Buscar

PIM VII

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR
UNIVERDIDADE PAULISTA UNIP
Sheila Batista de Araújo
RA: 1980145
Unidade de Pronto Atendimento - UPA SUL DA ILHA
PIM VII
Florianópolis
2020
UNIVERDIDADE PAULISTA UNIP
Sheila Batista de Araújo
RA: 1980145
Unidade de Pronto Atendimento - UPA SUL DA ILHA
PIM VII
Projeto Integrado Multidisciplinar VII para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Hospitalar, apresentado a Universidade Paulista – UNIP
Orientador: Ivete Rolim Daniel
RESUMO
O Projeto PIM VII foi desenvolvido através das disciplinas Epidemiologia, Bioestatística, Ciências Sociais e Gestão de Marketing.
O conteúdo deste projeto tem por base a pesquisa realizada na Unidade de Pronto Atendimento UPA SUL, localizada na cidade de Florianópolis – SC , em seus materiais de apoio, nas pesquisas via internet e nos conteúdos disponibilizados pela Universidade Paulista em sua plataforma AVA.
Todas as organizações vêm buscando inovações e estratégias eficientes para o desempenho de suas atividades, essa busca identifica o surgimento de uma nova concepção de marketing voltado aos valores de satisfação e qualidade mútua.
Por sua vez, o processo saúde-doença no seu campo ecológico e social, detectado através de uma história natural (na Medicina Preventiva), passou a ser analisado através de suas dimensões sociais e culturais, ainda que a partir de concepções restritas.
Bioestatística é a aplicação de estatísticas para uma ampla gama de tópicos em biologia e tem sido um instrumento fundamental para o acompanhamento e direcionamento do enfrentamento da pandemia, por parte do município de Florianópolis
A epidemiologia baseia-se no estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas e debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas.
Palavras-chave: Epidemiologia, Ciências Sociais, Bioestátistica e Gestão de Marketing.
1. INTRODUÇÃO
A UPA SUL é uma unidade de urgência e emergência, que devido a pandemia a partir de 02 de março de 2020, passou a receber e ser referência em todo o sul da ilha de Florianópolis para atendimento dos pacientes com sintomas ou que tiveram contato com a COVID 19.
A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais. Sua área de atuação compreende ensino e pesquisa em saúde, avaliação de procedimentos e serviços de saúde, vigilância epidemiológica e diagnóstico e acompanhamento da situação de saúde das populações
A epidemiologia tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde, como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem ao acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doença. Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que outros (PEREIRA, 1995).
Observa-se a importância do relacionamento que a prestadora de serviço á saúde necessita com o cliente para que possa prestar seu serviço, exigindo uma experiência que são ações tangíveis ao corpo. Seja em uma simples consulta, um tratamento, uma internação ou uma intervenção cirúrgica. Os serviços de saúde são de alto contato e precisa de um corpo profissional e técnico qualificado, comprometido e motivado a desempenhar e desenvolver suas atividades.
Em uma economia extremamente competitiva, com compradores cada vez mais racionais diante da abundância de opções, uma empresa somente pode vencer ao ajustar o processo de entrega de valor e selecionar, proporcionar e comunicar um valor superior.
Considera-se que organizações de saúde também devem levar em conta estratégias de marketing para melhorar tanto sua gestão de qualidade, como sua imagem. Nesta perspectiva, o presente trabalho abordou o marketing da área hospitalar com ênfase na comunicação da UPA, após uma reestruturação através do Projeto Lean Health Care; uma parceria do Ministério da Saúde e Universidade Federal Fluminense. Neste trabalho, foram descritos assuntos como marketing de serviços, publicidade e propaganda, marca, posicionamento e comunicação relacionada com saúde, através de revisão bibliográfica. 
Ainda neste projeto, as Ciências Sociais, serão abordadas já que, de forma precípua podem assumir um importante papel na formação de profissionais de saúde. Fornecem capacidade crítica, conceitos e elementos que ajudam e alargam o entendimento no campo da saúde. Podemos partir do pressuposto de que a contribuição das Ciências Sociais é de fundamental importância para uma melhor compreensão e consideração de fatores que podem interferir na relação saúde/doença e numa abordagem mais humanística no lidar com a pessoa doente.
A bioestatística é comumente usada em esforços de larga escala, como o teste de drogas e a construção de modelos ambientais. Especialmente no caso de ensaios para novos fármacos, a bioestatística é fortemente confiada para rastrear e interpretar dados e fazer recomendações com base nessas interpretações.
Em tempos de crise, como a disseminada pela velocidade da propagação de contágio da Covid-19, o conhecimento baseado na análise, no processo e no entendimento de números, permite compreender a mutação do vírus, assim como estimar o impacto causado pela doença e como medidas protetivas, por exemplo, o isolamento social, podem diminuir a quantidade de vítimas.
Assim sendo, no decorrer deste projeto abordaremos a situação de pandemia e de que forma a Unidade de Pronto Atendimento UPA SUL, se adequou para o enfrentamento, além de manter sua cartela de atendimentos rotineiros.
2. Epidemiologia
O termo epidemia é usado para caracterizar situações em que é registrada a ocorrência de uma doença com perfil infeccioso e transmissível em uma determinada região, com rápida e importante dispersão e  envolvimento de um grande número de pessoas. Ou seja, é necessário considerar uma elevação de um número de casos em um local determinado por um tempo geralmente curto, isso caracterizaria um padrão fora do esperado. 
Para avaliar o quadro indicativo de epidemia, de forma simplificada, inicialmente é necessário realizar a confirmação do diagnóstico com a identificação do agente bem como a sua associação a dados coletados a partir dos casos suspeitos envolvidos. Após a confirmação, são feitos levantamentos com relação ao período daqueles casos e os dados relativos ao local e aos indivíduos. A partir daí é possível calcular a velocidade de dispersão da doença, sua transmissão e verificar se o resultado obtido se caracteriza como epidemia. 
Os estudos epidemiológicos são determinantes no acompanhamento de situações como esta com o Covid-19, pois fornecem dados para os Órgãos de saúde, permitindo caracterizar as doenças e ainda realizar associações com o perfil de transmissão. Essas informações podem direcionar as formas de atuação e as medidas a serem tomadas. A presença da vigilância epidemiológica permite identificar precocemente, favorecendo o isolamento desses casos, a investigação dos casos suspeitos e demais providências. 
2.1 Conceitos Básicos de Epidemiologia
Embora não se tenha certeza de quando e quem foi o primeiro a definir a epidemiologia, sabemos que a história dessa ciência acompanha a historia da medicina, especialmente da medicina preventiva. Por isso, considera-se que Hipócrates lançou as principais bases dos estudos epidemiológicos.
Hipócrates considerava que para se fazer uma correta investigação das doenças, era necessário o conhecimento das peculiaridades de cada lugar, e a observação da regularidade das doenças num contexto populacional. O inglês John Graunt, em 1662, publicou em Londres, um trabalho sobre as observações acerca das estatísticas de mortalidade no qual Epidemiologia: a palavra deriva dogrego, onde: epi (sobre) + demos (povo) + logos (ciência). Etimologicamente, epidemiologia significa ciência do que ocorre com o povo. John Graunt analisou nascimentos e óbitos semanais, quantificou o padrão de doença na população londrina e apontou características importantes nesses eventos, tais como: diferenças entre os sexos, diferenças na distribuição urbano-rural; elevada mortalidade infantil; variações sazonais (ROTHMAN, 1996). Graunt também é considerado um dos precursores da epidemiologia e da demografia como disciplinas, já que criou as bases para a observação da distribuição de freqüência de dados populacionais de mortalidade coletados rotineiramente.
Daquela época até o início do século XX, a epidemiologia foi ampliando seu campo, e suas preocupações concentraram-se sobre os modos de transmissão das doenças e o combate às epidemias. A partir das primeiras décadas do século XX, com a melhoria do nível de vida nos países desenvolvidos e com o conseqüente declínio na incidência das doenças infecciosas, outras enfermidades de caráter não-transmissível (doenças cardiovasculares, câncer e outras) passaram a ser incluídas entre os objetos de estudos epidemiológicos, além do que, pesquisas mais recentes, sobretudo as que utilizam o método de estratificação social, enriqueceram esse campo da ciência, ensejando novos debates. No entanto, é a partir do final da Segunda Guerra Mundial que assistimos ao intenso desenvolvimento da metodologia epidemiológica, com a ampla incorporação da estatística, propiciada em boa parte pelo aparecimento dos computadores. A aplicação da epidemiologia passa a cobrir um largo espectro de agravos à saúde. Os estudos de Doll e Hill (1954), estabelecendo associação entre o tabagismo e o câncer de pulmão, e os estudos de doenças cardiovasculares desenvolvidas na população da cidade de Framingham, Estados Unidos, são dois exemplos da aplicação do método epidemiológico em doenças crônicas.
