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Infecções de vias aéreas superiores IVAS

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Marina Moura Fé – M7 
 
Infecções de vias aéreas superiores (IVAS) 
INTRODUÇÃO 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
definem-se como doenças respiratórias, as 
doenças ou infecções que ocorrem no trato 
respiratório, tanto superior como inferior, nas 
quais há a obstrução da passagem do ar, tanto a 
nível nasal quanto a nível bronquiolar e pulmonar. 
Elas variam desde infecções agudas, como 
pneumonias e resfriados comuns, a infecções mais 
graves, como a tuberculose. 
As infecções respiratórias agudas estão entre as 
doenças infecciosas de maior índice de 
morbimortalidade em todo o mundo, afetando 
principalmente os mais jovens e os mais idosos. 
Essas infecções podem ser classificadas de acordo 
com sua localização em infecções das vias aéreas 
superiores e infecções das vias aéreas inferiores e 
são geralmente causadas por vírus, porém podem 
ter como agente causador outros patógenos, como 
bactérias, tendo em muitos casos apresentações de 
infecções mistas, que são as infecções que possuem 
mais de um agente causador, como bactérias e 
vírus, simultaneamente. 
As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) 
compreendem todas as infecções do trato 
respiratório acima da laringe, tendo como exemplo 
o resfriado comum, influenza, amigdalite e 
rinossinusite. Correspondendo a um dos problemas 
mais comuns encontrados em serviços de 
atendimento médico pediátricos, resultando em 
morbidade significativa em todo o mundo. 
Enquanto a população adulta desenvolve 2 a 5 
episódios no ano, as crianças em idade escolar 
desenvolvem de 7 a 10 episódios no decorrer do 
ano. 
 
 
As IVAS incidem principalmente do início do outono 
ao início da primavera. As diferenças na 
apresentação clínica são úteis não somente em 
identificar o agente causal como em melhorar a 
acurácia do diagnóstico clínico de infecções virais 
emergentes, como a pandemia de influenza e a 
síndrome respiratória aguda severa a fim de 
introduzir terapia antiviral específica e iniciar 
medidas de saúde pública na comunidade, como o 
isolamento de casos infectados. 
 
A gravidade da doença vai depender do patógeno 
causador da infecção, do meio ambiente e de 
fatores do hospedeiro. As IVAS são doenças 
facilmente encontradas em todo o mundo, 
apresentam sintomatologia autolimitada, 
geralmente com quadros leves a moderado. Porém, 
são responsáveis por uma alta frequência de 
absenteísmos em, principalmente, escolas e 
trabalho, levando em decorrência disso alto 
investimento com medicamentos, e um considerável 
impacto socioeconômico. 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
A extensão da infecção viral é modulada pela 
idade, estado fisiológico e imunológico do 
paciente. A depender desses fatores, a infecção 
pode apresentar-se assintomática ou levar o 
paciente ao óbito, sendo mais comumente 
associada com uma sintomatologia autolimitada. O 
resfriado comum ou uma gripe podem ainda 
evoluir para otite, faringoamigdalite, laringite e 
pneumonia. 
Podem ser prevenidas por meio da educação da 
comunidade e do autocuidado referente a esses 
tipos de doenças. A busca por tratamento e 
medicamentos para combater doenças como 
amigdalites e resfriado comum pode ser diminuída 
se a população for estimulada a se prevenir e 
autocuidar-se. Para isso, é imprescindível a atuação 
dos profissionais responsáveis junto às famílias, 
ensinando a prevenção, o cuidado e até mesmo 
situações de intervenções no meio-ambiente em 
que estão vivendo. 
Fluxograma – IVAS 
 
O comprometimento infeccioso das vias 
respiratórias superiores, nem sempre tem a devida 
atenção clínica. Isso se deve ao fato de que, em 
geral, os distúrbios são passageiros e não impedem 
o paciente de dar continuidade à sua rotina diária. 
A situação muda a partir do momento em que se 
observa um agravamento dos sintomas, os quais 
podem desencadear um processo sistêmico. 
 No Brasil, o padrão de sazonalidade varia entre as 
regiões, sendo mais marcado naquelas com 
estações climáticas bem definidas, ocorrendo com 
maior frequência nos meses mais frios, em locais 
de clima temperado. 
 
