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21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 1/76 TÓPICOS ESPECIAIS DE DIREITO ITÓPICOS ESPECIAIS DE DIREITO I EIXO DE DIREITOSEIXO DE DIREITOS HUMANOS E DIREITOHUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONALCONSTITUCIONAL Autor: Me. Thiago Cesar Giazzi Revisor : Lar issa Gonçalves IN IC IAR 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 2/76 introduçãoIntrodução Esta unidade trata do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos. É sabido que nossa Constituição Federal possui muitas normas oriundas de internalização de pactos de direitos humanos, portanto o estudo conjunto cumpre uma lógica de aprendizado. Serão abordados os principais pontos sobre organização do Estado, Direitos Fundamentais, Controle de Constitucionalidade, Remédios Constitucionais, assim como o Pacto de San José da Costa Rica e a Declaração Universal de Direitos Humanos. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 3/76 Neste momento, serão tratados os direitos e deveres individuais e coletivos e os direitos políticos positivos e negativos, incluindo o direito de cidadania. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos No título relativo aos direitos e às garantias fundamentais, a Constituição Federal (CF) prevê normas que atribuem alguma vantagem ou algum bem ao indivíduo, a grupos sociais ou à coletividade (direitos), bem como normas que asseguram o exercício desses direitos (garantias). Por vezes, as garantias podem ser processuais, como no caso do habeas corpus ou do mandado de segurança, chamados de remédios constitucionais. Em outras situações, há garantias que não têm relação com o processo. Seria o caso, por exemplo, da liberdade de culto, um dos meios para assegurar a liberdade de crença. Para �ns de prova, a leitura atenta de todo o art. 5º da CF é essencial. Há alguns pontos, porém, que merecem menção especial: DireitoDireito Constitucional - 1ªConstitucional - 1ª ParteParte 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 4/76 a) Abrangência do art. 5º No caput do dispositivo, a Constituição estipula que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos dos incisos. Note que o constituinte disse menos do que deveria, pois esses direitos são garantidos a todos os brasileiros e a todos os estrangeiros, não apenas os que residam no Brasil. Há proteção, também, às pessoas jurídicas, desde que os direitos sejam compatíveis com a sua condição. b) Liberdade de consciência (inciso VI) Garante que todos tenham liberdade de pensamento. Por conta disso, o indivíduo pode, também, crer naquilo que quiser, bem como expressar seu pensamento livremente, independentemente de censura ou licença (incisos IV e IX). Veda-se apenas o anonimato, assegurando- se também o direito de resposta, em caso de ofensas, bem como indenização por dano material, moral ou à imagem (inciso V). Além disso, ninguém pode ser privado de direitos em razão de sua crença ou convicção, exceto se as invocar para eximir-se de obrigação legal a 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 5/76 todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa �xada em lei (inciso VIII – é o caso, por exemplo, do serviço militar obrigatório). c) Inviolabilidade domiciliar (inciso XI) Sem o consentimento do morador, é possível ingressar na casa, a qualquer momento, em razão de �agrante delito, desastre ou para prestar socorro. Durante o dia, o ingresso também é permitido mediante autorização judicial. Note que o conceito de casa é extenso, abrangendo também quartos de hotel, escritórios etc. d) Liberdade de pro�ssão (inciso XIII) É o exemplo de norma constitucional de e�cácia contida, pois, na ausência de regramentos legais, a liberdade é plena. e) Liberdade de reunião (inciso XVI) A reunião em locais abertos ao público independe de autorização do Estado. Porém, deve haver prévio aviso à autoridade competente, de modo que o seu exercício não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local. Além disso, a reunião deve ser pací�ca e sem armas. f) Direitos de petição e certidão (inciso XXXIV) Atente-se para a imunidade tributária presente no dispositivo. g) Tratados e convenções sobre direitos humanos (§ 3º) Se versarem sobre essa matéria e forem aprovados, em cada casa do 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 6/76 Quadro 3.1 - Principais direitos fundamentais individuais do art. 5º Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer: o quadro traz os direitos e as garantias individuais reiteradamente cobrados nos exames. A primeira linha informa a abrangência do art. 5º: “no caput do dispositivo, a Constituição estipula que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos dos incisos. Note que o constituinte disse menos do que deveria, pois esses direitos são garantidos a todos os brasileiros e a todos os estrangeiros, não apenas os que residam no Brasil. Há proteção, também, às pessoas jurídicas, desde que os direitos sejam compatíveis com a sua condição”. Na segunda linha, traz a liberdade de consciência (inciso VI): “garante que todos tenham liberdade de pensamento. Por conta disso, o indivíduo pode, também, crer naquilo que quiser, bem como expressar seu pensamento livremente, independentemente de censura ou licença (incisos IV e IX). Veda-se apenas o anonimato, assegurando-se também o direito de resposta, em caso de ofensas, bem como indenização por dano material, moral ou à imagem (inciso V). Além disso, ninguém pode ser privado de direitos em razão de sua crença ou convicção, exceto se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa �xada em lei (inciso VIII – é o caso, por exemplo, do serviço militar obrigatório)”. A terceira linha mostra a inviolabilidade domiciliar (inciso XI): Congresso Nacional, em duplo turno, por 3/5 dos membros, os tratados terão a mesma força de emendas constitucionais. Farão parte, assim, do chamado bloco de constitucionalidade, podendo servir de parâmetro de controle na jurisdição constitucional. O exemplo é a Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 7/76 “sem o consentimento do morador, é possível ingressar na casa, a qualquer momento, em razão de �agrante delito, desastre ou para prestar socorro. Durante o dia, o ingresso também é permitido mediante autorização judicial. Note que o conceito de casa é extenso, abrangendo também quartos de hotel, escritórios etc.”. Na quarta linha, aparece a liberdade de pro�ssão (inciso XIII): “é exemplo de norma constitucional de e�cácia contida, pois, na ausência de regramentos legais, a liberdade é plena”. A quinta linha mostra a liberdade de reunião (inciso XVI): “a reunião em locais abertos ao público independe de autorização do Estado. Porém, deve haver prévio aviso à autoridade competente, de modo que o seu exercício não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local. Além disso,a reunião deve ser pací�ca e sem armas”. Na sexta linha, vem os direitos petição e certidão (inciso XXXIV): “atente-se para a imunidade tributária presente no dispositivo”. Na sétima e última linha, estão os tratados e as convenções sobre direitos humanos (§ 3º): “se versarem sobre essa matéria e forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em duplo turno, por 3/5 dos membros, os tratados terão a mesma força de emendas constitucionais. Farão parte, assim, do chamado bloco de constitucionalidade, podendo servir de parâmetro de controle na jurisdição constitucional. O exemplo é a Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência”. Direitos Políticos Democracia signi�ca um governo em que há a participação do povo na tomada das decisões políticas de uma sociedade. Quanto ao modo de exercício, a democracia pode ser direta ou indireta. A democracia direta é aquela em que o povo participa da vida política de uma sociedade sem intermediários (representantes); o povo por si exercerá o poder. Já a democracia indireta ocorre quando o poder em uma sociedade é exercido por meio dos representantes do povo. Nesse caso, o povo escolherá os seus representantes para atuarem em seu nome. Atente-se ao fato de que o Brasil adota a democracia semidireta, que é concomitante à democracia representativa e que também possui mecanismos de participação direta, como iniciativa de leis, plebiscito e referendo, segundo a 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 8/76 previsão do art. 14 da Constituição (BRASIL, 1988). Observe que se pode acrescentar, entre outros, a ação popular como instrumento de participação do povo. Aquisição de Cidadania A cidadania designa o indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa, ou seja, aquele que pode votar, e também o