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Geriatria Robson Segundo Síndrome demencial: Perda de funções cognitivas (memória, linguagem, destreza). Memória é a principal, mas não é a única (ela pode estar boa e o resto alterado). Progressiva e gradual; Tem que ser pelo menos há meses. Quadro agudo em internação hospitalar não é considerado demência (é delirium - estado confusional orgânico). Interfere nas atividades usuais ou profissionais. Se não atrapalha, diz-se que tem transtorno cognitivo leve e alguns idosos passam a vida toda sem evoluir para demência. Caracterizar perda cognitiva:1. Mini-mental (se vier baixo, não pode afirmar que tem demência - pois é um exame de rastreio - indica que há algo alterado e precisa ser investigado), desenho do relógio, fluência verbal. Afastar falseadores:2. 3Ds do esquecimento: Droga: Benzodiazepínicos. Delirium: Sepse, IAM (agudos-dias). Depressão: Tristeza, pessimismo. A pessoa perde interesse de uma forma geral. Excluir causas reversíveis:3. Laboratório: Função renal e hepática; TSH; Hipotireoidismo. B12; Anemia megaloblástica. Na deficiência de folato não tem alteração neurológica, mas na deficiência de B12 tem (síndrome demencial). A demência pode aparecer sem que haja alteração laboratorial. Ca2+; VDRL; Neurossífilis. HIV. Neuroimagem: TC ou RM. RM é melhor, mas faz mais a TC por ser de melhor acesso. Doença de Alzheimer: Causa mais comum (>50%); Hoje não se rastreia doença de Alzheimer na população; Orienta-se sobre os fatores de risco. Há morte de neurônios (mais na região hipocampal) devido a: Deposição de amiloide no SNC (placas senis ou neuríticas); A doença de Alzheimer é uma amiloidose cerebral. Fosforilação da proteína TAU. Forma emaranhados de neurofibrilares. O volume encefálico do paciente normal é muito maior do que o do paciente com Alzheimer; O cérebro no Alzheimer vai "corroendo". Atrofia do hipocampo (relacionado a memória); Embora se estenda para outras áreas também; Deficiência no SNC de Acetilcolina; O tratamento é elevar os níveis cerebrais de Acetilcolina; Não é que cura, mas controla o avanço da doença. Fatores de risco: Idade (>60 anos) - mais importante; Até pode ter antes, mas normalmente é um caso familiar bem raro; É doença do paciente raro. História familiar (mais importante); Genético (apoE E4) - cai em PROVA; Síndrome de Down; Pode abrir com menos de 60 anos (já que as alterações aparecem mais cedo). Estilo de vida sedentário; Fatores que previnem doenças aterosclerótica, previnem Alzheimer também. Atividade intelectual baixa. Ex.: Estudar, atividade motora previnem Alzheimer (pois gera muitas sinapses - reserva cerebral). Mesmo que os neurônios venham a morrer, criou-se uma reserva tão grande que vão evitar que leve a demência; Quem estudou muito estaria protegida, mas quando abre uma demência, repercute mais na vida dela (faz uma demência mais grave). A alteração é muito impactante (do que ela era para o que ficou). Quem não tem muito intelecto, não se nota muito. Quadro clínico: Sem tratamento, a evolução da doença de Alzheimer é de 10 anos. Objetiva-se com o tratamento fazer com que a evolução seja mais lenta; A atenção tem que ser voltada também para o cuidador, que sofre muito também. Amnésia anterógrada (esquece fatos recentes); Guarda as coisas antigas e as recentes perde. "A"s da demência: Afasia; Linguagem. Apraxia; Destreza. Agnosia. Reconhecimento. Desorientação; Não se lembra das pessoas, nem ambiente. Incontinência; Passa a depender de fraldas (por não ter controle esfincteriano). Imobilidade. Fica mais acamada, locomove-se muito pouco; Passa a depender de cuidados paliativos (que não é só para doenças terminais, mas também para doenças crônicas degenerativas); O paciente morre por complicações da imobilidade. Diagnóstico: Só a imagem não diagnostica (tem que realizar biópsia para comprovar) - não se aplica na prática. Clínico - por exclusão. TC/RM: Atrofia cortical, hidrocefalia compensatória. O exame de imagem é para excluir outras possibilidades (visualiza-se atrofia - causando hidrocefalia compensatória, por sobrar espaço e o ventrículos acabam se expandindo). SPECT/PET (ajuda na fase mais precoce): Diminuição da perfusão e do metabolismo temporal-parietal. Se essa área não trabalha, é porque é uma área morta. Tratamento: Anticolinesterásicos de ação central: Donepezil; Rivastigmina; Galantamina. Vitamina E (questionável). Há uma possibilidade dela ser protetora. Antagonista do receptor do Glutamato: Para os casos em que os anticolinesterásicos vão perder efeito. Primeiro associa com eles e depois retira eles e usa só a Memantina. Memantina. Apenas fase moderada e avançada. Demência vascular: 02ª causa mais comum; Doença aterosclerótica + fatores de risco (HAS, DM, dislipidemia, tabagismo); 02 apresentações principais: Cortical: Vasos calibrosos; Ter-se-ão muitas áreas afetadas. Multi-infartos; Evolução súbita (cada alteração, tem uma lesão), em degraus (vai piorando aos poucos). Subcortical: Vasos pequenos perfurantes; Infarto lacunar (AVC lacunar), periventricular; Evolução arrastada. Às vezes não percebe alteração, faz um exame de imagem e percebe a demência vascular. Tratamento: Aterosclerose (HAS, DM...); Demência: Anticolinesterásicos (?). Eles foram feitos para doença de Alzheimer, mas tenta eles e se não fizer efeito, retira (é um medicamento caro, para utilizar sem fazer efeito). Outras demências: Com corpos de Lewy: Apresenta alucinações visuais + Flutuação do nível de consciência (não é o comum em uma pessoa demenciada). Doença de Pick: Alteração do comportamento social. Vem antes da perda de memória. Principalmente desinibição sexual (perda do lobo frontal - depois vai para o lobo temporal). Demência frontotemporal. Hidrocefalia normobárica (ou de pressão normal ou Hakim-Adams): A drenagem liquórica foi prejudicada (muitas vezes não se sabe o porquê); É ao longo do tempo, forma progressiva e por compressão de áreas mais nobres e desenvolve as alterações. A causa dos problemas é a própria hidrocefalia. Alteração de marcha (ataxia da marcha); Incontinência urinária; Diagnóstico (cai muito em PROVA): Demência + ataxia de marcha + incontinência urinária. Depois que desenvolve a demência, não volta mais. Paralisia supranuclear progressiva: Desvio do olhar conjugado. A degeneração acontece principalmente em regiões relacionadas ao movimento conjugado do olhar (áreas supranuleares - antes dos núcleos que vão configurar esse movimento conjugado); É progressiva (ao longo do tempo terá mais manifestações); Síndrome extrapiramidal: Terá um olhar mais vertical, para baixo. Vaca louca: Ingesta de príons em carnes de vaca, mas que pode haver fator genético. Demência por Prions (Creutzfeldt-Jakob - principal fator genético). Mioclonia. Movimentos rápidos, acelerados, que podem aparecer involuntariamente. Síndrome Parkinsoniana: Bradicinesia + Rigidez. Realiza movimentos mais pobres. Via Nigroestriatal: Córtex pré-motor: Abre muito o movimento. Núcleos da base - corpo estriado (Acetilcolina): É o "chato". Trava mais o movimento. Mesencéfalo - Substância negra (Dopamina): É quem conduz o movimento. Há diminuição na via nigroestriatal. Toda vez que diminuir a dopamina, haverá o desenvolvimento da síndrome parkinsoniana. Doença de Parkinson: Causa mais comum (75%). Mutação na alfa-sinucleína (SNCA); Aglomerados tóxicos - corpos de Lewy. Degeneração da substância negra. Fatores de risco: Idade; >50 anos. Ambientais; Pesticidas (?). Devido a doença estar mais associada a zona rural. Gene GBA (já caiu em PROVA). Quadro clínico: Não motor (podem ser iniciais): Antes de chegar ao mesencéfalo. Hiposmia; Pode ser alteração do nervo olfativo (cheira café e o paciente não sente o cheiro). Disautonomia; Seborreia; Depressão. Motor (sinais cardinais): É onde há o problema com a falta da Dopamina. Tremor (85%): Repouco, "em contar dinheiro", unilateral(ou assimétrico), lento (faz diagnóstico diferencial com o tremor essencial - bilateral e de alta frequência). Rigidez "plástica": Sinal da roda denteada. Bradicinesia: Marcha em pequenos passos, fácies mascarada. Instabilidade postural: Quedas. Deve-se investigar se há osteoporose, para que não haja fratura. Abordagem: Diagnóstico: Excluir parkinsonismo secundário. Drogas: Metoclopramida; Plasil. Droga que tem o antagonismo dopaminérgico. Flunarizina; Drogas antivertiginosas. Não trata e faz síndrome parkinsoniana. Haloperidol. Principalmente doses mais altas. Damage (dano direto): Trauma; AVC; Hidrocefalia. Degenerativas: Lewy. Terá muita alucinação visual, flutuação do nível de consciência. Tratamento: Levodopa. Administra Dopamina que vai atravessar a barreira hematoencefálica; É a melhor droga para melhorar sintoma de Parkinson. Ausência de resposta: Afasta o diagnóstico de Parkinson. Efeitos adversos: Principalmente em uso prolongado da Levodopa. Discinesia; "on-off". Se não tomar a medicação, o tremor ocorre; Se tomar a medicação, o tremor some. Outras opções: Benserazida (inibe descarboxilase periférica); É um escudo que protege a levodopa da degradação (normalmente faz a levodopa associada a ela). Pramipexol (agonista dopaminérgico); Evitaria a utilização mais precoce da levodopa. Seleginina (inibidor da MAO-B, que é uma enzima que degrada a dopamina); Às vezes é utilizada em fase inicial (quando o paciente quase não tem sintomas); Há quem defenda que ela tenha um feito neuroprotetor e que ajuda a retardar a progressão, além de elevar a dopa no decorrer do tratamento; Amantadina: Essencialmente um antiviral. Quando o paciente tem muitas discinesias; Faz com que a dopamina aja mais especificamente. Estimulação cerebral profunda (ECP ou DBS): É um marcapasso. Faz-se essa estimulação principalmente quando a medicação não faz mais efeito.
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