 
Há um aumento de casos devido à falta de 
ventilação (efeito estufa) e aglomerações, como 
casas fechadas por um tempo superior e contato 
próximo, utilização de ambiente comum, entre 
outros. É importante orientar a população as formas 
de contágio e como se prevenir principalmente 
nessa época do ano. 
MODOS DE TRANSMISSÃO 
As infecções respiratórias são doenças de alto 
contágio devido ao seu elevado potencial de 
propagação, que pode acontecer por três 
mecanismos: aerossóis de pequenas partículas, 
aerossóis de partículas grandes e contato direto. 
Marina Moura Fé – M7 
 
 
O contágio é significativo em comunidades 
fechadas e semifechadas, como domicílio, creches 
(importante na morbidade de lactentes), escolas e 
outras coletividades. A prevenção da transmissão 
de ambas as doenças deve ser feita com a 
interrupção da cadeia de transmissão onde no caso 
da precaução para gotículas o uso de máscaras 
cirúrgicas é recomendado em pacientes 
contaminados. Já na precaução para aerossol, a 
sugestão é o uso da máscara N95. 
IVAS MAIS COMUNS 
Amigdalite 
A amigdalite é a infecção aguda das amígdalas e 
embora a principal causa de seja viral, muitas vezes 
apresenta-se com um quadro de etiologia 
bacteriana. O agente etiológico mais comum é o 
estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Sua 
importância em Saúde Pública decorre não apenas 
da sua alta frequência, mas também das suas 
complicações. 
As anginas eritematosas são as mais frequentes, 
correspondendo a 90% dos casos, de origem viral 
ou bacteciana. Ao exame observa-se a mucosa 
orofaríngea arroxeada, as amígdalas edemaciadas 
e aumentadas de volume. Além das características 
inflamatórias podem estar presentes exsudato 
esbranquiçado puntiforme ou confluente, que se 
desprende facilmente da mucosa ao ser 
manipulado com o abaixador de língua. 
 
Dor à deglutição é a marca da doença e é, muitas 
vezes, referida nos ouvidos. As crianças muito jovens 
que não são capazes de queixar-se de dor de 
garganta, quase sempre se recusam a comer. Além 
de outros sintomas como: febre alta, cefaleia, mal-
estar, haliatose, voz abafada e indisposição 
gastrointestinal. 
O exame físico revela hiperemia, aumento de 
tonsilas e exsudato purulento, além de 
adenomegalia em cadeia jugulodigástrica, observada 
em 60% dos casos. No hemograma observamos 
leucocitose com desvio à esquerda. É importante o 
diagnóstico correto da amigdalite estreptocócica 
porque o seu tratamento diminui o risco de doença 
reumática e de complicações supurativas, tais como 
abscesso periamigdaliano. 
É importante lembrar que o vírus que, com mais 
frequência, causa quadro clínico difícil de distinguir 
da etiologia estreptocócica. Apesar do diagnóstico 
da amigdalite aguda bacteriana ser basicamente 
clínico, é possível a utilização de métodos 
diagnósticos para a confirmação da etiologia 
estreptocócica. A cultura de orofaringe é 
considerada o padrão ouro, mas apresenta como 
desvantagem o tempo prolongado (18 a 48 horas) 
para obtenção do resultado do exame e com isso a 
espera para a introdução da medicação adequada. 
Outros testes para detecção do estreptococo, como 
ELISA, imunoensaios ópticos ou sondas de DNA, 
apresentam a vantagem do diagnóstico rápido. 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
O paciente que apresenta dor de garganta com outros sintomas respiratórios, tais como coriza, obstrução nasal, 
disfonia, tosse, é muito provável que seja portador de amigdalite viral. 
Tratamentos de suporte incluem analgesia, hidratação e repouso. No caso da etiologia bacteriana, o 
tratamento consiste no uso de analgésicos, anti-inflamatórios, corticosteroides e antibioticoterapia. 
No Brasil, o antibiótico mais utilizado para tratamento de faringite estreptocócica é a amoxicilina, onde 7 a 10 
dias tem sidoo tempo utilizado. 
O tratamento pode ser iniciado imediatamente ou adiado até que os resultados da cultura sejam conhecidos. 
Se o tratamento é iniciado empiricamente, ele deve ser interrompido caso as culturas sejam negativas. 
Amigdalectomia têm sido com frequência considerada se amigdalite por estreptococo beta-hemolítico do grupo 
A recorrer repetidamente (> 6 episódios/ano, > 4 episódios/ano por 2 anos ou > 3 episódios/ano por 3 anos) ou 
se a infecção aguda é grave e persistente mesmo após o uso dos antibióticos.
Marina Moura Fé – M7 
 
