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ED E SAUDE UNID 1

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5° SEM ED E SAÚDE UNID 1 ED E SAÚDE CONCEITOS BÁSICOS
Introdução Educação e Saúde são duas grandes dimensões da vida humana. Podem ser entendidas e percebidas como áreas separadas, mas precisam ser compreendidas juntas e em sua totalidade. Em geral, a questão da saúde é deixada aos cuidados dos profissionais da área e a educação para os profissionais da educação. Dessa forma, tem-se a ideia de que as pessoas e as famílias não precisariam se preocupar nem com a educação nem com a saúde, porque para isso existem os profissionais específicos. Com a necessidade dos membros da família deixarem suas casas para trabalhar, os filhos estão crescendo sem educação e com a saúde fragilizada ou comprometida. Por não ter mais tempo para os filhos, as famílias não ensinam os valores relacionados aos seguintes aspectos: respeito mútuo, vida em coletividade, solidariedade, importância do estudo, disciplina física e mental, as regras básicas de saúde preventiva, bem como os cuidados com a higiene e boa alimentação. Por não receberem esses e outros valores, os estudantes estão chegando à escola com muitas deficiências tanto na saúde quanto na educação.
O que é Saúde? Para Scliar (2007, p.30), o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Assim, dependendo da época, do lugar, da classe social em que a pessoa vive, poderá existir um entendimento sobre o que é saúde. Há determinados comportamentos que são considerados patológicos ou doentes. Em geral, as pessoas consideram que não estar doente é ter saúde, ou seja, o conceito de saúde está associado aos valores e dependente de concepções científicas, religiosas e filosóficas. O mesmo pode ser dito do seu oposto, as doenças. Aquilo que é considerado doença varia muito. Mas afinal, o que é Saúde? 
Segundo Scliar (2007, p.36-37), o conceito de saúde pode ser encontrado na Organização Mundial de Saúde – OMS. Para a OMS, saúde não é apenas a ausência de doenças. Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social. Este conceito foi divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948 (desde então o Dia Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde. De acordo com esse conceito, o campo da saúde abrange:
 a biologia humana, que compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento; 
 o meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, a moradia, o local de trabalho; 
 o estilo de vida, do qual resultam decisões que afetam a saúde: fumar ou deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios; 
 a organização da assistência à saúde. A assistência médica, os serviços ambulatoriais e hospitalares e os medicamentos são as primeiras coisas em que muitas pessoas pensam quando se fala em saúde. No entanto, esse é apenas um componente do campo da saúde, e não necessariamente o mais importante; às vezes, é mais benéfico para a saúde ter água potável e alimentos saudáveis do que dispor de medicamentos. É melhor evitar o fumo do que submeter-se a radiografias de pulmão todos os anos. É claro que essas coisas não são excludentes, mas a escassez de recursos na área da saúde obriga, muitas vezes, a selecionar prioridades.
Minayo (1992 apud Barros e Maturana, 2004) acrescenta que saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Assim, a saúde de uma pessoa está relacionada à qualidade de vida que sua comunidade e família possuem. Considera-se o termo qualidade de vida, como um somatório dos fatores que interferem na vida do indivíduo, em suas dimensões física, mental, social, entre outras. LOUREIRO (1996 apud Barros e Maturana, 2004). Na Constituição Federal de 1988, o artigo 196, estabelece que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.
Para o cumprimento deste preceito constitucional, são necessárias ações educativas que orientem o aluno para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Afinal, como vimos anteriormente neste texto, se as pessoas não forem educadas, não desenvolverão valores que colaborem para uma vida plena, saudável que proporcione o bem para o indivíduo e a coletividade.
Educação em Saúde Ensinar saúde tem sido um desafio para a educação e educadores, no sentido de garantir uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida. A simples transmissão de informações a respeito do funcionamento do corpo e descrição das características das doenças, bem como um elenco de hábitos de higiene, não é suficiente para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN´s tratam o tema da educação para a saúde como um tema transversal, que permeia todas as áreas que compõem o currículo escolar. O tema saúde é abordado em 02, dos 10 livros que compõem os PCN´s dos anos iniciais do Ensino Fundamental. São eles: o volume 8 – apresentação dos Temas Transversais e Ética, e o volume 9 – Meio Ambiente e Saúde.
Princípios Orientadores da Educação Escolar Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, são encontrados os seguintes princípios orientadores da educação escolar: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação e corresponsabilidade. Entende-se por “dignidade da pessoa humana”, o respeito aos direitos humanos, o acesso a condições dignas de vida, o respeito mútuo nas relações e o repúdio a todo tipo de discriminação. 
