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01/03/2020 1 CONTEÚDO ABORDADO: REVISÃO: PRINCÍPIO DE BERNOULLI E EQUAÇÕES CORRELATAS PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PERDA DE CARGA E LINHAS DE ENERGIA DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA SEMESTRE: 2020/1 Eng. Civil, MSc. Danilo Gonçalves Batista 0 1 t V S V V S Z g S P cte V Zg P 2 . 2 Equação de Euler Equação de Bernoulli PRINCÍPIO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Como pode-se observar na obtenção da equação da continuidade, um fluido incompressível em regime estacionário, ao escoar por um cano com área de secção transversal variável, sofre mudanças na velocidade de forma que a vazão volumétrica permanece constante de modo a respeitar o Princípio de Conservação de Massa. Verifica-se, assim, que via Leis de Newton, se a velocidade muda é porque existem diferenças de pressão ao longo do cano, sendo a força resultante composta pela força gravitacional e pela força associada a diferença de pressão. A equação da continuidade exprime a conservação de massa do fluido, ou seja, reporta o fato básico de que massa não pode ser criada nem destruída. A equação de Bernoulli expressa a conservação da energia do fluido. 01/03/2020 2 PRINCÍPIO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 DEFINIÇÃO: • O princípio de Bernoulli, também denominado equação de Bernoulli ou Trinômio de Bernoulli, ou ainda Teorema de Bernoulli descreve o comportamento de um fluido movendo-se ao longo de uma linha de corrente e traduz para os fluidos o princípio da conservação da energia. CONTEXTUALIZAÇÃO: • Foi exposto por Daniel Bernoulli em sua obra Hidrodinâmica, publicada em 1738, e expressa que num fluido ideal (sem viscosidade, sem atrito e incompressível) em regime de circulação por um conduto fechado, a energia que possui o fluido permanece constante ao longo de seu percurso. DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B ER N O U LL I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 A equação da continuidade expressa a conservação da massa e relaciona a massa específica e a velocidade do fluido ao longo do fluxo. Empregando a análise em termos da energia e do trabalho, podem-se relacionar, além dessas grandezas, variáveis com a altura e pressão do fluido. A conservação da energia mecânica, aplicada ao escoamento de um fluido leva à equação, que foi obtida pelo matemático suiço Daniel Bernoulli no século XVIII, conhecida como Equação de Bernoulli . Essa equação é válida para: Escoamento permanente; Fluido incompressível e perfeito (sem atrito e sem viscosidade); e Sem máquinas no trecho de escoamento do fluido. Para obter a Equação de Bernoulli considera-se a lei da conservação da energia por meio do teorema do trabalho e energia cinética: onde W corresponde ao trabalho total realizado ao longo do escoamento e ΔEc é a variação da energia cinética. Considerando o fluido delimitado pelo tubo de corrente e pelas seções de área A1 e A2 (Figura 1), algum trabalho precisa ser realizado sobre o sistema para empurrar o fluido para o tubo e algum trabalho precisa ser realizado pelo sistema para o fluido sair do tubo. 01/03/2020 3 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: FEN. DE TRANSPORTE Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Figura 1: Escoamento permanente de um fluido ao longo de um tubo de corrente. A força (F) exercida sobre uma seção de área A pelo fluido com pressão p é dada pelo produto: Como trabalho (W) é definido como força vezes a distância percorrida pelo fluido (Δx), então: sendo que o produto A·Δx corresponde ao volume ΔV. DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Assim, o trabalho realizado sobre o sistema é + p1·ΔV e o trabalho realizado pelo sistema é - p2·ΔV. Deste modo, a soma dos dois trabalhos (Wp) é: Já o trabalho (WG) realizado pela força da gravidade sobre o fluido de massa Δm durante a subida do tubo da Figura 1 é: onde g é aceleração da gravidade e y1 e y2 são as alturas do fluido nos pontos 1 e 2, respectivamente. Portanto, o trabalho total é a soma do trabalho realizado para empurrar o fluido (Wp) e o trabalho da força gravitacional (WG). Ainda, segundo o teorema do trabalho e energia cinética (Eq. (1)) tem-se: sendo que v1 e v2 correspondem, respectivamente, às velocidades nos pontos 1 e 2 do tubo de corrente. Como a massa pode ser representada em termos da massa específica do fluido (ρ) e de seu volume (ΔV) por meio da relação Δm = ρ·ΔV, então a Eq. (6) fica: 01/03/2020 4 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Dividindo a Eq. (7) por ΔV e rearranjando os termos, tem-se: Dividindo a Eq. (8) por ρ·g, equivale ao peso específico do fluido, obtém-se: Esta equação é conhecida como Equação de Bernoulli e permite relacionar alturas, velocidades e pressões de dois pontos do escoamento de um fluido ao longo de uma linha de corrente. A seguir será indicado o significado de cada parcela dessa equação. De maneira geral, a Equação de Bernoulli pode ser escrita como: TEOREMA DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 A energia de um fluido em qualquer momento consta de três componentes: • Cinética: é a energia devida à velocidade que possua o fluido. • Potencial gravitacional: é a energia devida à altitude que um fluido possua. • Energia de fluxo ou de pressão (piezométrica): é a energia que um fluido contém devido à pressão que possui. A seguinte equação conhecida como "Equação de Bernoulli" (Trinômio de Bernoulli) consta destes mesmos termos. Energia Cinética Energia Potencial Gravitacional Energia Piezométrica Sendo: • V = velocidade do fluido na seção considerada. • g = aceleração gravitacional • h = altura na direção da gravidade desde uma cota de referência. • P = pressão ao longo da linha de corrente. • p = densidade do fluido. 