2.1.1Teoria da Transição Epidemiológica
 O perfil de morbimortalidade pode ser considerado um indicador relativamente sensível das condições de vida e do modelo de desenvolvimento de uma população. Para explicar as mudanças da composição da morbimortalidade dos países e grupos populacionais, um autor chamado Omran, em 1971, elaborou um marco teórico chamado Teoria da Transição Epidemiológica (TTE). Essa teoria é posterior e com princípios similares à Teoria da Transição Demográfica. Parte do suposto de evolução da sociedade para estágios mais avançados. De acordo a TTE, essas mudanças se caracterizam pela evolução progressiva de um perfil de alta mortalidade por doenças infecciosas para um outro onde predominam os óbitos por doenças cardiovasculares, neoplasias, causas externas e outras doenças consideradas crônico-degenerativas.
2.1.2 Aplicações da Epidemiologia
a) Descrever as condições de saúde da população:
Por exemplo, ao final do século XX e cerca de uma década após a implantação do SUS, o Ministério da Saúde investigou as estatísticas oficiais do Brasil e descreveu o perfil de morbimortalidade da população (BRASIL, 2002).
b) Identificar quais são os fatores determinantes da situação de saúde:
Por exemplo, no período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, chamou a atenção de profissionais de saúde o elevado número de pessoas com neoplasias. Nas unidades hospitalares, a quantidade de eventos oncológicos era surpreendente, chamando a atenção os inúmeros casos, particularmente, de câncer de pulmão.
O conhecimento vigente na época associava tais ocorrências a, sobretudo, armas químicas, alimentação deficiente e poluição. Mesmo com esses conhecimentos, as políticas de saúde para diminuir a ocorrência do câncer de pulmão não mostravam resultados positivos (RICHMOND, 2005).
Foi então que dois pesquisadores, Richard Doll (Figura 1) e Austin Hill, ao visitarem, nos hospitais, pacientes com câncer de pulmão, perceberam que quase todos relatavam o hábito de fumar. Posteriormente, eles acompanharam os hábitos de vida de mais de 40.000 médicos britânicos e perceberam que no grupo de fumantes havia muito mais casos de câncer de pulmão que no de não fumantes (DOLL e HILL, 1999)
c) Avaliar o impacto das ações e políticas de saúde:
Por exemplo, um dos principais motivos de internação entre os idosos é a pneumonia. Outra razão importante é a gripe. Preocupado com esta realidade, há alguns anos o Ministério da Saúde vem oferecendo gratuitamente a aqueles que têm 60 anos de idade ou mais a vacina contra a influenza.
A epidemiologia se detém em populações inteiras ou em suas amostras para, a partir dos indicadores de saúde e outros dados epidemiológicos construídos através da coleta de dados e de sua análise por métodos estatísticos, realizar o diagnóstico de saúde, subsidiando a implementação de medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças coletivamente (MEDRONHO, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2003).
Logo, a capacidade de aplicar o método epidemiológico é uma habilidade fundamental para todos os trabalhadores de saúde que tenham como objetivo reduzir doenças, promover saúde e melhorar os níveis de saúde da população.
2.1.3 Medidas de Frequência de Doenças
O que são as medidas de frequência de doenças?
Descrever as condições de saúde da população, medindo a frequência com que ocorrem os problemas de saúde em populações humanas, é um dos objetivos da epidemiologia. Para fazer essas mensurações, utilizamos as medidas de incidência e prevalência.
A incidência diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo de tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro pode conter um novo caso ou novos casos (PEREIRA, 1995). É, assim, uma medida dinâmica.
Já a prevalência se refere ao número de casos existentes de uma doença em um dado momento; é uma “fotografia” sobre a sua ocorrência, sendo assim uma medida estática. Os casos existentes são daqueles que adoeceram em algum momento do passado, somados aos casos novos dos que ainda estão vivos e doentes (MEDRONHO, 2005, PEREIRA, 1995).
Existem três tipos de medidas de prevalência:
a. Prevalência pontual ou instantânea: Frequência de casos existentes em um dado instante no tempo (ex.: em determinado dia, como primeiro dia ou último dia do ano).
b. Prevalência de período: Frequência de casos existentes em um período de tempo (ex.: durante um ano).
c. Prevalência na vida: Frequência de pessoas que apresentaram pelo menos um episódio da doença ao longo da vida.
Ao contrário da incidência, para medir a prevalência os indivíduos são observados uma única vez.
A prevalência é alimentada pela incidência. Por outro lado, dependendo do agravo à saúde, as pessoas podem se curar ou morrer. Quanto maior e mais rápida a cura, ou quanto maior e mais rápida a mortalidade, mais se diminui a prevalência, que é uma medida estática, mas resulta da dinâmica entre adoecimentos, curas e óbitos.
Figura 1 – Fatores que influenciam a prevalência de um agravo à saúde.
Entre os principais usos das medidas de prevalência estão: o planejamento de ações e serviços de saúde, previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos.
A incidência, por outro lado, é mais utilizada em investigações etiológicas para elucidar relações de causa e efeito, avaliar o impacto de uma política, ação ou serviço de saúde, além de estudos de prognóstico. Um exemplo é verificar se o número de casos novos (incidência) de hipertensão arterial sistêmica declinou depois da implementação de determinadas medidas de promoção da saúde, como incentivo a uma dieta saudável, realização de atividade física e combate ao tabagismo no bairro.
A partir de algumas variações do conceito de incidência, podemos chegar aos conceitos de:
Mortalidade: é uma medida muito utilizada como indicador de saúde; é calculada dividindo-se o número de óbitos pela população em risco. Estudaremos mais sobre essa medida na próxima unidade.
Letalidade: é uma medida da gravidade da doença, calculada dividindo-se o número de óbitos por determinada doença pelo número de casosda mesma doença. Algumas doenças apresentam letalidade nula, como, por exemplo, escabiose; já para outras, a letalidade é igual ou próxima de 100%, como a raiva humana.
Em via de regra utilizamos as medidas relativas, no entanto, há momentos em que devemos optar pelas medidas absolutas. Isso acontece quando o número de eventos considerados no cálculo é muito pequeno.
Em tais momentos, variações ao acaso (um ou dois casos a mais ou a menos, por exemplo) impactam severamente no achado e dificultam comparações entre regiões ou ao longo do tempo. Nesses momentos, podem-se calcular medidas relativas a partir da média de vários períodos para estabilizar pequenos números ou analisar dados agregados de várias áreas.
2.2 Principais indicadores de saúde das populações
Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.
a. Indicadores nutricionais: utilizados na avaliação das condições de saúde e nutrição de uma população. Pode ser medida indiretamente, empregando-se estatísticas vitais, como mortalidade pré-escolar, ou diretamente, baseando-se em massa corporal e altura, como proporção de recém-nascidos com baixo peso ao nascer.
b. Indicadores demográficos: nessa área, destacam-se: taxa de mortalidade, esperança de vida, taxa de natalidade e de fecundidade, entre outros.
c. Indicadores sociais: utilizados como indicadores sanitários indiretos, como distribuição de renda, renda per capita.
d. Indicadores ambientais: principalmente indicadores sanitários, como cobertura de saneamento básico.
e. Serviços de saúde: avaliação no âmbito de assistência à saúde, em que abrange insumos (recursos utilizados no sistema de saúde), processo de assistência, como proporção de gestantes que fazem pré-natal, e resultados ou impacto (evidências dos benefícios dos investimentos realizados no setor).
A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (freqüência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de saúde.
Os indicadores de saúde, tradicionalmente, tem sido construídos por meio de números. Em geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (freqüências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.). Dessa forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de sofrer o evento que está no numerador. Exceções são o coeficiente de mortalidade infantil – CMI – e de mortalidade materna – CMM – para os quais o denominador utilizado (nascidos vivos) é uma estimativa tanto do número de menores de 1 ano, como de gestantes, parturientes e puérperas expostos ao risco do evento óbito. No caso do Coeficiente de Mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não fazem parte do denominador, apesar de ainda terem menos de um ano de vida no ano em estudo dos óbitos. A rigor, portanto, tanto o Coeficiente de Mortalidade Infantil como Materna não são coeficientes, mas índices. No entanto, o termo “coeficiente” já está consolidado para ambos os indicadores. 
2.2.1 Coeficientes mais utilizados na área da saúde 
Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).
2.2.1.1 Coeficientes de morbidade: 
a)Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na população. 
b) Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado. É representado por: Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre populações usamos, dessa forma, o coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da doença em uma população. O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de incidência multiplicado pela duração média da doença (LILIENFELD e LILIENFELD, 1980). 
