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Psicologia social – Wikipédia  a enciclopédia livre

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no
Brasil, entre 1972 e 1983. Onde psicologia social é uma disciplina (teórica/prática) referendada em pesquisas
empíricas sobre os problemas sociais brasileiros. Os textos desenvolvidos por professores e autores escolhidos
são adotados como bibliografia básica na maioria dos cursos de Psicologia do Brasil e, também, em concursos
públicos na área da saúde e educação. Receberam o prêmio outorgado pela Sociedade Interamericana de
Psicologia (SIP), em julho de 2001.
Lane fez seguidores famosos e muito estudados na atualidade: Antonio da Costa Ciampa (precursor nos
estudos sobre identidade em perspectiva materialista histórica, cuja referência de estudos inscrevem eminentes
trabalhos de pesquisas inovadoras em diferentes àreas do conhecimento, favorecendo a amplitude da categoria
de estudo identidade enquanto elementar para discussões nas ciências humanas e da saúde de modo geral) Ana
Bock e outros (mais ligados a Vigotski), como Bader Sawaia (que descreve minuciosamente as artimanhas da
Exclusão social e o quanto é falso e hipócrita a inclusão, encarada como "maquiagem" que cala a voz do
oprimido); Wanderley Codo (que estuda grupos minoritários, sofrimentos e as questões de saúde dos
professores e professoras); Maria Elizabeth Barros de Barros e Alex Sandro C. Sant'Ana (que se associam as
idéias de Foucault, Deleuze, Guattari entre outros); Carlos Eduardo Ferraço (que se associa com Boaventura
de Sousa Santos e Michel de Certeau); Hiran Pinel (que resgata tanto o existencialismo quanto o marxismo de
Paulo Freire) etc.
O psicólogo bielorrusso Vygotsky - um fervoroso marxista sem perder a qualidade de psicólogo e educador -
foi resgatado por Alexander Luria em parceria com Jerome Bruner nos Estados Unidos, país que marcou - e
marca - a psicologia brasileira. Em 1962 é publicado nos EUA, e após a saída dos militares do governo
brasileiro, tornou-se inevitável sua publicação no Brasil.
Os psicólogos sociais sócio-históricos, produzem artigos criticando o Estado e o modo neo-liberal de produção
que tem um forte impacto na produção de subjetividades. As práticas são mais ativas e menos desenvolvidas
em consultórios, e a noção de psicopatologia mudou bastante, reconhecendo como saudáveis as táticas e
estratégias de enfrentamento da classe proletária.
Críticas à Psicologia Social
Hoje em dia, a teoria da psicologia social tem recebido inúmeras críticas. Apontamos agora as principais:
a) Baseia-se num método descritivo, ou seja, um método que se propõe a descrever aquilo que é observável,
fatual. É uma psicologia que organiza e dá nome aos processos observáveis dos encontros sociais.
b) Tem seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da sociedade norte-americana do pós-guerra,
que precisava de conhecimentos e de instrumentos que possibilitassem a intervenção na realidade, de forma a
obter resultados imediatos, com a intenção de recuperar a nação, garantindo o aumento da produtividade
econômica. Não é para menos que os temas mais desenvolvidos foram a comunicação persuasiva, a mudança
de atitudes, a dinâmica grupal etc., voltados sempre para a procura de "fórmulas de ajustamento e adequação
de comportamentos individuais ao contexto social".
c) Parte de uma noção estreita do social. Este é considerado apenas como a relação entre pessoas – a
interação pessoal -, e não como um conjunto de produções humanas capazes de, ao mesmo tempo em que vão
construindo a realidade social, construir também o indivíduo. Esta concepção será a referência para a
construção de uma nova psicologia social.
Uma nova Psicologia Social e Institucional
Com uma posição mais crítica em relação à realidade social e à contribuição da ciência para a transformação
da sociedade, vem sendo desenvolvida uma nova psicologia social, buscando a superação das limitações
apontadas anteriormente,
A psicologia social mantém-se aqui como uma área de conhecimento da psicologia, que procura aprofundar o
conhecimento da natureza social do fenômeno psíquico.
