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Artigo - Transporte intra e inter-hospitalar de pacientes cr+¡ticos (1) (1)

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9
FACULDADE REDENTOR
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA
CARLOS ALEXANDRE LIMA LINHARES
	
TRANSPORTE INTRA E INTER-HOSPITALAR DE PACIENTES CRÍTICOS
Juazeiro do Norte – CE
2013
CARLOS ALEXANDRE LIMA LINHARES
TRANSPORTE INTRA E INTER-HOSPITALAR DE PACIENTES CRÍTICOS
Artigo Científico – apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em cumprimento às exigências para obtenção do Título de Especialista.
Juazeiro do Norte – CE
2013
RESUMO
O paciente crítico é aquele que por algum motivo depende de meios avançados de monitorização e terapêutica para continuar vivendo. O transporte desses pacientes é essencial para que eles sobrevivam, podendo ser transportados para outros setores do hospital, transporte intra-hospitalar, ou para centros hospitalares de maior complexidade, transporte inter-hospitalar. Tanto o transporte intra e inter-hospitalar são bem arriscados, devido ao quadro clínico complexo e de grande instabilidade do paciente, e por isso devem ser realizados de forma rigorosa e bastante cautelosa. Para que os riscos sejam diminuídos, o veículo de transporte deve ser específico para cada caso e deve suprir as necessidades de equipamentos e medicamentos, o transporte deve ser realizado por uma equipe multiprofissional capacitada e a comunicação entre os profissionais é essencial. Caso algum desses fatores falhe, são inúmeros os tipo de complicações que podem ocorrer e, muitas delas pode ser fatais para o paciente.
Palavras-chave: Paciente crítico, transporte intra-hospitalar, transporte inter-hospitalar. 
ABSTRACT
The critically ill patient is one that depends on advanced means of monitoring and treatment to continue living. The transport of these patients is essential for them to survive, can be transported to other hospital departments, intra-hospital transport, or centers for more complex hospital, inter-hospital transport. Both intra and inter-hospital are very risky, due to the complex clinical picture and instability of the patient, and therefore should be performed accurately and fairly cautious. That risks are diminished, the transport vehicle must be specific to each case and must meet the needs of equipment and medicines, transport must be carried out by a multidisciplinary team trained and communication between professionals is essential. If any of these factors fails, there are numerous types of complications that can occur and, many of them can be fatal to the patient. 
Keywords: Critically ill patient, intra-hospital transport, inter-hospital transport.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 06 
2. OBJETIVOS 09
3. REVISÃO DE LITERATURA 10
3.1 Transporte Inter-hospitalar 10
3.2 Transporte Intra-hospitalar 							 15
3.3 Complicações 18
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
5. REFERÊNCIAS 20
1 INTRODUÇÃO
Define-se como paciente crítico aquele que, por disfunção ou falência de um ou mais órgãos ou sistemas, depende para sobreviver de meios avançados de monitorização e terapêutica. Freqüentemente na emergência e na unidade de terapia intensiva são encontrados estes pacientes críticos com suporte hemodinâmico e/ou respiratório. Tais pacientes muitas vezes também necessitam de transferências para centros hospitalares de maior complexidade ou transporte para outros setores do hospital onde está internado (JAPIASSÚ 2005), sendo o transporte destes pacientes arriscado, devido ao quadro clínico complexo e, na maior parte das vezes, com grande instabilidade (LACERDA, et al., 2013).
O transporte do paciente grave é essencial para a melhoria do estado clínico e importante para a sobrevivência, além de qualidade de vida deles. O doente tem direito a ser transportado de forma totalmente segura, onde o nível e a qualidade dos cuidados prestados, durante o transporte, não deverão ser inferiores aos cuidados na unidade de origem (KALIL, 2010 apud ANDRADE, 2012).
A razão básica para o transporte do paciente crítico é a necessidade de cuidados adicionais de tecnologia ou especialistas não disponíveis no local onde o paciente se encontra (PEREIRA JÚNIOR, et al., 2007).
O ato de transportar deve reproduzir a extensão da unidade de origem do paciente, tornando-o seguro e eficiente sem expor o paciente a riscos sem necessidade, evitando o agravamento do seu estado clínico (LACERDA, et al., 2013).