Rinossinusite/Rinite Alérgica 
Uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas 
superiores, caracterizada por todo processo 
inflamatório da mucosa de revestimento da 
cavidade paranasal, trazendo custo financeiro 
elevado aos serviços de saúde. Sendo doença de 
alta prevalência, gera impacto direta e 
indiretamente na economia global. Trata-se de 
uma inflamação da mucosa nasal, mediada por 
anticorpos IgE, que ocorre após exposição a 
alérgenos. 
A rinossinusite ocorre geralmente após uma 
infecção das vias aéreas superiores viral, sendo a 
causa predisponente de 80% das rinossinusites 
bacterianas ou após uma inflamação alérgica, 
causa predisponente de 20% das rinossinusites 
bacterianas. Estima-se que 0,5 a 2% das IVAS 
apresentam evolução para rinossinusite 
bacteriana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A rinossinusite é classificada principalmente de 
acordo com sua duração. Desta forma, as 
classificações devem ser consideradas apenas 
como dado complementar para nortear a conduta. 
Sendo a classificação das rinossinusites, segundo 
Bailey: 
 
Rinossinusite viral é a causa mais comum de 
rinossinusite adquirida na comunidade, geralmente 
ocasionando sintomas respiratórios autolimitados. 
Com relação a rinossinusite bacteriana, os agentes 
mais comumente relacionados com rinossinusite 
bacteriana aguda adquirida na comunidade em 
adultos são: Streptococcus pneumoniae e 
Haemophilus influenzae, isolados em cerca de 75% 
dos casos. 
Em ordem de importância, os sintomas mais 
frequentes são dor, que pode ser nasal, facial ou 
ainda manifestar-se como cefaleia, febre que está 
presente em 50% dos adultos com rinossinusite 
aguda, obstrução nasal e rinorreia, onde a secreção 
é geralmente verde-amarelada, podendo ser uni ou 
bilateral e halitose, anosmia e rinorreia posterior 
com tosse. 
Em geral, a intensidade da dor é pior pela manhã, 
diminuindo ao longo do dia, aparecendo geralmente 
na região do seio acometido. A rinossinusite do seio 
etmoidal apresenta-se com dor na parte medial do 
nariz e na área retrorbitária. A rinossinusite 
esfenoidal pode se manifestar por dor no vértex, 
bitemporal, retrorbitária e pode ser irradiada para 
pescoço e ombros. Na rinossinusite maxilar aguda 
pode haver queixa de odontalgia. 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Os achados do exame físico incluem secreção 
purulenta e dor à palpação. O exame da cavidade 
nasal evidencia uma mucosa edemaciada, 
coloração pálida e a presença de secreção aquosa 
principalmente se a criança estiver em crise. 
É difícil distinguir as rinossinusites virais de 
rinossinusites bacterianas através da apresentação 
clínica. De modo geral, quanto mais prolongados 
forem os sintomas, maior a chance de se tratar de 
uma rinossinusite bacteriana. 
O padrão-ouro no diagnóstico de rinossinusite 
bacteriana aguda é a cultura de secreção do seio 
acometido por punção ou endoscopia. São 
métodos indicados em poucos casos, como os 
recorrentes, crônicos ou ainda de difícil resposta ao 
tratamento convencional. 
Em relação aso exames de imagem, de um modo 
geral, a radiografia é um exame de baixa 
sensibilidade e especificidade, não sendo 
geralmente indicada nas rinossinusites agudas ou 
crônicas. 
O valor da TC no diagnóstico da rinossinusite 
bacteriana aguda é questionável pela alta 
sensibilidade e baixa especificidade desse exame 
 