 Assim, a prevalência não é uma medida de risco de ocorrência da doença na população, mas pode ser útil para os administradores da área de saúde para o planejamento de recursos necessários (leitos hospitalares, medicamentos, etc.) para o adequado tratamento da doença. Dois tipos de coeficientes de prevalência podem ser utilizados: o coeficiente de prevalência instantânea ou pontual ou momentânea (em um tempo especificado) e o coeficiente de prevalência por período. 
c) Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbitos entre os casos da doença, sendo um indicativo da gravidade da doença ou agravo na população. Isso pode ser uma característica da própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma doença que apresenta 100% de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de fatores que aumentam ou diminuem a letalidade da doença na população (condições socioeconômicas, estado nutricional, acesso a medicamentos, por exemplo). É dado pela relação: mortes devido à doença “X” em determinada comunidade e tempo x 100 casos da doença “X” na mesma área e tempo número de óbitos em determinada comunidade e ano x 1.000 população estimada mesmo ano Seu resultado é dado, portanto, sempre em percentual (%). Não deve ser confundido com coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e representa o risco de óbito na população. A letalidade, ao contrário, representa o risco que as pessoas com a doença têm de morrer por essa mesma doença.
 2.2.1.2 Coeficientes de mortalidade
 a) coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na comunidade. É expresso por uma razão, e pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também através de regra de três simples (se numa população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro que permitirá comparar com outros locais ou outros tempos): Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar o nível de saúde de diferentes populações, pois não leva em consideração a estrutura etária dessas populações (se a população é predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente geral de mortalidade alto para uma população mais idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que tinham paraviver e, por isso, estão morrendo. Já para uma população mais jovem estaria significando mortalidade prematura. Para comparação de duas ou mais populações com diferentes estruturas etárias, ou de sexo, há necessidade de Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu denominador (nascidos vivos) podem apresentar problemas de classificação. Para evitar esses problemas, o primeiro passo é verificar se as definições, citadas pela Organização Mundial de Saúde (1994), estão sendo corretamente seguidas por quem preencheu a declaração de óbito da criança. 
Estas definições são as seguintes: Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito se o feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. 
b) coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte razão: óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e ano x 1.000 nascidos vivos na mesma comunidade e ano .
 Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de completar um ano de idade. Dessas definições, fica claro que uma criança que nasceu viva, nem que tenha apresentado apenas batimentos do cordão umbilical, e morrido em seguida, deve ser considerada como óbito de menor de 1 ano (óbito infantil) e entrar no cálculo do coeficiente de mortalidade infantil (CMI). 
O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda ser dividido em: - coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000); - coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia (óbitos de 28 dias a 364 dias inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000). 
c) coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a Classificação Internacional de Doenças em vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de gestação até a primeira semana de vida da criança, diferenciando da definição anterior (da CID-9) que considerava a partir da 28ª semana de gestação. É dado pela equação: óbitos fetais a partir da 22ª semana de gestação + óbitos de menores de 7 dias de vida nascidos vivos + nascidos mortos na mesma comunidade e ano x 1.000 óbitos devidos a causas ligadas a gestação, parto e puerpério x 100.000 nascidos vivos na mesma comunidade e ano.
2.3 Principais tendências de adoecimento e morte no Brasil
No século XX, o Brasil passou por intensas transformações na sua estrutura populacional e no padrão de morbi-mortalidade. Este estudo tem o objetivo de apresentar uma reflexão sobre os grandes problemas de saúde enfrentados pela população brasileira neste momento contemporâneo. Dentre as principais causas de óbito e internações estão as doenças crônico-degenerativas, os acidentes e as diversas formas de violência. Entretanto, as doenças infecciosas ainda se apresentam como problemas importantes de morbidade. A falta de solução para problemas estruturais e básicos, a manutenção de condições e modo de vida inadequados, a insuficiência dos mecanismos que regulam os danos ao meio ambiente ocasionam riscos à saúde que se superpõem, em vez de se sucederem. Essa superposição implica na manutenção de uma alta carga de morbidade e mortalidade na população que se mantém ao longo dos anos. A redução desta carga representa um desafio para a definição de políticas de saúde. Portanto, é importante enfatizar a necessidade de ações multissetoriais para a prevenção e controle das doenças e do sofrimento humano e para dar a cada indivíduo a garantia de atingir a sua plenitude física e mental. Estas ações devem integrar não só o setor saúde, como também políticas econômicas e sociais.
A análise da situação de saúde identifica avanços importantes para alguns grupos de problemas, mas ao mesmo tempo mostra tendência inversa e preocupante para um outro conjunto de problemas.
 
 Figura 2. Coeficiente de mortalidade infantil, Brasil e regiões (1930-1990)
A análise das tendências dos dois componentes da taxa de mortalidade infantil (neonatal e pós-neonatal) evidencia, entretanto, que esta redução foi mais acentuada para a mortalidade infantil pós-neonatal. Este componente associa-se mais fortemente com fatores relacionados ao ambiente, concentrando uma maior proporção de óbitos por doenças infecciosas, particularmente as infecções intestinais. Entretanto, a mortalidade neonatal, que se relaciona mais fortemente à assistência pré e pós-natal, enquanto também mostre tendências decrescentes, ocorre de maneira bem mais lenta do que a mortalidade pós-neonatal. Não por acaso, a mortalidade neonatal apresenta hoje taxas mais altas do que a mortalidade pós-neonatal.
Em 2004, os óbitos neonatal precoce (< 6 dias), neonatal tardia (7 a 28 dias) e pós-neonatal (28 dias a 1 ano), representaram, respectivamente, 51%, 15% e 34% dos óbitos de menores de um ano, no país. No segundo grupo, chama a atenção de problemas como a violência, a oAbesidade, algumas formas de cânceres e a manutenção ou ressurgência de algumas doenças infecciosas, como a tuberculose e a dengue, respectivamente.
Outra importante tendência nos padrões epidemiológicos, com evidentes reflexos na estrutura demográfica, diz respeito às modificações na composição da mortalidade por grupos de causas. Assim, as doenças infecciosas e parasitárias (DIP), que representavam 45,7% do total de óbitos ocorridos nas capitais do país em 1930, representaram apenas 5,2% dos óbitos com causas definidas, no ano de 2005. Enquanto isto, as doenças cardiovasculares (DCV), seguindo uma tendência inversa, aumentaram sua participação de 11,8% para 31,5%, do total dos óbitos ocorridos no mesmo período. Analisando a evolução recente das taxas padronizadas de mortalidade (/100.000 habitantes) para os principais grupos de causas definidas, observa-se que as DCV apresentavam uma taxa de 131 em 2005, seguidas pelas causas externas e pelas neoplasias, de 64,7 e 68,8, respectivamente. Ao analisarmos as tendências nas taxas de mortalidade, cabe ressaltar que, por razões que ainda não foram explicadas, no ano de 1991, observou-se uma redução importante em todos os grupos de causas, retornando, nos anos seguintes, aos níveis esperados de acordo com a tendência observada para toda a série histórica. Entre 1980 e 2005, em geral, observam-se reduções importantes nas taxas de mortalidade pelos vários grupos de causa, destacando-se as reduções nos grupo das doenças infecciosas (58%) e das DCV (32%). Mesmo as causas externas, após aumentar nas décadas de 1980 e 1990, retornam lentamente a níveis próximos a 1980. As neoplasias são o grupo que apresenta crescimento mais destacado (11%), enquanto as doenças do aparelho respiratório têm redução deste mesmo nível (11%). Outro aspecto que merece destaque são os óbitos de causas mal definidas, que foram reduzidos em 58% entre 1980 e 2005. Esta redução foi mais acentuada a partir de meados da década de 1990, devendo refletir, além dos esforços deliberados para melhorar os nossos sistemas de informações em saúde, o aumento da cobertura de serviços resultantes do Programa de Saúde da Família.
2.4 Ações adotadas pelaunidade pesquisada durante a pandemia COVID-19
A Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Secretaria de Saúde e do Departapento de Vigilância Epidemiológica, tem norteado os fluxos e protocolos de atendimento, durante a pandemia do COVID-19 em âmbito municipal. Seguindo o que é preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Ministério da Sáude e Governo do Estado de Santa Catarina; a unidade de saúde apresentada neste trabalho, adequou seus espaços físicos, os fluxos de atendimento em todos os setores da unidade, a fim de garantir a segurança de seus colaboradores e oferecer a população um atendimento digno, seguro e de qualidade.
A prefeitura disponibiliza em seu site institucional o monitoramento dos casos de COVID no município tendo como objetivo abrir o método, os scripts e os dados (de forma anonimizada), utilizados para a construção dos cenários para subsidiar a tomada de decisão no enfrentamento da COVID-19 em Florianópolis. A Gerência de Inteligência e Informação busca, com isso, dar transparência à construção de cenários, chamando população e pesquisadores à contribuição para melhorias e correções nas formas de análise. Os cenários podem ser acessados na página da Sala de Situação do “Covidômetro” disponibilizado pela Prefeitura de Florianópolis, por meio do link http://covidometrofloripa.com.br 
Os cenários pressupõem a não falência do sistema hospitalar. Se houver falta de leitos em UTI, todo o paciente que deveria ser internado sob cuidado intensivo, potencialmente irá a óbito.
