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SURDEZ E ACESSIBILIDADE NO ENSINO SUPERIOR: ANÁLISE DO CONTEXTO 
PEDAGÓGICO. 
Natália Gavaldão 
Orientadora: Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins 
nataliagavaldao@gmail.com, sandreli@marilia.unesp.br 
UNESP – FFC/Marília. 
Agência financiadora: OBEDUC/CAPES 
Linha de pesquisa: Educação Especial 
 
Resumo 
 
A educação inclusiva visa valorizar a diversidade através de ações que acolham os alunos em suas 
especificidades, promovendo modificações nas práticas e ambientes escolares, a fim de eliminar as 
barreiras que dificultam ou impeçam o acesso ao conhecimento. Para consolidá-la é preciso garantir 
um currículo que considere as particularidades dos estudantes, nos quais se destacam os alunos com 
deficiência. O estudo visa investigar os discursos dos professores sobre os suportes e apoios 
pedagógicos oferecidos à inclusão dos surdos, nas Instituições de Ensino Superior (IES). Participarão 
da pesquisa, professores que ministram aulas para estudantes surdos em três universidades públicas 
brasileiras. Com base nos indicadores presentes no “Guia Index para a inclusão” que, tem como 
função organizar e orientar sistemas educacionais inclusivos e com a literatura específica na área da 
surdez será sistematizado um roteiro de entrevista aos participantes do estudo. Os discursos serão 
coletados por meio de entrevista com os professores nos locais de atuação dos mesmos. A luz da 
abordagem teórico-metodológica de produção de sentidos e práticas discursivas propostas por Spink 
(2013), o tratamento e análise dos materiais recolhidos serão analisados a partir do levantamento de 
Mapas de Associação de Ideias e/ou Quadros-síntese. O uso de tal procedimento visa auxiliar na 
identificação e análise dos discursos atribuídos as formas de organização dos apoios e suportes 
pedagógicos oferecidos aos surdos na educação superior. Espera-se que a pesquisa possa contribuir 
para elencar ações afirmativas que garantam a inclusão de qualidade para os surdos na universidade. 
 
