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Geografia, Turismo e Território 3º Aula Categorias de análise espacial Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • conhecer as categorias de análise espacial: forma, função, estrutura e processo; • entender como tais categorias influenciam na produção do espaço; • compreender a utilização e a importância das categorias de análise espacial para o turismo. Caríssimos(as) alunos(as), Na aula 2 iniciamos uma discussão sobre o espaço geográfico e aprendemos quais os elementos que compõem esse espaço. Vamos relembrar? A sociedade (seres humanos), as firmas, as instituições, as infraestruturas e o meio ecológico. Aprendemos também de que forma a atividade turística se desenvolve em cada um desses elementos. Esses elementos nos auxiliarão nesta aula (03) para que possamos compreender como podemos analisar o espaço através de algumas categorias indicadas e trabalhadas por Milton Santos (1985) em sua obra Espaço e Método. Boa aula! Bons estudos! Bons estudos! 19 Seções de estudo 1 - Forma, função, estrutura e processo: a análise espacial e o Turismo 1. Forma, função, estrutura e processo: a análise espacial e o Turismo 2. Estudo de caso: um exemplo prático da utilização das categorias de análise espacial Primeiramente tentemos imaginar alguns recursos geográficos como, por exemplo, os mapas, as fotos de satélite, as fotografias. Pois é, esses recursos são representações geográficas que permitem a análise espacial. E para Milton Santos, o espaço geográfico e sua evolução podem ser compreendidos através da relação dialética entre estrutura, processo, função e forma. Essas são categorias analíticas que nos ajudam a compreender a totalidade espacial e sua espacialização, ou seja, como a sociedade se organiza no espaço e as mudanças que esse processo desenvolve (CORRÊA, 2000, p. 41). Categorias de análise espacial (SANTOS, 1985). Note que as categorias de análise espacial são interligadas, não sendo possível analisá-las separadamente. Nesse sentido, necessita, além do olhar do observador, um levantamento histórico para que a análise do espaço seja trabalhada de forma adequada. Vamos, então, conhecer mais detalhadamente as categorias de análise do espaço? 1.1 - Forma Segundo Milton Santos, forma é o aspecto visível, exterior de um objeto, ou, ainda, um arranjo de objetos que a partir daí possam constituir um padrão espacial. Já sabemos que todo espaço é impregnado de formas antigas e recentes. No espaço rural e no espaço urbano as formas características são diferentes. Exemplos de Forma: Espaço rural e Espaço urbano Fonte: Google Imagens. Acesso em: 27 fev. 2018. Por exemplo, no campo, as casas são grandes e espaçadas umas das outras. Isso ocorre porque o campo ainda é uma região pouco habitada, o que não gerou a necessidade de a população se aglomerar em habitações verticais. Por outro lado, na cidade, podemos observar como as formas são diversas, desde habitações grandes, pequenas, verticais como os edifícios, redondas ou quadradas. Geralmente, todas são muito próximas umas das outras, pois o número de habitantes é muito grande em relação ao espaço disponível para a construção de moradias. Ou seja, se pensarmos em uma casa, um bairro, um distrito, uma cidade, uma rede urbana, um Estado, estamos pensando em formas espaciais, porém com escalas diferenciadas. No entendimento de Corrêa (2000) nos faz um alerta para a questão da forma. É conveniente deixar claro que não se pode considerar a forma de per si. Se assim o fizéssemos, cairíamos em uma análise da forma pela forma, atribuindo a ela uma autonomia que não tem. Estaríamos, ainda, deslocando a forma para o âmbito da geometria, a linguagem da forma, caindo em um espacialismo estéril para a compreensão da organização espacial. Por outro lado, se considerássemos que a partir da forma seria possível apreender a realidade em sua essência, incorreríamos em um grave erro. Tratar-se-ia da apreensão de um aspecto da realidade, a sua aparência, incapaz de permitir vê-la em sua concretização, porque sua essência aparece nos processos e funções que emanam da estrutura, como se verá (CORRÊA, 2000, p. 41). Assim, entendemos que a forma revela a espacialidade de uma sociedade. Isso nos permite compreender que a forma também é condicionada ao tempo histórico e às relações de trabalho. Milton Santos afirma que as formas permanecem como herança das divisões do trabalho efetivadas no passado e as formas novas surgem como exigência funcional da divisão do trabalho atual. As formas, que não têm as mesmas significações ao longo da história do país, da região, do lugar, representam a acumulação de tempo e sua compreensão depende do que foram as divisões do trabalho (apud SAQUET; SILVA, 2008, p. 34). 