O SARS-CoV-2, vírus identificado em dezembro de 2019 em Wuhan (China) e patógeno da COVID-19, foi isolado em amostras de esgoto em Florianópolis, Santa Catarina, em novembro de 2019. Este foi o primeiro local, nas Américas a relatar a presença do vírus. O primeiro caso confirmado no município, até o momento, teve o início dos sintomas dia 06 de março, foi notificado dia 07 e confirmado dia 09 do mesmo mês. Vacinas ou tratamentos efetivos para o SARS-CoV-2 ainda não foram desenvolvidos, havendo conhecimento limitado de sua infectividade e de seu perfil clínico.
Desta forma, as medidas de controle da doença com evidências robustas são não farmacológicas. A construção de cenários baseados em evidências adequadas é fundamental para que a implantação destas medidas ocorra de forma a reduzir o contágio enquanto vacinas não forem desenvolvidas, evitar óbitos, melhorar a assistência aos pacientes, além de minimizar o impacto econômico e as desigualdades sociais produzidas pela COVID-19. Entre as medidas não farmacológicas de contenção da COVID-19, segundo a Organização Mundial de Saúde, estão a quarentena, o isolamento para pessoas com sintomas, o controle de atividades que gerem contato social, o uso de máscaras faciais e a higienização das mãos. Elas diminuem a transmissão da doença e o número de casos graves, reduzindo, portanto, o impacto causado pela doença no sistema de saúde e diminuindo o número de pessoas mortas e de sobreviventes com sequelas. Essas medidas também reduzem a necessidade de hospitalização por outras condições que poderiam competir por leitos com pacientes com SARS-CoV-2.13 As condições dos sistemas de proteção social, entre eles o de saúde, vulnerabilidade econômica da população, proporção de pessoas atuando como trabalhadores informais, questões climáticas e demográficas, faz com que não haja um conjunto único de intervenções apropriadas a todos os contextos. 
Diante do cenário apresentado, a UPA SUL, através de sua coordenação, elaborou um diagrama para seus colaboradores e o disponibilizou para as demais unidades de pronto atendimento do município (figura 3). Esse fluxo foi disponibilizado em todas as salas de atendimento, servindo de ferramenta de rápido acesso em caso de dúvidas ou falhas quanto a execução dos protocolos.
A unidade também disponibilizou nas áreas comuns aos servidores da unidade (copa, auditório e áreas de descanso), QR CODE para monitorar a entrada e saída do local e assim, no caso de possível contaminação por parte de algum servifor, o local e pessoas que tiveram contato com o mesmo, seja de pronto identificados (Figura 4).
Para a paramentação e desparamentação dos profissionais de saúde da unidade, duas salas foram criadas no ambiente externo, antes da entrada exclusiva para servidores, aonde os mesmos encontram a disposição, todo o EPI (equipamento de proteção individual) necessário e na saída, a desparamentação é realizada também já na área externa em local arejado e com pia, álcool, sabão e lixeiras devidamente sinalizadas.
Figura 3. Fluxo de atendimento de pacientes respiratórios UPA SUL
Figura 4. Uso das áreas comuns
ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M.Z. Introdução à epidemiologia moderna. 2. ed. Belo Horizonte: Coopmed; Salvador: APCE Produtos do Conhecimento; Rio de Janeiro: Abrasco, 1992. BARATA, R.C.B. O desafio das doenças emergentes e a revalorização da epidemiologia descritiva. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 33, n. 5, p. 531-7, out. 1997. BRAGA, L.F.C.O. et al. Relatório dos comitês de mortalidade materna do Paraná – 1991. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano I, n. 7, p. 29-49, dez. 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Guia de vigilância epidemiológica. 4. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Datasus [Internet site]. Indicadores e dados básicos Brasil/1997. Disponível em . Acessado em:6 abr. 2000. CARVALHO, D.M. Grandes sistemas nacionais de informação em saúde: revisão e discussão da situação atual. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano VI, n. 4, p. 7-46, out./dez. 1997.
rketing
Observa-se a importância do relacionamento que as prestadoras de serviço á saúde necessita com o cliente para que possa prestar seu serviço, exigindo uma experiência que são ações tangíveis ao corpo. Seja em uma simples consulta, um tratamento, uma internação ou uma intervenção cirúrgica. Os serviços de saúde são de alto contato e precisa de um corpo profissional e técnico qualificado, comprometido e motivado a desempenhar e desenvolver as atividades na empresa.
A nova concepção de marketing trás para a área da saúde o endomarketing. Uma ferramenta que constitui um conjunto de ações voltadas para cliente interno (colaboradores), que tem como objetivo a motivação, qualidade de vida e qualidade de trabalho. É importante que uma organização de saúde tenha boas estratégias de marketing, e que satisfaça as necessidades de seus clientes-pacientes com qualidade e excelência na prestação de seus serviços para que não seja uma atividade frustrante e que não condiz com a sua realidade.
Mediante a revisão literária deste estudo, percebe-se que o setor de saúde já desenvolve o marketing hospitalar, através do marketing de relacionamento, tendo a experiência como ferramenta e meios de interação com o cliente e as ações que são tangíveis ao corpo, o que possibilita o cliente comparar o recebido e o esperado. Outro entendimento é perceber se apenas é necessário aperfeiçoar e acompanhar as atualizações mercadológicas e atrelar a nova concepção de marketing a sua cultura de organização de saúde.
Recentemente surgiu uma nova concepção de marketing, voltado para os valores de relacionamento, satisfação e qualidade para o cliente. Deixando para trás a concepção de que era reduzida apenas em propaganda e publicidade.
Para Kotler (2012, p.32), “A missão de qualquer negócio é fornecer valor ao cliente, sem abrir mão do lucro”.
O valor para o cliente inicia-se a partir do primeiro contato com a empresa. O atendimento, a simpatia dos funcionários, o layout e outros fatores, faz toda diferença. Diante do mercado competitivo e exigente muitas empresas estão ajustando suas estruturas, a fim de administrar um espaço harmônico e muito mais agradável.
É mais que necessário que o marketing caminhe em paralelo ao setor de recursos humanos. É essencial conquistar e manter o tipo adequado de colaboradores na empresa. As descrições de funções,os procedimentos de recrutamento, o plano de carreira, salário, prêmios e benefícios diretos e indiretos, assim como outras ferramentas da administração de pessoas, devem ser utilizados pela organização para dar suporte total ao endomarketing.
Atualização do composto mercadológico
Acompanhando as mudanças, o composto de marketing (preço, praça, produto e promoção) conhecido como os 4Ps, também se transformou e a visão, que era orientada para o produto e menos para o cliente passou a ter seu enfoque na satisfação, adaptandoa abordagem mais contemporânea, originando-se aí 4Cs do marketing (cliente, custo, conveniência e comunicação), segundo Lauterborn (1990), conceituando-os como se segue:
Cliente – deve ser a principal preocupação da empresa, ponto de partida para a criação de qualquer produto;
Custo – quanto o seu público está disposto a pagar e depois definir quais custos a empresa pode ter;
Conveniência – forma como o produto ou serviço é distribuído, adaptar as necessidades do cliente;
Comunicação – ouvir o cliente levar em consideração tudo o que ele quer falar, sugestões, reclamações e opiniões.
É extremamente importante compreender melhor o consumidor, descobrir a maneira ideal de lidar com ele, e essa é uma atividade que deve ser praticada constantemente.
Além disso, funciona como um instrumento gerencial, que aproxima ainda mais a sua empresa do seu público-alvo e dos bons resultados em vendas e fidelização. Para dar força aos 4C’s, Nascimento e Lauterborn (1990),acrescentam os 4E’s do marketing, conformese segue:
Entusiasmar funcionário – consiste em potencializar o ambiente interno valorizando os profissionais proporcionando, treinamento e incentivo de equipe, comunicação interna, bons benefícios e dedicação.
Encantar Clientes – trata-se de um bom produto, bom preço, estratégias de marketing satisfatória e suprir as necessidades do cliente.
Enlouquecer concorrentes – reforçar seu produtoem melhor custo-benefício e desenvolver estratégias de marketing eficientes que tornem um potencial competitivo.
Enriquecer a todos – é baseado em desenvolver bons resultados, entregando valores satisfatórios para o cliente e financeiros para empresário e envolvidos com o negócio.
Essa reformulação visa para gerência interna a atenção ao ambiente externo, a atenção dada ao público alvo e a percepção das tendências. Pensando no seu diferencial competitivo e visando a busca da qualidade e satisfação de seus clientes, as empresas prestadoras de serviços de a saúde voltaram seus olhares para estratégias mais consistentes de marketing.