 
Palavras-chave: Currículo – Ensino Superior– Surdez 
 
INTRODUÇÃO 
 
Ao realizar uma reflexão sobre a situação atual do ensino superior no Brasil, é importante 
destacar sua organização bastante carente onde o surgimento das primeiras universidades, segundo 
Gomes (1998) ocorreu em função de atender as necessidades da realeza portuguesa, recém-instalada 
no Rio de Janeiro. O público que frequentava era apenas a elite que futuramente ocupariam 
importantes cargos reservados. 
 Nesta época às instituições de Ensino Superior conferiam a formação tecnológica, voltada para 
diplomar profissionais à especialização e o caráter elitista se aflorava em função de atender uma 
população específica destinada ao poder. 
Segundo Chauí (2003), esse modelo trouxe a Educação Superior no Brasil, aspectos que, de 
alguma maneira se refletem até os dias atuais, mesmo quando os discursos e ações fomentam o 
processo de democratização. A autora explica que a partir das revoluções sociais do século XX e com 
as lutas desencadeadas a partir delas, a educação e cultura passam a ser concedidas como forma de 
constituir a cidadania tornando-se um direito. 
Essas explicitações mostram que a democratização do ensino universitário faz parte de um 
contexto onde o discurso ainda se sobrepõe a prática. De acordo com Bittar, Oliveira e Marosini 
(2008) é na década de noventa que algumas mudanças expressivas no Ensino Superior resultam em 
significativas modificações através de uma rápida aceleração na oferta de vagas, o que veio acontecer, 
em especial, por meio do alto crescimento das universidades privadas. 
Nos últimos anos muitas ações têm sido propostas como a expansão de ofertas de vagas com a 
garantia de qualidade, promoção da inclusão social, expansão e interiorização do Ensino Superior, 
estruturação do sistema Universidade Aberta do Brasil e expansão de cursos na modalidade à 
Distância EAD, para atingir um maior contingente de pessoas. (Brasil 2012). 
Os procedimentos de adequação e estruturação do ensino estão à mercê das condições de 
funcionamento do poder público não ocorrendo com a urgência que necessita. As legislações 
brasileiras que tratam da inclusão no ensino superior das pessoas com deficiência evoluiu no sentido 
de assegurar condições básicas de acesso, mas ainda há muitas ações a serem concretizadas. 
Por exemplo, a Lei nº 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional deixa 
de lado o fato das pessoas com necessidades educacionais especiais estarem ingressando no Ensino 
Superior. Mas a portaria nº 1.679 de 1999, assegura às pessoas com deficiência os requisitos básicos 
visando melhorias estruturais no espaço universitário. 
Quanto à oferta de vagas e matrículas nesta modalidade de ensino, o Plano de Educação 
Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, reconheceu a existência de um déficit de alunos 
com deficiência no ensino superior, recomendando diretrizes curriculares que 
assegurassemflexibilidade nos programas oferecidos pelas instituições universitárias, a formação do 
professor, nas melhorias das questões de acessibilidade e atendimento educacional especializado para 
apoiar este processo. 
Já a portaria nº 3.284, de 7 de novembro de 2003 considera que a entrada do deficiente no 
ensino superior é uma realidade e necessita viabilizar a mobilidade e utilização de equipamentos de 
forma que os meios facilitem o acesso do aluno em instituições públicas ou privadas, garantindo 
também a permanência nos cursos de graduação. 
Dando continuidade a esse processo, é formulado o Decreto 5.296 de 2004 que estabelece 
normas gerais e critérios básicos para o atendimento prioritário da pessoa com deficiência em seu 
artigo 24, onde se vê a determinação do oferecimento de condições de acesso e utilização a todos os 
ambientes universitários (sala de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios, laboratórios, área de lazer, 
sanitários, entre outros). 
Em 2005 o governo federal cria o Programa Universidade para todos (PROUNI), criando 
políticas de acesso que dentre outras ações reserva no processo seletivo, vagas e bolsas às pessoas com 
deficiência entre outras necessidades. 
Já no ano de 2010, o programa nacional de assistência estudantil (PNAES) através do Decreto 
nº 7234 vem assegurar e ampliar as condições de permanência dos jovens das universidades federais 
definindo em uma de suas ações o acesso, a participação e aprendizagem dos estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotaçãoincubindo as 
universidades de definir os critérios de seleção dos alunos a serem beneficiados. (BRASIL 2010). 
O decreto de 17 de novembro de 2011, nº 7.611 dispõe sobre o atendimento especializado 
prevendo a estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior 
visando eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que impeçam a participação e 
aprendizagem e desenvolvimento acadêmico. 
A partir das legislações referidas, algumas universidades começaram a organizar-se no sentido 
de receber os alunos através do apoio dos profissionais preparados, buscando adequar-se as 
especificidades dos estudantes. Mas sabe-se que a existência das leis não garante de fato a 
materialização dessas ações afirmativas. É preciso que toda a organização do espaço universitário 
esteja atenta às peculiaridades dos alunos que irão atender. (HARRISON & NAKASATO 2004) 
Em se tratando da educação do surdo, as melhorias acerca da inclusão começam a ganhar força 
com os movimentos internacionais, como a Conferência Mundial de Educação para todos realizada em 
Jomtien, na Tailândia (1990) e em Salamanca, Espanha (1994), e a Conferência de Educação Superior, 
realizada em Paris (1998), as quais discutiram a inclusão de pessoas com deficiência em todos os 
níveis de ensino. Chahini (2005). 
As reivindicações dos surdos e suas especificidades linguísticas são consideradasem 2002, pela 
sanção da lei nº 10.436, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, reconhecendo-a como 
meio de comunicação e expressão. A partir desta lei a Língua brasileira de sinais (Libras) ganhou 
respaldo e o surdo pode buscar no poder público o acesso a educação e outros serviços. (LACERDA, 
2009). 
No artigo 14º, a lei determina que as instituições federais devam garantir aos surdos o acesso à 
comunicação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares, desde a educação 
infantil até o ensino superior. Em seu inciso VI define que serão adotados mecanismos de avaliação 
respeitando a aprendizagem da segunda língua nas correções de provas, focando nos aspectos 
semânticos. 
No inciso VII, menciona a adoção de alternativas para a avaliação de conhecimentos expressos 
em Libras, utilizando, por exemplo, ferramentas eletrônicas para o registro. 
No ano de 2005, o decreto 5.626/2005 definiu uma série de ações que regulamenta a educação 
bilíngue como: a implementação da disciplina de Libras nas grades curriculares das licenciaturas e no 
curso de fonoaudiologia e a presença de intérpretes nos espaços onde há surdos, sendo um marco na 
garantia da permanência desse publico na Universidade, além da flexibilização na correção das provas 
escritas. 
No capítulo VI deste decreto coloca-se a seguinte afirmação em relação à educação dos surdos: 
 