 
O tratamento preconiza tanto desobstruir o seio e 
restabelecer a drenagem quanto erradicar o agente 
etiológico. Algumas medidas que podem ser úteis na 
desobstrução do seio são hidratação adequada, 
umidificação do ambiente e evitar exposição a 
agentes que causem alergia. 
Além da lavagem nasal com solução salina, que é 
importante para todos os pacientes, que pode ser 
usada solução salina fisiológica ou hipertônica. Para 
fazer uma lavagem efetiva é necessário colocar a 
solução na mão e aspirar pela narina até a solução 
atingir a cavidade oral, uma narina de cada vez e 
repetir o procedimento várias vezes ao dia. 
Os descongestionantes podem ser tópicos ou orais, 
os tópicos devem ser usados por um curto período 
de tempo, no máximo 3 dias, por causa do efeito 
rebote e desenvolvimento de rinite medicamentosa 
com o uso crônico. 
Feito o diagnóstico de rinossinusite bacteriana 
aguda, a escolha do antibiótico deve refletir a 
prevalência de organismos produtores de B-
lactamase. Amoxicilina é adequada onde a presença 
destes microrganismos é baixa, que é o caso do 
Brasil. Se não houver melhora do quadro clínico em 
4 a 5 dias, recomenda-se o uso de outros antibióticos 
de segunda opção, como amoxicilina com 
clavulanato de potássio, cefuroxima axetil ou 
cefprozil. 
É recomendado o uso de antibióticos por 10 a 15 
dias, porém se a resposta clínica for baixa, a 
continuação da terapia por uma semana depois da 
resolução dos sintomas pode ser a melhor escolha. 
Marina Moura Fé – M7 
 
 
Resfriado comum 
O resfriado e gripe são doenças virais agudas do 
trato respiratório superior altamente 
transmissíveis, muitas vezes de difícil distinção 
entre si. O resfriado raramente é acompanhado de 
complicações sistêmicas e tem evolução 
autolimitada. A gripe, ao contrário, costuma ser 
acompanhada de complicações sistêmicas, 
podendo evoluir de maneira autolimitada, porém 
com significativa chance de apresentar agravos 
clínicos importantes em idosos e em portadores de 
doenças associadas. 
Dado o seu potencial pandêmico, a gripe pode 
ainda ser classificada nas variantes sazonal, forma 
clínica que ocorre anualmente, e pandêmica, forma 
clínica verificada em periodicidade de anos não 
previsíveis. 
 O resfriado comum é uma enfermidade benigna 
autolimitada, causada por vírus respiratório. É a 
doença aguda mais frequente em todo o mundo, 
responsável por 500 milhões de caso por ano. 
Representa cerca de 40% de ausência ao trabalho e 
à escola por ano. 
 É causado por aproximadamente 200 subtipos de 
vírus, tendo na maioria das vezes o rinovírus. 
O período de incubação costuma ser de 24 a 72 
horas e os sintomas podem variar de paciente para 
paciente, mas a rinite e a congestão nasal são os mais 
comuns. A referência de garganta “arranhando” 
costuma também ser sintoma comum na fase inicial. 
 
A dor de garganta aparece acompanhando os 
sintomas nasais até o terceiro dia. A tosse inicia 
comumente no quarto dia, ocasião em que os 
sintomas nasais diminuem. Achados de exame físico 
são pobres, apesar do intenso mal-estar referido 
pelo paciente. Em 25% dos casos os sintomas podem 
perdurar até duas semanas, durando em média 3 a 
10 dias. 
Tem como fatores de risco que aumentam a 
gravidade da doença a baixa idade, prematuridade, 
tabagismo, doença crônica, imunodeficiências e 
desnutrição. 
O diagnóstico é essencialmente clínico, a presença 
dos sintomas, associados à sazonalidade e à 
possibilidade de contato recente com portadores de 
infecção aguda viral das vias respiratórias superiores, 
costumam ser suficientes para a definição 
diagnóstica. Sendo assim, não há necessidade de 
realização de exames complementares. 
Marina Moura Fé – M7 
 
O tratamento consiste no uso de sintomáticos, 
como descrito abaixo: 
 