01/03/2020 5 TEOREMA DE BERNOULLI P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 O teorema de Bernoulli aplicado a líquidos perfeitos (compressibilidade e viscosidade nulas) aplicado ao escoamento variável é dado pela seguinte expressão: Refere-se à energia potencial de posição por unidade de peso de líquido (m) Refere-se à energia cinética por unidade de peso de liquido Refere-se à energia potencial de pressão por unidade de peso de líquido (m) A soma das parcelas z + (p/g ) + (a . v 2/2g) é denominada de energia mecânica do líquido por unidade de peso. Portanto, a energia mecânica de um líquido sempre estará sob uma ou mais das três formas citadas. Para escoamentos permanentes e líquidos perfeitos a energia mecânica total do sistema é constante ao longo da trajetória, TEOREMA DE BERNOULLI PARA FLUIDOS REAIS P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA:HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Na realidade não existem fluidos ideais, pois qualquer que seja o fluido, possui viscosidade. Assim torna-se necessário acrescentar à equação em questão, um parâmetro que tenha em consideração o efeito do atrito entre o fluido e a tubulação. Este parâmetro é geralmente denominado de perda de energia ou perdas de carga. Sendo H1, o ponto inicial (1); e H2, o ponto final (2) e Δ H= H1-H2 a energia que se dissipa entre os dois pontos, temos a seguinte formulação: 01/03/2020 6 LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Considere-se uma trajetória num escoamento da qual são conhecidos, nos respectivos pontos, as variadas cotas geométricas em relação a um plano horizontal de referência e os valores correspondentes aos campos de velocidade e de pressão. Caso se admita que o escoamento é permanente e que o fluido pode ser considerado como perfeito, a carga hidráulica H mantém-se constante em todos os pontos da trajetória. Se representarmos, na vertical de cada ponto da trajetória, os valores p/γ e (p/γ + z) obteremos a linha piezométrica. Para os fluidos reais, deve-se representar a perda de carga ao longo da trajetória (Ex. Figura a) LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 01/03/2020 7 Detalhe da configuração de energia dentro de uma canalização P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 A linha de carga referente a uma canalização é o lugar geométrico dos pontos representativos das três cargas: de velocidade, de pressão e de posição. A linha piezométrica corresponde às alturas a que o líquido subiria em piezômetros instalados ao longo da canalização; é a linha das pressões. As duas linhas estão separadas pelo valor correspondente ao termo v²/2g, isto é, energia cinética ou carga de velocidade Equação de Bernoulli P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Equação de Bernoulli Cada valor da soma p/γ+ z é chamado de cota piezométrica ou carga piezométrica. Se acima da linha piezométrica acrescentarem-se os valores da carga cinética v²/2g, obtém-se a linha de cargas totais ou linha de energia, que designa a energia mecânica total por unidade de peso de líquido, conforme equação de Bernoulli. Cota geométrica (C.G.) = z Cota piezométrica (C.P.) = z + p/γ Pressão disponível: p/ (m) = CP – CG; p/ pode ser positiva, negativa ou nula. 01/03/2020 8 LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 • A linha de energia está acima da linha piezométrica ou coincidente com esta quando a velocidade for nula. • A linha piezométrica pode passar abaixo da trajetória se tomarmos como referência pressões relativas – o que não acontece nunca caso usemos pressões absolutas. LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Se representarmos, a partir de um plano horizontal de referência os valores (p/γ + z) obteremos a cota piezométrica ou carga piezométrica. Se representarmos os valores V2/2g acima da linha piezométrica obtemos a linha de cargas totais ou linha de energia (por unidade de peso de líquido) cujas cotas em relação ao plano de referência representam os valores da energia mecânica total por unidade de peso de líquido, ou da carga total, correspondente à trajetória. Qual o significado físico da cota piezométrica? 