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NUTRIÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA @larirodrigues.b 1 Abordagem Comportamentalista Nos Estados Unidos do final do século XIX, dois pontos de vista se mostravam fortes na psicologia: o funcionalismo de William James e o estruturalismo de Edward Titchener. As principais universidades de psicologia dos Estados Unidos nessa época eram Cornell e Harvard, onde ensinavam, respectivamente, Titchener e James. Apesar de as propostas de ambos serem conceitualmente diferentes, elas se aproximavam em um aspecto: consideravam a consciência como o objeto de estudo da psicologia. Tradição introspeccionista; James Mark Baldwin ; Willian James; Em 1833, Granville Stanley Hall inaugurou o primeiro laboratório de psicologia na Universidade Johns Hopkins; Em 1888, o primeiro professor desta disciplina começou a lecionar em território estadunidense (James McKeen, na Universidade da Pensilvânia); Em 1892 foi criada a American Psychological Review, um dos principais periódicos sobre psicologia do mundo, que continua sendo publicado até os dias atuais. Um dos estudiosos mais destacados da época era Edward Lee Thorndike, da Escola Funcionalista de Columbia. Ele foi um dos pioneiros na realização de experimentos controlados com descrição detalhada das atividades dos animais sem se deter na introspecção como abordagem. Por meio desses experimentos, Thorndike formula a “Lei do Efeito”. Tal proposição afirma que “das várias respostas emitidas para a mesma situação, aquelas que forem concomitantes ou acompanhadas por satisfação para o animal irão, mantidas as mesmas condições, se tornar mais firmemente conectadas a esta situação, dessa forma, quando essa ocorrer novamente, [as respostas] terão mais chance de ocorrer novamente; aquelas que são concomitantes ou acompanhadas por desconforto para o animal irão, mantidas as mesmas condições, ter as suas conexões com esta situação enfraquecida, dessa forma, quando ela ocorrer novamente, [as respostas] terão menos chances de ocorrer novamente” (Thorndike, 1911: 244). “assim como a ciência e a agricultura dependem da química e da botânica, a educação depende da psicologia e da filosofia” (Thorndike, 1910:6). Apesar de fazer uso de experimentos controlados e de trabalhar com dados empíricos, Thorndike foi criticado, posteriormente, por utilizar termos ainda mentalistas como “satisfação” e “desconforto” em suas explicações. Tais explicações, contudo, eram cada vez menos aceitas por um determinado grupo de autores que buscavam alternativas aos modelos mentalistas e introspeccionistas na psicologia. Essa busca crescente culminou no surgimento de uma nova maneira de se pensar e se trabalhar a psicologia: o BEHAVIORISMO. “O que precisamos fazer é começar a trabalhar na psicologia fazendo do comportamento, e não da consciência, o ponto objetivo do nosso ataque” (Watson, J.B., 1913). Primórdios Linha do Tempo Lei do Efeito O Manifesto Behaviorista e os Primórdios de uma Ciencia do Comportamento NUTRIÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA @larirodrigues.b 2 J. B. Watson (1878-1958): O interesse de Watson era o estudo do comportamento; Psicologia como ciência; Uso de animais nas pesquisas em Psicologia; Interesse pelo estudo do desenvolvimento infantil; Watson propôs que, ao nascer, a criança conta com apenas três reações básicas: amor, raiva e medo; Em seu livro de 1924, Behaviorism, o autor contextualiza e define o behaviorismo não como um sistema de psicologia, mas como uma aproximação metodológica aos problemas da mesma; Condicionamento respondente – influência de Ivan P. Pavlov Ele aconselha os pais a incentivarem os filhos desde cedo a superarem as pequenas dificuldades do ambiente sem a ajuda de adultos. Os pais deveriam dispensar aos filhos apenas poucas demonstrações de afeto, no sentido de controlar o comportamento da criança. Essa postura, segundo Skinner (1959), levou a que Watson se arrependesse publicamente do livro, pois “ele alertava os pais sobre a demonstração incondicional de afeto”. Watson considerava o comporamento como um campo de estudo muito novo, e que concepções como como “mente” e “consciência” ainda não haviam sido abolidas de outros campos do saber, como a filosofia, por exemplo. Dessa forma, ele classifica o behaviorismo não como um sistema de psicologia, mas como uma metodologia útil para interpretação dos problemas da mesma. Mais tarde, outro behaviorista, Skinner, denominaria o behaviorismo de Watson de “behaviorismo metodológico”. “Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas consequências de suas ações” (Skinner, B.F., 1957/1978, p.15). A presente citação, retirada do livro O comportamento verbal, de Burrhus Frederic Skinner, faz referência a um ponto central no sistema de pensamento proposto por esse autor: o comportamento operante. Ernst Mach (1838-1916), físico austríaco, defendia o abandono das explicações de causalidade mecânica utilizadas pela física newtoniana, em favor da adoção de relações funcionais entre os fatos. Influenciado por essa concepção funcional de Mach, Skinner propõe um sistema no qual as explicações dadas para o comportamento do organismo em termos de causa e efeito são substituídas por descrições de relações funcionais entre as alterações ambientais e o comportamento. Relações funcionais, no caso do comportamento, são descrições de relações (seja entre aspectos do ambiente ou entre o ambiente e o organismo) nas quais um dos eventos (ou variáveis) altera-se em função de modificações no outro. Não se trata mais de explicações substanciais