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TCC Final corrigido

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A Psicomotricidade na Educação Infantil
PIRES, Eliane¹
RU 1295313 
RODRIGUES, Fabíola²
RESUMO
Esta pesquisa buscou perceber o quanto a Psicomotricidade pode contribuir na formação integral das crianças na etapa da Educação Infantil. Esse trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e questionamento misto em um Núcleo de Estimulação da APAE de Barroso com alunos de inclusão, com professoras e coordenador pedagógico, tendo como objetivo analisar a importância da psicomotricidade na educação infantil como agente de socialização e principalmente da aprendizagem que é um processo global que envolve todo o corpo. Sendo que, a falta desta pode afetar o desenvolvimento integral da criança na sua formação, pois a psicomotricidade tem a finalidade de assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o desenvolvimento humano.
Contextualizamos a construção da psicomotricidade na educação infantil como também as conquistas e desafios dela na Educação Infantil, a partir dos teóricos: Le Boulch, Fátima Gonçalves, outros.
Palavras-chave: Psicomotricidade – Educação Infantil – Desenvolvimento Psicomotor
1 – Introdução
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e 
__________
1 Aluna do centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. eliane.trindade2009@bol.com.br.2º Semestre. 2018.
2 Professora Orientadora no Centro Universitário Internacional UNINTER. 
as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.
A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.
Vitor da Fonseca (1988) comenta que a "PSICOMOTRICIDADE" é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio.
Na Educação Infantil, a criança busca experiência em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima. É necessário que toda criança passe por todas as etapas para o desenvolvimento da linguagem.
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meios de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre o seu corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo.
Segundo Barreto (2000), “o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motora, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao sue desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade, tudo isso visando à formação da sua personalidade.
2 – A EDUCAÇÃO INFANTIL
Considera-se como Educação infantil o período de vida escolar em que se atende, pedagogicamente, crianças com idade entre 0 e 5 anos. A esse respeito Vieira cita os artigos 29 e 30 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB): 
Regida pelos princípios e fins da educação nacional, a educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Sem possuir caráter obrigatório, complementa a ação da família e da comunidade, sendo oferecida em creches ou instituições equivalentes (para crianças de 0 a 3 anos de idade); e em pré-escolas (para crianças de 4 e 5 anos de idade). (1999, p.31)
A Educação Infantil está diretamente ligada ao desenvolvimento humano, uma vez que a criança, em especial, se desenvolve pelas e nas interações. Desta forma, o ambiente em que ela está inserida atuará diretamente no seu desenvolvimento, bem como as pessoas com que ela tem contato.
É no processo educacional que as atividades psicomotoras serão aplicadas no sentido de contribuir para o desenvolvimento da criança através do seu próprio corpo e do seu movimento, e é por meio da ação e da experiência que a criança se desenvolverá integralmente. É necessário que a criança vivencie situações diversas através de jogos e atividades lúdicas.
Hoje em dia, muitas escolas não possuem tempo dedicado para a realização de atividades em que as crianças possam correr pular, rolar, cantar, dançar e brincar. Quando isso ocorre, muitas vezes é por um tempo reduzido, como por exemplo, o horário do recreio, onde na maioria das vezes as crianças ficam “soltas” sem a orientação do professor.
As escolas estão se preocupando mais em trabalhar a parte pedagógica, onde as crianças aprendem a ler e escrever cada vez mais cedo, se esquecendo de que é pelo corpo que a criança vai descobrir o mundo, explorar situações, experimentar sensações, expressando-se, percebendo-se e percebendo o meio que as rodeiam.
Nenhuma criança é igual à outra, elas possuem particularidades que as diferenciam, cada uma tem o seu tempo de desenvolvimento, de adaptação e cabe ao professor buscar meios que estimulem esse desenvolvimento. 
