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Alimentação e suplementação para o atleta de endurance Daniela Seixas www.danielaseixas.com.br TÓPICOS ➢ Alimentação para atletas de endurance ➢ Estratégias para otimizar biogênese mitocondrial ➢ Suplementação de cafeína e beterraba RECOMENDAÇÃO DE CARBOIDRATOS RECOMENDAÇÃO DE CARBOIDRATOS ➢ Carboidrato pré-treino/competição: ↑ os estoques de glicogênio hepático e muscular ➢ Durante o treino/competição: minimizar a ↓ de glicogênio hepático ➢ Utilizar glicose + frutose (1:0,8) ➢ Após o treino/competição: recuperar glicogênio hepático e muscular ➢ Combinação de glicose + frutose: ↑ ressíntese de glicogênio hepático ➢ Combinação de ch + proteína: ↑ ressíntese de glicogênio em relação ao carboidrato isoladamente Kersick CM, et al. Internat Soc Sports Nutr., 14:33, 2017. ➢ Para maximizar os estoques de glicogênio: 5 a 12g/kg/dia • 8 – 10g/kg/dia: atletas que treinam em intensidades ≥ 70% VO2máx, ~12h/semana RECOMENDAÇÕES PARA MAXIMIZAR OS ESTOQUES DE GLICOGÊNIO: DURANTE O TREINO: ➢ Sessões com ↑ intensidade (> 70% do VO2máx) e duração > 60min: • 30g a 60g/ch/h (bebida com 6 – 8% ch) a cada 10-15min • Qdo o consumo de ch não for suficiente, a adição de ptn (~0,2 a 0,4 g/kg) pode ↑ performance, ↓ dano muscular e facilitar a ressíntese do glicogênio RECOMENDAÇÕES DE CARBOIDRATO APÓS O TREINO: ➢ Para rápida recuperação do glicogênio em pequenos períodos de tempo (< 4h): • ↑ fornecimento de ch (1,2g/kg/h) – preferencialmente chs com ↑ IG • Adição de cafeína (3-8mg/kg) • Combinar ch (0,8g/kg/h) + proteína (0,2-0,4g/kg/h) SUPERCOMPENSAÇÃO DE CARBOIDRATOS ➢ 1970: período com ↑ volume de treinamento e ↓ ch seguido por 3 a 4 dias com dieta >70% chs (~8 a 10g/kg) e ↓ volume de treinamento → supersaturação do glicogênio muscular1 ➢ Estudos mais recentes2 conseguiram resultados similares apenas ↑ a oferta de chs de 1 a 3 dias antes da competição (8 – 10g/kg), sem a necessidade da fase de depleção. 1. Karlsson J. Diet, Muscle Glycogen, And Endurance Performance. J Appl Physiol; 31(2):203–6, 1971. 2. Fairchild TJ, et al. Rapid Carbohydrate Loading After A Short Bout Of Near Maximal-Intensity Exercise. Med Sci Sports Exerc, 34(6):980–6, 2002. Sinalização muscular: Força x Endurance Resposta adaptativa ao exercício de endurance: biogênese mitocondrial DISPONIBILIDADE DE CARBOIDRATOS E BIOGÊNESE MITOCONDRIAL AMPK PGC1-α Piruvato desidrogenase NG= normal LG = low glycogen CETOADAPTAÇÃO McSwiney FT, et al. Metab Clin & Experimental, 2017. ATLETAS DE ENDURANCE ↑ carboidratos (HC) Cetogênica (LCKD) 65:14:20 ch:ptn:lip 6:17:77 ch: ptn:lip 12 semanas = 84 dias ↑ oxidação de gordura ➢ As dietas cetogênicas podem ter efeito benéfico na capacidade de oxidação de gorduras e composição corporal ➢ Trabalhos de curta duração com DC (< 10 semanas) mostram prejuízo da performance e aumento da percepção de esforço ➢ Participantes relataram ↓ da performance e energia nas primeiras 4 a 6 semanas ➢ 45% dos participantes da dieta LCKD não conseguiram seguir a dieta e saíram do estudo DIETA CETOGÊNICA: PRÓS X CONTRAS ➢ Os participantes do grupo LCKD escolheram ficar nesse grupo Dificuldades/efeitos colaterais da dieta cetogênica ➢ Difícil adesão → extremamente restritiva ➢ Longo período de cetoadaptação ➢ ↓ consumo de fitoquímicos ➢ ↓ consumo de fibras ➢ ↓ consumo de vitaminas hidrossolúveis Marquet L-A, et al. Med & Sci in Sports & Exercise, 2016. ➢ 21 triatletas, 2 grupos: “sleep-low” (SL) e controle (CON): ➢ Mesma quantidade de ch dia (6g/kg/dia) manipulado de forma diferente, alterando a biodisponibilidade antes e após as sessões de treinamento Carboidrato (6g/kg) HIIT MANHÃ/TARDE sem carboidrato FINAL DO DIA NOITE