1.2 - Função Ao entendermos a forma, automaticamente surge a função, pois esta implica uma tarefa, um papel ou uma 20Geografia, Turismo e Território atividade desempenhada pelo objeto criado. Ou seja, o objeto tem uma característica exterior, visível que denominamos forma e desempenha um papel, a função. Retomando o exemplo anterior, podemos entender que os diversos tipos de habitações, com suas formas variadas podem ter as mesmas funções (habitar, morar), porém são organizados em espaços distintos e em formas diferentes (espaço urbano e espaço rural). Ou, ainda, possuindo funções diferentes, como por exemplo, um prédio com função de habitação, um hospital, um restaurante, um hotel, etc. O tempo também pode influenciar a mudança de função. Uma casa que num dado tempo habitou uma família pode atualmente exercer outra função como, por exemplo, um museu ou casa de memória, ou até mesmo um prédio público. Assim, “Habitar, viver o cotidiano, a vida em suas variadas facetas - trabalho, compras, lazer -, visitar parentes e consumir em outras cidades são algumas das funções associadas, respectivamente, a casa, ao bairro, à cidade e à rede urbana” (CORRÊA, 2000, p. 41). Exemplos de Função: Casa de memória, hospital, restaurante e prédio público. Fonte: Google Imagens. Acesso em: 27 fev. 2018. Função e forma possuem relação direta, sendo que uma determinada forma é criada para exercer uma ou mais funções. Por outro lado, pode-se dizer que não existe função que não tenha sua forma correspondente. Nesse sentido, [...] não se poder dissociar forma e função no estudo da organização espacial. Contudo, apenas a consideração da forma e da função não é suficiente para compreendê-la: estaríamos retirando da realidade social a sua natureza histórica, isto é, as características sociais e econômicas e suas transformações (CORRÊA, 2000, p. 41-42). Trazendo essa discussão para a abordagem do Turismo, podemos concluir que as funções turísticas, assim como as demais atividades econômicas, também podem mudar pela influência do tempo, ou seja, são influenciados pela dinâmica espaço-temporal. 1.3 - Estrutura A estrutura é a essência da paisagem. De acordo com Milton Santos (1985), o conceito de estrutura, relaciona-se com a maneira como os objetos são/estão organizados. Essa organização não se refere a um tipo de padrão espacial, mas sim à maneira como esses objetos estão inter-relacionados no espaço. “Diferentemente da forma, a estrutura não constitui algo que tenha uma exterioridade imediata. Ela é invisível, estando subjacente à forma, uma espécie de matriz onde a forma é gerada. Estrutura é a natureza social e econômica de uma sociedade em um dado momento do tempo” (CORRÊA, 2000, p. 42). Exemplos de Estrutura: Favela e condomínio de luxo Fonte: Google Imagens. Acesso em: 27 fev. 2018. Vejamos um exemplo de dois espaços: uma favela e um condomínio residencial de luxo. Esses dois elementos são condicionados e organizados a partir de uma série de fatores: sociais, econômicos, culturais. O modo de produção determina a organização desse espaço. O espaço favela foi estruturado de modo a suprir as necessidades dosseus moradores, ou seja, agrupar as moradias no mínimo espaço possível. Em geral, elas ocupam os terrenos menos favorecidos pelo relevo, como várzeas (planícies de inundações dos rios) ou morros, cujo valor imobiliário é comumente baixo. Já os condomínios residenciais de luxo ocupam espaços mais privilegiados, e possuem um aparato de infraestrutura e prestação de serviços. Isso interfere em diversos aspectos como, por exemplo: o traçado das ruas é bem planejado, nivelado, o que torna a paisagem aparentemente mais fácil de ser compreendida. Por outro lado, para realmente compreender um espaço qualquer, é importante buscar as razões que determinaram o modo como o espaço foi organizado. O conceito estrutura deve ser analisado sempre na dicotomia espaço-tempo, sendo ela um produto imposto ao espaço pela sociedade, segundo Milton Santos (1985). Para o autor, estrutura se refere a como os objetos estão inter- relacionados entre si não tendo uma exterioridade imediata, sendo compreendida num aspecto cultural. De forma resumida, estrutura seria “a natureza social e econômica de uma sociedade em um dado momento do tempo” (CORRÊA, 2000, p. 77). 1.4 - Processo Pode-se dizer que processo é a transformação, uma ação continuada, que se realiza na sociedade, nas formas do espaço, tendo como objetivo um resultado. E essa transformação implica mudanças ao longo do tempo. Dessa forma, entendo o contexto em que a sociedade como atual, contemporânea, porém as formas dos espaços, das paisagens são constituídas de mecanismos atuais e também do passado. Além disso, todo processo implica a noção de movimento, dinâmica esta inerente às pesquisas e ao estudo do espaço geográfico. 