Existem dois tipos de transporte, o intra-hospitalar e o inter-hospitalar. O transporte intra-hospitalar é definido como o encaminhamento temporário ou definitivo de pacientes por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar, seja para fins diagnósticos ou terapêuticos (NOGUEIRA, et al., 2005). 
Pode-se definir o transporte inter-hospitalarcomo a transferência de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que funcionem como bases de estabilização para pacientes graves ou como serviços de menor complexidade, de caráter público ou privado (LACERDA, et al., 2013).
	Para que a organização deste tipo de transporte seja eficiente, deve-se basear seu planejamento em quatro grandes conceitos: planejamento e coordenação, comunicação, equipe multidisciplinar especializada, além de equipamento e monitoração (LACERDA, et al., 2013).
O transporte do paciente crítico nunca deve ser feitos por uma só pessoa, mas sim, por uma equipe treinada. A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente sabe quando fazê-lo e como realizá-lo, ou seja, deve haver indicação para o deslocamento e, principalmente, planejamento para fazê-lo. A equipe envolvida deve receber treinamento adequado, desenvolvendo habilidade no procedimento e uma rotina operacional para realizá-lo (LACERDA, et al., 2013).
 Vale ressaltar que a equipe de saúde, além de oferecer toda a capacitação técnica, deve também proporcionar o bem-estar psicossocial ao paciente crítico submetido ao transporte. A preservação física da imagem do doente e o sigilo profissional são ações esperadas por todos os componentes da equipe de saúde envolvidos com o transporte, em razão de estarem sustentadas nos códigos de ética das várias profissões da área da saúde (NOGUEIRA, et al., 2004).	
A importância do transporte por pessoas capacitadas foi descrita em um estudo (STEARLEY apud ALMEIDA et al., 2012), demonstrando uma taxa de 15,5% de eventos adversos em transportes realizados por uma equipe especializada, e quando o transporte é feito por pessoas não capacitadas, a incidência ultrapassou 75% (ALMEIDA et al., 2012).
O transporte exige ainda uma estratégia cuidadosa, especialmente em relação à comunicação interequipe, identificando informações básicas relacionadas ao paciente como idade, peso, diagnóstico, destino e procedimento a ser realizado, estabilidade hemodinâmica, padrão respiratório, acesso venoso/gotejamento dos medicamentos e transmissão de tais informações a equipe receptora (ALMEIDA et. al., 2012).Um dos grandes obstáculos apontados pela equipe são as barreiras na comunicação, tais dificuldades seriam menores se houvesse a interação entre as equipes envolvidas em um cenário tranquilo (BOUTILIER apud ALMEIDA et al, 2012).
Durante o transporte do paciente grave, cria-se um período de instabilidade e grandes riscos, sobretudo com relação à hemodinâmicae ventilação (JAPIASSÚ, 2005). Os equipamentospara monitorização são, obviamente, essenciaise asua miniaturização tem resolvido muitos dos problemas associados com a falta de espaço, sendo tambémmenos susceptíveis a artefatos de movimento (PEREIRA JÚNIOR, et al., 2007). 
O objetivo principal destes transportes é melhorar o prognóstico do paciente, assim, o risco do transporte não deve sobrepor o possível benefício da intervenção. Vale ressaltar que a decisão de transporte é de responsabilidade médica, cabendo a este profissional analisar todas as variáveis envolvidas, independentemente de outros fatores alheios ao tratamento do paciente (LACERDA, et al., 2013).
Sendo assim, o planejamento adequado, a participação de pessoal qualificado em cuidados críticos ea seleção de equipamentos próprios para a monitorização esuporte do paciente, certamente diminuem as probabilidadesde insucesso e complicações durante o transporte (JAPIASSÚ 2005).
2 OBJETIVOS
	O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura atual sobre transporte inter e intra-hospilar do paciente crítico, detalhando acerca das características do paciente grave, dos procedimentos a serem realizados durante tais transportes e das possíveis complicações que podem ocorrer. 
