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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE PACIENTES ... 5 
Transporte de pacientes ................................................................................ 6 
3 TRANSPORTE DE PACIENTES INTRA HOSPITALAR ............................. 8 
3.1 Tipos de transporte intra hospitalar ...................................................... 8 
3.2 Fases do transporte intra hospitalar ................................................... 10 
4 RESPONSABILIDADES ........................................................................... 16 
Equipe multiprofissional .............................................................................. 16 
4.1 Médico ................................................................................................ 17 
4.2 Enfermeiro .......................................................................................... 17 
4.3 Fisioterapeuta ..................................................................................... 18 
4.4 Técnico/Auxiliar de Enfermagem ........................................................ 18 
5 NORMAS PARA O TRANSPORTE .......................................................... 19 
5.1 Grupos de risco .................................................................................. 21 
5.2 Fatores predisponentes ao erro ou ao evento adverso ...................... 21 
5.3 Complicações comuns ....................................................................... 21 
5.4 Cuidados específicos: ........................................................................ 22 
6 TRANSPORTE DE PACIENTES NÃO-CRÍTICOS ................................... 23 
7 TRANSPORTE DE PACIENTES INTER HOSPITALAR ........................... 24 
7.1 Transporte inter hospitalar: Definição ................................................. 26 
7.2 Indicações de transportes inter-hospitalar .......................................... 30 
7.3 Segurança e contraindicações ........................................................... 31 
8 ACIDENTES ............................................................................................. 32 
 
 
3 
 
8.1 Acidentes de transito .......................................................................... 33 
8.2 Afogamentos ...................................................................................... 35 
8.3 Asfixia ................................................................................................. 36 
8.4 Queimaduras ...................................................................................... 38 
8.5 Acidentes com armas de fogo ............................................................ 39 
8.6 Como proceder? ................................................................................. 40 
9 TIPOS DE TRANSPORTE ........................................................................ 40 
9.1 Transporte aero médico ..................................................................... 41 
9.2 Transporte aquaviário......................................................................... 43 
9.3 Transporte terrestre ............................................................................ 43 
9.4 Tipos de veículos ............................................................................... 45 
9.5 Medicamentos das ambulâncias ........................................................ 51 
9.6 Tripulação ........................................................................................... 52 
10 TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO ............................................................ 53 
10.1 Imobilização cervical ....................................................................... 54 
10.2 Imobilização do tronco .................................................................... 55 
10.3 Imobilização da cabeça ................................................................... 55 
10.4 Imobilização das pernas ................................................................. 56 
10.5 Imobilização dos braços .................................................................. 56 
10.6 Retirada de capacete ...................................................................... 57 
10.7 Transporte em geral ........................................................................ 58 
11 TÉCNICAS DE TRANSPORTE EM CASO DE ACIDENTES ................ 58 
12 LEMBRETE IMPORTANTES................................................................. 59 
13 RESULTADOS ESPERADOS ............................................................... 61 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 62 
15 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 64 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
5 
 
2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE TRANSPORTE DE PACIENTES 
 
Fonte:pebmed.com.br 
A busca da qualidade na medicina atual tem em seus objetivos, assegurar ao 
paciente cada vez melhores condições de assistência, diagnóstico e terapêutica, o 
que provocou uma reorganização das estruturas médico-hospitalares, tornando-as 
mais especializadas e autossuficientes em suas funções, mas também as 
estratificando de acordo com sua complexidade, de forma que os recursos a elas 
alocados sejam mais bem aproveitados conforme a demanda de pacientes. Com isto, 
o fluxo de pacientes modificou-se para que, em vez de os recursos chegarem ao local 
de internação, o paciente se desloque para estas áreas quando necessário, 
independentemente da gravidade de seu quadro clínico. 
A segurança do paciente é o resultado da redução de riscos e danos evitáveis 
durante o processo de cuidados à saúde a um mínimo aceitável. 
Compreender a frequência, as causas, a natureza da ocorrência de 
incidentes e de eventos adversos, possibilita a elaboração de estratégias que 
minimizam os danos decorrentes dos cuidados prestados e o sofrimento 
desnecessário do paciente e da equipe de atendimento. (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION ,2012, apud, SILVA, 2015, p.540). 
Para que esta filosofia pudesse ser implantada, houve a necessidade de 
promover meios para que o transporte destes pacientes pudesse ser feito sem 
prejudicar seu tratamento, ou seja, deve ser indicado, planejado e executado 
minimizando o máximo possível os riscos para o transportado. Surgiu, então, a 
medicina de transporte, que se tornou um segmento importante do setor produtivo de 
 
 
6 
 
nosso país, onde provavelmente algum de nós já atuou, ou ainda atua. Este 
desenvolvimento, porém, surgiu sem que houvesse uma normatização específica, 
gerando durante anos distorções em sua prática, o que só foi corrigido recentemente. 
 
Transporte de pacientes 
O ato de transportar deve reproduzir segurança e eficiência. Abordaremos os 
conceitos, evidências clínicas, logística, normase regulamentos do transporte de 
paciente. 
Os pacientes críticos portadores de afecções de alta complexidade requerem 
intervenções que, muitas vezes, são realizadas fora da unidade de terapia intensiva 
(UTI). Estes necessitam de transporte intra hospitalar, ou seja, encaminhamento 
temporário para a realização de exames diagnósticos, procedimentos terapêuticos ou 
transferências realizadas por profissionais de saúde para outros setores, ainda que 
dentro do ambiente hospitalar. 
Embora esse procedimento seja corriqueiro nas UTIs, e acompanhado por 
profissionais durante toda sua realização, ele é frequentemente desvalorizado pelos 
profissionais de saúde. Além disso, o não uso da padronização das ações para a 
garantia de uma adequada assistência nesse caso, reflete na ocorrência de eventos 
adversos relacionados ao transporte de pacientes criticamente enfermos. 
Sabe-se da necessidade do transporte intra hospitalar para a realização de 
exames complementares e intervenções cirúrgicas, as quais não podem ser 
realizadas à beira do leito. Sendo assim, a garantia da segurança do paciente durante 
esse procedimento é de extrema importância, com a intenção de prevalecer, dessa 
forma, os benefícios que devem ser almejados com o transporte intra hospitalar. 
A decisão de transportar um paciente deve ser baseada na avaliação dos 
benefícios potenciais, ponderados aos riscos potenciais. A razão básica para o 
transporte do paciente é a necessidade de cuidados adicionais (tecnologia e/ou 
especialistas), não disponíveis no local onde o paciente se encontra. 
Em relação à minimização dos riscos e das possibilidades de eventos adversos, 
cabe destacar o respaldo da Resolução da Diretoria Colegiada-RCD nº 7, que 
preconiza o acompanhamento contínuo, de pelo menos um enfermeiro e um médico 
durante o transporte intra hospitalar de pacientes críticos, bem como a disponibilidade 
do prontuário do paciente durante esse procedimento. 
 
 
7 
 
Diante disso, busca-se investigar dinâmicas mais adequadas para a realização 
do transporte intra hospitalar do paciente crítico, com vistas a estimular reflexões e 
possíveis adequações, por parte dos profissionais de saúde, acerca da segurança 
indispensável no transporte do paciente gravemente enfermo. 
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são setores complexos do hospital, 
destinadas ao atendimento de pacientes graves, que demandam espaço físico 
específico, recursos humanos especializados e instrumental tecnológico avançado. 
Apesar de toda a sofisticação das UTIs nem todos os exames ou cuidados 
necessários ao paciente podem ser oferecidos à beira do leito, e com frequência o 
paciente necessita de transporte intra hospitalar que é o encaminhamento temporário 
ou definitivo de pacientes críticos, por profissionais de saúde dentro do ambiente 
hospitalar, seja para fins diagnósticos ou terapêuticos. 
Sabe-se que a assistência inadequada torna os pacientes em vítimas de 
complicações, sendo que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um dos 
locais que mais compromete a segurança do paciente. A UTI é um ambiente 
repleto de recursos tecnológicos que auxiliam na tentativa de preservar a vida 
do paciente, permite aos profissionais maior controle das situações de risco, 
além de ajudar a guiar tratamentos e detectar complicações indesejadas. 
(TOFOLLETO, 2008, apud SILVA, 2015, p. 540). 
É um período de potenciais complicações visto que o paciente está fora do 
ambiente de cuidados intensivos e vulnerável a fatores que podem culminar em 
alterações hemodinâmicas rápidas, progressivas e evitáveis. A decisão de transportar 
um paciente crítico é baseada na avaliação dos potenciais benefícios do transporte. 
Os estudos têm documentado os eventos adversos relacionados às variáveis 
como equipe multidisciplinar, equipamentos e alterações fisiológicas inerentes ao 
paciente e, nesse sentido, a segurança do paciente, no cenário do transporte, tem 
sido facilitada pelo desenvolvimento de equipamentos próprios, equipes treinadas e 
desenvolvimento de protocolos específicos, visto que se trata de uma população com 
grandes chances de complicações e de instabilidade inerentes à doença de base. 
O sucesso no transporte depende diretamente do planejamento e da atuação 
organizada da equipe multiprofissional, bem como da escolha de equipamentos 
adequados. Nesse âmbito, um aspecto importante no transporte do paciente é a 
comunicação prévia das informações necessárias entre a equipe que transporta o 
paciente e aquela que irá recepcioná-lo, de forma que não seja comprometida sua 
segurança e a continuidade dos cuidados de saúde seja reforçada. 
 