indivíduo dotado de capacidade eleitoral passiva, aquele que pode ser votado caso preencha as exigências legais. A aquisição da cidadania, segundo a Constituição, ocorre por meio do alistamento eleitoral: o indivíduo deve fazer sua inscrição como eleitor perante a Justiça Eleitoral (título eleitoral). Isso pressupõe nacionalidade brasileira (estrangeiros não podem se alistar como eleitores), idade mínima de 16 anos e não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório. Direitos Políticos Positivos Os direitos políticos positivos referem-se à alistabilidade e à elegibilidade. A alistabilidade diz respeito à capacidade eleitoral ativa, segundo a qual há a possibilidade de o indivíduo ser eleitor. O alistamento é obrigatório para os brasileiros de ambos os sexos, maiores de 18 anos de idade, e facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos de idade e os maiores de 16 e menores de 18 anos de idade (art. 14, § 1º, I e II, da CF). Não podem se alistar como eleitores os estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar obrigatório (art. 14, § 2º, CF). Os conscritos são os nacionais convocados para o serviço militar obrigatório – porém, caso se trate de serviço militar permanente, há a obrigação de realizar o alistamento eleitoral. A elegibilidade diz respeito à capacidade eleitoral passiva, a qual prevê a possibilidade de ser eleito. Deve-se observar que nem sempre da alistabilidade decorre a elegibilidade. Isso porque a Constituição (art. 14, § 3º) é expressa quanto às condições de elegibilidade, sendo elas: a nacionalidade brasileira; o pleno exercício dos direitos políticos; o alistamento eleitoral; o domicílio eleitoral na circunscrição; a �liação partidária e a idade mínima para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador (35 anos), governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal (30 anos), deputado federal (21 anos), deputado 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&PA… 9/76 estadual ou distrital (21 anos), prefeito e vice-prefeito (21 anos) e juiz de paz (21 anos). Ressalta-se que a Constituição (art. 14, § 4º) prevê que os inalistáveis e os analfabetos são inelegíveis. Direitos Políticos Negativos Os direitos políticos negativos são relativos às inelegibilidades, que são as circunstâncias, constitucionais ou previstas em lei, que impedem o cidadão de se eleger, restringindo o exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva. As normas constitucionais sobre inelegibilidades estão previstas no art. 14, do § 4º ao § 7º da Constituição. Inelegibilidades absolutas dizem respeito àquelas pessoas que não podem concorrer à eleição alguma (art. 14, § 4º, CF). Desse modo, não podem exercer a capacidade eleitoral passiva os inalistáveis (estrangeiros, conscritos durante o serviço militar obrigatório, menores de 16 anos e menores de 18 anos não alistados) e os analfabetos (lembre-se de que o analfabeto tem direito à alistabilidade e, portanto, direito de votar, mas não pode ser eleito, pois não possui capacidade eleitoral passiva). Inelegibilidades relativas são restrições especí�cas a certos tipos de cargos ou funções em que o cidadão se encontra no momento da eleição. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 10/76 Restrição por motivos funcionais Para o mesmo cargo, o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente (art. 14, § 5º, CF). Para concorrerem a outros cargos, devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito (art. 14, § 6º, CF). Trata-se da desincompatibilização, por meio da qual o candidato se desvencilha de alguma circunstância que o impede de se eleger. Restrição por motivo de casamento, parentesco ou a�nidade São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou a�ns, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, do governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição (art. 14, § 6º, CF). Como exemplo, o cônjuge e os parentes até o segundo grau consanguíneos ou a�ns de governador não poderão se candidatar a qualquer cargo eletivo no Estado (vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador e 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 11/76 Quadro 3.2 - Restrições aos direitos políticos: inelegibilidade relativa Fonte: Elaborado pelo autor. governador do mesmo Estado). Fique atento à Súmula Vinculante nº 18/2009, que dispõe que “[...] a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal”. Restrição dos militares O militar alistável é elegível, desde que, se contar com menos de dez anos de serviço, afaste-se da atividade; e se contar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior; e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (art. 14, § 8º, CF). Restrição por previsões de ordem legal A Constituição Federal autorizou a criação de outros casos de inelegibilidades relativas e os prazos de sua cessação por Lei Complementar, a �m de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a in�uência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P…12/76 #PraCegoVer: o quadro traz restrições ao exercício dos direitos políticos. Na primeira linha, a restrição por motivos funcionais proíbe, para o mesmo cargo, o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente (art. 14, § 5º, CF). Para concorrerem a outros cargos, devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito (art. 14, § 6º, CF). Trata-se da desincompatibilização, por meio da qual o candidato se desvencilha de alguma circunstância que o impede de se eleger. Na segunda linha, a restrição por motivo de casamento, parentesco ou a�nidade diz que são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou a�ns, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, do governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição (art. 14, § 6º, CF). Como exemplo, o cônjuge e os parentes até o segundo grau consanguíneos ou a�ns de governador não poderão se candidatar a qualquer cargo eletivo no Estado (vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador e governador do mesmo Estado). Fique atento à Súmula Vinculante nº 18/2009, que dispõe que “[...] a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal”. A terceira linha fala da restrição dos militares: o militar alistável é elegível, desde que, se contar com menos de dez anos de serviço, afaste-se da atividade; e se contar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior; e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (art. 14, § 8º, CF). Na quarta linha, a restrição por previsões de ordem legal diz que a Constituição Federal autorizou a criação de outros casos de inelegibilidades relativas e os prazos de sua cessação por Lei Complementar, a �m de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a in�uência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 13/76 A Lei Complementar nº 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, inova com o amparo da constitucionalidade já a�rmada pelo STF em relação às inelegibilidades relativas. A partir da referida lei, entende-se que é inelegível o cidadão que tenha decisão condenatória proferida por órgão judicial colegiado, mesmo que ainda não tenha ocorrido o trânsito em julgado. Outra novidade é a inelegibilidade daquele que for condenado, em decisão proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma. A perda ou suspensão de direitos políticos refere-se aos casos em que, respectivamente, há a privação de�nitiva ou temporária dos direitos políticos. A Constituição elenca os casos em seu art. 15, sem apontar quais são os de perda e de suspensão. Contudo, a doutrina procura esclarecer, reconhecendo como casos de suspensão: a. incapacidade civil absoluta (inciso II); b. condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos (inciso III); c. recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, da CF (inciso IV); d. improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º da CF. Desse modo, seria hipótese de perda dos direitos políticos apenas o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 14/76 A reaquisição dos direitos políticos suspensos se dará automaticamente com a cessação dos motivos que determinaram a suspensão. Quanto à hipótese de perda dos direitos políticos por cancelamento da naturalização, só será possível por meio de ação rescisória (prazo de dois anos do trânsito em julgado). Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) (Exame Uni�cado XXX) Em março de 2017, o Supremo Tribunal Federal, em decisão de�nitiva de mérito proferida no âmbito de uma Ação Declaratória de 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 15/76 Constitucionalidade, com e�cácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante, declarou que a lei federal, que autoriza o uso de determinado agrotóxico no cultivo de soja, é constitucional, desde que respeitados os limites e os parâmetros técnicos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Inconformados com tal decisão, os congressistas do partido Y apresentaram um projeto de lei perante a Câmara dos Deputados visando proibir, em todo o território nacional, o uso do referido agrotóxico e, com isso, “derrubar” a decisão da Suprema Corte. Em outubro de 2017, o projeto de lei é apresentado para ser votado. Diante da hipótese narrada, assinale a a�rmativa correta. a) A superação legislativa das decisões de�nitivas de mérito do Supremo Tribunal Federal, no âmbito de uma ação declaratória de constitucionalidade, deve ser feita pela via da emenda constitucional, ou seja, como fruto da atuação do poder constituinte derivado reformador; logo, o projeto de lei proposto deve ser impugnado por mandado de segurança em controle prévio de constitucionalidade. b) Embora as decisões de�nitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal nas ações declaratórias de constitucionalidade não vinculem o Poder Legislativo em sua função típica de legislar, a Constituição de 1988 veda a rediscussão de temática já analisada pela Suprema Corte na mesma sessão legislativa, de modo que o projeto de lei apresenta vício formal de inconstitucionalidade. c) Como as decisões de�nitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade gozam de e�cácia contra todos e efeito vinculante, não poderia ser apresentado projeto de lei que contrariasse questão já paci�cada pela Suprema Corte, cabendo sua impugnação pela via da reclamação constitucional. d) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não �ca vinculado às decisões de�nitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no controle de constitucionalidade, de modo que o projeto de lei apresentado em data posterior ao julgamento poderá ser regularmente votado e, se aprovado, implicará a superação ou reação legislativa da jurisprudência. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 16/76 Disciplina reiterada na cobrança dos exames da Ordem, os Remédios Constitucionais são ações previstas no texto constitucional que possuem função de garantia de cumprimento dos direitos individuais e coletivos opostos contra o representante estatal, de poder, ou pessoa que esteja ferindo direitos fundamentais individuais ou coletivos, conforme o tipo do remédio. Habeas Corpus O habeas corpus tem seu nascimento com a Magna Carta (1215) e, também, com o Habeas Corpus Act (1679). Desde a Constituição Brasileira de 1824, protege-se a liberdade de locomoção, mas o habeas corpus, como instrumento constitucional, teve sua proteção primeiramente garantida com aConstituição Brasileira de 1891. Desde então, foi mantida pelos demais diplomas constitucionais criados posteriormente (BRANCO, 2019). Na atual Constituição, encontra sua previsão no art. 5º, LXVIII, segundo o qual: “[...] conceder-se-á habeas corpus sempre que RemédiosRemédios Constitucionais eConstitucionais e Organização doOrganização do EstadoEstado 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 17/76 alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder” (BRASIL, 1988). Tem como objeto a proteção da liberdade de locomoção do indivíduo, cuja �nalidade é fazer cessar violência ou coação da liberdade, decorrente de abuso de poder e de ilegalidade. Nesse sentido, é uma garantia individual que tem por objeto de proteção a liberdade de ir e vir das pessoas. As hipóteses de cabimento referem-se a: a. ato lesivo ou sua ameaça à liberdade de locomoção; b. ameaça ou lesão decorrente de violência ou coação e que estas tenham origem na ilegalidade ou no abuso do poder. Quanto aos aspectos formais, salienta-se que essa garantia não exige formalidades para sua impetração. Não há exigência de capacidade postulatória nem dependência de representação por advogado. É uma ação gratuita (art. 5º, LXXVII, CF). Contudo, deve-se ressaltar que, apesar da informalidade que rege esse instrumento, não há possibilidade de impetração apócrifa, não assinada pelo impetrante e que não contenha qualquer autenticação. Trata-se de ação sumaríssima e que, por isso, exige prova pré-constituída. São duas as modalidades dessa garantia: repressiva e preventiva (GONZAGA, 2017). A modalidade repressiva, também chamada de liberatória, ocorre com o objetivo de afastar constrangimento ilegal à liberdade de locomoção. Já na modalidade preventiva, o objetivo é afastar a ameaça à liberdade de locomoção, hipótese em que é possível expedir, por autoridade competente, um salvo conduto para garantir o livre trânsito de ir e vir. O autor do habeas corpus denomina-se impetrante; o indivíduo em favor do qual se impetra, paciente – observa-se que o paciente pode ser o próprio impetrante. Denomina-se autoridade coatora, ou impetrado, a autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder. Quanto à legitimidade ativa: qualquer pessoa física (nacional ou estrangeira), em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público (art. 654, CPP) ou pessoa jurídica em favor de pessoa física. Outra situação é a possibilidade de juiz competente, que pode expedir de ofício o habeas corpus, e, também, escrevente judicial ou funcionário público, no caso de estarem sendo impedidos de postular em juízo, no desempenho de suas funções. Observe que o art. 192 do Regimento 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 18/76 Interno do STF aponta que impetrado o habeas corpus por estranho, dele não se conhecerá se desautorizado pelo paciente. Quanto à legitimidade passiva: é a autoridade ou o agente público. Trata-se do coator, aquele que exerce ou ameaça exercer o constrangimento ilegal, sendo omissivo ou comissivo. Alerta-se para a possibilidade de o habeas corpus ser impetrado em face de particular, por exemplo, um hospital psiquiátrico que priva o paciente de sua liberdade de ir e vir, ilegalmente, atendendo aos pedidos desumanos de �lhos que abandonam seus pais. O órgão competente para apreciar a ação de habeas corpus será determinado de acordo com a autoridade coatora. O prazo para a impetração é o período em que o indivíduo sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Habeas Data O habeas data é garantia constitucional, instituída pela Constituição de 1988, que encontra previsão no seu art. 5º, LXXII, segundo o qual, regulamentado pela Lei nº 9.507/1997: [...] conceder-se-á habeas data: a. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b. para a reti�cação de dados, quando não se pre�ra fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (BRASIL, 1997). São hipóteses de cabimento: a. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b. para a reti�cação de dados, quando não se pre�ra fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; c. para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justi�cável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 19/76 Como condição de procedibilidade, observa-se que deve haver a recusa por parte dos bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e, também, a inexistência de sigilo que comprometa a segurança do Estado e da sociedade. É importante frisar que, havendo decisão de indeferimento por parte da autoridade no prazo legal, o requerente deve exigir a formalização da negativa do pleito. Isso signi�ca que esse documento será fundamental para a interposição do habeas data no poder judiciário, sem o qual o juízo ou tribunal não dará andamento ao processo, indeferindo liminarmente a peça inicial. Por força do art. 5º, LXXVII, da Constituição (BRASIL, 1988), o requerimento administrativo e a ação de habeas data são inteiramente gratuitos. Legitimidade ativa: qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá ajuizar a ação constitucional de habeas data para ter acesso às informações a seu respeito. Legitimidade passiva: dependerá da natureza jurídica do banco de dados. Lembre-se de que pode ser impetrado contra entidade governamental ou entidades privadas prestadoras de serviço público, por exemplo, as empresas de serviço de proteção ao crédito (SPC). Competência: dependerá da qualidade da autoridade que tem as informações armazenadas. Prazo para a impetração: não há prazo para impetração. Entretanto, uma vez dada a entrada com a ação de habeas data, o juiz noti�cará a autoridade para que ela preste a(s) informação(s) no prazo improrrogável de 10 dias. Mandado de Segurança O Mandado de Segurança nasceu com a Constituição de 1934, sendo mantido pelos diplomas constitucionais que vieram em sequência. Na atual Constituição, encontra sua previsão no art. 5º, LXIX, segundo o qual: [...] conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (BRASIL, 1988). 