ou deterministas. A partir de uma análise dos fatos relacionados, busca-se a descrição da relação através de uma função matemática. Condicionamento respondente (S - R) e condicionamente operante (Sd: R - Sr+). Utilizamos o conceito de contingência, que descreve uma relação funcional entre eventos comportamentais e ambientais descritas em termos de Se/Então. Behaviorismo Metodológico Abordagem Funcional do Comportamento: o Comportamento Operante Estímulo discriminativo/contexto Estímulo reforçador positivo NUTRIÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA @larirodrigues.b 3 Lidamos o tempo todo com a contingência tríplice: contexto, comportamento e consequência. Grande parte do comportamento seria influenciada por suas conseqüências. Um organismo, ao comportar-se, produz modificações no ambiente que, por sua vez, alteram a forma como o indivíduo se comporta. É neste sentido que, na perspectiva skinneriana, pode-se dizer que o organismo produz o meio que o determina. Chama-se variável dependente aqueles aspectos da relação sobre os quais observa-se um efeito de manipulação prévia ou alteração em outra variável – a variável independente – a ela relacionada. A Análise do Comportamento tem como variável dependente o próprio comportamento e como variáveis independentes quaisquer condições que afetem o comportamento de um organismo. (Skinner 1953/2000; Cantania 1999). Ambiente externo – dividido em físico e social. Ambiente interno – biológico e a história. Ambiente é tudo aquilo com que possa interagir e que altera o comportamento. “Designa uma classe de respostas. A característica comum a estas respostas é que elas possuem a propriedade à qual a consequência é contingente. Um operante é, portanto, uma categoria cujas instâncias concretas são respostas do organismo, ou seja, ocorrências discretas de comportamento. Essas respostas não são definidas por sua forma, mas por sua relação com a conseqüência” (de Rose, 1982: 73). É o comportamento operante que possui reforço mediacional. Segundo Catania(1999: 392), comportamento verbal “é qualquer comportamento que envolva palavras, independente da modalidade (falada, escrita, gestual); que é adquirido e mantido pelas práticas de reforçamento de uma comunidade verbal, isto é, uma comunidade de falantes e ouvintes”. Linguagem, segundo o mesmo autor, seriam as práticas de reforçamento partilhadas pelos membros de uma comunidade verbal, levando-se em conta as “consistências de vocabulário e de gramática” (p. 409; 1999). “Uma pessoa [...] é um LÓCUS, um ponto no qual muitas condições genéticas e ambientais se agrupam em um efeito conjunto. Como tal, ela permanece inquestionavelmente única. Ninguém (a menos que ela tenha um gêmeo idêntico) tem seu dote genético e, sem exceção, ninguém tem sua história pessoal” (Skinner, B. F., 1974, p.168). O termo “reforçamento” designa a operação comportamental de consequenciação às respostas emitidas por um organismo e que tem, como resultado, um aumento da frequência de respostas da mesma classe. Diz-se que respostas, e não os organismos que as emitem, são reforçadas, uma vez que é sobre elas que a operação em questão é realizada. Contingências de reforçamento são as condições nas quais uma resposta produz uma consequência. (Catania, 1999, p.394). Skinner define, dessa forma, três níveis de atuação das contingências: o filogenético, o ontogenético e o cultural. O comportamento humano é fruto da ação integrada e inseparável destes três níveis. O primeiro refere-se à seleção de comportamentos característicos da espécie ao longo do processo evolutivo da mesma. O segundo diz respeito à história de reforçamento, ou seja, é relativo aos comportamentos selecionados ao longo da vida de um indivíduo, considerando-se a interação deste com seu ambiente. Operante Comportamento Verbal Reforçamento e Contingência NUTRIÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA @larirodrigues.b 4 O terceiro, o nível cultural, é relativo aos comportamentos selecionados pela interação do organismo humano com seu ambiente social específico, caracterizado por determinadas práticas sociais (Skinner, 1981). Regras são descrições de contingências de reforçamento, isto é, são enunciados acerca de condições nas quais determinadas respostas produzem consequências. Neste sentido, num esporte como, por exemplo, o futebol, há uma regra que especifica que se o jogador de um time deixar que a bola ultrapasse a linha de de marcação do campo, a posse de bola passa a ser do time adversário. Modelagem e modelação – dois tipos de aprendizagem. 1961 a 1971 – período de recepção personalista, primeiro contato efetivo de profissionais e estudantes em uma instituição de ensino brasileira com a análise do comportamento; 1971 a 1985 – tecnicismo pedagógico, analistas do comportamento passam a se organizar em sociedades científicas e a produzir publicações dirigidas tanto à área quanto ao público em geral; 1985 a 1996 – emergência das concepções histórico críticas; A partir dos anos 1990 a Análise do Comportamento passa por um período de isolamento em seus próprios grupos e associações. Reforço - toda ação que aumenta a probabilidade de ocorrência de um comportamento. Punição - toda ação que reduz a probabilidade de ocorrência de um comportamento. Reforço positivo Reforço negativo Punição positiva Punição negativa Positivo – apresenta uma consequência. Negativo – retira a consequência. Regras Análise do Comportamento no Brasil Definição de Reforço e Punição Quatro Tipos de Condicionamento Tríplice Contingência
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