3.2. Marketing hospitalar
O principal alvo a ser explorado pelo marketing hospitalar na atualidade é segurança do paciente. Esta por sua vez, traduz em qualidade e a satisfação do serviço prestado ao paciente-cliente, seja na captação ou na fidelização, ele deve ser tratado como cliente desde o momento do primeiro contato com o hospital, seja por telefone, e-mail, site ou qualquer outro canal de comunicação, até a intervenção cirúrgica.
Tendo em vista que todo o trajeto feito pelo cliente dentro da instituição integra a sua satisfação. O marketing hospitalar passou a aperfeiçoar na comunicação de seus serviços para satisfazer os desejos e necessidades.
A gestão de um hospital deve definir políticas eficientes que sejam executadas de forma que satisfaça as necessidades da comunidade eatenda a hierarquia da assistência à saúde que são: Atenção primária – voltada à promoção da saúde e de prevenções. Atenção secundária – trata-se de atendimento ambulatorial e hospitalar nas especialidades básicas. E atenção terciária – atende às situações de maior complexidade como internações, tratamentos e procedimentos cirúrgicos.
Borba (1989) aborda o marketing hospitalar como proveniente ferramenta de função social de atendimento aos desejos e confortos do cliente, propiciando o bem-estar, assistência a saúde e promoção da qualidade de vida.
Para atender a busca de seus clientes por qualidade de vida muitos hospitais passaram a desenvolver ações de saúde preventiva a prevenção de doenças e/ou seu agravamento, como o incentivo a pratica de esportes e mudanças de hábitos.
Mudanças no atendimento e tratamento dos pacientes, bem como, instalações que oferecem conforto e tranquilidade podem ser responsáveis por encantar os pacientes. Existem hospitais que suas estruturas chegam a ser tão confortáveis e aconchegantes quanto a de um hotel.
Assim como combinam as orientações alimentares do profissional de nutrição com a habilidade de um chef de cozinha, que saem do branco e usam cores para colorir seu ambiente interno. São estratégias usadas para a satisfação do cliente. Vale ressaltar que existem casos de o paciente-cliente passar um longo período no hospital e que pequenos detalhes fazem toda a diferença para sua recuperação.
Diante de tantas mudanças o governo federal passou a exigir das prestadoras de assistência à saúde através de medidas degestão da qualidade de atendimento a população. Como informa o portal da (ONA) Organização Nacional de Acreditação(https://www.ona.org.br/Pagina/27/O-que-e-Acreditacao). Essa medida culminou a elaboração do Manual do ONA. Como relataa acreditação ou certificação é um método de avaliação das organizações prestadoras de serviços de saúde, por uma empresa autônoma autorizada e registrada, junto ao órgão regulador existente em cada país, que tem o papel de analisar e orientar as organizações de saúde para prestarem serviços e/ou produtos com qualidade.
Todos os profissionais e serviços que integram o hospital passaram a fazer parte dessa mudança, ao enfocar a questão financeira esta não é o maior desafio do marketing hospitalar. Devemos ter sempre em mente que a satisfação do paciente é um componente fundamental nesta relação de fidelização e custo benefício.
Assim como o corpo humano, as instituições hospitalares são organismos vivos e complexos, onde cada setor é fundamental para a vitalidade da organização. Devemos lembrar que o marketing não é apenas responsabilidade de um setor da empresa e sim de todos os que trabalham na instituição em prol do paciente. Porém, o marketing hospitalar é de alto contato, exigindo um relacionamento e experiência maior com o cliente-paciente.
3.2.1. Marketing de Relacionamento
Para Kotler (2012, p.18). “O marketing de relacionamento tem como objetivo construir relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios, com seus componentes-chaves, a fim de conquistar ou manter negócios com eles”
Atualmente existe uma grande necessidade em gerar uma relação de confiança duradoura com os consumidores importantes, e a forma de interpretar e aplicar esses conceitos pode oferecer grande vantagem competitiva para a organização.
O marketing de relacionamento é um fator muito importante para toda empresa que deseja obter sucesso. O sucesso é alcançado através da diferenciação e da oferta de valor para o cliente. As empresas perceberam que é interessante investir no marketing de relacionamento, pois ele possibilita melhor relacionamento com o cliente e consequentemente uma melhor experiência, devido à oportunidade de tratá-lo de forma individual, conhecendo suas preferências e necessidades.
3.3. Marketing de experiência com ênfase no endomarketing
A prestação de serviço hospitalar é de bens intangíveis e exige um grande contato com o cliente, necessitando de uma experiência de alta complexidade que demanda da presença física para receber seu benefício.
A experiência do paciente-cliente com a prestação do serviço de saúde são tangíveis ao corpo o que possibilita o cliente comparar o recebido e o esperado.
Segundo Kuazaqui e Tanaka (2008, p.138):
Dentro da área da saúde, a questão da credibilidade, confiança na empresa e principalmente no profissional, na sua equipe, no histórico e nos detalhes, são essenciais para consolidação de uma imagem positiva e para manutenção da base de clientes.
Ou seja, a instituição deve ficar atenta a tudo que pode comprometer sua imagem, sua funcionalidade e sua estrutura que são fatores considerados primordiaispara o usuário dos serviços de saúde.
A oferta de serviços hospitalares é de uma grande amplitude que além de sua própria atividade médica, necessita de uma série de outros profissionais e setores que precisam trabalhar paralelamente desencadeando a eficiência e desenvolvimento do hospital, proporcionando excelência na experiência do cliente. Mas para que isso aconteça o público interno precisa estar preparado e motivado.
É necessário primeiramente potencializar o público interno, dispor de um bom corpo administrativo, médico e técnico. São eles que recebem os pacientes-clientes a partir do primeiro contato e realizam o check-in (entrada), o processamento e check-out (saída). É primordial que do momento da entrada à saída, o serviço seja percebido de qualidade e que sua experiência tenha sido a melhor possível.
3.4. Endomarketing
O termo “endo” origina-se da palavra grega “edón” que significa para dentro, agregando-se ao termo “market” de origem inglesa que significa mercado. Surgindo então o termo endomarketing conhecido também marketing interno, é uma estratégia da administração moderna voltada para o colaborador. Ferramenta que tem como objetivo satisfazer às necessidades dos clientes internos e melhorar a capacidade de satisfazer às necessidades dos clientes externos.
Segundo Bekin (2004), “O endomarketing vem para auxiliar os gestores a valorizarem os recursos humanos de suas empresas, procurando capacitá-los e integrá-los com o objetivo geral da instituição”. Além disto, pode-se perceber no Brasil que mudanças no setor hospitalar estão exigindo atendimento de saúde humanizado à população. Logo, torna-se interessante a aplicação da ferramenta de Endomarketing para que estas instituições hospitalares se mantenham no mercado, prestando um serviço mais humano, pois cresce a preferência pela qualidade no serviço de saúde, visto que a expectativa de vida da população está aumentando e a mesma está preocupada em investir cada vez mais em saúde.
O endomarketing surgiu pela necessidade de criar fatores motivacionais, tendo em vista que somente o salário não satisfazia as necessidades dos colaboradores que tinha obrigação de produzir cada vez mais. Resultando na criação de métodos motivacionais e efetivos para seus colaboradores proporcionando qualidade de vida e qualidade de trabalho para que possa atrair e reter os melhores profissionais gerando então melhores resultados.
Para Brum (2010), “Endomarketing é oferecer ao funcionário atenção, educação, carinho, informação tornando-o bem capacitado e preparado a fim de tornar-se uma pessoa criativa e feliz, capaz de surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”.
Portanto, faz-se necessário proporcionar ao funcionário um ambiente interno agradável, motivador, capaz de se externalizar essa motivação ao ambiente e aos clientes externos. É valido enfatizar que o endomarketing procura vender a empresa ao cliente interno fazendo-o conhecer as estratégias e objetivos da empresa, para que ele comprando esta ideia possa passar para o cliente externo um melhor e bem informado atendimento.
A experiência do cliente nos estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) demanda um corpo profissional de alta complexidade e especialidades são serviços que podem mudar com o tempo, principalmente o corpo médico que tem dificuldade de manter o mesmo padrão de serviço. Tendo o endomarketing que desenvolver mecanismos motivação e capacitação continuada desses profissionais por meio de palestras, cursos, seminários ou outros meios que possibilitem sua adequação a atualidade, vale ressaltar que os médicos são o mais importante elo entre a prestadora de saúde e o paciente. Tornam-se referência e agregam valor à marca respondendo pela qualidade técnica no atendimento.
Para Las Casas (2002. p. 215), “A satisfação do cliente não será possível se a equipe de colaboradores de uma empresa não trabalhar com motivação”. Ainsatisfação do cliente traz grandes riscos as organizações dentre elas, a perca de clientes e a imagem negativa que pode ser gerada perante a comunidade.