01/03/2020 9 LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Considere-se, para responder a esta pergunta, um tubo fino com o topo em contato com a atmosfera e cujo eixo é normal à trajetória num ponto P, pertencente ao eixo mas na base do tubo, neste modelo temos o tubo Piezométrico ou tubo de Prandtl. A cota atingida pela superfície livre da água num tubo piezométrico (p/γ) corresponde à cota piezométrica na base do tubo e a distância na vertical entre esta base e a superfície livre no piezómetro representa a correspondente altura piezométrica (relativa). LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Considere-se um tubo ligeiramente diferente do anterior: com um ramo em ângulo reto, que é colocado no ponto P da linha de corrente do escoamento tendo a abertura dirigida para a montante (sentido do escoamento) => este tubo é designado por tubo de Pitot. Num ponto Q no interior do tubo, junto à entrada do mesmo, a velocidade é nula – velocidade de estagnação – e a pressão é maior do que a que ocorre no ponto P, situado na mesma linha de corrente, a montante, a uma distância pequena mas suficiente para que o escoamento não seja perturbado. 01/03/2020 10 LINHA PIEZOMÉTRICA E LINHA DE ENERGIA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 O tubo de Pitot é um dispositivo empregado para medir a velocidade de fluidos em escoamento em regime permanente e recebe esse nome em homenagem ao engenheiro francês Henri de Pitot, que projetou esse instrumento em 1732. Hoje em dia, tubos de Pitot são frequentemente utilizados no exterior de aviões para determinar a velocidade do avião em relação ao ar. Para compreender o princípio de funcionamento do tubo de Pitot é necessário definir as pressões em relação ao escoamento do fluido como: estática, de estagnação e dinâmica. • Pressão estática é a pressão que a partícula do fluido está submetida. É possível medir a pressão estática utilizando uma tomada de pressão instalada na parede de um conduto (Piezômetro) em uma região onde as linhas de corrente são retilíneas. • Pressão de estagnação (ou total) é obtida quando um fluido em escoamento é desacelerado até a velocidade zero por meio de um processo sem atrito. • Pressão dinâmica corresponde à diferença entre a pressão de estagnação e a pressão estática. Com base no tipo de tomada de pressão existem dois principais tipos de tubo de Pitot: tubo de Pitot com tomada de pressão estática na parede e tubo de Pitot com tomada de pressão no próprio tubo (Tubo de Pitot-estático). Na Figura 2 são mostrados esses dois de tubo de Pitot com detalhes sobre os pontos de tomada de pressão. 01/03/2020 11 P IR N C ÍP IO D EB E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Lembrem-se que o princípio de Bernoulli é comumente expresso em forma de soma de pressões. Desta forma o termo relativo à velocidade se chamará pressão dinâmica, os termos de pressão e altura se agrupam na pressão estática: EM OUTRAS PALAVRAS... A pressão dinâmica pode também ser entendida como a altura cinética, que corresponde à energia cinética por unidade de peso. A pressão estática pode ser entendida como sendo a carga piezométrica representa a energia de pressão da unidade de peso de líquido submetido á pressão P e na altitude z. PRESSÃO DO FLUIDO EM ESCOAMENTO TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Figura: (a) Tubo de Pitot com tomada de pressão estática na parede e (b) tubo de Pitot- estático. Os pontos A e B correspondem a pontos de estagnação, para os quais a velocidade do fluido é zero. Relacionando as variações de velocidade e na pressão ao longo de uma linha de corrente, por meio da equação de Bernoulli, e desprezando diferenças de elevação, tem-se: 01/03/2020 12 TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 onde p0 e v0 correspondem, respectivamente, à pressão e à velocidade do fluido no ponto de estagnação e p corresponde à pressão de estática em um ponto do escoamento com velocidade v. Como v0 = 0 (velocidade de estagnação), isolando a velocidade v na Eq. (6) tem- se: Portanto, medindo-se a pressão de estagnação e a pressão estática é possível determinar a velocidade local do escoamento. MEDIÇÃO DE VELOCIDADE EMPREGANDO O TUBO DE PITOT • Um tubo de Pitot é, desta forma, um dispositivo utilizado para a medição da velocidade. • Consiste em dois tubos: um para a medição da carga total, ligado a um orifício no extremo do perfil arredonda do ramo inferior, e outro que se destina a medir a cota piezométrica. • A diferença de cotas da superfície do líquido atingidas nos dois tubos é a altura cinética V2/2g. MEDIÇÃO DE VELOCIDADE EMPREGANDO O TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 01/03/2020 13 MEDIÇÃO DE VELOCIDADE EMPREGANDO O TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Energia de Pressão por unidade de peso do fluido ou carga devida à pressão estática local Energia Cinética por unidade de peso do fluido ou carga devida à pressão dinâmica local Energia de Posição por unidade de peso do fluido ou carga de elevação MEDIÇÃO DE VELOCIDADE EMPREGANDO O TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Escoamento forçado Escoamento Livre 01/03/2020 14 MEDIÇÃO DE VELOCIDADE EMPREGANDO O TUBO DE PITOT P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 Exemplo de leituras de pressões estática, total e dinâmica. Pressão Estática – é a pressão real ou a pressão termodinâmica que atua no fluido. Pressão Dinâmica –é a pressão decorrente da transformação da energia cinética do fluido em pressão, através de uma desaceleração isoentrópica do mesmo. Pressão Total, de Impacto ou de Estagnação –é a soma da pressão estática com a pressão dinâmica. A sua medição é feita através