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INICIAL - EMPRESARIAL

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EXELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAPELA – ESTADO DE SERGIPE.
SOCIEDADE RIACHUELO SALGADO & CIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ______________, com sede à Rua/Av. ______________, nº __, Bairro, Cidade/UF, CEP: ______________. Neste ato representado por seu administrador TOBIAS BARRETO, conforme contrato social anexo, nacionalidade, estado civil, administrador, portador de cédula de identidade RG nº ___________, inscrito no CPF/MF sob o nº _____________, endereço eletrônico: __________________, residente e domiciliado na Rua/Av. __________________, nº ___, Bairro, Cidade/UF, CEP: _________, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu(a) advogado(a) infra-assinado(a) (procuração anexa), com endereço profissional na Rua/Av. ______________, nº __, Bairro, Cidade/UF, CEP: ______________, com fulcro na Lei nº 9.279/96 e dispositivos do Código Civil, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER c/c PEDIDO DE INDENIZAÇÃO E TUTELA DE URGÊNCIA
Em face da SOCIEDADE DE REFRIGERAÇÃO CANHOBA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ______________, com sede à Rua/Av. ______________, nº __, Bairro, Cidade/UF, CEP: ______________. Neste ato representado por seu Diretor-Presidente PAULO PASTORA, estado civil, administrador, portador de cédula de identidade RG nº ___________, inscrito no CPF/MF sob o nº _____________, endereço eletrônico: __________________, residente e domiciliado na Rua/Av. __________________, nº ___, Bairro, Cidade/UF, CEP: _________, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
1) DOS FATOS 
Em janeiro de 2015 foi celebrado contrato de arrendamento de um estabelecimento entre a requerente e a requerida, pelo prazo de 05 anos, sem previsão contratual quanto à possibilidade de concorrência.
Ocorre que, durante os primeiros dois anos de vigência do referido contrato, o arrendador se absteve de fazer concorrência ao arrendatário, nas suas regiões de atuação. No entanto, a partir de março de 2017, os sócios da Riachuelo Salgados & Cia LTDA, perceberam a atuação ofensiva de dois representantes comerciais X e Y, que passaram a captar clientes desta sociedade.
Os representantes comerciais começaram a divulgar informações falsas sobre os produtos comercializados pelo arrendatário, bem como as entregas não estavam sendo feitas, ou eram realizadas em atraso. Um dos sócios da arrendatária conseguiu obter o depoimento informal de clientes procurados por tais representantes, que agiam a mando da arrendadora, oferecendo generosas vantagens para que deixassem de negociar com ela.
Diante disso, o faturamento da arrendatária passou a cair e piorar, ainda mais, quando a arrendadora alugou imóvel no Centro de Capela e passou a divulgar, entre os clientes e nos anúncios em material impresso, descontos, vantagens e promoções para desviar a clientela da arrendatária, culminando com isso, um prejuízo para a arrendatária de R$290.000,00(duzentos e noventa mil reais).
2) DO DIREITO
Em consonância com o art. 1.147 do Cód. Civil, durante todo o tempo de vigência do contrato é vedado o restabelecimento pelo arrendador em razão da inexistência de autorização expressa no contrato.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
No caso em tela, não há disposição expressa quanto a vedação ou autorização para fazer concorrência, assim, vige o que dispõe o referido artigo, que prevê em seu parágrafo único que nos casos de arrendamento nos contratos cientes quanto à autorização expressa da concorrência, valerá a vedação pelo prazo do contrato, ou seja, com cinco anos, conforme pactuado entre arrendadora e arrendatário. Não obstante, o art. 251 do Cód. Civil, prevê que praticado pelo devedor do ato cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir que o desfaça, sob pena de desfazer à sua custa ressarcindo, os culpados, por perdas e danos, o que se enquadra perfeitamente no caso em comento
Art. 251.Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.Parte superior do formulário
Ainda, de acordo com o art. 195, II, da Lei 9.279/96, configura-se ato de concorrência desleal divulgar informações falsas de produtos comercializados pelo concorrente arrendatário. No presente caso, observa-se que a arrendadora divulgava que as entregas do arrendatário não estavam sendo feitas ou eram entregues com atraso, o que fere claramente o funcionamento legal acima disposto. 
Nota-se, também, que configura ato de concorrência desleal emprego de meio fraudulento, para desviar em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem, nos moldes do art. 195, II, da Lei 9.279/96. Neste sentido, a arrendatária agiu contra o que determina a lei no momento em que divulga entre os clientes e nos materiais impressos com desconto, vantagens e promoções com nítida intenção de desviar a clientela da arrendatária.
