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Fisiologia

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FISIOLOGIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alex Luís Genari 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Caros alunos! 
Sejam todos bem-vindos ao estudo do sistema cardiovascular ou 
circulatório!! 
A proposta desta aula é estudar as funcionalidades anatômica e fisiológica 
do sistema cardiovascular, sistema este respaldado pela presença e pela 
incursão do sangue, associando sua inter-relação com os demais sistemas que 
compõem o corpo humano. O estudo norteará alguns objetivos específicos e terá 
como linha básica os seguintes tópicos: 
 destacar as funções e a composição do sangue em nosso organismo; 
 relembrar as estruturas anatômicas que compõem o coração e o sistema 
cardiovascular; 
 descrever a condução do sangue na circulação pulmonar e sistêmica; 
 apresentar a atividade elétrica dos batimentos cardíacos; 
 descrever o mecanismo da regulação da pressão arterial a curto e longo 
prazos. 
Mas, antes de apresentar os tópicos principais deste roteiro de estudo, se 
faz necessário destacar a divisão de todo o sistema cardiovascular, para que 
você possa entender o seu funcionamento e a sua finalidade nos demais 
sistemas. 
O sistema cardiovascular está dividido em: 
 coração, o órgão funcional, principal, de todo o sistema; 
 sistema arterial (artérias), responsável pela distribuição do sangue por 
todo o organismo a partir do coração; 
 sistema venoso (veias), encarregado da drenagem do sangue usado por 
órgãos e tecidos para o coração. 
Vejamos o esquema a seguir: 
 CORAÇÃO Centro funcional do 
sistema 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
SISTEMA ARTERIAL Rede de distribuição 
 SISTEMA VENOSO Rede de drenagem 
 
 
3 
TEMA 1 – FUNÇÕES E COMPOSIÇÃO DO SANGUE 
O sistema cardiovascular é apresentado como um sistema fechado em 
que encontramos o coração, órgão central de todo o seu funcionamento. Esse 
órgão é responsável pelos batimentos, e por conduzir e receber sangue por meio 
das artérias e veias. 
A autora Linda Costanzo (1998, p. 93) destaca que a “função primária do 
sistema cardiovascular é a de carrear sangue para todos os tecidos, fornecendo, 
por esse meio, nutrientes essenciais para todo o metabolismo celular, enquanto 
que, ao mesmo tempo, remove os produtos finais do metabolismo”. 
A propagação do sangue em todo o sistema cardiovascular ressalta a 
importância desse sistema diante de todos os demais sistemas do corpo 
humano. Não podemos realizar o processo de excreção urinária se o sangue 
não chegar aos rins para ser filtrado. A digestão dos alimentos, no sistema 
digestório, será finalizada se o que for digerido pelo organismo alcançar a sua 
meta, ou seja, se o sangue transportar os nutrientes necessários para que os 
demais sistemas cumpram suas funções específicas por intermédio das artérias 
e veias. 
Mas como podemos compreender o que é o sangue e quais são as suas 
funções? 
O sangue é produzido na medula óssea, sendo uma das funções dos 
ossos a hematopoiese, ou seja, a capacidade de formação de novas células 
sanguíneas. Tortora e Grabowski (2004, p. 322, grifo nosso) destaca que o 
“sangue é tecido conjuntivo líquido que tem três funções gerais: regulação, 
transporte e proteção”: 
 regulação: o sangue procura regular a temperatura corporal, absorvendo 
e refrigerando o calor por intermédio da água presente nas células e até 
mesmo pela dissipação do calor através da pele ao ambiente (suor), 
influenciando na quantidade de água no interior das células, 
principalmente por meio de íons e proteínas dissolvidas; 
 transporte: quanto à tarefa do transporte, podemos destacar que o 
sangue possui quatro grandes metas: 
1. conduzir o oxigênio dos pulmões às células do corpo humano e levar o 
gás carbônico até os pulmões; 
2. encaminhar os nutrientes do trato gastrintestinal até as células; 
 
 
4 
3. retirar o calor e os resíduos das células; 
4. levar os hormônios produzidos nas glândulas endócrinas até as 
células, responsáveis por recebê-las (células-alvo). 
Todo esse trabalho procura promover as diversas funções homeostáticas, 
ou seja, o equilíbrio de todo o organismo; 
 proteção: por meio da coagulação, o sangue não sofre perdas 
sanguíneas significativas em termos de volume e outras estruturas 
importantes de defesa para o nosso organismo. 
O volume de sangue presente no sistema cardiovascular de um adulto é 
de aproximadamente 6 (seis) litros, “perfazendo 8% do peso corporal total” 
(Tortora; Grabowski, 2004, p. 322). Essa quantidade varia ao longo dos anos 
mediante características referentes à composição corporal, ao sexo, fatores 
inerentes a cada ser humano. Frente a realidades patológicas, esse volume pode 
aumentar ou até mesmo diminuir. 
O sangue é composto por uma parte líquida, denominada plasma, e uma 
parte sólida, composta por células sanguíneas e fragmentos de células. 
O plasma corresponde a 55% do total de sangue presente em nosso 
organismo, sendo que 90% dele corresponde a água e os outros 10%, a 
substâncias dissolvidas, como “proteínas plasmáticas, nutrientes, gases 
(oxigênio, gás carbônico), glicose, vitaminas, hormônios, sais minerais” (Tortora; 
Grabowski, 2004, p. 322, grifo nosso), diluídas em seu meio (Figura 1). As 
proteínas presentes no plasma são: 
 albumina: sua função é manter a pressão osmótica, propiciando a troca 
de água entre o sangue e os tecidos, ou seja, o equilíbrio hídrico. Ela 
fornece pressão necessária para impedir a osmose, ou seja, a passagem 
espontânea do solvente por uma membrana semipermeável – ida de uma 
solução menos concentrada para uma solução mais concentrada. 
Exemplo: uma folha de alface, depois de lavada e salgada, se torna 
murcha; 
 globulina: sua função é transportar o ferro e outros metais, além de 
hormônios, vitaminas, lipídios e anticorpos (proteção do nosso 
organismo); 
 fibriogênio: realiza a formação de fibrina na etapa final de coagulação, 
juntamente com as plaquetas. 
 
 
5 
A parte sólida do sangue é composta por células sanguíneas e fragmentos 
de células, representando 45% volume sanguíneo. Essas estruturas sanguíneas 
são formadas na medula óssea, nos ossos longos, laminares. Essa 
representação dos 45% do volume sanguíneo encontra em sua constituição, 
44% de hemácias, também conhecidas, como, eritrócitos e 1% formado por 
leucócitos e plaquetas. 
 eritrócitos: estão em maior quantidade na corrente sanguínea. “Vivem 
aproximadamente entre 100-120 dias, sendo retirados da corrente 
sanguínea pelo baço, medula óssea e fígado” (Tortora; Grabowski, 2004, 
p. 322). Não possuem núcleo. Contém hemoglobina – pigmento rico em 
ferro, que torna o sangue vermelho e tem a função de transportar oxigênio 
para as células. Possuem componentes aglutinogênios, ou seja, 
determinam o tipo sanguíneo de uma pessoa; 
 leucócitos: estão na corrente sanguínea em menor quantidade e 
possuem a responsabilidade de criar meios para a defesa do organismo, 
destruindo os invasores. Produzem substâncias como histamina, que 
combate reações alérgicas, e heparina, substância esta que auxilia na 
anticoagulação do sangue; 
 plaquetas: em nossa corrente sanguínea há cerca de 250 a 450 mil 
plaquetas/ml com a função de coagular o sangue em caso de ferimentos. 
Figura 1 – Estrutura do sangue 
 
Crédito: ShadeDesign/Shutterstock. 
 
 
6 
TEMA 2 – ANATOMIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Ao longo deste tema, relembraremos a anatomia do sistema 
cardiovascular, descrevendo os principais órgãos e as estruturas anatômicas, 
objetivando destacar o entendimento quanto à realidade do fluxo sanguíneo no 
corpo humano e o entendimento das funções destacadas no tema anterior. 
2.1 Anatomia do coração 
“É um órgão muscular, oco, que funciona como uma bomba contrátil-
propulsora”. Com essa afirmação, Dangelo e Fattini (2009, p. 89) começam a 
descrever o coração. Órgão ímpar em nosso organismo, tem a responsabilidade 
de enviar o sanguepara todos os demais órgãos e tecidos que compõem a 
estrutura do corpo humano por meio de sua rede vascular. Suas contrações são 
ritmadas, segundo as ordens recebidas do sistema nervoso central, 
apresentando movimentos de contração (sístole) e de relaxamento (diástole). 
Está localizado na região do mediastino, entre os pulmões direito e 
esquerdo, e fica protegido pelos ossos esterno e costelas. Em sua extremidade 
inferior, encontramos o ápice, e na extremidade superior, a base, na qual 
encontramos os principais vasos do coração. Apresenta em sua parte externa 
um revestimento denominado pericárdio, que promove a proteção do coração, 
prevenindo a realização de movimentos bruscos. O pericárdio apresenta duas 
camadas, parietal (externa) e visceral (interna), e entre elas se encontra o líquido 
aquoso, em que realiza as funções descritas anteriormente. 
O coração apresenta três camadas distintas: 
 epicárdio: camada externa. Presente entre o pericárdio e o miocárdio; 
 miocárdio: camada média. Consiste em tecido cardíaco, responsável 
pela ação de bombear (contrair) o coração; 
 endocárdio: camada interna. Responsável por impedir o extravasamento 
do sangue. 
Conforme a sua morfologia externa (Figura 2), na região da base do 
coração, encontramos os grandes vasos, responsáveis pela chegada e pela 
saída de sangue. Vamos destacá-los para uma melhor compreensão da 
circulação entre eles e o coração. 
 