TREINAMENTO MANHÃ Sleep low Marquet L-A, et al. Med & Sci in Sports & Exercise, 2016. ➢ Manipulação de carboidratos em curto prazo levou a uma melhora da performance e composição corporal. TCMs X BIOGÊNESE MITOCONDRIAL ÓLEO DE COCO X TCMs ÓLEO DE COCO TCM METABOLISMO TCMs OXIDAÇÃO DE TCMs x GLICOSE DURANTE EXERCÍCIO AERÓBICO Massicotte D, et al. J Appl Physiol, 1992. ➢ Comparação da oxidação de glicose exógena e TCM durante 2h de ciclismo ➢ 25g de MCT ou 57g de glicose ingeridos durante a AF (~225kcal) ➢ Durante o exercício, oxidação: ➢ MCT = 13,6 ± 3,5g (54% do ingerido) = 119 ± 31kcal ➢ GLICOSE = 36,4 ± 8,2g (64% do ingerido) = 140 ± 36kcal = • Possível efeito poupador de glicogênio? • Melhora da performance? • Ivy JL, et al. Contribution of medium and long triglycerides intake to energy metabolism during prolonged exercise. Int J Sports Med 1980;1:15-20. • Decombaz J, et al. Energy metabolism of medium-chain triglycerides versus carbohydrates during exercise. Eur J Appl Physiol 1983;52:9-14. • Auclair E, et al. Metabolic effects of glucose medium chain triglycerides and long chain triglycerides feedings before prolonged exercise in rats. J Appl Physiol 1998;57:126-31. Sem vantagens MCT = carboidrato CONSUMO DE TCMs PRÉ TREINO ➢ Quantidade tolerada de uma vez só ~30 a 40g → doses maiores causam sintomas GIs adversos como náuseas e diarreia ➢ Taxas de oxidação dos TCMs durante o exercício é de ~6-9g/h → aporte energético muito pequeno, não contribui com efeito poupador de glicogênio nem para ↑ a oxidação de gordura ➢ Estudo comparou 6g de MCT ou LCT durante 14 dias em atletas amadores *LCT não são usados como estratégia para ↑ performance ➢ Estudo pré-clínico ➢ Dieta padrão x dieta padrão enriquecida com TCMs Vanderberghe C, et al. Appl Physiol Nutr Metab, ,2019. ➢ Com o envelhecimento, a captação cerebral de glicose ↓, um problema que é exacerbado da doença de Alzheimer ➢ Menor metabolismo cerebral de glicose e déficits cognitivos tem sido identificados em doenças caracterizadas por um prejuízo da utilização periférica de energia como na SOP, diabetes ou pré-diabetes ➢ Durante o jejum prolongado, os corpos cetônicos podem fornecer até 80% da energia requerida pelo cérebro, mas diferentemente da glicose, sua utilização não é afetada durante o envelhecimento ou déficit cognitivo ➢ 1º estudo que avaliou o efeito de MCT + exercício aeróbio na cetogênese Vanderberghe C, et al. Appl Physiol Nutr Metab, ,2019. DESENHO EXPERIMENTAL 4 tratamentos (crossover): ➢ Controle (CTL) – leite desnatado (veículo para o MCT) ➢ Exercício aeróbico (AE) – 30min/dia (esteira ou bicicleta ergométrica, 55 a 75% FC máx) ➢ MCT isolado (15g no jantar + 15g no CM) ➢ MCT + AE (15g no CM, ante do exercício) ➢ Participantes = mulheres idosas normoglicêmicas ou pré-diabéticas (PD) 15g no jantar + 15g no CM 30min/dia normoglicêmicas pré-diabéticas Controle MCT Exercício + MCT * Diferente do controle † NG x PD Exercício aeróbico AUC: CORPOS CETÔNICOS normoglicêmicas pré-diabéticas AUC: CORPOS CETÔNICOS ➢ A combinação de MCT + exercício aeróbio ↑ a cetose CAFEÍNA CAFEÍNA X PERFORMANCE ➢ Ingestão de cafeína na dose de 3mg/kg antes de um teste de performance de 5km ➢ A ingestão de cafeína melhorou a performance em homens e mulheres em ~6 a 9 segundos CAFEÍNA X CAFÉ ➢ Estudo comparou efeito da cafeína isolada (5m/kg) x café (mesma dose de cafeína) x placebo x café descafeinado 1h antes do teste de performance ➢ Tanto a cafeína quanto o café levaram a um ↑ significativo e similar em relação à performance = CAFEÍNA CAFEÍNA x ENDURANCE Doses entre 3 e 6mg/kg de peso CAFEÍNA X GENÓTIPO ➢ Cafeína nas doses de 2 ou 4mg/kg + teste de ciclismo de 10km CAFEÍNA X GENÓTIPO