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Sistema de Governo- Thiago Varella

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Sistema de Governo
Parlamentarismo
O parlamentarismo pode existir em qualquer forma de Estado. Pode existir o parlamentarismo republicano (como em Portugal e na França) ou o parlamentarismo monárquico (como na Espanha e na Inglaterra). Estretanto, a forma de governo monárquica exige o parlamentarismo. No plebiscito de 93, foi determinado que as cédulas que estivessem marcadas como monarquia e presidencialismo seriam consideradas votos nulos.
O chefe de Estado representa o Estado na comunidade internacional. O chefe de governo, por sua vez, tem como função organizar o governo. No parlamentarismo, essas funções não se misturam. No parlamentarismo republicano, o chefe de estado é o presidente e o chefe de governo é o primeiro ministro. No parlamentarismo monárquico, o chefe de estado é o rei.
A ideia do parlamentarismo é que o governo tenha constantemente o apoio do parlamento. O primeiro ministro é eleito pelo partido que tenha a maior parte dos membros do parlamento e o parlamento é eleito pelo povo. Além disso, os mandatos do parlamentarismo não são estáticos e podem ser abreviados, dependendo do parlamento. No parlamentarismo, pode haver a dissolução do parlamento e convocação de novas eleições sem que isso implique em um golpe de Estado.
No modelo inglês, podemos ver dois partidos que “contam”: os trabalhistas e os conservadores. No bipartidarismo na prática, é certo que um deles terá mais de 50% das cadeiras. O partido vencedor estruturará todo o governo inglês. O primeiro ministro, em tese, é escolhido pela rainha dentre qualquer um dos deputados eleitos do partido vencedor. Porém, na prática, o primeiro ministro será sempre o presidente do partido. Vemos, portanto, que esse modelo é muito estável. Enquanto o partido trabalhista ganhar, o presidente do partido continuará no poder. A duração do mandato do Tony Blair e da Margaret Thacher é explicado por isso.
O sistema italiano, por sua vez, é pluripartidário. Como é muito difícil se eleger com uma maioria superior a 50%, há o registro de coligações. O primeiro ministro será definido após o resultado das eleições pela coligação vencedora. Como há essa instabilidade derivada do sistema de coligações, é mais provável que o gabinete caia. Um partido pode mudar de coligação e esta deixará de ter a maioria das cadeiras. 
Por isso existe o instrumento do voto de confiança. Havendo uma mudança na correlação de forças do parlamento, o primeiro ministro pode pedir um voto de confiança do parlamento e se mantém mesmo em casos de perda de sustentação pelo parlamento. O voto de desconfiança acontece quando o parlamento quer tirar aquele primeiro ministro do governo. Se o povo apoioar o atual governo, o chefe de governo pode recorrer ao chefe de estado. Este decidirá pela dissolução do parlamento e convocação de novas eleições. Nessas novas eleições, o povo decidirá pela manutenção do governo ou não.
A queda do gabinete, diferentemente da dissolução do parlamento, ocorre quando o governo não tem apoio da maioria parlamentar. A dissolução do parlamento ocorre quando o primeiro ministro, sentindo que não tem mais base parlamentar, pede a antecipação das eleições contando que seu partido voltará com mais força. Com isso, será eleito um novo parlamento e o governo pode se renovar ou se manter no mesmo governo.
Presidencialismo
Modelo francês de parlamentarismo: é o único modelo que adota o semi-presidencialismo ou o semi-parlamentarismo. O mandato de presidente é longo e nem sempre coincide com as eleições para Assembleia Nacional, ou seja, o presidente fica mais tempo no cargo do que o Poder Legislativo. 
Quando o partido do presidente da república vence as eleições parlamentares, o presidente tem apoio do parlamento e escolhe alguém do seu partido para ser primeiro ministro. Como o presidente tem a maioria do parlamento, o presidente será politicamente forte, enquanto que o primeiro ministro vai perder força para governar. Assim, o modelo se aproxima do presidencialismo.
Supondo que a oposição vença as eleições parlamentares, o partido vencedor nomeará seu primeiro ministro, que terá força para governar. O presidente perde força, exercendo apenas as funções de chefe de Estado e se afastando das decisões fundamentais. O modelo se aproximará do parlamentarismo.
Em tese, sempre haverá um chefe de Estado (presidente) e um chefe de governo (primeiro ministro), mas na prática não funciona assim. Quando o partido vencedor é o do presidente, este exercerá as funções de chefe de estado e chefe de governo.
Presidencialismo
O presidencialismo tem como característica a unidade entre chefe de Estado e chefe de governo. O presidente da república exerce a chefia do poder executivo e em diversas situações, como em casos de intervenção federal, a decisão final é do dele. Como na decretação de estado de defesa ou de estado de sítio, o presidente é obrigado a ouvir uma série de órgãos, mas a decisão final é sempre dele.