 
7 
 veia cava superior (VCS): o sangue venoso que é drenado da cabeça e 
dos membros superiores desemboca no átrio direito do coração; 
 veia cava inferior (VCI): recebe sangue venoso de membros inferiores, 
abdômen e tronco, e também desemboca no átrio direito do coração. 
 artéria aorta (AA): tem o seu início no ventrículo esquerdo. Responsável 
pela distribuição do sangue arterial para todo o organismo; 
 artéria tronco pulmonar (ATP): tem seu início no ventrículo direito, 
atravessando o coração internamente. O sangue venoso presente no 
ventrículo direito é bombeado aos pulmões através dessa artéria. Ela se 
divide ao longo do percurso em artéria pulmonar direita e artéria pulmonar 
esquerda; 
 veias pulmonares direita e esquerda (VPD/VPE): são responsáveis por 
levar o sangue dos pulmões de volta ao coração, agora rico em oxigênio, 
ou seja, arterial. 
Figura 2 – Anatomia externa do coração 
 
 
 
 
Crédito: decade3d – anatomyonline/Shutterstock. 
Internamente (Figura 3), a morfologia do coração está dividida em quatro 
cavidades, denominadas câmaras, na qual recebem e bombeiam o sangue. Na 
parte superior, essas câmaras recebem o nome de átrios (direito e esquerdo), 
VEIA CAVA 
SUPERIOR 
ARTÉRIA AORTA 
ARTÉRIA 
TRONCOPULMONAR 
VEIAS PULMONARES 
D/E 
VEIA CAVA 
INFERIOR 
 
 
8 
que possuem a função de amortecimento na chegada do sangue ao coração. Os 
átrios são separados pelo septo interatrial. 
Na parte inferior, denominamos essas câmaras de ventrículos (direito e 
esquerdo), que são os responsáveis pela contração. O ventrículo esquerdo 
possui a camada mais espessa do miocárdio, pois necessita enviar o sangue a 
todo o organismo. Os ventrículos são separados pelo septo interventricular. 
Entre os átrios e ventrículos, encontramos duas valvas importantes, 
denominadas de atrioventriculares, as quais funcionam conforme as respostas 
necessárias às mudanças de pressão do próprio coração, frente à contração e 
ao seu relaxamento. Ou seja, o sangue somente passa do átrio ao ventrículo se 
as válvulas abrirem e realizarem suas respectivas funções. São denominadas 
anatomicamente de: 
 valva tricúspide: possui 3 folhetos, denominados de cúspide. Está 
presente no lado direito do coração. Sua função é evitar o refluxo do 
sangue do ventrículo direito para o átrio direito; 
 valva bicúspide ou mitral: se localiza no lado esquerdo e possui 2 
folhetos em sua constituição anatômica. Sua função é evitar o refluxo do 
sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. Outro ponto a se 
destacar, quanto ao fluxo sanguíneo, é que ela possui fluxo unidirecional, 
ou seja, ela impede o refluxo de maneira geral. 
Essas valvas estão presas por cordas tendíneas, evitando assim o 
refluxo do sangue durante a sístole (contração). Os músculos papilares, 
estruturas anatômicas encontradas nos ventrículos, realizam a fixação das 
cordas tendíneas. 
Internamente, o coração apresenta outras duas valvas importantes, 
denominadas de valvas semilunares. Essas valvas estão presentes no início 
da artéria tronco pulmonar e na artéria aorta. São importantes por manter o 
sangue em seu fluxo unidirecional, evitando, portanto, o refluxo aos ventrículos. 
Essas valvas são denominadas de valva semilunar pulmonar e valva semilunar 
aórtica. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 3 – Anatomia interna do coração 
 
 
 
Crédito: Sebastian Kaulitzki/Shutterstock. 
2.2 Anatomia dos vasos sanguíneos – artérias e arteríolas 
Conforme a anatomia do sistema cardiovascular, as artérias são 
estruturas importantes para entendermos como se dá o fluxo sanguíneo no corpo 
humano. Elas estão presentes em todos os segmentos do nosso corpo, e têm 
objetivos específicos e importantes para o funcionamento fisiológico de todo o 
nosso organismo. 
Essas estruturas anatômicas são compostas por 3 (três) camadas 
(túnicas) distintas, importantes para o entendimento do fluxo sanguíneo. A saber: 
1. lúmen: local oco em que o sangue transita. A histologia dessa camada é 
formada por endotélio, um tipo de epitélio; 
2. camada média: encontramos aqui a musculatura lisa, que favorece a 
contração; 
3. camada externa: sua formação se dá pela presença de fibras elásticas e 
colágenas, importantes para a resistência das paredes dessas estruturas 
anatômicas. 
ÁTRIO DIREITO 
ÁTRIO ESQUERDO 
VÁLVULA TRICÚSPIDE 
VÁLVULA MITRAL 
VENTRÍCULO 
DIREITO 
VENTRÍCULO 
ESQUERDO 
SEPTO 
INTERVENTRICULAR 
MIOCÁRDIO 
VALVA SEMILUNAR 
PULMONAR 
VALVA SEMILUNAR 
AÓRTICA 
 
 
10 
A camada média, por ser composta de musculatura lisa, recebe, portanto, 
a inervação do sistema nervoso autônomo. Quando há aumento por parte da 
estimulação, estabelece a diminuição do calibre da artéria, processo esse 
chamado de vasoconstrição. Quando há diminuição, temos o aumento do 
calibre da artéria, a vasodilatação. Mediante a apresentação desse contexto 
das artérias, podemos destacar que elas apresentam como características a 
elasticidade, a contratibilidade, e o percurso do sangue se dá de maneira rápida 
e a favor da gravidade, ponto importante para a chegada do oxigênio nos tecidos, 
com exceção da vascularização da cabeça, a qual se dá contra a gravidade. 
As artérias se destacam como sendo os vasos responsáveis por conduzir 
o sangue rico em oxigênio para os tecidos. O sangue, quando injetado pelo 
ventrículo esquerdo, por exemplo, na circulação sistêmica, entra na principal 
artéria de distribuição de sangue em nosso organismo, denominada de artéria 
aorta. Outras artérias de menor calibre, denominadas de arteríolas, farão com 
que o sangue chegue, através de capilares, aos tecidos, realizando a hematose 
tecidual. Por sua vez, os capilares realizam a conexão entre as arteríolas e as 
vênulas, sendo importantes por permitir a troca dos nutrientes e dos resíduos 
com as células específicas do corpo e com a própria realidade do sangue. 
2.3 Anatomia dos vasos sanguíneos – veias e vênulas 
A anatomia da veia e das vênulas está próxima às realidades da artéria e 
das arteríolas. As vênulas procuram dar o retorno inicial do sangue venoso ao 
coração. Seu calibre vai aumentando, propondo a formação das veias. 
Estruturalmente, as veias possuem maior calibre, e há presença de 
válvulas em seu interior, que procuram impedir o refluxo sanguíneo. Além das 
válvulas, uma característica marcante das veias é que elas promovem o percurso 
mais lento do sangue, contra a gravidade, e não apresentam contratilidade.TEMA 3 – CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
Após estudarmos as anatomias externa e interna do coração, o próximo 
passo na construção do conhecimento em relação ao sistema cardiovascular é 
entender a circulação sanguínea que acontece entre os grandes vasos, as 
cavidades do coração e do próprio corpo humano (Figura 4). Ou seja, a relação 
funcional do coração com os demais órgãos do corpo humano. Esse processo 
 
 
11 
se dá de maneira simultânea, sempre com o sangue partindo do coração e indo 
a direções distintas, como o pulmão ou o restante do organismo. 
Essa circulação está associada à realidade de conceitos básicos da 
fisiologia, como o débito cardíaco, que significa o volume de sangue que está 
sendo injetado pelo ventrículo esquerdo pela artéria aorta, e o retorno venoso, 
que se caracteriza pelo volume de sangue que chega aos átrios por intermédio 
das veias cavas superior e inferior. 
O processo circulatório acontece de duas maneiras: por circulação 
pulmonar, ou pequena circulação, e por circulação sistêmica, ou grande 
circulação. Vejamos: 
 pequena circulação: inicia no ventrículo direito, onde encontramos 
sangue venoso. Esse sangue, rico em gás carbônico, necessita de 
oxigênio, e vai encontrá-lo nos pulmões. Quem conduz esse sangue até 
os pulmões é a artéria tronco pulmonar, a qual anatomicamente se divide 
em artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda. Chegando lá, o 
sangue sofre hematose pulmonar, ou seja, a troca gasosa nos alvéolos. 
Terminada a troca, o sangue, agora arterial, rico em oxigênio, retorna ao 
coração, ao átrio esquerdo, através das veias pulmonares direita e 
esquerda; 
 grande circulação: inicia no ventrículo esquerdo, onde encontramos 
presente o sangue arterial. Este sangue é levado a todo organismo 
através da artéria aorta, principal via de condução do sangue do coração 
ao corpo humano. De maneira geral, acontecem nos determinados órgãos 
a chamada hematose tecidual, em que se deixa o sangue rico em oxigênio 
e drena-se o sangue venoso. Terminado o processo de irrigação, o 
sangue começa a ser drenado, agora rico em gás carbônico, através das 
veias, em especial as veias cavas superior e inferior, desembocando no 
átrio direito. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 4 – Circulação sanguínea 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
Com essa breve exposição sobre a circulação do sangue em nosso 
organismo, podemos destacar duas características importantes: 
1. todas as artérias localizadas na base do coração iniciam a partir dos 
ventrículos, seja o direito, seja o esquerdo, independentemente do tipo 
de sangue que transita; 
2. todas as veias chegam ao coração nos átrios, seja o direito, seja o 
esquerdo, independentemente do tipo de sangue que transita. 
TEMA 4 – SISTEMA DE CONDUÇÃO 
O coração é o órgão responsável por receber o sangue venoso, rico em 
gás carbônico, e, ao mesmo tempo, por distribuir o sangue arterial, rico em 
oxigênio, a todo o corpo. Todo o processo de relaxamento das câmaras (diástole) 
e contração muscular (sístole) é iniciado pelo sistema de condução do 
coração, em que o batimento cardíaco tem o seu início e se mantém ao longo 
do percurso. 
No átrio direito, encontramos o nodo sinoatrial, localizado no septo 
interatrial, e que possui a função de dar “início de cada batimento, marcando o 
ritmo da frequência cardíaca, sendo considerado o nosso marca-passo natural. 
Quando um potencial de ação é iniciado pelo nodo sinoatrial, ele se espalha por 
ambos os átrios, fazendo com que sofram contração e despolariza o nodo 
atrioventricular” (Tortora; Grabowski, 2004, p. 376). Recebendo o potencial de 
ação do nodo sinoatrial, o nodo atrioventricular procura facilitar a entrada do 
sangue dos átrios nos ventrículos. Esta ação iniciada é rápida. A passagem pelo 
 