 
8 
 
3 TRANSPORTE DE PACIENTES INTRA HOSPITALAR 
Fonte:www.hc.unicamp.br 
Define-se transporte intra hospitalar a transferência temporária ou definitiva 
de pacientes por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar. 
O transporte intra-hospitalar é necessário para a realização de testes 
diagnósticos (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, 
angiografias, etc.), para intervenções terapêuticas (como para o Centro Cirúrgico) ou 
para a internação em Unidades de Terapia Intensiva. 
Como em toda conduta, existe indicação e contraindicação para sua realização: 
Indicações do transporte intra-hospitalar de clientes: Admissão do cliente, 
realização de exames diagnósticos e de procedimentos terapêuticos e cirúrgicos, 
transferências entre leitos ou interunidades, encaminhamento às atividades de 
recreação, alta hospitalar. 
Contraindicações do transporte intra-hospitalar de clientes: Incapacidade de 
manter oxigenação, ventilação e performance hemodinâmica durante o transporte ou 
permanência no local de destino pelo tempo necessário. 
Os riscos e benefícios em deslocar um paciente devem ser considerados, 
incluindo uma avaliação do estado clínico do paciente antes do transporte, 
dos benefícios desse transporte para o paciente, da equipe que o 
acompanhará e dos equipamentos disponíveis. (HAYNES, 2009, apud 
SILVA, 2015, p.540). 
3.1 Tipos de transporte intra hospitalar 
Transporte, sem retorno do paciente, para fora da área de tratamento 
intensivo (CTI, Centro Cirúrgico e Sala de Recuperação Pós-Anestésica): envolve o 
 
 
9 
 
transporte dos pacientes com alta médica da sala de recuperação pós-anestésica ou 
da UTI. Aqui a decisão de “alta da unidade” é a razão do transporte; portanto, assume-
se a responsabilidade de que o quadro clínico está estável e o paciente está apto a 
ingressar em unidades de menor complexidade. Consequentemente, seu transporte 
será de pequeno risco. Normalmente, não é necessária a presença de médico neste 
tipo de transporte, porém a maioria dos hospitais, por recomendação do Conselho 
Federal de Enfermagem (COFEN), exige a presença de pelo menos um técnico de 
enfermagem durante o trajeto. 
Transporte em um único sentido de um paciente para uma área de 
cuidados intensivos: envolve o transporte de pacientes da sala de emergência 
(clínica ou de trauma) ou enfermaria para a UTI ou para o Centro Cirúrgico. Deve 
sempre ter o acompanhamento médico, e ser realizado, idealmente, após 
ressuscitação inicial e estabilização do paciente, a menos que haja risco iminente de 
vida. Os cuidados serão, dentro do possível, uma extensão dos cuidados iniciais: 
suporte ventilatório, hemodinâmico e avançado de vida. 
Transporte da UTI para o Centro Cirúrgico, com retorno à UTI: a 
necessidade de intervenções cirúrgicas em qualquer segmento do corpo torna 
necessário o transporte do paciente crítico, mantendo o mesmo nível de cuidados no 
trajeto e dentro do Centro Cirúrgico. Tais procedimentos devem ter uma indicação 
precisa e em tempo, num acordo entre o cirurgião e o intensivista, ambos 
responsáveis pelo paciente. Alguns procedimentos cirúrgicos podem ser realizados à 
beira do leito, dentro da UTI, mas estes só estão indicados se a equipe assumir que o 
risco do transporte é maiorque o deles. Neste tipo de transporte há a necessidade da 
presença do médico, porém não há nada redigido que indique qual profissional, seja 
o plantonista da UTI, cirurgião ou anestesiologista, deva responsabilizar-se por este 
deslocamento. Recomenda-se, então, que o acompanhamento seja feito pelo médico 
responsável pelo paciente na unidade de origem, ou seja, pelo intensivista ou pelo 
cirurgião no deslocamento ao centro cirúrgico e pelo anestesiologista ou cirurgião no 
sentido inverso, já que estes estão mais familiarizados com as últimas alterações 
observadas no quadro clínico do paciente nestes dois diferentes momentos. 
Transporte da UTI para áreas não- UTI e retorno do paciente de volta ao 
CTI: envolve os transportes para áreas onde são realizados procedimentos 
diagnósticos ou terapêuticos não-cirúrgicos. Neste caso, o paciente pode ausentar-se 
 
 
10 
 
por períodos prolongados de tempo e, principalmente, permanecer em unidades onde 
não há pessoal treinado e equipamentos adequados que permitam a continuidade do 
tratamento a que ele estava sendo submetido na UTI. Consequentemente, isto tudo 
deve ser levado junto com o paciente, o que torna este deslocamento o de maior 
complexidade logística. 
Transporte não-crítico: São incluídos aqui os deslocamentos não-
emergenciais e rotineiros, inclusive o de pacientes a serem submetidos a cirurgias 
eletivas, da unidade de internação ao centro cirúrgico. 
3.2 Fases do transporte intra hospitalar 
Os passos a serem seguidos no transporte intra-hospitalar do paciente. 
Envolve três fases: 
1- Fase preparatória 
 Coordenação e Comunicação pré-transporte 
Avaliar a gravidade e a condição atual do paciente e promover a melhor 
estabilidade cardiorrespiratória possível. Certificar-se de que o local de destino esteja 
pronto para receber o paciente. Se o paciente for transportado por uma outra equipe, 
informar sobre suas condições gerais, tratamento instituído pré-transporte, e estimar 
suas necessidades pós-transporte (tipo e modo ventilação, uso de drogas, etc.). 
Documentar, no prontuário médico, as indicações para o transporte e o estado do 
paciente durante o transporte. 
 Equipe de transporte 
O número de pessoas que participarão do transporte depende da gravidade da 
doença e da complexidade e do número de equipamentos exigidos. Um mínimo de 
duas pessoas é o necessário, pessoas capazes de providenciar suporte de vias 
aéreas e que saibam interpretar possíveis alterações cardiovasculares e respiratórias 
que, porventura, ocorram no decorrer do transporte. 
Estudos têm documentado os eventos adversos relacionados às variáveis 
como equipe multidisciplinar, equipamentos e alterações fisiológicas 
inerentes ao paciente e, nesse sentido, a segurança do paciente, no cenário 
do transporte, tem sido facilitada pelo desenvolvimento de equipamentos 
próprios, equipes treinadas e desenvolvimento de protocolos específicos, 
visto que se trata de uma população com grandes chances de complicações 
e de instabilidade inerentes à doença de base. (BECKMANN, 2004, apud, 
2012, p.472). 
 
 
11 
 
Podem fazer parte da equipe de transporte: o enfermeiro, o médico, os 
auxiliares e técnicos de enfermagem e o fisioterapeuta. 
O médico deve acompanhar o transporte intra-hospitalar daqueles pacientes 
com o estado fisiológico instável e que podem precisar de intervenções agudas que 
estão além da capacidade técnica do enfermeiro, sendo obrigatória a sua presença 
nas seguintes situações: 
-Pacientes com via aérea artificial (intubação endotraqueal, Crico/traqueostomia); 
-Instabilidade hemodinâmica; 
-Uso de drogas vasoativas; 
-Presença de monitorização invasiva, tais como o uso de cateter de artéria pulmonar 
(Swan- Ganz), pressão intracraniana (PIC), pressão arterial invasiva, cateter no bulbo 
da veia jugular. 
Alguns serviços médicos possuem uma equipe de transporte intra e inter 
hospitalar fixa, enquanto outros não possuem equipes fixas, sendo formada a partir 
de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem que se encontram no período 
de trabalho em que vai ocorrer o transporte, dependendo da disponibilidade. 
Algumas instituições médicas possuem protocolos de transporte intra-
hospitalar que incluem o médico em todos os tipos de transporte. 
 Equipamentos necessários para o transporte: 
 É fundamental avaliar a necessidade de transportar os equipamentos 
especiais para cada paciente a ser transportado, a fim de evitar sua falta longe do 
local de origem, onde os mesmos podem não estar disponíveis. 
Dentre as tantas exigências no transporte intra hospitalar, vale ressaltar os 
cuidados principais a serem tomados em vários itens durante o mesmo. 
 Tubo endotraqueal 
Assegurar que a fixação esteja adequada. A cânula deve ser aspirada de 
maneira vigorosa, previamente ao transporte. Em casos de demora no transporte, 
pode ser necessária a aspiração das vias aéreas através de aspirador portátil ou de 
uma rede de vácuo da rede hospitalar do local onde ficará o paciente. 
 AMBU conectado ao cilindro de oxigênio 
O cilindro de oxigênio pode estar acoplado à maca de transporte ou em carrinho 
manual, que deve acompanhar a maca no transporte. Deve ser usado um AMBU de 
volume adequado ao paciente e a frequência de ventilação manual deve ser igual à 
 
