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IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 1 histologia do sistema circulatório Quando se fala do sistema circulatório, é necessário trabalhar alguns conceitos, como a histologia do esqueleto fibroso do coração e a histologia geral dos vasos e das artérias. Quando se pensa no esqueleto fibroso do coração, é necessário pensar na presença de tecido conjuntivo denso não modelado, que promove a fixação do miocárdio – músculo estriado cardíaco. CURIOSIDADE: A valva é o conjunto de válvulas. As válvulas são as cúspides (bi e/ou tricúspide). Existem 2 valvas, chamadas de semilunares, são elas: valva pulmonar e valva aórtica. Cúspides ou folhetos são as válvulas. • ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO: a função do esqueleto fibroso cardíaco é separar o átrio direito e esquerdo do coração, além de promover fixação para o miocárdio e atuar como um isolante elétrico. O septo membranoso é a parte do septo que é desprovido de músculo cardíaco. O nó sinoatrial (SA) ele autoexcitável, ou seja, ele não depende de outro estímulo para acontecer. A musculatura esquelética só entra em contração se a fibra motora chegar na fibra motora, e ter relação com a acetilcolina, e realizar a contração/relaxação. O miocárdio é um sincício. Quando ocorre a excitação de uma célula cardíaca, todas as outras células serão rapidamente excitadas. Se um estímulo começa no nó sinoatrial no átrio, ele, por consequência, se espalha para todas as células. Quem resolve esse “problema” da condução elétrica, é o esqueleto fibroso, que é de tecido conjuntivo denso. Ele não está na lei do tudo ou nada, ou seja, se não houvesse esse tecido separando o átrio de um ventrículo, um impulso de um lado iria para o outro. Entre as valvas atrioventriculares, existe um tecido conjuntivo denso, chamado de trígono direito que possui um orifício que leva a passagem elétrica para o ventrículo (feixe atrioventricular ou feixe de His). IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 2 histologia do sistema circulatório • CORDAS TENDÍNEAS: são tendões que ligam cada cúspide das válvulas cardíacas aos músculos papilares nos ventrículos do coração, o que impede que as válvulas se invertam durante a contração ventricular. CORDAS TENDÍNEAS SÃO LIGADAS NOS MÚSCULOS PAPILARES DOS VENTRÍCULOS. • VALVAS: são ligadas aos músculos papilares pelas cordas tendíneas e separam átrio de ventrículo. São elas: a valva mitral e valva tricúspide. SÃO FORMADAS POR TECIDO DENSO MODELADO. A parte voltada para o átrio é chamada de esponjosa. Já a parte central, é a que tem mais tecido conjuntivo, por isso é chamada de fibrosa. A parte voltada para o ventrículo é chamada de ventricular. • CAMADA DAS VALVULAS: o endotélio é constituído de tecido pavimento simples. Os proteoglicanos presentes ajudam na absorção do impacto (muito colágeno do tipo I que ajuda a resistir a tração na parte ventricular). - ESPONJOSA: tecido conjuntivo frouxo, com presença de fibras elásticas e proteoglicanos. - FIBROSA: tecido conjuntivo denso com fibras elásticas. - VENTRICULAR: tecido conjuntivo denso com fibras elásticas, revestido por endotélio. • PERICÁRDIO: o pericárdio é uma membrana serosa que envolve externamente o coração e os grandes vasos da base. - MEMBRANA SEROSA: formada por epitélio pavimentoso simples, tem sua membrana basal de tecido conjuntivo. Reveste as cavidades (p. ex., cavidade pleural, peritoneal, pericárdica). Entre o pericárdio IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 3 histologia do sistema circulatório fibroso e seroso tem um espaço líquido (15 a 50 mL) – cavidade virtual – que reveste essa cavidade. O pericárdio possui dois componentes: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. § PERICÁRDIO FIBROSO: é a parede do saco pericárdico. Reveste o coração, mas sem se aderir a ele. É formado por tecido conjuntivo denso modelado. § PERICÁRDIO SEROSO: é constituído por duas lâminas