Vejamos o entendimento jurisprudencial sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PRÁTICA DE CONCORRÊNCIA DESLEAL. DESVIO DE CLIENTELA. DANO CONFIGURADO. DESNECESSIDADE DE PROVA DO PREJUÍZO SENTENÇAMANTIDA. 1. Segundo a legislação de regência (Lei nº 9.279/96) o elemento necessário à caracterização da concorrência desleal é a prática de meio inidôneos, com o objetivo de capitar clientela, em prejuízo à concorrência, no mesmo ramo de atividade empresarial.2. Segundo artigo 209 da Lei nº 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial) e precedentes desta Corte e do Superior Tribunal de Justiça, a reparação pelos danos advindos do ato de concorrência desleal, que importa em desvio de clientela, não está condicionada à prova do efetivo prejuízo. 3. Recurso conhecido e desprovido. Sentença confirmada. 
(TJ-GO – AC: 254098020108090137 RIO VERDE, Relator: DES. GERALDO GOLÇALVES DA COSTA, Data de Julgamento: 16/02/2012, 5ª CAMARA CIVEL, Data de Publicação: DJ 1031 de 26/03/2012).
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO INIBITÓRIA ESPECÍFICA DA LEI Nº 9.279/97 C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR CONCORRÊNCIA DESLEAL – REVELIA MANTIDA – CONCORRÊNCIA DESLEAL VERIFICADA. 1- Sendo sanada a representação processual dos Requeridos somente na audiência de instrução e julgamento, já que não tinham procuração nos autos, e a contestação foi apresentada por quem não integra o polo passivo, e não tendo os verdadeiros Requeridos oferecido resposta, a decretação da revelia é medida imperativa. 2 – Se a parte autora pleiteou a condenação em obrigação de não fazer somente em face dos sócios, não cabe ao Poder Judiciário lhe negar a prestação jurisdicional, ainda mais quando os demandados podem responder por ele independentemente da pessoa jurídica em questão. 3- O simples exercício da mesma atividade no mesmo contexto territorial pelo alienante, formal ou informalmente, de boa-fé ou má-fé, inevitavelmente levará aos desvios de clientela, de modo a configurar concorrência desleal, haja vista o impedimento, pelo período de cinco anos seguintes ao trespasse, nos termos do artigo 1.147 do Código Civil. 4- Verificada a prática de concorrência desleal decorre o direito à indenização pelos danos sofridos. 5- Imperiosa a majoração dos honorários advocatícios, nos termos do artigo 85, §11, do CPC. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
(TJ-GO – APL: 00041613020098090093, Relator: ORLOFF NEVES ROVHA, Data de Julgamento: 09/10/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 09/10/2019)
CONCORÊNCIA DESLEAL. Desvio de clientela comprovada. Obrigação de não fazer. Prova testemunhal suficiente.Análise de verossimilhança dos fatos. Suspeição da testemunha. Ausência de impugnação no momento oportuno. Preclusão. Multa cominatória fixada em patamar suficiente a inibir o descumprimento da medida. Sentença mantida.
(TJ-SP – APL:994060250567 SP, Relator: Teixeira Leite, Data de Julgamento: 08/04/2010, 4ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 19/04/2010)
Portanto, o objetivo da arrendatária é a cessão dos atos de concorrência desleal e o respeito à proibição legal de não concorrência. 
3) DA TUTELA DE URGÊNCIA 
O art. 300, do Cód. de Processo Civil, autoriza a concessão de tutela de urgência quando houver elementos que evidencie a probabilidade do direito e perigo de dano.
No caso, ora exposto, os requisitos da presente tutela, de caráter liminar comprovam na medida em que a probabilidade do direito resta consubstanciada nos fundamentos legais acima pontuados e o perigo de dano é indiscutível, tendo em vista o prejuízo de R$ 29.000,00 (vinte e nove mil reais), valor que poderá aumentar culminando em danos irreparáveis no caso da não concessão de tutela neste ato pleiteada. 
4) DOS PEDIDOS
Ante a todo o exposto, requer-se de Vossa Excelência, o que segue:
a) A citação da empresa requerida, na pessoa de seu representante legal;
b) A concessão do pedido de tutela de urgência para a concessão imediata dos atos de concorrência desleal;
c) A procedência para reconhecer a ilicitude do restabelecimento e os atos de concorrência desleal e a consequente indenização pela violação da proibição do restabelecimento;
d) A manifestação quanto a audiência de conciliação nos moldes do art. 319, VII, do CPC/15;
e) A condenação da empresa requerida ao pagamento de custas e honorários advocatícios;
f) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental (juntada do contrato) e depoimento pessoal da parte requerida, na pessoa de seu representante legal.
Dá-se a causa o valor de R$ ______________________ (por extenso).
Termos em que,
Pede deferimento.
Capela, __ de ____________ de _____.
Advogado(a): ______________________.
OAB/UF nº: _______________________.

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