 
12 
 
do ventilador usado antes do transporte, o volume de ar a ser insuflado deve ser 
adequado para a expansão bilateral e simétrica da parede torácica do paciente, 
mantendo uma relação inspiração: expiração em torno de 1:2 a 1:3. 
A ventilação manual do paciente com AMBU é segura, podendo manter 
adequadamente os níveis gasométricos através de pessoal bem treinado e que 
forneça volume-minuto respiratório e FiO2 (fração inspirada de oxigênio) adequados. 
O principal erro, nesses casos, são hiperventilação e a alcalose. Deve-se certificar se 
o cilindro de oxigênio está carregado e adotar um fluxo necessário para manter a 
saturação de oxigênio maior que 94%, registrado no oxímetro de pulso. 
 Drogas 
Uma lista de medicações apropriadas para uso durante o transporte dos 
diversos tipos de pacientes; pediátricos, neonatais, obstétricos e adultos, já existe. 
Uma caixa de medicações de emergências deve acompanhar o transporte do paciente 
crítico, sendo que as principais são: adrenalina, lidocaína, atropina, bicarbonato de 
sódio, adenosina, aminofilina, cloreto de cálcio, dexametasona, digoxina, dopamina, 
furosemida, heparina, manitol, magnésio, naloxone, nitroglicerina, nitroprussiato, 
fenitoína, cloreto de potássio, procainamida, propranolol e verapamil. 
Deve-se antecipar a necessidade de medicações prescritas para o paciente, 
particularmente quando o seu uso for intermitente, como é o caso da sedação e 
bloqueadores neuromusculares. 
 Monitor de transporte 
Existem monitores modulares de transporte, que permitem o acompanhamento 
contínuo de vários parâmetros vitais: eletrocardiografia, oximetria de pulso, 
capnografia, pressão arterial não invasiva e módulos de pressão invasiva. Na 
ausência de um monitor de múltiplos parâmetros, específico para transporte, pelo 
menos, o oxímetro de pulso deve, obrigatoriamente, acompanhar o transporte de 
todos os pacientes críticos. Sua bateria deve estar carregada. 
 Bombas de infusão 
Devem ser levadas no transporte de pacientes que necessitem de controle 
rigoroso da infusão de medicações, tais como: aminas vasoativas, sedação, 
bloqueadores neuromusculares, heparina, etc. Fixá-las adequadamente e certificar-
se de que as baterias estejam carregadas. 
 Dreno de tórax 
 
 
13 
 
Assegurar que sua fixação esteja adequada, não clampá-lo, a não ser apenas 
para posicionamento do paciente na maca e transportar desclampado, com o frasco 
de drenagem num nível abaixo do ponto de inserção, na parede torácica. 
 Cateteres venosos 
Assegurar que a fixação esteja adequada, não os deixar tracionados pelos 
equipos de soro e certificar-sede que os soros infundidos não irão acabar. É 
importante a antecipação das posições dos equipos e frascos de soro para que não 
haja a tração e retirada dos cateteres venosos, periféricos ou centrais, causando 
desconfortos, riscos e atrasos ocasionados por uma nova punção. Tal fato é 
totalmente evitável. 
 Sondas nasogástricas e vesical 
Assegurar que a sua fixação esteja adequada, podendo clampálas apenas por 
curtos períodos, não esquecendo de desclampá-las logo a seguir e podendo ser 
transportadas no mesmo nível do paciente. 
Todos cuidados citados devem ser redobrados, quando o paciente for 
transferido para outro leito, pois é, no momento da passagem do paciente para outras 
macas, camas ou mesas, que ocorrem os maiores problemas. 
Não é obrigatória a presença de equipamento de ressuscitação cardiopulmonar 
e equipamento de sucção para acompanhar cada paciente que está sendo 
transportado, mas tais equipamentos devem estar localizados em áreas usadas por 
pacientes críticos e estar prontamente disponíveis dentro de, no máximo, quatro 
minutos, através de um planejamento prévio para emergências que possam ocorrer 
no transporte. 
Alguns serviços possuem uma unidade móvel de transporte permanentemente 
equipada, que é composta por um ventilador mecânico, monitor das funções vitais e 
bombas de infusão. 
2- Fase de transferência 
O objetivo, nesta fase, é manter a estabilidade fisiológica do paciente através 
de monitorização contínua e prevenção para evitar iatrogenias. 
O paciente que está sendo transportado deve receber, durante o transporte, 
monitorização das funções vitais semelhante àquela usada na UTI, se for 
tecnologicamente possível. 
 
 
14 
 
O nível mínimo de monitorização para todo paciente em transporte deve ser: 
eletrocardiografia, frequência cardíaca e respiratória e oximetria de pulso, de modo 
contínuo e a medida intermitente da pressão arterial não invasiva. 
Alguns pacientes selecionados podem se beneficiar da monitorização da 
capnografia, pressão arterial invasiva, pressão da artéria pulmonar, pressão 
intracraniana, medidas intermitentes da pressão venosa central, pressão capilar 
pulmonar e débito cardíaco. Nos pacientes intubados, que estão conectados a um 
ventilador mecânico, a pressão das vias aéreas deve estar sendo monitorizada. Os 
alarmes do ventilador mecânico, que indicam desconexão ou pressão excessivamente 
alta nas vias aéreas, devem estar funcionando. Esta é a fase mais negligenciada 
dentre as fases dos transportes intra-hospitalares, pois os pacientes ficam fora da área 
de cuidados intensivos, ficando em um local onde a monitorização é difícil e sem 
equipamento suficiente para controlar situações de emergência. 
As intercorrências ocorrem principalmente por episódios relacionados aos 
equipamentos: deslocamento da cânula endotraqueal, perda do suprimento de 
oxigênio, mau funcionamento do equipamento por falta de energia, bateria 
descarregada ou danificação do aparelho, perda de cateter endovenoso, ficando sem 
receber hidratação e medicações, retirada de sonda nasogástrica ou vesical, etc. Aqui, 
principalmente, é notada a importância da fase preparatória do transporte, pois, com 
a seleção e manutenção prévia dos materiais e equipamentos necessários, a grande 
maioria dessas intercorrências podem ser abolidas. 
Os cuidados devem ser redobrados, quando é necessário transferir o paciente 
do seu leito para outro leito ou maca, com retorno ao leito original. É neste momento 
que costuma ocorrer a maior parte das intercorrências, como no transporte para a 
realização de tomografia computadorizada, que pode ser responsável por grande 
número das intercorrências. 
A divulgação de problemas relacionados à segurança do paciente fez com 
que as organizações da área da saúde, em seus diferentes níveis de gestão, 
pesquisem suas causas e proponham medidas com a finalidade de tornar 
profissionais conscientes desses problemas, diminuindo os riscos de 
incidentes (GOMES, 2008, apud GUESSER, 2014, p.25). 
3- Fase de estabilização pós-transporte 
 
 
15 
 
O paciente pode apresentar-se com estabilidade hemodinâmica ao longo do 
transporte e vir a ter alterações hemodinâmicas apenas após o final de todo esse 
processo. 
Após as alterações ocorridas ao longo do transporte, a estabilização do 
paciente é lenta. Portanto, deve-se considerar um período de meia a uma hora após 
o transporte como uma fase de extensão do mesmo. Não é algo difícil de ser feito, 
pois o paciente estará de volta ao ambiente protegido. 
Recomenda-se uma maior atenção aos parâmetros hemodinâmicos e 
respiratórios nessa fase. Muitos hospitais têm documentado a evolução do transporte 
intra hospitalar, a fim de obter um melhor conhecimento de sua casuística, visando a 
um melhor controle de qualidade. A elaboração de uma ficha de transporte, a ser pela 
equipe responsável pelo transporte, é fundamental para a documentação. 
O transporte do paciente sempre envolve uma série de riscos, sendo que o 
problema mais comum é a falha no controle das funções cardiorrespiratórias, 
resultando em instabilidade fisiológica com prejuízo da oxigenação tecidual, o que 
pode trazer sérias consequências. Podem ainda ocorrer outras alterações, tais como 
hipertensão severa, arritmias, obstrução aérea, entre várias outras. 
Não deve haver nenhum momento, no transporte, sem monitorização ou 
manutenção das funções vitais do paciente. Os equipamentos disponíveis e o nível 
de prática dos recursos humanos devem ser iguais às intervenções requeridas ou 
antecipadas para o paciente. A predição de risco para determinado grupo de 
pacientes não é bem determinada, ou seja, não se sabe qual o grupo de pacientes 
que terá maior ou menor chance de deterioração fisiológica durante o transporte. 
Atualmente, o grupo de pacientes com maiores chances de deterioração do quadro 
clínico, durante o transporte, são os pacientes com falência respiratória e baixa 
complacência pulmonar. 
Para outros grupos de pacientes a serem transportados, seleciona- se os 
conforme o tipo de doença, idade, transporte para cirurgia, pressão arterial de oxigênio 
inicial ou tempo de transporte, não encontraram nenhuma relação com as citadas 
variáveis. 
Além dos riscos supracitados, que ocorrem durante o transporte, existem 
também os incidentes que, apesar de serem inócuos, na maioria das vezes, são 
potencialmente fatais e, por serem facilmente previsíveis, sua ocorrência merece 
 
 
16 
 
atenção, tais como: desconecção da leitura do eletrocardiograma, falha do monitor, 
infiltração inadvertida do tecido subcutâneo pela perda não percebida do acesso 
venoso e desconecção da infusão de drogas vasoativas e sedação. Destes, ao 
contrário do previsto, a maior parte ocorre nos transportes eletivos e a menor parte 
ocorre nos transportes de emergência; o que pode refletir uma maior preparação e 
monitorização nas situações emergenciais e maior desleixo nas situações mais 
corriqueiras. 
Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de dispormos, para o transporte 
do paciente eletivo, dos mesmos cuidados que dispensamos aos pacientes de 
transporte de emergência. O principal fator determinante da qualidade dos cuidados 
durante o transporte é o treinamento e a eficiência da equipe. Os equipamentos para 
monitorização são, obviamente, importantes e a sua miniaturização tem resolvido 
muitos dos problemas associados com a falta de espaço, sendo, também, menos 
susceptíveis a artefatos de movimento. Além disso, o desenvolvimento de testes 
diagnósticos portáteis, como é o caso do ultra-som, doppler transcraniano e 
eletroencefalografia, poderá diminuir a necessidade de transporte dos pacientes 
críticos. 
4 RESPONSABILIDADES 
Dos membros da equipe que assiste cada paciente, destaca-se funções importantes 
para cada um deles. 
 
