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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL LABORATÓRIO DE FÍSICA I - FIS0821 - T01 RELATÓRIO APLICAÇÃO DA SEGUNDA LEI DE NEWTON DISCENTE: ÉRICA JESUS PANTRIGO DOCENTE: MARCO ANTONIO MORALES TORRES NATAL - RN 2021 1. INTRODUÇÃO A atividade 07 foi realizada durante os dias 16/04/2021 a 23/04/2021 e desenvolvida com base no experimento realizado pelo professor e nos dados por ele obtidos e repassados. O aqui demonstrado consiste nos entendimentos sobre a Segunda Lei de Newton e suas aplicações e posterior comparação entre diferentes modelos deduzidos, além do desenvolvimento e análise de gráficos. 2. OBJETIVOS A presente atividade, como já dito, estuda experimentalmente a aplicação da Segunda Lei de Newton para um caso particular. Outrossim, visa trabalhar uma situação real (com a presença de atrito) e considerar o modelo físico apropriado, tudo atrelado ao desenvolvimento de procedimentos de análise de dados experimentais. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais: • Canhão de ar (compressor); • Cavaleiro de massa M = 190g; • Trilho de ar; • Digitalizador Phywe (Cobra 3); • Corpos de massa 10g cada; • Porta-peso (10g); • Sensor com polia dentada; • Fios diversos, cabos, barbante e computador. Procedimento experimental: O experimento se inicia com o canhão de ar sendo ligado. Em seguida, colocamos o porta-peso de modo que, ao soltá-lo, ele cairá e puxará o cavaleiro através do barbante, o qual, por sua vez, girará a polia. Este deslocamento da polia será registrado pela interface Cobra. 4. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO Diante do processo descrito, podemos começar as análises para diferentes modelos sobre cada ponto. Primeiramente, consideraremos o atrito entre o cavaleiro e o trilho como sendo zero. Imagem 1. Representação do primeiro esquema. Produzida pelo autor. Com isso, as forças resultantes serão, para cada massa (M, m) e para cada eixo (x, y): • Massa do cavaleiro (M): 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑦: ∑ 𝐹𝑦 = 𝑀𝑔 − 𝑁 𝑦 Uma vez que, para o cavaleiro, a aceleração na vertical é zero: 𝑀𝑔 − 𝑁 = 0, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜, 𝑁 = 𝑀𝑔 (𝟏) 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑥: ∑ 𝐹𝑥 = 𝑇 = 𝑀𝑎 𝑥 (𝟐) • Massa do corpo (m): 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑦: ∑ 𝐹𝑦 𝑦 = 𝑚𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝑎 (𝟑) Resolvendo para a tração e explicitando a massa: 𝑇 = 𝑚(𝑔 − 𝑎) (𝟒). Podemos notar, ainda, que o corpo m não possui forças no eixo x. Após a observação de todos os parâmetros para o primeiro modelo, partimos para o segundo modelo físico, baseado na consideração de que existe atrito entre o cavaleiro e o trilho. M T Mg m mg T a a Trilho com superfície horizontal sem atrito N Imagem 2. Representação do segundo esquema. Produzida pelo autor. Agora, podemos notar que há uma força dissipativa que se opõe à força de tração. Essa equivale a 𝐹𝑎𝑡 = 𝜇𝑐𝑁, sendo 𝜇𝑐 o coeficiente de atrito cinético e N a força normal. Novamente analisando as forças que agem sobre cada corpo em cada eixo: • Massa do cavaleiro (M): 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑦: ∑ 𝐹𝑦 = 𝑀𝑔 − 𝑁 𝑦 Tendo que a aceleração na vertical é zero, igualmente à primeira dedução: 𝑁 = 𝑀𝑔 (𝟏) 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑥: ∑ 𝐹𝑥 = 𝑇 − 𝜇𝑐𝑁 = 𝑀𝑎 (𝟓) 𝑥 Substituindo a expressão encontrada para a força normal na equação do eixo x, temos que: 𝑇 − 𝜇𝑐𝑀𝑔 = 𝑀𝑎 (𝟔) • Massa do corpo (m): Permanece a mesma já deduzida para o primeiro modelo. 