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FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE OLNDA – FUNESO UNIÃO DE ESCOLAS SUPERIORES DA FUNESO – UNESF PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA FINANCEIRA E ESTATÍSTICA FRANKLIN DA SILVA FREIRE MATEMÁTICA FINANCEIRA E ESTATÍSTICA APLICADA A ENFERMAGEM OLINDA 2014 FRANKLIN DA SILVA FREIRE MATEMÁTICA FINANCEIRA E ESTATÍSTICA APLICADA A ENFERMAGEM OLINDA 2014 Monografia apresentada a Banca Examinadora do Núcleo de Pós-Graduação da Fundação de Ensino Superior de Olinda-Funeso, como pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Matemática Financeira e Estatística, sob orientação da Profª. MSC Heloisa das Dores de Santana Arruda e Co-orietação Enfª. Esp. Ana Lúcia Ferreira de Andrade. FRANKLIN DA SILVA FREIRE MATEMÁTICA FINANCEIRA E ESTATÍSTICA APLICADA A ENFERMAGEM Data: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ OLINDA 2014 DEDICATÓRIA A minha Esposa Ana Lúcia com todo meu amor Aos Meus Pais José e Maria Aos meus irmãos Fransuelison e Rita de Cássia Aos Meus Sogros Antônio e Maria Franklin da Silva Freire AGRADECIMENTO Ao amor que sinto por minha vida, situação esta que me permite amar a Deus e o próximo. A minha esposa Ana Lúcia por acreditar que este sonho era possível. Pela paciência, respeito, amor e pelo apoio nos momentos difíceis desta trajetória. Aos Meus pais e irmãos, José, Maria de Fátima, Fransuelison e Rita agradeço o apoio, incentivo e oportunidade, por terem me ensinado valores e princípios que regem minha vida e por permitirem que este sonho se tornasse realidade. Aos meus sogros e cunhada, Antônio e Maria e Lúcia Helena, pelo apoio, incentivo, oportunidade e por se alegrarem sempre com as minhas conquistas e vitórias. Aos meus amigos proativos da Pós-graduação: Jefferson, Keivson, Lúcio, Renato, Gilson, Rosivaldo e José Antônio, pelo companheirismo, pelas conversas, foram momentos inesquecíveis, minha amizade e carinho por vocês serão eternos. Aos Professores por todo ensinamento, pela contribuição na minha pesquisa. Ao meu orientador (a) Prof: MSC. Heloisa das Dores de Santana Arruda, por acreditar neste projeto e por compartilhar gentilmente seu conhecimento. RESUMO No contexto histórico tem-se que desde antes de cristo a indícios da utilização de métodos da estatística e a aplicação pioneira na saúde se deu no século XVII e nos dias atuais está integrada na tecnologia favorecendo o andamento da evolução humana nos diversos campos inseridos em qualquer sociedade. A matemática financeira e estatística é uma ferramenta essencial e aplicada a qualquer disciplina e profissão que necessita de informações mais próximas da exatidão, no menor tempo possível, através de analise de dados obtidos por coletas em pesquisa de campo e ou banco de dados e gerenciamento pessoal e profissional. Na enfermagem a matemática financeira e estatística se apresenta como artificio indispensável principalmente na área de epidemiologia, informações sobre evolução de pacientes, medicações, patologias e etc.. São de suma importância, pois poderá apontar sucesso ou insucesso. Através desta informação pode-se delinear a trajetória e/ou método de tratamento na pratica. O erro na matemática financeira e estatística pode ocorrer através da captação, manipulação e tratamento desses dados. Por isto é necessário ter maturidade e segurança em conhecimentos básicos e específicos de matemática e estatística. Analisar a importância da matemática financeira e estatística aplicada para profissionais da saúde, principalmente os da enfermagem. Analisar e Identificar obras, que envolvam a matemática financeira e estatística aplicada à enfermagem. Apontar técnicas didática e metodológica integrada à interdisciplinaridade, contextualização e questões que simulam a aplicação prática da estatística voltada à enfermagem. Para esse fim, a pesquisa apresenta uma abordagem de cunho qualitativo, na qual se procurará investigar livros, revistas, reportagens, monografias, artigos, apostilas e sites da internet. Especificamente no que se refere à estatística aplicada à enfermagem. É de fácil constatação nas obras analisadas a ausência de aplicações mais aprofundadas relativa à estatística no que diz respeito ao processo de manipulação de dados junto ao rol, tabulação, cálculos, gráficos e conhecimentos financeiros pessoais e profissionais. O caminho adotado está se apoiando e tornado dependente das tecnologias deixando o convencional de lado tornando-se um fator perigoso, pois se a tecnologia faltar à precariedade da ausência de maturidade do convencional contraria direito e deveres do profissional de enfermagem. Que a matemática financeira e estatística tem uma função bastante importante na sociedade seja de forma global ou aplicada, e na saúde principalmente na enfermagem por ser um fator de proximidade, observação e captação dos dados. Que a estatística associada às tecnologias se torna ainda mais poderosa, porem não se pode deixar de ser associado o método tecnológico ao método tradicional, para que não haja uma total dependência da tecnologia e não se tenha meios de verificar sua eficiência ou a falta dessa tecnologia pelo ser humano. Palavras-chave: Enfermagem. Estatística. Financeira. Matemática. Tecnologia. ABSTRACT In the historical context it has to be since before Christ the evidence of the use of statistical methods and the pioneering application in health occurred in the seventeenth century and today is part of the technology favoring the progress of human evolution in the various fields inserted in any society. The financial mathematics and statistics is an essential tool and applied to any discipline and profession that requires closer information accuracy in the shortest possible time, through data analysis obtained by sampling in field research and or database management and staff and professional. In nursing, the financial mathematics and statistics is presented as essential artifice especially in epidemiology, information on outcome of patients, medications, disease, etc .. They are very important because you can point success or failure. With this information one can outline the path and / or treatment method in practice. The error in financial mathematics and statistics can occur through the capture, handling and processing. For this you must have maturity and security in basic and specific knowledge of mathematics and statistics. Analyze the importance of financial and mathematical statistics applied to health professionals, especially nursing. Analyze and identify works which involve the financial mathematics and statistics applied to nursing. Pointing didactic and methodological techniques integrated interdisciplinarity, contextualization and questions that simulate the practical application of focused on nursing statistics. To this end, the research presents a qualitative study approach, which seek to investigate books, magazines, reports, monographs, articles, brochures and websites. Specifically regarding the statistics applied to nursing. It's easy finding in the works analyzed the absence of more detailed applications on the statistics with regard to data manipulation process with the list, tabulation, calculations, graphics and personal financial and professional knowledge. The approach adopted is to support and become dependent on technologies leaving aside conventional becoming a dangerous factor because if the technology miss the precariousness of conventional maturity absence contradicts right and dutiesof the nursing professional. That the financial and mathematical statistics has a very important role in society is global or applied form, including health, especially in nursing to be a proximity factor, observation and capture of data. That statistics linked to the technology becomes even more powerful, however it must be associated with the technological method to the traditional method, so that there is total dependence on technology and has not the means to monitor their effectiveness or lack of this technology by humans. Keywords: Nursing. Statistics. Financial. Mathematics. Technology. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária AMS - Assistência Médico- Sanitária CDC - The Centers for Disease Control and Prevention CFM - Conselho Federal de Medicina COFEM - Conselho Federal de Enfermagem DNSP - Departamento Nacional de Saúde Pública FUNESO – Fundação de Ensino Superior de Olinda IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IRAS - Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde PCN's - Parâmetros Curriculares Nacionais PNAD - Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domicílios PV-PR - Partido Verde Paraná R7 - Portal de Noticias Rede Record SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................... 10 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA....................................... 12 1.1 História da matemática financeira na enfermagem............................... 13 2 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA ESTATÍSTICA.................................... 16 2.1 História da matemática estatística na enfermagem............................... 17 3 IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA...................................................... 20 3.1 Matemática aplicada.............................................................................. 21 3.2 Matemática Estatística aplicada............................................................ 