 
13 
nodo atrioventricular, o potencial de ação, chega ao fascículo atrioventricular 
(feixe de His), localizado na parte superior do septo interventricular. Este, por 
sua vez, transfere a ação rumo à região do ápice do coração, através dos ramos 
do fascículo, presentes no septo interventricular. “A contração dos ventrículos 
é estimulada pelos ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) que emergem 
dos ramos do fascículo e distribuem o potencial de ação para todas as células 
do miocárdio ventricular ao mesmo tempo” (Tortora; Grabowski, 2004, p. 350). 
Esse processo descrito anteriormente destaca as propriedades 
musculares de contração do próprio coração: 
 automatismo: capacidade que o próprio coração possui de gerar seu 
próprio impulso elétrico a partir do nodo sinoatrial, proporcionando a sua 
contração (sístole) e o seu relaxamento (diástole); 
 condutibilidade: propagação do estímulo ao nodo atrioventricular, se 
espalhando depois pelos feixes de His e Purkinje; 
 contratilidade: capacidade do musculo de contrair-se; 
 excitabilidade: quando ocorre uma intervenção indireta aos batimentos 
cardíacos, bem como uma ação hormonal, falta de oxigênio etc., 
acarretando mudanças no ciclo cardíaco. Essa resposta acontece 
mediante a presença de receptores que inervam o próprio coração, as 
quais entram em ação diretamente com o sistema nervoso autônomo. 
TEMA 5 – REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
Conforme a condução cardíaca se caracteriza pelo ciclo cardíaco, diante 
da sístole e da diástole, a fisiologia cardíaca, através da leitura do 
eletrocardiograma, oportuniza o entendimento, o significado do diagnóstico das 
mudanças que ocorrem nos batimentos. 
O processo se resume nas oscilações de três ondas que significam o 
batimento cardíaco em si (Figura 5). A primeira onda, denominada de onda P, 
exprime a despolarização dos átrios, significando a contração dos átrios. A 
segunda onda, chamada de onda QRS, oportuniza a despolarização nos 
ventrículos, significando a contração muscular do miocárdio. E a terceira onda, 
a onda T, objetiva a repolarização ventricular, ou seja, o início do relaxamento 
dos ventrículos. 
 
 
 
14 
Figura 5 – Laudo de eletrocardiograma 
 
Crédito: smx12/Shutterstock. 
Todo o processo do batimento cardíaco se expressa na realidade de 2 
(dois) sons, simultâneos, proferidos quando há fechamento das valvas cardíacas 
atrioventriculares e semilunares. O primeiro som, mais longo, representa o 
fechamento atrioventricular, significando o processo do início da sístole 
ventricular. E o segundo som, mais breve, nos leva ao entendimento do 
fechamento das valvas semilunares, representando o fechamento da sístole 
ventricular. 
A realidade da pressão do sangue nas artérias resulta na sístole do 
ventrículo esquerdo, ou seja, quando ele bombeia o sague para o organismo. Na 
mensuração desse processo é importante o uso do esfigmomanômetro, um 
aparelho que possibilita a checagem da pressão arterial do paciente. 
Essa pressão ocorre nas paredes das artérias quando a sístole chega a 
120 mmHg e 80 mmHg no processo da diástole –pressão arterial ideal para os 
padrões do nosso organismo. Mediante alguns fatores, poderá haver quebra da 
homeostasia quanto à pressão arterial. Por exemplo: se o paciente apresenta 
uma hemorragia, a tendência é a queda da pressão, que pode levar até mesmo 
ao óbito, e se ocorrer aumento do volume sanguíneo, pode haver retenção de 
líquidos, e isso poderá levar ao aumento da pressão sanguínea. 
O nosso organismo se adapta conforme a necessidade em relação ao 
fluxo sanguíneo. A pressão arterial se diferencia em: 
 regulação a curto-prazo, quando o coração se adapta, por exemplo, a 
uma atividade física. A atividade física começa e eleva a pressão arterial. 
O arco da artéria aorta e as artérias carótidas possuem receptores em 
suas paredes, denominados de bararreceptores, os quais tem a 
capacidade de conduzir a informação ao sistema nervoso central, no 
 
 
15 
tronco encefálico, na região denominada de bulbo. Este, por sua vez, 
manda a resposta ao coração e às artérias para que possa acontecera 
vasodilatação, facilitando assim a passagem do sangue nas artérias; 
 regulação a longo-prazo, denominado de sistema renina-angiotensina-
aldosterona, que consiste na identificação da queda do volume 
sanguíneo ou da queda do fluxo, levando parte dos rins a secretar a 
enzima renina, que atua conjuntamente com o fígado na produção da 
angiotensina, que será responsável pela vasoconstrição, ou seja, a 
elevação da pressão arterial. A angiotensina ativa a secreção da 
aldosterona, hormônio que favorece a reabsorção de água pelos rins, 
ocasionando o aumento da pressão arterial. 
NA PRÁTICA 
Caros alunos! 
Convido vocês a uma pesquisa bibliográfica em livros de fisiologia 
humana. O intuito é descrever as propriedades da musculatura cardíaca, 
relacionando-a à estimulação elétrica nas cavidades do coração, oportunizando 
o entendimento do sistema cardiovascular, e, principalmente, relacionando as 
diferenças entre as contrações que acontecem nos átrios e ventrículos. 
Boa pesquisa, pessoal! 
FINALIZANDO 
Caros alunos, vocês encontraram nesta aula tópicos importantes quanto 
à anatomia e à fisiologia do sistema cardiovascular. No desenrolar da aula, 
apresentamos: 
 as funções que envolvem esse sistema, associando-as ao funcionamento 
dos demais sistemas do corpo humano; 
 a morfologia humana, anatomia do coração, das artérias e veias; 
 a descrição do fluxo sanguíneo, tanto a circulação pulmonar quanto a 
sistêmica, proporcionando o entendimento das realizações das trocas 
gasosas (hematose pulmonar e hematose tecidual); 
 a fisiologia, ou seja, o funcionamento desse sistema, especialmente a 
atividade elétrica do coração, associado com a regulação a curto e longo 
prazos. 
 
 
16 
O entendimento da fisiologia do coração nos ajuda a entender os eventos 
peculiares desse sistema e sua realidade funcional com os demais sistemas do 
corpo humano. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
COSTANZO, L. S. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara & Koogan, 1998. 
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia básica dos sistemas orgânicos. 
Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. 
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed. 2004. 
 
 
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FISIOLOGIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alex Luís Genari 
 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Caros alunos(as)! A proposta dessa aula será estudar a funcionalidade 
anatômica e fisiológica do sistema respiratório. Sistema importante para 
entendemos, principalmente, a realidade funcional do organismo humano quanto ao 
contexto da captação do oxigênio e a liberação do gás carbônico na atmosfera – 
contextualização inerente a nossa sobrevivência humana. 
O estudo norteará temas específicos e, como linha básica, veremos os 
seguintes tópicos: 
 Destacar as funções e a anatomia do sistema respiratório (zona de condução 
e respiratória). 
 Apresentar a mecânica ventilatória. 
 Conhecer as estruturas funcionais dos alvéolos, em especial o surfactante e 
suas propriedades. 
 Entender as trocas gasosas e o transporte destes gases pelo sangue. 
 Enaltecer o processo de regulação da respiração, por parte do sistema 
nervoso central. 
Bons estudos! 
TEMA 1 – FUNÇÕES E ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Todos os processos de mudanças químicas que ocorrem nas células e nos 
tecidos dependem basicamente do oxigênio que respiramos. Essa relação se dá 
continuamente e é sempre necessária ao nosso organismo. 
Diante da resposta química que o corpo humano realiza a todo instante 
procurando eliminar gás carbônico, é preciso considerar que todo esse processo 
é realizado basicamente pela respiração, ou seja, a troca gasosa, nas células (o 
sangue leva para as células o oxigênio necessário, retornando após a troca gasosa 
com o gás carbônico) e nos pulmões (o gás carbônico é conduzido do coração aos 
pulmões, retornando ao coração de forma oxigenada). 
A inter-relação entre os sistemas circulatório e respiratório, no desejo de 
suprir de oxigênio e eliminar o dióxido de carbono do organismo, é de suma 
 
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importância para a nossa existência. Essa é a função básica, primordial, quanto ao 
funcionamento do sistema respiratório, que além de realizar a troca gasosa, possui 
outras funções importantes mediante a presença de inúmeros receptores, tais 
como: propiciar a sensação do olfato, filtrar o ar inspirado, produzir sons e ajudar a 
eliminar as impurezas. 
Portanto, durante o percurso desde a entrada pelo nariz até a chegada aos 
pulmões, o ar passa por inúmeros tubos, considerados vias respiratórias, 
responsáveis essencialmente pela condução do ar. A seguir, vamos destacá-los 
apresentando suas características anatômicas e enumerando suas funções 
fisiológicas. 
1.1 Cavidade nasal 
Apresenta internamente uma divisão perpendicular, determinada pelo septo 
nasal, sendo este constituído por ossos (etmóide e vômer) e por cartilagens. 
Anteriormente há o nariz, que apresenta duas aberturas chamadas narinas e, 
posteriormente, está a nasofaringe e orofaringe que possui uma comunicação 
direta com a faringe. 
A cavidade nasal apresenta também as vibrissas, isto é, grandes pelos que 
procuram reter partículas estranhas respiradas juntamente com o ar, como a poeira. 
O nariz apresenta em suas laterais as conchas nasais (superior, média e inferior), 
que procuram aquecer o ar (devido à grande vascularização existente nessa região) 
e umedecê-lo. Essas conchas têm bastante muco nasal, responsável por prender 
por aderência uma boa quantidade de micro-organismos que tenham passado pelas 
vibrissas, impedindo que os mesmos penetrem nas vias aéreas, conforme mostra a 
Imagem 1. 
1.2 Faringe 
Conhecida popularmente como garganta, a faringe é um tubo presente no 
pescoço, que, por sua vez, está localizado posteriormente à cavidade nasal, oral e 
à laringe. Sendo assim, essa região faz parte tanto do sistema respiratório, como 
também, do sistema digestório. De acordo com Tortora (2006, p. 453), “sua parede 
apresenta musculatura esquelética e revestida com túnica mucosa”. Também se 
 