Gripe 
A gripe é quase sempre causada pelos vírus do 
grupo influenza, um vírus RNA da família 
Orthomyxoviridae. Existem quatro tipos de vírus 
influenza: A, B, C e D. Os vírusA e B apresentam 
maior importância clínica. Estima-se que, em 
média, o tipo A causa 75% das infecções, mas em 
algumas temporadas, ocorre predomínio do tipo B. 
A influenza é uma doença grave que causa danos à 
saúde das pessoas há muitos séculos. 
A sintomatologia é da febre é mais complexa 
comparada ao resfriado comum. Há o 
comprometimento sistêmico com febre, mialgias, 
cefaleia, prostração tornando o paciente incapaz 
para suas atividades diárias, sendo uma das 
principais características da gripe, enquanto o 
resfriado traz maior desconforto pelos sintomas 
nasais de coriza e obstrução. 
A tosse é o principal sintoma respiratório da gripe, 
geralmente acompanhada dos sintomas sistêmicos 
mencionados, os quais têm início súbito e com 
período de incubação de 1 a 4 dias, tendo o pico de 
excreção viral no segundo dia. 
Sinusite 
A sinusite bacteriana é um processo inflamatório 
que acomete a mucosa que reveste as cavidades 
dos seios paranasais. Quando, associado a este 
quadro, há inflamação da mucosa nasal, denomina-
se rinossinusite. 
 
Breve revisão de seios paranasais 
Você deve se lembrar que os seios paranasais (figura 
abaixo) são constituídos pelos seios maxilares, 
etmoidais, frontais e esfenoidais. Entre as funções 
destas cavidades estão: dar ressonância à voz, 
fornece suporte ósseo para a face e para os olhos, 
reduzir o peso do crânio e auxiliar a cavidade nasal 
na filtração, aquecimento e umidificação do ar 
respirado. 
 
Estes seios sofrem aeração progressiva conforme a 
idade. Ao nascer, a criança já possui os seios 
etmoidal e maxilar, que vão tendo sua aeração 
aumentada gradativamente ao longo do 
crescimento. Aos 5 anos, há o início da aeração do 
seio esfenoidal, e só aos 16 anos, o seio frontal se 
torna completamente aerado. Logo, o bebê não vai 
ter sinusite frontal, que é um quadro típico do 
adolescente. 
 
 
 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Etiologia 
Sinusite pode ter origem infecciosa (viral, 
bacteriana ou fúngica) ou não infecciosa 
(decorrente de mecanismos alérgicos, hormonal, 
medicamentosa, vasomotora, idiopática, entre 
outras). Mais comumente a etiologia é infecciosa e 
viral, sendo o tratamento compatível com o do 
resfriado comum: lavagem nasal com soro 
fisiológico e inalação. Porém, a sinusite que gera 
maiores repercussões clínicas é a bacteriana. 
Sinusite bacteriana 
A sinusite bacteriana, em 90% dos casos, começa 
após uma infecção de vias aéreas superiores (IVAS) 
por vírus (resfriado comum ou gripe). Esta evolução 
ocorre prioritariamente em crianças: 
 • Entre 4 e 7 anos; 
• Que frequentam creches; 
• Que possuem rinite alérgica ou sofrem tabagismo 
passivo; 
• No período do outono e do inverno (época em 
que há maior circulação de vírus). 
As bactérias mais comumente relacionadas ao 
acometimento dos seios da face são: 
• Streptococcus pneumoniae (30%); 
• Moraxella catarrhalis (20%); 
• Haemophilus influenzae não-tipá vel (20%); 
Patogênese 
Como supracitado, a sinusite bacteriana, na 
maioria das vezes, é precedida por uma infecção 
viral. Isso ocorre porque o vírus leva à disfunção 
ciliar, que predispõe ao espessamento do muco. 
Ademais, a inflamação gerada em torno do óstio 
do seio paranasal, culmina na sua obstrução e, 
consequentemente, no acúmulo de secreção 
dentro destes seios. 
 
Dessa forma, estando a função ciliar comprometida, 
o muco espesso e preso dentro do seio paranasal, 
este se torna um ambiente bastante propício para a 
proliferação bacteriana. 
 
Quadro clínico 
 A criança geralmente cursa com: 
 • Febre; 
• Obstrução nasal; 
• Rinorreia anterior ou posterior; 
• Tosse produtiva. 
Interessante... 
Rinorreia anterior se refere à coriza nasal, referida 
pelo paciente, e a rinorreia posterior é um sinal 
encontrado no exame físico, quando à oroscopia, 
percebe-se uma secreção descendo da nasofaringe 
em direção à orofaringe. A este achado dá-se o nome 
de sinal da vela. 
 