“Igualdade de direitos” refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de exercício de cidadania. A “participação” como princípio democrático compreende que a sociedade brasileira não é sociedade homogênea, mas tem em seu interior pessoas de diferentes classes sociais, etnias, religiões e valores. Já a “corresponsabilidade” implica a partilha da responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. Entende o PCN que, nesse sentido, é responsabilidade de todos a construção e a ampliação da democracia no Brasil.
Temas e Transversalidade O compromisso com a construção da cidadania, proposta presente na Constituição Federal de 1988 e na LDB 9.394/96, pede necessariamente, uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. 
Para alcançar estes compromissos é que os PCN´s tratam como Temas Transversais as questões sobre Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual, abordam questões que não devem ser tratadas somente por uma disciplina, mas por diferentes disciplinas já existentes no currículo escolar. Os Temas Transversais representam questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas, na vida cotidiana. 
O desafio para a escola é encontrar uma forma de trabalhar estas questões sociais de modo a incorporar o debate que acontece na sociedade e permitir a interação com os conteúdos das diferentes disciplinas existentes. É a esta forma de organizar o trabalho didático que se chama de transversalidade. Assim, na transversalidade, os professores e a escola organizam seu trabalho de modo a envolver as disciplinas existentes por meio de diálogos entre elas, produzindo novos sentidos e significados para o trabalho educacional.
Exemplificando: Temas Transversais e Transversalidade Conforme se pôde observar, as questões abordadas pelos Temas Transversais estarão integradas no currículo por meio do que se chama de transversalidade, ou seja, pretende-se que esses temas integrem as disciplinas ou áreas do conhecimento de forma a estarem presentes em todas elas, relacionando-as às questões da atualidade. 
As áreas convencionais – as disciplinas – devem acolher as questões dos Temas Transversais de forma que seusconteúdos as explicitem e seus objetivos sejam contemplados. Um exemplo pertinente é, na área de Ciências Naturais, ao desenvolver um conteúdo sobre o corpo humano, o educador pode incluir os principais órgãos e funções do aparelho reprodutor masculino e feminino, relacionando seu amadurecimento às mudanças no corpo e no comportamento de meninos e meninas durante a puberdade e respeitando as diferenças individuais. Ao trabalhar dessa forma o estudo do corpo humano, o educador não limita esse conhecimento à dimensão biológica, mas coloca-o a serviço da compreensão da diferença de gênero (conteúdo de Orientação Sexual) e do respeito à diferença (conteúdo de Ética). 
Outro exemplo a ser considerado: Ao estudar o que é saúde e como esta se preserva, é preciso que o estudante tenha alguns conhecimentos sobre o corpo humano, matéria da área de Ciências. Entende-se também ser necessário ter conhecimentos sobre Meio Ambiente, uma vez que a saúde das pessoas depende da qualidade do meio em que vivem. Contudo, conhecimentos da área de Língua Portuguesa e Matemática podem também fazer parte do processo didático, pois, questões de saúde são temas de debates na imprensa, informações importantes são veiculadas por meio de folhetos. 
Assim sendo, a leitura e a compreensão de tabelas e dados estatísticos são essenciais na percepção da situação da saúde pública. Verifica-se, dessa forma, que no tema Saúde, além de possuir conhecimentos próprios da área, faz também interligações com conhecimentos de áreas distintas. Nessa perspectiva, compete ao professor mobilizar os conteúdos em torno de temáticas escolhidas, de forma que os conteúdos relativos às diversas áreas dialoguem entre si e contribuam para a formação para o exercício da cidadania. Entende o PCN que, no que diz respeito à formação para a cidadania, que a contribuição da escola é a de desenvolver um projeto de educação que esteja comprometido com o desenvolvimento de capacidades que permitam aos alunos intervir na realidade para transformá-la.
De acordo com o PCN, p. 23, um projeto pedagógico com esse objetivo poderá ser orientado por três grandes diretrizes:
 posicionar-se em relação às questões sociais e interpretar a tarefa educativa como uma intervenção na realidade no momento presente; 
 não tratar os valores apenas como conceitos ideais; incluir essa perspectiva no ensino dos conteúdos das áreas de conheci- mento escolar.