22 3.2.1 Captação dos dados.............................................................................. 22 3.2.2 Manipulação dos dados......................................................................... 25 3.2.3 3.2.3.1 3.2.3.2 3.2.3.3 3.2.3.4 3.2.4 Gráficos.................................................................................................. Gráficos de Setores................................................................................ Gráfico de barras e colunas................................................................... Gráfico de linhas.................................................................................... Gráfico geográfico................................................................................. Conhecimentos específicos................................................................... 26 27 27 28 28 30 3.3. Matemática Financeira aplicada......................................................... , 31 4 ANÁLISE DE OBRAS ......................................................................... 40 5 O ERRO................................................................................................ 43 5.1. Erro no ser humano e nas tecnologias............................................. 44 5.2. Erro na enfermagem........................................................................... 44 6 TECNOLOGIA NA ENFERMAGEM ................................................... 46 7 TECNOLÓGIA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA ............................ 49 8 CONCLUSÃO....................................................................................... 55 9 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 56 10 INTRODUÇÃO Notícias veiculadas na mídia escrita, rádio e televisão, alertam a falta de preparo de enfermeiras em situações do cotidiano que o trabalho exige. Dentre esses, erros, a aplicação da matemática financeira e estatística é bastante relevante, pois é constantemente utilizada no registro de dados dos pacientes, em leitura de exames, gestão hospitalar, auditória. Fatores esses que abrem espaço, para que seja realizado estudo com intuito de identificar sua importância pratica na vivência do profissional de saúde através de um estudo qualitativo. Os números mostram que as faculdades de enfermagem também estão em alta. Os erros não existem apenas entre auxiliares e técnicos, ocorrem entre os profissionais de nível superior. Segundo os especialistas consultados pelo Portal de Noticias do R7, Em cinco anos, houve aumento de 30% de erros desses profissionais no Brasil. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, a falta de formação adequada e de consciência sobre a função exercida são as principais causas dos erros de enfermagem. No Jornal da Câmara dos Deputados, Rosane Ferreira (PV-PR) comentou a reportagem do programa “Fantástico”, da TV Globo, sobre os erros cometidos por enfermeiros. Na opinião da deputada, a sobrecarga horária, os baixos salários e o aumento do número de instituições com baixa qualidade de ensino são os principais motivos para o aumento de erros na enfermagem. Rosane Ferreira (PV-PR) disse que é fundamental uma maior fiscalização do Ministério da Educação e das secretarias estaduais sobre a autorização de novos cursos na área de saúde. Considerando a estatística como ferramenta para diversas áreas de saúde, no ensino e na vivência profissional da enfermagem, ela se faz indispensável e corriqueira. Cobrando assim atenção, dedicação e prévios conhecimentos específicos da matemática que se fortalecem na sua exatidão, nas operações do cuidar e tratar do ser humano. De acordo com Josephino (2006) a estatística, variação de grandezas, leitura, analise e interpretação de dados (gráficos) e a probabilidade são conhecimentos muito utilizados em estudos de Epidemiologia, patologia, medicina e em saúde púbica em geral. A análise desses dados muitas vezes conduz a ação do 11 profissional de saúde a partir do prognostico que os dados apresentados apontam, não são condizentes. Analisar a importância da matemática financeira e estatística aplicada para profissionais da saúde, principalmente os da enfermagem, identificar didática e metodologias aplicadas; analisar e identificar obras, que envolvam estatística aplicada à enfermagem. Apontar técnicas didática e metodológica, integrada à interdisciplinaridade, contextualização e questões que simulam a aplicação prática da matemática financeira e estatística voltada à enfermagem. Propor alternativas para melhorar o conhecimento das aplicações estatísticas aplicadas à enfermagem. No decorrer deste trabalho será abordado um pouco da historia da matemática financeira e estatística e como foi inserida na área de saúde. Mostrando também a matemática básica utilizada em diversas áreas de conhecimento, inclusive na matemática financeira e estatística à enfermagem onde vão ser explanado, quais os conhecimentos necessários para um profissional de enfermagem ter domínio da matemática financeira e estatística na sua vida pratica como enfermeiro bem sucedido, desde a manipulação de dados e controle de doenças até cálculos financeiros e mais elaborados como percentis de uma determinada tabela para encontrar um valor especifico de percentagem que se procura. Analisar trabalhos científicos, livros, apostilas, revistas e paginas de internet falando sobre a matemática financeira e estatística aplicada a enfermagem com intuito de observar a didática utilizada por estes meios, influenciando na aprendizagem do aluno de enfermagem que vai se tornar um profissional e precisa de um entendimento vindo dessas ferramentas o mais claro possível, poisnão é aceitável que existam erros em materiais tão importantes para o aprendizado. Sabendo que o material didático usado não pode conter erros, entrar na prática com o mesmo pensamento mostrando que quando o profissional está lidando com vidas reais ele não pode cometer erros, pois isso pode custar à vida de alguém. O trabalho será finalizado investigando a integração da matemática financeira e estatística na enfermagem usando as tecnologias modernas para facilitar o trabalho desses profissionais, porém é preciso ter certeza que essas pessoas que trabalham em saúde e tem tamanha responsabilidade com vidas humanas tem total capacidade de manusear e gerenciar tais equipamentos de forma impecável. 12 1. HISTORIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA O interessante no estudo histórico é perceber como surgiu, sua utilidade e quais modificações ocorreram. De acordo com Gonçalves (2005), é bastante antigo o conceito de juros, tendo sido amplamente divulgado e utilizado ao longo da História. Esse conceito surgiu naturalmente quando o homem percebeu existir uma estreita relação entre o dinheiro e o tempo. Processos de acumulação de capital e a desvalorização da moeda levariam normalmente a ideia de juros, pois se realizavam basicamente devido ao valor temporal do dinheiro. Com toda a tecnologia que o homem conquistou até os dias atuais, ainda utiliza-se conhecimentos de civilizações passadas. Para Gonçalves (2005), as tábuas mais antigas mostram um alto grau de habilidade computacional e deixam claro que o sistema sexagesimal posicional já estava de longa data estabelecida. Há muitos textos desses primeiros tempos que tratam da distribuição de produtos agrícolas e de cálculos aritméticos baseados nessas transações. As tábuas mostram que os sumérios antigos estavam familiarizados com todos os tipos de contratos legais e usuais, como faturas, recibos, notas promissórias, crédito, juros simples e compostos, hipotecas, escrituras de venda e endossos. Há tábuas que são documentos de empresas comerciais e outras que lidam com sistemas de pesos e medidas. Muitos processos aritméticos eram efetuados com a ajuda de várias tábuas. Das 400 tábuas matemáticas cerca de metade eram tábuas matemáticas. Estas últimas envolvem tábuas de multiplicação, tábuas de inversos multiplicativos, tábuas de quadrados e cubos e mesmo tábuas de exponenciais. Quanto a estas, provavelmente eram usadas, juntamente com a interpelação, em problemas de juros compostos. As tábuas de inversos eram usadas para reduzir a divisão à multiplicação. Ainda segundo Gonçalves (2005), Os juros e os impostos existem desde a época dos primeiros registros de civilizações existentes na Terra. Um dos primeiros indícios pareceu na já na Babilônia no ano de 2000 aC. Nas citações mais antigas, os juros eram pagos pelo uso de sementes ou de outras conveniências emprestadas; sob a forma de sementes ou de outros bens. Muitas das práticas existentes originaram-se dos antigos costumes de empréstimo e devolução de sementes e de outros produtos agrícolas. 13 O entendimento de conhecimentos financeiros é integrado no cotidiano de qualquer individuo de uma sociedade seja ela moderna ou não. A história também revela que a ideia se tinha tornado tão bem estabelecida que já existia uma firma de banqueiros internacionais em 575 aC, com os escritórios centrais na Babilônia. Sua renda era proveniente das altas taxas de juros cobradas pelo uso de seu dinheiro para o financiamento do comércio internacional. O juro não é apenas uma das nossas mais antigas aplicações da matemática financeira e economia, mas também seu uso sofreram poucas mudanças através dos tempos. 