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RESUMÃO - DIREITO DAS SUCESSÕES PARTE 01

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-> Conceitos básicos:
A doutrina aponta os seguintes fundamentos da sucessão mortis causa:
José de Oliveira Ascensão: Exigência de continuidade da pessoa humana;-
Giselda Hironaka: A necessidade de alinhar o Direito de Família ao direito de propriedade;-
Tartuce: Direito de propriedade e função social, bem como a valorização da dignidade humana.-
O direito das sucessões está contido no último livro do Código Civil/02, nos arts. 1.784 a 2.027.
Trata-se de direito fundamental tutelado pelo art. 5º, XXX, da CRFB/88. Assim, é matéria de ordem pública, podendo a 
sua proteção ser conhecida ex officio pelo Juiz (TJRJ, Embargos de Declaração na Apelação Cível 2009.001.53173, Rel. Des. 
Gilberto Rego, j. 27.01.2010).
Com base no art. 1.786 do CC, pode-se afirmar que existem duas modalidades básicas de sucessão mortis causa:
Sucessão Legítima ou ab intestato: Decorre da lei, que determina a ordem de vocação hereditária, presumindo a 
vontade do autor da herança.
-
Sucessão testamentária: Tem origem em ato de última vontade do falecido, por testamento, legado ou codicilo, 
mecanismos sucessórios para exercício da autonomia privada do autor da herança.
-
A regra é, primeiro verificar a existência de disposição de última vontade (testamento) válida e eficaz. E, em não havendo, 
vale a sucessão legítima. 
Em ambos os casos, o regramento principal consta do art. 1.784 do CC, que determina que aberta a sucessão (morte da 
pessoa), herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Sendo uma consagração da 
máxima droit de saisine.
É em razão disso que, para fins tributários (ITCMD), leva-se em conta o momento do óbito, eis que o fato gerador ocorre 
simultaneamente. 
Súmula 112, STF: 1. O fato gerador do imposto causa mortis dá-se com a transmissão da propriedade ou de quaisquer 
bens e direitos e ocorre no momento do óbito. Aplicação da lei vigente à época da sucessão. 2. Afasta-se a aplicação do 
artigo 106 do CTN , em razão de que o imposto cobrado não se enquadra em qualquer de suas hipóteses.
Como o Direito das Sucessões está situado no plano da eficácia dos atos e negócios jurídicos, o Art. 1.787 prevê que a 
legitimação para suceder é regulada pela lei vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Nos termos do art. 1.785 do CC, a sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. O Código de Processo Civil 
também traz regras sobre a competência territorial, vejamos:
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, 
o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as 
ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
-> Modalidade de Herdeiros
Necessários, forçados ou reservatários: Têm a seu favor a proteção da legítima (50% do patrimônio do autor da 
herança), na forma do art. 1.846 do CC. 

A legítima será calculada sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do 
funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos à colação (art. 1.847)
São herdeiros necessários:
Descendentes;•
Ascendentes;•
Cônjuge;•
Companheiro - RE 878.694/MG, julgado em 10.05.2017. O STF entendeu como insonstitucional a distinção entre cônjuge 
e companheiro para fins sucessórios, declarando inconstitucional o art. 1.790 do CC.
Facultativos: Não têm a seu favor a proteção da legítima, podendo ser preteridos por força de testamento (art. 
1.850 do CC). São eles:

•
Colaterias até o 4º grau (Irmãos, tios sobrinhos, primos, tios-avôs e sobrinhos-netos).•
OBS: A máxima drot de saisine tem origem na expressão mort saisit le vif, pela qual com 
a morte, a herança transmite-se imediatamente aos sucessores independentemente 
de qualquer ato dos herdeiros. 
O ato de aceitar a herança é meramente confirmatório.
Direito Intertemporal
Caso o falecimento do de cujus tenha ocorrido antes de 11 de janeiro de 2003 (data da 
entrada em vigor do CC/02), a sucessão será regulada pelo CC/1916, conforme 
entendimento majoritário. 
Art. 2.041, CC/02. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária 
(arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, 
prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916) .
