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CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 1 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA PMMS CURSO DE FORMAÇÃO DE APOSTILA DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 2 SUMÁRIO MANUSEIO SEGURO COM ARMAS DE FOGO .......................................................... 5 CONCEITO ........................................................................................................ 5 REGRAS DE SEGURANÇA .................................................................................... 5 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO ............................................. 6 CONCEITO DE ARMA DE FOGO ............................................................................ 6 CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO ................................................................ 6 NOMENCLATURA DAS ARMAS DE FOGO ............................................................... 8 CLASSIFICAÇÃO GERAL DO ARMAMENTO LEVE ..................................................... 8 ARMAMENTO DE DOTAÇÃO DA PMMS ................................................................. 10 ARMAS DE PORTE ............................................................................................. 10 REVÓLVER ....................................................................................................... 10 Apresentação ................................................................................................... 10 Características ................................................................................................. 11 Nomenclatura das principais partes do revólver .................................................... 12 Funcionamento ................................................................................................ 12 Mecanismos de segurança: ................................................................................ 12 Manejo ............................................................................................................ 13 PISTOLAS ........................................................................................................ 18 Nomenclatura das principais partes da pistola ...................................................... 18 Manejo da PT 100 Taurus .................................................................................. 18 PISTOLAS DA IMBEL – MD5, MD6 e MD7 ............................................................. 26 Nomenclaturas das principais partes da pistola .................................................... 26 CACTERÍSTICAS DAS PISTOLAS MD5 E MD7 ........................................................ 27 Desmontagem e montagem das pistolas MD5 e MD7 ............................................ 27 Montagem ....................................................................................................... 31 Desmontagem e montagem da pistola MD6 ......................................................... 31 Montagem ....................................................................................................... 34 Pistola .40 24/7 da Taurus – Montagem e desmontagem ....................................... 35 Montagem ....................................................................................................... 38 CARACTERÍSTICA DA PISTOLA PT 100 e 24/7 TAURUS ......................................... 39 INCIDENTES DE TIRO MAIS COMUNS ................................................................. 41 ARMAS PORTÁTEIS ........................................................................................... 43 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 43 SUBMETRALHADORA TAURUS CAL .40 ................................................................ 44 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 44 CARABINA CAL.40 ............................................................................................ 45 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 3 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 45 CARABINA 5,56 MD 97 LM ................................................................................. 46 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 46 FUZIL AUTOMÁTICO LEVE (FAL 7,62 mm) ........................................................... 47 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 47 NOMENCLATURA .............................................................................................. 47 ESPINGARDA DE COMBATE CBC MODELO 586 P ................................................... 49 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 49 PRINCIPAIS COMPONENTES DA CBC 586P ........................................................... 50 MECANISMOS DE SEGURANÇA ........................................................................... 51 OPERAÇÕES DE MANEJO ................................................................................... 51 MANUTENÇÃO .................................................................................................. 52 SEQUÊNCIA DE DESMONTAGEM ......................................................................... 53 SEQUÊNCIA DE MONTAGEM ............................................................................... 53 INCIDENTES DE TIRO MAIS COMUNS ................................................................. 54 BALÍSTICA....................................................................................................... 55 Introdução ...................................................................................................... 55 Balística .......................................................................................................... 55 Ramos da Balística ........................................................................................... 55 Balística Interior (Ou Interna) ............................................................................ 56 Mecânica do Disparo ......................................................................................... 56 Armas de Cano de Alma Lisa .............................................................................. 58 Pressão de Trabalho para Armas e Munições ........................................................ 58 Balística Exterior (ou Externa)............................................................................ 58 Estudo da trajetória do projétil ........................................................................... 58 Desvios do Projétil ............................................................................................ 59 Velocidade dos Projéteis .................................................................................... 59 Alcance da Munição .......................................................................................... 59 Tipos de alcance de munições ............................................................................ 60 Alcance máximo ............................................................................................... 60 Alcance útil ...................................................................................................... 60 Alcance de utilização ......................................................................................... 61 Balística Terminal ou de Efeitos .......................................................................... 61 Munições ......................................................................................................... 61 Cartucho .........................................................................................................61 Componentes dos cartuchos: ............................................................................. 62 Quanto ao Tipo de Iniciação ............................................................................... 62 Espoleta .......................................................................................................... 62 Tipos de Espoleta ............................................................................................. 62 Propelente ....................................................................................................... 63 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 4 Tipos de Pólvoras ............................................................................................. 63 Projéteis .......................................................................................................... 63 Tipos de Projéteis ............................................................................................. 64 Tipos de Pontas ................................................................................................ 65 CALIBRE.......................................................................................................... 65 Introdução ...................................................................................................... 65 Calibre .22 ...................................................................................................... 66 Calibre 6,35 MM Browning - (.25 ACP) ................................................................ 67 Calibre .32 ...................................................................................................... 