serosas mesoteliais: a lâmina parietal (reveste a superfície interna do pericárdio fibroso) e a lâmina visceral (se adere ao coração e forma sua cobertura externa – epicárdio). Essas duas lâminas (parietal e visceral) estão justapostas e separadas pela cavidade pericárdica, preenchida pelo líquido seroso. NA IMAGEM, O PERICÁRDIO SEROSO VISCERAL. HÁ O MESOTÉLIO MAIS POR FORA à LÂMINA PRÓPRIA (CONSTITUÍDA DE TECIDO CONJUNTIVO FROUXO) à TECIDO GORDUROSO (CAMADA SUBEPICÁRDICA). APONTADO NA IMAGEM, A ARTÉRIA CORONÁRIA. Os vasos coronários e seus ramos principais estão embebidos na gordura subepicárdica. NA IMAGEM, É INDICADO UMA ARTÉRIA (MAIOR CALIBRE). IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 4 histologia do sistema circulatório NA IMAGEM, É INDICADO UMA VEIA (MENOR CALIBRE). • PAREDES DO CORAÇÃO: - EPICÁRDIO: é o pericárdio seroso visceral. Os tecidos que foram o epicárdio são o mesotélio (mesotélio pavimentoso simples) e tecido conjuntivo denso. A parte subepicárdica é tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas e tecido adiposo. - MIOCÁRDIO: é o principal componente do coração. Ele é a parede mais espessa que é constituída de músculo cardíaco. O tecido muscular estriado cardíaco é um conjunto de fibras cilíndricas e ramificadas com 10-20 milímetros de diâmetro e 85-100 milímetros de comprimento. Possuem um núcleo centralizado e apresentam discos intercalares. São os tipos de cardócitos: células marcapasso (AS e AV), tecidos condutores (Feixe AV e Purkinje), fibras musculares ventriculares e atriais, cardiócitos contráteis, cardiócitos mioendócrinos (produtores do peptído natriurético) e cardócitos nodais (células do sistema de condução). § COMPONENTES DA FIBRA MUSCULAR CARDÍACA: Apresenta túbulos T, retículo sarcoplasmático menos desenvolvido e Ca2+ para a contração originado do meio extracelular. § DISCO INTERCALAR: Unem as extremidades dos miócitos, permitem a troca iônica entra as células e possibilitam o funcionamento coordenado do miocárdio. Ele também pode se chamado de escaliforme, pois muitas das vezes, na IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 5 histologia do sistema circulatório microscopia eletrônica, forma-se uma espécie de uma escada. Consistem em dois componentes transversais (desmossomos e faixas de adesão) e longitudinais (junções tipo GAP). Na lateral do disco intercalar, estão as junções do tipo GAP. Essas junções permitirão espalhar os íons que irão fazer a contração sincronizada das células. SÓ É POSSÍVEL VER UM DISCO INTERCALAR QUANDO HÁ UM CORTE LONGITUDINAL DAS FIBRAS. PERGUNTA: POR QUE O MIOCÁRDIO DO VENTRÍCULO ESQUERDO É MAIS ESPESSO DO QUE DO VENTRÍCULO DIREITO? R: Por conta do regime pressórico. AS PARTES DE BRANCO SÃO OS VASOS SANGUÍNEOS. - ENDOCÁRDIO: é o revestimento interno do coração. Consiste em três camadas: I. INTERNA: endotélio e tecido conjuntivo frouxo subendotelial. II. INTERMEDIÁRIA: começa a ter tecido conjuntivo denso e células musculares lisas. III. PROFUNDA: tecido conjuntivo, chamada de camada subendocárdica, em continuidade com o tecido conjuntivo do miocárdio. NA CAMADA SUBENDOCÁRDICA, HÁ A PRESENÇA DE FIBRAS ELÁSTICAS E COLÁGENO. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 6 histologia do sistema circulatório O sistema de condução está localizado na camada subendocárdica. • SISTEMA VASCULAR: quando se fala do sistema vascular, os principais vasos são os do sistema arterial, sistema venoso e sistema linfático. Focaremos nas artérias e nas veias. A composição da parede histológica das artérias e das veias é idêntica. Muda-se apenas a distribuição dos componentes da sua parede em cada uma. O sistema venoso e arterial é formado por três camadas/túnicas: a túnica íntima (emcontato com o sangue), a túnica média e a túnica adventícia (a parede externa do vaso). § TÚNICA ÍNTIMA: reveste internamente os vasos. O endotélio é composto de epitélio pavimentoso simples, sobre uma lâmina própria. A camada subendotelial