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RESE - PENAL

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JURÍ DA COMARCADE MARICÁ/RJ.
PROCESSO Nº ______________________/______
ROMULO, já qualificado nos autos da ação cujo número consta em epígrafe, que lhe move o Ministério Público, vem, através de seu(a) advogado(a) que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art.581, inciso IV, do Cód. de Processo Penal, apresentar 
RAZÕES DE RECURSO SEM SENTIDO ESTRITO
Em face da Sentença prolatada de fls., imputando-lhe prática do crime previsto no art. 121, §2º, inciso VI, do Cód. Penal.
Requer-se que, após a análise do juízo em retratação, nos moldes do art. 589, do Cód. de Processo Penal e trâmite legal, sejam os autos encaminhados ao Tribunal de Justiça com as respectivas razões recursais. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Maricá, __ de ____________de_____.
Advogado(a): __________________.
OAB/UF: _________________.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
PROCESSO Nº_______________/______
RECORRENTE: ROMULO
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO
Egrégio Tribunal de Justiça, em que pese a respeitável decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito em questão, não merece prosperar a pronúncia do recorrente pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostos, vejamos:
I. SÍNTESE DO OCORRIDO 
ROMULO, nascido em 04 de abril de 1991, em Maricá, ficou inconformado por encontrar, em 02 de janeiro de 2010, mensagem de sua esposa Paola, nascida em 06 de junho de 1992, para Bruno, desejando a este, um ano próspero.
Em razão disso, desferiu golpes de faca nas mãos de Paola, pretendendo, em seguida, utilizar a arma branca para golpear a vítima e causa sua morte.
Ocorre que Romulo ficou sensível ao sofrimento de sua esposa após as facadas na mão, decidindo deixar o local dos fatos para se acalmar, apesar de ter consciência de que os atos praticados seriam insuficientes para causar a inicialmente pretendida morte de Paola.
 
II. FUNDAMENTOS JURÍDICOS
 
a) DA PRESCRIÇÃO
Narra a denúncia, que o fato imputado por Romulo foi praticado em 02 de janeiro de 2010, onde o réu tinha 18 anos de idade, ou seja, era menor de 21anos. Com isso, requer o reconhecimento da extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato.
Isso, porque os fatos ocorreram em 02 de janeiro de 2010, a denúncia foi recebida em 24 de janeiro 2020, funcionando como primeira causa de interrupção do prazo prescricional, nos termos do art.117, inciso I, do Cód. Penal.
O Ministério Público imputou na denúncia a prática do crime de homicídio qualificado, que, a princípio, possui pena máxima em abstrato de 30 anos de reclusão foi, contudo, incluída a causa de diminuição de pena da tentativa. Considerando o mínimo de diminuição (1/3), a pena máxima do delito passa a ser de 20 anos de reclusão, que nos termos do art. 109, inciso I, do Cód. Penal, prescreve em 20 anos.
Ocorre que o art. 115 do Cód. Penal estabelece que o prazo prescricional seja computado pela metade quando o agente for, na data, dos fatos, menor de 21 anos. Considerando a idade de Romulo quando os fatos foram ocorridos, o prazo prescricional a incidir, na hipótese, é de 10 anos, período esse ultrapassado entre a data dos fatos e da data do recebimento da denúncia.
b) DA NULIDADE
Destaca-se a existência de nulidade de ser reconhecida, anulando-se a instrução a partir da primeira audiência realizada. Isso porque o réu não foi intimado para comparecer em juízo, não sendo adequada a realização da audiência, com oitiva da vítima, testemunha de acusação e defesa, sem a presença do acusado.
Ainda que o interrogatório tenha sido realizado em outra data, a produção de praticamente toda a prova sem a presença de Romulo tendo a defesa manifestada inconformismo, justifique o reconhecimento de nulidade em razão da violação ao princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
c) DA DESCLASSIFICAÇÃO
Houve por parte da ré a ocorrência de desistência voluntária, o que levou a uma desclassificação em relação à infração penal imputada, segundo o art. 419, do Cód. de Processo Penal.
De acordo como que consta do procedimento, efetivamente a intenção inicial de Romulo era causar a morte de sua esposa, Paola. Todavia, após desferir golpes na mão da esposa, sensibilizado com o sofrimento dela desistiu de prosseguir na empreitada delitiva e deixou o local dos fatos, estando ciente de que os atos praticados seriam insuficientes para a consumação do delito inicialmente pretendido.
Na tentativa, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, o que não ocorreu na hipótese. Aplica-se o art. 15, do Código Penal, no sentido de que o agente, que voluntariamente desiste de prosseguir na empreitada delitiva, responde apenas pelos atos já praticados. No caso, foi praticado crime de lesão corporal grave, de acordo com o exame de corpo de delito acostado, de modo que apenas essa infração penal pode ser imputada ao agente. 
d) DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA
 Por fim, de maneira subsidiária, caso não seja reconhecida a necessidade de desclassificação, pugna a parte ré pelo afastamento da qualificadora prevista no art. 121, §2º, inciso VI, do Cód. Penal, tendo em vista que, conforme expresso nos autos acima, a mesma foi inserida por meio da Lei 13.104/15, enquanto os fatos teriam ocorrido em 2010.
Com isso, aplica-se a previsão do art. 5º, inciso XL, da Constituição Federal, não podendo a lei mais grave retroagir para atingir situações pretéritas. Dessa forma, mesmo em caso de pronúncia, necessário o afastamento da qualificadora imputada.
III. DOS PEDIDOS 
Ante ao exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito, para que haja a devida reforma para 
a. Ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva;
b. Anulação da decisão de pronúncia;
c. Desclassificação, nos termos do art. 419, do CPP.
d. Afastamento da qualificadora do art. 121, §2, inciso VI, do CP.
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, __ de_________de____.
Advogado (a): _____________.
OAB/UF: ________________.

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