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 20/76 O Mandado de Segurança encontra-se regulamentado pela Lei nº 12.016/2009 (BRASIL, 2009). As hipóteses de cabimento são: 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 21/76 Direito líquido e certo É aquele que pode ser comprovado, pelo julgador, tão logo a impetração do mandado de segurança, não cabendo, assim, comprovação posterior, pois não seria líquido e certo. Cabe salientar que o Mandado de Segurança deve apresentar-se com prova pré- constituída, ou seja, rea�rmando o fato de não haver possibilidade de se juntar prova aos autos após sua impetração. Nesse sentido, é o direito comprovado junto com a petição inicial. Também se observa que a liquidez e a certeza se referem a fatos (Súmula 625, STF). Entretanto,nada impede que o interessado procure outros meios judiciais, tendo em vista que o Mandado de Segurança não obsta o acesso a possíveis vias judiciais. Direito não amparável por habeas corpus ou habeas data A utilização do Mandado de Segurança é residual. Ilegalidade ou abuso de poder A ilegalidade con�gura-se com os desvios de padrões de legalidade (relacionada aos atos vinculados), enquanto o abuso de poder revela- se quando há extrapolação de determinada competência, assim entendida como o desvio de sua �nalidade (relacionada aos atos discricionários) Há duas 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 22/76 discricionários). Há duas modalidades de Mandado de Segurança: repressivo e preventivo. Mandado de Segurança Repressivo é quando já tiver ocorrido a ilegalidade ou o abuso de poder. Ao contrário, haverá Mandado de Segurança Preventivo quando a intenção for prevenir a violação de direito líquido e certo. Legitimidade ativa É o impetrante do Mandado de Segurança o detentor do direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e habeas data. Podem ser: pessoas físicas (brasileiras ou não, residentes ou não, domiciliadas ou não), jurídicas, órgãos públicos despersonalizados, porém com capacidade processual (che�as do Executivo, mesas do Legislativo), universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, condomínio), agentes políticos (governadores, parlamentares), Ministério Público, entre outros. Legitimidade passiva É a autoridade coatora, a qual pode ser integrante do Poder Público em qualquer grau, seja da Administração Direta ou Indireta, assim como delegatários de funções públicas ou particulares que executem, a qualquer título, atividades, serviços e obras 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 23/76 públicas. Por exemplo: universidades privadas. Competência O órgão competente para apreciar o Mandado de Segurança será determinado de acordo com a autoridade coatora e sua sede funcional. Prazo para a impetração O prazo é decadencial de 120 dias, a contar da data em que o interessado tiver conhecimento o�cial do ato a ser impugnado. Não há suspensão ou interrupção desse prazo. Mandado de Segurança Coletivo O Mandado de Segurança Coletivo diferencia-se do Mandado de Segurança Individual apenas quanto à legitimidade ativa e seu objeto de proteção. Sua hipótese de cabimento se refere à proteção aos direitos transindividuais, sejam eles coletivos ou individuais homogêneos. Os direitos coletivos são aqueles de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica. Já os individuais homogêneos são os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação especí�ca da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 24/76 Quadro 3.3 - Hipóteses de cabimento do Mandado de Segurança Fonte - Elaborado pelo autor. #PraCegoVer: o quadro trata dos requisitos de cabimento do Mandado de Segurança. A primeira linha traz o direito líquido e certo, como aquele que pode ser comprovado, pelo julgador, tão logo a impetração do mandado de segurança, não cabendo, assim, comprovação posterior, pois não seria líquido e certo. Cabe salientar que o Mandado de Segurança deve apresentar- se com prova pré-constituída, ou seja, rea�rmando o fato de não haver possibilidade de se juntar prova aos autos após sua impetração. Nesse sentido, é o direito comprovado junto com a petição inicial. Também se observa que a liquidez e a certeza se referem a fatos (Súmula 625, STF). Entretanto, nada impede que o interessado procure outros meios judiciais, tendo em vista que o Mandado de Segurança não obsta o acesso a possíveis vias judiciais. A segunda linha informa sobre a necessidade de o direito ser não amparável por habeas corpus ou habeas data, pois a utilização do Mandado de Segurança é residual. Na terceira linha, está a ilegalidade ou abuso de poder: a ilegalidade con�gura-se com os desvios de padrões de legalidade (relacionada aos atos vinculados), enquanto o abuso de poder revela-se quando há extrapolação de determinada competência, assim entendida como o desvio de sua �nalidade (relacionada aos atos discricionários). Há duas modalidades de Mandado de Segurança: repressivo e preventivo. Mandado de Segurança Repressivo é quando já tiver ocorrido a ilegalidade ou o abuso de poder. Ao contrário, haverá Mandado de Segurança Preventivo quando a intenção for prevenir a violação de direito líquido e certo. A quarta linha cita a legitimidade ativa, sendo esta do impetrante do Mandado de Segurança o detentor do direito líquido e certo não amparado Legitimidade ativa Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à �nalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 25/76 por habeas corpus e habeas data. Podem ser: pessoas físicas (brasileiras ou não, residentes ou não, domiciliadas ou não), jurídicas, órgãos públicos despersonalizados, porém com capacidade processual (che�as do Executivo, mesas do Legislativo), universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, condomínio), agentes políticos (governadores, parlamentares), Ministério Público, entre outros. Na quinta linha, está a legitimidade passiva, que diz que o Mandado de Segurança é impetrado contra a autoridade coatora, a qual pode ser integrante do Poder Público em qualquer grau, seja da Administração Direta ou Indireta, assim como delegatários de funções públicas ou particulares que executem, a qualquer título, atividades, serviços e obras públicas. Por exemplo: universidades privadas. Na sexta linha, está a competência, que diz que o órgão competente para apreciar o Mandado de Segurança será determinado de acordo com a autoridade coatora e sua sede funcional. A sétima linha mostra o prazo para a impetração, que é decadencial de 120 dias, a contar da data em que o interessado tiver conhecimento o�cial do ato a ser impugnado. Não há suspensão ou interrupção desse prazo. A sétima linha traz algumas diferenças sobre o Mandado de Segurança Coletivo. O Mandado de Segurança Coletivo diferencia-se do Mandado de Segurança Individual apenas quanto à legitimidade ativa e seu objeto de proteção. Sua hipótese de cabimento se refere à proteção aos direitos transindividuais, sejam eles coletivos ou individuais homogêneos. Os direitos coletivos são aqueles de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica. Já os individuais homogêneos são os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação especí�ca da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. A oitava linha traz a legitimidade ativa do Mandado de Segurança Coletivo, sendo exercida por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à �nalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P…26/76 Mandado de Injunção O Mandado de Injunção é novidade da Constituição de 1988 e tem por �nalidade assegurar a fruição de direitos garantidos constitucionalmente. Encontra-se previsto no art. 5º, LXXI, nos seguintes termos: “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania” (BRASIL, 1988). Veri�ca-se, como hipótese de cabimento, que essa garantia constitucional tem por �nalidade efetivar direitos e liberdades constitucionais que não podem ser usufruídos em razão da falta de norma regulamentadora (GONZAGA, 2017). Em outras palavras, é utilizado quando há omissão normativa de norma constitucional de e�cácia limitada, impedindo o exercício de um direito em caso concreto. Ademais, deve-se lembrar que a omissão poderá ser parcial, sendo aquela em que a regulamentação for insu�ciente. Legitimidade ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica). Alerta-se que a pessoa jurídica de direito público também tem legitimidade ativa para a propositura de Mandado de Injunção, e é necessária a atuação do advogado. Legitimidade passiva: em face de órgão ou poder incumbido de elaborar a norma. Portanto, nunca em relação ao