21 Nesse sentido, podemos perceber que para que a análise espacial seja adequada, devemos considerar a sua totalidade, abarcando os conceitos de forma, função, estrutura e processo que (co)existem nos diferentes espaços. Todo sistema de organização do espaço pressupõe um ou vários processos como, por exemplo: processo de urbanização, industrialização, migração. Tais processos são passíveis de análise histórica, pois o espaço é dinâmico e está em constante transformação e o tempo atua diretamente sobre ele. Corrêa (2000) explica esse contexto, alertando que não devemos realizar uma análise do espaço de forma parcial, mas sim considerar a abordagem global. Os processos acontecem dentro de uma dada estrutura social e econômica e resultam das contradições internas da mesma. Com isto, estamos dizendo que processo é uma estrutura em seu movimento de transformação. Se considerarmos, portanto, apenas as categorias de estrutura e processo, estaremos fazendo uma análise a-espacial, não-geográfica, absolutamente incapaz de captar a organização espacial de uma dada sociedade em um dado momento do tempo ou suas mudanças no mesmo. Considerando apenas a estrutura e a forma, desprezando o papel do processo e da função, deixaríamos de lado a mediação (processo e função) entre o que é subjacente (a estrutura social e econômica) e o exteriorizado (a forma espacial). Perde-se a história, os elementos dinâmicos de transformação, que põem a estrutura em marcha, culminando na mudança ou permanência das formas espaciais (CORRÊA, 2000, p. 42). O mesmo autor ainda nos auxilia no entendimento do conceito de processo, bem como sua articulação com forma, função e estrutura, fornecendo um exemplo prático, vejam: É comum encontrarem-se áreas caracterizadas por residências deterioradas, os cortiços, próximas ao centro das grandes cidades capitalistas. São residências do século XVIII, XIX ou do início deste, que foram habitadas no passado por famílias de alto status. A partir de um determinado momento, abandonaram a proximidade do centro e foram habitar novas residências construídas em bairros mais distantes do centro da cidade. As antigas residências foram parcialmente substituídas por altos edifícios, transformadas em escritórios ou lojas, ou ainda em cortiços habitados por famílias de baixa renda: cada residência abriga várias famílias, cada uma ocupando uma única peça e tendo em comum o banheiro e a cozinha. A velha forma espacial ganha, com seu novo conteúdo, funções diferenciadas: fornecer residência barata para parte da classe trabalhadora, via de regra constituída de imigrantes, que tem seu mercado de trabalho junto ao centro, e permitir a extração de uma renda para uma parcela dos proprietários dos imóveis deteriorados. Estas funções, por sua vez, resultam de um processo que está no centro da estrutura sócio-econômica capitalista, o de acumulação de capital que, no caso em tela, implica a criação de novos bairros, a extração de uma renda fundiária e o barateamento do custo da força de trabalho e de sua reprodução, através de residências precárias e baratas próximas ao local de trabalho. Fonte: Google Imagens. Acesso em: 28 fev. 2018. Na análise da organização espacial, deve-se ter o cuidado de não se iludir pela semelhança das formas espaciais. Formas semelhantes podem ser oriundas de processos distintos, e realizarem funções diferentes. Isto significa que, ao se transpor, por analogia, o conhecimento adquirido sobre uma forma para outra, corre-se o risco de se cometer uma inferência errada. Não resta dúvida de que podemos deduzir, com alguma precisão, as formas que podem emergir de um determinado processo e sua função correspondente. No entanto, o inverso não é verdadeiro. Formas semelhantes oriundas de processos diferentes podem ser criadas em duas estruturas sociais e econômicas distintas, visando, por exemplo, escamotear a realidade. A flexibilidade das formas quanto ao seu uso assim o permite. Mas admitimos que esta questão não está de todo resolvida. A partir da compreensão das relações entre estrutura, processo, função e forma, as categorias analíticas que dão conta da totalidade social em sua espacialização, podem-se, sem receio de cair no empirismo, iniciar o estudo da organização espacial de uma sociedade em um dado momento de sua história pelas suas formas. Fonte: Corrêa (2000, p. 43). Diante de determinada estrutura econômica e social, podemos perceber