1.1 História da matemática financeira na enfermagem Para a Oliveira et al. (2012), historicamente o foco da contabilidade nos hospitais foi o de maximizar os custos a fim de aumentar a receita obtida mediante reembolso baseado em custos, resultando na incorporação de novas tecnologias na prestação de serviços de saúde. Nos últimos anos, os hospitais vêm sendo pressionados a realizarem uma reestruturação em suas políticas de gestão a fim de garantir sua própria sobrevivência, com isso o controle dos custos torna-se um elemento estratégico fundamental. Florence Nightingale (1820-1910) e suas ideias modernizadoras com sua observação de enfermagem não só de intervenção direta no doente, mas de ampliar as funções para o meio ambiente, organizando os diversos serviços hospitalares tendo o controle desses por meio de observações e supervisão rigorosa, estruturou a hierarquia do serviço e introduziu o rigor da disciplina na enfermagem. Considerações reflexivas sobre o ensino de administração em enfermagem, desde a sua origem até os dias atuais. De acordo com Formiga & Germano (2005), Florence Ninghtingale foi protagonista de um projeto social da saúde, que se fez necessário no âmbito das transformações sociais na segunda metade do século XIX, na Inglaterra, e operacionalizadas suas ideias modernizadoras na Enfermagem, torna-se imprescindível referenciá-la ao abordarmos o ensino de administração em Enfermagem. Entre os anos de 1873 e 1875, o sistema Nightingale chegou aos Estados Unidos, por iniciativa de um grupo de senhoras que atuavam como voluntárias durante a guerra civil americana. Essa referência faz-se necessária porque, a partir 14 da década de 20, a estrutura sanitária americana passa a influenciar a estrutura sanitária brasileira, através da Fundação Rockfeller, que prestava assistência técnica e financeira ao Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), órgão responsável pela criação da primeira escola de Enfermagem no Brasil, em 1923. Com a Lei Nº 775/49, de 06 de agosto de 1949, o ensino da Enfermagem sofre a sua primeira reforma. Passa a compreender dois cursos: o Curso de Enfermagem, em 36 meses, e o Curso de Auxiliar de Enfermagem, em 18 meses, sendo regulamentados pelo Decreto 27 426/49, de 14 de novembro de 1949. Nas décadas de 50 e 60, observa-se a incorporação dos estudos de Taylor no ensino e no trabalho de enfermagem, onde predominavam a descrição de técnicas, a economia de materiais, tempo e movimento. Nessa perspectiva, o ensino e a prática de administração preocupam-se com a distribuição de escalas de serviço, levando em consideração os tipos de procedimentos, a utilização de mão-de-obra do aluno nos hospitais, além da preocupação com as técnicas e procedimentos. Pouco a pouco, começam a despontar alguns estudos e discussões sobre a enfermagem como prática social articulada a outras práticas sociais, políticas, ideológicas. Muda, portanto, a ótica do entendimento da Enfermagem, do seu processo de trabalho e de seus trabalhadores. Nessa perspectiva, a área de administração passa a constituir um espaço privilegiado para os debates e discussões dos rumos da categoria. Assim, retomando sua trajetória, afirmamos que o ensino de história da administração e matemática financeira na enfermagem, veio evoluindo ao longo dos anos, em uma longa e lenta transição, marcado por um viés conservador e autoritário. Apesar disso, a partir dos anos 80, esse ensino vem passando por um processo de renovação, direcionado à formação de um corpo coletivo no qual a coordenação tem papel preponderante, minimizando, portanto, o sentido de hierarquia e poder tão presentes na administração. Isso se expressa na produção de novos conhecimentos, publicação de livros mais críticos, entre outros aspectos que evidenciaram mudanças na Enfermagem Brasileira. Segundo Nero (2002), a economia da saúde discute muitas das controvérsias existentes no setor. Uma delas refere-se à relação existente entre desenvolvimento econômico e nível de saúde. Em 1961, o estatuto da Aliança para o Progresso afirmava que a saúde constitui um requisito essencial e prévio ao desenvolvimentoeconômico. Neste caso, saúde vem antes, ou seja, existiria uma 15 relação de causa e efeito, na qual a saúde é um pré-requisito. No entanto, como já vimos, é difícil conseguir consenso em torno dessas afirmações. A aplicação dos princípios das teorias do crescimento e do desenvolvimento ao campo da saúde tornam mais objetivos os debates sobre o tema. De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2010), no que se refere a: Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros direitos. Art. 36 - Participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade. Responsabilidades e deveres Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência. Das infrações e penalidades Art. 121 § 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida, debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem danos patrimoniais ou financeiros. Segundo Piola & Vianna (2002), Acresce-se a isso o público-alvo dos cursos de economia da saúde. Geralmente, a disciplina faz parte de cursos de especialização e de pós-graduação, como parte obrigatória ou eletiva, na formação de administradores de saúde de alto nível. Observa-se uma combinação bastante heterogênea de formações universitárias nesses cursos, com nítido predomínio de profissionais de medicina e enfermagem. Estes como também outros profissionais de saúde, têm pouco ou nenhum conhecimento prévio de economia. Originalmente prático-profissionais, os integrantes desses cursos apresentam dificuldades básicas para acompanhar o nível de abstração necessário ao raciocínio econômico. Não é raro acumularem-se mal entendidos entre professor e alunos, que não aceitam, por exemplo, a ideia de estimar um preço para valores intrínsecos ao ser humano, como é o caso da saúde. 16 2. HISTORIA DA ESTATÍSTICA De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a origem da palavra Estatística está associada à palavra latina STATUS (Estado). Há indícios de que 3000 anos a.C. já se faziam censos na Babilônia, China e Egito. Usualmente, estas informações eram utilizadas para a taxação de impostos ou para o alistamento militar. A necessidade de coletar dados para o mapeamento da população com diversos fins sempre foi necessário por informações sobre suas populações e riquezas, tendo em vista, principalmente, fins militares e tributários. De acordo com Memória (2004 p.34) Escola Biométrica floresceu na Inglaterra, entre o final do século 19 e o começo do século 20, mais precisamente entre 1890 e 1920. Foi um dos grandes períodos formativos da historia da Estatística, com a predominância das técnicas de correlação e ajustamento de curvas, de notáveis resultados na descrição das grandes amostras. Seu principal representante foi Karl Pearson (1857 – 1936), considerado, com justiça, o fundador da Estatística. Pearson estudou Matemática em Cambridge, Universidade britânica de maior tradição nesse assunto. Antes de se interessar pela estatística, exerceu varias atividades, entre elas a de lecionar matemática aplicada e mecânica no curso de engenharia do University College – nome dado à instituição de ensino superior do antigo sistema de educação britânico afiliado à Universidade de Londres. Homem de grande erudição, capacidade de trabalho e forte personalidade, seu pensamento filosófico influenciou suas ideias estatísticas. Em 1892, publicou sua obra clássica de filosofia, The Grammar of Science, de grande repercussão. De acordo com Pearson, toda variação se dava numa escala contínua; as variáveis descontínuas ou discretas seriam variáveis contínuas com interrupções, e as medidas de associações entre elas teriam o propósito de, na verdade, estimar a correlação subjacente entre as variáveis contínuas. Essas pressuposições foram feitas porque ele estava convencido de que a concepção unificada da ciência era possível graças ao conceito de correlação no lugar da casualidade, sendo considerada como limite teórico da correlação perfeita. Essa metafísica de Pearson teve somente a variação continua subjacente às características estudadas elevando a Psicologia ao nível das ciências experimentais, das quais a física era o modelo por excelência. 17 A história mostra que a estatística evoluiu de acordo com a necessidade dos estudiosos que precisavam manipular dados de grande porte e organizar da melhor maneira possível tais informações. O estudo da estatística foi incorporado pelo ensino da matemática em escolas por volta de 1970 onde foi proposto incluir no ensino médio noções de estatística e probabilidade tendo em vista a importância e a aplicação da estatística nas atividades da sociedade moderna, (muitos estudantes irão utilizar a estatística em suas profissões futuras e utilizar o raciocínio estatístico em vários sentidos de sua vida). No Brasil por volta de 1997 com os novos Parâmetros Curriculares Nacionais, de acordo com os PCN's o ensino da estatística na escola vem ao encontro de uma sociedade que, muitas vezes, se comunica através de gráficos, tabelas e estatísticas descritivas. Para Vieira (1999) o uso da estatística na literatura especializada já está consagrado, porém pode-se destacar que em algumas áreas o uso da estatística é mais antigo do que em outras, por exemplo, a aplicação das técnicas estatísticas nas ciências agrícolas e nas ciências da saúde é anterior à aplicação dessas técnicas em administração ou na área de esportes. Hoje, a estatística é encontrada não somente em trabalhos acadêmicos, mas em jornais, revistas e na televisão, meios de comunicação que atingem uma grande variedade de pessoas, muitas das quais leigas neste assunto, que se deparam com gráficos, tabelas e outras informações estatísticas. 