Art. 23. As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem 
proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras – Língua 
Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como 
equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à 
educação. 
§ 1º Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações 
sobre a especificidade lingüística do aluno surdo. 
§ 2º As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, 
estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas 
neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o 
acesso à comunicação, à informação e à educação. (BRASIL, 2005). 
 
Apesar do caráter que descreve a inclusão como sendo algo importante ao surdo através dos 
recursos disponíveis para tal ação, Harrison & Nakasato (2004) observa que a entrada do surdo no 
ensino superior traz uma série de enfrentamentos, já que a cultura surda1 é minoritária e subordinada à 
assimilação de uma cultura dominante e sem empatia, indicando uma política homogeneizante e um 
discurso ouvintista2 de normalização que restringe o acesso do surdo ao Ensino Superior. 
Por não terem tido acesso a um ensino de qualidade durante a educação básica os surdos 
chegam a universidade com defasagens para enfrentar o processo seletivo. Aqueles que conseguem 
ingressar não contam com o apoio dispostos nas legislações eacabam por vezes desistindo de dar 
continuidade aos estudos. (HARRISON & NAKASATO, 2004). 
 
(...) a história escolar do aluno surdo tende a ser constituída por experiências 
bastante restritas, que configuram condições de produção de conhecimento 
pouco propícias ao domínio da língua portuguesa. Em geral, as aprendizagens 
são pobres e envolvem escasso uso efetivo da linguagem escrita (GÓES, 
1999 p.2). 
 
Não tendo uma educação que atenda suas especificidades linguísticas numa escola que trata a 
aprendizagem da língua desvinculada do uso social centrando-se apenas nas funções gramáticas, o 
surdo, mesmo alfabetizado fica impedido de desenvolver o domínio da segunda língua (Língua 
Portuguesa). O letramento tem que ter como base o sentido a que se propõe, pois sem intenção a 
leitura não existe e o que fica é apenas a decodificação. Antunes (2009). 
 
Desta forma, todas as questões que envolvem o uso da língua não são apenas 
questões linguísiticas; são questões políticas, históricas e culturais. Não 
 
1Educação de surdos, pensada dentro uma política educacional que respeita e valoriza a cultura dos mesmos, é 
vista como uma grande alavanca no processo de transformação desses sujeitos. (SKLIAR, 1998). 
2Ouvintista – as representações dos ouvintes sobre a surdez e sobre os surdos e o oralismo continuam sendo, 
ainda hoje, discursos em diferentes partes do mundo. Trata-se de um conjunto de representações dos ouvintes, a 
partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se a narrar-se como se fosse ouvinte (SKLIAR, 1998). 
podem, portanto, ser resolvidas somente com um livro de gramática ou à luz 
do que prescrevem os comandos de alguns manuais de redação. (ANTUNES, 
2009,p.21) 
 