4
 
 
sabe que a faringe tem a função de conduzir o ar e o alimento e que apresenta 
didaticamente três subdivisões: nasofaringe, orofaringe e laringo-faringe, conforme 
podemos observar na Figura 1. 
1.3 Laringe 
Presente na região medial do pescoço, como podemos observar na Imagem 
1, a laringe localiza-se anteriormente à faringe e liga esta à traqueia, facilitando a 
passagem do ar. Também é o local da presença das pregas vocais (cordas vocais), 
responsável pela fonação. 
Internamente, a laringe apresenta mucosa, que é responsável por retirar 
micro-organismos que afetam diretamente o sistema respiratório. Quando ocorre a 
passagem do ar, o reflexo por meio da tosse procura expelir tais micro-organismos. 
Em suas há paredes várias cartilagens, as quais são detalhadas a seguir. 
 Cartilagem tireoide – é a maior de todas, apresenta o formato de uma letra 
V e é conhecida como pomo de Adão por ser maior nos homens (fato que se 
deve à influência do hormônio sexual masculino, testosterona). 
 Cartilagem aritenóide – são duas pequenas cartilagens, localizadas 
inferiormente a tireoide. 
 Cartilagem cricóide – possui formato de anel e está localizada na passagem 
da laringe para a traqueia. 
 Cartilagem epiglote – tem formato de uma lâmina, está localizada acima da 
laringe e fixada na cartilagem tireoide; favorece o fechamento da laringe, 
momento em que ocorre a deglutição de alimentos sólidos ou líquidos, 
evitando a entrada de corpos estranhos ao sistema respiratório. 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
 
Figura 1 – Sistema respiratório 
 
Créditos: Komsan Loo/Shutterstock 
1.4 Traqueia 
A traqueia é o canal por onde passa o ar até que ele chegue aos brônquios 
principais (direito e esquerdo). Ela está localizada na parte anterior ao esôfago e 
possui 12 centímetros de comprimento,conforme vemos na Imagem 2. Sua 
estrutura é composta por 15 a 20 anéis cartilaginosos, no formato de letra C, os 
quais estão interligados entre si por ligamentos anulares, cuja função é manter este 
tubo sempre aberto viabilizando a passagem do ar. Internamente apresenta túnica 
mucosa, em especial na sua parede posterior, sendo uma musculatura lisa cujo 
objetivo é o mesmo dos tubos anteriores: a proteção contra os microrganismos, em 
especial, o pó. 
1.5 Brônquios 
A traqueia se bifurca na região inferior, o que denomina-se carina traqueal, 
formando o brônquio principal direito e o brônquio principal esquerdo. A 
estrutura dos brônquios é semelhante à da traqueia, apresentando três bifurcações 
no lado direito. O ar é direcionado ao pulmão direito pelos brônquios lobares e o 
NARIZ 
CAVIDADE NASAL 
 
FARINGE 
LARINGE 
 
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mesmo acontece no lado esquerdo, sendo que nele há somente dois brônquios 
lobares. Após os brônquios lobares o ar se defronta, já dentro dos pulmões, às 
outras ramificações: brônquios segmentares, brônquios terminais e alvéolos 
pulmonares, sucessivamente. 
Todo o processo de ramificação dos brônquios, diante do seu conjunto, é 
denominado árvore brônquica, como mostra a Figura 2. Nos alvéolos pulmonares 
ocorre, portanto, a troca gasosa sendo contemplada a zona de respiração do 
sistema respiratório propriamente dita, conforme mostra a Figura 3. Essa troca 
gasosa que ocorre nos pulmões é denominada hematose pulmonar. 
Figura 2 – Brônquios e bronquíolos 
 
Créditos: crystal li/Shutterstock 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAQUEIA 
BRÔNQUIOS 
 
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Figura 3 – Alvéolos pulmonares 
 
Créditos: Tefi/Shutterstock 
1.6 Pulmões 
Localizados na cavidade torácica, os dois pulmões formam um espaçamento 
que, de acordo com Dangelo; Fattini (2009, p. 114) é “denominado mediastino, na 
qual se encontra o coração, os grandes vasos, o esôfago, porção da traqueia e 
brônquios principais, além de nervos e vasos linfáticos”. 
Os pulmões possuem um a pleura, um revestimento em duas camadas: a 
pleura parietal (externa) e a pleura visceral (interna), uma membrana morfológica 
que possui a função de proteção do órgão. Entre as duas camadas, Tortora (2006, 
p.456) explica que “existe um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém um 
líquido lubrificante secretado pela pleura. Este líquido reduz o atrito entre as 
camadas e permite que elas se movam facilmente durante a respiração”. 
Com formato de cone irregular, os pulmões têm sua base apoiada sob o 
músculo diafragma (face diafragmática) e o seu ápice está no mesmo patamar 
do primeiro par de costelas. Apresenta mais duas faces: a costal (está em contato 
com as costelas) e a mediastínica (voltada para a cavidade do mediastino), onde 
encontramos o hilo pulmonar, região de porta de saída (veias pulmonares) e 
entrada (artéria pulmonar e os brônquios principais) do órgão. Por ser maior, o 
pulmão direito apresenta três lobos (superior, médio e inferior), separados por 
duas fissuras: superior, com a fissura horizontal e inferior, com a fissura oblíqua. 
ALVÉOLOS PULMONARES 
BRÔNQUIOS TERMINAIS 
 
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O pulmão esquerdo tem somente dois lobos (superior e inferior), divididos pela 
fissura oblíqua, conforme a Figura 4. 
Os lobos apresentam internamente subdivisões denominadas lóbulos, 
segundo Tortora (2004, p. 456), “contendo um vaso linfático, uma arteríola, uma 
vênula e um ramo de bronquíolo terminal envolvido em tecido conjuntivo elástico”. 
Esses lóbulos são internamente autônomos sob o aspecto anatômico e funcional, 
sendo separados por uma fina camada de tecido conjuntivo. Nos dois pulmões 
podemos encontrar cerca de 18 lóbulos funcionando sem a dependência um do 
outro, ou seja, é como se tivéssemos 18 pulmões presentes nos próprios pulmões, 
direito e esquerdo. 
Imagem 4 – Composição do sistema respiratório 
 
 
Créditos: Liya Graph/Shutterstock 
 
TEMA 2 – MECÂNICA DE VENTILAÇÃO 
 O grande objetivo da respiração, destacado anteriormente, é fornecer ao 
pulmão e às células, de maneira contínua, o movimento de ar, ou seja, de conduzir 
o oxigênio e remover o dióxido de carbono. Este processo resulta na renovação do 
ar entre a via de condução aos pulmões e a remoção do dióxido de carbono. O 
processo do mecanismo de ventilação pulmonar ocorre pela dinâmica da 
PULMÃO DIREITO PULMÃO ESQUERDO 
MÚSCULO DIAFRAGMA 
MEDIASTINO 
 
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inspiração e da expiração, conforme a contração e o relaxamento basicamente dos 
músculos esqueléticos, presentes na caixa torácica. 
 A ventilação pulmonar ou, segundo Tortora (2006, p. 458), a própria 
“respiração é o processo pelo qual os gases são trocados entre a atmosfera e os 
alvéolos do pulmão” envolvendo duas fases básicas: a inspiração e a expiração, 
conforme veremos detalhadamente a seguir. 
2.1 Inspiração 
A inspiração se expressa num processo ativo da respiração, ocorrendo a 
expansão dos pulmões, que produz certa pressão onde o ar é puxado para dentro, 
em direção aos pulmões. Este fenômeno acontece por meio do auxílio dos músculos 
localizados na região torácica, em especial do músculo diafragma. Conforme a 
sua contração, ele aumenta de maneira vertical a caixa torácica, isto é, empurra 
para baixo os músculos abdominais e as costelas são empurradas para cima e para 
fora. Já os músculos intercostais externos procuram afastar as costelas e mover 
o esterno para frente, conforme a sua contração muscular. 
Mediante esse mecanismo de ação, segundo Tortora (2006, p. 459), o 
músculo diafragma “é responsável por cerca de 75% do ar que entra nos pulmões 
durante a respiração calma”. Quando ocorre alguma mudança na inspiração, em 
especial na forçada, outros músculos vão auxiliar a entrada de ar, como o 
esternocleidomastoideo, os escalenos e o peitoral menor – todos mostrados na 
Imagem 5. 
2.2 Expiração 
Na expiração o processo é inverso ao da inspiração; ele é passivo. Isso 
significa que a pressão interior dos pulmões é maior em relação à atmosfera, ou 
seja, à eliminação do ar para o exterior. Esse ato acontece por meio do relaxamento 
dos músculos respiratórios: o diafragma volta à sua posição inicial juntamente com 
os músculos intercostais externos, conformando novamente a caixa torácica. O 
movimento da expiração se contabiliza com a ação muscular também dos 
intercostais internos. Quando há necessidade de o organismo realizar a expiração 
forçada, outros músculos irão auxiliar nesta atividade, em especial a musculatura 
 
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abdominal, formada pelo reto abdominal, pelo oblíquo externo e interno do abdômen 
e pelo transverso do abdômen, conforme podemos observar na Figura 5. 
Imagem 5 – Mecanismo de respiração: inspiração e expiração 
 
Créditos: Alila Medi/Shutterstock 
O processo do mecanismo de ventilação na esfera da inspiração e da 
expiração de uma pessoa adulta saudável se aproxima dos 500 ml em seu volume, 
se somadas a entrada e a saída do ar no organismo. Na fisiologia, este processo é 
conhecido como volume de ar corrente e ele consiste em calcular a ventilação por 
minuto. A medição do volume da frequência respiratória é feita por um aparelho 
chamado de espirômetro que realiza o exame de espirometria. 
Mudanças na ventilação pulmonar quanto à inspiração diante de respirações 
mais profundas forçadas acarretarão no aumento do volume. Este fator é 
denominado volume de reserva inspiratório. Por sua vez, o aumento da expiração 
mais profunda é chamado de volume de reserva de expiração. Quando temos essas 
mudanças na frequência respiratória, a espirometria será o meio para identificarmos 
os fatores que levaram às alterações, espreitando o entendimento quanto à 
capacidade de funcionamento dos pulmões – seja a capacidade inspiratória, a 
capacidade residual funcional ou a capacidade pulmonar total. 
 