Proteção da Legítima:
Para a concreta proteção da legítima, prevê o art. 1.789 do CC que, em havendo 
herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. Faz o mesmo 
o art. 549 do CC no tocante à doação, ao dispor que nula é a doação quanto à parte que 
exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento 
(nulidade parcial da doação inoficiosa)
O herdeiro necessário a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou legado, não 
perde direito à legítima, conforme art. 1.849 do CC.
Disposições Legais
LIVRO V
Do Direito das Sucessões
TÍTULO I
Da Sucessão em Geral
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo 
ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o 
testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos 
onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um 
daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
INCONSTITUCIONAL
RE 878.694/MG
01 - INTRODUÇÃO
sexta-feira, 1 de outubro de 2021 10:15
A herança é o conjunto de bens formado com o falecimento do de cujus (autor da herança). 
Trata-se de uma universalidade de direito.
É a herança que formará o espólio, ente despersonalizado/despersonificado ao qual a norma processual atribui 
legitimidade ativa, desde que representado pelo inventariante (art. 75, VII, do CPC). 
A herança e o direito a sucessão aberta são bens imóveis por determinação legal (art. 80, II, do CC), ainda que composta 
unicamente por bens móveis.
Também será um bem indivisível até o momento da partilha, eis que o art. 1.791 do CC determina que será deferida como 
um todo unitário, ainda que sejam vários herdeiros.
Havendo vários herdeiros, até o momento da partilha, o que existe é um condomínio eventual pro indiviso em relação aos 
bens que integram a herança.
Consagrando a máxima intra vires hereditatis, o herdeiro não responde pelos encargos superiores às forças da herança.
Herança jacente: É a hipótese de quando não há herdeiro certo e determinado, ou quando não se sabe da existência dele.•
Herança vacante: Ocorre quando a herança é devolvida à fazenda pública por se ter verificado não haver herdeiros que se 
habilitassem no período da jacência.
•
Vide arts. 1.819 a 1.823 do CC e 738 a 743 do CPC.
CAPÍTULO II
DaHerança e de sua Administração
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da 
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, 
porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens 
herdados.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode 
ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1 o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, 
presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.
§ 2 o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da 
herança considerado singularmente.
§ 3 o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de 
bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se 
outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, 
haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o 
quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do 
patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, 
quando for o caso, de partilha da herança.
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas 
condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou 
quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
CAPÍTULO VI
Da Herança Jacente
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente 
conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um 
curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais 
na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro 
habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos 
limites das forças da herança.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se 
habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao 
domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, 
incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da 
sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo 
declarada vacante.
Restrições à autonomia privada dos herdeiros
O art. 1.793 do CC determina que o direito à sucessão aberta e o quinhão de que disponha o coerdeiro pode ser objeto 
de cessão por escritura pública. Todavia, como consequência do condomínio formado, o CC trouxe algumas limitações 
à autonomia privada dos herdeiros. 
Ineficácia da cessão de bem que compõe a herança considerado singularmente: Ou seja, é vedada a cessão de bem 
específico. O coerdeiro deverá ceder o seu quinhão.
•
A cessão não será nula ou anuável, apenas não produzirá efeito.
O STJ tem o seguinte julgamento:
“(...) a cessão de direitos hereditários sobre bem singular, desde que celebrada por escritura pública e não envolva o 
direito de incapazes, não é negócio jurídico nulo, tampouco inválido, ficando apenas a sua eficácia condicionada a 
evento futuro e incerto, consubstanciado na efetiva atribuição do bem ao herdeiro cedente por ocasião da partilha. 
Se o negócio não é nulo, mas tem apenas a sua eficácia suspensa, a cessão de direitos hereditários sobre bem singular 
viabiliza a transmissão da posse, que pode ser objeto de tutela específica na via dos embargos de terceiro” (STJ, REsp 
1.809.548/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 19.05.2020, DJe 27.05.2020).
Ineficácia da disposição feita por qualquer herdeiro sem prévia autorização do Juiz da sucessão, enquanto pendente 
a indivisibilidade.
•
O coordeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão se outro herdeiro a quiser, tanto 
por tanto: Trata-se do direito de preferência, preempção ou prelação legal a favor do coerdeiro. 
•
O coerdeiro preterido poderá depositar o preso e haver para si a quota cedida a estranho, conforme art. 1.795 do CC. O 
dispositivo consagra a ação de adjudicação, sujeita a prazo decadencial de 180 dias, contando-se da transmissão do 
bem. 