de uma tomada de pressão voltada contra o escoamento e alinhada com as linhas de corrente, de forma a receber o impacto do fluido. INFLUÊNCIA NAS REDES DE DISTRITUIÇÃO DE ÁGUA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 01/03/2020 15 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO TEMA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 – Qual a velocidade da água através de um furo na lateral de um tanque, se o desnível entre o furo e a superfície livre é de 2 m? Solução: Utilizando a equação de Bernoulli simplificada e considerando z1 = 2 m e g = 9,81 m/s2, podemos calcular a velocidade da água pela equação a seguir: EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO TEMA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 – Determinar a velocidade média de saída do bocal instalado na parede do reservatório e a vazão no bocal. (Resposta: V = 8,859 m/s ; Q = 69 l/s 01/03/2020 16 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO TEMA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 – Um tubo de Pitot é preso num barco que se desloca com 45 km/h. qual será a altura h alcançada pela água no ramo vertical? Resposta: h=7,96 m EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO TEMA P IR N C ÍP IO D E B E R N O U L L I DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODOS: 2020/1 – Água escoa em regime permanente no Venturi da figura. No trecho considerado, supõem-se as perdas por atrito desprezíveis e as propriedades uniformes nas seções. A área (1) é 20 cm², enquanto a da garganta (2) é 10 cm². Um manômetro cujo fluido manométrico é mercúrio (γHg=136000 N/m³) é ligado entre as seções (1) e (2) e indica o desnível mostrado na figura. Pede-se a vazão da água que escoa pelo Venturi (γ H20=10000 N/m³) . Adote g = 10 m/s² Resposta: Q = 5,8 l/s 01/03/2020 17 - Condutos forçados => fundamento racional de perda de carga; - Expressão universal (Darcy -Weissbach) de perda de carga; - Expressões práticas para o cálculo de perda de carga distribuída (Hazen Williams, Fair Whipple Hsiao e Flamant); - Perda de carga localizada, método de comprimento equivalente e método Ks. DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Eng. Civil, MSc. Danilo Gonçalves Batista DEFINIÇÕES IMPORTANTES P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Definições Importantes: Cada valor da soma p/γ + z é chamado de cota piezométrica ou carga piezométrica. Se acima da linha piezométrica acrescentarem-se os valores da carga cinética v²/2g, obtém-se a linha de cargas totais ou linha de energia, que designa a energia mecânica total por unidade de peso de líquido. Assim, temos: Cota geométrica (C.G.) = z Cota piezométrica (C.P.) = z + p/γ Pressão disponível: p/ (m) = CP – CG; pode ser positiva, negativa ou nula. 01/03/2020 18 PERDA DE CARGA - DEFINIÇÃO P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 A perda de carga de uma rede hidráulica pode ser visualizada por meio da perda de pressão estática do sistema. Sempre que um fluido se desloca no interior de umatubulação ocorre atrito deste fluido com as paredes internas desta tubulação, ocorre também uma turbulência do fluido com ele mesmo, além do atrito devido ao cisalhamento entre as camadas de fluidos. Este fenômeno faz com que a pressão que existe no interior da tubulação vá diminuindo gradativamente à medida com que o fluido se desloque, esta diminuição da pressão é conhecida como “Perda de Carga”. CONTEXTUALIZANDO OS TERMOS... P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Quando um fluido escoa de um ponto para outro no interior de um tubo, haverá sempre uma perda de energia. Quando temos condução de gases por tubulações a “perda de energia” é denominada como queda de pressão. Quando temos condução de líquidos por tubulações, como a água no caso de instalações prediais, a “perda de energia” é denominada como perda de carga. Conforme já explicado, esta perda de energia é devida ao atrito do fluido com a superfície interna da parede do tubo e turbulências no escoamento do fluido. Portanto quanto maior for a rugosidade da parede da tubulação ou mais viscoso for o fluido, maior será a perda de energia. 01/03/2020 19 RELEMBRANDO O CONCEITO DE PRESSÃO P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Pressão é uma força exercida sobre uma determinada área. Sendo assim, sua unidade de medida é quilograma força por centímetro quadrado – kgf/cm². Também pode ser expressa em mca (metros de coluna d’água) ou Pascal (Pa) – no sistema internacional - SI. Correspondência destas unidades: 1kgf/cm² é a pressão exercida por uma coluna com 10 metros de altura, ou seja, 10 metros de coluna d’água (m.c.a.), ou 100.000 Pa. OBSERVAÇÕES MÉTRICAS PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA No sistema internacional: ɣ (peso específico) da água aproximadamente 10.000 N/m³ (T= 20ºC e P= 1atm) Ou no sistema técnico: ɣ (peso específico) da água aproximadamente 1.000 kgf/m³ (T= 20ºC e P= 1atm) UNIDADE DE PRESSÃO Pa (Pascal) = é a unidade padrão de pressão e tensão no SI. Equivale a força de 1N aplicada uniformemente sobre uma superfície de 1 m². No sistema técnico equivale a aprox. 