 
 
 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Resfriado comum x sinusite bacteriana 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico da sinusite bacteriana é 
essencialmente clínico! 
Não se deve solicitar radiografia de seios da face 
de rotina, porque a criança que tem um resfriado 
comum pode ter alterações na radiografia dos seios 
paranasais, sem necessariamente ter sinusite. 
A tomografia computadorizada (TC) de seios da 
face, por sua vez, só deve ser solicitada em 2 
situações: 
• Suspeita de complicações; 
• Infecção persistente ou recorrente, sem melhora 
com antibioticoterapia adequada. 
Tratamento 
O tratamento da sinusite bacteriana consiste na 
antibioticoterapia (com amoxicilina) e em medidas 
adjuvantes (lavagem nasal com soro fisiológico e 
corticoide nasal). 
Faringite 
A faringite é a inflamação da mucosa faríngea. 
Comumente, está associada à inflamação das 
tonsilas palatinas, sendo denominada 
faringotonsilite. Já quando a inflamação das 
tonsilas é isolada, denomina-se tonsilite. 
 
Etiologia 
Faringites virais 
As infecções por vírus são mais comuns e 
autolimitadas. De acordo com a época do ano, há 
prevalências diferentes dos vírus que causam as 
faringites. Dessa forma, no inverno, há predomínio 
de vírus sazonais, como: Rinovírus, Coronavírus, 
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Parainfluenza. Já 
na primavera e no verão, as infecções são, em sua 
maioria, por enterovírus. 
Faringites bacterianas 
 O principal agente bacteriano responsável por 
faringites é o Streptococcus pyogenes (também 
denominado Streptococcus ẞ-hemolítico do grupo 
A). 
Quadro clínico 
Os sinais e sintomas da faringite podem ser 
inespecíficos ou sugestivos de infecção viral ou 
infecção bacteriana. Entre os achados inespecíficos 
se encontram: 
 • Febre 
• Dor de garganta 
Os achados sugestivos de infecção viral são, no 
geral, sintomas típicos de resfriado comum 
(acometendo vias aéreas superiores), como: 
Marina Moura Fé – M7 
 
Tosse; Rinorreia; Conjuntivite; Rouquidão; Diarreia 
(enterovírus); Vesículas em orofaringe (Coxsackie 
A) 
Já os achados sugestivos de bactérias são: 
-Vômitos 
-Petéquias em palato ou manchas de Forchheimer 
 
 -Exsudato faríngeo ou tonsilar 
 
-Rash escarlatiniforme 
 
 
- Linfonodos cervicais dolorosos. 
 
 
Diagnóstico 
Devido à superposição entre sintomas sugestivos de 
vírus e de bactérias, o diagnóstico clínico é 
insuficiente. Dessa forma, mesmo com achados 
sugestivos de S. pyogenes, é necessária a cultura de 
orofaringe, que apresenta sensibilidade entre 90 e 
95%, mas seu resultado demora cerca de 3 dias. É 
interessante solicitar o antibiograma associado, 
para verificar se há resistência da bactéria a algum 
antibiótico. 
Otite 
A otite externa 
 A otite externa é bastante comum em pessoas que 
vivem em países tropicais como o Brasil, onde o 
clima úmido e quente na maior parte de seu extenso 
território, e os hábitos de imersões frequentes 
(banhos de mar, piscina e prática de esportes 
aquáticos) favorecem o aparecimento de afecções 
da pele que reveste o canal auditivo externo (CAE). 
A orelha externa é constituída pelo pavilhão 
auricular e pelo CAE, conduto esse anatomicamente 
formado, em seu terço lateral, por tecido 
cartilaginoso e, nos 2/3 mediais (próximos à 
membrana timpânica) com arcabouço ósseo. A 
porção mais estreita do CAE é a junção 
fibrocartilaginosa com a parte óssea, local mais 
comum da impactação dos corpos estranhos 
inseridos na orelha. A orelha externa e o CAE são 
revestidos em sua totalidade por pele, que 
apresenta características próprias: 
• quase inexistência de tecido celular subcutâneo, 
aderindo intimamente ao pericôndrio e periósteo, 
fato que explica a magnitude da otalgia em seus 
processos inflamatórios; 
• folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
especializadas, produtoras de cerúmen, elemento 
básico na manutenção da umidade e pH do CAE, 
indispensávelna integridade do tecido de 
revestimento. 
Marina Moura Fé – M7 
 