particular. Competência: será determinada com base na fonte de onde deveria ter emanado a norma faltante (art. 102, I, “q”, II, “a”; art. 105, I, “h”; art. 125, CF). Prazo para a impetração: enquanto persistir a omissão normativa. Não há prazo de prescrição ou decadência. Efeitos da decisão: reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: a. determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora (será dispensada essa determinação quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma); b. estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 27/76 promover ação própria visando exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Observar a evolução da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto à sua posição em relação às decisões proferidas em mandado de injunção. São elas: a. posição não concretista; b. posição concretista individual intermediária; c. posição concretista direta; d. posição concretista geral. Já o Mandado de Injunção Coletivo é aquele que pode ser promovido: a. pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; b. por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a �nalidade partidária; c. por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas �nalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; d. pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. Ação Popular A Ação Popular encontra previsão no art. 5º, LXXIII, segundo o qual: Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural, �cando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência (BRASIL, 1988). Encontra-se regulamentada pela Lei nº 4.717/1965. Tem como hipótese de cabimento: é utilizada na proteção de interesses difusos. Isso signi�ca que é garantia voltada a impugnar atos lesivos ao patrimônio público 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 28/76 ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Por lesividade, deve-se entender, também, ilegalidade. Cumpre observar que não é possível a sua utilização na defesa de interesses particulares, contra atos jurisdicionais, contra lei em tese e tendo como �nalidade o controle de constitucionalidade. São duas as modalidades: repressiva e preventiva. Trata-se de Ação Popular Repressiva quando visa corrigir os atos danosos consumados. Ao contrário, será Ação Popular Preventiva quando ajuizada antes da consumação dos efeitos do ato lesivo. Legitimidade ativa: é do cidadão. Compreende os brasileiros natos ou naturalizados e, também, os portugueses equiparados. É necessária a atuação de advogado. Legitimidade passiva: o agente público que praticou ato lesivo ao patrimônio público, a entidade lesada e os bene�ciários de tal ato. Competência: dependerá da autoridade que poderá desfazer o ato impugnado. Assim, deve-se veri�car a origem do ato impugnado, sendo a regra o juízo de primeiro grau. Prazo para a impetração: a Ação Popular prescreve em cinco anos. saibamaisSaiba mais A questão da Ação Popular é relacionada com a disciplina de Direito Ambiental, em razão de ser importante meio de garantia contra ações que atinjam a prevenção ou precaução contra bem ambiental protegido. Aconselho estudar e realizar a leitura do art. 225, da Constituição, relacionando os cabimentos da Ação Popular. ACESSAR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 29/76 Ação Civil Pública A Ação Civil Pública foi introduzida no Brasil pela Lei nº 7.347/1985. Contudo, a Constituição de 1988 a incorporou em seu art. 129, III, o qual prevê que: “São funções institucionais do Ministério Público: [...] III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos” (BRASIL, 1988). Atualmente, a Lei nº 7.347/1985 (modi�cada pela Lei nº 8.078/1990) possui apenas caráter processual. Inclusive, posteriormente, também foram criadas outras leis com o objetivo de ampliar seu âmbito de proteção. Hipótese de cabimento: trata-se de instrumento utilizado para impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações da ordem econômica, à ordem urbanística e à honra e dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, protegendo-se, assim, os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, desde que socialmente relevantes. Inquérito civil: é um procedimento administrativo preliminar para a apuração dos atos lesivos. Assim, se houver provas su�cientes para a ação, o inquérito civil será dispensável. Legitimidade ativa: Ministério Público, Defensoria Pública, União, estados, Distrito Federal, municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou associações constituídas há pelo menos um ano, nos termos da Lei Civil, que tenham por �m a proteção de interesses difusos e coletivos. Legitimidade passiva: em face da Administração Pública ou de particular. Competência: a Ação Civil Pública deve ser proposta no foro do local onde ocorrer o dano. Trata-se de natureza funcional e, portanto, absoluta e improrrogável. A Ação Civil Pública pode ser utilizadacomo instrumento de controle de constitucionalidade das leis, desde que seja incidentalmente, ou seja, no curso de um processo concreto. Nesse caso, os efeitos estarão vinculados às partes do processo. Cabe observar que, se a questão constitucional for o objeto principal da demanda, não se admitirá a Ação Civil Pública, pois seus efeitos são erga omnes, e desse 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 30/76 modo haveria equiparação aos efeitos do controle concentrado e usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal (RCL 633-6, SP). Organização do Estado (Arts. 18 a 36, CF) A Constituição Federal, dentro de sua função política, organiza as estruturas de formação do Estado, sua forma de governo, de organização. Dessa forma, age como liame entre diversas ciências, especialmente a jurídica e as ciências políticas. Federação No estudo das formas de Estado, distingue-se claramente o Estado unitário do Estado federal. No primeiro, existe um único centro de poder político, que pode criar e extinguir, de acordo com a vontade de seus titulares, pessoas jurídicas para gerir serviços públicos locais, por exemplo. No segundo, por sua vez, o poder político é descentralizado por força da Constituição Federal, que prevê a existência de entes federativos autônomos, todos integrantes da federação, que repartem competências entre eles. A origem próxima da Federação pode ser encontrada na formação dos Estados Unidos da América, quando as treze colônias britânicas da América do Norte, lutando contra o que consideravam arbítrio do rei inglês, declaram independência da metrópole (1776), tornando-se estados soberanos. A partir daí, unem esforços para vencer de�nitivamente a guerra estabelecida contra os ingleses, formando, por exemplo, um exército comum. Ocorre que toda a atuação conjunta estava regida por um tratado internacional (Artigos de Confederação), o qual poderia ser rompido a qualquer momento pelos signatários (SARLET; MARINONI; MITIDIERO, 2019). Algum tempo depois do �m da guerra, buscando aprofundar e trazer maior estabilidade ao vínculo entre eles, os treze novos estados abrem mão da soberania e retêm a autonomia para editar a Constituição dos Estados Unidos da América. Com isso, há a criação de um novo Estado (EUA), uma Federação composta pelos Estados-membros que aderiram, bem como por um novo ente, a União, criada para desempenhar de modo centralizado certas tarefas. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 31/76 Dos Estados Unidos da América, a Federação se espalhou pelo mundo, alcançando inclusive o Brasil, conforme será analisado a seguir. Desse processo histórico, porém, são extraídos dois conceitos diversos e muito relevantes para o estudo da Federação. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 32/76 Quadro 3.4 - Soberania e autonomia Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer: o quadro consistem em duas colunas. Na primeira, está o conceito de soberania, que é o poder supremo de todo Estado independente, abrangendo a capacidade ilimitada de criação do próprio ordenamento jurídico. Ideologicamente, o titular do poder soberano nas democracias é o povo, que pode optar, por exemplo, pela edição de nova Constituição. Estados soberanos podem estabelecer relações entre si por meio de tratados internacionais, formando confederações das quais podem voluntariamente sair (direito de denúncia ao tratado). Justamente em razão da soberania, jamais formarão federações. Na segunda coluna, está o conceito de autonomia, que é o poder atribuído aos entes federativos, abrangendo a capacidade de criação do próprio ordenamento jurídico, limitada aos ditames da Constituição Federal. É, portanto, um poder menor do que a soberania. Nesse sentido, os Estados-membros de uma federação estão submetidos à Constituição e não podem sair do novo Estado ao qual pertencem (não há 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 33/76 direito de secessão – vide art. 1º da Constituição Federal, que fala da “união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal”). Entes Federativos Toda federação tem como partes componentes, ou seja, como entes federativos, no mínimo a União e os Estados. No Brasil, porém, há entes adicionais. De fato, nos termos do artigo 18 da Constituição Federal, “A organização político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição” (BRASIL, 1988). Note que, além da União e dos Estados, o poder constituinte optou pela inserção do Distrito Federal e dos Municípios no pacto federativo, o que não é comum nas federações clássicas. a) Características gerais dos entes federativos Todos eles são pessoas jurídicas de direito público interno: entes federativos são pessoas jurídicas – capazes, portanto, de direitos e deveres –, compostas por órgãos, como o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público. Juntos, os entes federativos formam a federação. Todos eles são autônomos: União, Estados, Municípios e Distrito Federal têm poder para criar as próprias normas jurídicas, nos limites dados pela Constituição Federal. A autonomia atribui aos entes federativos três capacidades: - auto-organização: capacidade de edição da própria Constituição. Isso é bastante nítido em relação aos Estados-membros, que editam Constituições Estaduais. Já no que diz respeito aos demais entes, a União não editou a Constituição Federal, mas tem competência para alterar o seu teor por meio do Congresso Nacional, que exerce o poder constituinte derivado reformador realizando emendas à Constituição. Por sua vez, a organização dos Municípios e do Distrito Federal está disciplinada por meio de Leis Orgânicas, que versam sobre matéria constitucional. - autogoverno: capacidade de editar as próprias leis e de tomar as 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 34/76 próprias decisões políticas, por meio de representantes eleitos pelo povo respectivo. Todos os entes federativos legislam, nos termos da Constituição Federal, e repartem as competências. - autoadministração: capacidade de edição dos próprios atos administrativos. Todos os entes federativos têm a própria Administração Pública. Atenção: nenhum ente federativo é soberano, nem a União, que também é autônoma. A soberania é reconhecida apenas à federação, ou seja, à República Federativa do Brasil como um todo. Nesse sentido, o artigo 1º, inciso I, do texto constitucional traz explicitamente a soberania como fundamento da República Federativa do Brasil. Não se pode confundir a União (parte) com a federação (todo), nem mesmo se utilizar do fato de que a Constituição Federal confere à União competência para exercer as relações exteriores (art. 21, I, CF) para sustentar sua soberania. A União, nesse aspecto, representa a República Federativa do Brasil. Esta é, por exemplo, a signatária do tratado internacional, �igurando como pessoa jurídica de direito público externo. Não há subordinação hierárquica entre eles: todos têm poderes dados pela Constituição Federal, que reparte as competências nos moldes que estudaremos adiante. Assim, apesar de a ordem jurídica da União ser aplicada no território brasileiro inteiro, isso não signi�ca que ela é 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 35/76 hierarquicamente superior aos Estados e aos Municípios, já que cada um dessesentes trabalha com competências distintas. b) Características individuais dos entes federativos União - Ente federativo incumbido das atividades de interesse geral. - Regida pela Constituição Federal. - Dotada pelo Poder Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas. - Bens disciplinados no art. 20, CF. Estados - Entes federativos incumbidos das atividades de interesse regional. - Regidos pelas Constituições Estaduais, que devem obediência aos princípios da Constituição Federal. - Dotados de Poder Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas. - Bens disciplinados no art. 26, CF, de modo residual aos da União. Municípios - Entes federativos incumbidos das atividades de interesse local. - Regidos pelas Leis Orgânicas Municipais, que devem obediência aos princípios �xados na Constituição Estadual e na Constituição Federal. - Dotados de Poder Legislativo e Executivo. ATENÇÃO: não há Judiciário nem Ministério Público Municipal. Municípios que, antes de 1988, tinham Tribunais ou Conselhos de Contas, podem mantê-los, sendo proibida a criação de novos. Assim, nos Municípios que não tiverem Tribunais de Contas, a função será desempenhada pelo Tribunal de Contas estadual (art. 31, §§ 2º e 4º, CF). 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 36/76 Distrito Federal (art. 32) - Ente federativo incumbido de sediar Brasília, a capital federal, abrigando o centro de poder da União. - Regido pela Lei Orgânica do Distrito Federal, que deve obediência aos princípios da Constituição Federal. - Dotado de Poder Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas. - Não se confunde com Estados nem com Municípios, constituindo outra espécie de ente federativo. - Não pode se dividir em Municípios, embora tenha cidades (como Brasília), que não têm personalidade jurídica. ATENÇÃO: cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros militar do Distrito Federal e dos Territórios (art. 21, XIII e XIV, e art. 22, XVII, CF). c) Operações territoriais do art. 18, CF Operações com Estados: a Constituição Federal prevê que os Estados podem incorporar-se entre si (fusão), subdividir-se (cisão) ou desmembrar-se (partes que saem podem formar outro Estado ou se anexar a Estado existente). O procedimento envolve três etapas: - aprovação da população diretamente interessada, por plebiscito: note que a Constituição fala em aprovação, de modo que a rejeição impede a continuidade do processo; - oitiva das Assembleias Legislativas dos Estados envolvidos (art. 48, 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 37/76 VI, CF): observe que é obrigatório ouvir as Assembleias, mas a posição do órgão estadual não vincula o Congresso Nacional; - aprovação do Congresso Nacional, mediante lei complementar: existe ampla discricionariedade do Congresso, não está vinculado às etapas anteriores, podendo não editar a lei complementar mesmo se houver ampla aceitação popular no plebiscito, por exemplo. Operações com Municípios: de modo semelhante aos Estados, a Constituição Federal fala em criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. Há diferença, porém, no que diz respeito ao procedimento, com etapas diversas. - Realização e divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, na forma da lei. - Consulta à população dos Municípios envolvidos mediante plebiscito. - Efetivação da operação mediante lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal. ATENÇÃO: a redação original do texto constitucional não exigia a atuação normativa da União nesse aspecto. Porém, com a EC nº 15/1996, a legislação complementar federal passou a ser imprescindível no que tange à regulação do processo de criação de Municípios. Existe, porém, omissão normativa da União a esse respeito, de modo que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de Municípios criados após 1996. Modulando os efeitos da decisão, o STF não declarou a nulidade das leis estaduais que criaram os novos Municípios por 24 meses, prazo no qual a União poderia suprir a ausência normativa. Isso não ocorreu e acabou sendo editada a EC nº 57/2008, que inseriu o art. 96 no ADCT para convalidar Municípios criados até a decisão do Supremo. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 38/76 Portanto, até que a lei complementar seja editada, a criação de novos Municípios no Brasil é inválida. Territórios Federais: assim como textos constitucionais anteriores, a Constituição Federal permite a criação de Territórios Federais, que podem ser transformados em novos Estados ou reintegrados ao Estado de origem. Desde 1988, quando todos os Territórios Federais foram extintos, não houve a criação de novos. Todavia, seu estudo tem relevância, e suas principais características são: - processo de criação: a ser regulado por meio de lei complementar federal, deve envolver, necessariamente, a oitiva das Assembleias Legislativas dos Estados envolvidos (art. 48, VI, CF); - natureza jurídica: autarquia federal. Os Territórios Federais pertencem à Administração Pública descentralizada da União. Assim, embora sejam pessoas jurídicas de direito público, não são entes federativos; - há Poder Legislativo (Câmara Territorial, com competência e eleições de�nidas em lei – art. 33, CF), Poder Executivo (o governador é escolhido e nomeado pelo presidente da República – art. 84, XIV, CF), Judiciário e Ministério Público (organizados e mantidos pela União); - podem se dividir em Municípios, diferentemente do Distrito Federal. Repartição de Competências A ausência de hierarquia entre os entes federativos faz com que seja necessária a existência de repartição constitucional de competências. É que todos eles têm capacidade para criar o próprio Direito, havendo quatro ordens jurídicas parciais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) que, juntas, formam a ordem jurídica total, o ordenamento jurídico da federação. A forma de evitar graves e recorrentes antinomias entre as ordens jurídicas das diferentes esferas federativas é prever, na Constituição Federal, campos de atuação especí�cos para cada um deles. Se todos os entes estão subordinados à Constituição Federal, a invasão de competência atribuída a outro gera inconstitucionalidade da norma 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 39/76 editada. Atribuir competência é conferir poder. Quanto mais competência o ente federativo tiver, maior será sua capacidade de participação na construção da ordem jurídica total. (SARLET, MARINONI; MITIDIERO, 2019). A repartição constitucional de competências está estritamente ligada, assim, à maior ou menor autonomia dos entes federativos, e, por tudo isso, é o tema mais importante a respeito de federação na preparação para exames, sendo sempre objeto de questões. A análise desse tema será feita com duas abordagens: primeiro, veri�cando os tipos de Estado federal que podem existir, a depender da forma como as competências são distribuídas entre os entes federativos. Segundo, estudando o modelo positivado na Constituição Federal de 1988. a) Classi�cação – tipos de Estado federal (federalismo) Quanto à formação - Federalismo por agregação: re�ete o processo de formação dos Estados Unidos da América, tal como descrito anteriormente. Estados soberanos se associam e abrem mão de sua soberania em prol da criação de um novo Estado soberano, que é a federação (EUA). Os Estados que se associaram perdem a condição de verdadeiros Estados, uma vez que deixam de ter um de seuselementos essenciais: a soberania. Isso não signi�ca, porém, que os Estados-membros terão pouco poder. É que, na elaboração da Constituição Federal, cedem à União parcela de suas atribuições, retendo a maior parte dos poderes para si. No federalismo por agregação, a autonomia estadual, portanto, é maior. - Federalismo por segregação (desagregação): retrata o processo de formação da federação no Brasil. Durante o Império, o Estado brasileiro era unitário, havendo forte centralização. Com a Proclamação da República, em 1889, a federação é implantada por decisão do poder central, que transforma as províncias em Estados-membros da federação e atribui a eles alguns poderes, retendo a maior parte para si. Essa é uma das razões pelas quais, historicamente, a União tem muito mais competências que os Estados na federação brasileira. No federalismo por segregação, a autonomia estadual é menor. Quanto à distribuição de competências - Federalismo dual: o termo vem da federação norte-americana, que tem como entes federativos apenas a União e os Estados. Duas esferas, 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 40/76 portanto, que exercem seus poderes sem que as normas jurídicas produzidas por elas se comuniquem, já que tratam de matérias distintas. A Constituição prevê temas que serão completamente trabalhados pela União, sem a interferência dos Estados, e temas que serão integralmente normatizados pelos Estados, sem atuação da União. Há, assim, competências privativas (técnica conhecida como “repartição horizontal de competências”). - Federalismo cooperativo: nesse tipo de federalismo, inaugurado junto com o Estado Social de Direito, a cooperação, inerente às federações, é acentuada para possibilitar maior intervenção estatal em áreas como saúde, educação e previdência, que demandam ação conjunta de todos os entes federativos em face dos investimentos necessários. O mecanismo para isso é a previsão, na Constituição Federal, de competências concorrentes, matérias que, simultaneamente, são tratadas por todos os entes federativos, com diferentes graus de profundidade (por isso, essa técnica é conhecida como “repartição vertical de competências”). b) Modelo de repartição de competências adotado pela Constituição Federal de 1988: Na Constituição Federal, há uma mescla dos sistemas horizontal e vertical de repartição de competências, de modo que há tanto competências privativas como concorrentes. É importante analisar cada uma delas, dedicando especial atenção à letra dos arts. 21 a 25 e 30 do texto constitucional. Competências privativas Conceito: são as atribuídas com exclusividade a determinado ente federativo, de tal maneira que, naquela matéria, só ele possa legislar ou atuar materialmente. Distinção: parcela da doutrina distingue competências privativas de exclusivas, nos termos seguintes: - privativas: atribuídas com exclusividade, mas delegáveis a outro ente federativo (exemplo: art. 22, parágrafo único, CF); - exclusivas: atribuídas com exclusividade e indelegáveis a outro ente federativo (exemplo: art. 21, CF). 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 41/76 Repartição: a Constituição Federal lista expressamente o que compete à União e menciona o que cabe aos Municípios; o que restar será competência privativa dos Estados. É por isso que, em relação aos Estados, costuma-se usar a expressão “competência residual”. Em síntese, cabe: - à União: aquilo que estiver listado especialmente nos arts. 21 (competências materiais, de execução) e 22 (competências legislativas) da CF. A leitura atenta desses dispositivos é extremamente relevante e mostra a vastidão da competência da União, que cria praticamente todo o direito material e processual do Brasil; - aos Municípios: aquilo que estiver listado no art. 30 da CF, que liga a competência legislativa e material dos Municípios aos assuntos e serviços públicos de interesse local (observe os incisos I e V). O interesse, aqui, não precisa ser exclusivamente local, bastando que seja predominantemente local. É o caso, por exemplo, de transporte coletivo nos limites do Município, de coleta de resíduos, de concessão de licenças para funcionamento do comércio, bem como �xação do horário de funcionamento do comércio local (Súmula Vinculante 38, STF). ATENÇÃO: a �ixação do horário bancário é exceção a essa regra, sendo tema de competência legislativa privativa da União (Súmula 19, STJ, e jurisprudência do STF). aos Estados: aquilo que não couber à União nem aos Municípios, mais a exploração de serviços locais de canalizado, mais a instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (art. 25, CF); ao Distrito Federal: tudo aquilo que couber aos Estados e aos Municípios, tendo em vista que não há Municípios no Distrito Federal (art. 32, § 1º, CF). 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 42/76 Competências concorrentes Conceito: são as atribuídas concomitantemente a mais de um ente federativo. Assim, todos os que tiverem poder nas matérias desse tipo de competência poderão atuar ou legislar a respeito delas. Nomenclatura: o texto constitucional traz diferenciações quanto ao nome dessas competências, associando-as a expressões que, na verdade, são sinônimas. Assim, é preciso cuidado com a nomenclatura. - Competências comuns (art. 23, CF): competências materiais, de execução, atribuídas simultaneamente a mais de um ente federativo. - Competências concorrentes (art. 24, CF): competências legislativas atribuídas simultaneamente a mais de um ente federativo. Regulamentação constitucional - Competências comuns - Entes competentes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. - Funcionamento: leis complementares federais devem �xar normas para a cooperação entre todos os entes federativos, “[...] tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional” (art. 23, parágrafo único) (BRASIL, 1988). - Competências concorrentes - Entes competentes: União, Estados e Distrito Federal. - Funcionamento: todos os entes legislarão sobre os temas listados no art. 24, porém, o farão em profundidades diferentes. a. União: traz normas gerais sobre a matéria, ou seja, traz princípios, inicia o tratamento do tema, não podendo esgotá-lo. b. Estados e DF: suplementam as normas gerais, ou seja, trazem os detalhamentos que completam a regulamentação sobre o tema. ATENÇÃO: Os Municípios não foram inseridos no art. 24. Todavia, o art. 30, inciso