 
INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO 
 
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TEMA 3 – SURFACTANTE E PROPRIEDADES 
Os alvéolos são asestruturas anatômicas microscópicas que possuem a 
dimensão funcional de todo o sistema respiratório (imagem 6). São eles os 
responsáveis por fazer as trocas gasosas necessárias nos pulmões. Em suas 
paredes internas, apresentam fibras elásticas, denominadas pneumócitos tipo I e 
tipo II. Na estrutura interna dos alvéolos os pneumócitos II são importantes, pois se 
destacam na produção do surfactante pulmonar, um líquido que visa a redução 
da tensão superficial dos alvéolos, mantendo a umidade própria, interna do alvéolo. 
Essa função se faz necessária, pois dessa forma o alvéolo pulmonar 
favorecerá manter-se aberto, efetivando a troca gasosa e favorecendo a entrada de 
oxigênio na corrente sanguínea. A ação deste líquido oportuniza funcionalmente 
aos pulmões a diminuição na força considerável na sua expansão e aos alvéolos, a 
estabilização quanto ao tamanho. Se a presença do líquido não ofertar nenhum 
problema aos pulmões, estes, por sua vez, realizarão as trocas gasosas de maneira 
satisfatória. 
A presença do surfactante possibilita o funcionamento de duas propriedades 
inerentes aos pulmões: a complacência e a elasticidade. Isso significa que os 
pulmões, por possuírem musculatura lisa e rica em colágeno, têm a capacidade de 
expandir e retrair seu tamanho, sendo este um fator incondicional para o seu 
funcionamento anatômico. 
Muitas crianças prematuras não produzem surfactante pulmonar 
suficientemente e isso ocasiona desconfortos e dificuldades na respiração. 
Indivíduos que apresentam fibrose pulmonar, por sua vez, enfrentam dificuldades 
na elasticidade e nas trocas gasosas nos pulmões (o que também ocorre em 
pacientes com enfisema pulmonar), levando à destruição dos alvéolos e 
consequentemente à perda da elasticidade do pulmão. 
Quando os pulmões realizam o processo de inspiração e expiração, 
ocasionam pressão entre as pleuras parietal e visceral – membranas importantes 
que revestem e protegem o pulmão. Essa pressão na cavidade pleural oportuniza 
o funcionamento ideal dos pulmões, principalmente dos alvéolos. O aumento dessa 
pressão intrapleural poderá ocasionar o colabamento do pulmão, denominado 
pneumotórax, que ocorre quando a pressão dos pulmões se iguala à pressão da 
 
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atmosfera levando o pulmão ao colapso em seu funcionamento, podendo ser fatal 
para o indivíduo. A ventilação artificial poderá, após determinado período de 
recuperação, propiciar ao paciente o retorno de sua ventilação pulmonar. 
Imagem 6 – Estrutura do alvéolo 
 
Créditos: Alila Medi/Shutterstock 
 
TEMA 4 – TROCAS GASOSAS 
Em nossos estudos anteriores relacionados à fisiologia do sistema 
respiratório, observamos a anatomia dos órgãos que compõem o sistema 
respiratório e a mecânica de ventilação (inspiração e expiração). Contudo, é 
necessário que agora voltemos nosso entendimento a respeito de como acontece 
o processo da hematose, seja ela pulmonar ou tecidual. 
A hematose reflete a capacidade de o organismo realizar as trocas gasosas, 
em especial entre o oxigênio e o gás carbônico. A troca gasosa ocorre por meio de 
um processo bioquímico denominado difusão que, por sua vez, se dá mediante a 
pressão parcial, sendo esta, segundo Tortora (2006, p. 463), “a pressão de um gás 
específico em uma mistura à pressão atmosférica”. Tal mecânica se caracteriza 
principalmente quanto à realidade de pressão, que ocorre durante a troca. 
FLUÍDO SURFACTANTE 
ALVÉOLO 
 
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A respiração (ou troca gasosa) pode ser denominada externa (pulmonar) ou 
interna (tecidual). A respiração externa, também conhecida como respiração 
pulmonar, potencializa sua execução a partir do ventrículo direito. A alta quantidade 
de moléculas de gás carbônico nesta cavidade faz com que o sangue seja enviado 
aos pulmões, especificamente aos alvéolos, pela artéria do tronco pulmonar. 
Quando o sangue venoso – rico com a presença de gás carbônico – chega aos 
alvéolos, recebe moléculas de oxigênio provenientes da atmosfera, incidindo a 
chamada hematose pulmonar. Este acontecimento ocorre devido à pressão maior 
por parte do sangue presente nos capilares, com a presença de gás carbônico, em 
relação aos alvéolos. Assim, o gás carbônico será expirado pelas vias condutoras 
e o sangue passa a ficar rico com a presença de oxigênio. 
Esse movimento do oxigênio e do dióxido de carbono entre os alvéolos dos 
pulmões e os capilares sanguíneos, se realiza na membrana alveolocapilar, 
mostrada na Imagem 7. De acordo com Tortora (2006, p.463), “esta troca converte 
o sangue venoso (rico em gás carbônico) em sangue arterial (sangue oxigenado)”. 
Imagem 7 – Processo de hematose 
 
Créditos: Tefi/Shutterstock 
 
Já a respiração interna, também chamada de respiração tecidual, resulta 
seu processo nos tecidos. A chegada do sangue rico em oxigênio, ou seja, do 
sangue arterial ao ventrículo esquerdo, referenda o objetivo de contração muscular 
 
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do próprio ventrículo para a qual o organismo precisa suprir os tecidos com a 
necessidade de oxigênio, para o pleno funcionamento dos órgãos. 
Com o envio do sangue arterial pela artéria aorta, este líquido será distribuído 
pelas inúmeras artérias que compõem o sistema arterial. Chegando aos tecidos, 
podemos destacar a segunda troca gasosa propriamente dita, denominada 
hematose tecidual, em que ocorre a troca do oxigênio para o gás carbônico no 
sangue; a pressão exercida pelos capilares, agora nos tecidos, otimiza essa troca. 
O retorno do sangue venoso, através das veias cavas: superior e inferior fará que 
chegue ao átrio direito, no coração. Após, este sangue aos pulmões, no intuito de 
dar origem a um novo ciclo de respiração externa. 
O transporte do oxigênio e do gás carbônico ocorre pelo sangue por meio 
das células sanguíneas denominadas glóbulos vermelhos (também conhecidas 
como eritrócitos ou hemácias), sendo um dos fatores importantes para a realização 
desse objetivo, além de outros, como os químicos e biofísicos que possibilitam essa 
necessidade do organismo humano. 
Quanto ao transporte do oxigênio, a presença da hemoglobina é um fator 
importante para alcançar este objetivo. A hemoglobina se caracteriza por ser uma 
proteína interna dos glóbulos vermelhos e tem grande utilidade para que aconteça 
o transporte de oxigênio no corpo humano, bem como para que incida a cor 
avermelhada do sangue, proveniente da presença de ferro. 
Por apresentar essas características, a hemoglobina possui a propriedade 
interna de fazer a captação molecular do oxigênio. Quando ela possui as moléculas 
de oxigênio agregadas em seu meio, passa a ser denominada, como expõe Tortora 
(2006, p.464), “oxihemoglobina, a qual é a reação proveniente da ligação de átomos 
dentro da hemoglobina com o próprio oxigênio”, isto é, por possuir internamente a 
presença de quatro átomos de ferro, possibilita é possível que a hemoglobina 
estabeleça ligação com quatro moléculas de oxigênio, sendo isso um fator 
preponderante para o transporte. 
No tocante ao transporte de gás carbônico pelas células sanguíneas, nos 
glóbulos vermelhos este se concretiza por três possíveis variantes: 
 
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1) Em menor quantidade, por volta de 10%, as moléculas de gás carbônico se 
dissolverão no próprio plasma sanguíneo chegando aos alvéolos, onde 
acontecerá a sua expiração normalmente. 
2) Quando a molécula de gás carbônico se associa com a própria hemoglobina, 
processo este definido como carbaminohemoglobina (Hb-CO2), chegando 
aos alvéolos, onde ocorre a difusão, sendo a troca gasosa dos gases 
específicos (gás carbônico pelo oxigênio). Essa realidade se caracteriza por 
15% do transporte de gás carbônico. 
3) A maior porcentagem se configura com a presença do gás carbônico se 
misturando ao próprio plasma sanguíneo, onde encontramos uma grande 
incidência de água em seu meio, formando o ácido carbônico (H2CO3). Com 
a incidência do hidrogênio, o organismo precisa equilibrar essapresença com 
a dos íons de bicarbonato (HCO3), na qual haverá dissociação do gás 
carbônico, sendo este expirado pelas vias condutoras do sistema respiratório 
e o hidrogênio será tamponado, isto é, neutralizado. 
Quando o hidrogênio (H+) está alto na corrente sanguínea a acidose é 
gerada, sendo um distúrbio caracterizado pelo baixo valor do pH sanguíneo, ou seja, 
o sangue arterial cai abaixo de 7,35 mmHg. Esse distúrbio é causado pelo acúmulo 
de ácidos devido ao funcionamento insuficiente dos pulmões, rins ou sistemas 
tampão. Isso ocorre nos pulmões, ocasionado pelo aumento na quantidade de 
ácidos voláteis no organismo, que elevam ao aumento da pCO2 (pressão parcial de 
gás carbônico). Quando existe essa descompensação respiratória, os pulmões 
promovem a hiperventilação buscando restabelecer os padrões normais do pH 
sanguíneo. 
TEMA 5 – REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 
A mecânica de ventilação do ser humano é algo peculiar e bastante 
complexo, e isso é assim desde a captação e eliminação dos gases em torno da 
harmonia necessária para que haja o pleno funcionamento desse sistema com os 
demais sistemas do organismo. 
O processo de controle da respiração se dá pelo sistema nervoso central, no 
tronco encefálico, na estrutura anatômica denominada bulbo, sendo este o centro 
 