CAFEÍNA X GENÓTIPO AA AC CC 2mg/kg ↓ tempo em 4,8% sem efeito sem efeito 4mg/kg ↓ tempo em 6,8% sem efeito ↑ tempo em 13,7% ➢ Betalaínas: betacianinas e betaxantinas ➢ Nitrato inorgânico: ↑ a produção de óxido nítrico BETERRABA SÍNTESE ENDÓGENA DE ON hipóxia acidose metabólica + - TEOR DE NITRATO INORGÂNICO DE ALIMENTOS BETERRABA +14% +12% Wylie LJ, et al. J Appl Physiol, 2013. ➢ ↑ da economia duranteo exercício (razão entre o VO2 e a potência ou distância percorrida pelo atleta) ➢ ↑ do fluxo sanguíneo favorecendo o suprimento de oxigênio para as mitocôndrias ➢ Redução os efeitos prejudiciais da hipóxia devido ao ↑ na síntese de ON ➢ Efeitos são melhores em indivíduos não treinados ou pouco treinados (em relação aos altamente treinados) Domínguez R, et al. Nutrients, 2017. ➢ Avaliação do efeito da suplementação com suco de beterraba em exercício de alta intensidade e curta duração – 9 estudos clínicos Domínguez R, et al. Nutrients, 2018. A suplementação com suco de beterraba (de forma aguda ou crônica) melhora a performance em exercício de alta intensidade com curtos períodos de recuperação. ➢ Estudo comparou a suplementação de nitrato de Na x suco de beterraba em doses equivalentes de nitrato (3, 6 e 12 mmol) ➢ O suco de beterraba teve efeito superior ao nitrato na ↓ do consumo de oxigênio ➢ A presença da vitamina C e polifenóis no suco pode ser responsável pela maior conversão de NO2 - → ON Suco de beterraba x nitrato na forma de sal ✓ A redução do nitrito→ ON se dá em situações de hipóxia ✓ Como nas fibras tipo II, a PO2 é menor, a suplementação parece ser mais eficaz para este tipo de fibras ➢ A suplementação com suco de beterraba ↓ a fadiga muscular associada ao exercício de ↑ intensidade ➢ O suco de beterraba pode auxiliar na ressíntese da fosfocreatina (que requer o metabolismo oxidativo) e assim prevenir sua depleção durante protocolos de esforço repetitivo ➢ A suplementação também pode evitar o acúmulo de ADP e fosfato inorgânico, que induzem fadiga muscular ➢ O suco de beterraba também aumenta a liberação e recaptação de Ca pelo retículo sarcoplasmático, o que ↑ a potência muscular ➢ O efeito é mais pronunciado em fibras do tipo II Suco de beterraba em exercício de ↑ intensidade ➢ Nem todos os estudos mostram efeitos ergogênicos: depende da dose, horário da suplementação e protocolo de exercício físico ➢ Efeitos ergogênicos são observados 150min após o consumo ➢ Doses de 6 – 8mmol de NO3 - (atletas de alta performance podem precisar doses > s: 9 a 10 mmol/L), doses <s que 5mmol não tem efeito ➢ O pico de NO3 - acontece de 2 a 3h após a suplementação ➢ Estudos nos quais o consumo foi de 90 a 120min antes mostraram alguma melhora, mas sem diferença estatisticamente significativa (ou não mostram efeito algum) ➢ Não utilizar antisséptico oral (↓ as bactérias anaeróbicas, que reduzem o nitrato em nitrito) BETERRABA: doses e protocolos de suplementação 1 mmol = 64mg de nitrato ➢ A ação ergogênica do suco de beterraba é mais significativa em exercício intermitentes de ↑ intensidade e ↓ duração como futebol, tênis e modalidades do atletismo como 100, 200 ou 400m rasos e treinamento de força ➢ A suplementação de suco de beterraba tem efeito ergogênico superior à suplementação do nitrato na forma de sal ➢ Suplementação crônica (iniciando 15 dias antes do evento ou mais + suplementação aguda) tem efeito superior à suplementação aguda isoladamente ➢ São necessárias doses >s de 5mmol (320mg) para ter efeito ergogênico BETERRABA: doses e protocolos de suplementação MUITO OBRIGADA!!! www.danielaseixas.com.br @dfseixas Daniela Seixas - Nutricionista http://www.danielaseixas.com.br/
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