as várias inter-relações existentes entre as categorias forma, função, estrutura e processo. Nesse sentido, determinada estrutura social e econômica demanda processos inerentes que possuem funções a serem determinadas em formas no espaço. De modo que, encerradas as razões que deram início a tais processos, essas estruturas podem desaparecer ou dar origem a outras. Dessa forma, nota-se a importância em se analisar as categorias em conjunto, pois conforme Milton Santos: Forma, função, estrutura e processo são quatro termos disjuntivos associados, a empregar segundo um contexto do mundo de todo dia. Tomados individualmente, representam apenas realidades parciais, limitadas, do mundo. Considerados em conjunto, porém, e relacionados entre si, eles constroem uma base teórica e metodológica a partir da qual podemos discutir os fenômenos espaciais em totalidade (MILTON SANTOS, 1985, p. 52). 2 - Estudo de caso: um exemplo prático da utilização das categorias de análise espacial Depois de estudarmos a teoria sobre os conceitos de análise do espaço e entender seus desdobramentos e suas inter-relações, vejamos um exemplo prático. Trata-se de uma 22Geografia, Turismo e Território pesquisa realizada na cidade de Mamborê no Paraná que buscou identificar e analisar as quatro categorias de análise espacial na perspectiva de um determinado espaço. Essa pequena pesquisa foi publicada em 2011 num Blog chamado “Trilhas & Lugares” e é intitulada: “Estrutura, processo, função e forma: uma aplicação na área urbana de Mamborê/ PR”. Estrutura, processo, função e forma: uma aplicação na área urbana de Mamborê/PR Trilhas e lugares / 6 de julho de 2011 A teoria proposta por Milton Santos (1982) para análise da totalidade espacializada é bastante utilizada por vários pesquisadoresdas ciências sociais. Neste trabalho escolar foram analisadas quatro imagens de períodos distintos, levando em conta processos históricos ocorridos de aproximadamente 1960 até os dias atuais. Num mesmo espaço (atual rua Guadalajara, 645 – Centro) diversas mudanças no que se diz respeito a forma de organização espacial adotada. 1960. No início da década de 1960, foi construído o prédio que, inicialmente pertenceria à comunidade ucraniana, mas passou a abrigar o Educandário Sagrado Coração de Jesus, sob a responsabilidade das irmãs da Congregação Filhas do Amor Divino, procedentes do Rio Grande do Sul. Na figura 1, tem se uma imagem que demonstra uma forma meio que esquelética do que seria o educandário com diversas janelas, telhado ainda incompleto. Através de uma observada na forma podemos ver o estilo de construção ucraíno, os veículos de época, as pessoas e certo isolamento dessa construção. Observando o contexto histórico, neste período o centro da cidade era outro local, assim a localidade do educandário era periferia. Fig.1- Educandário Sagrado Coração de Jesus - Fotografia cedida por: Vilson Olipa. A função segundo CORRÊA (1986), Milton Santos atribui que “implica uma tarefa, atividade ou papel a ser desempenhado pelo objeto criado. Assim, este tem um aspecto exterior, visível – a forma – e desempenha uma atividade – a função.” Após esta definição CORREA, complementa que não existe função sem que esta tenha uma forma, por isso não dá para separar as duas, pois se complementam. Naquele momento histórico, aquele determinado espaço era ocupado por uma forma (educandário), este tinha como função transmitir ensino para os primeiros povoadores de Mamborê. Foi uma estrutura socialmente construída e elaborada num momento em que as condições econômicas e sociais do município estavam se engatinhando. Durante certo período o educandário passava por processos de formação de alunos, de certa forma promovendo “uma ajuda” no sentido de melhorar a qualidade de vida da população. 1971. No dia 20 de novembro de 1971, o Educandário é totalmente destruído pelo fogo, provavelmente provocado por problemas na instalação elétrica. (Figura 2) Quando houve o incêndio , houve por conseqüência a destruição da forma (queimada) assim a função, a estrutura e o processo que aí existiam tiveram que ser transferidos para outra localidade, ou seja, parou por um tempo. Foi realizada tentativa de reconstrução, porém não deu certo. Fig. 2 – Incêndio no educandário Sagrado Coração de Jesus. Foto cedida por: Vilson Olipa. Fim da década de 1970. Alguns anos mais tarde (final da década de 1970 e início da de 1980) o poder público resolve construir a sede do executivo municipal naquele espaço. Com essa mudança, modificam-se também os elementos da forma, função. Fig.3 - Prefeitura Municipal em construção. Foto cedida por: Vilson Olipa. Nesse estágio, conforme a figura 