 
 Diante desta realidade coloca-se a seguinte hipótese: muitos professores universitários não 
estão preparados para trabalhar com as diferenças linguísticas e as carências provenientes da educação 
básica do estudante surdo, de forma que a inclusão de fato não está sendo concretizada na prática. 
Segundo dados do MEC/INEP presentes no Resumo Técnico Censo da Educação Superior, das 
8.961.724 pessoas matriculadas no ensino superior, 29.033 apresentavam alguma deficiência, sendo 
que desses 5.065 com deficiência auditiva, 2.067 surdos e 211 surdo-cegueira. (BRASIL, 2011). 
Os dados demonstrados denotam que o número de alunos surdos no ensino superior não é 
expressivo, mas vem aumentando gradativamente devido a fatores como programas governamentais 
de acesso ao ensino superior, reconhecimento da língua de sinais, algumas propostas de qualidade 
relacionadas à educação do surdo e as normativas que visam à garantia da inclusão em diferentes 
modalidades de ensino. Porém, são inúmeras as barreiras que tal público encontra para concluir esta 
modalidade de ensino. 
Se as instituições de ensino superior se propõem a receber os alunos por meio dos programas 
governamentais como PROUNI, FIES, PROJETO INCLUIR, elas necessitam flexibilizar o ensino 
para as diferenças tendo em vista que muitos que adentram a este espaço são carentes de formação. 
Neste sentido, Silva (2005) afirma que existe um enorme abismo entre o mundo acadêmico e o 
cotidiano do ensino, revelando, nos dias atuais, uma imensa lacuna entre o que é proposto em lei, o 
desenvolvimento do saber e da cultura produzidos nas universidades e ao que ocorre de fato na prática. 
As universidades devem oferecer suportes como tecnologias para que os surdos tenham acesso 
aos conteúdos, analisar os textos dos surdos através dos sentidos e não se restringir a sintaxe e também 
propiciar a formação para a língua portuguesa enquanto não ocorrem mudanças na educação básica. É 
necessário realizar essa revisão do sistema de ensino através de práticas pedagógicas diferenciadas nos 
modos de ensinar com a participação do interprete de Libras. (GURGEL, 2010) 
Também é importante os professores universitários conhecerem o processo de lutas dos surdos 
ao longo da história pelo reconhecimento cultural da surdez no campo da diferença, desvinculando da 
doença e compreenderem a experiência escolar do surdo nas demais modalidades de ensino que é 
acompanhada de frustrações e insucessos, devido à ausência de atendimento das especificidades 
educacionais desses estudantes, bem como pela ausência da proposta bilíngüe. (TESKE, 2005). 
Em paralelo a história e as conquistas já realizadas pelos surdos em termos de emancipação da 
identidade em contradição com a visão de doença que perdurou por tempos, a entrada na universidade 
é uma oportunidade para disseminar os conhecimentos sobre a cultura surda e vislumbrar novos 
caminhos de formação. 
Nesta perspectiva, esta pesquisa tem por objetivo investigar o que dizem os professores sobre as 
barreiras de acessibilidade para acadêmicos surdos no ensino superior. Esse objetivo maior se estende 
em outros, mais específicos que são:1) identificar nos discursos dos professores quais são as barreiras 
que impedem e/ou dificultam a apropriação de conhecimentoscurriculares de acadêmicos surdos na 
universidade e 2) descrever e analisar as práticas pedagógicas para o atendimento as demandas 
educacionais especiais de alunos surdos em sala de aula. 
 Através das discussões que serão realizadas espera-se que as propostas curriculares nas 
universidades sejam repensadas no sentido de equacionar a relação entre heterogeneidade e currículo, 
vendo a diversidade como ponto positivo, libertando-a dos olhares preconceituosos. 
 
A PESQUISA 
 
Locais e Participantes 
 
Constituirá a amostra de participantes do estudo, professores de três universidade públicas que 
integram o Projeto em rede intitulado “ACESSIBILIDADE NO ENSINO SUPERIOR: da análise das 
políticas públicas educacionais ao desenvolvimento de mídias instrumentais sobre deficiência e 
inclusão”, financiado pelo Programa Observatório da Educação – OBEDUC (Edital nº 49/12 – 
OBEDUC/CAPES), a saber: Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC) e Universidade Estadual de São Carlos (UFSCar). 
A escolha do local da pesquisa justifica-se pelo fato destas IES se integrarem ao projeto 
mencionado e, permitir ao pesquisador o acesso à base de dados do mapeamento de estudantes 
universitários deficientes na graduação. Cumpre esclarecer que esse estudo, integra os subprojetos do 
Projeto em rede ora mencionado. 
 
Procedimento de coleta de dados 
 
Para o desenvolvimento do campo de pesquisa a entrevista será utilizada como instrumento de 
coleta, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando em participar da 
pesquisa (Anexo – A), estando em consonância com os preceitos previstos na Resolução Nº 466, de 12 
de dezembro de 2012, do Comitê de Ética de Pesquisas com Seres Humanos3. Inicialmente pretende-
se fazer o contato com os professores por e-mail encaminhando uma carta convite evidenciando os 
objetivos da pesquisa e a utilização dos dados coletados, dando transparência quanto aos 
procedimentos e em relação aos direitos e deveres de todos os envolvidos no processo de pesquisa. 
Após a devolutiva, as entrevistas serão previamente agendadas e realizadas em local e horário 
escolhidos pelo entrevistado. Logo após as entrevistas gravadas serão transcritas. 
 