O que quer dizer isso?
A subjetividade humana, isto é, esse mundo interno que possuímos e suas expressões, são construídas nas
relações sociais, ou seja, surge do contato entre os homens e dos homens com a Natureza.
Assim, a psicologia social, como área de conhecimento, passa a estudar o psiquismo humano, objeto da
psicologia, buscando compreender como se dá a construção deste mundo interno a partir das relações sociais
vividas pelo homem. O mundo objetivo passa a ser visto, não como fator de influência para o desenvolvimento
da subjetividade, mas como fator constitutivo.
Numa concepção como essa, o comportamento deixa de ser "o objeto de estudo", para ser uma das
expressões do mundo psíquico e fonte importante de dados para compreensão da subjetividade, pois ele se
encontra no nível do empírico e pode ser observado; no entanto, essa nova psicologia social pretende ir além
do que é observável, ou seja, além do comportamento, buscando compreender o mundo invisível do homem.
Além disso, essa psicologia social abandona por completo a diferença entre comportamento em situação de
interação ou não interação. Aqui o homem é um ser social por natureza. Entende-se aqui cada indivíduo
aprende a ser um homem nas relações com os outros homens, quando se apropria da realidade criada pelas
gerações anteriores, apropriação essa que se dá pelo manuseio dos instrumentos e aprendizado da cultura
humana.
O homem como ser social, como um ser de relações sociais, está em permanente movimento. Estamos sempre
nos transformando, apesar de aparentemente nos mantermos iguais. Isso porque nosso mundo interno se
alimenta dos conteúdos que vêm do mundo externo e, como nossa relação com esse mundo externo não cessa,
estamos sempre como que fazendo a "digestão" desses alimentos e, portanto, sempre em movimento, em
processo de transformação.
Ora, se estamos em permanente movimento, não podemos ter um conjunto teórico onde os conceitos paralisam
nosso objeto de estudo. Se nos limitarmos a falar das atitudes, da percepção, dos papéis sociais e acreditarmos
que com isso compreendemos o homem, não estaremos percebendo que, ao desempenhar esse papel, ao
perceber o outro e ao desenvolver ou falar sobre sua atitude, o homem estará em movimento, Por isso, nossa
metodologia e nosso corpo teórico devem ser capazes de captar esse homem em movimento e intervir nas
políticas públicas que organizam e re-organizam a vida social aumentando ou diminuindo os efeitos da
desigualdade social e miséria do mundo.
E, superando esse conceitual da antiga psicologia social, a nova irá propor, como conceitos básicos de análise,
a atividade, a consciência e a identidade, modo de vida que são as propriedades ou características essenciais
dos homens e expressam o movimento humano. Esses conceitos e concepções foram e vêm sendo
desenvolvidos por vários autores soviéticos que produziram até a década de 1960.
Ver também
Agressão
Criminologia
Crime organizado
Escola de Chicago
Estilos de vida
Psicologia cultural-histórica
Psicologia comunitária
Antropologia da saúde
Antropologia e psicanálise
Psicologia de Grupo e a Análise do Ego
Religião
Saúde mental
Hipergamia
Interacionismo simbólico
Bibliografia
FARR, ROBERT. M. As raízes da psicologia social moderna. RJ, Vozes. 2008
FURTADO, O.; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias : uma introdução ao estudo da
psicologia. São Paulo, Saraiva, 2002.
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1995.
LANE, S. T. M e CODO, W. (orgs). Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo:
Brasiliense, 1984.
LAPLANTINE, FRANÇOIS. Aprender etnopsiquiatria. SP, Brasiliense, 1998
McDAVID, J. W. e HARARI, H. Psicologia e comportamento social. Rio de Janeiro: Interciência, 1980
PIAGET, JEAN. A psicologia. Lisboa, Livraria Bertrand, 1970
PARIGUIN, B.D. A psicologia social como ciência. RJ Zahar, 1972
RAMOS ARTHUR. Introdução à psicologia social. RJ, Casa do estudante do Brasil, 1957
RODRIGUES, A., ASSMAR, E. M. L., & JABLONSKI, B. Psicologia
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