	
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Transporte Inter-horpitalar
O transporte inter-hospitalar pode ser definido como a necessidade de transferência do paciente para outra unidade hospitalar, quando a condição local de atendimento não permite a avaliação adequada e completa do mesmo, ou ainda, quando os recursos são escassos, ou quando existe a necessidade de avaliação de especialidades não disponíveis (SCHVARTSMAN, et al,. 2005).
Segundo as recomendações do transporte de doentes críticos escrita pela Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, publicada em 2008, o transporte dos doentes críticos, envolve 3 fases: a decisão, o planejamento e a efetivação. 
A decisão de transferência é um ato médico, nessa fase deve haver a avaliação de benefícios e riscos inerentes ao transporte. Este risco envolve duas componentes que são os riscos clínicos e os riscos de estrada (ORDEM DOS MÉDICOS E SOCIEDADE PORTUGUESA DE CUIDADOS INTENSIVOS, 2008).
O planejamento das transferências inter-hospitalares deve ser efetuada pela equipa médica e de enfermagem. Eles devem escolher e fazer o contato do serviçoreceptor, do meio de transporte, da equipa de transporte, seleção da monitorização e da terapêutica e a previsão das possíveis complicações (ORDEM DOS MÉDICOS E SOCIEDADE PORTUGUESA DE CUIDADOS INTENSIVOS, 2008).
A efetivação do transporte inter-hospitalar fica a cargo da equipe de transporte selecionada, cuja responsabilidade só termina no momento da entrega do doente à equipe do serviço destinatário (ORDEM DOS MÉDICOS E SOCIEDADE PORTUGUESA DE CUIDADOS INTENSIVOS, 2008).
Apesar dos riscos, está comprovado que o transporte de pacientes críticos, pode ser realizado com segurança, desde que seja planejado e efetuado por uma equipe experiente e com equipamento adequado (RUA, 1999 apud MARTINS & MARTINS, 2010).
De acordo com Martins e Martins (2010) existem sete princípios de segurança que devem ser seguidos no transporte de pacientes críticos. São eles: os procedimentos de tratamento são, na sua maioria, impossíveis numa ambulância em movimento; a estabilização do doente antes do transporte é fundamental para a prevenção das complicações durante a viagem. Tudo o que é essencial deve ser feito antes de iniciar o transporte; o objetivo é o transporte do doente que deve ocorrer, independentemente da distância, com o menor número possível de alterações terapêuticas; a estabilização começa com uma avaliação exaustiva do doente; a monitorização é iniciada e mantida durante todo o transporte; a equipe de transporte deve possuir treino específico e deve conhecer bem o equipamento que vai utilizar e quando se reconhece essa necessidade, o transporte deve ser efetuado o mais precocemente possível.
O sistema de transporte deve conter em sua estrutura básica, uma central de comunicação, uma equipe multidisciplinar adequada à situação do transporte, veículos adequados, que podem variar desde ambulâncias com equipamento básico até sofisticadas aeronaves (GEBREMICHAEL, et al., 2000). É de suma importância que eles tenham um espaço amplo, um controle de temperatura, que sejam seguros e disponham de fontes próprias de energia (SCHVARTSMAN et. al. 2005).
O transporte pode ser terrestre, aéreo ou aquático. O transporte terrestre poderá ser indicado para áreas urbanas, em cidades de pequeno, médio e grande porte, ou para as transferências intermunicipais, onde as unidades possam se deslocar com segurança e no intervalo de tempo desejável ao atendimento de cada caso (LACERDA, et al., 2013).
O transporte aéreo é usado quando a gravidade do quadro clínico do paciente exige uma intervenção rápida e as condições de trânsito torne o transporte terrestre muito lento, ou quando for necessário percorrer grandes distâncias em um intervalo de tempo desejável para cada caso (LACERDA, et al., 2013). Os veículos podem ser de dois tipos: os de asa rotativa (helicópteros) e os de asa fixa (aviões) (SCHVARTSMAN, et. al. 2005).
Poderá ser indicado o transporte aquáticoquando o transporte terrestre estiver impossibilitado pela inexistência de estradas ou onde não haja transporte aéreo, observando-se a adequação do tempo de transporte a cada caso (LACERDA, et al., 2013).
Para cada tipo de transporte há um tipo de ambulância. Ambulância um veículo terrestre, aéreo ou aquático, que seja destinado único e exclusivamente ao transporte de enfermos (LACERDA, et. al., 2013).