0,101972 kgf/m². P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 TOMAR CUIDADO COM OS CONCEITOS!!! Nas tubulações que compõem as instalações prediais, a Pressão Estática refere-se ao valor da pressão quando não há movimento, ou seja, quando o fluido está parado dentro da tubulação. O seu valor é proporcional ao desnível existente, caso não esteja sendo pressurizada por qualquer equipamento existente na linha. A Pressão dinâmica, ou pressão de serviço, é a pressão verificada quando a água está em movimento. Esta pressão depende do traçado da tubulação e os diâmetros adotados para os tubos. O seu valor é a pressão estática menos as perdas de carga distribuída e localizada. 01/03/2020 20 PERDA DE CARGA - DEFINIÇÃO P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Perda de carga pode ser definida como sendo a perda de energia que o fluido sofre durante o escoamento em uma tubulação. Deve-se ao atrito entre o fluido (no nosso caso a água) e a tubulação, quando o fluido está em movimento. Pode ser entendida como a resistência ao escoamento devido ao atrito entre o fluido e a tubulação e também entre as camadas do fluido que se deslizam umas em relação as outras. A preda de carga pode ser maior ou menor devido a fatores como: o tipo de fluido (viscosidade do fluido), o tipo de material do tubo (um tubo com paredes rugosas causa maior turbulência), o diâmetro do tubo e a quantidade de conexões, registros, dentre outras conexões existentes no trecho analisado. Admite–se que a perda carga seja uniforme em qualquer trecho de uma canalização de dimensões constantes, independente da posição da canalização. VARIÁVEIS HIDRÁULICAS QUE INTERFEREM NA PERDA DE CARGA DURANTE O ESCOAMENTO P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 I. Comprimento da tubulação ( l ). Quanto maior o comprimento da tubulação, maior a perda de carga. O comprimento é diretamente proporcional à perda de carga. O comprimento é identificado pela letra l (do inglês length, comprimento) 01/03/2020 21 VARIÁVEIS HIDRÁULICAS QUE INTERFEREM NA PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Diâmetro da tubulação ( d ) Quanto maior o diâmetro, menor a perda de carga. O diâmetro é inversamente proporcional à perda de carga. VARIÁVEIS HIDRÁULICAS QUE INTERFEREM NA PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Velocidade de escoamento ( v ) Quanto maior a velocidade do fluido, maior a perda de carga. 01/03/2020 22 VARIÁVEIS HIDRÁULICAS QUE INTERFEREM NA PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Rugosidade A rugosidade depende do material do tubo. Existem tabelas onde encontramos esses valores em função da natureza do material do tubo. O tempo de uso da tubulação, ou seja, a idade do tubo também é uma variável a ser considerada, devido principalmente ao tipo de material que for utilizado (ferro fundido, aço galvanizado, aço soldado com revestimento, etc.). O envelhecimento de um tubo provoca incrustações ou corrosões que poderão alterar desde o fator de rugosidade ou até o diâmetro interno do tubo. VARIÁVEIS HIDRÁULICAS QUE INTERFEREM NA PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Viscosidade do fluido A viscosidade, ou seja, o atrito intermolecular do fluido também influencia a perda de carga em um sistema. Líquidos com viscosidades diferentes vão possuir perdas de cargas distintas ao passar dentro de uma mesma tubulação. 01/03/2020 23 EXPRESSÕES DA PERDA DE CARGA ( J ) P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 I. Método Racional - Fórmula Universal ou Darcy- Weisbach EXPRESSÕES DA PERDA DE CARGA ( J ) P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 II. Método Empírico Esse método consiste em aplicar uma fórmula empírica criada para água em uma tubulação feita com determinado material. Dentre as várias fórmulas criadas com esse método, cita-se, como exemplo, a fórmula de Fair-Whipple-Hsiao (FWH), pois é a que melhor se adapta aos nossos projetos (tubulações em PVC de até 100 mm de diâmetro). Sendo: Q = Vazão do sistema d = diâmetro da tubulação Em fase de projeto, o cálculo de perda de Carga ( J ) não é comumente obtido através da fórmula e sim através da leitura direta do ábaco de Fair-Whipple-Hsiao, onde se conhecermos os valores de duas grandezas encontraremos os valores das outras duas. 01/03/2020 24 TIPOS DE PERDA DE CARGA P E R D AD E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 As perdas de carga podem ser de dois tipos: • Normais ou distribuídas, e; • Acidentais ou localizadas. TIPOS DE PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 I. PERDA DE CARGA NORMAL OU DISTRIBUÍDA As perdas de cargas normais ocorrem ao longo de um trecho de tubulação retilíneo, com diâmetro constante. Se houver mudança de diâmetro, muda- se o valor da perda de carga. 