É por meio do movimento que o individuo explora o mundo exterior, por isso a educação infantil é uma fase muito importante na vida da criança. Sendo assim, é preciso que a escola seja um lugar acolhedor, atraente, que estimule as crianças para que elas possam aprimorar os seus conhecimentos, realizar vivências através de atividades lúdicas e ter oportunidades de interagir e trocar experiências com outras pessoas.
O ambiente escolar, na Educação Infantil, deve oferecer um espaço dinâmico e seguro, onde a criança possa explorá-lo ao máximo e desenvolver suas habilidades motoras e cognitivas.
3. PSICOMOTRICIDADE
3.1 – Definições por vários autores
Estudiosos da psicomotricidade apontaram definições acerca dessa ciência e, dentro dessa perspectiva foram elencados os seguintes nomes:
Pierre Vayer: “a psicomotricidade deve se esforçar em desenvolver sua própria originalidade, que é a do corpo e da ação corporal, como linguagem fundamental na comunicação da criança mundo. O corpo não é um símbolo, nem um objeto ou instrumento, ele subentende a presença no mundo” (1969).
Vitor da Fonseca: “a psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentesdos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano” (1993).
Simone Ramain: “a psicomotricidade deve se propor a buscar um desenvolvimento global do indivíduo, através de sua estruturação mental, sendo enfocados igualmente aspectos afetivos, motores e intelectuais, levando-o a tomar consciência de si pela atitude e movimento” (1963).
Julian de Ajuriaguerra: “a psicomotricidade é a expressão de um pensamento pelo ato motor preciso, econômico e harmonioso” (1983).
Tendo em vista as definições acima expostas, entende-se que a psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo por meio do seu movimento que exprime, em sua realização, aspectos motores, afetivos e cognitivos, resultados da relação sujeito com seu meio social, tendo como objetivo enxergar o ser humano na sua totalidade, buscando por meio da ação motora, estabelecer o equilíbrio desse ser, dando-lhe possibilidades de encontrar seu espaço e de se identificar com meio do qual faz parte.
Para a psicomotricidade, o ser humano, para aprender, precisa sentir, pensar e agir.
A criança deve viver o seu corpo através de uma motricidade não condicionada, em que os grandes grupos musculares participem e preparem os pequenos músculos, responsáveis por tarefas mais precisas e ajustadas. Antes de pegar num lápis, a criança já deve ter, em termos históricos, uma grande utilização da sua mão em contato com inúmeros objetos. (Fonseca, 1993, p.89). 
Segundo essa definição, a Psicomotricidade é uma prática que contribui para o desenvolvimento integral da criança, fazendo com que a partir das suas experiências vivenciadas ela consiga desenvolver suas habilidades motoras, cognitivas e afetivas.
A Psicomotricidade tem como principal objetivo incentivar a prática dos movimentos em todas as etapas da vida. E é através do movimento que a criança explora o mundo a sua volta, tem conhecimento e domínio do seu próprio corpo, além de adquirir outras aquisições como a inteligência.
3.2 – ESTIMULAÇÕAO PSICOMOTORA
A estimulação psicomotora corresponde, em termos educacionais ao período relativo à Educação Infantil, pois é nessa fase que a criança vai experimentar e perceber seu entorno e, por meio disso, adquirir inúmeras praxias e gnosias. A estimulação psicomotora na Educação Infantil tem, então, por objetivo a utilização o corpo como via de comunicação com o mundo, para colocar a criança em situações variadas de exploração e experimentação concretas, apropriando-se e resgatando sua memória motora, cognitiva, emocional e social. Esse corpo assimilado, de uma forma real, leva a criança à otimização e conscientização de suas potencialidades, agindo como facilitador na apreensão dos processos pedagógicos, e por meio de atividades lúdicas, favorece o resgate do corpo vivido, ou seja, auxilia a criança a utilizar sua experiência anterior – o concreto, o vivido – como alicerce, no qual novas experiências e aprendizagens irão se apoiar. 
