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VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVIL DE SOROCABA CONTESTAÇÃO Em Face de JOAO com fundamento no artigo , 355 do Código de Processo Civil, e 30 e seguintes da Lei nº 9.099/95, dinamica dos fatos A Autora deturpou a realidade dos fatos. Em consonância com art 341 do cpc ,verdade inexiste qualquer promessa de pagamento do sinistro ocorrido por parte do ora Réu. Ao revés disso, o mesmo se negou a pagar as avarias no veículo da Autora. Melhor analisando as circunstâncias do acidente, compreendeu que, na realidade, a culpa recaía sobre a Promovente que, inadvertidamente, procedeu com manobra contrária à diretriz fixada pelo Código de Trânsito. Assim, a Autora agindo com imperícia operou o veículo com frenagem brusca e de inopino, o que veio a ocasionar a colisão em espécie. Colisão pela traseira PRESUNÇÃO RELATIVA (DE CULPA) parte da doutrina e jurisprudência registra que, no tocante a acidentes de trânsito, existe a presunção de culpa àquele que colide na traseira do veículo a sua frente. Defende-se que quem trafega atrás é culpado pelo sinistro, pois é dever guardar distância razoável e segura do veículo que segue a sua frente, do art. 29 do Código de Trânsito Brasileiro DO NEXO CAUSAL. CONDUTA EXCLUSIVA CULPOSA DA AUTORA ; não há culpa a ser atribuída ao Réu. Esse não poderia prever a repentina parada do veículo da Autora no meio da via. o próprio Código de Trânsito Brasileiro estabelece que é vedada a frenagem brusca, quando assim disciplina: CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO Art. 42 – Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de segurança. Arnaldo Rizzardo Muitos acidentes decorrem da frenagem brusca e repentina do veículo que trafega à frente, a qual, por ser totalmente impressiva, não dá temo e condições para que o motorista que vem atrás para o veículo, ou desviar para evitar o choque. ( . . . ) Na colisão por trás, embora a presunção de culpa seja aquela que bate, pois deve sempre manter certa distância de segurança (art. 29, II), sabe que esse princípio é relativo, afastando-se a culpa se demonstrado que o veículo da frente agiu de forma imprudente e com manobra desnecessária, situação comum da freada repentina (como já referido no item 5.2.) Isso ocorre pelo fato de que ,parando o motorista o veículo repentinamente ,ou de inopino,não pode pretender se beneficiar da presunção de culpa daquele que o abalroou por trás ... as seguintes notas de jurisprudência: DIREITO CIVIL. SEGURADORA. AÇÃO REGRESSIVA. PRAZO PRESCRICIONAL. CITAÇÃO. DEMORA. SERVIÇOS JUDICIÁRIOS. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO NA TRASEIRA DE VEÍCULO QUE TRAFEGA À FRENTE. FRENAGEM BRUSCA. CULPA CONCORRENTE. INDENIZAÇÃO ATENUADA. I. Prescreve em três anos, a contar do pagamento da indenização securitária, a ação de regresso da seguradora contra o autor do dano. II. Postergação da citação imputável exclusivamente aos serviços judiciários não prejudica a parte que p ropôs a demanda dentro do prazo prescricional. III. Há culpa concorrente quando o acidente decorre da conduta culposa dos motoristas de ambos os veículos envolvidos. Evidenciada a concorrência de culpas, é de rigor a divisão do encargo indenizatório de acordo com a gravidade das condutas culposas. V. Recurso conhecido e parcialmente provido [ ... ] ACIDENTE DE TRÂNSITO. VEÍCULOS QUE TRAFEGAVAM NA MESMA VIA. https://www.peticoesonline.com.br/modelo-recurso-inominado-juizado-especial-novo-cpc-pn1043 Colisão traseira em semáforo, com imputações de culpa recíproca, por frenagem brusca da ré à frente e colisão traseira do autor. Versões conflitantes e ausência de provas de responsabilidade exclusiva de uma das partes. Concorrência de culpas. Ponto de colisão sobre a faixa de pedestres (fotos fls. 9/13 e 44/45), que indicam mudança de sinal e inicio de travessia interrompida. Sentença mantida pelos próprios fundamentos. RECURSO DESPROVIDOS. Sérgio Cavalieri Filho, citado pelo doutrinador Pablo Stolze Gagliano, em sua obra "Novo Curso de Direito Civil": O dano é, sem dúvida, o grande vilão da responsabilidade civil. Não haveria que se falar em indenização, nem em ressarcimento, se não houvesse o dano. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade sem dano... Vale ressaltar as lições de Sílvio de Salvo Venosa: O conceito de nexo causal, nexo etiológico ou relação de causalidade deriva das leis naturais. É o liame que une a conduta do agente ao dano. É por meio do exame da relação causal que se conclui quem foi o causador do dano. Trata-se de elemento indispensável. A responsabilidade objetiva dispensa a culpa, mas nunca dispensará o nexo causal. Se a vítima, que experimentou um dano, não identificar o nexo causal que leva o ato danoso ao responsável, não há como ser ressarcida. Nem sempre é fácil, no caso concreto, estabelecer a relação de causa e efeito. Orlando Gomes: 54. Nexo causal. Para o ato ilícito ser fonte da obrigação de indenizar é preciso uma relação de causa e efeito entre o ato (fato) e o dano. A essa relação chama-se de nexo causal. Se o dever de indenizar o prejuízo causado é a sanção imposta pela lei a quem comete ato ilícito, necessário se torna eu o dano seja consequência da conduta de quem o produziu. ( . . . ) Indispensável é a conexão causal. Se o dano provém de outra circunstância, ainda que pela atitude culposa do agente tivesse de ocorrer, este não se torna responsável, uma vez que não há relação de causa e efeito... Rui Stoco: O evento danoso pode resultar de culpa exclusiva ou concorrente da vítima. A culpa exclusiva é causa de isenção da responsabilidade, por ausência do nexo causal. Concorrendo a culpa da vítima com a do agente causador do dano, a sua responsabilidade é mitigada, segundo o critério estabelecido no art. 945 do Código Civil, ou seja, a indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade da culpa da vítima em confronto com a do autor do dano. Assim, a culpa da vítima quando contribui para a eclosão do evento, sem ser a sua causa exclusiva, influi na indenização, ensejando a repartição proporcional dos prejuízos sofridos...
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