O CAE constitui uma estrutura de proteção e 
limpeza própria: as secreções altamente viscosas 
das glândulas sebáceas e as secreções pigmentadas 
ceruminosas do canal combinam-se às células 
superficiais esfoliadas da pele para formar um 
revestimento protetor, uma película acidificada, 
cérea, que repele a água. 
A pele do conduto auditivo externo tem seu próprio 
mecanismo de limpeza, que carreia para fora o 
cerúmen e pequenas impurezas, dispensando o uso 
de instrumentos para sua higiene. 
 A exposição frequente do canal auditivo externo à 
água, à instrumentalização ou à limpeza excessiva 
com o emprego usual de hastes flexíveis de algodão 
removem as secreções protetoras da pele do 
conduto auditivo externo, modificam o seu pH e 
alteram o principal fator de resistência às 
infecções. 
 
A otite externa é definida como o processo 
inflamatório da orelha externa, de múltipla 
etiologia. As mais comuns são as formas difusas das 
otites bacterianas das piscinas (otite do nadador ou 
otite das piscinas) e, ocasionalmente, a forma 
localizada dessas infecções, como o furúnculo do 
CAE. O mecanismo de instalação da otite externa, 
na grande maioria dos casos, envolve fatores 
intrínsecos ou extrínsecos, que predispõem o seu 
aparecimento. 
Os fatores intrínsecos são: 
 1. Variantes anatômicas do CAE: condutos estreitos 
e sinuosos que dificultam a limpeza natural, 
acarretando retenção de material seroescamoso e 
variações de umidade. 
2. Alterações de pele (descamações, dermatite 
seborreica, dermatite de contato por medicamentos 
tópicos). 
3. Presença de otorreia secundária à perfuração da 
membrana timpânica ou drenada pelos tubos de 
ventilação. 
Os fatores extrínsecos são: 
 1. Manipulação excessiva do CAE, objetivando falsa 
limpeza e lavagem da orelha. 
2. Exposição à água e umidade excessivas. 
3. Traumatismos (digitais ou por corpo estranho). 
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico da otite externa é 
baseado nos sinais e nos sintomas, e 
fundamentalmente na otoscopia. 
Sintomas 
O sintoma predominante é a dor de ouvido, 
acentuada por manipulação do pavilhão auricular e 
por pressão sobre o trago, cuja intensidade pode ser 
desproporcional ao grau de inflamação pelas 
características de fixação da pele. O prurido é um 
precursor frequente da dor e geralmente é um sinal 
característico do comprometimento crônico do 
canal. A surdez condutiva pode decorrer do edema, 
das secreções ou do espessamento crônico da pele 
do CAE. Edema, eritema e otorreia amarelo-
esverdeada são sinais proeminentes de doença 
aguda. 
Algumas vezes fica difícil a comprovação do sítio 
primário de infecção (orelha externa ou orelha 
média), em especial quando há comprometimento 
da orelha média com perfuração da membrana 
timpânica, exsudato, dor e edema no CAE. A dor, 
quando a membrana timpânica está perfurada, 
drenando secreção, não é importante, pois neste 
caso a efusão não está sob pressão. 
Marina Moura Fé – M7 
 
Outro dado diferencial é que a otite externa 
secundária à perfuração ocorre cerca de 24 a 48 
horas após o início da otorreia.O médico pode 
ainda lançar mão da otoscopia pneumática quando 
a membrana timpânica estiver íntegra: a cavidade 
da orelha média sem efusão permite uma boa 
movimentação da membrana timpânica. 
Em alguns pacientes com otite externa, o edema 
periauricular pode ser tão intenso que o pavilhão 
auricular é empurrado para a frente, numa 
condição que pode ser confundida com mastoidite 
aguda; entretanto, na mastoidite a prega 
pósauricular é obliterada, enquanto que na otite 
externa a prega é mantida. 
Etiologia 
 A microbiota normal do conduto externo consiste 
em Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium 
(difteroides), Micrococcus sp e, ocasionalmente, S. 
aureus e Streptococcus viridans. A maioria das 
otites externas é causada por bactérias 
gram negativas, mais comumente por 
Pseudomonas aeruginosa (50%-60%), Enterobacter 
aerogenes, Proteus mirabilis, Klebsiella 
pneumoniae, estreptococos (9%-15%), S. 
epidermidis e fungos como Candida e Aspergillus. 
Tratamento 
A terapêutica baseia-se na analgesia (analgésico + 
calor local) e em preparações óticas tópicas 
contendo antimicrobianos ou uma mistura 
contendo antibióticos-corticosteroides. 
Otite média 
A inflamação da orelha média é a doença de maior 
prevalência na infância depois das infecções virais 
do trato respiratório. 
 