Segundo Vygotsky, as crianças por meio das brincadeiras e do faz de conta, resgatam as suas vivências, transformando-as ou reelaborando-as. (Vygotsky, 1984, p.97).
Pensando na incorporação de currículos e projetos educacionais voltados na estimulação psicomotora, nos quais a criança possa utilizar dessa ferramenta que é o seu corpo, para explorar, perceber, criar, brincar, relacionar, imaginar, planejar, sentir, pode funcionar como facilitador e motivador para aprender.
Por meio da experiência concreta e do brincar, a aprendizagem pode se tornar não simplesmente um processo acomodativo, mas sim uma aprendizagem contextualizada, repleta de significados reais e práticos, que poderão auxiliar nos processos pedagógicos e nas atividades cotidianas das crianças.
O movimento, na sua ação, manifesta a exteriorização significativa dos desejos e das aquisições do individuo, pois traduz o corpo vivido, o conhecimento concreto experimentado pelo sujeito. A originalidade peculiar do movimento não a caracteriza como mecanismo psíquico ou fisiológico, como consciente ou inconsciente; ele traduz e projeta no mundo a ação relativa a um sujeito. (Fonseca, 1993, p.9).
Para a psicomotricidade, o fundamental é a intencionalidade do movimento, sua significação e sua expressão, trazendo à tona a personalidade de cada indivíduo. Facilitar a interação da criança com o mundo dos objetos e com indivíduos do mesmo grupo social de que faz parte, ambos por meio da motricidade, desenvolve as capacidades psicológicas da criança. Fonseca (2004, p.131) escreve:
É por meio da atividade motora que a criança vai construindo um mundo mental cada vez mais complexo, não apenas em conteúdo, mas também em estrutura. O mundo mental da criança, devido às ações e interações com o mundo natural e social, acaba por apresentar essas realidades por meio de sensações e imagens dentro de seu corpo e de seu cérebro. Primeiro pela intervenção de outras pessoas, que atuam como mediadoras entre a criança e o mundo; depois pelos sucessos e insucessos da sua ação, ela vai adquirindo experiências que virão a ser determinantes no seu desenvolvimento psicológico futuro.
 
Algumas competências que são trabalhadas dentro do processo de estimulação psicomotora na Educação Infantil, são conhecidas como base psicomotoras e é por meio delas que determinamos o percurso metodológico que devemos traçar para uma estimulação adequada e coerente com as faixas etárias vividas pela criança.
3.3 – BASES PSICOMOTORAS
As bases psicomotoras, pontuam a organização neurofuncional do cérebro humano, isto é, de forma e quando o ser humano está apto a integrar um repertório de aquisições necessárias ao seu desenvolvimento e à sua aprendizagem.
Em termos práticos, a crianças vai experimentar o seu entorno em um nível sensório-motor. A partir dessas experiências, a criança formula imagens e sensações que ficam retidas na sua memória e que, num primeiro momento, formam um vocabulário concreto que favorecerá sua comunicação com o meio que a cerca. 
De acordo com Fonseca (2008), existem sete fatores que trabalham de forma integrada para que haja a organização psicomotora global: a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, a noção de corpo, a estruturação espaço-temporal, a praxia global e por último a praxia distal ou fina.
A primeira base e a tonicidade que é o estado de tensão dos músculos, mesmo estando em repouso é através dele que há a preparação da musculatura para a maioria dos movimentos e atividades práxicas (coordenação voluntária de movimentos orientados para um fim).
O controle de qualquer movimento coordenado exige mudanças constantes do tônus; se este não mudar, permanecendo em um mesmo nível, ou se aumentar, serão impossíveis os movimentos coordenados. (Luria, 1981, p.220).
Por meio da atividade tônica mantemos a estática e a equilibração, favorecendo a base de sustentação para todas as nossas ações, além de controlarmos a preensão, capacidade que nos favorece na maioria das atividades escolares e da vida diária. 
A segunda base é a equilibração que se refere à área básica para o automatismo da movimentação voluntária da criança, seja ela estática ou dinâmica.