Os mandatos presidenciais são sempre fixos, não podendo haver antecipação das eleições. No caso do impeachment do Collor, o mandato foi encurtado porque o Senado julgou o presidente culpado em um crime de responsabilidade. Os crimes comuns são julgados pelo STF, mas têm que estar relacionados ao exercício do mandato. Além disso, ele não está sujeito a qualquer tipo de prisão, a menos que a sentença tenha transitado em julgado.
Mesmo nesses casos em que o presidente pode ser processado, a denúncia deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados por 2/3 dos seus membros. Aprovada a denúncia, o presidente fica suspenso por, no máximo, 180 dias enquanto o processo corre. Para que o presidente seja afastado do cargo, o Senado tem que condená-lo por 2/3 dos seus membros e o STF, por maioria absoluta. Condenado, o presidente estará sujeito a duas penas: perda do cargo e inelegibilidade.
Os Ministros de Estado são cargos de confiança do Presidente da República. São auxiliares do presidente e, em tese, este tem poder para livremente nomeá-los e exonerá-los. No Brasil, atualmente, há ministros nomeados pelo PT, pelo PMDB ou pela Dilma. Essa é a manifestação da ideia de presidencialismo de coalisão. Entende-se que é muito difícil para o presidente governar sem o apoio parlamentar. Assim, os partidos da base aliada podem eleger ministros de Estado, por mais que sejam cargos de confiança.
História Constitucional brasileira
O Brasil, quando colônia portuguesa, estava submetido às ordens da Corte portuguesa. As legislações aplicadas ao Brasil era, portanto, as legislações portuguesas. Em 1822, D. Pedro I declara a independência do Brasil, surgindo a necessidade de criar uma legislação própria. Porém, era inevitável que essa nova legislação tivesse uma influência da legislação lusa.
Em 1823, os trabalhos de uma Assembleia Nacional Constituinte são iniciados, mas o texto não agrada o imperador e a tensão chega a tal nível que D. Pedro I dissolve a ANC. O imperador decide tomar a frente da criação da Constituição, fazendo um texto constitucional muito mais liberal e democrático do que o de 1823. Além disso, é a primeira Constituição do mundo que tem os três elementos reunidos em um só texto desde o seu princípio: garantia dos direitos fundamentais, limitação do poder político e organização do Estado.
A Constituição de 1824 apresenta um modelo com quatro poderes: executivo, legislativo, judiciário e moderador. A forma de governo era a monarquia e o sistema era o parlamentarismo. A Constituição era extremamente estável até o dia 13 de maio de 1888, quando foi proclamada a Lei Áurea. A economia brasileira era agrária e os senhores de engenho perdem a mão-de-obra escrava, levando à diminuição da força do Estado imperial.
Com isso, no dia 15 de novembro de 1889, foi proclamada a república. Era necessário fazer uma revisão da Constituição Imperial. Na Constituição de 1891, a forma de governo e de estado eram a república e a federação, respectivamente. Porém, a federação não era uma federação de fato, apenas na teoria.
Depois de Deodoro e Floriano, se instalaa política do café com leite. O presidente se revezava entre um político de MG e de SP. A política eleitoral era extremamente viciada, então não havia qualquer risco de que o candidato eleito não fosse o mesmo indicado pelo Estado da vez.
Nessa época, surgiu um movimento tenentista no Brasil. Os filhos das classes média e alta iam estudar fora do país e, quando voltavam, seguiam a carreira militar. Não havia espaço para uma classe média industrial ou política. O movimento tenentista ganha força e faz a Revolução de 30. Uma das bandeiras da revolução era a reformulação da Constituição inclusive porque, segundo a Constituição de 1891, o presidente da república era Julio Prestes.
Getúlio Vargas toma posse do poder executivo e os anos se passam sem que seja feita uma nova constituição. Assim, em 1932, ocorre a Revolução Constitucionalista de 1932. Por mais que derrotada no campo bélico, a revolução é vitoriosa no campo político. Percebe-se que é impossível manter o governo sem uma constituição e, em 1934, surge um novo texto constitucional.
Porém, em 1937, Getúlio Vargas dá um golpe de Estado em si mesmo, surgindo o Estado Novo. Como a Constituição de 1934 era extremamente liberal e democrática, é necessário que se outorgue uma nova constituição. Em 1937, surge uma nova Constituição que estabelecia um Estado extremamente centralizado, pouco democrático e no qual a separação dos poderes era muito precária. O STF poderia declarar uma lei inconstitucional, mas, caso o Congresso cosiderasse que a lei era de “extrema importância nacional”, poderia vetar a decisão do Tribunal. O problema era que o Congresso vivia fechado e quem exercia essas funções era o presidente da república.

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