é constituída de tecido conjuntivo frouxo. Possui uma lâmina elástica interna. § TÚNICA MÉDIA: constituída de músculo liso e fibras colágenas e lâminas elásticas. § TÚNICA ADVENTÍCIA: constituída de tecido conjuntivo, com presença de fibras colágenas e fibras elásticas. A FIBRA ELÁSTICA (LÂMINA ELÁSTICA EXTERNA) ENTRE A TÚNICA ADVENTÍCIA E A TÚNICA MÉDIA PREVINE LESÕES ENDOTELIAIS QUANDO HOUVER CONTRAÇÃO E EXTENSÃO DA PAREDE MÉDIA. CURIOSIDADE: No caso das artérias, é a túnica média que predomina. Já nas veias, é a túnica adventícia. • TIPOS DE ARTÉRIAS: podem ser classificadas em artérias elásticas e artérias musculares. As duas terão as três túnicas, porém, o que mudará entre elas é quantidade de material elástico e muscular liso que as constitui. Na camada média da artéria elástica, existe uma grande quantidade de lâmina musculares (existe mais fibra elástica do que IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 7 histologia do sistema circulatório colágeno – se estende e se retrai mais facilmente). Na camada média da artéria muscular, existe muito menos quantidade de lâmina elástica, e predomina-se a célula muscular. - ARTÉRIAS ELÁSTICAS: são os vasos mais próximos do coração. Também são chamados de condutores. Um exemplo, é a artéria aorta. Devido a alta pressão de ejeção na aorta (119-118 mmHg), há a necessidade de que haja uma certa elasticidade da parede vascular, permitindo a distensão na sístole e a retração na diástole. CORTE HISTOLOGICO DA AORTA QUE DEMOSNTRA O EXCESSO DE FIBRA ELASTICA. QUANDO HÁ RETRAÇÃO DESSAS FIBRAS, HÁ RETRAÇÃO CONJUNTA (NÃO SE CONSEGUE DISTUNGUIR A LÂMINA ELÁSTICA). As fibras elásticas são descontínuas, permitindo assim a passagem de nutrientes entre as paredes. A aorta, assim como os vasos de maior calibre, possui um ramo arterial que irá nutri- los. Esses vasos dos vasos são chamados de Vasa vasorum e permitem uma melhor perfusão. Já os nervos dos vasos chamam-se de nervo dos vasos. APONTADO NA IMAGEM, A PRESENÇA DE UM VASO VENOSO. - ARTÉRIAS MUSCULARES: são “canos” resistentes distribuidores. Possuem uma quantidade de fibra elástica muito menor na túnica média. Esta, constituída de músculo liso. NÚCLEO EM FORMA DE SALSICHA/CHARUTO TÍPICO DA MUSCULATURA LISA. POUCO MATERIAL ELASTICO. HÁ RETRAÇÃO DA LÂMINA ELÁSTICA INTERNA E EXTERNA. - ARTERÍOLAS: possui duas túnicas bem distintas: a íntima e a média. A túnica adventícia é muito delgada ou inexistente. Já IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 8 histologia do sistema circulatório a parede arteriolar é mais espessa que a sua luz. As arteríolas recebem inervação tônica simpática. O SN simpático gera um tônus na arteríola que, através dos receptores alfa-1, gera a vasoconstrição. Com esse mecanismo, entende-se o motivo da arteríola ser responsável pela resistência periférica. Assim, a luz vascular é do tamanho da espessura da parede. Há a possibilidade de diminuir muito ou até mesmo ocluir o fluxo sanguíneo caso necessário. • VEIAS: podem ser classificadas em: § VÊNULAS: pós-capilares e musculares. § VEIAS DE PEQUENO CALIBRE: < 1 mm de diâmetro. § VEIAS DE MÉDIO CALIBRE: diâmetro de até 10 mm. § VEIAS DE GRANDE CALIBRE: > 10 mm de diâmetro. • CAPILARES: são vasos frágeis, de parede delgada, com células formadas por uma camada de células endoteliais sobre uma lâmina basal (LB) que permitem a troca de íons e nutrientes com o interstício. São divididos em: § CONTÍNUOS; § FENESTRADOS; § DESCONTÍNUOS (SINUSÓIDES). O conjunto de arteríola, vênula e capilar constitui a microcirculação. UM CAPILAR SEMPRE ABERTO QUE FAZ A CONEXÃO DA ARTERÍOLA COM A VÊNULA. A FUNÇÃO DESSE CANAL PREFERENCIAL É, ALÉM DE REGULAR A TEMPERATURA, PROMOVER UM CONTROLE/REGULAÇÃO DA NECESSIDADE METABÓLICA. • PERICITOS: são células mesenquimais perivasculares presentes nos capilares e vênulas pós-capilares. Possuem propriedades contráteis e regulam o fluxo sanguíneo nos capilares.
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