De acordo com o Portal ENDEAVOR de Apoio ao Empreendedor e ao Empreendedorismo (https://endeavor.org.br/endomarketing/), o mesmo cita cinco dicas importantes para o endomarketing:
Comunique sempre: mural de cortiça, jornalzinho interno, newsletter, intranet; tudo o que estimular a comunicação dentro da sua empresa é muito bem-vindo. Use e abuse destas plataformas para compartilhar conquistas importantes, para estabelecer desafios, para dar recados e ouvir sugestões, e por aí vai. O importante é sempre manter a comunicação em mão dupla: sua empresa fala e escuta os colaboradores.
Verifique a satisfação de seus funcionários: procure realizar pesquisas de clima semestral ou anualmente. São indispensáveis para que você avalie o clima organizacional da empresa, e para que possa corrigir falhas e administrar eventuais problemas com funcionários.
Estimule o espírito de equipe e a proatividade: ainda não inventaram forma mais eficaz de quebrar barreiras e estimular a integração do que happy hours e “confras”. Mas você pode ir além: organize grupos de atividades “extracurriculares”, mas que de alguma forma estimulem o espírito de equipe e se relacionem com o ambiente de trabalho.
Ainda segundo o Portal ENDEAVOR, Alguns exemplos: clubes de leitura (para promover uma postura crítica e analítica); grupos de corrida ou de exercício coletivo (para estimular o desejo de se superar obstáculos); grupos de auxílio a entidades carentes ou de reciclagem (para incentivar a colaboração e o pensamento sustentável e social). O ideal é procurar atividades que tenham a ver com a cultura empresarial, tais como:
Organize palestras motivacionais: em momentos importantes da sua empresa – como uma eventual fusão, uma ampliação significativa ou até mesmo no início de ano – considere realizar eventos como palestras motivacionais. Isso pode dar aquela força de que você precisa para conectar sua equipe a estes novos cenários.
Institua benefícios diferentes: além de vale alimentação, vale transporte, a oferta de alguns benefícios pode ser uma importante prática de endomarketing da sua empresa. Home office, vale-academia (ou convênio com alguma próxima ao local de trabalho), horário flexível e espaço para pets ou crianças pequenas; estas são apenas algumas ideias que podem ser colocadas em prática. No final, a iniciativa estimula a qualidade de vida e proporciona flexibilidade na vida pessoal. E isso pode fazer toda a diferença na forma como seus funcionários veem sua empresa.
Para Kotler (2012, p.21), “O marketing não é mais a responsabilidade de um único departamento – é o compromisso assumido por toda empresa que impulsiona sua visão, sua missão e seu planejamento estratégico”.
Portanto, para que uma empresa obtenha níveis elevados de satisfação de seus clientes externos, primeiramente deve potencializar seus clientes internos aplicando o endomarketing de forma eficiente, afim de que todos os colaboradores desempenhem suas atividades de forma satisfatória e motivada. Transmitindo aos clientes externos valores de satisfação e qualidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das mudanças mercadológicas as organizações buscam constantemente ferramentas para atingir um diferencial competitivo, como foi o caso do surgimento das estratégias de marketing e, sobretudo voltar o olhar organizacional para o cliente, a partir ênfase no tratamento junto ao público interno. Desta forma, serviço prestado terá uma garantia de satisfação das necessidades dos pacientes-clientes.
Este trabalho procurou demonstrar uma breve atualização e aplicação de uma nova concepção de marketing no âmbito hospitalar, voltado aos valores de satisfação e qualidade no serviço, que para atender satisfatoriamente o cliente externo é necessário aperfeiçoar o trabalho do público interno para aprimorar a experiência com o cliente externo.
Com esse artigo, portanto, buscou-se destacar essa temática, ainda pouco abordada na gestão hospitalar e essencial para atingir níveis elevados de satisfação do públicointerno e externo e sua aplicabilidade consequentementeatinge níveis elevados de eficiência.
Por fim, será preciso desenvolver maiores estudos sobre esse enfoque, pois poderão contribuir para o aumento da qualidade e ampliação do poder de competitividade hospitalar no contexto profissional e mercadológico, incluindo o marketing de experiência com ênfase no endomarketingcomo ferramenta para seu diferencial competitivo.
5. REFERÊNCIAS
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
BORBA, Valdir. O marketing hospitalar: instrumentação estratégias-casos práticos. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1989.
BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing de A a Z: como alinhar o pensamento das pessoas à estratégia da empresa. São Paulo: Integrare Editora, 1994.
Endomarketing. Portal ENDEAVORde Apoio ao Empreendedor e ao Empreendedorismo. Disponível em: https://endeavor.org.br/endomarketing/. Acesso em 22 de março de 2016.
KOTLER, Philip. Administração de marketing/ Philip Kotler, Kevin Lane Keller; tradução Sônia Midori Yamamoto; revisão técnica Edson Crescitelli. – 14. Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,2012.
KUAZAQUI, Edmir. TANAKA. Luiz carlos. Marketing e gestão estratégica de serviços de saúde. São Paulo: Thomson Learning, 2008.
LAS CASAS, Alexandre Luizzi. Marketing de serviços. – 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2002.
_______. Administração de marketing: conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira – 1.ed.-6.reimpr. São Paulo: Atlas,2012.
LAKATOS, E. Maria; MARCONI, M. de Andrade. Fundamentos de metodologia científica: Técnicas de pesquisa. 7 ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
LIMEIRA, Tânia M. V. In: Dias, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva 2003.
O que é Acreditação. Portal Organização nacional de saúde Disponível em: https://www.ona.org.br/Pagina/27/O-que-e-Acreditacao.acesso em: 16/04/2016 às 14:00.
NASCIMENTO, Augusto. ROBERT Lauterborn. Os 4 Es de Marketing e Branding. - ELSEVIER - CAMPUS .1990.
SERRANO, Daniel. Os 4C’s do marketing. Disponívelem: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/4_Cs_do_Marketing.htm. Acesso em 20 de Abril de 2016.
ZEITHAML, Valerie A.; BITNER, Mary Jo.Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente.2ª Ed. Porto alegre: Bookman, 2003.
O marketing no setor hospitalar é uma ferramenta essencial para um melhor funcionamento da empresa de saúde. A este cabe um papel estratégico de levantamento de informações sobre o mercado para maiores oportunidades de crescimento, conhecimento da concorrência, entendimento do consumidor e um diferencial competitivo, como também a criação e definição de estratégias junto à alta gestão do hospital e integração com outras áreas chaves da instituição. E, por último, como promovedor de bem-estar e saúde ao paciente. Mas devido às definições errôneas sobre a área e a falta de indicadores de desempenho da ferramenta de marketing, ainda há muitas dificuldades de implantação de programas de marketing no setor de saúde.
Ciências sociais
apel das Ciências Sociais neste contexto se reveste de fundamental importância para preparar os profissionais da Estratégia da Saúde da Família, para que venham a olhar o homem/cidadão enquanto sujeito social e não enquanto um ser doente, visto como um objeto.
A institucionalização das Ciências Sociais na formação de profissionais de saúde, em especial aqui da Estratégia Saúde da Família, se constitui numa política não de governo, mas de Estado.
Neste contexto, podemos perceber que as estruturas curriculares dos cursos de pós-graduação na área da Estratégia Saúde da Família, não contribuem para a institucionalização das Ciências Sociais.
O profissional de saúde além de ser um portador de várias competências, tem que estar comprometido com uma visão mais crítica a respeito do seu trabalho, transformando os simples problemas de saúde até os mais complexos em questões sociais, não apenas ligadas no âmbito de atuação a frente do sistema de saúde na qual está inserido.
Neste contexto, os serviços de saúde devem ter como eixo norteador a humanização e os aspectos subjetivos da condição humana, pois a interação entre os aspectos técnico-científicos e os afetivos, sociais e culturais na relação entre o profissional de saúde e o usuário do sistema garantem um grau de eficiência e eficácia ao sistema público de saúde.
As Ciências Sociais na América Latina marcaram-se pela tradição humanística européia. As orientações filosófica e teórica foram dominantes nas Ciências Sociais, em contraste com as orientações positiva e empírica que dominaram o pensamento médico e a pesquisa em saúde.
Desta forma, talvez o objetivo mais clássico com a inserção das Ciências Sociais na área da saúde foi o de buscar conhecer uma nova realidade do fenômeno saúde-doença, ou também explicar de forma sociológica uma dada situação epidemiológica.
Buscando a história da saúde, podemos perceber que desde a Antiguidade, já se apontavam relações entre as condições de vida e trabalho da população e a sua saúde. No final do século XIX, com o desenvolvimento da bacteriologia, da farmacologia etc., afastou-se as explicações sociais dos estudos sobre o fenômeno saúde-doença, chegando desta forma, a um rompimento entre as Ciências Humanas e Sociais e as Ciências da Natureza. (MARSIGLIA et al., 2003).
Após a Primeira Guerra Mundial, as informações de caráter sócio-econômico passaram novamente a serem consideradas fatores de risco para a saúde da população. As Ciências Sociais neste contexto, assumem um papel importante diante de sua capacidade crítica e utilização de conceitos que alargam o entendimento sobre saúde.