68 Calibre 7, 65 MM Browning - (.32 ACP) ............................................................... 68 Calibre .380 ACP (Automatic Colt Pistol) .............................................................. 68 Calibre .38 SPL (Special) ................................................................................... 69 Calibre .38 SPL +P (Plus Power, mais Potência).................................................... 69 Calibre .38 SPL +P+ ......................................................................................... 70 Calibre .357 Magnum ........................................................................................ 70 Calibre 9mm Parabellum (9x19mm ou 9mm Luger) .............................................. 70 Calibre 10 mm Auto .......................................................................................... 71 Calibre .40 Smith & Wesson (.40 S&W) ............................................................... 71 Calibre .44 ...................................................................................................... 72 Calibre .45 ACP ................................................................................................ 72 EFEITOS DOS PROJÉTEIS NO CORPO HUMANO .................................................... 73 Generalidades .................................................................................................. 73 Cavidades Temporária e Permanente .................................................................. 74 Cavidade temporária ......................................................................................... 74 Cavidade permanente ....................................................................................... 74 "Stopping Power" ou Poder de Parada ................................................................. 74 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 5 MANUSEIO SEGURO COM ARMAS DE FOGO CONCEITO O homem deve conhecer as regras indispensáveis à segurança com armas de fogo. As normas seguintes devem ser incutidas pela repetição constante na instrução, até que sua observância se torne um ato reflexo no manuseio com armas de fogo. REGRAS DE SEGURANÇA 1. Escolher local seguro para o manuseio de uma arma de fogo; 2. A arma de fogo, carregada ou não JAMAIS deverá ser apontada para alguém; 3. A arma NUNCA deverá ser apontada em direção que não ofereça segurança; 4. Trate a arma de fogo como se ela SEMPRE estivesse carregada; 5. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre como manuseá-la; 6. Guarde a arma sempre em local seguro; 7. Ao manusear uma arma, faça-o SEMPRE com o dedo estendido ao longo da arma; 8. SEMPRE se certifique de que a arma esteja descarregada antes de qualquer manuseio; 9. NUNCA deixe uma arma de forma descuidada; 10. Guarde armas e munições separadamente e em locais fora do alcance de curiosos; 11. NUNCA teste as travas de segurança da arma, acionando a tecla do gatilho; 12. As travas de segurança da arma são apenas dispositivos mecânicos e não substitutos do bom senso; 13. NUNCA atire em superfícies planas e duras ou em água, porque os projéteis podem ricochetear; 14. NUNCA pegue ou receba uma arma, com o cano apontado em sua direção; 15. Ao mostrar uma arma para alguém, faça-o com o FERROLHO ABERTO, a arma SEM o carregador e com a câmara VAZIA. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 6 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO CONCEITO DE ARMA DE FOGO Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. (Decreto nº 3.665, de 20 de dezembro de 2000.) CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO a) Quanto ao tipo: a.1 - De Porte: pelo pouco peso e dimensões reduzidas pode ser conduzido no coldre (Ex: Revólveres e Pistolas); a.2 - Portátil: quando, apesar do peso relativamente grande, pode ser conduzido por um só homem, sendo dotado de uma bandoleira, para facilidade e comodidade de transporte. (Ex: Sub Mtr, Carabinas, Fuzis, etc.); a.3 - Não portátil: quando, devido ao volume e peso, pode ser conduzido somente por uma viatura ou dividido em fardos, por vários homens. (Ex: Metralhadoras, Morteiros, Canhões, etc.). b) Quanto ao emprego: b.1 - Individual: quando destinado à proteção daquele que a conduz; b.2 - Coletivo: quando se destina ao emprego em benefício de um grupo de homens ou fração de tropa; c) Quanto ao funcionamento: c.1 - Singular ou de tiro unitário: quando o atirador executa as operações da arma manualmente, principalmente o carregamento; c.2 - De repetição: arma em que o atirador, após a realização de cada disparo, decorrente da sua ação sobre o gatilho, necessita empregar sua força física sobre um componente do mecanismo desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao disparo seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo; c.3 - Semiautomático: é aquele que realiza automaticamente todas as fases do funcionamento, com exceção do disparo; CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 7 c.4 - Automático: é aquele que realiza automaticamente todas as fases do funcionamento, incluindo o disparo. d) Quanto ao princípio de Funcionamento: d.1 - Força muscular do atirador: 1) Ação sobre o gatilho. (Ex: Revólver); 2) Sistema de alavanca - Lever Action. (Ex: Carabina Puma); 3) Sistema de Bomba - Pump Action. (Ex: Espingarda Cal12); 4) Sistema de Ferrolho. (Ex: Mosquefal); d.2 - Ação dos gases: (Ex: Fuzil de Assalto). e) Quanto à ação: e.1 - Ação simples: a ação do atirador sobre o gatilho só realiza o desengatilhamento. (Ex. Pistola MD5 IMBEL, etc.); e.2 - Ação dupla: a ação do atirador sobre o gatilho provoca o acontecimento de várias ações, culminando com o desengatilhamento (Ex. Revólver, Pistola PT 100, etc). f) Quanto à alma do cano: f.1 - Alma Lisa: quando a superfície interna do cano é completamente lisa. (Ex: Espingarda Cal 12).f.2 - Alma Raiada: quando a superfície interna do cano apresenta sulcos helicoidais paralelos, raias, que têm por objetivo imprimir ao projétil um movimento de rotação por forçamento, dando estabilidade ao projétil. (Ex: Revolver). g. Quanto ao sistema de carregamento: g.1 - Municiar: consiste em colocar a munição no carregador da arma; g.2 - Alimentar: consiste em colocar a munição na arma através de seu carregador; g.3 - Carregar: consiste em colocar a carga ou o cartucho na câmara de combustão em condições de disparo. h. Quanto à alimentação: h.1 - Manual: quando os cartuchos são introduzidos manualmente na arma. (Ex: Espingarda Cal 12); h.2 - Com carregador: quando a arma dispõe de um carregador para alimentá-la, podendo ser de pano (tipo fita), tipo lâmina, cofre, tubular, fita de elos ou especial, etc. i. Quanto ao sentido de alimentação: i.1 - Da direita para a esquerda: (Ex: metralhadora Maxim); CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 8 i.2 - Da esquerda para a direita: (Ex: submetralhadora Sterling L2A3); i.3 - De cima para baixo: (Ex: FMZB); i.4 - De baixo para cima: (Ex: MT .40); i.5 - De trás para frente: (Ex: garruchas e revólveres de retro carga). NOMENCLATURA DAS ARMAS DE FOGO • RIFLE: conceito não definido. No Brasil é Fuzil. Nos EUA é um Fuzil para uso civil e em Portugal é Carabina. • CARABINA: arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de cano longo - embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada. • FUZIL: é uma arma de fogo portátil, de cano longo, com alma raiada. Pode ser de repetição, semi-automático ou automático. • ESPINGARDA: é uma arma longa de alma lisa. • METRALHADORA: é arma de funcionamento automático, simples o suficiente para ser operada por uma única pessoa, sem a necessidade de equipamentos de apoio. • SUBMETRALHADORA: é uma arma automática ou semi-automática de tamanho reduzido. • REVÓLVER: arma de fogo de porte, de repetição, dotada de um cilindro giratório posicionado atrás do cano, que serve de carregador, o qual contém perfurações paralelas e eqüidistantes do seu eixo e que recebem a munição, servindo de câmara. • PISTOLA: é uma arma de fogo de porte, geralmente semi-automática, cuja única câmara faz parte do corpo do cano e cujo carregador, quando em posição fixa, mantém os cartuchos em fila e os apresenta seqüencialmente para o carregamento inicial e após cada disparo. LASSIFICAÇÃO GERAL DO ARMAMENTO LEVE AR MA S D E F Quanto ao tipo De porte Portátil Não portátil Quanto ao Emprego Individual Coletivo Quanto à alma Lisa CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 9 OG O do cano Raiada Quanto ao sistema de carregamento Ante-carga Retro-carga Quanto ao sistema de inflamação Por mecha Por atrito Por percussão Extrínseca Intrínseca Pino Lateral Central Circular Direta Indireta Quanto a refrigeração A Ar A Água A Ar e Água Quanto a alimentação Manual Com Carregador Quanto ao sentido De alimentação Da direita para esquerda Da esquerda para a direita De cima para baixo De baixo para cima De trás para frente Quanto ao funcionamento Singular (unitário) Simples Múltipla De Repetição Semi-automática Automática Quanto ao princípio de Funcionamento Ação Muscular do Atirador Pressão dos gases Ação dos gases sobre o êmbolo Ação dos gases sobre o ferrolho Recuo do cano Curto recuo Longo recuo Ação muscular do atirador combinada com a ação de uma corrente elétrica CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 10 ARMAMENTO DE DOTAÇÃO DA PMMS ARMAS DE PORTE REVÓLVER A PMMS adota diferentes modelos de revólveres