Critérios adotados para a eleição dos Temas Transversais O conjunto de temas propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual) recebeu o título geral de Temas Transversais, indicando a metodologia proposta para sua inclusão no currículo e seu tratamento didático, ou seja, a transversalidade. Entende-se que muitas outras questões sociais poderiam ter sido eleitas como Temas Transversais para o trabalho escolar, uma vez que o que os norteia, a construção da cidadania e a democracia, são questões que envolvem múltiplos aspectos e diferentes dimensões da vida social. 
Os temas apresentados pelos PCN´s foram escolhidos com base nos seguintes critérios: urgência social; abrangência nacional; possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e; favorecer a compreensão da realidade e a participação social. Percebe-se que a finalidade do trabalho educacional com os Temas Transversais é desenvolver uma formação na qual seja permitido ao educando confrontar questões de abrangência nacional, que se apresentam como obstáculo para a cidadania. Pretende-se, de acordo com o PCN, que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença e intervir de forma responsável. Cumpre observar que embora os temas tenham sido escolhidos em função das urgências que a sociedade brasileira apresenta, dadas as grandes dimensões do Brasil e as diversas realidades que o compõem, é possível que um problema local receba o mesmo tratamento dado aos Temas Transversais.
Transversalidade e interdisciplinaridade A interdisciplinaridade se refere a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática. A interdisciplinaridade questiona a visão disciplinar da realidade, refere-se, portanto a uma relação entre as disciplinas. A transversalidade diz respeito à possibilidade de se conhecer a realidade a partir do aprender na própria, teorizando sobre a realidade. De modo geral, transversalidade e interdisciplinaridade são propostas que criticam uma concepção de conhecimento que entende o estudo da realidade como um conjunto de dados estáveis, possíveis de serem conhecidos de uma forma isenta e distanciada. 
Na prática, a interdisciplinaridade permite estudar questões que transcendem o âmbito das disciplinas e a transversalidade promove uma compreensão abrangente dos diferentes objetos de conhecimento, permitindo a inclusão de saberes fora da escola. Os Temas Transversais, portanto, dão sentido social a procedimentos e conceitos próprios das áreas convencionais, superando assim o aprender apenas pela necessidade escolar.
O ensino e a aprendizagem de questões sociais O ensino e a aprendizagem de questões sociais exigem que o indivíduo assuma uma posição diante de problemas sociais. Para isto, é necessário aprender sobre valores e atitudes. O ensino e a aprendizagem de valores e atitudes são capacidades que, para serem aprendidas, requerem uma reflexão sobre natureza. Atitudes, normas e valores comportam uma dimensão social e pessoal. As atitudes envolvem tanto a cognição (conhecimentos e crenças) quanto os afetos (sentimentos e preferências), derivando em condutas (ações e declarações de intenção). 
Normas e regras são limites estabelecidos que orientam padrões de conduta a serem definidos e compartilhados pelos membros de um grupo. Os valores orientam as ações e possibilitam fazer juízo crítico sobre o que se toma como objeto de análise. Vale lembrar que existem diferenças e até conflitos entre sistemas de normas na sociedade, que respondem de maneiras diversas às diferentes visões e interpretações do mundo. Do ponto de vista pedagógico, para a aprendizagem de valores e atitudes, a informação cumpre um papel importante na formação e transformação. Por exemplo, para cuidar de sua saúde, uma pessoa que não tenha saneamento básico onde mora, precisa saber que esse é um direito seu para poder reivindicá-lo.
Por outro lado, pensar sobre atitudes, valores e normas leva imediatamente à questão do comportamento. As atitudes, alvo da atenção educativa, são disposições pessoais que tendem a se expressar por meio de comportamentos. No entanto, há de se considerar que inúmeros fatores interferem nessa expressão e um comportamento, em si, não reflete necessariamente a atitude de alguém. O ensino de valores e o desenvolvimento de atitudes no trabalho escolar não significa tomar como medida da ação pedagógica o controle de comportamento dos alunos, mas sim intervir de forma permanente e sistemática no desenvolvimento das atitudes.
O desenvolvimento da autonomia O ensino e a aprendizagem das questões sociais requer uma postura a partir da perspectiva da autonomia. A autonomia para ser exercida, requer uma dimensão individual e coletiva. Na perspectiva individual, implica um nível de desenvolvimento psicológico, por outro lado, na dimensão social, a autonomia pressupõe uma relação com os outros. Não existe a autonomia pura, como se fosse uma capacidade absoluta de um sujeito isolado. 