Equipe multiprofissional 
-Conhecer o quadro atual do cliente: diagnóstico de internação e evoluçãoclínica. 
-Avaliar os parâmetros clínicos do cliente (frequência respiratória e cardíaca, pressão 
arterial sistêmica, temperatura corporal, nível de saturação periférica de oxigênio e 
análise de gases arteriais). 
-Analisar o risco benefício do transporte de alto risco. 
-Prever todas as intercorrências e complicações que possam ocorrer no trajeto e 
adotar medidas preventivas. 
-Registrar as intercorrências, condutas e demais informações em prontuário. 
 
 
17 
 
-Seguir as normas estabelecidas no protocolo de transporte intra-hospitalar, sob a 
específica responsabilidade. 
4.1 Médico 
-Avaliar a necessidade do transporte para a realização da intervenção diagnóstica ou 
terapêutica. 
-Estabilizar o cliente hemodinamicamente antes de ser transportado. 
-Classificar o tipo de transporte (baixo, médio e alto risco). 
-Determinar os medicamentos que poderão ou não ser interrompidos durante o 
transporte. 
-Comunicar ao médico da unidade de destino as informações relativas ao cliente e ao 
seu transporte. 
-Acompanhar o cliente no transporte de alto risco, e se necessário, também, no de 
médio risco. 
-Testar e programar o ventilador de transporte. 
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida, ventilação 
pulmonar assistida e obtenção de via aérea artificial. 
4.2 Enfermeiro 
-Organizar e definir a distribuição de atribuições da equipe nas fases pré, trans e pós-
transporte. 
-Classificar o tipo de transporte (baixo, médio e alto risco). 
-Estabelecer comunicação efetiva com as equipes dos locais de origem e de destino. 
-Realizar o planejamento do transporte: meio de locomoção; trajeto, tempo de 
permanência fora da unidade, materiais e equipamentos necessários, cuidados 
específicos e número e categoria dos profissionais envolvidos. O planejamento deverá 
ser individualizado. 
-Solicitar o kit de medicamentos à Farmácia, por meio da impresso “requisição de 
materiais”. 
-Providenciar os kits de intubação traqueal e de materiais de suporte. 
-Solicitar os equipamentos eletrônicos necessários à central de equipamentos (CE). 
 
 
18 
 
-Testar e programar o ventilador de transporte. 
De acordo com a resolução COFEN N° 376/2011 cabe ao enfermeiro da 
unidade de origem: antecipar possíveis instabilidades e complicações no 
estado geral do paciente; prover equipamentos necessários à assistência 
durante o transporte; prever necessidade de vigilância e intervenção 
terapêutica durante o transporte; avaliar distância a percorrer, possíveis 
obstáculos e tempo a ser despendido até o destino; selecionar o meio de 
transporte que atenda às necessidades de segurança do paciente; definir o(s) 
profissional(is) de Enfermagem que assistirá(ao) o paciente durante o 
transporte; e realizar comunicação entre a Unidade de origem e a Unidade 
receptora do paciente. (RES. COFEN 367/ 2011, apud GUESSER, 2014, p. 
47). 
-Acompanhar o cliente no transporte de médio e de alto risco. 
-Acompanhar as atividades realizadas pela sua equipe de enfermagem. 
-Treinar/capacitar a sua equipe de enfermagem. 
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida e em ventilação 
pulmonar assistida. 
4.3 Fisioterapeuta 
-Comunicar ao fisioterapeuta da unidade de destino as informações relativas ao 
cliente e ao seu transporte. 
-Testar e programar o ventilador de transporte. 
-Acompanhar o cliente no transporte de alto risco quando, mediante avaliação do 
fisioterapeuta, o cliente apresentar necessidade de altas pressões ventilatórias para 
manter oxigenação adequada, ou quando identificado algum risco de assincronia 
entre ventilador e cliente. 
-Ser capacitado e ter conhecimento em suporte avançado de vida e em ventilação 
pulmonar assistida. 
4.4 Técnico/Auxiliar de Enfermagem 
-Preparar o cliente. 
-Pegar e devolver os equipamentos eletrônicos utilizados à CE. 
-Reunir e testar a integridade e o funcionamento dos materiais e dos equipamentos. 
-Acompanhar o cliente no transporte de baixo, médio e de alto risco. 
-Agilizar a utilização do elevador. 
 
 
19 
 
-Recompor a unidade e o cliente. 
-Realizar a limpeza e desinfecção do veículo de transporte e dos equipamentos da 
unidade. 
-Ter conhecimento em suporte básico de vida. 
-Encaminhar as solicitações de exames e outros à unidade de destino. 
-Reunir o prontuário, a prescrição médica, os pedidos de exames e outros. 
-Providenciar o formulário “requisição de materiais”. 
-Buscar e devolver o kit de medicamentos à Farmácia. 
-Registrar a alta hospitalar ou a transferência para outra unidade de internação. 
5 NORMAS PARA O TRANSPORTE 
 
Fonte: br.freepik.com 
O cliente deverá sempre ser transportado em um meio de transporte adequado 
e seguro às condições clínicas, físicas e idade do cliente, podendo ser na cama, maca, 
berços comum ou aquecido, incubadora ou cadeira de rodas. 
Os recém-nascidos e crianças não deverão ser transportados no colo do 
responsável, nem do profissional de saúde. Deve-se utilizar berço comum ou 
aquecido, incubadora, cadeira de rodas, cama ou maca. O cliente que apresentar 
condições plenas de deambulação poderá ser transportado andando, somente no 
momento da admissão. 
 
 
20 
 
O transporte do cliente poderá ser classificado como de baixo, médio e de alto 
risco, considerando as condições clínicas do cliente. 
No transporte de baixo risco, o cliente não precisará ser monitorizado, mas os 
sinais vitais deverão ser aferidos antes e após o transporte e registrados em impresso 
próprio no prontuário. 
No transporte de médio e de alto risco, os clientes deverão ser transportados 
monitorizados (frequência cardíaca, saturação de oxigênio, e se necessário, pressão 
arterial sistêmica). O número e a categoria de profissionais envolvidos no transporte 
intra-hospitalar variarão de acordo com as condições clínicas, o peso do cliente, o 
número e complexidade de dispositivos invasivos e equipamentos utilizados. 
O transporte pode gerar impactos no paciente por dois mecanismos: o 
primeiro pela movimentação do paciente durante o transporte, a aceleração 
e desaceleração, mudanças na postura e de uma superfície para outra, 
fatores que podem repercutir no estado hemodinâmico, respiratório, 
neurológico, psicológico e álgico. Outro mecanismo refere-se à mudança do 
ambiente, mudanças no equipamento, o ruído, a dureza da mesa de exame, 
o procedimento em si (quando o transporte é realizado com o objetivo de 
realizar exames ou procedimentos), são todos fontes de desconforto extra 
podendo gerar estresse fisiológico adicional ao paciente criticamente doente 
(GILMAN, 2006; JENKINS; 2008 apud GUESSER, 2014, p. 45). 
A unidade que irá receber o cliente deverá ser comunicada da condição clínica 
do cliente, da idade, do peso, do diagnóstico, do padrão respiratório, das 
especificações dos tipos de dispositivos invasivos e materiais/equipamentos 
necessários, da descrição do uso de medicamentos, da necessidade de adoção de 
precauções específicas e da hora exata da transferência. 
Os equipamentos eletrônicos deverão ser selecionados de acordo com o 
diagnóstico e estado clínico do cliente. No transporte de alto risco, são recomendados, 
no mínimo, monitores para avaliação de sinais vitais (oxímetro de pulso ou monitor 
multiparamétrico portátil, dependendo da avaliação do médico e do enfermeiro) e 
ventilador de transporte, se o cliente estiver intubado. 
Os veículos de transporte (maca, incubadora, cadeira de rodas e outros) 
deverão ser de materiais leves, possuir mecanismos de mobilização de decúbito e ter 
freio, direcionamento, deslizamento suave, proteção lateral e suporte para soro, 
bombas de infusão, cilindros de oxigênio, monitores e outros. 
 
