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Renúncia à herança

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Faculdade Sul-Americana - FASAM 
Aluna: Déborah Alencar Cywinski 
 
 
 
Renúncia à herança e seus efeitos jurídicos 
 
 
 
A herança é todo o patrimônio, o conjunto de bens, direitos e obrigações 
que a pessoa falecida deixa aos herdeiros. Por sua vez, os herdeiros podem se 
classificar em legítimos/necessários, que são os descendentes, os 
ascendentes, cônjuge e os colaterais, e em testamentários, que são aqueles 
que recebem o patrimônio pela vontade do falecido firmada em testamento. Em 
caso de dois ou mais herdeiros, ocorre a partilha de bens. Nesse momento, por 
surgirem diversos conflitos familiares, muitas vezes alguns dos herdeiros 
podem optar por renunciar o seu direito à herança. 
Para ser feita a renúncia, o herdeiro deve ser dotado de capacidade 
jurídica, sendo plenamente capaz de negociar e gerir o patrimônio que o 
pertenceria. Ainda, conforme o art. 1.806, CC/02, o ato deverá sempre ser feito 
de forma expressa, através de um instrumento público ou um termo judicial. 
Depois de concretizada a renúncia, a parte que seria do herdeiro renunciante 
volta ao todo e é dividida entre os demais herdeiros. Portanto, possuindo efeito 
ex tunc, não há possibilidade de outra parte o representá-lo ou entrar na 
sucessão em seu lugar, vejamos: 
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro 
renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se 
todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os 
filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. 
 
Vale ressaltar apenas que, caso se trate de herdeiro testamentário que 
optou por renunciar à herança, se no próprio testamento tiver expressamente 
um herdeiro substituto, o mesmo deverá então ser chamado à sucessão, 
conforme disposto no art. 1.947 do Código Civil. 
Se a renúncia afetar prejudicialmente os credores do renunciante, estes 
poderão intervir e aceitá-la em nome da parte. Desta forma, receberão o 
equivalente ao valor devido, e não a herança como um todo. 
A renúncia à herança pode, ainda, ser dividida entre duas modalidades: 
abdicativa e translativa. A abdicativa é a modalidade já explicada, na qual a 
parte renunciada volta para o todo e é dividida novamente entre os demais 
herdeiros. Já a translativa acontece quando herdeiro recebe a herança e 
transfere a um terceiro. Esta modalidade é vista também como uma cessão de 
direitos, e não como uma renúncia à herança. 
Frisa-se ainda, que a renúncia à herança é irrevogável, irretratável e 
definitiva, produzindo efeito de maneira imediata.

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