II, da CF dá a eles competência para suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. Se a União não editar as normas gerais que lhe competem, os Estados 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 43/76 exercerão competência legislativa plena. Assim, eles trarão as normas gerais e as suplementares. O mesmo pode fazer o Distrito Federal, apesar da ausência de previsão constitucional no art. 24. Se, após essa atuação dos Estados, a União editar normas gerais a respeito daquele tema, a lei federal suspenderá a e�icácia da lei estadual, no que for contrário. A lei estadual, portanto, não será revogada (art. 24, §§ 3º e 4º, CF). Observe que, se a lei estadual contrariar a lei federal, ela será inconstitucional, não ilegal, uma vez que não existe hierarquia entre elas, assim como não há entre os entes federativos. Intervenção Federal e Estadual Na federação, a regra é a autonomia. Assim, na normalidade institucional, os entes federativos não interferem na ação uns dos outros. Porém, de modo excepcional, nas hipóteses previstas taxativamente na Constituição Federal (arts. 34 a 36), é possível a intervenção de um ente sobre outro. Isso ocorrepara preservar a subsistência da própria federação ou de valores essenciais à Constituição (BRASIL, 1988). A intervenção pode ser: Federal – efetuada nos Estados e no DF, bem como nos Municípios localizados em Território Federal. Tendo em vista que, hoje, os Territórios Federais não existem, não é possível intervenção federal em Municípios. Suas hipóteses e seus procedimentos serão analisados a seguir. Estadual – efetuada nos Municípios situados no território do Estado. Suas hipóteses estão previstas no art. 35 da CF. O procedimento é 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 44/76 semelhante aos da intervenção federal. Porém, a decretação compete ao governador do Estado, e o controle político, à Assembleia Legislativa. Tipos de intervenção federal: I) Espontânea (de ofício) Hipóteses: listadas no art. 34, I, II, III e V, CF. Procedimento: - Decreto do presidente da República: decretar e executar a intervenção federal é competência privativa do Chefe do Poder Executivo da União (art. 84, X, CF). O presidente ouvirá o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, órgãos consultivos previstos nos arts. 89/91 da CF. Note, porém, que os Conselhos emitem opiniões não vinculantes sobre o tema, cabendo a decisão exclusivamente ao presidente da República. O decreto interventivo, cuja e�cácia se inicia com a publicação, deverá: - especi�car a amplitude, as condições de execução e o prazo da medida, que é sempre temporária, porquanto a regra é a autonomia; - nomear interventor, se couber. Nesse caso, as autoridades locais serão afastadas. Cessados os motivos da intervenção, os afastados retornam aos cargos, salvo impedimento legal (art. 36, § 1º e 4º, CF). - Controle político do Congresso Nacional sobre o decreto, em 24 horas. Sendo o decreto editado durante o período de recesso, haverá convocação extraordinária em 24 horas (o controle político só pode ser dispensado na hipótese do art. 36, § 3º, CF). Se o Congresso aprovar o decreto (art. 49, IV, CF), a intervenção continua. Se não aprovar, o presidente da República deve encerrar a intervenção, sob pena de crime de responsabilidade. II) Provocada Por solicitação (art. 36, I, CF) - Hipótese (art. 34, IV, CF): garantir o livre exercício do Poder Legislativo e do Poder Executivo nas unidades da federação. - Procedimento: exige-se solicitação do Poder coacto ou impedido. No restante, o procedimento é igual ao da intervenção federal espontânea, 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 45/76 tendo o presidente da República, em face da solicitação, discricionariedade para decretar a medida. Por requisição - Hipóteses: - art. 34, IV + art. 36, I, CF: garantir o livre exercício do Poder Judiciário estadual que estiver coagido. Depende de requisição do Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, como existe ordem, a decretação da intervenção pelo presidente da República é vinculada. O restante do procedimento será idêntico ao da intervenção espontânea; - art. 34, VI + art. 36, II, CF: para prover execução de ordem ou decisão judicial. Depende de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral. Havendo requisição, a decretação pelo presidente da República é vinculada, sendo o restante do procedimento igual ao da intervenção espontânea. Por provimento de representação - Hipóteses: - art. 34, VII + art. 36, III, CF: por violação aos princípios constitucionais sensíveis ou recusa de execução de lei federal. Depende de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação interventiva apresentada pelo Procurador Geral da República. Se provida a representação. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) (EXAME UNIFICADO XXXI) Alfa, entidade de classe de abrangência regional, legalmente constituída e em funcionamento há mais de 1 ano, ingressa, perante o Supremo Tribunal Federal, com mandado de segurança coletivo para tutelar os interesses jurídicos de seus 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 46/76 representados. Considerando a urgência do caso, Alfa não colheu autorização dos seus associados para a impetração da medida. Com base na narrativa acima, assinale a a�rmativa correta. a) Alfa não tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, de modo que a defesa dos seus associados em juízo deve ser feita pelo Ministério Público ou, caso evidenciada situação de vulnerabilidade, pela Defensoria Pública. b) Alfa goza de ampla legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, inclusive para tutelar direitos e interesses titularizados por pessoas estranhas à classe por ela representada. c) Alfa possui legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interesses jurídicos dos seus associados, sendo, todavia, imprescindível a prévia autorização nominal e individualizada dos representados, em assembleia especialmente convocada para esse �m. d) Alfa possui legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interesses jurídicos da totalidade ou mesmo de parte dos seus associados, independentemente de autorização. 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 47/76 O controle de constitucionalidade é a veri�cação da adequação de um ato normativo com a Constituição, tomando por base requisitos formais e materiais. Sua existência lastreia-se no fato de que a Constituição �xa o modo de se produzir o Direito e as bases estruturais sobre as quais se assenta todo o ordenamento jurídico. Para preservar a supremacia do texto constitucional em face das demais normas (garantindo, além disso, sua rigidez), deve haver �scalização e sanção pela sua desobediência. Não fosse assim, normas infraconstitucionais contrárias à Constituição subsistiriam no ordenamento jurídico, e não haveria razão para sustentar sua inferioridade hierárquica em relação às normas constitucionais. Com isso, as bases do constitucionalismo, movimento voltado à limitação do poder estatal, estariam minadas (GONZAGA, 2017). Existem vários tipos de inconstitucionalidade e de controle de constitucionalidade. Assim, antes de estudar em mais detalhes a estruturação do modelo brasileiro de controle jurisdicional de constitucionalidade, tema muito relevante na preparação para as provas, é preciso analisar algumas classi�cações. a) Tipos de inconstitucionalidade Controle deControle de ConstitucionalidadeConstitucionalidade 21/10/2021 17:30 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_762115_1&P… 48/76 Inconstitucionalidade formal: vício na formação do ato, no processo de elaboração da norma, não no seu conteúdo. Tem, por sua vez, tipos. Subjetiva/orgânica - Vício de iniciativa: violação à iniciativa privativa de projetos de lei prevista na Constituição. Note que a sanção do projeto de lei não sana o vício no caso de a iniciativa ser privativa do Chefe do Poder Executivo. - Ato normativo editado por sujeito diverso do previsto pela CF (ex.: lei editada pela União, quando a competência para isso é do Estado). Objetiva - Vício veri�cado em outras fases do processo legislativo, depois da iniciativa (ex.: falta de observância do quórum, inobservância do bicameralismo etc.). Inconstitucionalidade material: é a incompatibilidade do conteúdo da norma com a Constituição. Não é só a incompatibilidade direta, mas também o excesso do Poder Legislativo, que pode violar a proporcionalidade e a razoabilidade (devido processo legal substantivo). Inconstitucionalidade por ação: ocorre em razão da edição de ato normativo com algum dos vícios descritos acima.
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