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Incidente de arguição de inconstitucionalidade

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Alisson Rocha 
O incidente de arguição de inconstitucionalidade já era previsto no Código de Processo 
Civil de 1973, e era chamado de “declaração de inconstitucionalidade”. No Código atual, 
está previsto nos artigos 948 a 950, que serão abordados a seguir. 
Da arguição 
Estamos tratando, nesta unidade, dos incidentes processuais de competência originária 
dos tribunais, sendo a arguição de inconstitucionalidade processada também de forma 
incidental em relação a um processo já existente. O artigo 948 do CPC prevê para os 
casos de controle difuso de constitucionalidade, em que for arguida a 
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator do processo 
no tribunal deve submeter a questão à turma ou à câmara competente para o 
conhecimento do processo. Isso acontecerá depois de ouvidos o Ministério Público e as 
partes. 
 Acerca do controle de constitucionalidade é importante ressaltar que o ordenamento 
jurídico pátrio prevê a existência de duas modalidades de controle dos atos normativos 
infraconstitucionais, quais sejam: 
 
 
Quadro 1 - Controles de constitucionalidade Fonte: Elaborado (2020). 
 
Conforme visto no tópico anterior, em razão da Súmula Vinculante nº. 10 e da norma 
inserta no art. 97 da Constituição da República de 1988, a declaração de 
inconstitucionalidade de norma de forma incidental, por tribunal, deve obedecer a 
chamada cláusula de reserva de plenário. 
Como leciona Neves (2016), se tratando de controle difuso de constitucionalidade em 
primeira instância: 
 
não há qualquer especialidade procedimental para a declaração incidental de 
inconstitucionalidade, resolvendo-se em sentença como questão prejudicial. Essa 
decisão tem efeito apenas endoprocessual, e mesmo sendo solução de questão 
prejudicial não produz coisa julgada material, em razão do previsto no art. 503, §1º, III, 
do Novo CPC (NEVES, 2016, p. 1542). 
 
 
Ao contrário dos incidentes anteriormente estudados, verifica-se que o CPC não dispõe 
expressamente sobre quem são as pessoas legitimadas a suscitar o incidente de 
arguição de inconstitucionalidade entendendo-se, assim, pela possibilidade de que 
qualquer das partes e terceiros interessados possa arguir, bem como Ministério Público 
e Defensoria Pública (nos processos em que participem) e também os juízes atuantes no 
feito. Quanto ao momento em que a arguição deve ser suscitada, ensina Neves (2016) 
que as partes podem até mesmo em sustentação oral suscitarem o incidente, sendo 
importante que a arguição seja feita antes do julgamento do processo no tribunal. 
Inexiste, assim, preclusão temporal para a suscitação deste incidente processual. Nos 
termos do art. 949 do CPC, se a arguição de inconstitucionalidade for rejeitada, o 
processo prosseguirá em seu julgamento normal. Importante destacar o parágrafo único 
deste artigo, que contém algumas hipóteses de inadmissibilidade: 
 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao 
órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento 
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
 
Note-se que, nesse caso, o órgão fracionário do tribunal terá legitimidade para 
declarar que determinada norma é constitucional, com amparo em pronunciamento 
anterior de órgãos e/ou tribunais superiores sobre a questão. Nesse caso, inadmitir-se-
á o incidente de arguição de inconstitucionalidade. O que o órgão fracionário do 
tribunal não pode é declarar a inconstitucionalidade da norma de plano, pois assim 
estaria violando a já citada cláusula de reserva de plenário.

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