De acordo com a Portaria nº. 2.048/02 relatada no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, as ambulâncias podem ser classificadas em:
· Tipo A – Ambulância de Transporte: é usada para o transporte em decúbito horizontal de pacientes que não possuem risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo. 
· Tipo B – Ambulância de Suporte Básico: o veículo é usado para o transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e também quando o atendimento é pré-hospitalar e os pacientes apresentam risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino. 
· Tipo C - Ambulância de Resgate: é utilizada em situações de urgências pré-hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e aéreos). 
· Tipo D – Ambulância de Suporte Avançado: destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que precisam de cuidados médicos intensivos. Deve possuir equipamentos médicos necessários para a realização desta função. 
· Tipo E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa rotativa ou fixa é usada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, em que contêm equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC. 
· Tipo F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, utilizado em transportes por via marítima ou fluvial. É preciso possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade. 
· Veículos de Intervenção Rápida - Também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são usados para transporte de médicos com equipamentos que oferecem suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F. 
· Outros Veículos - Veículos habituais com adaptações para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
	
	Na mesma portaria são listados os equipamentos e os medicamentos para cada tipo de ambulância, necessários para a realização de um transporte seguro. São eles de formageral: maca própria para transporte (leve, com proteção lateral e que permitir o transporte de equipamentos, monitores e cilindros a ela acoplados), equipamentos elétricos providos de baterias totalmente carregadas, equipamentos que permitam a continuidade do tratamento do paciente, projetados especificamente para o transporte (ventiladores mecânicos e bombas infusoras), materiais para permeabilização da via aérea e ventilação pulmonar assistida, oxigênio (em geral com cilindro de reserva e capacidade mínima para 30 minutos em alto fluxo), materiais para realização de procedimentos para situações de risco iminente de vida (como descompressão de tórax, cricotireoidostomia etc), monitores (desfibrilador/cardioversor com marca-passo externo, cardioscópio, oxímetro de pulso, pressão arterial tono-oscilométrica) e monitores específicos para as doenças do paciente e/ou que evitem a descontinuação da monitoração utilizada no setor de origem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
	As medicações mínimas recomendadas para o transporte são: adenosina, glucagon, água destilada, heparina, albuterol, isoproterenol, amiodarona, labetalol, atropina, lidocaína, bicarbonato de sódio, manitol, cloreto de cálcio, metilprednisolona, cloreto de potássio, metoprolol, digoxina, naloxona, diltiazem, nitroglicerina, difenidramina, nitroprussiato de sódio,dopamina, procainamida, epinefrina, solução salina, fenitoína, sulfato de magnésio, fenobarbital, terbutalina, furosemida, verapamil, glicose 25% e 50% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
	Medicações especializadas ou controladas para serem adicionadas imediatamente antes do transporte: 
· Analgésicos narcóticos: morfina, fentanil;
· Sedativos / hipnóticos: lorazepam, midazolam, propofol, etomidato, ketamina;
· BNM: succinilcolina, pancurônio, atracúrio, rocurônio;
· Prostaglandina E1;
· Surfactante pulmonar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
A Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos ainda afirma que a qualificação técnica, constitui um dos aspectos mais importantes para a promoção e a segurança durante o transporte de pacientes críticos. Mesmo para profissionais que habitualmente tratam de pacientes críticos, deve promover-se a formação específica em transportes desses pacientes. A preparação da equipe de transporte deve, no mínimo, incluir o suporte avançado de vida e, desejavelmente, o suporte avançado de trauma sem esquecer algumas especificidades.
Para realização da transferência inter-hospitalar, deve-se avaliar a estabilidade do paciente, a real necessidade de transferência, a relação risco/benefício do transporte além dos fatores facilitadores do destino, como detalhado na Figura 1. Se a situação for favorável, recomenda-se iniciar o transporte seguindo os protocolos. 
Figura 1: Algoritmo para o transporte inter-hospitalar.
Fonte: Lacerda, et. al. (2013).
