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Trabalho Direito Internacional - 5 ano (2)

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CURSO DE DIREITO
UNIDADE DE DOURADOS
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
TRATADOS - CELEBRAÇÃO E FORMAÇÃO DOS TRATADOS; ESTADOS - FORMAÇÃO E EXTINÇÃO, FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS ESTATAIS
AMIRELE MACHADO, EMILY NUNES, LUCAS RODRIGUES, THAÍS VOLPI
DOURADOS – MS
2021
I. Formação do texto (negociação, adoção, autenticação) e assinatura
Os tratados internacionais são  acordos realizados em âmbito internacional e que tem o objetivo de proteger ou fortalecer interesses em determinada área. Para que isso aconteça é preciso que haja o desejo em comum dos participantes de realizar aquele documento jurídico, respeitando requisitos formais.
O processo de formação dos tratados até a sua conclusão é divido em quatro fases: a) negociações preliminares e assinatura do tratado; b) aprovação parlamentar (referendum) por parte de cada estado interessado em se tornar parte no tratado; c) ratificação ou adesão ao texto convencional, com a troca ou depósito dos instrumentos que a consubstanciam; e d) promulgação do texto convencional na imprensa oficial do Estado.
Duas são internacionais e duas nacionais. Na fase das negociações preliminares que se elaborará e discutirá a redação do tratado. Sendo tratado bilateral, não há preceito prefixado. Costumeiramente é através de nota diplomática de uma parte a outra que o convite é feito, na qual as negociações ocorrem no território de uma das partes.
Na hipótese de tratados multilaterais, ocorrerá em conferências internacionais ou eventos similares, onde é discutido o objeto do acordo internacional. A primeira fase se encerrará com a produção do escrito final do tratado, que conforme o art. 9º da Convenção de Viena que deverá ser aprovado, por no mínimo 2/3 dos presentes, nos casos das conferências internacionais e pela unanimidade em determinadas matérias.
No Brasil, primeiramente é submetido à avaliação da Consultoria Jurídica do Itamaraty – responsável por analisar os aspectos jurídicos do texto e a Divisão de Atos Internacionais antes da assinatura do tratado.
O ato da assinatura significa que as negociações estão conclusas. O comprometimento definitivo somente ocorrerá com a ratificação, complementando a integridade da decisão tomada. Aqui se encerra a primeira fase do processo de formação dos tratados.
II. Da aprovação parlamentar por parte de cada Estado.
A segunda fase, trata-se da apreciação parlamentar. A partir do momento em que o Tratado é assinado pelo Poder Executivo, o mesmo é encaminhado ao Presidente do Congresso Nacional. Formalizado este processo, dá-se início ao Procedimento Legislativo de Aprovação, primeiramente à Câmara dos Deputados e em seguida ao Senado.
Havendo falta de claridade na compreensão da obrigatoriedade de apreciação do Legislativo em relação aos tratados, acordos ou atos internacionais. O art. 49, I, da Constituição Federal diz ser de exclusiva competência do Congresso Nacional “resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”
Há juristas que compreendem a apreciação legislativa como processo obrigatório para incorporação e vigência de Tratados Internacionais; porém há outros que compreendem a necessidade do processo legislativo somente em casos em que o tratado pode gerar encargos ao patrimônio nacional.
O Decreto Legislativo somente declara a aprovação ou rejeição da constitucionalidade do tratado. Caso o proposto pelo tratado seja considerado inconstitucional ou gravoso ao patrimônio nacional, este será rejeitado.
Este ato, de maneira nenhuma subtrai o poder do Chefe do Executivo no processo de tratamento de tratados, acordos ou atos internacionais, pois mesmo em casos de aprovação por parte do Poder Legislativo, o Chefe do Executivo pode ainda não ratificá-lo, o que fará com que o tratado jamais seja nacionalmente incorporado com força equiparada à lei.