no calibre .38, com capacidade para 6 ou 7 cartuchos, fabricados pela Forjas Taurus S.A. (Porto Alegre-RS). De um modo geral, os revólveres adotados pela PMMS são muito semelhantes em diversos aspectos, diferindo em alguns pontos, tais como: comprimento e espessura do cano, capacidade do tambor, algumas peças do mecanismo interno, mecanismo de segurança, etc. Com o processo de reaparelhamento da PMMS essa arma está sendo substituída pelas pistolas .40 que possuem maior capacidade de tiro e maior poder de parada. Por esse motivo, iremos estudar o revólver genericamente capacitando os policiais a manusearem com segurança e habilidade este tipo de armamento. Apresentação O termo “revólver" indica "revolução”, ou seja, um movimento de rotação em torno de um eixo. O primeiro revólver, com características dentro da moderna concepção acima, foi construído por Samuel Colt, por volta de 1836. Posteriormente, outros inventores empenharam-se na fabricação de revólveres, destacando-se o inglês Adams, que foi um grande concorrente de Colt. Inicialmente, os revólveres eram de movimento simples, ou seja, funcionavam somente em ação simples ou ação dupla. Posteriormente, os revólveres passaram a ser fabricados de movimento duplo, ou seja, eles funcionavam tanto em ação dupla, quanto em ação simples. Os revólveres modernos são geralmente fabricados em movimento duplo. A evolução do revólver foi marcada também pelo aperfeiçoamento dos sistemas de carregamento e extração. Foram criados diversos sistemas, tais como: sistema de armação rígida, sistema de armação basculante e sistema de tambor reversível. Este último é o sistema mais adotado atualmente. O revólver é uma arma muito bem aceita pelas Forças de Segurança do mundo inteiro, devido à sua variedade de calibres, simplicidade, robustez e fácil manutenção. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 11 Características Designação Nomenclatura: Revólver (marca) cal .38 (modelo). Indicativo Militar: Rv (marca) .38 (modelo). Classificação Quanto ao tipo: de porte. Quanto ao emprego: individual. Quanto à alma do cano: raiada, variando entre número (5 ou 6) e sentido (à direita ou à esquerda) de acordo com o modelo. Quanto ao sistema de carregamento: retro carga. Quanto ao sistema de inflamação: percussão intrínseca central, podendo ser direta ou indireta, dependendo do modelo. Quanto à refrigeração: a ar. Quanto à alimentação: manual, possuindo capacidade para 6 ou 7 cartuchos (conforme modelo), podendo ainda utilizar-se o "Spead Load" ou “Jet Load” (carregadores que permitem introduzir todos os cartuchos no tambor de uma só vez). Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente. Quanto ao funcionamento: de repetição. Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador. Aparelho de pontaria Alça de mira: tipo entalhe, podendo ser regulável ou fixa, dependendo do modelo. Massa de mira: Seção retangular, fixa. Dados numéricos Calibre: .38. Peso: em média 800 g, dependendo do modelo da arma. Comprimento do cano: o comprimento padrão é de 101,6 mm (4"), existindo outros modelos variando entre 50,8 mm (2”), 76,2 mm (3”), 127 mm (5”), e 152,4 mm (6”) e 203,2 mm (8”) para tiro ao alvo. Velocidade teórica de tiro: 20 tiros por minuto. Velocidade prática do tiro: de acordo com a habilidade do atirador. Alcance máximo: 1.400 metros. Alcance útil: 450 metros. Alcance com precisão (de utilização): 75 metros. Alcance prático: 20 metros. Vida da arma: 20.000 tiros. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 12 Nomenclatura das principais partes do revólver Funcionamento O estudo do funcionamento do revólver resume-se em se estudar os sistemas de engatilhamento da arma: Ação simples: a ação do atirador sobre o gatilho só realiza o desengatilhamento. Ação dupla: a ação do atirador sobre o gatilho provoca o acontecimento de váriasações, culminando com o desengatilhamento. Mecanismos de segurança: Devido à particularidade do revólver estar sempre em condições de disparo, bastando apenas que a arma esteja carregada e que o atirador acione a tecla do gatilho. Diversos mecanismos de segurança foram inventados pelos fabricantes, para evitar os indesejáveis disparos acidentais. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 13 Alguns fabricantes acrescentaram às armas "travas de segurança manuais”, as quais tinham a função de bloquear o cão ou prender o tambor. Estas travas tornaram- se obsoletas com o desenvolvimento de outros mecanismos de segurança, denominados “calços de segurança”. A diferença entre a trava de segurança e o calço de segurança consiste basicamente em que o primeiro bloqueia o mecanismo interno da arma no seu todo ou em parte, e o segundo apenas evita o disparo em determinada situação. Manejo Municiar/Alimentar 1º Passo: empunhando o revólver com a mão direita, levar o dedal serrilhado à frente, usando o polegar da mesma mão; com os dedos anelar e médio da mão esquerda, empurrar o tambor à esquerda, rebatendo-o. Estes dedos deverão segurar o tambor durante a alimentação, e a arma deverá estar apontada para baixo, ou voltada para um caixão de areia. Os dedos mínimo e indicador da mão esquerda deverão segurar a arma próximo ao cão e ao cano respectivamente; CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 14 2º Passo: em seguida, introduzir os cartuchos nas câmaras com a mão direita, girando o tambor com os dedos anelar, médio e polegar da mão esquerda. Observação: o municiamento do revólver se dá como uma exceção à regra, uma vez que o revólver não dispõe de carregador, e sim, de câmaras giratórias (tambor), que servem como tal. Portanto, o municiamento do revólver ocorre enquanto se coloca os cartuchos desejados no tambor e, ao se encerrar tal operação, após a colocação do último cartucho no tambor efetua-se a alimentação. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 15 Carregamento Terminada a alimentação desloque suavemente o tambor para dentro da armação com a mão esquerda, empunhando o revólver com a mão direita, completando-se o fechamento do tambor na armação. Engatilhamento Pode ser efetuado por dois processos: Ação dupla: Acionar a tecla do gatilho com o dedo indicador. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 16 Ação simples: Sem colocar o dedo indicador na tecla do gatilho, leva-se o polegar da outra mão à crista serrilhada do cão trazendo-o à retaguarda até que fique preso pelo entalhe de engatilhamento. Disparo Consiste em acionar a tecla do gatilho para que seja efetuada a percussão da espoleta e consequentemente a carga de projeção do projétil. Extração e ejeção Procede-se inicialmente como se fosse alimentar a arma, tendo rebatido o tambor e segurado a arma da maneira correta, com o polegar esquerdo, pressiona-se a vareta do extrator, colocando-se a mão direita abaixo do tambor para aparar os cartuchos extraídos e ejetados. Procedimento de segurança para desengatilhar manualmente quando em ação simples Uma vez engatilhado, o revólver já se encontra em condições de disparo, porque a câmara que contém o cartucho a ser disparado está rigorosamente alinhada com o cano. Portanto, o desengatilhamento é uma operação delicada, devendo ser cercada das cautelas a seguir: - Apontar a arma para um local seguro; - Com o polegar da mão contrária à que está empunhando a arma, segurar o cão à retaguarda pela sua crista serrilhada; - Com o dedo indicador, acionar a tecla do gatilho apenas o suficiente para liberar o cão; - Retirar o dedo indicador da tecla do gatilho; - Levar o cão suavemente à frente até sua posição de repouso com o polegar. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 17 Inspeção preliminar Ao receber ou passar o revólver para alguém, fazê-lo com a arma aberta verificando se ela está carregada. Em seguida, verifique a arma externamente, observando: - Limpeza das partes externas, bem como presença de resíduos ou objetos que estejam obstruindo o cano e as câmaras; - Inexistência ou mal atarraxamento de parafusos, com atenção especial para o dedal serrilhado, parafuso-retém do suporte do tambor, parafuso do retém do tambor e vareta do extrator; - Engatilhamento na ação simples e na ação dupla; - Retenção do tambor, quando a arma estiver em repouso ou engatilhada. Nestas situações, se o tambor girar livremente, indica que o retém do tambor está com algum defeito; - Estado do percussor, verificando se este não está quebrado ou apresenta rebarbas; - Perfeita fixação das placas da coronha. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 18 PISTOLAS A pistola é uma arma semiautomática que funciona pela ação dos gases sobre o ferrolho e com um sistema de trancamento mecânico. A percussão é exercida por um sistema tipo “percussor lançado” e depende exclusivamente da vontade do atirador a cada disparo. A pistola é alimentada por carregador metálico, do tipo cofre, com capacidade para cartuchos de acordo com o modelo, além do cartucho que pode ser introduzido diretamente na câmara. Nomenclatura das principais partes da pistola Manejo da PT 100 Taurus CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 19 Retirada do Carregador Comprima, com o polegar, o botão do retém do carregador localizado próximo ao guarda mato e retire o carregador. Municiar Com uma das mãos segure o carregador e com a outra introduza os cartuchos um a um, pressionando-os para baixo e para trás. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 20 Alimentar É a colocação do carregador municiado na arma, sem, contudo, carregá-la. Carregar Segure a pistola com uma das mãos, mantendo o dedo longe do gatilho. Com a outra mão puxe o ferrolho para trás até o batente, soltando-o a seguir. O ferrolho irá então para frente, impulsionado pela mola recuperadora, introduzindo um cartucho na câmara. Observação: as definições acima adotadas estão de acordo com a nomenclatura usada pelo Exército Brasileiro. Para a Polícia Federal o que nomeamos como carregar seria municiar e municiar seria carregar. Desengatilhar CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 21 A pistola está engatilhada e pronta para atirar, através do acionamento do gatilho. Após o tiro, o ferrolho impulsionado pela pressão dos gases retrocederá para ejetar o estojo e carregar novo cartucho. Novamente a pistola estará pronta para atirar. Após a detonação do último cartucho, o ferrolho ficará recuado e imobilizado pela ação do retém do ferrolho sobre o mesmo. Para que volte a sua posição normal, pressione para baixo o retém do ferrolho. Em caso de interrupção dos tiros antes do último cartucho ser detonado, pressione o desarmador para baixo fazendo com que o cão desengatilhe automaticamente, voltando a sua posição de descanso. Para reiniciar os tiros basta acionar o gatilho, pois a pistola PT 100 é dotada de mecanismo de disparo em ação dupla. Para descarregar a pistola, retire o carregador e puxe o ferrolho até o seu batente para extração do cartucho que se encontra na câmara. Libere então o ferrolho até que volte à sua posição de repouso e em seguida pressione o desarmador do cão para baixo. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 22 O registro de segurança, ao ser acionado para cima, trava o cão. Foi projetado para permitir o uso ambidestro e possibilita uma rápida passagem da posição de segurança para a de disparo.Quando um cartucho está alojado na câmara, a extremidade do extrator fica saliente, revelando uma marca vermelha. Assim é possível controlar visualmente ou pelo tato, a existência de cartucho na câmara, sem necessidade de recuar o ferrolho. Desmontagem em primeiro escalão CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 23 1º Passo: premer o retém do carregador, localizado próximo ao guarda mato, e retirar o carregador; 2º Passo: executar dois golpes de segurança, assegurando-se que não existe cartucho na câmara; 3º Passo: com o indicador da mão esquerda, premer o botão do retém da alavanca de desmontagem e ao mesmo tempo, com o dedo polegar, girar a alavanca, no sentido horário. 4º Passo: deslizar o conjunto do ferrolho-cano para frente até liberá-lo da armação. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 24 5º Passo: comprimir levemente a guia da mola recuperadora com sua respectiva mola levantando o conjunto e retirando-o cuidadosamente. 6º Passo: comprimir o mergulhador do bloco de trancamento (somente nas pistolas – PT 92, PT 99, PT 100, PT 101). 7º Passo: retirar o conjunto cano-bloco de trancamento do ferrolho. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 25 Observação: para facilitar o processo de montagem é recomendado que as peças sejam colocadas na sequência da desmontagem ordenadamente. Montagem Consiste no processo inverso ao da desmontagem. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 26 PISTOLAS DA IMBEL – MD5, MD6 e MD7 Nomenclaturas das principais partes da pistola CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 27 CACTERÍSTICAS DAS PISTOLAS MD5 E MD7 CARACTERÍSTICAS Nomenclatura: Pistola de grande capacidade MD5 IMBEL; Simbologia: PT .40 GC IMBEL MD5; Classificação Quanto ao tipo: de porte; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: raiada, 06 raias, à esquerda; Quanto ao sistema de carregamento: retro carga; Quanto ao sistema de inflamação: percussão intrínseca, central e direita (percussor acoplado ao ferrolho); Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 16 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Quanto ao funcionamento: semiautomático e ação simples; Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases; Calibre: .40 S&W. Desmontagem e montagem das pistolas MD5 e MD7 Recomenda-se o uso de óculos de segurança durante as operações de desmontagem e montagem da pistola pois há o perigo potencial de acidentes causados por peças impulsionadas por molas. É sugerido, durante a desmontagem, a colocação das peças uma ao lado da outra, conforme a ordem em que forem retiradas da arma. O trabalho de montagem ficará muito facilitado. Qualquer outra operação de desmontagem e montagem não descrita nesta apostila deve ser realizada por armeiros autorizados. A desobediência a esta regra de segurança ou a execução das operações permitidas, mas fora da ordem ou dos procedimentos previstos, pode acarretar danos à arma e/ou ao usuário. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 28 Medidas preliminares 1° Passo: Retirar o carregador da arma; armar o cão agindo no sistema ADC; realizar dois golpes de segurança e examinar a câmara. Verificar que esteja vazia, pois a desmontagem só pode prosseguir se não houver cartucho na câmara. O esquecimento desta regra básica de segurança pode causar sérios acidentes pessoais para quem estiver manuseando a pistola e/ou a quem estiver nas proximidades. Uma vez constatada a inexistência de cartucho na câmara, soltar o ferrolho. 2° Passo: Introduzir o clipe L no orifício da haste guia da mola recuperadora; fazendo a empunhadura invertida puxe o ferrolho à retaguarda até expor o orifício de encaixe. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 29 3° Passo: Recuar o ferrolho até que seu entalhe médio, em forma de meia-lua, venha a coincidir com a saliência existente no dente da chaveta de fixação do cano. 4° Passo: retirar a chaveta de fixação do cano, empurrando a extremidade direita do eixo da chaveta de fixação e retirá-la pelo lado esquerdo da arma. 5° Passo: Separar o ferrolho da armação deslizando este para a frente até que ocorra a separação. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 30 6° Passo: Retirar o conjunto mola recuperada e haste da mola recuperadora. Para isso certifique-se de que o elo de fixação do cano está a retaguarda e puxe o conjunto para cima e para trás até sair completamente do ferrolho. 7° Passo: Retirar o cano empurrando o anel de fixação do cano para frente e posteriormente empurrar o cano pela frente do ferrolho até sua saída completa. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 31 Sequência das peças após a desmontagem. Montagem Consiste no processo inverso ao da desmontagem. Desmontagem e montagem da pistola MD6 1° Passo: Retirar o carregador da arma; armar o cão agindo no sistema ADC; realizar dois golpes de segurança e examinar a câmara. Verificar que esteja vazia, pois a desmontagem só pode prosseguir se não houver cartucho na câmara. O esquecimento desta regra básica de segurança pode causar sérios acidentes pessoais para quem estiver manuseando a pistola e/ou a quem estiver nas proximidades. Uma vez constatada a inexistência de cartucho na câmara, soltar o ferrolho. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 32 2° Passo: Recuar o ferrolho até que seu entalhe médio, em forma de meia-lua, venha a coincidir com a saliência existente no dente da chaveta de fixação do cano. É recomendado fazer a empunhadura invertida para facilitar o alinhamento das partes. 3° Passo: retirar a chaveta de fixação do cano, empurrando a extremidade direita do eixo da chaveta de fixação e retirá-la pelo lado esquerdo da arma. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 33 4° Passo: Separar o ferrolho da armação deslizando este para a frente até aparecer parcialmente a mola recuperadora. Segurar a mola contra o ferrolho, para evitar o arremesso de peças e completar a separação das peças. 5° Passo: Retirar o conjunto mola recuperada e haste da mola recuperadora. Para isso certifique-se de que o elo de fixação do cano está a retaguarda e puxe o conjunto para cima e para trás até sair completamente do ferrolho. Pode ser feita separação do dedal guia da mola recuperadora e desta com seu tubo guia. Notar que a extremidade mais fechada da mola estava em contato com o tubo-guia. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 34 6° Passo: Retirar o cano empurrando o anel de fixação do cano para frente e posteriormente empurrar o cano pela frente do ferrolho até sua saída completa. Sequência das peças após a desmontagem. Montagem Consiste no processo inverso ao da desmontagem. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 35 Pistola .40 24/7 da Taurus – Montagem e desmontagem 1° Passo: Retirar o carregador da arma; realizar dois golpes de segurança e examinar a câmara. Verificar que esteja vazia, pois a desmontagem só pode prosseguir se não houver cartucho na câmara. O esquecimento desta regra básica de segurança pode causar sérios acidentes pessoais para quem estiver manuseando a pistola e/ou a quem estiver nas proximidades. Uma vez constatada a inexistência de cartucho na câmara, soltar o ferrolho. 2° Passo: Abrir a arma,agindo no retém do ferrolho, girar a alavanca de desmontagem para baixo. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 36 3° Passo: Fechar a arma, agindo no retém do ferrolho, para liberar a alavanca de desmontagem. 