2.1 Historia da estatística na enfermagem De acordo com Waldman (1998), na revista Saúde e Cidadania, a trajetória histórica da epidemiologia tem seus primeiros registros na Grécia antiga (ano 400 a.C), quando Hipócrates, num trabalho clássico denominado Dos ares, águas e lugares, buscou apresentar explicações, com fundamento no racional e não no sobrenatural, a respeito da ocorrência de doenças na população. Já na era moderna, uma personalidade que merece destaque é o inglês John Graunt, que no século XVII, foi o primeiro a quantificar os padrões da natalidade, mortalidade e ocorrência de doenças, identificando algumas características importantes nesses eventos, entre elas: • Existência de diferenças entre os sexos e na distribuição urbano-rural; 18 • Elevada mortalidade infantil; • Variações sazonais. São também atribuídas a ele as primeiras estimativas de população e a elaboração de uma tábua de mortalidade. Tais trabalhos confere-lhe o mérito de ter sido o fundador da bioestatística e um dos precursores da epidemiologia. A estatística está presente na enfermagem e em vários ramos da saúde, com uma enorme relevância no dia a dia do enfermeiro, desde o gerenciamento hospitalar, preenchimento de dados de um paciente, registro das ocorrências de determinadas patologias e/ou contaminações que possam ocorrer em um hospital com intuito de servir como banco de dados para ser utilizado como referência para solucionar os problemas e obter o melhor tratamento futuro. Tecnologia essa que também é utilizada na fabricação de medicamentos e testes em laboratórios onde se observa os efeitos para monitoramento da eficácia e identificação de efeitos colaterais. Fazendo-se necessário ocorrer à interdisciplinaridade entre a matemática estatística e a biologia. Na aprendizagem da matemática, a didática adotada necessita ser bem elaborada, levando em consideração estudos analíticos inseridos nas obras utilizadas no processode elevação do conhecimento. A contextualização somada com a interdisciplinaridade, e uma estatística aplicada à área a ser estudada garante um melhor entendimento lógico matemático. Segundo Vilela (2002, apud Josephino 2006), a matemática tem uma historia e constitue um conhecimento que não deve ser isolado dos outros ramos do conhecimento. Negando-lhe, assim sua identidade e significado. É o que tem acontecido, a pesar do fato de a Matemática ter nascido de problemas concretos e situações praticas. Para CHAVES (2005, apud Josephino, 2006), Há diversos recursos pedagógicos disponíveis para o educador, seja na internet ou em livros especializados, porém há a possibilidade do desenvolvimento de recursos como jogos e até softwares pelo próprio educador. No caso do ensino de Matemática para a área de saúde, o educador deve estar atento ao contexto de aplicação do instrumental aprendido em aula, a partir disso propor problemas, jogos e simulações que facilitarão o estudante a visualizar a aplicabilidade, em seu cotidiano profissional, dos conceitos aprendidos na disciplina de Matemática. 19 No âmbito da enfermagem já se trabalham com softwares que facilitam a aplicabilidade da estatística, situação esta que torna o trabalho mais simples porem um profissional dependente das tecnologias onde ocorra um possível defeito neste sistema utilizado, força o profissional a realizar procedimentos da maneira tradicional exigindo do mesmo, conhecimentos específicos da estatística conforme já citados. No entanto, a aplicação de tecnologia não é isenta de risco e as infecções hospitalares estão entre os agravos mais antigos e graves à saúde. 20 3. A IMPORTÂNCIA DA MATEMÀTICA Qualificar a matemática é teoricamente e praticamente um ato matemático partindo da premissa de que se Matemática significa saber pensar e para qualifica-la teremos que pensar. Começa assim uma das principais dificuldades de sua aprendizagem, pensar como aprender, a saber, e pensar. Para Malaguti (2010, p.2) matemática significa, em grego, saber pensar. É o pensar que nos torna humanos. Nesse sentido, o primeiro e principal objetivo da matemática é o de humanizar a espécie humana. O homem criou a Matemática para resolver os problemas colocados pela sobrevivência. E, posteriormente, oriundos da vida em sociedade, os grandes e os pequenos problemas colocados pela vida. Vale lembrar, porém, que é na resolução do mais vital de nossos problemas, o de encontro do homem com a sua racionalidade e humanidade, que reside a importância desta ciência. A matemática básica nas unidades de ensino superior se torna um assunto muito delicado, pois grande parte dos alunos que nela ingressam tem uma deficiência proveniente das series do ensino fundamental e médio, onde o aproveitamento foi insuficiente para atingir o nível superior com plenitude. Isso causa um desconforto para os docentes de ensino superior de diversas áreas principalmente a que necessitam de exatas, pois os mesmos terão que revisar os conteúdos de matemática básica para assim então dar prosseguimento ao que diz respeito ao currículo do ensino superior e assim facilitar o ensino/aprendizagem de todos os envolvidos. De acordo com Malagut (2010 p.3) sugeriu em seu trabalho de titulo: Ações complementares de aprendizagem matemática para alunos ingressantes na Universidade, um nivelamento de alunos ingressantes na universidade e também de alunos que obtiveram baixo desempenho no decorrer do curso, oferecendo a eles um curso especifico com foco na matemática básica, devido à tamanha importância e relevância que a própria tem dentro do ensino superior. Obteve ótimos resultados de melhoria de desempenho dos alunos com baixo rendimento e de melhor aproveitamento dos alunos que ingressaram na universidade a partir daquele período. 21 3.1 Matemática aplicada Antes de começar a falar da matemática aplicada é preciso falar um pouco sobre a etnomatemática que é de suma importância para entender a aplicação da matemática em geral nas outras áreas da ciência. A etnomatemática é o caminho que grupos particulares e específicos encontraram para classificar, ordenar, contar e medir usando muitas vezes uma linguagem própria para identifica os elementos envolvidos na matemática, e mesmo não sendo uma matemática formal como a aplicada nas escolas ainda sim, obtém resultados satisfatórios. Etno: É hoje algo muito amplo, referente ao contexto cultural e, portanto inclui considerações como linguagem, jargão, códigos de comportamento, mitos e símbolos; Matema: É uma raiz difícil, que vai à direção de explicar, conhecer, entender; Tica: Vem sem dúvidas de Tchne, que é a mesma raiz de arte ou técnica de explicar, de conhecer, de entender os diversos contextos culturais. (MARTINS & SALES apud D’AMBRÓSIO, 1990, p. 5) A matemática aplicada traz para diversos campos das ciências suas formulas e conjecturas para transformar para a matemática formal os conhecimentos etnomatematicos das diversas culturas que aplicam suas leis de forma informal. A matemática estatística e financeira aplicada está ligada a varias áreas cientificas, para facilitar o conhecimento etnomatemático e integrar o formal com o informal. Um exemplo ilustrativo que se faz necessário saber conceitos básicos sobre ângulos nos métodos de aplicação de injeções. . Fonte:http://aluno22turma171.pbworks.com/w/page/12385583/Medindo%20%C3%A2ngulos 22 Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAQNUAC/administracao-medicamentos 3.2 Estatística aplicada Em todas as áreas da ciência o homem sempre teve a necessidade de catalogar dados para organizar fatos, controlar população, acompanhar evolução de situações, etc... Tornando presente à estatística como ferramenta fundamental para tal tarefa facilitando o entendimento na leitura, na formação e na organização desses dados, no sistema de saúde publica os governantes precisam de informações sobre controle de doenças ou quantas pessoas morreram de doenças que afetem a população, e para isso é necessário que um profissional de saúde saiba como manipular essa informação para construir dados estatísticos e fornece-los para as partes interessadas. Segundo Medeiros (2007, p.28), a Estatística se interessa pelos métodos científicos para coleta, organização, resumo, apresentação e análise de dados, bem LEGENDA LETRAS VIAS DE INJEÇÃO ÂNGULO A Intradérmica 15º B Subcutânea 45º C Intramuscular 90º D Intravenosa 15º 23 como na obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões razoáveis baseadas em tais análises. Algumas vezes, o termo Estatístico é empregado para designar os próprios dados ou números, por exemplo, estatística de empregos, de acidentes etc. 3.2.1 Captação dos dados Para começar uma apuração de dados o primeiro interesse do enfermeiro é conhecer a distribuição dessa variável através das possíveis realizações (valores) da mesma. O objetivo por trás disto é obter informação que não poderia ser observada através da inspeção visual dos dados. Porém, a informação fornecida pelos dados pode ser apresentada de várias formas: usando tabelas, gráficos ou, inclusive, medidas representativas de dados ou variáveis. Ou seja, antes de começar os dados precisam ser organizados. Segundo o site followscience.com, a coleta é direta quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório (nascimento, casamento e óbitos, importação e exportação de mercadorias), elementos pertinentes aos prontuários dos alunos de uma escola ou, ainda, quando os dados são coletados pelo próprio pesquisador através de inquéritos e questionamentos, como e o caso das notas de verificação ede exames, do censo demográfico, etc.. Alguns conceitos o enfermeiro precisa saber para agrupar os dados corretamente para trabalhar de modo prático: • Frequência absoluta: é o número de vezes que uma determinada característica ou valor numérico é observado. • Frequência relativa: é a proporção, do total, em que é observada uma determinada característica. Sob determinadas condições, as frequências relativas podem ser usadas para estimar quantidades importantes como, por exemplo, em epidemiologia, a prevalência, incidência, coeficientes de mortalidade e natalidade; em testes clínicos de diagnóstico se tem sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. Este conceito está associado com a definição clássica de probabilidade. 