 
21 
 
O transporte do cliente, se não for de caráter de urgência/emergência, deverá 
ser evitado durante às trocas de plantões e no horário de visitas. Se necessário no 
horário de visita, comunicar a família. 
O transporte do cliente ao Centro Cirúrgicodeverá ser realizado, conforme 
rotina operacional padrão específica. 
5.1 Grupos de risco 
Clientes em uso de drogas vasoativas, em ventilação mecânica invasiva e com 
PEEP ≥ 10, com risco de bronco aspiração, com instabilidade hemodinâmica grave, 
em pós-operatório imediato, poli traumatizados, com múltiplos dispositivos invasivos, 
agressivos, agitados, psiquiátricos, neurológicos e cardiopatas, oferecem maiores 
riscos. 
5.2 Fatores predisponentes ao erro ou ao evento adverso 
-Deficiência de recursos humanos, de materiais e de equipamentos 
-Uso de equipamentos sem manutenção preventiva ou corretiva (certificação e 
registro com a engenharia clínica). 
-Equipe não qualificada (falta de conhecimento, erros de julgamento, dificuldade de 
trabalhar em equipe, problemas de reconhecimento, pressa, desatenção, falta de 
seguimento do protocolo, preparo inadequado dos materiais, dos equipamentos e do 
cliente e demora no atendimento às intercorrências) 
-Falta de planejamento multidisciplinar, 
-Comunicação ineficiente multidisciplinar e interunidades, 
-Infraestrutura inadequada no trajeto, 
-Ausência de protocolos e rotinas operacionais padrão atualizadas e baseadas em 
evidência científica. 
5.3 Complicações comuns 
O planejamento das ações e cuidados visará prever todas as intercorrências 
que possam acontecer durante o transporte com intuito de evitá-las, tais como: 
 
 
22 
 
-Alterações dos níveis pressóricos; parada cardiorrespiratória; arritmias; acidente 
vascular cerebral; insuficiência respiratória; bronco aspiração, vômitos; alteração do 
nível de consciência; agitação; crise convulsiva; dor; hipotermia; aumento da pressão 
intracraniana; hipo/hiperglicemia e broncoespasmo. 
-Extubação; obstrução de vias aéreas por secreções; pneumotórax; tração de 
cateteres; perda do acesso venoso; interrupção da infusão de drogas vasoativas; 
término do medicamento e falhas técnicas dos equipamentos. 
5.4 Cuidados específicos: 
 Paciente com soro 
- Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em altura 
adequada para gotejamento uniforme; 
- Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para evitar 
desconexão; 
- Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo), 
interromper o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que 
chegar à unidade; 
- Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais 
próximo. 
Paciente com sonda vesical 
- Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo lesões 
uretrais devido a tração acidental; 
- Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente, para evitar retorno de 
urina à bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o coletor. 
Paciente com dreno de tórax 
- Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias; 
- O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando o dreno 
e o prolongamento estiverem pinçados; 
- Cuidado para não tracionar o dreno; 
- Colocar o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca, colocar 
entre os membros inferiores; 
 
 
23 
 
- Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino, observando 
que o frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente. 
Paciente com tubo endotraqueal: 
-Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve acompanhar 
o transporte; 
- Cuidado para não tracionar o tubo; 
- Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas ou 
sinal de refluxo, abrir imediatamente a sonda. 
Pacientes agitados, confusos: 
- Proceder sempre o transporte em maca com grade; 
- Restringir o paciente se necessário. 
Pacientes anestesiados: 
- Proceder sempre o transporte em maca com grade; 
-Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos, 
lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som 
sonda nasogástricas abri-la. 
6 TRANSPORTE DE PACIENTES NÃO-CRÍTICOS 
Neste tipo, em que os deslocamentos são considerados sempre eletivos, 
discute-se frequentemente qual o profissional deve realizar este transporte. A maioria 
dos hospitais em nosso país utiliza a figura do “maqueiro”, que presta suporte ao 
paciente até o transporte, através de macas, cadeiras de rodas e deambulação. Estes 
profissionais, devem receber treinamento de suporte básico de vida, estando, 
portanto, habilitados a reconhecer uma parada cardiorrespiratória, e outras reações 
patológicas e chamar por ajuda, ou seja, guardar a vida do paciente que eles 
transportam em casos de intercorrências. 
Não compete aos profissionais de Enfermagem a condução do meio (maca 
e/ou cadeira de rodas) em que o paciente está sendo transportado. A designação do 
profissional de enfermagem que prestará assistência ao paciente durante o transporte, 
deve considerar o nível de complexidade da assistência requerida, de acordo com a 
resolução Cofen Nº 588/2018. 
 
 
24 
 
Já no caso do transporte inter-hospitalar, deve-se proceder como descrito nas 
normas da Resolução CFM nº 1.672/03, de 9 de julho de 2003. 
7 TRANSPORTE DE PACIENTES INTER HOSPITALAR 
 
Fonte: ortomedical.ws 
A decisão de transportar um paciente sempre deve seguir normas e 
procedimentos extremamente rígidos e elaborados pelos profissionais da unidade de 
origem e corpo clínico do hospital. Deve-se sempre lembrar que a decisão de 
transporte é de responsabilidade médica intransferível, cabendo a este profissional 
avaliar todas as variáveis envolvidas, independentemente de outros fatores alheios ao 
tratamento do paciente, devendo todo procedimento de transporte ser registrado no 
prontuário do paciente. 
Para que a organização deste tipo de transporte seja eficiente, deve-se basear 
seu planejamento em quatro grandes conceitos: planejamento e coordenação, 
comunicação, pessoal especializado e equipamento e monitoração, como citado 
anteriormente. 
O Planejamento e coordenação é parte de rotina. Ao planejar o transporte de 
um paciente, deve-se procurar prever e, se possível, antecipar, todas as 
intercorrências que possam ocorrer durante o deslocamento, sejam de origem médica, 
logística, trânsito, condições climáticas ou até da operacionalidade do hospital. A falta 
deste planejamento gera situações absurdas, como elevadores cheios de usuários, 
falta de luz ou até transporte a um local inadequado. Deve sempre haver uma 
coordenação designada, que nestes casos deve ser um médico familiarizado com o 
quadro clínico do paciente, sendo os mais indicados aqueles que pertencem ao setor 
 
 
25 
 
de origem. Aqui a filosofia é, a falta de planejamento põe o paciente a riscos não-
tolerados. 
No que tange a Comunicação, o contato entre as equipes do setor de origem 
do paciente, de transporte, os facilitadores, que são aqueles que manejam os meios 
de transporte, como os elevadores, e do local de destino deve ser constante, 
seguindo-se um plano predeterminado. Havendo falha na comunicação o ideal é não 
haver transporte. 
O sucesso no transporte intra-hospitalar depende diretamente do 
planejamento e da atuação organizada da equipe multiprofissional, bem como 
da escolha de equipamentos adequados. Nesse âmbito, um aspecto 
importante no transporte do paciente é a comunicação prévia das 
informações necessárias entre a equipe que transporta o paciente e aquela 
que irá recepcioná-lo, de forma que não seja comprometida sua segurança e 
a continuidade dos cuidados de saúde seja reforçada. 
(BOUTILIER, 2007, apud ALMEIDA, 2012, p. 572). 
Os profissionais envolvidos no transporte de pacientes devem, além de 
treinados e frequentemente reciclados, estar familiarizados com as rotinas utilizadas 
para este transporte e estes são denominados pessoal especializado. Devem ser 
selecionados por sua aptidão e interesse e, se possível, independentemente de sua 
função,ter capacidade de reconhecer uma parada cardiorrespiratória e realizar 
manobras de suporte básico de vida. Um paciente crítico deve ser transportado por 
uma equipe, nunca por uma única pessoa, mesmo que este seja o mais habilitado e 
treinado dos especialistas. A eles compete garantir que o tratamento intensivo não 
seja descontinuado. Um médico habilitado em manejo de vias aéreas, ventilação 
pulmonar assistida e reanimação cardiopulmonar também deve estar presente. Caso 
não seja treinado não arrisque. 
Os equipamentos e monitoração devem ser destinados especificamente ao 
transporte e permanência do paciente no local de destino, se a permanência for 
temporária. 
Esses equipamentos devem ser projetados especificamente para o transporte, 
possuindo fonte energética própria (bateria) de longa duração e recarregável, 
possibilidade de uso de fonte externa própria, nas especificações utilizadas pelo 
hospital. Para o transporte aero médico ou aquaviário, os equipamentos devem ser 
homologados para o uso nestes ambientes. 
 
 
26 
 
Devem permitir que a terapia empregada na unidade de origem não seja 
descontinuada e principalmente que seus métodos não sejam modificados durante o 
transporte e permanência na unidade de destino. Isto é particularmente importante 
com os ventiladores mecânicos e bombas de infusão. Os atuais protocolos de 
funcionamento e utilização, bem como suas múltiplas funções, fazem com que sua 
utilização manual seja incapaz de reproduzir os objetivos planejados na terapia 
empregada na unidade de origem. A insuficiência de equipamentos e monitoração 
mínima que assegure o transporte o inviabiliza, exceto em situações de risco iminente 
de vida. Se não houver condições, não transporte. 
O transporte destes doentes envolve alguns riscos mas justifica-se, entre 
hospitais e entre serviços de um mesmo hospital, pela necessidade de facultar um 
nível assistencial superior, ou para realização de exames complementares de 
diagnóstico e/ou terapêutica não efetuáveis no serviço ou instituição onde o doente se 
encontra internado. 
7.1 Transporte inter hospitalar: Definição 
Define-se transporte inter-hospitalar como a transferência de pacientes entre 
unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e 
emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que 
funcionem como bases de estabilização para pacientes graves ou como serviços de 
menor complexidade, de caráter público ou privado. 
O ato de transportar deve reproduzir a extensão da unidade de origem do 
paciente, tornando-o seguro e eficiente, sem expor o paciente a riscos 
desnecessários, evitando, assim, agravar seu estado clínico. Já o objetivo precípuo 
destas intervenções é melhorar o prognóstico do paciente; portanto, o risco do 
transporte não deve sobrepor o possível benefício da intervenção. Pelo fato de o 
período de transporte ser um período de instabilidade potencial, deve sempre ser 
questionado se os testes diagnósticos ou as intervenções terapêuticas prescritas 
alterarão o tratamento e o resultado do paciente, justificando os riscos da remoção. 
Os trabalhos clínicos demonstram uma mudança na conduta terapêutica em um 
número menor de pacientes após exames diagnósticos, enquanto grande parte de 
pacientes apresentam sérias alterações fisiológicas durante o transporte. Toda vez 
 