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respiratório. Nessa região existe a inervação periférica, onde serão enviados os 
impulsos à musculatura esquelética para que aconteçam os movimentos de 
inspiração e expiração; o ritmo da respiração será condicionado pela ação deste 
centro. 
 O mecanismo de ventilação por meio da inspiração fornece diretamente o 
ritmo de funcionamento deste sistema. Algumas situações corticais, de acordo com 
o que expõe Tortora (2006, p. 468), “poderão alterar voluntariamente nosso padrão 
de respiração. Podemos recusar, por um breve período, em respirar”. A literatura 
destaca que a realização deste ato se faz necessária, proporcionando uma atitude 
de defesa, principalmente quando estamos inalando gases perigosos, prejudiciais 
ao organismo, como a fumaça. Logo após, o sistema retorna ao seu funcionamento 
normal, com a ventilação sendo estabelecida. 
 A regulação da presença dos gases oxigênio e carbônico se faz importante 
no organismo, a qual os estímulos químicos, denominados quimiorreceptores, 
proporcionam o equilíbrio entre os níveis dos gases. Qualquer alternância desses 
níveis será identificada por receptores centrais em consonância com os receptores 
periféricos, encontrados no arco da artéria aorta e no seio das artérias carótidas 
direita e esquerda. 
NA PRÁTICA 
Convido vocês a complementar o conteúdo dessa aula realizando uma 
pesquisa em livros de fisiologia humana. O objetivo será descrever as mudanças no 
organismo diante da ventilação pulmonar, principalmente em atletas que vão 
participar de eventos em locais com altitude bastante elevada. Procure relacionar 
as diferenças e mudanças fisiológicas desses indivíduos quanto à climatização do 
organismo no ambiente e responda o que ocorre se ele chegar uma semana antes 
ou na véspera do evento e o que seria melhor para este atleta, destacando as 
ocorrências na circulação sanguínea, na absorção dos nutrientes e nas demais 
situações que possam alterar seu desempenho. Boa pesquisa, pessoal! 
FINALIZANDO 
 
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Caros alunos! Vocês encontraram, nesta aula, tópicos importantes quanto à 
anatomia e fisiologia do sistema respiratório, cuja ênfase se deu em pontos 
específicos quanto às funções que envolvem este sistema; a morfologia respiratória, 
enaltecendo a zona de condução e a respiratória; a mecânica de ventilação 
(inspiração e expiração). Destacamos também o exame de espirometria para 
analisarmos o volume da ventilação pulmonar; as propriedades do pulmão (o 
surfactante nos alvéolos); a descrição dos transportes dos gases diante da corrente 
sanguínea visando a troca gasosa, seja nos pulmões ou nos tecidos; e o controle 
do sistema respiratório pelo sistema nervoso central, de maneira específica na 
região do tronco encefálico, denominado bulbo. 
Agradeço muito a atenção de vocês. Bons estudos e até a próxima! 
 
 
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REFERÊNCIAS 
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia básica dos sistemas orgânicos. Rio 
de Janeiro: Atheneu, 2009. 
TORTORA, G.J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. 
Porto Alegre: Artemed, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alex Luís Genari 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Caros(as) alunos(as)! 
A proposta desta aula será abordar a fisiologia do sistema nervoso 
autônomo (SNA), que reflete a dinâmica deste sistema e proporciona ao 
indivíduo a homeostasia, o equilíbrio do funcionamento corporal, de forma 
especial no seu interior, seus órgãos e sistemas. A maneira que este sistema 
atua para manter esse equilíbrio será um dos nossos objetos de estudo, assim 
como a organização das áreas que regulam e coordenam as atividades 
autonômicas (involuntárias), interferindo em outros sistemas, que, juntos, 
proporcionam a vida. 
Ao longo deste estudo, o objetivo central será destacar as relações do 
sistema nervoso autônomo com outros sistemas, visando esta dinâmica de 
funcionamento no organismo humano e, para isso, alguns objetivos específicos 
nortearão nossa aula, são eles: 
1. apontar as características gerais do SNA e sua relação com a homeostasia 
corporal; 
2. apresentar a organização do SNA; 
3. apresentar as divisões anatômicas do SNA; 
4. oportunizar o conhecimento das características do sistema nervoso 
simpático e parassimpático; 
5. estabelecer o conhecimento das atuações do SNA, em relação aos 
demais sistemas do corpo humano. 
Bons estudos!! 
TEMA 1 - HOMEOSTASIA E SISTEMA NERVOSO AUTONÔMO 
O sistema nervoso está em consonância com os demais sistemas que 
fazem parte do organismo humano, ou seja, todos os demais sistemas 
necessitam de seu comando, de seu controle, mesmo que seja voluntário ou 
involuntário, estabelecendo relações com órgãos e estruturas anatômicas 
diversas do corpo humano. 
O sistema nervoso está dividido em dois sistemas integrados: sistema 
nervoso central e periférico, os quais apresentam suas subdivisões anatômicas 
conforme disposto a seguir: 
 
 
3 
 
O sistema nervoso central está dividido em encéfalo e medula espinhal e 
seu funcionamento se destaca sendo responsável pela recepção, 
interpretação, armazenamento e respostas aos estímulos, tanto internos, 
quanto externos. O encéfalo se divide em: cérebro, cerebelo e tronco encefálico, 
mas o cérebro é formado por dois hemisférios cerebrais: direito e esquerdo, nos 
quais encontramos na região medial o diencéfalo e ao redor deste temos o 
telencéfalo. No diencéfalo estão presentes inúmeras estruturas anatômicas, 
destacando-se a presença do hipotálamo (imagem 1) como estrutura 
responsável em estabelecer os padrões homeostáticos, ou seja, o equilíbrio 
corporal. 
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA), por sua vez, não é independente 
do restante do sistema nervoso e está interligado a este por meio do hipotálamo, 
que, como visto, coordena respostas internas, a fim de garantir a homeostasia. 
Essa relação auxilia o corpo a manter um ambiente interno constante ou balanço 
fisiológico global das funções corpóreas, por meio de comandos que levam às 
ações compensatórias. 
A complexidade desta estrutura se expressa pelas inúmeras funções 
apresentadas abaixo: 
 controlar o sistema nervoso autônomo; 
 regular a temperatura corporal; 
 controlar o comportamento emocional (sistema límbico), como os 
sentimentos de raiva, agressão, dor e prazer. 
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso 
Central
Encéfalo
Cérebro
Cerebelo
Tronco 
encefálico
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Medula espinhal
Sistema Nervoso 
Periférico
Nervos
Gânglios 
espinhais
Terminações 
nervosas
 
 
4 
 ajustar o sono e a vigília, mantendo os padrões da consciência. regulamentar a ingestão dos alimentos, através das sensações de fome 
e saciedade. 
 normalizar a ingestão de água, através do centro da sede. 
 regular a diurese, ou seja, a quantidade de líquido presente no organismo. 
 equilibrar o sistema endócrino, através da liberação dos hormônios pela 
glândula hipófise. 
A propósito, o Sistema Nervoso Autônomo apresenta como funções 
importantes a regulação: 
a) das contrações da musculatura lisa dos vasos sanguíneos, quanto à 
vasodilatação ou à vasoconstrição; 
b) da secreção das glândulas endócrinas e exócrinas; 
c) da atividade do ritmo cardíaco, quanto à excitação de estímulos internos 
e externos, destacado no exemplo acima; e, 
d) dos movimentos peristálticos no sistema gastrointestinal, estimulando ou 
inibindo o funcionamento de vários órgãos. 
Essas funções merecem destaque, visto que muitas delas estão atreladas 
também ao funcionamento no tronco encefálico, em especial, a região do bulbo. 
Figura 1 - Hipotálamo 
 
Crédito: Tefi/Shutterstock 
HIPOTÁLAMO 
BULBO 
 
 
5 
O SNA faz parte do sistema nervoso periférico com o sistema nervoso 
somático – sensorial (ambos aferentes). O contexto de funcionamento do SNA 
está relacionado com a presença de neurônios sensitivos, conduzindo as 
informações dos receptores aos órgãos sensoriais. Destacamos o exemplo 
abaixo (figura 2) quanto à relação do SNA e à dinâmica da frequência circulatória 
nas artérias e no coração. 
Figura 2 - Neurônio sensitivo 
 
Crédito: Alila Medical Media /Shutterstock 
Há também uma relação com os neurônios motores somáticos, 
relacionado com o sistema muscular, pois é esse sistema que executará a 
resposta proveniente do SNC (figura 3). 
 
 
 
 
 
REFLEXO 
BARORRECEPTOR 
NERVO VAGO 
1. Alterações do barorreceptor 
na pressão arterial 
2. Sinais enviados para a medula 
do tronco encefálico (bulbo) 
3. Frequência cardíaca 
ajustada 
 
 
6 
Figura 3 - Neurônio motor 
 
Crédito: Stihii/Shutterstock 
Algumas respostas são rápidas via sistema neuromuscular, porém, há ainda 
uma relação de controle neuroendócrino via glandular, que ocorre de maneira mais lenta 
por meio dos hormônios (figura 4). 
Figura 4 – Sistema hormonal 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
HIPOTÁLAMO 
GLÂNDULA 
HIPÓFISE 
GLÂNDULA TIREOIDE 
GLÂNDULA SUPRARRENAL 
OVÁRIO 
 
 
7 
Todo controle acontece de maneira inconsciente, mas que em 
determinadas situações o ser humano poderá “suavizar” ou aumentar as 
intensidades de funcionamento de determinados órgãos, sistemas ligados 
diretamente a esta dinâmica do SNA. 
Determinado atleta, realizando sua atividade física de corrida em um 
parque da cidade, poderá, ao longo do percurso perceber, sentir se o seu 
coração está bem ou “sofrendo” quanto à intensidade dos movimentos 
realizados no momento de operação do percurso. A leitura da dinâmica, quanto 
às mudanças no organismo, instiga ao SNA moldar o funcionamento do sistema 
nervoso e realizar o “equilíbrio”, proporcionando qualidade na sua ação. 
TEMA 2 - ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
A interação do SNA com o organismo ocorre via sistemas comandados 
pelo sistema límbico, bulbo e medula espinhal. Vamos nos aprofundar nas 
características estruturais e de funcionamento de cada uma destas regiões. 
2.1 Tronco encefálico – bulbo 
O tronco encefálico faz parte do sistema nervoso central, localizado na 
região inferior do cérebro, anterior ao cerebelo e superior à medula espinhal. 
Subdivido em três regiões importantes: mesencéfalo, ponte e bulbo, 
responsáveis por inúmeras funções ao organismo de maneira geral. 
A região do bulbo (Figura 1) se caracteriza em retransmitir os impulsos 
sensitivos e motores entre áreas específicas do encéfalo com a medula espinhal. 
Esta relação acontece através da formação reticular, proporcionando esta inter-
relação. 
Os centros vitais são controlados pelo bulbo, como a regulação aos 
batimentos cardíacos, a frequência respiratória, os diâmetros dos vasos 
sanguíneos (vasoconstrição e vasodilatação), bem como outros mecanismos 
específicos de controle do corpo humano, como: a tosse, a deglutição, o soluço, 
o vômito e o espirro. 
2.2 Sistema límbico 
O sistema límbico ou sistema das emoções (figura 5) é caracterizado por 
um anel cortical contínuo que contorna as formações inter-hemisféricas dos 
hemisférios cerebrais (direito e esquerdo), margeando o corpo caloso, fazendo 
 