Nesse sentido, só é possível realizá-la no coletivo onde as relações de poder sejam democráticas. Qual é a relação entre autonomia e autoridade? Permitir que valores e normas sejam discutidos, avaliados e reformulados não significa abolir, negar ou qualificar negativamente a autoridade dos educadores. Estabelecer relações de autonomia, necessárias à postura crítica, participativa e livre pressupõe um longo processo de aprendizagem que não dispensa a participação da autoridadedos adultos na sua orientação.
Os materiais usados nas situações didáticas Os materiais que se usam como recurso didático expressam valores e concepções a respeito de seu objeto. Discutir sobre o que veiculam jornais, revistas, livros, fotos, propaganda ou programas de TV trará à tona suas mensagens sobre valores e papéis sociais. Portanto, a análise crítica dos diferentes materiais usados em situações didáticas, discutindo- os em classe, contrapondo-os a outras possibilidades e contextualizando-os histórica, cultural e socialmente, favorecerá evidenciar os valores que expressam, mostrando as formas como o fazem.
O ensino e a aprendizagem de procedimentos Procedimentos são conteúdos que se referem a como atuar para atingir um objetivo. Trata-se de contemplar aprendizagens que permitam efetivar o princípio de participação e o exercício das atitudes e dos conhecimentos adquiridos. Por exemplo: ao se tomar a Saúde como foco de preocupação, fica clara a necessidade de que, ao aprender sobre essa temática, os alunos possam também aprender práticas que concorram para sua preservação, tais como a organização e a participação em campanhas preventivas. Tal como a autonomia atitudes, normas e valores também em relação a procedimentos o aprendizado é longo e processual. 
Aprende-se a praticar ações cada vez mais complexas, com maior autonomia e maior grau de sociabilidade. Durante a fase de escolarização, é possível que os alunos atuem de forma cada vez mais elaborada, de modo que, ao final da Educação Básica, tenham desenvolvido ao máximo possível suas capacidades. As capacidades dos alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental para planejar e desenvolver atividades coletivas são mais dependentes da ajuda do professor. Essas práticas produzem aprendizagens que, se retomadas ao longo da escolaridade com desafios crescentes, permitirão ao final do processo, que os alunos tenham ampliado suas possibilidades de ação no que se refere à autonomia, organização, capacidade de análise e planejamento.
O ensino e a aprendizagem de conceitos As temáticas sociais, além de atitudes e procedimentos, propõem também conteúdos de natureza conceitual. Por sua vez, esses conteúdos serão mais bem trabalhados dependendo do convívio escolar, da interação da escola com a comunidade e com outras instituições e do entendimento do educador enquanto cidadão. O convívio escolar refere-se a todas as relações e situações vividas na escola, dentro e fora da sala de aula. 
A busca de coerência entre o que se ensina aos alunos e o que se faz na escola é fundamental. Por exemplo, não se deve ensinar autocuidado e higiene numa escola suja e abandonada. O contato com as instituições e organizações (tais como postos de saúde, bibliotecas, organizações não governamentais, grupos culturais, e outros), compromissadas com as questões apresentadas pelos Temas Transversais, que desenvolvem atividades de interesse para o trabalho educativo, é uma rica contribuição, principalmente pelo vínculo que estabelece com a realidade da qual se está tratando e, por outro lado, representa uma forma de interação com o repertório sociocultural, permitindo a produção coletiva do conhecimento e da realidade. 
Por outro lado, para desempenhar sua prática, os professores precisam também desenvolver-se como profissionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e como cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania. Os conteúdos dos Temas Transversais devem fazer parte dos conteúdos das áreas. No entanto, considera-se que os conteúdos podem ser abordados em qualquer ciclo, variando apenas o grau de profundidade e abrangência com que serão trabalhados, não há prérequisitos. 
O que servirá para diferenciar os conteúdos e sequenciá-los serão as questões particulares de cada realidade, a capacidade cognitiva dos alunos e o próprio tratamento didático dado aos conteúdos das diferentes áreas. Quanto à avaliação, é importante compreender que sua finalidade é ajudar os educadores a planejar a continuidade de seu trabalho, ajustando-o ao processo de seus alunos, buscando oferecer-lhes condições de superar obstáculos e desenvolver o autoconhecimento e a autonomia. 
Capacidades como dialogar, participar e cooperar são conquistas feitas paulatinamente em processos, que necessitam ser reafirmados e retomados constantemente. Nesse sentido, a organização dos conteúdos em torno de projetos, como forma de desenvolver atividades de ensino e aprendizagem, favorece a compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem a realidade, uma vez que permite a articulação de contribuições de diversos campos de conhecimento.

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