3.2 Transporte Intra-hospitalar
O transporte intra-hospitalar é a transferência temporária ou definitiva de pacientes dentro do ambiente hospitalar por profissionais de saúde (BECKMAN, et al., 2004). Ocorre quando os pacientes internados são transportados para realizar alguma intervenção cirúrgica ou procedimento diagnóstico dentro do próprio hospital (VIEIRA, et. al., 2007).
	É indispensável a submissão de pacientes críticos ao transporte intra-hospitalar para a realização de exames complementares, e esta fase deve ser muito bem planejada e executada, com o objetivo de minimizar os riscos a que este paciente está sendo submetido (ZUCHELO & CHIAVONE, 2009).
	Segundo Pereira Júnior, et al. (2007) são quatro os principais tipos de transferência intra-hospitalar:
· Transferência, sem volta do paciente, para fora da área de tratamento intensivo (CTI, centro cirúrgico e sala de recuperação anestésica): envolve a transferência dos pacientes com alta da sala de recuperação anestésica ou do CTI.
· Transferência em um único sentido de um paciente para uma área de cuidados intensivos: é o transporte de pacientes da sala de emergência (clínica ou de trauma) ou enfermaria para o CTI ou para o centro cirúrgico. 
· Transferência do CTI para o centro cirúrgico, com retorno ao CTI: quando a necessidade de intervenções cirúrgicas em qualquer torna necessário o transporte do paciente crítico.
· Transferência do CTI para áreas não-CTI e retorno do paciente ao CTI: são transferências para procedimentos diagnósticos ou terapêuticos não cirúrgicos, principalmente para o setor de radiologia (PEREIRA JÚNIOR, et al., 2007).	
É mais freqüente o transporte intra-hospitalar de pacientes internados em terapia intensiva que varia entre 22,5% a 52,4%, e os pacientes cirúrgicos apresentam uma freqüência maior de transportes do que os pacientes clínicos (55% versus 45%) por necessitarem de múltiplos diagnósticos (PAZ, 2013).
Com a decisão de transportar um paciente em estado crítico devem ser avaliadosos benefícios potenciais, ponderando contra os riscos, o transporte deverá ser realizado na tentativa de melhorar o prognóstico do paciente e não sobrepor os riscos a possíveis benefícios (NOGUEIRA, 2004 apud CUNHA, 2011).
Apesar do transporte intra-hospitalar ocorrer no ambiente do hospital, com percursos relativamente curtos e com aparente garantia de segurança, esse transporte pode se constituir em risco adicional ao paciente (VIEIRA, et. al., 2011).
O transporte intra-hospitalar do paciente crítico pode gerar grandes riscos, com consequências imediatas como a deteriorização fisiológica sofrida pelo paciente de forma brusca. Estudos documentam eventos adversos relacionados à equipe multidisciplinar, aos equipamentos e às alterações fisiológicas inerentes ao paciente e, assim, a segurança do paciente, no cenário do transporte, tem sido facilitada pelo desenvolvimento de equipamentos próprios, equipes bem treinadas e desenvolvimento de protocolos específicos, já que se trata de uma população com grandes chances de complicações e de instabilidade (BECKMANN apud ALMEIDA et al., 2012).
Esse tipo de transporte depende diretamente do planejamento e da atuação organizada da equipe multiprofissional, e também da escolha de equipamentos adequados (SHIRLEY apud ALMEIDA et al., 2012). Assim, um ponto extremamente importante no transporte do paciente é a comunicação prévia das informações necessárias entre a equipe que transporta e aquela que irá recepcionar o paciente, de forma que não seja comprometida sua segurança e a continuidade dos cuidados de saúde seja reforçada (BOUTILIER apud ALMEIDA et al., 2012).
As recomendações para o transporte intra-hospitalar de pacientes críticos são divididas em três grupos: a avaliação do paciente (conhecimento do quadro atual do paciente, avaliação do risco/benefício do transporte); ações com relação à equipe (treinamento dos profissionais, aperfeiçoamento da equipe) e ações com relação ao material/equipamento (presença da maleta de medicamentos no transporte, conferência da maleta de medicamentos e maleta de intubação) (LACERDA, et al., 2013).
