda mais grave. Jamais se deve citar um autor sem que este apareça nas referências. Todas as referências devem ser elaboradas de acordo com as normas da ABNT. Segundo Severino (2002, p. 159), um projeto bem elabora do desempenha várias funções: 1. Define e planeja para o próprio orientando o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas, os instrumentos e estratégias a serem utilizados. Este planejamento possibi- litará ao pós-graduando / pesquisador impor-se uma disciplina de trabalho não só na ordem dos procedimentos lógicos mas também em termos de or- ganização do tempo, de seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos. 2. Atende às exigências didáticas dos professores, tendo em vis- ta a discussão dos projetos de pesquisas e seminários, freqüen- tes sobretudo em cursos de doutorado. Cada colega subme- te sua proposta à apreciação dos colegas, com os quais a discute. 3. Permitem aos orientadores entender melhor o sentido geral do trabalho de pesquisa e seu desenvolvimento futuro, podendo discutir o início, com o orientando, suas possibilidades, perspectivas e eventuais desvios. 2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO Decidir sobre um tema de pesquisa é tarefa relativamente fácil para quem está envol- vido numa determinada área. Entretanto aquele que se inicia na vida científica tem de suportar o conflito entre a aquisição de novos conhecimentos e os prazos acadê- micos. Em muitos casos falta tempo e experiência para uma boa opção Antes deve-se pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho ba- seia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica, a qual dá fundamentação teórica. Verificar a relevância, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos pra- zos estipulados. Escolhido o tema, faz necessário delimitá-lo, ou seja definir sua extensão e profundi- dade, o tipo de abordagem. Por exemplo: se escolhido o tema – “Evasão escolar” – tor- na-se necessário especificar: Onde? (Estado; determinada região; escola?) Em que nível? (na pré-escola? no 1º grau, etc...) Qual o enfoque? (psicológico; sociológico?...) Um bom tema deve possuir fontes para coleta de dados e consulta, portanto, ser viável. Além disso, deve ser relevante, original e oportuno. Vejamos o que se pode en- tender por esses predicados: a. Viabilidade - possibilidade de acesso a uma bibliografia, disponibilidade de tempo para a execução do trabalho, adaptabilidade ao nível do pesquisador e orientação de especialistas na área; b. Relevância - importância científica do tema e contribuição para o es- clarecimento ou enriquecimento de informações sobre o assunto; 5352 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA c. Originalidade - quantidade e qualidade de estudos sobre o tema, pontos obs- curos a serem elucidados e existência de novos questionamentos; d. Oportunidade - contemporaneidade ou relevância atual, interesse histórico ou documental. A escolha de um tema de pesquisa depende dos valores do pesquisador, de sua rela- ção com o universo. Em qualquer nível, a pesquisa exige independência, criatividade e a integração do tema no dia a dia do pesquisador. Os guias para pesquisas auxiliam na parte formal. Entretanto não existe e é pouco provável que venha a existir um método que permita a reconstrução lógica de novas idéias. Assim, antes de qualquer coisa, torna-se necessário decidir sobre os problemas que devem ser pesquisados e é preciso observar que essa capacidade de discriminar entre o relevante e o irrelevante não nos vem da ciência. Esta só nos pode oferecer métodos para explorar, organizar, explicar e testar problemas previamente escolhidos. Mas ainda estamos contornando o problema, sem chegar à questão básica: como nasce o tema de pesquisa? Quando dissemos que tomávamos como pressupostoo envolvimento pessoal do pesquisador com sua pesquisa, tínhamos claro que acima de tudo é preciso gostar do que pesquisamos, já que durante longo tempo será nosso ser inteiro que irá se voltar para aquele objeto. Não existe ainda, e é pouco provável que venha a existir, um método que permita a reconstrução lógica do nascimento de novas idéias. Desta forma, o nascimento do tema de pesquisa é um trabalho artesanal de criação que exige do pesquisador a descoberta de seus valores pessoais, um posicionamento crítico e inquieto diante do Universo e uma disciplina de trabalho que permita equacionar valores pessoais com o objeto e o ato da pesquisa. (MILLS, 1980) É melhor começar, creio, lembrando aos principiantes que os pensadores mais admi- ráveis dentro da comunidade intelectual que escolheram não separam seu trabalho de suas vidas. Encaram a ambos demasiados sério para permitir tal dissociação e desejam usar cada uma dessas coisas para o enriquecimento da outra. A erudição é uma escolha de como viver e ao mesmo tempo uma escolha de carreira; quer o saiba ou não, o trabalhador intelectual forma seu próprio eu à medida que se aproxima da perfeição de seu ofício. 2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA Na verdade, a própria formulação do pro- blema de pesquisa pressupõe a leitura e o conhecimento prévios de algumas pesqui- sas chaves sobre o assunto. Quanto maior o número de pesquisas que lemos sobre um assunto, mais condições teremos de formular um problema de pesquisa inte- ressante, pertinente e original. Sabendo o que já foi feito e o que já se sabe sobre um assunto, temos mais condições de de- terminar qual o próximo passo a ser dado para aumentar este conhecimento. Escolha do problema de pesquisa • Porque pesquisar? Explicações, conhecimento mais profundo. • Qual a importância do fenômeno a ser pesquisado? • Que pessoas ou grupos se beneficiarão com os seus resultados? A relevância do problema – busca agregar valor, acrescentar conhecimento. Algumas regras para a adequada formulação do problema: 1. O problema deve ser formulado com uma pergunta; 2. Ele deve ser delimitado a uma dimensão viável, quanto mais focalizado o tema A escolha prévia do problema de- pende do pesquisador. É em fun- ção de seus valores, de sua relação com o universo que nascem seus temas de pesquisa. Isso é que faz do ato de pesquisa um ato político. 