· Equilíbrio estático: capacidade de manter certa postura sobre uma base de sustentação.
· Equilíbrio dinâmico: orientação controlada do corpo em situações de deslocamento no espaço com olhos abertos.
A criança com uma equilibração adequada executa suas atividades com menor esforço e desgaste, mantendo uma movimentação harmônica e coordenada.
A terceira base é a noção do corpo onde se divide em esquema corporal e imagem do corpo. No entanto no indivíduo, ela é indissociável.
O esquema corporal é a capacidade de reconhecer, nomear as partes do corpo e as funções que elas desempenham. 
 Os seres humanos só podem chegar ao desenvolvimento simbólico e a construção de relações interpessoais desde que integrem o sistema postural e a noção corporal. (Fonseca, 2004, p71).
A imagem do corpo está relacionada com os aspectos emocionais e com as necessidades biológicas. 
 A imagemcorporal perde seu sentido de imagem, fragmentada em partes ou pedaços, para surgir como globalidade, eu unidade, a que se associa já e também o sentido do ser alguém. (Ajuriaguerra, apud Fonseca, 2008, p149).
Alguns aspectos que compõe a imagem corporal são:
· Percepção e organização do eu individual;
· Percepção da imagem total no espelho;
· Percepção dos limites corporais.
A quarta base é a Lateralização exprime a capacidade de integração sensório motora dos órgãos pares, como pés, mãos, olhos, ouvidos, etc., tornando-os funcionais e competentes no direcionamento das variadas formas de orientação do indivíduo. É também função da laterização a integração bilateral necessária ao controle postural e perceptivo-visual.
 A quinta base é a estruturação espaço-temporal resulta na integração de duas estruturações distintas que têm seu desenvolvimento próprio (estrutura espacial e estrutura temporal).
Estruturação espacial
· Esse conceito aparece primeiro do que o conceito tempo.
· Por meio do movimento no espaço, pode-se conhecer a distância a que se está do objeto ou a distância percorrida no espaço.
· A criança interpreta as informações sensoriais e constrói conceitos espaciais, considerando-se aspectos sensoriais e motores.
Estruturação do Tempo é mais elaborado do que a estrutura espacial. O cérebro elabora sistemas funcionais de acordo com a dimensão do tempo, joga as experiências anteriores e adapta-se às condições presentes e prediz e antecipa o futuro.
A sexta base é a praxia global tem por objetivo a realização e automatização dos movimentos globais. É a organização de uma atividade consciente, da ação antecipada pelo pensamento, pois coordena o conhecimento integrado do corpo, por meio das informações cognitivas e emocionais resultantes das experiências anteriores e estímulos externos, recebidos por vias perceptivas e sensoriais.
Praxia distal (fina) é a sétima base que integra as competências adquiridas na praxia global, com maior complexidade e diferenciação. A praxia fina compreende tarefas motoras sequencias final. Está ligada a função de coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e durante a manipulação de objetos que exige um controle visual, além de abrangerem as funções de programação, regulação e verificação de atividades de preensão e manipulação finas e complexas.
4- PSICOMOTRICIDADE E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Segundo Alves (2003) a psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo individuo, que represente suas necessidades e permitem a relação com os demais. É a integração psiquismo motricidade.
A motricidade é o resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, com resposta de estimulação sensorial. O psiquismo seria considerado como o conjunto de sensações, percepções, imagem, pensamento, afeto, etc.
Portanto a função psicomotora é a unidade onde se integram a incitação, a preparação, a organização temporal, a memória, a motivação, a atenção, etc.
O mundo psicomotor também surge na escola onde o aluno busca um espaço para o seu corpo, vivendo intensamente cada momento.
4.1 - A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
É considerada uma etapa mágica quando se trata de pré-escola, uma vez que nessa etapa que a criança apresenta maior interesse em atividades. A evolução ali criada faz com que os exercícios para desenvolvimento humano como linguagem, teorias e práticas começam a ficar claras, e disso criar sua personalidade.