01/03/2020 25 TIPOS DE PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 II. PERDA DE CARGA ACIDENTAIS OU LOCALIZADAS As perdas de carga acidentais ou localizadas são as perdas que ocorrem nas conexões (curvas, derivações), válvulas (registros de gaveta, registros de pressão, válvulas de descarga) e nas saídas de reservatórios. Essas peças causam turbulência, alteram a velocidade da água, aumentam o atrito e provocam choques das partículas líquidas. Ilustração de conexões usuais em sistemas de abastecimento de água fria TIPOS DE PERDA DE CARGA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 II. PERDA DE CARGA ACIDENTAIS OU LOCALIZADAS O método que será utilizado para calcular as perdas de carga localizadas é o método dos comprimentos equivalentes ou virtuais, ou pelo método K’s. Exemplo de aplicação do método do comprimento equivalente: A perde de carga existente em um registro de gaveta aberto de 20 mm equivale a perda de carga existente em um tubo de PVC de 20 mm (mesmo diâmetro) com 0,20 m de comprimento. 01/03/2020 26 PERDA DE CARGA TOTAL P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 A perda de carga total ( hf ) é a soma das perdas normais e das perdas de cargas acidentais ou localizadas. P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 01/03/2020 27 DARCY-WEISBACH P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Existem várias formulações desenvolvidas por alguns pesquisadores para o cálculo de perda de carga, sendo as mais utilizadas as equações de Flamant, Hazen-Willians e Darcy-Weisbach. De acordo com publicações recentes, a equação desenvolvida por Darcy- Weisbach é a mais utilizada no meio técnico. A equação de Darcy-Weisbach é conhecida como Fórmula Universal de Perda de Carga, e possui a seguinte expressão: Onde: hf é a perda de carga (m), f é o fator de atrito (adimensional), L é o comprimento da tubulação (m), D é o diâmetro (m), V é a velocidade (m/s) e g é a constante gravitacional (m/s2). OBSERVAÇÃO COM RELAÇÃO A NBR!!! P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 De acordo com a NBR 5626:1998 - Instalação predial de água fria, para calcular o valor da perda de carga nos tubos, recomenda-se utilizar a equação universal, obtendo-se os valores das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos. 01/03/2020 28 FATOR DE ATRITO DA FORMULA DE DARCY-WEISBACH P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 O fator de atrito (f) representa a principal dificuldade ao cálculo da perda de carga. As formulações disponíveis na literatura são do tipo implícitas, com f em ambos os membros da equação, sendo de difícil resolução! - QUAIS SÃO ESTAS FORMULAS/EXPRESSÕES? - COMO PROCEDER NA PRÁTICA??? P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 O fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach, algumas vezes citado como fator de fricção (f) é um parâmetro adimensional que é utilizado para calcular a perda de carga em uma tubulação devida ao atrito. O cálculo do fator de atrito e a influência de dois parâmetros (número de Reynolds Re e rugosidade relativa εr) depende do regime de fluxo. Para regime laminar (Re < 2000) o fator de atrito é calculado como: Em regime laminar, o fator de fricção é independente da rugosidade relativa e depende unicamente do número de Reynolds Fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach 01/03/2020 29 Fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Para regime turbulento (Re > 4000) o fator de atrito é calculado em função do tipo de regime. Para regime turbulento liso, se utiliza a 1ª equação de Karmann-Prandtl: Em regime turbulento liso, o fator de atrito é independente da rugosidade relativa e depende unicamente do número de Reynolds Fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Para regime turbulento intermediário se utiliza a equação de Colebrook simplificada, mais conhecida como equação de Haaland: Em regime turbulento intermediário, o fator de atrito depende da rugosidade relativa e do número de Reynolds 01/03/2020 30 Fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Para regime turbulento rugoso se utiliza a 2ª equação de Karmann- Prandtl: Em regime turbulento rugoso, o fator de atrito depende somente da rugosidade relativa Como alternativa ao emprego das formulações citadas para obtenção do fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach, este coeficiente pode ser determinado de forma gráfica mediante o diagrama de Moody. Tanto entrando-se com o número de Reynolds (regime laminar) quanto com o número de Reynolds e a rugosidade relativa (regime turbulento). IMPORTANTE Fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Para regime turbulento rugoso também é possivel utilizar a equação de Colebrook-White que descreve o diagrama de Moody. De maneira comum esta equação é resolvida de maneiro recursiva, pois o coeficiente de atrito não pode ser isolado de um lado da equação: https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Moody https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Moody 01/03/2020 31 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 A perda de carga em uma tubulação devida ao atrito pode ser calculada mediante a equação de Darcy-Weisbach, conforme apresentada abaixo: Obtido o Fator de atritoou coeficiente de resistência de Darcy- Weisbach é só calcular a perda de carga total do sistema!! Onde: Mas como obter Fator de atrito empregando o DIAGRAMA DE MOOD??? DIAGRAMA DE MOODY P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 O diagrama de Moody é a representação gráfica em escala duplamente logarítmica do fator de atrito em função do número de Reynolds e a rugosidade relativa de uma tubulação. 