4° Passo: Abrir novamente a arma, agindo no retém do ferrolho, e retirar a alavanca de desmontagem. Posteriormente feche o ferrolho pressionando seu retém. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 37 5° Passo: Pressione o gatilho para liberar o ferrolho e, ao mesmo tempo em que estiver liberando a pressão, deslize o conjunto ferrolho para a frente. 6° Passo: Retire a mola recuperadora com a sua haste; pressione para a frente, para cima e retire por trás. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 38 7° Passo: Separe o cano do ferrolho puxando para cima e para trás. Sequência das peças após a desmontagem. Montagem Consiste no processo inverso ao da desmontagem. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 39 CARACTERÍSTICA DA PISTOLA PT 100 e 24/7 TAURUS CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 40 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 41 INCIDENTES DE TIRO MAIS COMUNS INCIDENTE CAUSAS CORREÇÕES Falha na Alimentação 1. Carregador sujo. (O carregador não entra totalmente no alojamento). 2. Retém do carregador gasto ou quebrado. (O carregador não fica fixo). 1. Limpar o carregador e 2. Desmontar o retém do carregador e substituí-lo. Falha na apresentação do cartucho 1. Mola do carregador fraca ou defeituosa. O cartucho não fica em condições de ser alcançado pela parte anterior do ferrolho. 2. Transportador defeituoso ou amassado. 1. Substituir a mola do carregador. 2. Substituir o transportador. Falha no carregamento 1. Rebarba, sujidade ou corpo estranho na câmara. 2. Cartucho amassado ou defeituoso. 3. Mola recuperadora defeituosa. O ferrolho não irá totalmente à frente. 4. Abas do carregador defeituosas. O cartucho não entra na câmara devido a inclinação do projétil. 1. Eliminar a rebarba; Limpar e lubrificar a câmara; Remover o corpo estranho. 2. Substituir a munição. 3. Substituir a mola recuperadora. 4. Substituir o carregador. Nega 1. Ponta do percussor gasto ou quebrado, não há marca de percussão na espoleta. 2. Munição defeituosa, há marca de percussão na espoleta. 1. Substituir o percussor. 2. Substituir a munição. Falha no desengatilhamento. 1. Dente de engatilhamento do cão c/ desgaste. 2. Mola do cão fraca ou quebrada. 3. Mola da armadilha montada incorretamente. 4. Mola da armadilha quebrada. 5. Apoio para a mola da armadilha quebrado. 1. Substituir o cão. 2. Substituir a mola do cão. 3. Montar corretamente. 4. Substituir a mola da armadilha. 5. Substituir a armadilha. Falha no desengatilhamento 1. Ressalto do tirante do gatilho gasto ou quebrado. 1. Substituir o tirante do gatilho. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 42 INCIDENTE CAUSAS CORREÇÕES 2. Ressalto do apoio do tirante do gatilho (na armadilha), gasto ou quebrado. 3. Apoio para o ressalto do tirante do gatilho (cão), gasto (na ação dupla). 2. Substituir a armadilha. 3. Substituir o cão. Falha na ejeção Ejetor gasto ou quebrado. Substituir o ejetor. Falha na extração Extrator gasto ou quebrado. Substituir o extrator. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 43 ARMAS PORTÁTEIS SUBMETRALHADORA CAL 9 mm MT 12A CARACTERÍSTICAS Nomenclatura: Submetralhadora Taurus Calibre 9mm Modelo Mt12A; Classificação Quanto ao tipo: portátil; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: raiada, 06 raias, à direita; Quanto ao sistema de carregamento: retro carga; Quanto ao sistema de inflamação: percussão intrínseca, central e direita (percussor acoplado ao ferrolho); Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 30 ou 40 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Quanto ao funcionamento: automático; Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases; Calibre: 9 mm "Parabellum" ou "Luger" (9 mm X 19 mm NATO). CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 44 SUBMETRALHADORA TAURUS CAL .40 CARACTERÍSTICAS Designação Nomenclatura: Submetralhadora Taurus Calibre .40 Modelo Famae MT .40; Classificação Quanto ao tipo: portátil; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: raiada, 06 raias à direita; Quanto ao sistema de carregamento: retro carga; Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 30 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Quanto ao funcionamento: automático e semiautomático; Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 45 CARABINA CAL.40 CARACTERÍSTICAS Designação Nomenclatura: Carabina Taurus Calibre .40 Modelo Famae CT .40; Classificação Quanto ao tipo: portátil; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: raiada, 06 raias à direita; Quanto ao sistema de carregamento: retro carga; Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 30 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Quanto ao funcionamento: automático e semiautomático; Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 46 CARABINA 5,56 MD 97 LM CARACTERÍSTICAS Designação Nomenclatura: Carabina 5,56 MD 97 LM Classificação Quanto ao tipo: portátil; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: raiada, 06 raias à direita; Quanto ao sistema de carregamento: retro carga; Quanto ao sistema de inflamação: percussão intrínseca, central e direita (percussor acoplado ao ferrolho); Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 30 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Quanto ao funcionamento: automático, semiautomático e rajada limitada 03 tiros; Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 47 FUZIL AUTOMÁTICO LEVE (FAL 7,62 mm) CARACTERÍSTICAS NOMENCLATURA Fuzil Automático Leve 7,62 mm Modelo 1964 (FAL) CLASIFICAÇÃO Quanto ao Tipo: Portátil; Quanto ao Emprego: Individual; Quanto à alma do cano: raiada, 04 raias à direita; Quanto ao Funcionamento: Automático, Semiautomático e Repetição; Quanto ao Princípio de Funcionamento: Ações dos Gases sobre o Êmbolo; Quanto à Refrigeração: A ar; Quanto à alimentação: carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 20 cartuchos; Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; Alça de Mira: Tipo Lâmina com Cursor (graduada de 200 a 600 metros); Massa de Mira: Tipo Ponto, com protetores laterais; DADOS NUMÉRICOS CALIBRE: 7,62X51 mm; COMPRIMENTO: 1,10 m; PESO SEM CARREGADOR: 4,30 Kg; PESO DO CARREGADOR VAZIO: 0,25 Kg; PESO DO CARREGADOR CHEIO: 0,73 Kg; VELOCIDADE INICIAL: 840 m/s; ALCANCE MÁXIMO: 3.800 metros. ALCANCE ÚTIL SEM LUNETA: 600 metros. ALCANCE ÚTIL COM LUNETA: 800 metros. CADÊNCIA DE TIRO: 850 disparos/minuto. VIDA ÚTIL: 16.000 Tiros. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 48 CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 49 ESPINGARDA DE COMBATE CBC MODELO 586 P CBC Modelos 586-P (acima) e 586.2 - P/7 PG (abaixo) A espingarda de combate 586 P (e 586.2) funciona no sistemade ação por bomba ou trombone ("pump action"), e é fabricada pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC). CARACTERÍSTICAS Designação Nomenclatura: Espingarda Cal 12 CBC Mod 586 P Classificação Quanto ao tipo: portátil. Quanto ao emprego: coletivo. Quanto ao funcionamento: de repetição, por ação de bomba. Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador. Quanto ao sistema de refrigeração: a ar. Alimentação Capacidade de tiro: 5 a 8 cartuchos. Carregador: tubular, sob o cano. Raiamento: inexistente. Massa de mira: massa esférica em todas as versões. Alça de mira: com regulagem (586 AP). Dados numéricos: CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 50 Calibre: 12 Peso: 2,7 kg Comprimento total: 1,0 m Comprimento do cano: 47 cm PRINCIPAIS COMPONENTES DA CBC 586P Os principais comandos estão localizados na face esquerda do receptáculo da arma. Coronha e telha A telha, além de servir de apoio para a mão do policial, é utilizada para a movimentação do mecanismo do ferrolho; para abrir o mecanismo, movimente a telha para trás, e o ferrolho irá recuar (lembrando sempre que, para o primeiro disparo, é necessário o acionamento da trava da corrediça). Estando a telha no ponto máximo de recuo, ao ser acionada novamente para a frente, o primeiro cartucho posicionado para a alimentação no carregador, será levado pelo transportador à câmara, e nela totalmente alojado quando o ferrolho for completamente fechado e trancado ao cano. Cano O cano da 586 P é fabricado em aço cromo molibdênio (SAE 4130), sendo submetido a teste de sobrepressão, conforme atesta a marca "PN" gravada no cano. Conjunto do ferrolho CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 51 A arma só irá disparar se o ferrolho estiver perfeitamente trancado ao cano. O policial deverá atentar para quando não acionar corretamente a telha da arma, ou utilizar munição danificada que impossibilite o correto fechamento da mesma. Localizador esquerdo longo Esta peça, localizada no lado esquerdo da arma, ao ser acionada, permite o descarregamento dos cartuchos alojados no tubo de depósito (carregador), mediante um único recuo da telha. MECANISMOS DE SEGURANÇA Trava de segurança No modelo 586, a trava de segurança bloqueia o gatilho e a trava do martelo. Quando acionada, oferece proteção contra disparo acidental ou não intencional. Para travar o gatilho, basta mover o botão da trava da esquerda para a direita, de modo que a indicação em vermelho não fique visível. OPERAÇÕES DE MANEJO Municiamento do carregador e alimentação da arma: colocar os cartuchos de munição no interior do carregador (depósito), pela janela de alimentação localizada na parte inferior do receptáculo. Carregamento da arma: Acionar a telha para trás, abrindo a arma, e para frente, colhendo um cartucho do depósito e introduzindo-o na câmara da arma. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 52 Descarregar e desmuniciar: Travar a arma. Com a arma virada (face inferior do receptáculo para cima), acionar o botão do liberador do ferrolho, abrindo a arma. O cartucho que estava na câmara é extraído e ejetado. Retirá-lo. Abaixar a mesa transportadora e acionar o localizador esquerdo longo, que irá liberar a munição contida no carregador tubular. Para carregar com um só cartucho de munição - Trave a arma; - Recue a telha até abrir completamente o mecanismo. Caso a arma esteja engatilhada, será necessário - acionar a trava da corrediça; - Coloque um cartucho pela janela de ejeção, não sendo necessário colocá-lo na câmara; - Empurre a telha para frente para introduzir o cartucho na câmara e feche o mecanismo; Para carregar a câmara e alimentar o depósito (carregador) Atenção: se o cartucho não for corretamente introduzido, ele poderá deslizar para dentro do mecanismo, por cima do transportador, bloqueando o funcionamento da arma. Se isto ocorrer, o policial deve: MANUTENÇÃO A espingarda de combate 586 P vem de fábrica embalada com o conjunto do cano separado do receptáculo: CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 53 SEQUÊNCIA DE DESMONTAGEM 1. Abra a arma, trave-a e certifique-se de que não há cartucho na câmara ou no depósito; 2. Com a arma aberta, desparafuse e remova o bujão do depósito; 3. Retire o cano, puxando-o paralelamente ao tubo do carregador; 4. Vire a arma, colocando a janela de alimentação para cima. Com o dedo indicador, abaixe ligeiramente o transportador e pressione o localizador direito. Desvire a arma, colocando a janela de alimentação para baixo; com a outra mão, afaste a telha do receptáculo, até que o conjunto do ferrolho seja naturalmente extraído das hastes da corrediça. Remova a telha e a corrediça; SEQUÊNCIA DE MONTAGEM 1. Antes da montagem, deve-se verificar o cano em busca de possíveis obstruções; 2. Desparafusa-se o bujão do depósito, removendo-o; 3. Empurra-se, então, o acionador da trava da corrediça, recuando a telha até a metade de seu curso; 4. Segura-se o cano paralelamente ao carregador; 5. Desliza-se a travessa no carregador, cuidando para que a extremidade traseira do cano seja, ao mesmo tempo, introduzida no receptáculo; CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 54 6. Alinha-se o alojamento do ejetor, na traseira do cano, no receptáculo, e empurra-se o cano até que este seja totalmente introduzido no receptáculo; 7. Coloca-se o bujão do depósito, apertando-o sem excesso. Observação: Não se deve acionar a corrediça repetidamente enquanto o cano não estiver montado. Da mesma forma, não acionaremos o gatilho repetidamente "em seco", pois estes danificam componentes da arma. INCIDENTES DE TIRO MAIS COMUNS INCIDENTES CAUSAS CORREÇÃO PANE DE TRANCAMENTO: Ferrolho não fecha totalmente, no contato com a câmara. Mola recuperadora fraca ou carregador mal colocado. Trocar a mola ou ajustar carregador, dando um tapa por baixo do mesmo. PANE DE EMBUCHAMENTO: Sistema não cicla após o disparo, por ação do ferrolho que não se move. Estojo que dilata demasiadamente, por conta de super aquecimento, comum em munições recarregadas. Segurar o ferrolho com a mão fraca e, com a mão forte, dar um golpe no punho, afim de abrir o sistema da arma. PANE CHAMINÉ: estojo, ao ser ejetado, não sai completamente da arma, formando uma espécie de chaminé e impedindo que a arma feche. Mola do ejetor com problema ou carregador com mola forte demais (chaminé com projétil inteiro). Trocar a mola do ejetor ou mola do carregador. PANE DE DUPLO CARREGAMENTO: Apresentação de 02 cartuchos simultaneamente Extrator inoperante ou carregador com mola forte demais. SE ABRIGAR, Abrir a arma, retirar o carregador, dar dois golpes de segurança, realimentar e recarregar. PANE DE NEGA: Não percute. Sujeira no mecanismo, falha da munição ou Percursor quebrado Golpe de segurança e novo disparo. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 55 BALÍSTICA Introdução Discorreremos, agora, sobre alguns dos conceitos básicos que envolvem o tiro com armas de fogo, relacionados à balística. Iremos estudar a mecânica do disparo, os fenômenos que ocorrem desde que o projétil deixa a arma e os efeitos que o mesmo poderá causar, principalmente no alvo humano. Entre o deflagrar da carga de projeção e o impacto do projétil no alvo, todos os princípios da mecânica clássica se fizeram presentes, precedidos por princípios da termoquímica e da termodinâmica. Através do estudo da balística, iremos compreender estes fenômenos, aplicando-os no correto uso do armamento. A Mecânica é a parte da física que estuda o movimento, assim como suas causas e efeitos. O estudo das leis gerais da Mecânica constitui a chamada Mecânica Racional.A Mecânica Aplicada se subdivide em três partes, a Cinemática, a Estática e a Dinâmica. A Cinemática estuda os movimentos, independente das causas que os produzem. A Estática estuda as forças e os equilíbrios produzidos por elas. A Dinâmica, a seu turno, estuda as relações entre a força e os movimentos que as produzem. Estudando os movimentos e suas causas, é que se conseguiu a construção de máquinas e mecanismos, como, por exemplo, as armas de fogo. Balística A Balística é uma parte da física, compreendida dentro da Cinemática e da Dinâmica, que estuda o movimento dos corpos e projéteis no espaço. Por projétil entende-se todo o corpo que se desloca livre no espaço, em virtude de um impulso recebido. Ramos da Balística Dentro do estudo da balística, existem ramos específicos, dos quais se valem os homens para cálculos militares, astronômicos e, até mesmo, esportivos; abordaremos a balística militar e alguns preceitos da balística forense. A primeira estuda as armas e munições com objetivo de aprimorar seus efeitos, enquanto a segunda, visa esclarecer provas e fatos do interesse da justiça. Estes dois ramos possuem o mesmo objeto, porém o estudam com fins diversos. Pretendemos apenas abordar aqueles assuntos mais importantes, necessários a compor o acervo de conhecimentos técnico-profissionais que todo profissional de Segurança Pública deve possuir, para poder extrair o máximo de sua arma em caso de emprego real da mesma. A balística militar, ou especial, cujo conhecimento nos afeta diretamente, pode ser dividida em balística interior (ou interna), balística exterior, e balística de efeitos (ou terminal), como veremos a seguir. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 56 Balística Interior (Ou Interna) A balística interior estuda a estrutura, mecanismo, funcionamento e técnica de disparo da arma, assim como a mecânica do disparo e os efeitos da munição dentro das mesmas, até que o projétil a abandone. Mecânica do Disparo Já foi visto que as armas utilizam a pressão dos gases resultantes da queima da pólvora para projetar um corpo no espaço. A mecânica do disparo pode ser assim dividida: Percussão - uma vez que o cartucho de munição esteja alojado na câmara da arma, a percussão ocorre com o ato de pressionar-se o gatilho, liberando o percussor, que se projeta em direção à espoleta do cartucho, atingindo-a; Iniciação da Espoleta - A espoleta, ao ser atingida, detona a carga de explosivo contida em seu interior, produzindo uma fagulha que se comunica com a carga de projeção através do evento existente no alojamento da espoleta; Queima da Carga de Projeção - A carga de projeção, em contato com esta fagulha, se aquece, numa reação química exotérmica, entrando em ignição, queimando e gerando, nesta reação, uma grande quantidade de gases, cujo volume ocupa maior espaço no estojo, acarretando um aumento controlado, mas muito rápido, da pressão interna do cartucho. Essa pressão poderia explodir a câmara da arma, caso nenhum componente se deslocasse. Como a pressão é progressiva e gradual, o projétil, ponto mais fraco no sistema, cede e desloca-se, pois é a única saída para a pressão gerada; Voo Livre e Tomada do Raiamento pelo Projétil - Na maioria das armas, a primeira parte do cano (continuação da câmara) é desprovida de raiamento, sendo que o projétil é forçado, logo após a um curto deslocamento livre, de encontro às raias. O projétil ganha velocidade e movimento de acordo com o sentido e o passo do raiamento. A pressão dos gases atinge seu pico a poucos centímetros da câmara, no interior do cano, e o projétil continua seu deslocamento; CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 57 Aceleração do Projétil no Interior do Cano - Vencida a inércia e a resistência do atrito com o cano, o projétil é impulsionado no interior deste, ganhando velocidade; Saída do Projétil - Neste momento, o projétil alcança a boca do cano; com a saída do projétil, a pressão cai bruscamente, havendo escapamento dos gases. O estojo vazio, que dilatou no momento do disparo, selando a câmara, retorna parcialmente a seu diâmetro original, permitindo sua extração. Os princípios fundamentais da mecânica se fizeram presentes desde o momento do disparo, e o princípio da ação e reação pôde ser sentido no recuo da arma. Recuo da Arma Isaac Newton, em 1686, já pronunciava nas leis da dinâmica, que, a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade, porém de sentido contrário. Imediatamente após a saída do projétil do cano, uma força contrária, da mesma intensidade da que moveu o projétil, atua sobre a estrutura da arma. Esta força provoca e é conhecida como o RECUO DA ARMA, e atua no sentido do eixo do cano. Como há diferença entre o cano e o ponto médio da empunhadura, haverá uma alavanca na arma, com o movimento do cano para cima. Quanto maior o calibre da arma e a potência da munição, maior será o recuo da mesma. Este, porém, é facilmente administrável pelo atirador, através da correta empunhadura da arma. Por sua vez, o ruído do disparo é provocado, principalmente, pela queima da pólvora. O recuo da arma pode apresentar determinados problemas, principalmente se o atirador for novo e inexperiente, pois ele tenderá a ter receio do "coice" da arma, em especial nas armas de grande calibre, como os fuzis. Este fenômeno é algo com o que o atirador tem de aprender a conviver. Para controlar os problemas referentes ao recuo das armas de fogo, algumas medidas podem ser adotadas, como a adequação da coronha da arma, o uso de algum sistema de amortecimento do recuo (especialmente em armas longas), como os compensadores (ou "freios de boca") ou mesmo o constante treinamento, que auxilia a evitar os efeitos psicológicos negativos do recuo no atirador, como antecipação do disparo, por exemplo. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 58 Armas de Cano de Alma Lisa Algumas regras estabelecidas para armas de alma raiada não são válidas para as armas desprovidas de raiamento. Nestas, as variáveis diferem, na dinâmica dos movimentos dos projéteis, pois os cartuchos são estruturalmente diferentes. A inexistência de raiamento faz com que a resistência ao deslocamento do projétil (ou projéteis) seja quase nula. Há, também, o estrangulamento da boca do cano (o choque), cuja função é a de diminuir a dispersão dos balins e aumentar o alcance útil das espingardas de combate. Entretanto, o fenômeno do recuo é comum a ambas as armas. Pressão de Trabalho para Armas e Munições Aspectos a considerar: Pressão gerada no interior das armas – O aço das armas de fogo recebe um tratamento específico para suportar determinado pico de pressão. A elevação indiscriminada deste índice pode gerar a ruptura do aço, expandindo a pressão para todas as direções, inclusive a do atirador; Condições do projétil em razão da alta pressão – Os projéteis não encamisados, principalmente os de chumbo, tendem a deixar resíduos dentro do cano das armas, em caso de pressão e/ou calor e velocidade excessiva, provocando o fenômeno de “chumbamento” do cano, comprometendo assim a precisão. Balística Exterior (ou Externa) A balística externa, ou exterior, preocupa-se com o estudo da trajetória do projétil, desde o momento em que este abandona o cano da arma, até o momento em que se detém no alvo. Os princípios da mecânica se aplicam, por excelência, a partir do momento em que o projétil inicia seu deslocamento livre na atmosfera. É o que estudaremos neste ponto do trabalho: a trajetória do projétil. Estudo da trajetória do projétil A trajetória do projétil na atmosfera está sujeita à influência de vários fatores, que irão determinar a precisão da arma, por atuarem diretamente sobre ele. Devido à grande velocidade da maioria dos projéteis de armas de fogo, a resistência doar detém essencial importância, uma vez que atua como elemento frenador do projétil. Se a trajetória fosse dividida em vários segmentos, e fosse aferida a cada um deles a energia cinética (força viva), obteríamos diferentes valores de velocidade com relação à resistência do ar. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 59 Desvios do Projétil A trajetória do projétil deve ser considerada sob um aspecto tridimensional, uma vez que os elementos que acabamos de ver não se encontram apenas em um só plano. O projétil é passível de deslocamentos transversais à linha de visada, devendo sua trajetória ser referida às três dimensões do espaço. Estes deslocamentos transversais, para um ou outro lado, em relação ao objetivo visado, são devidos a fatores intrínsecos e extrínsecos, e aos movimentos do próprio projétil, e são conhecidos pelo nome de deriva. Dentre os fatores extrínsecos, temos como mais significativo a influência do ar atmosférico. Este é um elemento, na verdade, fluido, que está em constante movimento, devido ao deslocamento de massas de ar frias e aquecidas, respectivamente, mais e menos densas, o que determina uma série de influências sobre o projétil. A mais simples brisa lateral, dependendo da velocidade e da distância do tiro, poderá causar grave desvio na trajetória do projétil, fazendo o atirador errar o alvo visado. Velocidade dos Projéteis A velocidade máxima do projétil é obtida um pouco além da boca do cano da arma, em virtude de, ainda, a pressão dos gases estar atuando sobre o mesmo. A partir daí, ele passa a perder velocidade, por inúmeros fatores, alguns já estudados, como a resistência do ar. Existem munições supersônicas e subsônicas; as primeiras possuem velocidade maior que a do som (340 m/s), as segundas, menor. A utilização de um ou outro tipo de munição vai depender das necessidades do atirador e da capacidade da arma. Alcance da Munição Ao referirmos o alcance de determinado tipo de munição, devemos ter em mente que este nunca será relativo a um elemento isolado do conjunto do tiro, mas sempre a um sistema, que compreende a arma utilizada (seu comprimento de cano, passo de raias, etc.) e a munição empregada (potência, calibre, massa do projétil, etc.), assim como do ângulo de tiro com que a arma será disparada. Projéteis de armas curtas, como o .38 SPL, tem baixo coeficiente balístico, algo em torno de 0,15. Já os projéteis tipos "boat tail" normalmente utilizados em armas longas, tem alto coeficiente balístico, por volta de 0,55, destinando-se para o tiro às distâncias longas. A trajetória do projétil na atmosfera está sujeita, também, à influência de vários fatores, que irão determinar a precisão e o alcance do conjunto arma/munição, por atuarem diretamente sobre ele. No início deste capítulo, nos referimos à influência da resistência do ar na trajetória do projétil. É claro que esta resistência afeta o alcance do projétil, ou seja, se a trajetória fosse dividida em diversos segmentos, e fosse medida a energia do projétil em cada um deles, obteríamos diferentes valores de velocidade com relação à resistência do ar, que teria influência direta sobre o seu alcance. A força exercida pela gravidade, como foi visto, também possui influência direta sobre o projétil. No caso das armas curtas, quase todos os projéteis têm a configuração mais ou menos ogival ou arredondada, e a base plana, atributos estes que fazem com que, em média a cada 100 metros, percam CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 60 de 20 a 25 % de sua velocidade inicial. Um teste realizado pelo Exército dos EUA, quando da escolha de sua arma de coldre regulamentar em calibre 9 mm Parabellum, revelou que uma arma curta militar disparada a 1,5 m do solo, em posição perfeitamente horizontal (0° de inclinação), teve seu projétil deslocando aproximadamente 250 m antes de tocar o solo. Nas armas longas raiadas é possível melhorar sensivelmente o desempenho aerodinâmico dos projéteis, a ponto de, em calibres como o 7 mm ou .30, a perda de velocidade ficar limitada apenas a 6% a cada 100 m de trajetória. Tipos de alcance de munições Como visto, o alcance de tiro, nas armas que disparam projéteis singulares ou balins múltiplos, vai depender do ângulo de disparo (ângulo formado entre a linha de tiro e a horizontal), bem como da arma e da munição empregada, tendo em vista a variedade de projéteis e cargas para cartuchos de mesmo calibre. Para estudo do alcance das munições, é necessário estabelecer diferenciação entre os diversos tipos de alcance que serão referidos. Alcance máximo Também chamado alcance real, é a distância compreendida entre a boca do cano da arma e o ponto de chegada do projétil. É calculado normalmente através de fórmulas balísticas que consideram a velocidade inicial, o ângulo de projeção e o coeficiente de resistência (balístico). Alcance útil Nas armas de cano desprovido de raiamento (alma lisa), o alcance útil é determinado pela dispersão da arma e pelas possibilidades práticas de sua utilização. Nas espingardas, o diâmetro do círculo de dispersão, ou agrupamento, é controlado pelo choque, que é um estrangulamento na porção final do cano, próximo à boca, que tem por finalidade agrupar os múltiplos balins disparados desde o cartucho. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 61 Nas armas de cano raiado, o alcance útil é definido como sendo a distância em que o projétil causará ferimentos de certa gravidade em alvo humano. Alcance de utilização Assim é denominado o alcance em que um atirador experimentado é capaz de atingir, com razoável grau de certeza e precisão, um quadrado de 30 cm de lado, que simula a área onde se localizam os principais órgãos vitais do corpo humano. Além das variáveis já referenciadas, a experiência do atirador irá influenciar neste tipo de alcance. Balística Terminal ou de Efeitos Denomina-se balística terminal, ou de efeitos, aquela parte da balística que se preocupa com os efeitos do projétil no seu impacto contra o alvo. Diversos são os efeitos dos projéteis em seu ponto de chegada, dependendo de sua trajetória, das influências já comentadas, bem como do tipo de estrutura do alvo (se de madeira, metal, tecido humano, etc.), o que vai determinar seus maiores ou menores efeitos. Munições São corpos carregados com propelentes ou qualquer outro produto, ou ainda uma combinação de dois ou mais produtos, que podem ser arremessados por uma arma ou qualquer outro meio, destinados a produzirem danos contra pessoal, material ou instalações. Cartucho Um cartucho completo é composto de: 1 – Projétil 2 – Estojo 3 - Propelente 4 - Espoleta CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 62 Componentes dos cartuchos: Estojo – O estojo é o componente de união mecânica do cartucho, e trata-se de um componente indispensável às armas modernas. O estojo possibilita que todos os componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma peça, facilitando o manejo da arma e diminuindo o intervalo em cada disparo. Atualmente a maioria dos estojos são construídos em metais não-ferrosos, principalmente o latão (liga de cobre e zinco), mas também são encontrados estojos construídos com diversos tipos de materiais como plásticos (munição de treinamento e de espingardas), papelão (espingardas) dentre outros. Quanto ao Tipo de Iniciação Fogo Circular: A mistura detonante é colocada no interior do estojo, dentro do aro, e detona quando este é amassado pelo percussor; Fogo Central: A mistura detonante está disposta em uma espoleta, fixada no centro da base do estojo. Espoleta A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante e uma bigorna, utilizado em cartuchos de fogo central. Tipos de Espoleta Boxer: muito usada atualmente,tem a bigorna presa à espoleta e se utiliza de apenas um evento central, facilitando o desespoletamento do estojo, na recarga; Berdan: utilizada principalmente em armas de uso militar, a bigorna é um pequeno ressalto no centro da base dos eventos; CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 63 Bateria: utilizada em cartuchos de caça, tem a bateria incorporada na espoleta de forma a ser impossível cair, facilitando o processo de recarga do estojo. Propelente Propelente ou carga de projeção é a fonte de energia química utilizada para arremessar o projétil à frente, imprimindo-lhe grande velocidade. A energia é produzida pelos gases resultantes da queima do propelente, que possuem volume muito maior que o sólido original. O rápido aumento de volume de matéria no interior do estojo gera grande pressão para impulsionar o projétil Atualmente, o propelente usado nos cartuchos de armas de defesa é a pólvora química ou pólvora sem fumaça. Desenvolvida no final do século passado, substituiu com grande eficiência a pólvora negra, que hoje é usada apenas em velhas armas de caça e réplicas para tiro esportivo. A pólvora química produz pouca fumaça e muito menos resíduos que a pólvora negra, além de ser capaz de gerar muito mais pressão, com pequenas quantidades. Tipos de Pólvoras Atualmente, dois tipos de pólvoras, sem fumaça, são utilizadas em armas de defesa: a) Pólvora de base simples: fabricada a base de nitrocelulose, gera menos calor durante a queima, aumentando a durabilidade da arma; b) Pólvora de base dupla: fabricada com nitrocelulose e nitroglicerina, tem maior conteúdo energético, gerando maior pressão e queima mais rápida. Projéteis Projétil é qualquer sólido que pode ser arremessado ou lançado. No universo das armas de defesa, o projétil é a parte do cartucho que será lançada através do cano, em virtude da queima de uma carga de projeção. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 64 Tipos de Projéteis a) Projéteis de chumbo: Como o nome indica, são projéteis construídos exclusivamente com ligas desse metal. Podem ser encontrados diversos tipos de projéteis, destinados aos mais diversos usos, aos quais podemos classificar de acordo com o tipo de ponta. b) Projéteis Encamisados - São projéteis construídos por um núcleo de chumbo, recoberto por uma capa externa chamada camisa ou jaqueta. A camisa é normalmente fabricada com ligas metálicas como: cobre e níquel; cobre, níquel e zinco; cobre e zinco; cobre, zinco e estanho ou aço Os projéteis encamisados podem ter sua capa externa aberta na base e fechada na ponta (projéteis sólidos) ou fechada na base e aberta na ponta (projéteis expansivos), sendo que estes últimos destinam-se à defesa pessoal, pois ao atingir um alvo humano são capazes de deformar-se e aumentar seu diâmetro, obtendo maior capacidade lesiva. Exemplos de projéteis expansivos são as munições Hollow Point e Hydra shock. c) Projéteis Semi-encamisados - São aqueles em que a jaqueta de cobre (ou alumínio) não chega a cobrir todo o projétil, deixando sua ponta de chumbo exposta. Podem ser de ponta oca ou de ponta macia, possuindo maior expansão e maior penetração, respectivamente. São munições comumente empregadas em revólveres, em especial os de calibre .357 Magnum, sendo que a de ponta oca é considerada a mais efetiva para o uso desse calibre. d) Projéteis Especiais - São projéteis que, por suas particularidades únicas, são classificadas como especiais. São as munições de fragmentação, as explosivas e as perfurantes. Fragmentáveis: São projéteis expansivos, projetados para que se fragmentem ao entrar em contato com o alvo. Apresentam excelentes índices de poder de parada, transmitindo grande nível de energia ao corpo humano. Exemplos de munições fragmentáveis são as munições Glases e Mag safe. Explosivas: São projéteis que empregam um dispositivo explosivo colocado dentro de sua cavidade, com uma espoleta que detona ao entrar em contato com o alvo. São extremamente perigosas, pois, podem detonar dentro da arma. Exemplo deste tipo de munição é a exploder. Perfurantes: Seus projéteis são fabricados com aço extremamente duro, cobertos com uma fina carapaça de Teflon, reduzindo assim sua fricção no interior do cano durante o disparo. São capazes de atravessar sem qualquer problema obstáculos leves, como latarias de automóveis. São munições que devem ser utilizadas com cautela, visto que facilmente transpõem o alvo, podendo atingir o que se encontra atrás. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 65 Tipos de Pontas Ogival: uso geral, muito comum; Canto-vivo: uso exclusivo para tiro ao alvo; tem carga reduzida e perfura o papel de forma mais nítida; Semi canto-vivo: uso geral; Ogival ponta plana: uso geral; muito usado no tiro prático (IPSC) por provocar menor número de "engasgos" com a pistola; Cone truncado: mesmo uso acima; Semi-ogival: também muito usado em tiro prático. CALIBRE Introdução Calibre é o diâmetro entre os fundos do raiamento do cano de uma arma (diâmetro do projétil) ou o diâmetro medido entre cheios, isto é, medido diretamente na boca do cano desconsiderando-se a profundidade do raiamento (calibre real). Estas medidas podem ser expressas em polegadas ou milímetros, sendo que ao se falar em calibre .380, ou 9mm, faz-se referência ao calibre do projétil. Desta forma, o calibre .223" (223 milésimos de polegada ou 0,223 polegada) corresponde ao 5,56 mm. O calibre é o mesmo, apenas expresso em unidades diferentes. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 66 Alma raiada: quando o interior do cano tem sulcos helicoidais dispostos no eixo longitudinal, destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação. Alma lisa: não possui sulcos, sendo o interior do cano liso. Quando ouvimos falar de uma determinada munição, muitas vezes nos perguntamos: será que esse calibre é bom para a defesa? Quando alguém diz que o calibre .22 é bom para defesa, estará ele sendo coerente? Quando vemos o anúncio de venda de uma pistola no calibre 7,65 mm, devemos usá-la para nossa defesa e de nossos familiares? Quando no serviço é comentado sobre o calibre .40 S&W, ficamos calados por não saber nada sobre ele? E o .45 ACP? É tão bom assim? Se é tão bom, porque o Exército o trocou pelo 9mm Parabellum? No Brasil, a legislação atual não nos permite alçar grandes voos quanto aos calibres de última geração, nem quanto ao armamento correspondente. Mas isso não impede que no policiamento nos deparemos com uma arma cujo calibre não é permitido a civis, bem como o seu uso seja restrito às Forças Armadas. Vamos citar aqui alguns dos calibres mais importantes no meio civil e militar para armas curtas. Calibre .22 É considerada a mais antiga munição de cartucho metálico do mundo, com fogo circular (1845). Surgiu de experiências europeias na busca de munições para o tiro-ao-alvo em recintos fechados na primeira metade do século passado. Já o primeiro revólver a calçar o .22 Curto foi um Smith & Wesson Nº1 americano, concebido especialmente para a pioneira munição de estojo metálico. CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO MATO GROSSO DO SUL 67 O calibre .22 não foi concebido para obter-se resultados balísticos excepcionais, mas sim para uma utilização no tiro informal, ou para a prática de tiro ao alvo em competições não superiores a 50 metros, além de caça de pequenos animais, alcançando um nível de qualidade e precisão ainda não suplantado por nenhum outro calibre (exceto os calibres recarregados profissionalmente). Em termos de defesa, foi aperfeiçoado com o lançamento dos cartuchos de 3ª geração, além do .22 Magnum, que possuem maior possibilidade de gerar grandes traumatismos aos órgãos atingidos, devido à
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