24 • Frequência acumulada: para um determinado valor numérico ou dado ordinal, é a soma das frequências dos valores menores ou iguais ao referido valor. Com essas informações, é possível construir um conjunto de dados através das distribuições de frequência. Exemplo: Em uma escola do município de Niterói, foram avaliadas 145 crianças com idade entre 6 e 10 anos, calculando-se o estado nutricional segundo os critérios da OMS. Para estas crianças, as tabelas de distribuição de frequências das variáveis estado nutricional e idade aparecem a seguir: Tabela 1- estado nutricional de crianças com idade entre 6 a 10 anos. Fonte: Noções de Bioestatística, VELARDE, Luis Guilhermo Coca. Onde f é a frequência absoluta, fr é a frequência relativa, F é a frequência absoluta acumulada e Fr é a frequência relativa acumulada. O profissional precisa saber todas essas informações para montar uma tabela estatística em relação ao estado nutricional e a saúde das crianças da escola. Quando examinamos uma amostra para tirar conclusões sobre as características da população, normalmente estas dizem respeito as característica numéricas dessa população. Como exemplos temos: a porcentagem de trabalhadores de uma cidade que usa transportes públicos para se deslocar de casa para o emprego; o tempo médio de vida das lâmpadas de 40 watts, o estado nutricional e idade de crianças de uma escola, etc. Categoria f fr Baixo peso 11 0,08 Normal 105 0,72 Sobrepeso 25 0,17 Obeso 4 0,03 145 1,00 25 3.2.2 Manipulação dos dados Com as informações de uma tabela como essa é possível para o profissional de enfermagem mapear quais crianças estão abaixo ou acima do peso e classifica-las em classes por idade ou por peso, mas para isso precisa organizar as informações para formar uma tabela mais exata e para organizar as informações é preciso fazer o rol que consiste em classificar os valores de forma crescente ou decrescente. Quando existe um numero grande de valores a ser observado o trabalho de organizar um rol se torna cansativo porem necessário para a maior exatidão da tabela agrupada por classes, quando se deparam com uma quantidade de valores grande é fácil perceber a dificuldade de apontar qualquer característica geral da situação em estudo devido ao grande volume de números existentes. Uma consideração importante para a elaboração de tabelas de distribuição de frequências agrupadas é sobre o tamanho de cada intervalo. Nesse sentido existem duas alternativas, a primeira que consiste em considerar intervalos do mesmo tamanho ou a segunda que define tamanhos diferentes para os intervalos, dependendo de diversos fatores associados ao problema específico, determinar o tamanho dos intervalos iguais torna a tabela mais fácil de visualizar. Tabela 2 - crianças estão abaixo ou acima do peso. Idade f fr F Fr X’ 00├08 61 0,07 61 0,07 4 08├16 71 0,09 132 0,16 12 16├24 264 0,32 396 0,48 20 24├32 54 0,07 450 0,55 28 32├40 83 0,10 533 0,65 36 40├48 83 0,10 616 0,75 44 48├56 72 0,09 688 0,84 52 56├64 48 0,06 736 0,90 60 64├72 45 0,06 781 0,96 68 72├80 34 0,04 815 1,00 76 815 1,00 Fonte: Noções de Bioestatística, VELARDE, Luis Guilhermo Coca. 26 Nesta tabela, há uma coluna contendo a marca de classe (X’) que é o ponto central de cada intervalo e que será usada, posteriormente, para calcular a média. Com uma tabela formada com todos os dados encontrados pelo enfermeiro poderá ser gerado um gráfico para a melhor visualização das informações caso a tabela seja muito extensa e dessa forma deve-se também saber ler e desenvolver gráficos a partir de informações obtidas com todo o processo feito anteriormente. É necessário saber que existem alguns tipos de gráficos e como interpretar cada um deles e reconhecer os dados ali mostrados, obtendo informações prescindíveis para a realização do seu trabalho sem nenhum erro tanto em diagnósticos quando em controle ou monitoramento de doenças em grande escala. Os tipos de gráficos mais comuns usados na organização de dados estatísticos são o gráfico de setores, gráfico de colunas, gráfico de barras e o gráfico de linha e é de suma importância que o profissional de saúde saiba diferenciar cada um dos tipos de gráficos e principalmente saiba entender e interpretar as informações que estão sendo observadas. 3.2.3 Gráficos São utilizados pelas ciências para identificar de forma visual resultados numéricos de variáveis, respeitando os tipos adequados pra cada situação. De acordo Bianchini (1993), Os gráficos se apresentam como uma ferramenta cultural que pode ampliar a capacidade humana de tratamento de informações quantitativas e de estabelecimento de relações entre as mesmas. A apresentação gráfica é frequentemente associada à coordenação de informações quantitativas dispostas em dois eixos perpendiculares, os gráficos podem ser classificados de acordo com o método empregado para se estabelecer a relação entre os valores quantitativos. 27 3.2.3.1 Gráficos de Setores: Esse tipo de gráficos, popularmente conhecidos como gráficos de pizza ou bolo, pode ser utilizado para representar dados categóricos ou inclusive. Alguns dados numéricos em que existem poucos valores possíveis. Para a elaboração destes gráficos serão construídos setores de uma circunferência cujo ângulo, a partir do centro, será proporcional ao número de indivíduos com uma particular característica, isto é, proporcional com a frequência. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, (2009). 4.2.3.2 Gráfico de barras e colunas: Este tipo de gráficos é utilizado para representar dados numéricos discretos e, em alguns casos, dados categóricos. Nele, num dos eixos coordenados são representadas as frequências e no outro os valores da variável. São construídas colunas ou barras para cada valor da variável com uma altura proporcional com a frequência. Não existe diferença entre o gráfico de barras e o de colunas a não ser pela troca de variáveis nos eixos coordenados. • barras Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.Saúde Brasil, (2009). 28 •••• colunas Fonte: DAC/Coordenadoria de Orçamento e Finanças. HC-UFPE, (2013). 4.2.3.3 Gráfico de linhas: Os gráficos de linha são utilizados para representar as relações existentes entre duas variáveis numéricas e para tal utilizam um gráfico em que cada eixo representa uma variável. Cada par de dados de um indivíduo gera um ponto no gráfico, de forma que, ao observar a nuvem de pontos gerados, tem-se uma ideia da relação entre as variáveis representadas. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.Saúde Brasil, (2009). 29 3.2.3.4 Gráfico geográfico Um gráfico geográfico é um mapa de um país, continente ou regiãocom cores especificando valores associados a cada um dos locais do mapa. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.Saúde Brasil, (2009). Os gráficos geográficos fornecem de forma bastante clara as informações implícitas. No processo de enfermagem é utilizado como método para sistematizar o cuidado, propiciando condições para individualizar e administrar a assistência e possibilitando, assim, maior integração do enfermeiro com o paciente, com a família, com a comunidade e com a própria equipe, gerando resultados positivos para a melhoria da prestação dessa assistência (GUIMARÃES, 1996 p.13). Segundo Barros, (2010), A organização das ações de enfermagem, por meio do processo de enfermagem, consiste na elaboração de um planejamento das ações terapêuticas, que tem suas bases no método de resolução de problemas e nas etapas do método científico. O processo de enfermagem, em sua forma atualmente mais conhecida, consiste, portanto, de cinco fases sequenciais e inter- relacionadas: levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Essas fases integram as funções intelectuais de solução de problemas. 30 3.2.4. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Medidas de posição, a análise inicial dos dados, além de construir tabelas e gráficos, consiste também no cálculo de valores, ou estatísticas, que ajudam na produção de uma visão geral dos dados. Nesta seção, serão apresentadas as medidas de posição, também chamadas medidas de tendência central, que procuram definir um valor que represente os dados. Para tal, serão usados, como exemplo, os dados de 25 pacientes com fibrose cística que aparecem na tabela seguinte: Tabela 3 - pacientes com fibrose cística Idade (anos) PImax (cm H2O) Idade (anos) PImax (cm H2O) Idade (anos) PImax (cm H2O) 7 80 13 75 17 100 7 85 13 80 19 40 8 110 14 70 19 75 8 95 14 80 20 110 8 95 15 100 23 150 9 100 16 120 23 75 11 45 17 110 23 95 12 95 17 125 12 130 17 75 Fonte: Noções de Bioestatística, VELARDE, Luis Guilhermo Coca. 31 3.3. Matemática Financeira aplicada A matemática e suas aplicações em diversas áreas da ciência e no dia-a- dia é sempre questionada pela real necessidade de sua atualização, mais quando se trata de questões monetárias, o interesse é mais aguçado, pois o seu tratamento em sociedade é inevitável. Santos (2005, p. 157), ao tentar responder à questão sobre o que a matemática financeira estuda assim se expressa: De uma forma simplificada, podemos dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo. A Matemática Financeira busca quantificar as transações que ocorrem no universo financeiro levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo (time value money). As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são a taxa de juros, o capital e o tempo. Conceito básico como: (razão, proporção, porcentagem, regra de três), já faz parte da rotina do profissional de enfermagem à matemática utilizada em procedimentos de cálculos medicamentosos para assistência a saúde. Quando voltada para o âmbito financeiro as problemáticas contextualizadas diferem da linguagem prática na vivencia deste profissional, mas a técnica matemática continua universal. Grando & Schneider (2010 apud Santos 2005, p.157), mostra a importância desses conceitos, ao fazer as seguintes afirmações: Porcentagem é uma comparação. A porcentagem está presente em inúmeras situações. Não há como entender o mundo do capital, das compras, das vendas, do planejamento financeiro, etc. sem entender porcentagem. Precisamos entendê-la para realizar cálculos, interpretar gráficos, tabelas, e principalmente, usá-la a nosso favor. A uma taxa de 20% ao ano, por quatro períodos consecutivos, mostrando a forma de acumulação dos juros nos dois regimes de capitalização. Tabela 1 – Quadro comparativo juro simples / composto 32 Fonte: Grando & Schneider (2010 apud Mathias e Gomes, 2004, p. 100). Fonte: Grando & Schneider (2010 apud Mathias e Gomes, 2004, p. 100). De acordo com Grando & Schneider (2010), no cálculo dos juros, verificou-se a necessidade de relacionar os demais conceitos da matemática financeira, como razão, proporção, porcentagem e regra de três, para a resolução dos problemas. Ao acumulado de cada período denomina-se “montante”, sendo o elemento que representa a soma do capital com o juro. No final do primeiro período, o montante é igual — tanto com o cálculo de juro simples quanto com o de juro composto, porque ainda não ocorreu a capitalização (incorporação do juro no capital). Porém, a partir do segundo período, fica evidente a diferença da base de cálculo para o juro composto, porque, a cada novo período, a base altera-se, resultando num montante maior em relação ao juro simples, conforme demonstrado na tabela. O montante, por definição, é igual ao capital mais o juro: M = C + J. Substituindo o J por (C . i . n), tem-se M = C + (C . i . n) e atribuindo 1 (uma unidade de capital) para C, chega-se à formula para o cálculo do montante do juro simples: M = C (1 + i . n). Segundo Grando & Schneider (2010), no juro composto, a fórmula para o cálculo do montante pode ser representada com os seguintes passos, com base em Branco (2002, p. 30): “Para encontrarmos o montante (M) de uma operação comercial ou financeira, vamos considerar um valor presente (C), uma taxa (i) e calculemos o valor futuro (M), obtido a juros compostos, após (n) períodos de tempo”. • Valor futuro ou montante após período 1: 33 M1 = C + C x i = C (1 + i) • Montante após período 2: M2 = M1 + M1 x i = C (1 + i) (1 + i) = C (1 + i)2 • Montante após período 3: M3 = M2 + M2 x i = M2 (1 + i) = C (1 + i)2 (1 + i) = C (1 + i)3 Montante ou valor futuro após período n: Para um período n, é possível perceber que: Mn = C (1 + i)n, resultando na fórmula para cálculo do juro composto: M = C (1 + i)n Para obter o valor do juro, quando os valores do capital e do montante são conhecidos, pode-se utilizar a definição J = M – C (juro igual à diferença entre o montante e o capital inicial). Num sistema capitalista, em que predomina o acúmulo cada vez maior de capital, resultando numa concentração de bens, as pessoas são induzidas ao consumo pelas facilidades de crédito oferecidas por empresas comerciais, bancos e financeiras, que se utilizam de grandes redes de atendimento, inclusive espaços virtuais. De acordo com Gartner (2008), os custos totais por vítima de acidente resultam do somatório de custos diretos, indiretos e de um valor associado ao custo da fatalidade, que pode ser representado por: Os estudos publicados por Alfaro, Chapuis e Fabre (1994), Wesemann (2000), Trawén, Maraste e Persson (2000) mostram informações sobre o cálculo desses custos em alguns países europeus, que são divididos em diretos, indiretos e da fatalidade, como segue. Custos diretos (Cdv): são estimados em todos os países europeus e se referem a: • Custos médicos: são os custos relativos aos cuidados médicos dispensados às pessoas que são vítimas de um acidente de trânsito, tais como os custos de primeiros-socorros, transporte por ambulância e tratamento; • Custos de reabilitação não-médica: abrangem itens como a adaptação da moradia, transporte pessoal especial, reabilitação ocupacional e educação especial para pessoas inválidas em função de acidentes de trânsito; • Outros custos, que se referem a rubricas administrativas e judiciárias, devido ao acidente e danos aos veículos, estradas e construções. 34 Dentro desta linha Gartner (2008), partindo-sedo pressuposto de que a análise do salvamento de vidas é simétrica com a de perdê-las, Mishan (1975; 1976) destaca quatro métodos de avaliação econômica do capital humano, que são sinteticamente descritos a seguir. • Perda de produção bruta: o método indica que a forma mais comum de se calcular o valor econômico da vida é o valor presente de sua renda futura esperada, cuja expressão exata da perda para a economia é dada por: onde: é a perda para a economia, é a renda bruta esperada do indivíduo durante o t-ésimo ano, excluindo-se qualquer renda de propriedade do capital não- humano, porque o retorno desses ativos continua após sua morte ou durante a invalidez, é a probabilidade, no ano corrente, ou t-ésimo ano, de o indivíduo continuar vivo durante o t-ésimo ano, é a taxa social de desconto. No caso dos acidentes com mortos ou feridos inválidos permanentemente, o cálculo da perda de produção é mais complexo, pois é preciso estimar a perda de produção futura à economia associada à interrupção da capacidade produtiva. Esse tipo de problema requer o uso de modelos estocásticos, tendo em vista a necessidade de se atribuir probabilidades de ocorrência aos fluxos de caixa futuros. Como a equação [2] proposta por Mishan (1976) para o cálculo da perda de produção bruta atende a essa condição, sua adaptação à terminologia utilizada neste trabalho resulta em: onde: é valor presente da perda de produção bruta estimada da vítima inválida permanentemente ou morta em acidente de trânsito, é a probabilidade de que o indivíduo de idade i esteja vivo na idade j, é a renda ou produção anual esperada da pessoa na idade i, é a taxa de desconto anual, na é a sobrevida prevista do indivíduo de idade i, sendo que o valor 35 de sobrevida é obtido a partir da Tábua Completa de Mortalidade: Ambos os Sexos ano 2000, calculada pelo IBGE. É bastante relevante este assunto, pois toda sociedade de certa forma tem algum envolvimento com o capitalismo, mais quando se aborda em um valor estimado a uma vida o assunto torna-se delicado. De acordo com Gartner (2008)´: • Perda de anos do tempo de vida: esse método procura determinar, além do valor do tempo de trabalho, o custo da perda do tempo livre. Portanto, na linha dos modelos microeconômicos usados, a perda de divertimento sofrida pela vítima em função de sua morte não é limitada à privação do consumo. Isso tende a cobrir o fato de que a vítima fatal não pode mais empreender outras atividades que promovam seu bem-estar. • Princípio atuarial: por essa abordagem, o valor atribuído à vida do indivíduo é função do prêmio que ele estaria disposto a pagar e da probabilidade de sua morte em consequência de alguma atividade específica. O modelo atuarial reduz toda a complexidade do problema a uma questão muito limitada, pois a apólice de seguro estabelece compensação a outras pessoas, e não a si próprio. Portanto, o valor do seguro feito por um indivíduo pode ser interpretado como o reflexo de seu interesse por sua família, ao invés de um valor que ele atribui à própria vida. Para profissionais de enfermagem que se especializam em auditória faz parte de sua rotina de trabalho, lidar com a perda de vida de forma distinta, onde isso resultará em diversos cálculos, métodos e formulas seja para inventários, custos hospitalares e demais situações cuja qual se faz necessário tal procedimento. Segundo Ono & Zem-Mascarenhas (2008), é comum encontrar uma abundância de denominações para um único conceito e também conceitos diferentes para a mesma palavra, como: • Custo: gastos utilizados no processo de produção dos serviços. • Despesa: despesas de período, não tendo participação na produção dos serviços. Exemplo: Um hospital adquiriu 3.000 seringas (despesa) para clínica médica no ano de 2005 e no período correspondente usou 2.000 (custos). 