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Surgimento do Direito Penal História da punição Código de Hamurabi ➔ “olho por olho e dente por dente”: limitação da punição, reciprocidade ➔ 1700 a.c. Abordagem clássica: evolução das fases de vingança para a racionalidade penal Evolução: vingança privada, vingança divina, vingança pública e direito penal ➔ linear, progresso moral, evolução ➔ depreciação de elementos anteriores ao iluminismo, tudo o que veio antes é “bárbaro” ➔ devido ao pouco rigor metodológico legitima conclusões de que o direito penal é o auge da racionalidade da humanidade Abordagem crítica das “fases da vingança” Transgressões e sanções possuem variados significados ao longo da história Vingança privada: transgressão é entendida como um conflito individual ➔ castigo como revide ➔ ausência da intervenção da comunidade Vingança divina: transgressão entendida como um pecado ➔ castigo aplicado com a finalidade de reparar a finalidade ofendida ➔ cristianismo: penitências em função da intenção do pecador e da gravidade do pecado ➔ surge a tortura como punição e estratégia de interrogatório ➔ ex da Joana D’arc: foi condenada e morta pela Igreja Católica em um determinado período histórico e posteriormente canonizada pela Igreja e considerada uma santa Vingança pública: transgressão como ofensa ou ameaça ao soberano ➔ o castigo representava o poder do soberano sobre o corpo do súdito ➔ o soberano tem poder de determinar o que é crime, julgar e determinar a execução da pena ➔ mito fundador do direito penal Brasil colônia: direito penal surge após cerca de 300 anos de escravidão e ordenamento jurídico português ➔ séc XV e XVI: ordenações afonsinas e manuelinas, meras referências burocráticas ➔ 1603-1830: ordenações filipinas, penas de mortes corporais, degredo, prisão apenas para pagamento de dívidas ou até a aplicação da pena ➔ ex: caso do Tiradentes morto, esquartejado e exposto em praça pública, confisco dos bens dos filhos e teve a casa salgada ◆ de bandido foi à herói em diferentes períodos históricos O surgimento do Estado Moderno e o direito penal Séc XVIII: ➔ formação do capitalismo moderno ➔ revoluções liberais (francesa) ➔ transformação de súditos em cidadãos ➔ filosofia liberal transforma as estruturas de pensamento Formação do Estado burguês e das regras jurídicas para preservação de direitos do cidadão ➔ liberdades, propriedades privadas ➔ são os burgueses que detêm o poder econômico, em contraposição ao poder político das monarquias ➔ Revolução Francesa feita por burgueses Direito penal positivista: séculos XIX-XX ➔ contexto da revolução científica ➔ estudo da medida do crânio para avaliar potenciais criminosos ➔ crime entendido como uma doença que torna o criminoso perigoso ➔ contemporâneo ao racismo científico, ideia de que raças “inferiores” e determinados tipos físicos têm mais chances de serem criminosos ➔ a pena passa a ser pensada como uma medida de tratamento ao criminoso e como proteção à sociedade Século XX: primeiras análises do crime e da pena sob a perspectiva social ➔ “Punição e estrutura social” (1939): punição como tática política com dimensões econômicas, e não como mera aplicação de normas jurídicas ➔ regime capitalista industrial: fundado em mão de obra livre Punição no capitalismo: prisão ➔ presos são obrigados a trabalhar de graça ➔ prisão como perda de tempo Michel Foucault: “vigiar e punir” (1975) Transformação da justiça penal no século XVIII Análise histórica e filosófica da nova justificativa moral e política do direito de punir Fim do suplício: não existe mais o direito divino do soberano sobre o corpo do súdito Existe a regulação da ordem pública pela burocracia estatal Estabilidade da lei penal: igualdade das penas para os mesmos fatos independentes do estrato social ➔ igualdade dos corpos ➔ com exceção de crianças, mulheres, escravizados Menor variedade na intensidade das penas ➔ guilhotina surge como um método de morte menos violento e mais rápido, que gera morte igual para todos ➔ antes: morte com sofrimento compatível à transgressão cometida “Humanização” da pena: a pena atinge a alma ➔ intelecto, vontade, disposições
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