Segundo Marsiglia, et al. (idem, p. 276) no Brasil a partir dos anos 40, elas passaram a ser introduzidas nos cursos de higiene e saúde pública, já na segunda metade da década de 60, passaram a fazer parte do ensino nos cursos da área da saúde, sob a denominação de ciências da conduta ou ciências sociais aplicadas, sob influência do modelo estadunidense. Influenciados pelas Ciências Sociais norte-americanas que incentivaram a introdução gradual das Ciências Sociais, como uma forma de resolver os vários dilemas oriundos da prática individualista e clínica até então adotada.
Projetos reformistas como o da medicina comunitária provocaram efeitos, favorecendo a introdução das Ciências Sociais na arena médica. (CANESQUI, 2007, 11). No início da década de 70, as ciências da conduta sofreram criticas no sentido de serem consideradas como inadequadas para a explicação dos processos sociais, da situação e das políticas de saúde, temas que necessitavam de uma análise da questão estrutural social e das sociedades capitalistas.
Já na década de 80, na subárea das Ciências Sociais em Saúde aumentou o interesse por trabalhos e conceitos oriundos de autores da Ciência Política. Nos anos90, aAntropologia, bem como a Psicologia Social passaram a ter um maior destaque na subárea das Ciências Sociais em Saúde.
A individualização e a mercantilização do setor de saúde provocado pela onda neoliberal, onde o lucro e as conquistas individuais estão em constante movimento, está direcionando o ser humano para um viver social cada vez mais orientado pelo individualismo econômico, descaracterizando os princípios humanísticos necessários nas relações sociais, neste contexto, estão inseridos os profissionais de saúde e a sua formação, que está cada vez mais voltada para o mercado e o sucesso profissional, colocando em segundo plano o caráter humanístico que a saúde deve utilizar como alicerce.
 necessário neste sentido, desenvolver projetos contra-hegemônicos capazes de gerar uma nova forma de pensar a formação em saúde, entendendo que o ator/sujeito necessita transpor barreiras conservadoras que entendem o ensino de uma forma tradicional, alheio a fatores sociais e políticos em que a vida social e o processo educacional estão inseridos.
As Ciências Sociais com seu referencial teórico-metodológico tem importante papel no diagnóstico da formação profissional em saúde e na explicação social da doença,e podem de várias formas, contribuírem para um novo entendimento de formação profissional no campo da saúde coletiva, campo este, em que a Estratégia Saúde da Família está inserida
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação das estruturas curriculares para formação de profissionais de saúde, especialmente no campo da Saúde Coletiva, onde a Estratégia Saúde da Família está inserida, se constitui numa política fundamental para a reorganização da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde.
Neste contexto, está inserido as Ciências Sociais e o longo caminho que esta deverá percorrer para se institucionalizar de forma efetiva na formação de profissionais de saúde no âmbito dessa estratégia de atenção.
A visão da realidade social em que esta ciência leve enxerga, irá contribuir de várias formas para a formação do profissional de saúde, dando a ele uma visão mais humanística da realidade social, “confrontando” assim, com o caráter “tecnicista e biomédico” em que as estruturas curriculares dos cursos da área da saúde estão montadas.
Essa postura reacionária das instituições na montagem de estruturas curriculares no campo da formação em saúde, em nada contribui para o entendimento que a saúde vai além de questões ligadas a doença, ela perpassa pela consciência e leitura das questões sociais em que o ator/cidadão está inserido.
Temos que pensar em que direção queremos caminhar na formação desses profissionais, na direção do tradicional ou na direção do inovador, adequado as novas realidades sociais, econômicas e políticas em que vivemos.
A manifestação da institucionalização das Ciências Sociais na formação de profissionais de saúde, vai além das questões de governo, tendo que ser encarada como uma questão de Estado, esse é o caminho.
A via das Ciências da Conduta ou da investigação epidemiológica, que acompanhavam, respectivamente, a Medicina Integral e a Medicina Preventiva, descentravam o enfoque estritamente biológico do processo saúde-doença. Incorporaram a complexidade bio-psico-social do indivíduo e sua inclusão nas relações familiares (na Medicina Integral). Por sua vez, o processo saúde-doença no seu campo ecológico e social, detectado através de uma história natural (na Medicina Preventiva), passou a ser analisado através de suas dimensões sociais e culturais, ainda que a partir de concepções restritas. Esses modelos seriam substituídos, no decorrer da década de 70, por outras propostas de reforma médica (Medicina Comunitária) e pelo esboço de um projeto oriundo do movimento sanitário brasileiro. No plano do conhecimento, recusando os pressupostos das Ciências da Conduta, desenvolviam-se análises totalizantes, tomando como objeto as relações entre a prática médica, a estrutura e a dinâmica da sociedade capitalista e periférica; a natureza da intervenção do Estado na política de saúde; o trabalho e as instituições médicas; a determinação social do processo saúde-doença; incluindo especialmente as contribuições da Sociologia e da Economia Política.
A maior expansão do ensino das Ciências Sociais e Saúde é tributária da Reforma Universitária de 1968, mediante as exigências do currículo mínimo de Medicina, que previa a incorporação de conteúdos referentes à organização da prática médica e da administração dos serviços de saúde. Esta reforma reorganizou as instituições universitárias, instituindo os departamentos e rompendo com a estrutura das cátedras, além de ter propiciado a expansão das escolas médicas.
A inclusão das Ciências Sociais no ensino e na pesquisa do campo da saúde beneficiou-se também da expansão das políticas de pós-graduação e de ciência e tecnologia, assim como dos movimentos de reativação da Saúde Pública e de reformulações na política de saúde sob a égide do Estado, cujo padrão tradicional (centralizado, privatista, hospitalocêntrico, dicotomizado entre ações preventivas e curativas, fragmentado institucionalmente) começava a se esgotar.
A institucionalização da Saúde Pública no país abrira, por sua vez, seus saberes e práticas a uma interlocução mais estreita com as Ciências Sociais, ainda que dentro de expectativas bastante instrumentais e de certa forma conflitantes com sua vertente mais crítica.
Cabe mencionar também as influências internacionais que, em diferentes momentos, contribuíram para a redefinição dos saberes e das práticas biomédicas e sanitárias. De um modo geral, os modelos de ensino e pesquisa em Ciências Sociais difundidos por alguns organismos internacionais se revelavam distanciados dos parâmetros críticos sobre o desempenho da Medicina no modo de produção capitalista, em suas dimensões econômicas, políticas e ideológicas, bem como entre saúde e sociedade, esboçados na constituição da Sociologia da Saúde ou da Medicina Social, desenvolvidas no Brasil, desde a primeira metade da década de 70, e que mereceram apoios da Organização Panamericana da Saúde e da Fundação Kellog.
O processo de institucionalização das Ciências Sociais e Saúde sofreu ainda a força das injunções de natureza político-ideológica e dos vários interesses envolvidos nas idéias e saberes por elas produzidos. No âmbito da Saúde Coletiva a interlocução com as Ciências Sociais tem sido permanente e interessada. O recurso aos seus conhecimentos permeia os campos disciplinares do Planejamento e da Gestão dos Serviços de Saúde, da Epidemiologia, da Saúde Ambiental e do Trabalho.
Com componente do processo de institucionalização agrega-se as diferentes características e capacidades institucionais e dos intelectuais inscritos na produção do conhecimento e no ensino. É a partir deste quadro que efetuamos um balanço da inserção das Ciências Sociais no ensino e na pesquisa, onde mais visivelmente elas se institucionalizaram no campo da saúde e, particularmente, no âmbito da Saúde Coletiva, sendo residual seu papel junto às instituições prestadoras de serviços de saúde.
Não se pode negar os esforços envidados no âmbito da Epidemiologia na incorporação do social, como campo estruturado (Donnangelo, 1983). Na década de 80, Possas procurou construir novos padrões de determinação (causalidade) das doenças, através das "formas concretas de inserção sócio-econômica (condição de trabalho e condições de vida) da população, relevantes para explicar a sua distribuição entre os riscos de morbi-mortalidade a que está exposta" (Possas, 1989:192), configurando padrões epidemiológicos no plano das coletividades.
A resolução, pela via da determinação, da relação entre o biológico e o social, ainda não foi estabelecida no âmbito da Epidemiologia, sugerindo-se ser este um falso problema à medida que essa disciplina enfrenta o desafio de integrar o individual e o coletivo (Almeida Filho, 1992). Aparentemente, diminuiu o interesse dos epidemiólogos pelas análises oriundas da Epidemiologia Social, aproximando-se atualmente esta disciplina das práticas instrumentais. Outras vertentes têm-se valido do concurso das Ciências Sociais, abrindo possibilidades analíticas mediante a recuperação da noção de espaço organizado, para além da dicotomia entre natureza e sociedade (Stotz, 1995), e retomando uma natureza socialmente produzida ou construída. As análises desta natureza (Silva, 1985) se voltaram para o conhecimento dos processos endêmicos e suas relações com o espaço socialmente organizado e, portanto, desnaturalizado, trazendo contribuições inovadoras à Epidemiologia.