 
27 
 
que o benefício da intervenção programada for menor que o risco do deslocamento, 
este não deve ser feito. 
O transporte inter-hospitalar é realizado sempre que se necessite de maiores 
recursos humanos, diagnósticos, terapêuticos e de suporte avançado de vida, que não 
estão presentes no hospital de origem. 
O transporte inter-hospitalar faz-se necessário, quando o hospital onde se 
encontra o paciente não tem recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos, 
necessários para tal paciente, sendo a responsabilidade pela decisão da transferência 
do paciente, único e exclusivamente do médico que o está atendendo. Para o 
transporte inter-hospitalar, é obrigatória a comunicação telefônica à regulação médica 
ou diretamente ao hospital que vai receber o paciente. A remoção do paciente é 
responsabilidade médica e envolve aspectos de ordem logística, técnica, operacional, 
financeira, legal e ética, tornando esse ato médico muito complexo. 
O transporte não deve comprometer o prognóstico do paciente. A ressuscitação 
e a estabilização cardiovascular e pulmonar devem começar no hospital que está 
encaminhando o paciente, se bem que, às vezes, a estabilização hemodinâmica só é 
possível através de cirurgia, no hospital que vai recebê-lo. Quando houver 
necessidade, a equipe deverá permanecer no local de origem, estabilizando o 
paciente, para que seja possível a sua locomoção mais segura. 
Para evitar problemas, o paciente consciente e orientado ou o representante 
legal de paciente não orientado devem dar o consentimento antes do transporte inter-
hospitalar. Tal prática deve incluir a apresentação dos riscos versus benefícios do 
transporte e a sua documentação no prontuário médico, sendo assinado o 
consentimento. Se as circunstâncias não permitem o consentimento informado, a 
indicação para o transporte e as razões da não obtenção do consentimento devem 
constar no prontuário médico. 
A decisão de transportar o paciente necessita da análise dos vários fatores, 
relacionados a seguir. 
• Indicação do transporte; 
• Patologia de base e condições médicas associadas; 
• Treinamento da equipe de transporte; 
• Material e equipamentos disponíveis na unidade de transporte; 
•. Pesar o risco / benefício do transporte para o paciente; 
 
 
28 
 
• Tempo de transporte; 
• Distância; 
• Recursos do local de origem e do local de destino; 
• Possibilidade de complicações durante o transporte • Condições do trajeto a ser 
percorrido (trânsito, meteorologia, etc.); 
• Avaliação dos possíveis fatores de estresse durante o transporte: ruídos, vibrações, 
forças acelerativas, variações da luminosidade e temperatura ambiente; 
• Considerações éticas; 
• Recursos financeiros para a viabilização do transporte. 
Alguns procedimentos invasivos são impossíveis de serem realizados com 
segurança durante o deslocamento do veículo de transporte, como a obtenção de um 
acesso venoso profundo, drenagem pleural e intubação traqueal, devendo ser 
antecipada a sua necessidade e feita antes do início do transporte. 
No mínimo, duas pessoas devem acompanhar o transporte, além do condutor 
do veículo. A necessidade de médico é discutível, porém a equipe deve ter 
competência para a realização de manobras avançadas para a obtenção das vias 
aéreas, incluindo a intubação endotraqueal e para o suporte básico e avançado de 
vida que, em nosso meio, são manobras apenas de competência médica. Que os 
utilizados para o transporte intra-hospitalar, variando sua disposição dentro do veículo 
de transporte. 
O planejamento e a previsão de materiais, medicamentos e equipamentos a 
serem utilizados são responsabilidade da enfermagem. 
O modo de transporte pode ser terrestre (ambulâncias) ou aéreo (helicóptero 
ou avião), e em alguns locais, podem ser usados barcos. 
Os fatores que influenciam a escolha do modo de transporte incluem distância 
e duração, urgência da situação, complicações que o paciente pode desenvolver 
durante o transporte aéreo ou terrestre, condições meteorológicas locais, geografia e 
disponibilidade de recursos. 
Seja qual for o modo de transporte, selecionado para a realização da remoção, 
este deverá apresentar condições internas de acomodação satisfatória do paciente, 
da equipe e dos acompanhantes. É fundamental que os veículos sejam equipados 
com sistema de radiocomunicação, o qual permita contato contínuo com o hospital de 
referência. 
 
 
29 
 
Equipamentos para o transporte de pacientes críticos: 
-Maca própria para transporte: deve ser leve, com proteção lateral,e permitir o 
transporte de equipamentos, monitores e cilindros a ela acoplados. Para ambulâncias, 
deve ser dobrável, possuir cintos de segurança e ser adequadamente fixada no 
veículo transportador. 
-Equipamentos elétricos providos de baterias totalmente carregadas, de ampla 
autonomia, e com capacidade de utilizar a rede elétrica do setor de destino. Para 
ambulâncias, não devem sofrer influência de fatores gerados pelo meio de transporte, 
como água salgada, pressurização de cabine e trepidação; também não devem 
interferir na navegabilidade do veículo. 
-Equipamentos que permitam a continuidade do tratamento do paciente, 
projetados especificamente para o transporte, como ventiladores mecânicos e 
bombas infusoras. 
- Materiais para permeabilização da via aérea e ventilação pulmonar assistida. 
- Oxigênio: em geral com cilindro de reserva e capacidade mínima para 30 
minutos em alto fluxo. 
- Materiais para realização de procedimentos para situações de risco iminente 
de vida, como descompressão de tórax, cricotireoidostomia etc. 
- Drogas para reanimação cardiopulmonar, ou específicas para as doenças do 
paciente, ou para complicações possíveis e antecipadas. 
-Monitores: Desfibrilador/cardioversor com marca-passo externo, cardioscópio, 
oxímetro de pulso, equipamento de pressão arterial tono-oscilométrica. 
-Monitores específicos para as doenças do paciente, e/ou que evitem a 
descontinuação da monitoração utilizada no setor de origem. 
 
Recomendações para o transporte intra-hospitalar de pacientes críticos 
As recomendações foram divididas em três grupos: 
 Avaliação do paciente: 
Conhecimento do quadro atual do paciente: Diagnóstico de internação e evolução 
clínica. Avaliação do risco/benefício do transporte; 
Monitorização das Medidas Hemodinâmicas: Pressão Venosa Central (PVC), Pressão 
Arterial Média (PAM), Pressão Arterial Sistêmica (PA), 
Monitorização respiratória: Saturação de Oxigênio (SatO2), 
 
 
30 
 
Frequência Respiratória (FR), 
Análise dos gases arteriais (PCO2, PO2) 
 Ações com relação à equipe: 
 Treinamento, aperfeiçoamento e participação de profissionais: 
- Médico e enfermeiro, 
- Médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, 
- Médico e auxiliar de enfermagem, 
- Médico, enfermeiro e fisioterapeuta. 
Organização e divisão do trabalho pela equipe nas fases pré, trans e pós-transporte. 
Precauções quanto às principais complicações: Respiratórias, cardiovasculares, 
perda de drenos e cateteres, desconexão de drogas, extubação e falha técnica de 
equipamentos. 
 Ações com relação ao material/equipamento: 
Presença da maleta de medicamentos no transporte, conferência da maleta de 
medicamentos e maleta de intubação, checagem do nível de gases nos cilindros, uso 
da maca de transporte, uso de bombas de infusão e de respiradores portáteis, uso da 
maca convencional, uso de bombas de infusão convencionais, uso da ventilação 
manual, manutenção periódica dos materiais, uso do monitor/desfibrilador, uso do 
oxímetro de pulso, uso do capnógrafo. 
7.2 Indicações de transportes inter-hospitalar 
Transferência sem retorno, de centros de menor para centros de maior 
complexidade: Inclui os pacientes, em vários estágios de gravidade, que são levados 
para realizarem tratamento definitivo em hospitais especializados, permanecendo 
internados neles definitivamente. Nesta categoria são incluídos os pacientes 
transferidos para outras cidades. 
Transferência com retorno, para tratamento ou exames diagnósticos em 
centros de maior complexidade: O tipo mais comum, onde o paciente vai a uma 
unidade isolada ou a outro hospital realizar um exame ou tratamento e retorna ao 
hospital de origem. O local de destino frequentemente não possui os recursos para 
manter o suporte de vida e o tratamento do paciente, devendo estes ser transportados 
junto a ele e mantidos até o fim do exame e/ou tratamento. 
 
