Revogação+da+Prisão+Preventiva (1)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DE CONTAGEM/MG
	JOAQUIM, brasileiro, estado civil, profissão, possuindo Registro Geral (RG) nos seguintes nº XXXXXXXXX, inscrito no CPF XXXXXXXX, endereço eletrônico XXXXXXXX, atualmente residente e domiciliado na rua XXXXXX, nºXXX, bairro XXXXXX, exercendo seus Direitos a que lhe compete, juntamente com respaldo do respetivo Advogado presente, agindo nos termos da procuração anexada nos autos, estabelecendo profissionalmente escritório na rua XXXXXXX, nº XXXXXX, Bairro XXXXX, vem perante Vossa Excelência demostrar pedido de REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões fáticas e legais abaixo explicitadas:
I – DOS FATOS
	Após o oferecimento da Resposta à Acusação, o Ministério Público requereu a prisão preventiva do réu sob o argumento de que seria necessária para resguardar a ordem pública. O juiz concordou com o pedido do parquet e determinou a prisão preventiva de Joaquim das Dores. Em sua fundamentação acerca da necessidade da prisão, assim dispôs:
	A foto do réu encontra-se cadastrada em álbum de fotos na Delegacia de Polícia por já ter sido ele investigado pelo cometimento de furto e mesmo o inquérito policial tendo sido arquivado por falta de provas, a preservação da ordem pública se impõe e a prisão preventiva é a única medida a ser tomada, pois, além do crime cometido ser grave o réu demonstra periculosidade, já que o homicídio de João das Couves de Andrade não é o único delito atribuído a ele, além disso a ordem de prisão é necessária, inclusive para preservar-lhe a vida e a integridade física, já que a vítima era pessoa querida na região e a qualquer momento ele pode sofrer linchamento pela comunidade. Portanto, a prisão é urgente e necessária para que a ordem pública se restabeleça, não há possibilidade também em substituir a prisão preventiva por cautelares diversas, o réu precisa ser imediatamente retirado do meio social para evitar que volte a delinquir.
	Apesar de determinar a prisão preventiva do réu, o Magistrado reconheceu a incompetência relativa e enviou os autos à Comarca de Contagem. Nesta comarca, o Juiz do Tribunal do Júri manteve a decisão: a prisão preventiva do réu sob os mesmos fundamentos. Dessa forma, o réu, nesse momento, encontra-se preso preventivamente na cidade de contagem, em Minas Gerais.
II – DO DIREITO
· Resguardo dá ordem pública não há de ser fundamentada por meras informações sem credibilidade alguma.
	Primeiramente quando nos deparamos sobre fatos ilícitos diversos ocasionando sérias reprovações sociais, imediatamente, pensemos quais alternativas serão mais adequadas para fiel tutela legal, englobando todo ordenamento jurídico pátrio merecedor das razões suficientes do legislativo frente as punições ensejadas contra pretensões ilegais. Estando presente uma conduta desleal obviamente o primeiro passo será investigar todo aspecto autoral assim como materialidade, haja vista, evitar aborrecimentos e possíveis incriminações infundáveis.
	Estando comprovado devidos indícios, há movimentações das instituições focadas em segurança pública para utilizarem meios dignos, isto é, persecução penal, muitas vezes, obter provas, frequentemente pericial, documental, testemunhal, e etc. Isto justifica-se, pois, raramente todo delito ir-nos-emos esperar devida atitude do investigado falar, prestar declarações condizentes sobre algum acontecimento. Permanecer calado é Direito Constitucionalmente assegurado, portanto, jamais forçaremos qualquer atitude oral (esclarecedora) sob eventuais crimes de abuso autoridade.
	Pensemos, agora: não houve violação contra Direitos tutelados a favor do investigado, porém, necessário salientar que legalmente haverá prisão preventiva ou temporária, seja pela manifestação inequívoca do Ministério Público requerendo ao Juiz, outrossim, salvaguardar a ordem pública por achar tal agente extremamente perigoso, impedindo análise investigadora condizente (âmbito pré processual) subsequente processual.
	O sujeito acostado nos autos, atualmente, se encontra preso preventivamente ordenado pelo juízo incompetente e posterior remessa dos autos para o respectivo Juízo Competente estabelecendo jurisdição na cidade de Contagem/ MG, alegando periculosidade, proteção individual, assim como outros fundamentos oportunos. Merece atenção este cerceamento da liberdade, quiçá, sequer foi provado comportamento abusivo a sociedade. Ações delitivas em um primeiro momento impede prisão automática, isto porque além de ficar claro autoria, materialidade, os requisitos previstos no artigo 312 são insubstituíveis e devem sempre ser utilizados com cautela.
	Neste sentido quando insuficientes ou meramente abstratas informações sobre a pessoa quem está presa preventivamente, desde já, mostra-se ilegal tal medida cautelar, mormente, devida interpretação fática, envolve análise restrita, deixando circunstâncias inúteis para trás. Consideremos decisão abaixo.
HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. TRÁFICO DE DROGAS (1,8 G DE COCAÍNA E 4 G DE CRACK). GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO.