01/03/2020 32 OBSERVAÇÕES SOBRE O DIAGRAMA DE MOODY P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Na equação de Darcy-Weisbach aparece o termo λ que representa o fator de atrito de Darcy, conhecido também como coeficiente de atrito. O cálculo deste coeficiente não é imediato e não existe uma única fórmula para calculá-lo em todas as situações possíveis. Pode-se distinguir duas situações diferentes, o caso em que o fluxo seja laminar e o caso em que o fluxo seja turbulento. No caso de fluxo laminar se usa uma das expressões da equação de Poiseuille; no caso de fluxo turbulento se usa a equação de Colebrook-White. No caso de fluxo laminar o fator de atrito depende unicamente do número de Reynolds. Para fluxo turbulento, o fator de atrito depende tanto do número de Reynolds como da rugosidade relativa da tubulação, por isso neste caso é representado mediante uma família de curvas, uma para cada valor do parâmetro k/D, onde k é o valor da rugosidade absoluta, ou seja, o comprimento (habitualmente em milímetros) da rugosidade diretamente mensurada na tubulação. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Calcule a perda de carga ao longo de um tubo de ferro fundido, com rugosidade absoluta (k) de 3,0x10-4m, diâmetro interno (D) de 0,025m e 200m de comprimento (L), que conduz 1L/s de água com viscosidade cinemática (ν) de 1,0x 10-6m2/s. Resolução: 1º Passo: calcula-se a velocidade média de escoamento; 2º Passo: calcula-se o número de Reynolds; 3º Passo: obtém-se o fator de atrito pelo Diagrama de Moody, para assim calcular a perda de carca! 01/03/2020 33 P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 NÃO!!! OK! P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 OK! OK! F ~ 0,041 01/03/2020 34 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Calcule a perda de carga ao longo de um tubo de ferro fundido, com rugosidade absoluta (k) de 3,0x10-4m, diâmetro interno (D) de 0,025m e 200m de comprimento (L), que conduz 1L/s de água com viscosidade cinemática (ν) de 1,0x 10-6m2/s. f = 0,041 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR... (enviado também em arquivo separado!) P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 01/03/2020 35 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR... P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA OUTRAS FORMULAÇÕES PARA DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARDA P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • Apesar da fórmula de Darcy-Weisbach ser o método recomendado para cálculo de perda de carga em tubulações, é muito comum encontrar na literatura especializada referências às chamadas fórmulas práticas • Dentre as centenas, ou milhar es, de fórmulas práticas encontradas na literatura, estudaremos apenas três delas: a fórmula de Hazen-Williams e a fórmula de Flamant. 01/03/2020 36 FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • É uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada em qualquer tipo de escoamento e tubulações. • Foi elaborada através de um estudo estatístico cuidadoso no qual foram considerados dados dos experimentais de diversas fontes e observações feitas pelos próprios autores. • Os seus limites de aplicação são: diâmetros das tubulações de 50 a 300 mm e velocidades de até 3m/s. • A Fórmula de Hazen-Williams é a mais usada no Brasil. Também é amplamente empregada na prática da Engenharia Sanitária americana. FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • De acordo com Azevedo Neto, no Sistema Internacional de Unidades a fórmula de Hazen-Williams tem a seguinte apresentação: Sendo: Constante! 01/03/2020 37 FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS – em outras palavras... P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • Normalmente calcula-se a perda de carga unitária (J) e depois multiplica pelo comprimento total da tubulação. Sendo: J = perda de carga unitária (m/m); Q = vazão (m³/s); D = diâmetro (m); C = coeficiente de rugosidade – depende da natureza e estado das paredes do tubo (m0,367/s) 01/03/2020 38 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 DEMAIS FÓRMULAS PARA CÁLCULO DA PERDA DA PERDA DE CARGA • Expressões de Fair-Whipple-Hsiao. De acordo com a NBR 5626 - Instalação predial de água fria, na falta dos valores das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos, deve-se calcular a perda de carga por meio da utilização das expressões de Fair- Whipple-Hsiao indicadas acima! P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 DEMAIS FÓRMULAS PARA CÁLCULO DA PERDA DA PERDA DE CARGA • Expressões de Flamant. Pode ser satisfatoriamente aplicada em tubos de pequeno diâmetro. De acordo com Azevedo Neto, no Sistema Internacional de Unidades, a Fórmula de Flamant tem a seguinte apresentação: Sendo: J= hf/L = taxa de perda de carga entre dois pontos da tubulação (em metros/metros); b = coeficiente que depende da natureza ( material e estado) das paredes dos tubos ( ver tabela abaixo); V = velocidade média da água em m/s; L = é comprimento, em metros, entre os dois pontos da tubulação em que se deseja medir a perda de carga; D = diâmetro interno da tubulação (m), sendo recomendado observar o limite entre 0,01m e 1,0m. 01/03/2020 39 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • Fórmula de Flamant – comumente encontrada no meio técnico. P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 JÁ SABEMOS COMO CALCULAR AS PERDAS DECARGA DISTRIBUIDAS AO LONGO DAS TUBULAÇÕES! MAS COMO CALCULAR AS PERDAS DE CARGAS LOCALIZADAS? 