 
31 
 
Transferência de pacientes poli traumatizados de centros de menor 
complexidade, para onde são levados pelos sistemas de atendimento pré-hospitalar 
para estabilização, a outros de maior complexidade, para tratamento definitivo: Este 
tipo é parte fundamental de um sistema de atendimento pré-hospitalar. Pacientes 
críticos podem ser levados temporariamente a uma unidade de menor complexidade, 
mas com capacidade de prestar suporte avançado de vida, próxima à área do sinistro. 
Após a estabilização, a vítima é transferida a um centro para seu tratamento definitivo. 
Isto permite menor tempo para o atendimento, liberação da equipe de socorristas e 
melhor manejo da distribuição de pacientes, evitando sobrecarregar a rede de 
emergência. 
7.3 Segurança e contraindicações 
Considera-se o transporte seguro quando: 
 A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente sabe quando fazê-lo 
e como realizá-lo, ou seja, deve haver indicação para o deslocamento e, 
principalmente, planejamento para fazê-lo. 
 Assegura-se a integridade do paciente, evitando o agravamento de seu 
quadro clínico. 
 Há treinamento adequado da equipe envolvida, desenvolvendo 
habilidade no procedimento. 
 Há uma rotina operacional para realizá-lo. 
São consideradas contraindicações para o transporte de pacientes: 
 Incapacidade de manter oxigenação e ventilação adequadas durante o 
transporte ou durante a permanência no setor de destino. 
 Incapacidade de manter performance hemodinâmica durante o 
transporte ou durante a permanência no setor de destino pelo tempo 
necessário. 
 Incapacidade de monitorar o estado cardiorrespiratório durante o 
transporte ou durante a permanência no setor de destino pelo tempo 
necessário. 
 Incapacidade de controlar a via aérea durante o transporte ou durante a 
permanência no setor de destino pelo tempo necessário. 
 
 
32 
 
 Número insuficiente de profissionais treinados para manter as condições 
acima descritas, durante o transporte ou durante a permanência no setor 
de destino (ex. médico, enfermeiro, fisioterapeuta). 
8 ACIDENTES 
A seguir, vamos abordar algumas definições para que haja melhor 
entendimento do assunto em questão. Dentre as definições encontra-se: 
1. Acontecimento casual, fortuito, inesperado; ocorrência. 
2. Qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, 
sofrimento ou morte 
Todo e qualquer evento que provoque incapacidade total ou parcial. 
Temporária ou permanente, que leve o indivíduo a perda da capacidade física, a dor, 
a internação e permanência hospitalar, havendo para o tratamento e recuperação de 
tal evento, a movimentação e transporte intra e inter hospitalar, seja ele de qualquer 
natureza. Podem ser de vários tipos e gravidades, abordaremos aqui os mais comuns, 
levando em conta sua gravidade. 
O atendimento nas áreas de urgência e emergência tem crescido e se 
tornado cada vez mais expressivo na sociedade brasileira e mundial. O 
aumento dos casos de acidentes e violência tem forte impacto sobre o 
Sistema Único de Saúde (SUS) do país e o conjunto da sociedade. Na 
assistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos 
gastos com internações hospitalares, assistência em Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI) e tempo de hospitalização. Na questão social, pode ser 
verificado pelo aumento de 30% no índice de Anos Potenciais de Vida 
Perdidos (APVP) devido a acidentes e violências nos últimos anos. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, apud SILVA, 2010, p. 572). 
 
 
33 
 
8.1 Acidentes de transito 
 
Fonte: www.coachronaldoentringe.com.br 
O trânsito é vital para o desenvolvimento, infelizmente, a pouca atenção dada 
à segurança desse setor fez com que os sistemas de trânsito se desenvolvam de 
maneira desregrada, causando uma perda significativa de vidas, saúde e riqueza. 
Além disso, o trânsito facilita a circulação de pessoas e bens, melhora o acesso à 
educação, serviços de saúde, emprego e aos mercados econômicos, sendo assim, 
estima-se que 1,3 milhão de pessoasmorrem a cada ano vítimas de acidentes de 
trânsito e que aproximadamente 30 milhões de pessoas sofram lesões não fatais. Os 
acidentes têm custos econômicos e sociais devastadores, tanto para as famílias 
quanto para a sociedade. Considera-se Acidente de Trânsito uma colisão ou 
incidente que envolva pelo menos um veículo em movimento, trafegando em uma via 
pública (ou privada, desde que o público tenha acesso a ela). Incluem-se nessa 
categoria: colisões entre dois ou mais veículos automotores, entre veículos e 
pedestres, entre veículos automóveis e animais ou obstáculos fixos, entre veículos 
rodoviários e ferroviários, ou envolvendo apenas o veículo automotor. 
Ressalta-se que colisões entre mais de um veículo são contabilizadas como 
apenas um acidente quando colisões sucessivas aconteçam dentro de um curto 
período. Já lesão, é considerada como um dano físico decorrente da exposição de 
um corpo humano a níveis intoleráveis de energia. Pode ser uma lesão corporal 
 
 
34 
 
resultante de uma exposição à energia em excesso ou perda de função resultante da 
falta de elementos vitais. 
 Estatísticas comprovam que brasileiros estão morrendo mais em acidentes 
com transporte terrestre, principalmente motocicleta, tornando-se assim uma 
verdadeira epidemia de lesões e óbitos no trânsito. Dados do Sistema de Informações 
de Mortalidade revelam que somente no ano de 2010, 40.610 pessoas foram vítimas 
fatais de acidente de trânsito. As consequências para as vítimas de acidente de 
trânsito são inúmeras, como: morte, lesões e às vezes sequelas para o resto da vida, 
sem contar com o impacto emocional e financeiro das mesmas, gastos com 
tratamento de reabilitação, incapacidade para trabalhar ou até mesmo dificuldade em 
realizar os trabalhos pela deficiência adquirida com os acidentes. 
Uma das maiores preocupações dos órgãos responsáveis pelo planejamento 
do trânsito e também da comunidade científica é encontrar soluções que possam 
reduzir o número de fatalidades e de feridos nos acidentes de trânsito. Analisar os 
acidente e melhor compreender esses eventos pode ajudar a prevenir ou reduzir a 
sua ocorrência e o seu impacto. Nesse sentido, os dados de acidentes constituem a 
base de muitas atividades de segurança viária. 
Eles são essenciais para o diagnóstico e encaminhamento de soluções para os 
problemas motivadores dos acidentes. A identificação desses elementos permite 
otimizar esforços no aprimoramento da segurança. 
As informações sobre os acidentes ocorridos permitem reconhecer a dimensão 
e as características o problema a enfrentar. Permitem, também, que seja feita a 
avaliação da eficácia das ações implementadas para a redução de acidentes. 
Os registros de acidentes de trânsito são a principal fonte de informação 
disponível sobre o problema de insegurança viária, porém, embora úteis, os dados 
coletados nos boletins de ocorrência usualmente não contemplam as informações 
referentes a fatores contribuintes do acidente, as quais são necessárias para 
pesquisas mais aprofundadas envolvendo a segurança viária. Do ponto de vista de 
entendimento da gênese do acidente e do desenvolvimento de medidas mitigadoras, 
o levantamento de informações sobre os fatores que contribuem para a ocorrência 
dos acidentes, de forma direta ou indireta, são elementos importantes para a 
promoção da segurança viária. Medidas como evitar uso do celular ao volante, uso de 
 
 
35 
 
cinto de segurança, atenção as regras de sinalização e direção consciente são 
imprescindíveis para manter a segurança no transito e evitar acidentes. 
8.2 Afogamentos 
 A realidade dos dados sobre afogamento não destaca um novo problema, mas 
uma velha e grave endemia pouco conhecida e divulgada em nossa sociedade. 
Incidente silencioso, cercado de mistérios indecifráveis e muitas vezes atribuídas a 
uma fatalidade inevitável do destino ocorrem normalmente em ambiente extra 
hospitalar, e por ter pouca ou nenhuma repercussão, não ganha à notoriedade e a 
atenção que necessita. Como alguns casos não são classificados como afogamento 
subestima-se em muito a realidade mesmo em países de alta renda, e não inclui 
situações como inundações, acidentes de navegação e tsunamis. Isto ocorre pela 
forma como os dados sobre o assunto são coletados, classificados e reportados, 
assim como pela dificuldade em interpretar e ajustar estes dados para nossa 
realidade. Para a sociedade em geral a palavra afogamento remete ao salvamento e 
as medidas de primeiros socorros como as mais importantes, no entanto a ferramenta 
de maior eficácia na luta contra os afogamentos é a prevenção. Um dos grandes 
desafios neste segmento é conseguir impactar a sociedade com a possibilidade desta 
ocorrência que está entre todos e muito próxima de acontecer. O conhecimento destas 
variáveis permite elaborar estratégias que possam mitigar o fardo elevado do 
afogamento, utilizando melhor os recursos disponíveis em prevenção. 
Campanhas de prevenção além de poder informar e evitar o desastre de um 
afogamento, impacta a sociedade com a possibilidade real desta ocorrência. 
O afogamento envolve principalmente a assistência pré-hospitalar prestada por 
leigos, guarda-vidas, socorristas e profissionais de saúde. Portanto, é essencial que 
profissionais de saúde tenham conhecimento da cadeia de sobrevivência no 
afogamento que inclui desde a preparação, assistência proativa de prevenção 
praticada em ambientes de saúde, a identificação de comportamentos e situações de 
risco iminente no ambiente aquático, passando pela assistência pré-hospitalar de 
atender uma ocorrência em seu ambiente familiar, até finalmente a internação 
hospitalar se necessária. No afogamento o resgate é um dos componentes vitais para 
 
 
36 
 
salvar o paciente e a avaliação e os primeiros cuidados são fornecidos em um 
ambiente altamente hostil, a água. 
Aos profissionais de saúde, o conhecimento da assistência reativa prestada ao 
afogado para ajudá-lo sem, contudo, tornar-se uma segunda vítima é fundamental. 
Saber como e quando realizar o suporte básico de vida ainda dentro da água e acionar 
o suporte avançado pode fazer a diferença entre a vida e a morte do paciente. Quando 
este tipo de assistência não é realizado adequadamente no local do evento, pouco se 
pode realizar no hospital para modificar o resultado final. 
Dentre as medidas de prevenção destacam-se não adentrar em lagos, 
represas, lagoas, cachoeiras desconhecidas, não arriscar prestar socorro se não tiver 
aptidão para tal, atenção dobrada em casos de enchentes e inundações com 
correntezas em locais desconhecidos e o uso de equipamentos de proteção para 
contato aquático. 
8.3 Asfixia 
 