 
8 
parte do sistema nervoso central. Tem como principal função direcionar as 
respostas involuntárias que dizem respeito ao comportamento humano. 
É um sistema importante, pois está relacionado fundamentalmente com a 
regulação dos padrões emocionais, interagindo com o sistema nervoso 
autônomo. O neurocientista Broca considerou este sistema como um lobo 
independente do sistema nervoso central, o lobo límbico. 
Conforme os avanços em relação ao sistema límbico, em 1937, Papez 
descreveu a inter-relação entre as estruturas que compõem esse sistema, sendo 
denominado de circuito de Papez. A associação da descrição deste circuito 
resultou no entendimento quanto às emoções (alegria, tristeza, medo, raiva, 
prazer e recompensa, reações de luta e fuga) imanadas no ser humano, as quais 
são resultados de situações vivenciadas pelo próprio ser humano e são meios 
para as suas relações para com o próximo e as realidades em torno do seu meio. 
O sistema límbico procura controlar, dar respostas ao SNA, através do 
hipotálamo, considerado o “braço direito”, favorecendo o equilíbrio nas emoções, 
entre uma situação alertada pelas atividades simpáticas e controladas pelas 
atividades parassimpáticas. 
Figura 5 – Sistema límbico 
 
Crédito: Designua/Shutterstock 
 
SISTEMA LÍMBICO 
 
 
9 
2.3 Medula espinhal 
A importância da medula espinhal para o SNA acontece na relação 
essencial, simpática e parassimpática, do sistema nervoso central para com os 
órgãos-alvos, proporcionando o funcionamento adequado de inúmeros sistemas 
orgânicos que compõem a realidade do corpo humano. 
Os impulsos que partem da medula espinhal potencializam o 
funcionamento do SNA, através de neurônios pré-sinápticos que levarão as 
informações, através de sinapses, até os gânglios espinhais, localizados na 
região posterior da medula espinhal. A partir dos gânglios, outros neurônios pós-
sinápticos terão a função de levar a informação ao órgão-alvo, sendo 
destacados, como: plexo cardíaco, plexo pulmonar, executando a resposta 
proveniente do SNC. 
TEMA 3 - DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
O SNA se divide em sistema nervoso simpático e sistema nervoso 
parassimpático e ambos apresentam características peculiares, importantes 
para o complemento de suas ações no corpo humano. A ação desses sistemas 
acontece a partir de inúmeras estruturas anatômicas encontrados no hipotálamo, 
sistema límbico, tronco cerebral e na medula espinhal. 
A diferenciação, as características da divisão do SNA se dão através de: 
 o tamanho das fibras nervosas; 
 o tipo de receptores, neuromoduladores; 
 o mecanismo de ação, resultando no equilíbrio corporal, na homeostasia 
do corpo humano. 
A divisão simpática (figura 6) do SNA se apresenta anatomicamente 
como sistema inervação do “sistema toracolombar”, ou seja, as raízes nervosas 
se originam da medula espinhal a partir da T1 e vão até a L2. Essa divisão se 
caracteriza pela maneira que o organismo precisa ficar em alerta, em situações 
de estresse, em atividade de luta e fuga, frente a situações adversas, agindo 
conforme a necessidade de segurança quanto ao seu relacionamento ao meio 
que está interagindo, a qual se encontra. As mudanças podem ser 
caracterizadas pelo aumento: 
 da sudorese pelas glândulas sudoríparas; 
 
 
10 
 da pupila; 
 dos batimentos cardíacos (taquicardia) e da pressão arterial; 
 da capacidade da bexiga em armazenar urina, significando o relaxamento 
na musculatura;e 
 pela mudança nas expressões faciais, etc. 
Essas características se potencializam com a liberação da adrenalina ou 
da noradrenalina, neuromodulador provindo da glândula suprarrenal, que ativará 
o SNA simpático diante das características citadas anteriormente. 
Por sua vez, a divisão parassimpática (figura 7) do SNA se destaca pelo 
equilíbrio frente aos movimentos corpóreos propostos pela divisão simpática do 
SNA, promovendo atividades de “repouso e digestão”. Segundo Tortora e 
Grabowski (2006, p. 284), “as respostas parassimpáticas sustentam as funções 
corporais que conservam e restauram a energia corporal durante os períodos de 
repouso e recuperação”. 
Quanto à sua anatomia, essa inervação se caracteriza pela sua origem no 
tronco encefálico e na base da medula espinhal, de maneira especial na região 
sacral, sendo considerado sistema craniosacral. Suas características são: 
 contração da musculatura presente na bexiga urinária; 
 inibição da contração uterina; 
 diminuição da dilatação das pupilas; 
 diminuição dos batimentos cardíacos (bradicardia) e contração nos vasos 
sanguíneos, etc. 
TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA AUTÔNOMO – SIMPÁTICO E 
PARASSIMPÁTICO 
Citada anteriormente, a divisão simpática (figura 6) apresenta como 
característica importante a presença de gânglios simpáticos (massas com 
quatro tipos de células especializadas, células estáveis), localizados 
lateralmente à medula espinhal, paralelas a ela. Essas estruturas anatômicas 
são importantes, pois se apresentam como corpos celulares, capazes da 
realização das sinapses, oportunizando o funcionamento de órgãos distintos. 
A presença dos gânglios simpáticos oportuniza a sinapse dos gânglios 
pré-ganglionares com os pós-ganglionares e essa relação se destaca sendo um 
processo muito próximo à medula espinhal, em que as fibras dos gânglios pré-
 
 
11 
ganglionares são muitos curtas em sua inervação. A inervação pós-ganglionar 
inervará, na sua grande maioria, na presença dos órgãos abaixo do músculo 
diafragma, sendo longas as suas fibras, após o gânglio. 
Os gânglios simpáticos se dividem em regiões específicas e inervações 
que atuarão nos órgãos, de maneira em geral. A primeira parte da subdivisão 
nos remete aos gânglios cervicais superior, em que serão importantes para 
inúmeras inervações na região da cabeça, quanto: ao movimento dos olhos, à 
produção da saliva, da mucosa nasal, etc. A realidade dos gânglios cervicais 
médio e inferior se projetam no funcionamento simpático do coração, como 
também os primeiros gânglios torácicos, formando o plexo cardíaco. O plexo 
pulmonar apresenta suas características de funcionamento a partir dos gânglios 
torácicos, como o coração, sendo importantes para o funcionamento vital do 
organismo. 
Outras inervações importantes partem dos gânglios simpáticos, como o 
nervo esplâncnico maior (inervando órgãos como: estômago, fígado, baço, 
pâncreas, glândula suprarrenal, rins) e o nervo esplâncnico menor (inervando 
órgãos como: intestino delgado e grosso). 
As ramificações inferiores, denominadas de gânglio mesentérico inferior, 
inervarão a bexiga, os órgãos genitais, o útero. 
Conforme a listagem dos gânglios pós-ganglionares, algumas fibras 
inervam diretamente a medula da glândula suprarrenal, efetuará a liberação da 
adrenalina (epinefrina) e da noradrenalina (norapinefrina), nas quais esses 
hormônios efetuam respostas ao corpo humano em determinadas situações de 
estresse, em que o ambiente corpóreo enfrenta caracterizando as 
intensificações do corpo, frente ao contexto gerado ou enfrentando situação 
regulares do cotidiano. 
 
 
 
12 
Figura 6 – Divisão simpática 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock 
Já as fibras da divisão parassimpática (figura 7) apresentam a origem de 
suas fibras nervosas (nervos) a partir núcleo do tronco encefálico e a região distal 
da medula espinhal, formando a divisão craniosacral. 
Diferentemente das fibras simpáticas, as características destas, quando 
pré-sinápticas são longas e, curtas, após a passagem pelos gânglios, realizando 
a sinapse nos gânglios terminais, em que, muitas vezes, estão próximos aos 
órgãos-alvo. 
Quatro pares de nervos cranianos se destacam, iniciando suas sinapses 
a partir do tronco encefálico: o III, VII, IX e X par. E, na região sacral, os pares: 
S2, S3 e S4. 
O X par de nervo craniano, chamado de nervo vago, apresenta a sua 
maior porção quanto à funcionalidade de inúmeros órgãos abdominais: fígado, 
vesícula biliar, ductos biliares, estômago, pâncreas, baço, intestino delgado e os 
colos transverso e descendente do intestino grosso. Essas inervações são 
longas, até chegar ao seu objetivo funcional. 
Relaxamento dos brônquios 
Taquicardia 
Inibe o peristaltismo e as secreções 
Estimulação da glicose 
Secreção da adrenalina e noradrenalina 
Inibição da contração da bexiga 
Estimulação do orgasmo 
Inibe a salivação 
Pupila dilata 
DIVISÃO SIMPÁTICA 
 
 
13 
A inervação sacral se resume a inervar o colo ascendente e sigmoide do 
intestino grosso, ureteres, bexiga urinária e órgãos geniais. 
Figura 7 – Divisão parassimpática 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock 
Quanto à liberação das informações por parte dos neurônios nos gânglios 
espinhais, tanto na divisão simpática ou parassimpática, se dá através da 
liberação do neurotransmissor, chamado de acetilcolina. A liberação desse 
neurotransmissor acontece também após a sinapse, nos neurônios 
pós-ganglionares parassimpáticos no órgão-alvo, através do receptor 
muscarínico, subdividido em subclasses: M1, M2, M3, M4 e M5. 
Na divisão simpática, após os neurônios pós-sinápticos agirem, recebem 
a ação da noradrenalina, agindo no órgão-alvo, através dos receptores: alfa ou 
beta, subdivididos em subclasses: alfa 1, alfa 2, beta 1 e beta 2. 
Para finalizar, destacamos que a ação da liberação do neurotransmissor 
acetilcolina se dá através do receptor colinérgico presente na membrana das 
DIVISÃO PARASSIMPÁTICA 
Contração da bexiga 
Estimula a liberação 
biliar 
Estimula o peristaltismo 
Bradicardia 
Contração dos brônquios 
Estimula a produção 
da saliva 
Contração da pupila 
 