Fatores financeiros não devem limitar o transporte de pacientes graves, já que estes passam por um estado de instabilidade, assim precisam de inúmeros recursos ao ser transportados. Ainda não há relação estabelecida, sobre o número de eventos adversos e o tipo de exame a ser realizado (tomografia computadorizada, ressonância magnética, etc) ou o tipo de paciente em estudo (CUNHA, 2011).
3.3 Complicações
Todo paciente grave, que necessitar de uma transferência deve ser cautelosamente preparado. Ao ser decidido a realização do transporte, a ação deve ser realizada o mais rápido possível, porém é de fundamental importância a estabilização do doente e não simplesmente transferi-lo sem cautela (RAIBER, 2006 apud ANDRADE, 2012). Além disso, o transporte do paciente crítico carrega riscos inerentes (WARREN, et al., 2004). 
As complicações são definidas como um evento inesperado ou mal planejado, são secundárias a não estabilização do paciente, em relação à via aérea, monitorização inadequada, tempo de translado e a gravidade da patologia que motivou atransferência (AJIZIAN, 2010 apud ANDRADE, 2012). As que ocorrem em maior freqüência são: instabilidade hemodinâmica; extubação endotraqueal; parada cardíaca; pneumotórax; acidente vascular cerebral; arritmias. A mais comum é a falha no controle das funções cardiorespiratórias e a instabilidade fisiológica com prejuízo da oxigenação tecidual. (PAZ, 2013).
As complicações em pacientes críticos durante o transporte intra-hospitalar são comuns. Em um estudo com avaliação de mais de 3 mil prontuários, pode-se observar 59 eventos adversos (1,7%). A maioria deles foi relacionada com hipóxia e alterações da pressão arterial. A maioria das intervenções envolveu ajustes de oxigenoterapia e gestão de vasopressor. Apenas 12 transportes com os eventos adversos (20%) foram abortados, configurando que a taxa de eventos adversos clinicamente significativos durante o transporte do paciente é relativamente baixa e pouco corrigida (KUE, et. al., 2011 apud LIMA JUNIOR, et. al., 2012).
Recomenda-se que o tempo do transporte seja o menor possível. De acordo com alguns estudos a média de duração do transporte para realização de uma tomografia computadorizada é de 43,4 a 18,9 minutos (MAZZA, 2008 apud CUNHA, 2011). As complicações cardiovasculares e respiratórias são as mais prevalentes nos estudos, com repercussões que podem perdurar por até 24 horas após o transporte. Os riscos podem ser minimizados e os desfechos melhorados quando há preparo cuidadoso, uso de pessoal treinado e capacitado para a tarefa e disponibilidade de equipamentos apropriados, desenvolvimento de protocolos e lista de checagem (CUNHA, 2011).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Transporte intra-hospitalar acontece quando o paciente é transportado dentro do próprio ambiente hospitalar. Já o transporte inter-hospitalar ocorre quando o paciente transferido para outra unidade hospitalar, para que seja melhor assistido.
O transporte de pacientes críticos, seja ele intra ou inter-hospitalar, exige uma série de cuidados, tendo em o vista estado instável desses pacientes. Para diminuir o risco de complicações no transporte é essencial que haja, em geral,uma análise de custo benefício, um posterior planejamento, a presença de uma equipe multiprofissional devidamente capacitada, equipamentos que supram as necessidades do paciente e uma comunicação entre a equipe de entrega e a equipe de recebimento do paciente.
Cada tipo de transporte tem que ser realizado de acordo com as normas de cada um, mas é de suma importância que esses transportes sejam realizados de forma rigorosa e corretamente, para que não se tornem um risco de vida para os pacientes. 
São inúmeras as complicações que podem ocorrer durante esse transporte e elas podem ser problemas fisiológicos, por erros técnicos e humanos. Dentre inúmeras complicações as que ocorrem em maior frequência são: instabilidade hemodinâmica, parada cardíaca, acidente vascular cerebral e arritmias. Todas podendo comprometer o bem-estar do paciente. Por isso é essencial cautela na realização desses dois tipos de transportes.
5 REFERÊNCIAS
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BECKMANN, U.; GILIES, D.M.; BERENHOLTZ, S.M.; WU, A.W., et al. Incidents relating to the intra-hospital transfer of critically ill patients. Critical Care Medicine. v.30, n.8, p.1589-1585, 2004.
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