O desenvolvimento do cognitivo se forma através dos pensamentos da criança, o mundo em que ela vive é cheio de ideias e intuições, que podem passar por fases até a perfeita formação deste.
Na pré-escola o mundo é feito por um olhar mais amplo, onde a criança terá a percepção de mais coisas em seu redor de uma só vez. E isso ocorre durante os anos inicias desenvolvendo também o intelecto, o emocional, o afetivo, o social e o motor.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE BOULCH 1984, p.024)
É na pré-escola que as crianças se movimentam por diferentes maneiras, como correr, saltar, arremessar, chutar e outras combinações esses movimentos são essenciais e vão servir de base para adquirir maiores habilidades.
A interação do corpo juntamente com o ambiente torna mais preciso o desenvolvimento das ações motoras da criança. Brincando a criança repete movimentos no dia a dia que vão proporcionando um universo cheio de aquisições significativas.
O desenvolvimento psicomotor é muito importante e a pré-escola tem papel fundamental nesse começo escolar, a conscientização do corpo e um amplo desenvolvimento de seus movimentos vem através de jogos e brincadeiras, a criança aprende e se diverte ao mesmo tempo. Além de se controlar mentalmente a sua expressão motora proporciona mais aprendizado e se equilibra melhor diante a sociedade.
4.2 - ATIVIDADES QUE DESENVOLVEM A PSICOMOTRICIDADE 
Para o desenvolvimento da psicomotricidade poderão ser utilizadas diversas atividades que tem como objetivo compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica procedimentos específicos (RCNEIs, 1998 p. 24).
Explore o desenho (papel grande no chão e parede), modelagem (massinha), recorte, colar, movimento de pinça, colagem, folhear livros e revistas além de amassar papel, jogos de memória, dançar, quebra-cabeça, bater palmas, engatinhar, bater os pés, piscar os olhos, mímicas, exercícios corporais, brincadeiras de estátua, equilibrar, caminhar sobre uma linha reta. A liberdade de expressão, música e movimento, escuta dentre outros utilizam as funções motoras, perceptivas, afetivo e sócio motoras. De fato, a mediação por um adulto e, principalmente entre eles teoria de Vygotsky ao falar das contribuições que a interação social produz em um grupo, chamando a atenção para o fato de que para compreender adequadamente o desenvolvimento devemos considerar não apenas o nível de desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial, isto é, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes (OLIVEIRA, 2008, p. 59). Sem dúvida, as atividades realizadas pelas professoras trazem grandes contribuições para o desenvolvimento psicomotor da criança. Esses são recursos com possibilidades inquestionáveis na fase da Educação Infantil, Pois, contribuí na formação da pessoa é de suma importância considerar sua intencionalidade e a organização de suas ações, sendo estas, fundamentais para a realização de sua prática pedagógica, É por meio da atividade motora que a criança vai construindo um, mundo mental cada vez mais complexo, não apenas em conteúdo, mas também em estrutura. O mundo mental da criança, devido às ações e interações com o mundo natural da criança, devido às ações e interações com o mundo natural e social, acaba por apresentar essas realidades por meio de sensações e imagens dentro de seu corpo e de seu celebro. Primeiro por intervenção de outras pessoas, que atuam como mediadoras entre as crianças e o mundo; depois pelos sucessos e insucessos da sua ação, ela vai adquirindo experiências que virão a ser determinantes no seu desenvolvimento psicológicos futuro (FONSECA 2008, apud GONÇALVES, 1983, p.27). Segundo Gonçalves (1983), a prática da estimulação psicomotora bem direcionada tendo um objetivo claro contribuirá com a formação da criança trazendo a tona sua personalidade. Sendo assim, a interação da criança com o mundo dos objetose os indivíduos do grupo social, sob orientação da motricidade, desenvolverá as capacidades psicológicas de seu desenvolvimento.