36 • Gasto: É o valor dos bens ou serviços adquiridos pelo Hospital. Exemplo: O valor da aquisição de uma licitação de fios cirúrgicos. • Perda: É o valor dos bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Exemplo: Danos provocados por sinistros. • Desperdício: É o consumo intencional, que por alguma razão não foi direcionado à produção de um bem ou serviço. Exemplo: Violar pacotes esterilizados e não utilizar todo o seu conteúdo. • Receita: valor referente à efetiva prestação de serviços ocorrida durante um determinado período Exemplo: A receita da quarentena ultrapassou as expectativas. • Recebimento: entrada de recursos monetários na empresa provenientes da prestação de serviços, ocorrida durante o período ou em períodos anteriores. Os recebimentos podem ser provenientes de outras operações não relacionadas à prestação de serviços, Exemplo: O recebimento do salário. • Pagamento: são meros desembolsos e não necessariamente expressa a existência de um custo ou despesa e podem também ser destinados a outras operações classificadas como investimento e financiamento. Exemplo: Pagamento adiantado; pagamento mensal. • Desembolso: é o pagamento resultante das aquisições dos bens e serviços pelo hospital. Exemplo: Pagamento de aquisição de um lote de bolsas hemoterápicas. Segundo Ono & Zem-Mascarenhas (2008), tipo de custos esta conceituação é fundamental para a constituição do custo de um produto ou serviço. Portanto, é imprescindível a classificação dos custos em diretos e indiretos. Diretos: são aplicados diretamente ao produto. Exemplo: se tomarmos como referência a alta hospitalar são custos diretos os medicamentos, as próteses, os salários e os encargos sociais do corpo clínico. Indiretos: são os custos aplicados indiretamente ao produto. Exemplo: material de limpeza, material de escritório, pessoal de manutenção e limpeza. O autor também ressalta comportamentos de custo reação dos custos em relação a mudanças no volume de atendimento ou produção de uma atividade. 37 Custos Fixos: custos que não estão relacionados com o volume de atendimento. Estão estáveis e não variam em relação ao número de pacientes atendidos. Exemplo: Depreciação, Aluguel, Assinatura tel., etc. Custos Variáveis: estão íntima e diretamente relacionados com o volume de pacientes. Quanto maior o número de pacientes atendidos, maior o total de custos variáveis. Exemplo: Medicamentos, Lavanderia, etc. Comportamentos de custos (Resumo) Fonte: http://lia.dc.ufscar.br/custos/sco/sco6.html Para Oliveira (2012), A gestão de custos em qualquer tipo de organização é apresentada como um instrumento gerencial fundamental para o controle dos recursos, permitindo identificar caminhos estratégicos mais efetivos e oferecendo aos administradores a oportunidade de identificar atividades mais lucrativas, bem como àquelas cujo custo precisa ser analisado e controlado com maior cuidado ou que não são viáveis economicamente. O autor também ressalta que custo representa o aspecto mais importante para a tomada de decisão sendo urgente a sua implantação para a sobrevivência dos hospitais, uma vez que os gerentes necessitam de informações precisas e adequadas sobre custos para tomar decisões estratégicas e obter o aprimoramento operacional. Conhecendo os verdadeiros custos dos serviços prestados, as instituições estarão em condições de cortar desperdícios, melhorar seus serviços, avaliar incentivos de qualidade e impulsionar para o melhoramento contínuo através do gerenciamento baseado em atividade. É relevante valorizar a qualificação do profissional, a vivencia no hospital atrelada ao conhecimento, capacitações e a consciência profissional. Segundo Oliveira (2012), o envolvimento dos enfermeiros enquanto gestores, é talvez o mais importante requisito para se obter o controle de custos 38 dentro do ambiente hospitalar. Uma vez que apuração e análise de custo hospitalar requerem a participaçãode profissionais comprometidos e com conhecimento técnico específico para análise dos dados, falta à conscientização de alguns profissionais bem como a prática que pode ser adquirida através de treinamento para capacitação na apuração e compreensão do relatório gerencial de custos. Segundo o IBGE (2008), a saúde não é habitualmente analisada, pelos profissionais do setor, como uma atividade econômica, no entanto, esse tipo de análise é fundamental para a compreensão da dinâmica e das tendências dos sistemas de saúde. A análise de agregados econômicos é importante para subsidiar a formulação, implementação e acompanhamento de políticas setoriais. Ela fornece informações para gestores, pesquisadores e empresários do setor, tais como empregos gerados, tamanho das indústrias de medicamentos, fármacos, materiais e equipamentos médicos e número de estabelecimentos cuja atividade principal é a assistência à saúde. A falta de interesse na disciplina de matemática influencia na escolha profissional, às vezes essas fugas geram surpresas ao encontrarmos nos profissionais de enfermagem quando se percebe a resistência e erros no trato da matemática na vivencia da economia da saúde. Na opinião de Nero (2002), acresce-se a isso o público-alvo dos cursos de economia da saúde. Geralmente, a disciplina faz parte de cursos de especialização e de pós-graduação, como parte obrigatória ou eletiva, na formação de administradores de saúde de alto nível. Observa-se uma combinação bastante heterogênea de formações universitárias nesses cursos, com nítido predomínio de profissionais de medicina e enfermagem. Estes, como também outros profissionais de saúde, têm pouco ou nenhum conhecimento prévio de economia. Originalmente prático-profissionais, os integrantes desses cursos apresentam dificuldades básicas para acompanhar o nível. De abstração necessário ao raciocínio econômico. Não é raro acumularem-se mal -entendidos entre professor e alunos, que não aceitam, por exemplo, a idéia de estimar um preço para valores intrínsecos ao ser humano, como é o caso da saúde. O controle e a posse de dados sejam estatísticos ou financeiros referentes a qualquer profissão são de suma importância nas tomadas de decisões, pois são sabidos todos os limites e riscos trazendo assim ao profissional uma maior segurança. 39 De acordo com IPEA apud Samuelson (1976, p.3), Tradicionalmente, as profissões de saúde concentram-se na ética individualista, segundo a qual a saúde não tem preço e uma vida salva justifica qualquer esforço. Por outro lado, a economia fixa-se na ética do bem comum ou ética do social. A importância dessas diferenças reside nas atitudes de cada grupo sobre a utilização de recursos. Daí existir espaço para conflito entre economistas e profissionais de saúde no que diz respeito à gestão eficiente dos serviços de saúde. Nos dias atuais e vindouros o profissional tem assumido uma postura mais ampla tendo que se especializar e ou assumir funções que antes não faziam parte do oficio, mais que devido aos conhecimentos e maturidade da área de atuação se torna um profissional adequado para assumir responsabilidades que dependem de conhecimentos específicos não configurados e outros cursos como, os profissionais da área estatísticas e financeiras que detém conhecimentos aprofundados mais distintos da vivencia e da linguagem utilizadas na área de enfermagem. Facilitando assim a qualificação dos profissionais de enfermagem que já dominam esses atributos. De acordo com Geneva (2002), de uma forma geral, as despesas médicas abrangem o custo da hospitalização (incluindo todos os serviços disponíveis num hospital, como por exemplo radiografas e testes laboratoriais), médicos, dentistas, enfermagem, medicamentos e próteses. O trabalhador sinistrado tem em geral direito a receber os cuidados médicos necessários para uma recuperação plena, mas as limitações impostas ao período de tempo durante o qual as prestações estão cobertas ou aos montantes máximos podem restringir o acesso do paciente aos serviços. As condições mediante as quais os serviços são disponibilizados podem também influenciar a taxa da respectiva utilização. É importante que o actuário se familiarize com as práticas médicas e administrativas e com as regras que governam a autorização das prestações. 40 4. ANÁLISE DE OBRAS Este trabalho cientifico, foi realizado de acordo com a metodologia de estudo qualitativo, através de bibliografias envolvendo livros, revistas, apostilas, trabalhos científicos e sites da internet, que abordam matemática financeira e estatística aplicada a enfermagem. Os livros observados foram de epidemiologia, bioestatísticas. A matemática abordada traz um contexto bastante teórico e poucos exemplos práticos em relação à estatística e financeira aplicada na enfermagem. A interdisciplinaridade entre biologia, matemática, estatística, finanças e o vocabulário abordado não possibilita ao leitor ser autodidata, pois, a linguagem é bastante particular e rica em conteúdos implícitos, pressupondo que aqueles que venham fazê-lo uso já dominem diversos conteúdos. Observação apresentada por R. Bonita (2010), Este capítulo descreverá conceitos básicos e métodos da estatística e como os dados podem ser resumidos. Para aqueles que necessitam de mais informações sobre esses conceitos básicos, existem inúmeros cursos online e textos disponíveis gratuitamente. Em relação a exercícios propostos, que contenham a teoria e/ou a pratica em alguns dos livros pesquisados pouco se aborda e em outros não abordam, tornando o livro dependente de intervenções humanas, pesquisas adicionais e forçando o usuário a um cansativo processo de maturação do conhecimento. De acordo com Nogueira e Nogueira (2008), A monografia é um trabalho acadêmico Lato sensu que tem por objetivo a reflexão sobre um tema ou problema específico e que resulta de processo de investigação sistemática. As monografias tratam de temas circunscritos, com abordagem que implica análise, crítica, reflexão e aprofundamento por parte do autor. Monografia sempre traz um objeto de estudo já analisado com todos os conceitos específicos da estatística empregados não possibilitando o entendimento passo a passo do processo estatístico, apenas apresentam-se resultados e gráficos. Porém quem já detém conhecimentos específicos é de suma importância, pois, será ferramenta essencial para o processo de maturação de novas pesquisas e pesquisadores. 