Baixe o app para aproveitar ainda mais
Leia os materiais offline, sem usar a internet. Além de vários outros recursos!
Prévia do material em texto
ROTEIRO DA AULA VII Disciplina (Legislação Tributária) Tema da aula: principais características do lançamento e crédito tributário I- Crédito tributário A obrigação tributária nasce com o fato gerador, mas tal obrigação ainda não é exigível, porque segundo a lei, faz-se necessário que o ente político constitua seu crédito tributário através de um procedimento administrativo denominado lançamento tributário. Em outros termos, a obrigação tributária só é exigível após a realização do procedimento administrativo denominado lançamento tributário, uma vez que através do lançamento que o ente político competente constitui seu crédito tributário. OBS: em resumo, o CTN e a unanimidade da doutrina afirmam que o primeiro estágio de exigibilidade do crédito tributário é condicionado à realização do ato administrativo denominado de lançamento tributário. II- Lançamento tributário Conforme mencionado, a ocorrência do fato gerador em sentido concreto (fato imponível) faz nascer à obrigação tributária, mas esta ainda não é exigível, devendo o ente político constituir seu crédito tributário através do lançamento. De acordo com o art. 142 do CTN, lançamento tributário é o procedimento administrativo vinculado que verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível. O lançamento tributário é ato privativo do ente político competente credor da obrigação tributária (Fazenda Pública credora), sendo atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, nos moldes do parágrafo único do art. 142 do CTN. OBS: através do ato administrativo vinculado denominado lançamento tributário é possível agora saber quem é o contribuinte (ou responsável); quanto ele deve ao Fisco; onde deve efetuar o pagamento do tributo; como deve efetuar o pagamento do tributo e quando deve efetuar o pagamento do tributo. OBS: o lançamento é ato administrativo “declaratório” da obrigação tributária. Logo, seus efeitos retroagem ao tempo da ocorrência do fato gerador (fato imponível), apresentando o denominado efeito ex tunc (efeito retroativo), sendo a lei aplicável também a da data da ocorrência do fato gerador (art. 144 do CTN). SÍNTESE A obrigação tributária “nasce” com o fato imponível (fato gerador in concreto), mas ainda não pode ser exigida pela Fazenda Pública sem o lançamento. Assim sendo, é o lançamento tributário (procedimento administrativo vinculado) que “constituirá” o crédito tributário, declarando, formal e solenemente, quem é o contribuinte e o quanto ele deve ao Fisco em data e prazo determinados. (fato gerador faz nascer a → obrigação tributária que após o adequado → lançamento tributário irá constituir o → crédito tributário). III- Modalidades de lançamento tributário O lançamento tributário, segundo a doutrina majoritária, possui 3 (três) modalidades de acordo com a maior ou menor participação do contribuinte na prática do ato administrativo do lançamento, que pode ser classificado em lançamento direto (ou ex officio), lançamento por declaração (ou misto) e lançamento por homologação (ou autolançamento). a) Lançamento direto (ou de ofício ou ex officio): é o lançamento realizado diretamente pelo Fisco, pois já possui todos os elementos e informações necessárias para sua realização (art. 149 do CTN). Exemplo: imposto predial e territorial urbano (IPTU). b) Lançamento por declaração (ou misto ou por deliberação): é o lançamento realizado pela Administração Pública após receber do sujeito passivo as necessárias informações, documentos ou outros elementos indispensáveis a sua constituição (arts. 147 e 148 do CTN). Exemplo: o imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI), quando o contribuinte informa ao fisco municipal todos os dados relativos à transação imobiliária e, com base nessas informações, o município emite a guia do imposto a ser pago pelo sujeito passivo. c) Lançamento por homologação (autolançamento): ocorre quando o próprio contribuinte calcula o tributo devido e efetua o pagamento. Entretanto, o referido pagamento estará sujeito à posterior verificação pela autoridade tributária, nos moldes do art. 150 do CTN. Em outras palavras, o lançamento por homologação é realizado pelo próprio sujeito passivo que apura o montante devido de tributo, faz o pagamento e somente após encaminha à Administração Pública todas as informações com a prova do pagamento, para que o Fisco, aquiescendo, homologue aquele ato. Exemplo: imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS). OBS: o lançamento é levado ao conhecimento oficial do sujeito passivo por meio da notificação (notificação do lançamento tributário), que é o ato administrativo que dá eficácia ao lançamento. IV- Auto de infração O auto de infração e imposição de multa (AIIM) é o documento formal no qual a Fazenda Pública aponta o ilícito praticado pelo sujeito passivo da obrigação tributária, impondo-lhe a respectiva penalidade. O auto de infração e imposição de multa (AIIM) apresenta normalmente os seguintes itens: -a qualificação do autuado; -o local, a data e a hora da lavratura; -a descrição do fato; -a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; -a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo legal; -a assinatura de quem está realizando o auto de infração, além da indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. ADENDO: há diferença entre auto de notificação de lançamento tributário e auto de infração. OBS: o auto de notificação de lançamento tributário tem por objetivo formalizar o crédito tributário em decorrência da concretização do fato gerador (fato imponível) que se apresenta como (ato lícito), possibilitando o recolhimento do tributo. OBS: o auto de infração tem por objetivo formalizar a sanção tributária em decorrência do descumprimento do dever jurídico tributário (ato ilícito), possibilitando o recolhimento da multa fiscal. SÍNTESE Há “diferença” entre auto de lançamento tributário e auto de infração, uma vez que o antecedente normativo deste é a realização de um ato ilícito, porque somente haverá a lavratura do auto se o sujeito passivo praticar ato contrário à lei, ao passo que o antecedente normativo daquele decorre de um ato lícito, pois a criação e existência de um tributo somente ocorrem na seara dos fatos lícitos.
Compartilhar