3Disponibilizado pela Plataforma Brasil -http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf 
Antecedendo a aplicação com os sujeitos da pesquisa, uma entrevista piloto será realizada para 
verificar a qualidade do roteiro elaborado (ANEXO B). Esse procedimento contribuirá para que se 
identificar possíveis falhas nas questões elaboradas. Pretende-se aplicar o estudo piloto numa 
instituição de ensino privada da cidade de Bauru que tenha um surdo matriculado. O estudo piloto irá 
auxiliar na avaliação das perguntas, na organização dos agendamentos e no planejamento de tempo. 
O roteiro de questões que subsidiará a coleta das entrevistas está sendo desenvolvido tomando 
como referências indicadores que orientam a organização de sistemas educacionais inclusivos, 
presentes no Guia “Index para a inclusão: desenvolvendo a aprendizagem e a participação nas escolas” 
(BOOTH e AINSCOW, 2011), que projeta várias ideias para desenvolver um planejamento de 
melhorias contínuas nos processos de ensino e aprendizagem no âmbito educacional, com enfoque 
inclusivo. 
Em outras palavras tal, instrumento tem por objetivo orientar a aprendizagem de alunos com 
deficiência em sistemas educacionais de ensino, de forma inovadora, envolvendo um ensino que não 
recorre à rotulação de habilidades, mas sim colocando valores inclusivos em ação, promovendo os 
direitos. Ele gera coesão de modo que se refere a todos e não focaliza apenas minorias étnicas 
particulares de forma possivelmente discriminatória. Embora o documento se preocupe com a as 
barreiras que impedem a aprendizagem e interação, a tentativa de remover essas barreiras focalizam 
aquelas sobre as quais os professores, alunos e familiares podem fazer alguma coisa, especialmente se 
trabalharem juntos. 
Identificar barreiras à aprendizagem e participação nada tem a ver com apontar o que há de 
errado na instituição escolar. A inclusão é um processo incessante que envolve o descobrimento e a 
remoção progressiva dos limites à participação e à aprendizagem. Descobrir as barreiras e conceber 
planos para reduzi-las, no espírito da colaboração aberta são os pontos que alicerçam o Index. 
 
Usar a noção de barreiras à aprendizagem e à participação no sentido de ajudar a 
resolver as dificuldades educacionais pode substituir a identificação dos alunos como 
tendo “necessidades educacionais especiais”. A ideia de que as dificuldades 
educacionais podem ser resolvidas rotulando as crianças desta maneira e em seguida 
intervindo individualmente te limitações consideráveis. A visão das deficiências nos 
alunos como principal causa de suas dificuldades educacionais nos desvia das 
barreiras em todos os demais aspectos das ambientações e sistema e obscurece as 
dificuldades experimentadas pelas crianças sem o rótulo. (BOOTH: AINSCOW, p.41, 
2011). 
 
No sentido de orientar os profissionais da educação para a construção de sistemas 
educacionais inclusivos, o documento fornece três dimensões e cada uma delas se divide em duas 
seções. Juntas, elas podem formar uma estrutura de planejamento. Os pontos de planejamento em cada 
seção ajudam a assegurar que as ações ofereçam suporte umas às outras. 
 
Figura4 1: Dimensões do Index e estrutura de planejamento 
 
Após construção do roteiro, pretende-se dar início a realização das entrevistas. Nela o 
pesquisador assumirá um papel ativo no momento da coleta, com vistas levantar informações que 
auxiliem a responder aos objetivos desse estudo. 
 
Análise dos dados 
 
A presente pesquisa se apóia na abordagem teórico-metodológica de produção de sentidos e 
práticas discursivas que vem sendo desenvolvida no Núcleo de Pesquisa em Psicologia Social e Saúde, 
da PUC de São Paulo. De acordo com Mirim: 
 
Nessa abordagem, a produção de sentidos, compreendida como um fenômeno 
sociolinguístico, busca entender tanto as práticas discursivas que atravessam o cotidiano, 
como os repertórios interpretativos utilizados nas produções discursivas. Esses repertórios, 
que circulam na sociedade e que utilizamos para dar sentido às nossas experiências, 
derivam de contextos marcados por diferentes temporalidades: tempo longo (que marca as 
produções culturais da humanidade); tempo vivido (que enfoca as linguagens sociais 
presentes nos processos de socialização); e tempo curto (da interação face a face). (MIRIM 
apud SPINK, 2013, p. 127) 
 
A opção por está proposta teórico-metodológica justifica-se, pois as atividades da pesquisa 
proposta se concentraram na análise das práticas discursivas dos professores sobre as condições de 
acessibilidade de alunos surdos em sala de aula no contexto universitário, visando explicar os 
processos pelos quais os indivíduos descrevem e compreendem o mundo e a necessidade desses em 
superar condições instituídas na realidade atrelando a historicidade dos fenômenos estudados. 
 