Fonte: melhorcomsaude.com.br 
A asfixia, é classificada como acidente por causa externa, tendo como riscos 
acidentais à respiração, afogamento e submersão acidentais. As principais causas 
são: afogamento e submersão, inalação, ingestão de alimento causando obstrução do 
trato respiratório, inalação, ingestão de objeto causando obstrução do trato 
respiratório, intoxicação por gases e outros vapores, exposição a outro tipo específico 
de fumaça e trauma. A asfixia é uma das principais causas de morbidade e 
 
 
37 
 
mortalidade entre crianças, especialmente entre as menores de 3 anos de idade. 
Essas crianças estão sob maior risco tanto pelas vulnerabilidades do desenvolvimento 
das vias aéreas como pela capacidade subdesenvolvida de mastigar e engolir 
alimento. Além disso, crianças pequenas, em fase de exploração, frequentemente 
põem objetos na boca para explorar seus ambientes. 
Alia-se a isso o fato de que o risco de obstrução completa das vias aéreas por 
um corpo estranho alojado na laringe está associado a uma mortalidade em torno de 
45%, e em pacientes asfixiados por uma obstrução transitória das vias aéreas 
podendo ocorrer risco de encefalopatia hipóxica próximo de 30% trazendo não apenasimpacto na morbimortalidade das crianças como grande trauma em toda a família, 
considerando que, na maioria das vezes, esses acidentes ocorrem em crianças 
saudáveis com todo o potencial de desenvolvimento e expectativas da família. 
Por isso, embora a asfixia seja um problema pouco frequente em termos 
absolutos, a ação adequada e oportuna dos serviços de saúde pode prevenir a 
ocorrência desses óbitos. Entretanto, a maioria das pessoas que sofre de asfixia fora 
do ambiente hospitalar morre sem receber cuidados de ressuscitação cardiopulmonar. 
Por conseguinte, esse tema deve fazer parte do treinamento periódico dos 
profissionais de saúde de todos os níveis de atenção, e em especial dos profissionais 
das Unidades Básicas de Saúde, muitas vezes os primeiros a entrarem em contato 
com essa situação de emergência tanto nos centros de saúde como na comunidade 
ou na residência dos pacientes. As asfixias podem ser: 
 Pela supressão da atmosfera respirável: afogamento, estrangulamento, 
enforcamento, por corpo estranho etc.; 
 Pela interrupção da ventilação pulmonar de origem nervosa, como a 
síncope; 
 Pela paralisia dos músculos respiratórios, geralmente por doenças 
clínicas, como poliomielite, intoxicações ou espasmos, ou, 
 Por defeito da fixação do oxigênio pela hemoglobina, como nos casos 
de intoxicação por monóxido de carbono. 
 
 
 
 
 
38 
 
Em socorro as asfixias o ideal e solicitar ajuda especializada com o máximo de 
urgência e no menor tempo possível, afim de evitar danos maiores e sequelas ao 
indivíduo, além de prevenção ao óbito. 
8.4 Queimaduras 
 
Fonte: fabiosaito.com.br 
As queimaduras constituem um importante problema de saúde pública, 
representando a segunda causa de morte não só no Brasil, como em outros países. 
Os acidentes geram enormes gastos e são responsáveis por sequelas psicológicas e 
sociais ao acidentado, bem como à sua família. A maioria destes ocorrem em casa e 
são atribuídos a lapsos na atenção aos perigos domésticos. Grande parte das 
queimaduras acontecem em ambientes domésticos e é provocada por líquidos 
superaquecidos. 
 Mesmo com a sobrevivência física, as cicatrizes e as contraturas culminam, 
com frequência, na distorção da imagem, que será levada para sempre. Dessa forma, 
é de fundamental importância a prevenção, encarando a queimadura como um 
acidente grave que pode ser evitado por meio da aplicação de princípios 
epidemiológicos, realização de campanhas de conscientização e programas 
educativos. A escola é, certamente, um dos locais mais propícios para se receber 
informação de prevenção. Mesmo considerando-se que, na idade escolar, a maioria 
dos acidentes ocorre fora da escola, é recomendado que as escolas participem 
ativamente na prevenção dos acidentes, criem comissões de prevenção de acidentes 
 
 
39 
 
e tenham um papel de agente formador de conhecimentos. No Brasil, o estado do 
Pará, é o estado com os piores indicadores em relação às queimaduras. 
8.5 Acidentes com armas de fogo 
Os incidentes ou acidentes de tiro e disparos podem ser voluntários ou 
involuntários e são mais frequentes do que se supõe. A falta de conhecimento no 
manuseio e descuidos com regras básicas de segurança e, ainda, a falta de 
manutenção de armas de fogo levam a ocorrência de interrupções, acidentes de 
disparos ou disparos indesejados. O índice numérico de acidentes nesta modalidade 
não é confiável, pois como muitos não resultam em lesões, não aparecem nas 
estatísticas, restando apenas registros daqueles que resultaram em lesões para o 
próprio atirador ou terceiros. 
Dentre os principais fatores provocadores de acidentes destaca-se: 
Acionamento da tecla do gatilho sem prévia verificação da existência ou não de 
munição na câmara; deslocamento do dedo indicador pressionando a tecla do gatilho; 
retirada do cartucho da câmara sem a retirada do carregador municiado e posterior 
acionamento do gatilho; dentre outras. Estas caracterizam atitudes que 
costumeiramente resultam em disparos involuntários. 
A ocorrência dessas modalidades de disparos está vinculada a fatores 
humanos ou materiais, que podem ou não estar correlacionados. Especialistas 
acreditam que atitudes frutos da irresponsabilidade e gestos inconsequentes, medo, 
inexperiência, descuidos, falta de concentração, excesso de confiança e 
inobservância de regras de segurança, dentre outros, ocasionam grande parte dos 
disparos que podem ser compreendidos nesta modalidade. Os demais são atribuídos 
a fatores materiais diretos, como desgastes nos componentes dessas armas, má 
conservação, retiradas de peças e, ainda, quando ocorre a transformação da arma 
e/ou a utilização de munição inadequada. 
Materializar disparos involuntários é uma tarefa praticamente impossível na 
grande maioria das ocorrências, no entanto, na ocorrência de disparos acidentais 
deve-se realizar um exame pericial exaustivo na busca de comprovar o histórico 
relatado, ou, ainda, demonstrar se a arma apresenta algum defeito de fabricação, 
desgaste, ruptura ou ausência de peça ou mecanismo, que justifique a ocorrência de 
 
 
40 
 
disparo acidental. Nunca se pode descartar, sem um exame detalhado, em qualquer 
acidente, a possibilidade da causa ser por fator material. 
A melhor conduta mediante um acidente com arma de fogo é sempre acionar o 
socorro, e a polícia, para que seja apurada a vivacidade dos fatos, recolhimento da 
arma para perícia e demais providencias legais cabíveis. 
8.6 Como proceder? 
Mediante a um acidente, é indicado sempre buscar e manter a calma, pensando 
com tranquilidade sobre as atitudes necessárias a serem tomadas. No caso de ser 
expectador do acidente, buscar ajuda através do corpo de bombeiros e orientar as 
vítimas como proceder. Dicas como não se movimentar, não levantar e caminhar são 
dicas que podem salvar vidas até a chegada do socorro. No caso de vítima tentar se 
acalmar e aguardar a chegada do socorro, seguindo orientações de pessoa 
capacitada para tal, fornecer telefones para contato de parentes ou pessoas próximas 
e não evadir o local do acidente. 
Considera-se atendimento pré-hospitalar toda e qualquer assistência 
realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, utilizando-se 
meios e métodos disponíveis. Esse tipo de atendimento pode variar de um 
simples conselho ou orientação médica até o envio de uma viatura de suporte 
básico ou avançado ao local da ocorrência onde haja pessoas traumatizadas, 
visando à manutenção da vida e à minimização de sequelas. (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2004, apud MINAYO 2008, p. 1878). 
9 TIPOS DE TRANSPORTE 
De acordo com a indicação de cada caso particular do paciente, define-se o 
meio de transporte que será utilizado para sua remoção. Estes podem ser aéreos, 
aquáticos ou terrestres. 
 
 
41 
 
9.1 Transporte aero médico 
 
Fonte: lideraviacao.com.br 
 Indicado, em aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade do quadro clínico 
do paciente exigir uma intervenção rápida e as condições de trânsito tornem o 
transporte terrestre muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percorrer 
grandes distâncias em um intervalo de tempo aceitável, diante das condições clínicas 
do paciente. A operação deste tipo de transporte deve seguir as normas e legislações 
específicas vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica através do Departamento 
de Aviação Civil (DAC) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). 
Para efeito da atividade médica e de enfermagem envolvida no atendimento e 
transporte aéreo de pacientes, consideram-se os profissionais envolvidos como 
“tripulantes aero médicos” e, portanto, submetidos à legislação avulsa e ao Código 
Aeronáutico Brasileiro, devendo ter aptidão física específica para esta operação, 
atestada periodicamente pelo Centro de Medicina Aeroespacial (CEMAL) do 
Comando da Aeronáutica, e habilitação mínima em emergência pré-hospitalar, noções 
básicas de fisiologia

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