5 - METODOLOGIA 
Este trabalho foi elaborado por meio de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa referente ao tema Psicomotricidade e Educação Infantil. A pesquisa qualitativa é interpretativa, onde o pesquisador reúne dados que não podem ser expressos em números (TESCH, 1990, p. 55), já a pesquisa bibliográfica é definida por Marconi e Lakatos (1992), como um levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa com a finalidade de fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando no desenvolvimento da pesquisa.
Esta pesquisa utilizou análise de leituras de livros, arquivos, sites e fontes eletrônicas que tratam sobre o tema Psicomotricidade na Educação Infantil, e para isso, foi usado citações de autores com Oliveira, Fonseca, Ajuriaguerra e Gonçalves e vários outros a fim de embasar esta pesquisa teórica, ressaltando a importância de atividades psicomotoras na Educação Infantil que agregam experiências sensoriais, perceptivas, motoras, sociais e afetivas, que são capazes de tornar a aprendizagem da criança mais prazerosa.
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho viu-se a importância da Psicomotricidade para a educação infantil como uma prática não apenas preparatória da aprendizagem, mas como instrumento do fortalecimento da criança enquanto sujeito, atuando no sentindo de facilitar-lhe a construção de sua unidade corporal, a afirmação de sua identidade e a conquista de sua autonomia intelectual e afetiva.
Acredita-se que a psicomotricidade serve como ferramenta para todas as áreas de estudo voltada para a organização afetiva, motora, social e intelectual do individuo sabendo-se que o homem é um ser ativo capaz de se conhecer cada vez mais e se adaptar às diferentes situações e ambientes.
Conclui-se que a psicomotricidade é indispensável ao processo educativo, no intuito de desenvolver nos alunos um desenvolvimento psicomotor satisfatório e assim contribuir de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e busca incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança e, ao mesmo tempo, contribuir para uma evolução psicossocial e o sucesso escolar da mesma.
Cada criança é única e traz dentro de si uma história que passa pela experiência corporal (LE BOLUCH 1982).
Referências Bibliográficas
Fonte: https://psicologado.com.br/atuação/psicologia-escolar/psicomotricidade-na-educacao-infantil
FERREIRA, Carlos Alberto; LOVISE. Psicomotricidade /da educação infantil a gerontologia; ano 2000.
MATTOS, Vera, KABARITE,Aline ; Perfil psicomotor / um olhar para além do desempenho/Coleção resumido /Ed. RIO/2005/ Universidade Estácio de Sá.
FERREIRA, Carlos Alberto; LOVISE. Psicomotricidade /da educação infantil a gerontologia; ano 2000.
FOBEE, H. A criança em desenvolvimento. São Paulo: Artmed, 2003.
FONSECA, Vitor. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese.
SILVA, G.S. O desenvolvimento psicomotor na educação infantil de 0 a 3 anos. Disponível em: https//www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/t205654-pdf.Acesso em 1º de novembro de 2014.
 MARTINEZ, M.R. PEÑALVER, I.V; Sanchez, P.A. A psicomotricidade na educação infantil: uma prática preventiva e educativa. São Paulo: Artmes, 2003. 
PEREIRA, L.A; CALSA, G.C. O desenvolvimento psicomotor e sua contribuição no desenvolvimento em escrita nas séries iniciais.
LE BOULCH. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos. 3. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982, 220 p.
LE BOULCH. Educação Psicomotora; A psicocínetica na idade escolar. Porto Alegre: Artmed, 1987.
Fátima Gonçalves. Do andar ao escrever; Um caminho Psicomotor. Editora Cultura RBL.
FONSECA, Vitor da. Manual de Observação Psicomotora. Ed. Artmed.
VIEIRA, L. M. F. A formação do profissional de educação infantil no Brasil no contexto da legislação, das políticas e da realidade de atendimento. Revista proposições. Campinas, v.10, n. 1 [28], p. 31, mar. 1999.

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