𝑇 = 𝑚(𝑔 − 𝑎) (𝟒) Subtraindo a Equação 4 da Equação 6, podemos encontrar uma expressão para o atrito cinético, então: 𝜇𝑐𝑀𝑔 = 𝑚(𝑔 − 𝑎) − 𝑀𝑎 N M T Mg m mg T a a Trilho com superfície horizontal com atrito Fat 𝜇𝑐 = 𝑚𝑔 − 𝑎(𝑚 + 𝑀) 𝑀𝑔 (𝟔) Com tudo estabelecido, partimos para os resultados. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente, foi feito um gráfico do deslocamento em função do tempo, a partir dos dados apresentados. Além disso, foi inserida a linha de tendência polinomial de segundo grau e a equação correspondente, de modo que: Gráfico 1. Q1. R: A partir do gráfico e utilizando a fórmula de função horária da posição no Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV), podemos encontrar a aceleração do objeto de massa “m” e do cavaleiro de massa “M”. 𝑦 = 𝑦0 + 𝑉0𝑡 + 𝑎𝑡2 2 Essa pode ser considerada como: 𝑦 = 𝐴 + 𝐵𝑡 + 𝐶𝑡2 Com isso, equivalendo à equação encontrada no gráfico, temos que: 𝐶 = 0,0133 = 𝑎 2 Portanto: 𝑎 = 0,0266 𝑚/𝑠2 Desse modo, notamos que as acelerações de ambos os objetos são iguais, uma vez que o sistema trabalha em conjunto, pois estão ligados por um fio. Q2. R: Respondido acima. Q3. R: Tendo em vista as fórmulas deduzidas anteriormente para as forças nos eixos correspondentes e que 𝑚 = 0,0200𝑘𝑔 𝑒 𝑀 = 0,190𝑘𝑔 podemos calcular as forças resultantes. Para o cavaleiro (M) no modelo sem atrito: 𝐹 = 𝐹𝑥𝑖̂ + 𝐹𝑦𝐽 𝐹1 = 5,05 × 10 −3 𝑖̂ + 0 𝐽 𝐹1 = 5,05 × 10 −3𝑖 ̂ Para o objeto (m) no modelo sem atrito: 𝐹 = 𝐹𝑥𝑖̂ + 𝐹𝑦𝐽 𝐹2 = 0𝑖̂ + 5,32 × 10 −4𝐽 𝐹2 = 5,32 × 10 −4𝐽 Para o cavaleiro (M) no modelo com atrito: 𝐹 = 𝐹𝑥𝑖̂ + 𝐹𝑦𝐽 𝐹3 = 5,05 × 10 −3 𝑖̂ + 0 𝐽 𝐹3 = 5,05 × 10 −3𝑖̂ Para o objeto (m) no modelo com atrito: 𝐹 = 𝐹𝑥𝑖̂ + 𝐹𝑦𝐽 𝐹4 = 0𝑖̂ + 5,32 × 10 −4𝐽 𝐹4 = 5,32 × 10 −4𝐽 Somos capazes de notar que as forças resultantes são constantes, levando em conta que em ambos os modelos elas estão diretamente relacionadas com o produto da massa pela aceleração correspondentes. Q4. R: Como vimos, a partir do gráfico e da resolução da aceleração, a função é 𝑠(𝑡) = 0,0133𝑡2 + 0,054𝑡 − 0,0202. Q5. R: Em um sistema sem atrito a tração do cavaleiro (M) é: 𝑇 = 𝑀𝑎 𝑇 = 0,190 × 0,0266 = 5,05 × 10−3𝑁 Em um sistema sem atrito a tração do objeto (m) é: 𝑇 = 𝑚(𝑔 − 𝑎) 𝑇 = 0,020(9,80 − 0,0266) = 1,95 × 10−1𝑁 Percebemos que os valores são largamente diferentes, isso pode ter sido causado pelo atrito no eixo, o que nos leva a constatar que o modelo sem atrito não é o adequado para representar nosso sistema real. Q6. R: O coeficiente de atrito cinético pode ser tido como: 𝜇𝑐 = 𝑚𝑔 − 𝑎(𝑚 + 𝑀) 𝑀𝑔 = 0,020 × 9,8 − 0,0266(0,020 + 0,190) 0,190 × 9,8 = 0,10 Q7. R: Os resultados encontrados são coerentes, uma vez que, tendo um sistema real, há forças dissipativas que atuam sobre ele e, portanto, somente um modelo que leva em consideração a força de atrito poderia descrever, adequadamente, os dados. Além disso, conseguimos observar com propriedade como funciona a Segunda Lei de Newton (𝐹𝑟𝑒𝑠 = 𝑚𝑎). 6. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos para esta atividade conseguimos cumprir com os objetivos propostos. Fomos capazes de analisar os diferentes modelos e os seus desdobramentos e, por meio do gráfico, que demonstrava os dados experimentais, atribuir as diferenças e semelhanças entre eles e escolher o que melhor representava nosso sistema. Conjuntamente, trabalhamos a força resultante e seus parâmetros. Diante de todos esses fatores, pudemos atribuir valores e explicações claras e coerentes. REFERÊNCIAS 1. Atividade 07 – Aplicação da Segunda Lei de Newton. Disponibilizado pelo professor Marco Antonio Morales Torres. 2. Fundamentos da Física 1 - 8 a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2009.
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