EXISTÊNCIA DE REGISTROS CRIMINAIS. RECEIO DE PERIGO GERADO PELO ESTADO DE LIBERDADE DO IMPUTADO À ORDEM PÚBLICA NÃO EVIDENCIADO.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. LIMINAR DEFERIDA. PARECER MINISTERIAL PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
1. No caso, a despeito de apresentar prova da existência do delito e indício suficiente de autoria, o decreto preventivo não apontou elementos concretos de receio de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado à ordem pública, carecendo, assim, de fundamento apto a consubstanciar a prisão. Precedentes.
2. Registre-se que a quantidade de entorpecente apreendido (1,8 g de cocaína e 4 g de crack) não é expressiva. Nesse sentido: HC n.
614.770/SP, de minha relatoria, Sexta Turma, DJe 30/11/2020.
3. Então, conquanto o Juiz haja mencionado registros criminais recentes do paciente, a denotar a necessidade de garantir a ordem pública, a justificativa não se mostra bastante, em juízo de proporcionalidade, a motivar a cautela extrema, sobretudo porque foi encontrada com o suspeito quantidade de droga que não é elevada a ponto de, por si só, denotar a prática não ocasional do tráfico de drogas (HC n. 524.586/SP, Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 21/10/2019).
4. Ordem concedida, confirmando a medida liminar, para revogar a prisão preventiva imposta ao paciente nos Autos n.
0009251-14.2019.8.21.0132, da Vara Criminal da comarca de Sapiranga/RS, facultando-se ao Magistrado singular determinar o cumprimento de medidas cautelares alternativas à prisão.
(HC 577.815/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 23/02/2021, DJe 26/02/2021)
	Acima podemos observar pelo julgado em habeas corpus total violação contra princípio bastante importante, chamado proporcionalidade, trazendo como razão prender alguém por pequenas quantidades de entorpecentes, pois houve necessidade tutelar a ordem pública, conquanto existir históricos criminais relacionados na causa. Sempre devemos ponderar entre condutas ínfimas e drásticas evitando danos a liberdade do encarcerado; o acusado acostado não obteve uma justificativa congruente para evitar existente medida cautelar extrema, simplesmente notório juízo resolvera considerar dados pífios sem utilizar-se interpretação stricto sensu daquele rol art. 312 CPP mais fatos cabais sobre alta periculosidade do ato ilícito perpetrado.
	Ademais, mostra-se ilegal a concessão desta medida preventiva, havendo diversas irrazoabilidades.
· Prisão preventiva não pode ser aplicada simplesmente se reputando como pressuposto fático preservar a vida ou integridade física do acusado.
	Considerando a fundamentação explicitada pelo Juízo incompetente e mantida todos os pressupostos, razões, perante atual Juízo competente, desde já, cabe-nos sustentarmos que medidas cautelares rígidas visando proteger a integridade física ou vida do agente é um tanto contraditório, sobretudo, irá causar sérios danos aos Direitos fundamentais constitucionalmente assegurados,principalmente Liberdade. Sendo assim, tal previsão encontra-se vigente:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (CF/88) […].
	Permitir a restrição da Liberdade individual sem quaisquer motivos congruentes, objetivos, restritivos, mostra-se abusiva, neste caso, ferindo uma norma fundamental hierarquicamente superior. Há exceções, portanto, desde que, fique claro publicamente, potencial risco, única medida mais adequada, visando respeitar a proporcionalidade jurídica, e pautada em dados provados, impedindo meras formalidades abstratas.
	III- possibilidade de aplicar-se medidas cautelares diversas da Prisão
	Medidas diversas muitas vezes são fundamentais para evitar grandes prejuízos contra agentes delinquentes, por que determinadas atitudes praticadas pelo sujeito ativo não merecem reprovabilidade maior, porém, devem ser aplicadas, in caso, como punição antecipada pelos danos evidentes constatados, mesmo que ínfimos, até devida decisão final transitada em julgado. Utilizemos algumas cautelares ao máximo equiparando o dano ocasionado fazendo um juízo de proporcionalidade. Ex: um furto pode ser antecipadamente punido, aplicando cautelares diversas como recolhimento domiciliar no período noturno. Um homicídio, especificamente, quando for investigado nada impede que seja concedida medida menos gravosa, é obvio, qualquer situação não equiparada ao rol do artigo 312 CPP. Primeiramente cabe análise deste preceito normativo, sendo gravosa tal aplicação, sequer enquadramos nos requisitos acima (periculum libertatis, por exemplo), cordialmente sê-la-á mais vantajosa aplicar outras cautelares. O artigo 319 CPP expõe:
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
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	Há, portanto, diversas alternativas a serem aplicadas para favorecer o acusado preso preventivamente nestes autos, sem afetar o curso processual.
IV- PEDIDOS
A) Requer-se a revogação da prisão Preventiva, haja vista, no caso concreto sua fundamentação dar-se-á por razões insuficientes e inverídicas, ensejando, todavia, a expedição do alvará, permitindo soltura do processado.
B) Posteriormente se for deferido a substituição cautelar, requer-se que aplique qualquer das medidas previstas no rol do artigo 319 CPP.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Contagem/MG xx/xx/xxxx
Advogado 
OAB