01/03/2020 40 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS EM CANALIZAÇÕES P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 • Na prática as canalizações não são constituídas exclusivamente de tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. • Usualmente, as canalizações apresentam peças especiais (válvulas, registros, medidores de vazão e etc) e conexões (ampliações, reduções, curvas, cotovelos, tês e etc) que pela sua forma geométrica e disposição elevam a turbulência, resultando em perdas de carga. • Estas perdas são denominadas localizadas, acidentais ou singulares PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS EM CANALIZAÇÕES P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Perda de carga total = perda de carga linear + perda de carga localizada Em resumo, a perda de carga total (hf Total) ao longo de uma canalização é o resultado da soma das perdas de carga ao longo dos trechos retilíneos (perda de carga contínua ) com as perdas de carga nas conexões e peças especiais (perda de carga localizada) 01/03/2020 41 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – MÉTODO DOS K’s (Teorema de Borda) Expressão geral: Sendo: - K – coeficiente adimensional (Valores Tabelados) - V – velocidade média de referência (m/s); - g – aceleração gravitacional (m/s2). 01/03/2020 42 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – MÉTODO DOS K’s K – coeficiente adimensional – exemplo de valores tabelados P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes Considera-se que as peças e conexões podem ser substituídas (no cálculo) por comprimentos virtuais de tubulação que resultem na mesma perda de carga; Ou seja, a conexão é substituída por um comprimento de tubo, de mesmo diâmetro, no qual a perda de carga linear é igual a perda de carga localizada; O método consiste em se adicionar ao comprimento real da tubulação um comprimento extra (o chamado comprimento equivalente), que corresponde ao mesmo valor de perda de carga que seria causado pelas peças especiais que compõem a tubulação. Desta forma, cada singularidade da tubulação corresponde a um certo comprimento fictício adicional de tubo. 01/03/2020 43 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes Exemplo: P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes Exemplo: É como se transforma-se o sistema em uma tubulação única, retilínea e de mesmo diâmetro!!! 01/03/2020 44 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes Em resumo: A perda de carga total ao longo da tubulação é calculada pelos métodos usuais de cálculo da perda de carga contínua, considerando o COMPRIMENTO VIRTUAL da tubulação (LVIR): P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes Conforme NBR 5626 - Instalação predial de água fria, “A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve ser expressa em termos de comprimentos equivalentes desses tubos. As tabelas A.2 e A.3 apresentam esses comprimentos para os casos de equivalência com tubos rugosos e tubos lisos, respectivamente”. 01/03/2020 45 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 PERDA DE CARGA LOCALIZADA – Método dos comprimentos virtuais ou equivalentes P E R D A D E C A R G A Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 EXERCÍCIOS I. A tubulação esquematizada abaixo é composta de 2.500 m de tubo de PVC com diâmetro interno de 200 mm e 1500 m de tubo de PVC com diâmetro interno de 50mm. Considerando na fórmula de Hazen Williams um valor do coeficiente C igual a 140 e considerando as perdas localizadas causadas pelas peças descritas no esquema da adutora, calcule o comprimento virtual da adutora (m) e determine a máxima vazão (em L/s) ao longo da adutora quando o registro gaveta se encontra completamente aberto. Resposta: 24 L/s 01/03/2020 46 P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 II. Para o mesmo traçado apresentado no exercício anterior, caso se considere um valor do coeficiente C ( coeficiente de Hazen Williams) igual a 140 e considerando as perdas localizadas das peças descritas no esquema da adutora, calcule as vazões (em L/s) ao longo da adutora, correspondentes aos fechamentos parciais do registro gaveta que resultam em perdas localizadas da ordem de 10mca, 15mca e 20 mca. Repostas : 18L/s para 10 mca , 15L/s para 15 mca e 10L/s para 20 mca III - Na mesma adutora, considerando na fórmula de Hazen Williams um valor do coeficiente C igual a 140 e desprezando as perdas localizadas, calcule os comprimentos totais de tubos de 200mmm e tubos de 150 mm que resultam em vazão de 28L/s. Respostas: 839,6 m de 150 mm e 3160,4 m de 200 mm P E R D A D E C A R G A DISCIPLINA: HIDRÁULICA E HIDROLOGIA Prof. MSc. Danilo Gonçalves Batista UNICEUG, CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - 4º/5º PERÍODO: 2020/1 Para a resolução dos exercícios acima utilizar a Tabela abaixo - Valores de comprimento equivalente para os elementos mais comuns das canalizações
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