3, não se tem uma forma bem definida ainda. Apresenta como função inicial no âmbito social para o emprego de mão de obra, empregando diversas pessoas; por meio da compra de materiais de construção beneficiou lojas de construção; por meio da aquisição dos terrenos, beneficiaram-se os proprietários dos lotes. Sua estrutura foi organizada, num momento em que a sociedade mamboreense estava se dispersando no espaço urbano, e assim houve uma migração transformando a periferia em centro. Hoje. Num quarto momento aparece a obra concluída, conforme fotografia retirada em recentemente. (figura 4). Nela, a forma pode ser observada no desenho do telhado (forma diferenciada de arquitetura), na existência de dois andares, no jardim, etc. A função modifica-se novamente agora este espaço está voltado para a administração pública municipal, vista no poder executivo. 23 Fig.4 - Prefeitura Municipal (ano de 2009). Foto cedida por: Vilson Olipa. A estrutura política gerada através da forma e da função possibilitou ao município a ter um melhor gerenciamento de suas atividades. Considerando esta estrutura, ela vai causar processos de mudanças em praticamente todo espaço urbano (e rural do município), pois a sua função esta relacionada a toda área urbana. Considerações finais. As relações existentes entre o espaço e seu principal habitante, o ser humano, ficam bastante ‘clarificados’ quando se compara historicamente as mudanças ocorridas no espaço. A partir da análise de quatro fotografias foi possível retirar uma grande variação na organização do espaço e nas relações dialéticas existentes entre processo, estrutura, função e forma. Pode- se ver que em período pequeno de tempo ocorreram grandes mudanças, no local analisado. Em pouco mais de quarenta anos houve total mudança, se levado em consideração a teoria de Milton Santos. Inicialmente educandário, depois sofre um incêndio, inicia-se um processo de construção de uma nova forma (prédio público- prefeitura), que abrigou uma nova estrutura (político–administrativa), com uma nova função (gerenciar o espaço urbano). Referências SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Hucitec, 1982. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, 1986. OLIPA, Vilson. História de Mamborê. Prefeitura Municipal de Mamborê, 1998. Disponível em: <https://jonashenriquelima.wordpress.com/2011/07/06/um- exemplo-de-analise-de-evolucao-da-totalidade-social-espacializada/>. Acesso em: 28 fev. 2018 Retomando a aula Chegamos, assim, ao final da terceira aula. Espera-se que tenha contribuído para o entendimento das categorias: forma, função, estrutura e processo e como elas são aplicadas na análise do espaço. Além disso, a importância e a relação que tais categorias possuem com o planejamento da atividade turística. 1 – Forma, função, estrutura e processo: a análise espacial e o Turismo Nesta seção, conceituamos a teoria de Milton Santos (1985) a partir das categorias de análise espacial: forma, função, estrutura e processo, além de estudá-las com o auxílio de exemplos explicativos. Entendemos também que essas categorias analíticas nos ajudam a compreender a totalidade espacial e sua espacialização, ou seja, como a sociedade se organiza no espaço e as mudanças que esse processo desenvolve, inclusive na atividade turística. 2 – Estudo de caso: um exemplo prático da utilização das categorias de análise espacial Nesta seção, verificamos a aplicabilidade e a utilização das categorias de análise espacial através de um exemplo prático: uma pesquisa realizada na cidade de Mamborê no Paraná que buscou identificar e analisar as quatro categorias de análise espacial na perspectiva de um determinado espaço, sendo intitulada: “Estrutura, processo, função e forma: uma aplicação na área urbana de Mamborê/PR”. Vale a pena SAQUET, M. A.; SILVA, S. S. Milton Santos: concepções de geografia, espaço e território. Geo UERJ. Ano 10. Vol. 2. N. 18. 2 semestre. 2008. p. 24-42. Disponível em: <http:// geografiaeconomicaesocial.ufsc.br/files/2016/05/obra-de- milton-santos.pdf>. Acesso em: 28/02/2018. Vale a pena ler Vale a pena acessar Disponível em: <https://www.webartigos. com/artigos/estrutura-processo-funcao-e-forma-na- constituicao-do-espaco-urbano/71554/>. - estrutura, processo, função e forma na constituição do espaço urbano. Disponível em: <https://jonashenriquelima. wordpress.com/2012/03/04/tota l idade-socia l - espacializada-estrutura-processo-funcao-e-forma/>. - Estrutura, processo, função e forma. Você já ouviu falar neles? Disponível em: <https://journals.openedition.org/ confins/8879?lang=pt>. - Estrutura, processo, função e forma no setor agrário do noroeste do Rio Grande do Sul.