4A figura 1 extraída do “Index para inclusão – desenvolvendo a aprendizagem e a participação nas escolas”, 
versão traduzida do documento originalintitulado de “Index for Inclusion: developinglearningandparticipation in 
schools BOOTH e AINSCOW, p.14, 2011) 
O Construcionismo, segundo Spink (2013) está apoiado na teoria histórico-cultural e nasce das 
críticas refutadas as teorias científicas engessadas no tempo e que são meramente descritivas e 
acuradas da realidade, onde a linguagem é vista como uma simples representação. 
Na abordagem Construcionista relações dialógicas pressupõem historicidade nos enunciados 
constitutivos. Ao adotar o termo práticas discursivas parte-se do pressuposto que o trabalho com a 
linguagem em ação,mensura as formas como as pessoas se posicionam nas relações sociais 
produzindo sentidos e compreendendo seus enunciados na relação com o momento em que foram 
ditas. “As práticas discursivas têm como elementos constitutivos: a dinâmica (que são os enunciados, 
orientados por vozes), as formas ou speech genres (que, para Bakhtin, são formas mais ou menos 
fixas de enunciados) e os conteúdos, os repertórios linguísticos.” (SPINK, 2010. P. 27). 
O que foi dito no momento da pesquisa tem relação com o que já fora vivido e dito outrora por 
alguém, pois está carregado de história. “As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios 
ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios” (BAKHTIN, 
1995/1929 p. 40). 
Todo discurso está em diálogo com outros discursos, nesta premissa será a narrativa o 
indicativo das transformações sociais da inserção do surdo na universidade, registrando as transições 
sociais ocorridas e diferentes análises sobre o mesmo tema para apresentar um posicionamento. 
(MIRIN apud SPINK 2013) 
Na produção de sentidos por meio da entrevista, por exemplo, é o dialogismo entre 
pesquisador-entrevistado que norteará esta produção. O pesquisador, através de perguntas aponta 
caminhos para o diálogo, rompendo e re-significando da visão de mundo do entrevistado dando a ele a 
possibilidade de descrever, repensar e disponibilizar a todos sua trajetória e por fim colocar em pauta a 
questão da temática da pesquisa (Spink & Medrado, 2000). 
Para uma melhor organização, após a transcrição dos materiais coletados por meio de 
entrevistas, serão utilizadas categorias de analise. Dessa maneira, as categorias impressas nas práticas 
discursivas configuram-se como estratégias linguísticas a fim de trazer outra visão para a discussão 
classificando e explicando as linguagens obtidas (verbal, escrita e gestual), sendo produtos das falas 
obtidas vinculadas ao contexto e a cultura em que se produziu, tendo o sentido empregado no início e 
fim do estudo. (SPINK 2013). 
A transcrição do material coletado envolverá a descrição de expressões verbais e não verbais, 
examinando, além da fala, todos os enunciados, pois não só a palavra traz significados, mas também a 
linguagem corporal apresentam preciosas informações. 
Para organizar a análise Spink propõe algumas técnicas dando maior visibilidade ao processo 
de interpretação. Algumas dessas estratégias que farão parte desta pesquisas são: 
 
Mapas 
É um instrumento de visualização da entrevista que tem a função de sistematizar o processo de 
analise das práticas discursivas buscando aspectos formais da construção que subsidiara interpretação 
para a produção do sentido auxiliando nos sucessivos processos de analise. 
 
Arvores de associação 
São empregadas para visualizar o fluxo das associações de idéias introduzidas por cada 
pergunta e resposta encerrando com uma síntese do pesquisador e afirmações conclusivas do 
entrevistado. Dessa forma, fica possível compreender a produção de sentidos presentes na história de 
cada pessoa quando o processo dialógico se faz presente no processo de entrevista. 
 