III. Da ratificação ou da adesão do texto convencional ou depósito dos instrumentos;	Comment by Thaís Volpi: 
Enquanto a adesão indica manifestação de vontade posterior à celebração. Acontece quando três Estados discutem e elaboram um tratado. Posteriormente, um quarto Estado pretende fazer parte desse tratado, o que se dará por meio da adesão, que é a manifestação da vontade em período posterior à celebração, à manifestação original, por exemplo, a UNIÃO EUROPEIA, ONU, MERCOSUL etc. Por sua vez, a Ratificação: pressupõe, para aprovação de um tratado, uma deliberação favorável do legislativo. A ratificação internacional consiste na expressão definitiva do consentimento de um Estado perante os demais signatários, após o cumprimento de todos os requisitos impostos pelo ordenamento jurídico nacional
Na história das relações internacionais, o momento do consenso das partes passou da assinatura para a troca ou depósito dos instrumentos de ratificação, sendo o momento mais importante da processualística de celebração dos atos internacionais. A menos que o tratado dispunha de outra forma, a ratificação não tem efeitos retroativos. A ratificação é um ato discricionário, mas uma vez levada a efeito é irretratável. O Governo não pode voltar atrás para se desvincular da denúncia no depósito ou troca de instrumentos de ratificação. A troca são os tratados bilaterais. O depósito são os tratados multilaterais.
A ratificação se consuma com a comunicação formal que uma parte faz à outra de que aceitou obrigar-se definitivamente. Tal comunicação se materializa mediante a expedição de um documento chamado Carta de Ratificação, assinada pelo Chefe de Estado e Referendada pelo Ministro das relações exteriores. 
Portanto, a entrada em vigor do tratado dá-se por meio da troca ou depósito dos instrumentos de ratificação em Estado ou órgão que assuma a sua custódia (ONU, OEA), cuja notícia o depositário dará aos demais pactuantes (publicação).
A ratificação é irretratável, não podendo mais voltar atrás. Não poderá se retirar do tratado. Só pelo instrumento da denúncia quando esta é permitida.
A irretratabilidade opera mesmo antes da entrada em vigor do tratado no âmbito internacional, em dois casos.
a) Nos casos em que se aguarda alcançar o quorum de ratificações suficientes para entrada em vigor;
b) No eventual período de acomodação (vacatio legis) constante do próprio tratado para sua entrada em vigor.
Assim, o tratado é um ato solene, com formalidades rigorosamente distintas e sucessivas, ou seja, atos jurídicos que vão se encadeando e se entrelaçando desde a sua celebração até sua entrada em vigor, passando pela fase de negociações preliminares e assinatura; com a aprovação parlamentar (referendum) por parte de cada Estado interessado em se tornar integrante do tratado, finalizando com a ratificação ou a adesão do texto convencional, concluída com a troca ou depósito dos instrumentos que a consubstanciam.
IV. Da promulgação e publicação (registro) do texto convencional 
A Constituição exigiu para a celebração de um tratado internacional a aprovação previa pelo Congresso Nacional, por um Decreto Legislativo. Após aprovação, o tratado pode ser ratificado ou não pelo o Presidente da República. Após a ratificação, o tratado internacional deve ser promulgado por intermédio de um Decreto do Presidente da República e publicado no Diário Oficial da União, conforme prevê o artigo 84, IV da Constituição Federal. 
São etapas que devem ser observadas para viabilizar a produção dos seguintes efeitos essenciais à sua vigência: (1) publicação oficial do texto do tratado e (2) executoriedade do ato de direito internacional público, que passa a vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno. 
Em alguns casos, tem-se verificado tratados assinados, aprovados pelo Congresso Nacional e ratificados pelo Estado brasileiro no plano internacional, porém sem a simultânea promulgação pelo Chefe do Poder Executivo, restando o país, desta forma, obrigado no âmbito internacional, embora permaneça o tratado ainda sem vigência no direito interno. 
Neste passo, o Supremo Tribunal Federal consagrou o entendimentode que o rito para incorporação à ordem jurídica interna somente se completa com a promulgação presidencial para que o tratado possa gerar plenos efeitos no país, uma vez que o sistema constitucional brasileiro não consagra o princípio do efeito direto e nem o postulado da aplicabilidade imediata dos tratados ou convenções internacionais. 
A Carta das Nações Unidas determina, em seu artigo 102, que todo tratado concluído por qualquer membro das Nações Unidas, depois da entrada em vigor da referida Carta, deverá, dentro do mais breve prazo possível, ser registrado e publicado pela Secretaria da Organização das Nações Unidas. A Convenção sobre o Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais também regula a matéria nos mesmos termos. 
Cabe ao depositário de um tratado a função de registrá-lo no Secretariado da Organização das Nações Unidas. Um certificado de registro será redigido em cinco línguas oficiais da ONU (francês, inglês, espanhol, russo e chinês) pelo Secretariado. A sanção para o tratado não registrado está prevista na alínea II do art. 102 da Carta da Organização das Nações Unidas, o qual estabelece não poder o tratado ser invocado “perante qualquer órgão das Nações Unidas”. Porém, com o registro, o tratado é obrigatório para as partes contratantes.

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