Tartuce, prestigiando a boa-fé objetiva, sustenta que o prazo deve ser contada da ciência da realização da alienação e 
não da alienação em si. 
Havendo vários coerdeiros que pretendam exercer a prelação legal, entre eles será distribuído o quinhão cedido, na 
proporção das respectivas quotas.
Abertura do inventário:
O Código Civil prevê o prazo de 30 dias para abertura do inventário do patrimônio hereditário, contando a partir da morte. 
O Art. 611 do CPC, prevê que o processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 02 meses a contar da 
abertura da sucessão.
O atraso na abertura do inventário gera consequências fiscais aos herdeiros a serem definidas em lei estadual. 
Administração do inventário:
Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá a um administrador provisório ou ad hoc, obdecendo-
se a seguinte ordem prevista no art. 1.797 do CC:
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser 
afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
ITCMD
No caso do Rio de Janeiro, o ITCMD foi instituído pela Lei 1.427/1989 e posteriores alterações.
A lei assim determina:
Art. 10. A base de cálculo do imposto é o valor real dos bens ou direitos, ou o valor do título ou crédito, transmitidos ou doados.
§ 1º Entende-se por valor real o valor corrente de mercado do bem ou direito.
Art. 20. O descumprimento das obrigações previstas nesta lei sujeita o infrator às seguintes penalidades:
IV - de 10% (dez por cento) do imposto devido na transmissão causa mortis, quando o inventário não for aberto até 60 
(sessenta) dias após o óbito, ou, no caso de escritura pública, o procedimento de lançamento não tiver sido iniciado nesse 
ATENÇÂO!!! Com a reforma ortográfica, a reforma ortográfica, escrevemos 
coerdeiro.
02 - DA HERANÇA E DE SUA ADMINISTRAÇÃO
sexta-feira, 15 de outubro de 2021 23:28
mesmo prazo;
Informações sobre o ITCMD no Rio de Janeiro - LINK.
Legitimação é a capacidade especial para certo ato jurídico. No caso do direito das sucessões, o ato é a sucessão.
O art. 1.798 do CC/02determina que são legitimados a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão.
No que tange ao nascituro, este adquire o domínio e a posse da herança como se já fosse nascido, mas em 
estado potencial. Diante da ausência de personalidade jurídica material (conforme sustentado por Maria Helena 
Diniz), nomeia-se um curador. 
Caso nasça morto, será como se nunca tivesse existido, 
tornando a sucessão ineficaz. 
Se nascer com vida, terá capacidade ou legitimidade 
para suceder.
Já o art. 1.799 do CC determina que: "Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder":
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador (prole eventual), desde que vivas estas 
ao abrir-se a sucessão;
O regramento consta no art. 1.800 do CC.
Por fim, como bem pontua a doutrina, se a pessoa que teria o filho premorrer ao testador, a disposição de última 
vontade será ineficaz.
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo (a pedido), escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus 
ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais 
de cinco anos;
A jurisprudência entende que o inciso não se aplica no caso do testador já viver em união estável. O art. 1.723,§
1º, do CC admite a união estável do separado de fato sem exigir prazo para tal. Haveria uma contradição.
Enunciado 269 da III Jornada de Direito Civil: “a vedação do art. 1.801, inc. III, do Código Civil não se aplica à 
união estável, independentemente do período de separação de fato (art. 1.723, § 1.º)”.
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou 
aprovar o testamento.
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando 
simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou 
companheiro do não legitimado a suceder.
Trata-se de presunção iuris tantum, não admitindo prova em contrário.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
CAPÍTULO III
Da Vocação Hereditária
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da 
abertura da sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas 
estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de 
fundação.
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, 
após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 1 o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o 
testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775.
§ 2 o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas 
disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 3 o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos 
e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4 o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro 
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos 
herdeiros legítimos.
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os 
seus ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato 
do cônjuge há mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim 
como o que fizer ou aprovar o testamento.
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a 
suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante 
interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os 
irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
Bibliografia:
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único, 11. ed. Rio de Janeiro, Forense; Metodo, 2021, 
capítulo 09: Direito das Sucessões.
03 - DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA LEGITIMADOS A SUCEDER
terça-feira, 19 de outubro de 2021 15:50

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