Linhas Narrativas 
É um recurso analítico que surge para esquematizar os conteúdos das histórias utilizadas sempre que a 
narrativa aparecer. 
 
Apoiados nos estudos de Bernardes (2010) neste percurso, pode-se acrescentar que o papel do 
pesquisador será o de reconhecer que conhecimento não é a representação simples, passiva e inerte da 
realidade, mas um processo histórico dialético, intricado, regido por leis universais. 
 
Estudar algo historicamente significa estudá-lo em movimento. Esta é a exigência 
fundamental do método dialético. Quando numa investigação se abarca o processo de 
desenvolvimento de algum fenômeno em todas as suas fases e mudanças, desde que 
surge até que desapareça, isso implica manifestar sua natureza, conhecer sua essência, 
já que somente em movimento demonstra o corpo que existe. Assim, pois a 
investigação histórica da conduta não é algo que complementa ou ajuda o estudo 
teórico, mas consiste seu fundamento. (VYGOTSKY, 2000/1934, p. 67-68) 
 
Nesta via, o pesquisador se configura como parte integrante da investigação, não somente 
analisando o fenômeno de fora, mas participando ativamente de sua construção para compreender suas 
instâncias históricas e culturais. Assim a constituição dessa pesquisa se realizará numa situação de 
produção de linguagem interativa entre pesquisador e pesquisado na compreensão mútua dialogada 
entre os sujeitos, caracterizado pelos confrontos, concordâncias, discordâncias que levam os sujeitos a 
pensar e repensar, para que ao final do processo, ambos saiam modificados. (FREITAS; RAMOS, 
2010). 
 
ATIVIDADES E CRONOGRAMAS 
2015 2016 
Atividades 1º. 
SEMESTRE 
2º 
SEMESTRE 
1º 
SEMESTRE 
2º 
SEMESTRE 
Revisão da literatura sobre a 
temática investigada X X 
Revisão dos procedimentos de 
coleta de Dados x 
Aplicação de Entrevista Piloto x 
Procedimentos de coleta de 
dados X 
Revisão e Correções 
Metodológicas x x 
Participação dos resultados 
parciais da pesquisa em eventos 
científicos 
 x X 
Versão Final da Dissertação x X 
Defesa da dissertação X 
Submissão de artigos para 
Periódicos Científico x x x 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANTUNES, I. Língua, Texto e Ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009. 
 
Bakhtin, M. (V. M. Volochínov) (1995). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec 
(Trabalho original publicado em 1929). 
 
BAKHTIN, M. Estética Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.[1979] 
 
BERNARDES, M. E. M. O Método de investigação na psicologia Histórico-Cultural e a pesquisa 
sobre o psiquismo humano. Psicologia Política. Vol. 10. Nº 20. p. 297-313. JUL. – DEZ. 2010. 
 
BITTAR, M.; OLIVEIRA, J. F.; MAROSINI, M. (Org.). Educação superior no Brasil: 10 anos pós 
LDB. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2008. 
 
BOOTH, T.; AINSCOW, M. Guia “Index for Inclusion: developinglearningandparticipation in 
schools”.Tradução: Mônica Pereira dos Santos e João Batista Esteves (LaPEADE), 2011. 
 
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova 
normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 
2013. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a 
próxima década– Brasília : UNESCO, CNE, MEC, 2012. Disponível em: 
http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002189/218964POR.pdf. Acesso em: 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira - INEP. Resumo Técnico Censo da Educação Superior – 2011. Disponível em: 
http://portal.inep.gov.br/basica-censo. Acesso em: 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm. 
 