 
14 
células e a liberação por parte do neurotransmissor adrenalina se dá através da 
liberação do receptor adrenérgica ou noradrenérgica. 
TEMA 5 - ATUAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
Como visto, o SNA atuará de forma harmônica no corpo humano, 
proporcionando a homeostasia corporal. Neste tópico, descreveremos a atuação 
do SNA, conforme os mecanismos e as origens na divisão simpática e 
parassimpática atuam harmonicamente. 
 efeito sobre os olhos: a divisão simpática atuará na dilatação da pupila, 
permitindo a entrada de maior quantidade de luz no globo ocular. A divisão 
parassimpática proporciona a contração da pupila, diminuindo a entrada 
de quantidade de luz. Essa divisão parassimpática controla o músculo 
ciliar que visa à focalização do cristalino para a visão de longe ou de perto. 
 secreção dos sucos digestivos: as fibras parassimpáticas secretam os 
sucos digestivos ao longo de todo o sistema gastrointestinal. As glândulas 
salivares e gástricas no estômago sofrem ação, também da divisão 
parassimpática. A divisão simpática inibe a secreção salivar. 
 ação das glândulas sudoríparas: ocorre de maneira simultânea, 
ofertando ação tanto da divisão simpática ou parassimpática. 
 movimentos no coração: o comando por parte do sistema nervoso 
simpático aumenta a atividade cardíaca (taquicardia), sendo diminuída 
(bradicardia) pela ação da divisão parassimpática. 
 atuação nos vasos sanguíneos: reflete a “atuação mais importante do 
sistema autônomo simpático, a de atuar no controle dos vasos 
sanguíneos por meio da vasodilatação e da vasoconstrição. Esta ação 
simpática regula o débito cardíaco e a pressão arterial do indivíduo” 
(Guyton, 1988, p. 159). 
 regulação na ação do pulmão:as fibras simpáticas dilatam os 
brônquios (broncodilatação). A divisão parassimpática atua 
antagonicamente na broncoconstrição. 
 relação nos movimentos gastrointestinais: a regulação dos 
movimentos gastrointestinais nos inúmeros órgãos que compõem o 
sistema gastrointestinal recebe atuação da divisão parassimpática, sendo 
a principal ação desta divisão, do SNA. Denominado de sistema nervoso 
 
 
15 
entérico, estabelece o pleno funcionamento do sistema digestório, desde 
os movimentos peristálticos, a secreção (gástrica, biliar e pancreática), 
quanto à liberação dos esfíncteres (defecação), facilitando a passagem 
dos alimentos por órgãos distintos. A passagem dos alimentos desta 
cavidade oral até a região distal do sistema leva aproximadamente 24 
horas de atuação. Se o sistema digestório agir de maneira lenta, quanto 
aos movimentos peristálticos e à contração dos esfíncteres, significa que 
atuação está sendo exercida pela divisão simpática, que inibe o 
peristaltismo e a secreção gástrica e pancreática. 
 quanto à liberação da glicose pelo fígado: a necessidade de nutrientes 
no organismo leva o fígado a formar novas moléculas de gliconeogênese, 
ou seja, a formação de novas moléculas de glicose, que cairão na corrente 
sanguínea. Este processo é ativado pela divisão simpática e é 
principalmente utilizado na realização de exercícios físicos. 
 atuação nos rins: a regulação quanto ao processo de filtragem do 
sangue por parte dos rins significa a produção da urina. A ação simpática 
atua quanto à presença do hormônio antidiurético (ADH) produzido pela 
glândula hipófise. A diminuição na produção da urina oportuniza a 
regulação do volume sanguíneo e da pressão arterial. 
 efetivação dos movimentos na bexiga urinária: a excitação, o 
esvaziamento da bexiga urinária cabe à realidade da divisão 
parassimpática. Ao excitar a parede deste órgão, proporciona a contração 
da musculatura do esfíncter, ativando a liberdade no fluxo da urina. Por 
sua vez, as fibras simpáticas exercem o relaxamento da parede da bexiga, 
permitindo o acúmulo da urina. 
 funcionamento dos órgãos genitais: a regulação do funcionamento do 
sistema genital masculino e feminino se dá a sua atuação pelo SNA. No 
sistema genital masculino, o parassimpático atua na ereção e o simpático 
no ato da ejaculação. Quanto ao sistema genital feminino, o 
parassimpático atua na ereção do clitóris e na produção da mucosidade 
para a facilitação do ato sexual. 
 efeitos metabólicos: a atuação do corpo durante a atividade física faz 
com que haja o aumento da temperatura corporal, ativado pelo 
funcionamento da divisão simpática no organismo. Mesmo que seja 
momentâneo, o corpo poderá ser favorecido mediante a ação, quanto à 
 
 
16 
diminuição da vasoconstrição periférica, aumento da frequência cardíaca 
(taquicardia), estimulação da sudorese. 
 sistema de ativação do cérebro: a estimulação simpática produz 
ativação neural quanto à intensidade no processo neural, ativando todo o 
sistema nervoso. 
 atuação na glândula suprarrenal: a produção dos hormônios adrenalina 
e noradrenalina, na medula renal, é estimulada pela divisão simpática. A 
liberação desses hormônios se dá na corrente sanguínea, em que os 
hormônios são distribuídos em inúmeras células. 
NA PRÁTICA 
Convido você, para o complemento desta aula, realizar uma pesquisa 
bibliográfica em livros de fisiologia e patologia humana. 
A proposta deste estudo é fazer uma descrição da Síndrome Vasovagal. 
É necessário descrever como essa síndrome interfere diretamente no organismo 
humano, quando pacientes apresentam essa patologia; relatar suas 
características e o tratamento adequado; e detalhar como essa situação pode 
paralisar determinada atividade física de um determinado atleta. 
Boa pesquisa! 
FINALIZANDO 
Você pôde perceber que, ao longo desta aula, foram apresentados alguns 
tópicos importantes quanto à anatomia e à fisiologia do sistema nervoso 
autônomo, o qual é importantíssimo e se destaca ao ser relacionado com os 
demais sistemas do corpo humano. 
Relembramos alguns pontos relevantes alavancados nesta aula, como se 
dá o seu funcionamento, a sua relação direta com o sistema endócrino, 
efetivando a homeostasia, ou seja, o equilíbrio corporal, destacamos a sua 
importância para com os demais sistemas orgânicos do corpo humano: 
cardiovascular; glândulas, gastrointestinal, descrevemos os neurônios, suas 
funções, diferenças, relações com a realidade simpática e parassimpática, de 
maneira especial, a glândula suprarrenal, oportunizando o equilíbrio corporal. 
Bons estudos! Até a próxima! 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia básica dos sistemas orgânicos. 
Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. 
GUYTON, A. C. Fisiologia Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara & 
Koogan. 1988 
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artemed. 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alex Luís Genari 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Na aula de hoje, veremos detalhes sobre a funcionalidade anatômica e 
fisiológica do sistema renal. 
O organismo necessita excretar resíduos e toxinas oriundas do 
metabolismo. O sistema renal procura manter o equilíbrio dos líquidos no interior 
do organismo humano, proporcionando a homeostasia hídrica. Esse equilíbrio 
se dá após a filtragem do sangue pelos rins de produtos que não foram 
absorvidos pelo próprio metabolismo interno como água, sais e ureia. Ainda, os 
rins apresentam função hormonal, na conversão de vitamina D em sua forma 
ativa, na produção de eritropoietina, hormônio que estimula a síntese de 
eritrócitos e na produção do hormônio renina, envolvido no controle da regulação 
da pressão arterial. 
O objetivo dessa aula é destacar a funcionalidade do sistema renal em 
relação à dinâmica do funcionamento do corpo humano, interagindo com os 
demais sistemas, para evidenciarmos que o nosso organismo é único e que 
todos os sistemas estão interligados, instigando qualidade de vida a todo e 
qualquer indivíduo. 
Esta aula irá abranger os seguintes tópicos: 
1. Estudar as funções do sistema renal; 
2. Conhecer os órgãos que compõem o sistema renal, apresentando a sua 
morfologia macroscópica; 
3. Vislumbrar a importância do néfrons; 
4. Destacar as características da filtração glomerular; 
5. Identificar os mecanismos da filtração glomerular, realizada pelos rins. 
 Bons estudos! 
TEMA 1 – FUNÇÕES DO SISTEMA RENAL 
A principal função dos rins é a filtragem do sangue. A partir dessa 
atividade, outras funções surgem ao longo do processo de filtragem: 
• Regulação do volume e da composição do sangue: os rins ajustam o 
volume sanguíneo no corpo, restituindo a água ao sangue ou a eliminando 
na urina. Quando os rins reabsorvem a água nos túbulos contorcidos, 
levando-a até a corrente sanguínea, a urina ficará mais concentrada, isto 
 
 
3 
é, terá maior concentração de metabólitos e eletrólitos. Diferente dessa 
situação, se a urina for eliminada em maior quantidade, a concentração 
será menor; 
• Regulação dos níveis iônicos (eletrólitos) no sangue: os rins 
promovem a regulação nos níveis sanguíneos de vários eletrólitos, como 
os íons de sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+), cloreto (Cl+) e fosfato 
(HPO42); 
• Regulação do equilíbrio ácido-básico: em um exame de urina, o 
indivíduo poderá constatar: 
 a) densidade: a densidade muita alta indica um processo de alta 
desidratação do indivíduo; 
 b) acidez: em caso de elevada presença de íons de H+ na corrente 
sanguínea, maior é a sua eliminação na urina. Isso demonstra que os rins 
estão removendo as impurezas por meio da urina, possibilitando a 
regulação e o controle do pH sanguíneo; 
• Conservação de nutrientes: os rins permitem que moléculas como 
glicose, proteínas e

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