 
 
O diagnóstico e o tratamento corretos da otite média 
são importantes, não apenas porque é uma 
enfermidade bastante comum, como também 
porque, às vezes, é sucedida por complicações 
significativas, como disseminação intracraniana da 
infecção, com meningite e inflamação aguda do 
ouvido médio, seguida por derrame local persistente 
durante um período de tempo variável. 
O último pode acarretar significativa perda de 
audição condutiva, podendo prejudicar o 
desenvolvimento da fala e da linguagem. 
A otite média aguda (OMA) é definida pelo 
aparecimento de fluido ou secreção na orelha média, 
associada a sinais ou sintomas de doença aguda local 
ou sistêmica. Diferencia-se da otite média com 
efusão (OME), definida quando houver a presença 
de fluido na orelha média com ausência de sinais ou 
sintomas de infecção aguda do ouvido, situação 
também conhecida como otite média secretora ou 
otite média serosa. 
A incidência de otite é mais alta no inverno e mais 
baixa no verão, o que, epidemiologicamente, 
coincide com a maior incidência das infecções das 
vias aéreas superiores (IVAS). 
Os microrganismos bacterianos historicamente e 
mais comumente encontrados nas OMA são o 
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae 
não capsulado (não-tipável) e a Moraxella 
catarrhalis. 
Desde a introdução das vacinas conjugadas para 
pneumococo (7-valente e, posteriormente, 10- 
valente ou 13-valente) houve uma mudança dos 
patógenos da OMA, com diminuição de casos 
causados pelo pneumococo e aumento relativo dos 
casos por hemófilos. Outra informação a ser 
mencionada é a resistência antibiótica dos 
microorganismos responsáveis pelas OMA. 
 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Classificação 
 O termo “otite média” engloba dois subtipos em 
sua classificação: a otite média aguda (OMA) e a 
otite média com efusão (OME). Essa é uma 
subclassificação prática que facilita o 
entendimento do fenômeno patológico 
subjacente. 
A otite média aguda (OMA) é definida pelo 
aparecimento de fluido ou secreção na orelha 
média, associada a sinais ou sintomas agudos de 
inflamação da orelha média. Diferencia-se da otite 
média com efusão (OME), definida quando houver 
a presença de fluido na orelha média com ausência 
de sinais ou sintomas de infecção aguda do ouvido, 
situação também conhecida como otite média 
secretora ou otite média serosa. 
 Manifestações clínicas 
As manifestações clínicas de uma OMA podem se 
confundir com as de uma IVAS; OMA quase sempre 
ocorre no contexto de uma infecção viras das vias 
aéreas superiores, entre o terceiro e sétimo dia. 
Assim, essas crianças tem rinorreia, congestão 
nasal, e, eventualmente temperatura corporal 
elevada. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico de Otite Média Aguda (OMA) é feito 
com base nas características clínicas abaixo: 
 1. Otorreia não provocada por otite externa 
 2. Sinais de efusão na orelha média + sinais de 
inflamação. 
Os médicos podem diagnosticar OMA em crianças 
que apresentam leve abaulamento da MT, recente 
(menos de 48 horas) aparecimento de dor de 
ouvido (ou criança não-verbal segurando, puxando 
ou esfregando a orelha) ou intenso eritema da MT. 
Os médicos não devem diagnosticar OMA em 
crianças que não têm efusão do ouvido médio. 
 
Tratamento 
O uso de analgésicos orais é recomendado para 
todas as crianças com OMA e que tenham dor: 
dipirona, paracetamol ou ibuprofeno.O uso de 
analgésicos tópicos tem pouco benefício 
comprovado, não devendo ser prescrito 
rotineiramente. Para a decisão de utilizar 
antibióticos, deve-se considerar a história natural de 
resolução espontânea da OMA, o risco de aumento 
das taxas de resistência bacteriana, e ainda a 
possibilidade de evolução com complicações 
(meningite, mastoidite, otite média com efusão)

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