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ANEXO A 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 Este estudo que tem como título Surdez e Acessibilidade no Ensino Superior: análise 
do Contexto Pedagógico tem a intenção de discutir as condições e suportes que são oferecidos aos 
surdos que estão matriculados no ensino superior para compreender quais as barreiras que impedem a 
formação e acesso ao conhecimento para esses estudantes. A pesquisa objetiva investigar os 
discursos dos professores sobre os suportes e apoios pedagógicos oferecidos à inclusão dos surdos, nas 
Instituições de Ensino Superior (IES). 
Assim, solicitamos sua colaboração para o preenchimento e seu consentimento para 
divulgação dos dados coletados em eventos e ou trabalhos de natureza científica. 
 Caso aceite participar informamos que seus direitos estão garantidos pelo Comitê 
Nacional de Ética / Resolução 196/96. Sua participação estará restrita ao momento da 
entrevista que será gravada para preservação dos dados, mas com total sigilo da sua 
identidade, cujos dados posteriormente serão analisados e poderão ser apresentados em 
congressos, eventos científicos e em publicações. 
A autorização para divulgação dos dados recolhidos na plataforma virtual é uma opção 
e no caso de não aceitar ou desistir do pedido mencionado, fica assegurado que não haverá 
qualquer prejuízo a sua participação junto à universidade. 
Caso concorde com as informações aqui descritas saiba que: 
A) Os dados serão coletados a partir do envio de um formulário online aos e-mails dos 
alunos matriculados na universidade; 
B) Os dados recolhidos serão utilizados exclusivamente para o desenvolvimento de 
pesquisas e atividades científicas tais como: divulgação dos materiais utilizados no 
curso, em periódicos e eventos, com total preservação da identidade dos 
participantes. 
 
Eu,_____________________________________________ portador do 
RG__________________ concordo em participar da referida pesquisa e declaro ter recebido 
as devidas explicações sobre a mesma. 
Informo que minha desistência poderá ocorrer em qualquer momento sem que ocorram 
quaisquer prejuízos físicos e mentais ou nos serviços prestados por esta universidade aos seus 
participantes. Declaro ainda estar ciente de que a minha participação é voluntária e que fui 
devidamente esclarecido (a) quanto aos objetivos e procedimentos desta pesquisa. 
 
Certos de poder contar com sua autorização colocamo-nos à disposição para 
esclarecimentos, por meio nataliagavaldao@gmail.com. 
 
Autorizo, 
 
Data: ____/____/___ 
 
________________________ 
(Assinatura do participante) 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
Eu_________________________________________________, portador (a) do RG 
_________________________, aceito o convite para participar do Projeto Piloto da pesquisa 
em caráter de Dissertação de Mestrado, intitulado “Surdez e Acessibilidade no Ensino 
Superior: análise do Contexto Pedagógico va”, sob a responsabilidade da acadêmica Natália 
Gavaldão, sob a orientação da Profª Drª Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins, vinculada 
ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista de Marília – 
PPGE/UNESP. 
Fui informado (a) que essa pesquisa terá como objetivo geral objetivo investigar o que 
dizem os professores sobre as barreiras de acessibilidade para acadêmicos surdos no ensino 
superior. Esse objetivo maior se estende em outros, mais específicos que são:1) identificar nos 
discursos dos professores quais são as barreiras que impedem e/ou dificultam a apropriação 
de conhecimentos curriculares de acadêmicos surdos na universidade e 2) descrever e analisar 
as práticas pedagógicas para o atendimento as demandas educacionais especiais de alunos 
surdos em sala de aula. Fui informado (a) também que tal pesquisa justifica-se pela escassez 
de estudos acerca da inclusão do surdo no ensino superior. 
Fui selecionado (a) para participar da pesquisa por ser Professor (a) numa universidade e 
tenho um aluno surdo. Fui informado (a) que minha participação deverá ser voluntária e que 
posso interrompê-la a qualquer momento anulando o presente Termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido. A minha recusa em participar não envolverá prejuízos ou comprometimentos 
em minha relação com o pesquisador ou com a instituição responsável. 
Estou ciente que minha participação enquanto Professor consiste em conceder entrevista, de 
forma individual, em local e horário por mim escolhidos e que o tema da entrevista será a 
minha opinião sobre a inclusão do surdo no Ensino Superior, concordando com a gravação 
em áudio e/ou vídeo da entrevista para uso exclusivamente acadêmico-científico. 
Fui informado (a) e estou ciente que minha participação é gratuita e não me oferecerá 
quaisquer ônus financeiros. Concordo e aceito que as informações e resultados obtidos por 
meio dessa pesquisa poderão se tornar públicos, mediante a publicação de relatórios e 
trabalhoscientíficos, desde que minha identidade não seja revelada. E, que os dados coletados 
serão tratados de forma sigilosa, assegurando o anonimato e a não identificação dos 
participantes, sendo utilizados nomes fictícios. 
 
 
Autorizo, 
 
Data: ____/____/___ 
 
________________________ 
(Assinatura do participante)

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