5554 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA estiver será mais fácil pesquisar. Fazer o tema ficar mais específico.O objetivo não pode ser muito amplo para não fugir do tema; 3. Deve ter clareza; 4. Deve ser preciso; 5. Apresentar referências empíricas. LEITURA RECOMENDADA: GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007. (Realizar uma leitura dos capítulos 2, 3, 15 e 16). FERRÃO, R.G. Metodologia científica para iniciantes em pesquisa. 3ª Ed. Revisada e Ampl. Vitória, ES: Incaper, 2008. (Realizar uma leitura do capítulo 11). SUGESTÕES DE FILMES Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor o sobre pesquisa. - Filme: Gattaca — Experiência Genética (Gattaca, EUA, 1997), de Andrew Niccol. - Filme: Erin Brockovick: Uma Mulher De Talento. Dirigido por Steven Soderbergh. EUA,: Universal Picture/Columbia Pictures, 2000. 131 min. O filme é baseado em uma história real. Erin Brockovich (Julia Roberts) é uma decidia e jovem que luta por justiça de todas as maneiras. Desesperada por um trabalho que sustente suas três crianças, ela convence o advogado Ed Marsy (Albert Finney) a contratá-la e descobre acidentalmente um caso legal contra uma grande corporação. Nesse filme, você observa os passos da pesquisa: o problema de pesquisa, a hipótese, os procedimentos metodológicos (a coleta de dados – questionário). Nele, podemos perceber como uma pessoa comum pode fazer pesquisa. Assista ao filme e reflita sobre o processo. 5756 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir. Você estudou sobre a estruturação do projeto de pesquisa, escolha do tema, de- finição do problema e o referencial teórico. Então, faça a auto-avaliação. ANOTAÇÕES 3 REFERENCIAL TEÓRICO Nesta unidade iremos focar na construção do referencial teórico também conhecido como Revisão de literatura. Importante conhecer toda a sua forma de construção tendo em vista que estará empregando em toda a sua vida acadêmica, e também profissional. Aproveitei para aprender sobre esse assunto. Antes de começarmos a falar de referencial teórico é importante estudarmos um pouco sobre citação. Já que a citação é empregada a todo momento num trabalho de pesquisa. Vale destacar que podemos empregar citação na introdução, justificati- va, na formulação do problema, na metodologia, no referencial teórico e na análise e discussão das informações do trabalho de pesquisa. Vamos entender então o que é citação e como fazer uma citação de forma correta. Tendo em vista que sempre que copiamos algo precisamos fazer uma citação. 3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM TEXTO PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO ACADÊMICO OU CIENÍFICO? Segundo a NBR 10520/2002 citação é a menção a um texto de um autor extraído de outra fonte. Ainda segundo a NBR, os tipos de citações que podem ser utilizados no texto são citação direta, citação indireta e citação de citação. 5958 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Quando o nome do autor for citado dentro do texto, este deve ser apresentado so- mente a letra inicial maiúscula e o restante minúscula. Agora, se estiver entre parên- teses, deve-se apresentar em letra maiúscula. Em caso de dois ou três autores estes serão separados por ponto e vírgula quando vierem entre parênteses ou pela conjun- ção “e” quando estiverem incluso no texto. Exemplos: > Citações Diretas, Literais ou Textuais: As citações diretas, literais ou textuais é uma transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Nestes tipos de citações, além do SOBRENOME do autor, deve-se conter o ano e a página da qual foi retirada a citação. • Transcrição do texto de até 3 linhas, deve ser inserida no texto e conter aspas duplas. Caso o trecho transcrito já contenha expressões ou palavras entre as- pas, essas serão transformadas em aspas simples. Segundo Dalrymple e Parsons (2003, p. 107) a partir do momento que os gerentes de marketing tiverem conhecimento sobre as dimensões da personalidade da marca, estes poderão utilizá-la para moldarem imagens de marca que combinem com o público que deseja atingir. “Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são trocados livremente” (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p. 45). 6160 METODOLOGIA CIENTIFICA METODOLOGIA CIENTIFICA Exemplo: • Transcrição no texto com mais de três linhas, deve estar em parágrafo inde- pendente, com recuo de 4 cm da borda esquerda, digitados em espaço sim- ples, com tamanho 10 e sem aspas. Exemplos: Exemplos: Economicamente, Rosseti (2000, p. 439) define mercado como: Um centro de estimulação que leva à maior qualificação dos recursos e dos produtos. As exigências impostas pela competitividade são, de um lado, fa- tores de impulsão, das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando o capital humano; de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e seus padrões de desempenho e qualidade. > Citações Indiretas ou Livres: Transcrição livre do texto do autor consultado. Não é necessário o uso das aspas. Nas citações indiretas a indicação das pági- nas consultadas é opcional. O grande desafio na atualidade é dotar as empresas de diferenciais compe- titivos que possibilitem ampla expansão de seus negócios através de pro- dutos globais e pela satisfação das necessidades de consumidores ávidos de produtos e serviços cada vez mais personalizados (COBRA, 1992, p. 25). Segundo Sandroni (2000, p. 311), o termo mercado “designa um grupo de compradores
Compartilhar