A Epidemiologia se mantém no esforço de reconstrução do seu objeto e expansão de suas estratégias de pesquisa. Neste sentido, Almeida Filho (1992) procurou introduzir a contextualização, a incerteza, a intersubjetividade do processo saúde-doença e do próprio risco, na sua concretude, na disciplina, no sentido de uma Epidemiologia sócio-cultural, capaz de assimilar a dimensão simbólica (cultural). Os empreendimentos neste sentido são bastante incipientes no Brasil, ainda que pela via da conjugação das abordagens qualitativa e quantitativa, enquanto fases seqüenciais de um mesmo processo de investigação (Minayo & Sanches, 1993), buscando a complementaridade entre estas duasabordagens. Apesar dos obstáculos epistemológicos e da tensão entre objetivismo/subjetivismo, seus proponentes vislumbram a possibilidade de combinar métodos, sempre que o objeto de pesquisa assim o reclame.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Maria de Fátima Santos de; LIMA, Gilvânia Dias de. A Estratégia Saúde da Família dentro do Sistema Único de Saúde. Revista Eletrônica de Ciências Sociais – CAOS, n°. 14, set. 2009, p. 30-40. Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/caos/n14/DOSSIE%20SA%C3%9ADE_TEXTO>. Acesso em 27/04/2012.
BAZON, Fernanda Vilhena Mafra; CAMPANELLI, Eloísa Amicucci; BLASCOVI-ASSIS, Silvana Maria. A importância da humanização profissional no diagnóstico das deficiências. Psicol. teor. prat. [on line]. Dez. 2004, vol. 6, nº 2. Disponível em: <http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S1516-36872004000200008&Ing=pt&nrm=iso>. Acesso em 11 de março de 2010, p. 89-99.
A unidade, adequou seu ambiente físico, seus protocolos e capacitou a equipe para que conforme os protocolos e fluxos enviados pela Vigilância Epidemiológica, o melhor atendimento fosse referenciado.
ntrodução
22 Esses artefatos podem ser produzidos, por exemplo, pelo tempo que leva da contaminação ao diagnóstico. Estudos indicam que o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é de cinco dias (IC95% 4.2, 6.0).23 O tempo entre o início dos sintomas e a busca por atendimento de saúde, por exemplo, pode variar a depender da capacidade do sistema de saúde e da sensibilidade da população em procurar auxílio profissional. O mesmo pode ocorrer com o tempo decorrido entre a notificação de um caso suspeito e o resultado dos exames para confirmação ou exclusão do diagnóstico. Essa lacuna entre o tempo de contaminação e a confirmação do diagnóstico podem gerar o subdiagnóstico dos casos atuais. Abordagens de nowcasting, ou “predição do presente”, tentam estimar o número de um dado acontecimento no presente.14,22,24,25 Essa estratégia tem sido utilizada para melhorar a vigilância de doenças infecciosas como aids,26,27 cólera,28,29 infecções por influenza22,30,31 e, mais recentemente, COVID-19.22,24,25,28,30,32–35 As técnicas de nowcasting, em geral, utilizam predições de séries temporais.30,32,36–38 Recentes avanços nas técnicas de machine learning oferecem oportunidades para refinar o nowcasting do comportamento de epidemias.21 O principal objetivo das técnicas de machine learning é produzir um modelo que possa ser usado para classificar, prever ou estimar um fenômeno. Essa abordagem tem se mostrado útil, em diversas aplicações na pesquisa biomédica,39–52 inclusive em relação à COVID-19.53–55 Em Florianópolis, por exemplo, estudo11 realizado no início de junho de 2020 indicou 37.29% de subdiagnóstico nos 45 dias que antecederam a pesquisa. Se analisados apenas os seis dias que antecederam a pesquisa o subdiagnóstico foi de 81.73%. Esse subdiagnóstico refere apenas ao artefato produzido entre a notificação e o resultado de exames, uma vez que o estudo analisa a probabilidade de um caso já notificado, mas que ainda não possuí resultado de exame, ser positivo ou negativo.11 Modelos utilizados para projetar séries temporais como modelos de média móvel integrada autoregressiva (ARIMA) e modelos de suavização exponencial também têm sido utilizado para analises temporais da incidência e da mortalidade da COVID-19.56 A aplicação de técnicas de nowcasting permitem a incorporação de dados em estimadores estatísticos, como o número de reprodução dependente do tempo (Rt), minimizando os artefatos anteriormente discutidos. O Rt têm sido adaptados a partir de premissas bastante gerais a respeito da dinâmica de epidemias,57-59 oferecendo uma contribuição importante para o monitoramento dos esforços de controle.60 O Rt representa o número médio de casos secundários que surgiriam de um caso primário infectado no tempo t se as condições permanecerem as mesmas após o tempo t.57 Esse valor muda com as intervenções e com o avançar de uma epidemia. Surtos com Rt constantemente abaixo do valor um tendem a desaparecer. Se o Rt se mantiver acima de um, o surto tenderá a se manter.17 Por isso, as intervenções de controle visam, em geral, à manutenção sustentada do Rt em valores inferiores a um.61 Desta forma, o acompanhamento do Rt pode auxiliar a tomada de decisão governamental e da população, auxiliando no enfrentamento da COVID-19. O Rt pode ser utilizado, ainda, em modelo compartimentais, para a projeção do número de pessoas infectantes, número de óbitos e número leitos de UTI necessários em uma epidemia. Essas projeções podem ser utilizadas de forma a criar cenários para auxiliar na tomada de decisão. O modelo compartimental SIR (Suscetível-Infectado-Removido), desenvolvido por Ronald Ross, William Hamer e outros62 no início do século XX, consistem em um sistema de três equações diferenciais não lineares, que não possuem uma solução explícita. Assim, os modelos compartimentais tentam reproduzir a dinâmica da doença, buscando estimar quantas pessoas passam de um compartimento ao outro e quantas estão em cada compartimento em um dado período. Trabalhos recentes63,64 utilizam modelos com outros compartimentos como o SEIHRD (Suscetível-Exposto-Infectado-Hospitalizado-Recuperado-Óbitos) para analisar a COVID-19. Compreende-se como suscetível todo aquele que ainda pode ser infectado; expostos são as pessoas contaminadas, mas que ainda não transmitem o patógeno; infectantes são os que foram contaminados e transmitem o patógeno; hospitalizados são as pessoas que encontram-se internadas; recuperados são todas as pessoas que foram infectadas, passaram pelo estágio infectante e não foram a óbito; e óbito são todas as pessoas contaminadas que forma a óbito.
Os cenários para auxiliar a tomada de decisão utilizam nowcasting de dados, para o cálculo do Rt e o Rt para estimar a projeção de suscetíveis, expostos, infectados, hospitalizados, recuperados e óbitos no município, conforme explicado nos métodos à seguir.
Método
Para a elaboração de cenários, realiza-se, inicialmente, o nowcasting do número de pessoas novas infectadas por dia. Estes dados nowcasteados são utilizados para o cálculo do IC2,5%, da média e IC97,5% do Rt. Estes valores são utilizados para alimentar o modelo SEIHRD, produzindo os cenários 1, 2 e 3, respectivamente, do número de suscetíveis, expostos, infectantes, hospitalizados em UTI, recuperados e óbitos.
Método
Para a elaboração de cenários, realiza-se, inicialmente, o nowcasting do número de pessoas novas infectadas por dia. Estes dados nowcasteados são utilizados para o cálculo do IC2,5%, da média e IC97,5% do Rt. Estes valores são utilizados para alimentar o modelo SEIHRD, produzindo os cenários 1, 2 e 3, respectivamente, do número de suscetíveis, expostos, infectantes, hospitalizados em UTI, recuperados e óbitos.
Diante desta situação e da já identificada circulação de outros vírus respiratórios em nosso meio neste momento, há necessidade de intensificação da pronta identificação dos pacientes sintomáticos e manejo adequado dos casos. Diferente dos influenza, não há medicamento específico para o tratamento do COVID-19. Medidas de suporte devem ser implementadas conforme avaliação clínica e a prioridade deve ser a identificação de sinais de gravidade ou fatores de risco de complicação, que devem ser pesquisados e registrados adequadamente no prontuário do paciente. Em caso de suspeita de Influenza, não retardar o início do tratamento com fosfato de oseltamivir
Figura 1: Organização do Atendimento *a critério médico, afastar por 7 dias após o início dos sintomas e reavaliar a necessidade de complementação conforme permanência dos sintomas. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE INFECÇÃO POR COVID-19 VIAJANTE: Pessoa que apresente febre** E + 1 dos seguintes: tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação < 95%, cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispnéia) e tenha, nos últimos 14 dias,

Outros materiais