41 Segundo o dicionário Aurélio (2013), o significado de Revista: publicação periódica jornalística, especializada, literária etc. Na área da enfermagem as revistas, expõem conteúdos e transparecem fatos a sociedade em geral e ao público que trabalham nas áreas da saúde, porem a maioria dos assuntos abordados são restrito pela linguagem utilizada em sua escrita que de certa forma repele o publico geral. Mas de grande valia para o mundo cientifico, pois, possibilita a globalização de informações e dados, enriquecendo de forma exponencial a visão e entendimento daqueles que a compreende. De acordo com o dicionário Aurélio (2013), o significado de apostila: Resumo de aulas ou preleções, distribuídos em cópias aos alunos ou ouvintes. Apostilas são criadas com intuito de expor os conteúdos abordados de forma mais simples, rápido e resumido. Trazendo aos que a utilizam, informações moldadas de acordo com o nível intelectual dos discentes, para auxiliar no processo de ganho e adaptação do conhecimento transmitido e adquirido. Os exercícios e problemáticas trazidas sempre abordam que simulam situações prática do cotidiano do profissional de enfermagem e questões de concursos da área de enfermagem. Segundo o dicionário Aurélio (2013), o Significado de Internets.f. (pal. ing.) Rede telemática internacional que une computadores de particulares, organizaçõesde pesquisa, institutos de cultura, institutos militares, bibliotecas, corporações de todos os tamanhos. A internet é um meio de comunicação que se fortalece com os avanços tecnológicos e a globalização, ambiente este onde é possível encontrar banco de dados, softwares, blogs, vídeos, fórum, imagens e sites com assuntos específicos possibilitando as pesquisas cientificas avançaram através desta integração de valor incalculável, pois é possível obter informações de qualquer nível intelectual de qualquer parte do planeta em tempo real. Para Flemming (2005), A resolução de problemas conta atualmente com fabulosas ferramentas no contexto da informática e das novas tecnologias. Os recursos computacionais permitem resolver problemas que normalmente deixaríamos sem solução, tendo em vista os excessivos cálculos. Junto com a globalização, a modernização científica e tecnológica tem criado novas formas de construção e adaptação de conhecimento e de socialização no trabalho. Avanços da tecnologia computacional e desenvolvimento de softwares 42 mais eficazes irão revolucionar os processos em todos os níveis dos serviços de enfermagem dos hospitais proporcionando benefícios estratégicos e operacionais. Flemming (2005), Vários aspectos desta tendência já foram discutidos na disciplina Informática e Ensino de Matemática. Considera-se que o uso de computadores e calculadoras pode levar às escolas os anseios de uma nova geração, já acostumada com estas tecnologias. 43 5. O ERRO Segundo Dicionário Aurélio, o significado de erro: s.m. Opinião, julgamento contrário à verdade: cometer erro. Engano, equívoco: erro de cálculo. / Imperícia: foi um erro essa intervenção. / Metrologia Diferença entre o valor exato de uma grandeza e o valor dado por uma medição Segundo Shcolnik (2012, apud OMS 2009),um “erro” é uma falha ao se executar uma ação planejada, como intencionado, ou a aplicação de um plano incorreto. Os erros podem se manifestar por atos errados (ação) ou por falhas em realizar a ação correta (omissão). Na matemática financeira e estatística o erro só é considerado quanto a sua aplicação de forma operante, quando operado por um individuo ou uma tecnologia, que sofre influência por diversos fatores que diferem da essência da própria matemática, que se trata de uma ciência exata. Ressaltando que na matemática financeira e estatística trabalha-se com margem de erro quando necessário. A ciência é baseada no seguinte conjunto de princípios: (1) experiências previas servem como base para desenvolver hipóteses, (2) as hipóteses servem de base para desenvolver predições e (3) predições devem ser submetidas a testes experimentais ou observacionais. Ao decidir se os dados são coerentes ou incoerentes com as hipóteses, os investigadores estão sujeitos a dois tipos de erro. Eles podem defender que os dados apoiam as hipóteses, quando de fato as hipóteses são falsas, isso seria um erro falso-positivo, também chamado de erro alfa ou erro tipo I. Por outro lado, eles podem defender que os dados não apoiam as hipóteses são verdadeiras, isso seria um erro falso-negativo, também chamado de erro beta ou erro do tipo II. O processo de testar significância envolve três passos básicos: (1) estabelecer a hipótese nula, (2) estabelecer o nível alfa, (3) aceitar a hipótese nula ou a hipótese alternativa (JEKEL, 1999, pag141.). O erro-padrão é relacionado ao desvio-padrão, mas difere dele em pontos importantes. Basicamente, o erro-padrão é o desvio-padrão de uma população de médias amostrais em vez de observações individuais, de maneira que ele da uma 44 idéia de quão variável pode ser uma única estimativa da média (JEKEL, 1999, pag.142.) 5.1 Erro no ser humano e nas tecnologias O ser humano está sempre à procura da exatidão e cientistas comprovam que errar faz parte do processo de aprendizagem e é através deste processo que leva a não repetição do erro. As tecnologias são produtos que foram desenvolvidas pelo ser humano logo também estão propensos ao o erro induzidos pelo ser humano independente da capacidade tecnológica. De acordo com Wannmacher (2005) Para alguns autores, os erros constituem aprendizado mais fecundo que os sucessos. De acordo com Shcolnik (2012), segundo relatório sobre o valor da medicina laboratorial para a assistência à saúde, publicado em 2008 pelo CDC, este setor representa um elemento essencial para o sistema de assistência à saúde. Ele é crucial para muitas tomadas de decisão clínicas e fornece informações importantes a médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e gerenciamento de doenças. 5.2 Erro na enfermagem Segundo Shcolnik (2012, apud OMS 2009), Os “erros” são, por definição, não intencionais, enquanto as violações são frequentemente intencionais, embora raramente maliciosas, e podem se tornar rotineiras e automáticas em certos contextos (OMS, 2009). A Enfermagem é uma das profissões da área da saúde cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação da saúde, atuando em equipes, (ROCHA, 2000) De acordo com o Código de ética e outros dispositivos de Lei, Edição 2010, Coren-PE Princípios fundamentais. Cap.1 Das relações Profissionais, Art. 2º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação à sua prática profissional. Na enfermagem um erro pode gerar consequências irreversíveis. Na estatística também, porém o erro através de propriedades da probabilidade é 45 possível prever a margem de erro e tentar minimizá-lo ao máximo com uma captação e manipulação de dados bastante eficaz. Segundo Shcolnik (2012), o plano nacional de segurança e qualidade em serviços de saúde. Por meio desse plano, a ANVISA fomentará a adoção de ações por parte de profissionais e gestores que assegurem a prevenção e a redução de eventos adversos, infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), erros e incidentes em serviços de saúde. Situação esta que vem a ser reforçado de acordo com o Código de ética e outros dispositivos de Lei, Edição 2010, Coren-PE Seção II, Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros, Art. 37º - Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade. De acordo com Xavier (2006) As razões pela quais os pesquisadores escolheram os enfermeiros residem no fato de que erros poderiam trazer graves consequências. Na verdade esses profissionais não podem errar. Para Wannmacher (2005) Compreender o erro e analisá-lo atentamente de forma multidisciplinar é a primeira maneira de aproveitá-lo para corrigir a prática. Faz-se uma verdadeira pedagogia do erro. Nessa perspectiva, a preocupação com a segurança dos pacientes consiste em tirar o melhor partido de cada erro a partir da compreensão das consequências nocivas que provocaram. Na prática do ensino da matemática moderna tem-se admitido o erro como processo de maturação de conceitos e cálculos matemáticos, por consideração à lógica utilizada pelo aluno. Já na enfermagem está metodologia se resume apenas quando o futuro profissional de enfermagem se encontra em sala de aula, pois quando se posiciona na pratica da profissão seja no estágio ou no exercício da profissão, o erro é inadmissível, pelo fato de gerar consequências adversas ao paciente, podendo leva-lo a sequelas irreversíveis ou até a morte. Segundo Shcolnik (2012, apud OMS 2009), O “risco”, segundo a OMS (2009), corresponde à probabilidade de um incidente ocorrer. Um incidente que resulta em dano ao paciente é denominado de “evento adverso”. Um “dano” ao paciente implica em prejuízo
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