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O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONTEXTO DO TRABALHO EM EQUIPE NAS ESCOLAS (2)

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O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O
CONTEXTO DO TRABALHO EM EQUIPE NAS
ESCOLAS
John Leno Fernandes Moraes
RESUMO.
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
A Educação Física sempre fez parte do cotidiano das pessoas, mesmo que de forma
indireta. Desde a pré-história o homem depende do movimento, do ato físico. Sua força,
resistência e velocidade que garantiam sua sobrevivência. Quando nômades realizavam longas
caminhadas em busca de alimentos e, durante estas jornadas corriam, saltavam, lutavam e
nadavam. Com a sedentarização, o homem passou a dominar novas técnicas ainda que
rudimentares de agricultura e domesticação de animais. Mas o importante é salientar que em
ambos os momentos, foi necessário o aprimoramento de habilidades físicas no
desenvolvimento dos gestos e da construção de ferramentas que possibilitassem maior
sucesso garantindo a sobrevivência (OLIVEIRA, 2008).
O mesmo autor relata ainda que muitos povos já praticavam a Educação Física e
discutiam seus pressupostos. Para algumas civilizações antigas, as atividades tinham caráter
terapêutico, esportivo, educacional, religioso ou para a guerra. De acordo com Gonçalves et al
(2002), todas as atividades corporais como saltar, pular, jogar, foram construídas em
determinadas épocas históricas em resposta a determinados estímulos, desafios ou
necessidades humanas.
Para sobreviver e garantir sua subsistência, o homem estava constantemente
exercitando-se. Com isso, aprendeu naturalmente a caçar, pescar, nadar, construir,
lutar, defender-se - exercícios úteis que lhe permitiam satisfazer as suas principais
necessidades, impostas na sua relação com a natureza e com os outros homens.
(GONÇALVES et al, 2002, p.1).
Segundo Gonçalves (1997), a Educação Física ao longo dos anos assumiu diferentes
papéis e diversos significados, conforme o momento histórico, e na maioria das vezes foi
utilizada como instrumento do poder para veiculação da ideologia dominante e preservação
do status que. De acordo com Castelani Filho (1988), os primeiros estímulos para a
constituição da Educação Física brasileira partiram da França através da ginástica. Moraes e
Toledo (2009, p. 71) descrevem que: “[...] a Educação Física sofreu e sofre influência da
ginástica alemã, francesa e sueca, com influência positivista; do militarismo, com a imposição
por autoritarismo e promoção de corpos viris e do desportismo, na defesa e honra a pátria
amada”.
No Brasil, a história da Educação Física se iguala ao seu descobrimento em 1.500,
onde houve certamente a primeira aula de ginástica e recreação, sendo relatada pelo escrivão
Pero Vaz de Caminha que em uma carta enviada para a coroa portuguesa descreve que os
indígenas ao som de uma gaita dançavam, saltavam e giravam alegremente, enfim praticavam
atividades físicas de forma natural e ao mesmo tempo utilitária (SOARES, 2012).
Estas atividades desenvolvidas pelos indígenas eram essencialmente naturais e
tinham o intuito não só de divertimento como também o de garantir a sua sobrevivência, uma
vez que suas habilidades corporais os auxiliavam a superar grandes obstáculos e ao mesmo
tempo, buscava-se garantir a disseminação de “costumes, cantos, danças, rituais de adoração e,
sobretudo, o uso da linguagem, que se constitui o principal instrumento educativo, de
comunicação e” de transmissão da cultura.
Aguiar e Frota (2002, p. 2) relatam que;
Nos povos primitivos a educação era essencialmente natural e predominavam as
atividades vitais à sobrevivência, englobando tanto o aspecto imitativo e coo
participativo quanto o aspecto lúdico. O seu cotidiano caracterizava-se por uma
exercitação intensa que marcavam de forma decisiva a vivência de movimentos
corporais diversificados e necessários à superação dos obstáculos presentes na vida
diária.
A Educação Física desde o descobrimento do Brasil sempre foi de suma relevância e,
ao longo de nossa história sempre ocupou um lugar de destaque, no entanto, foi somente a
partir da reforma de Couto Ferraz e após Rui Barbosa ditar seu parecer acerca do ensino no
Brasil é que a Educação Física ainda intitulada de ginástica passou a ser encarada não
somente como uma atividade de cunho lúdico, mas como disciplina fundamental no
desenvolvimento dos brasileiros, surgindo a partir deste ponto a Educação Física Escolar.
De acordo com Soares (2012, p. 3),
No Período que compreende o pós 2ª Guerra Mundial, até meados da década de
1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura brasileira), a
Educação Física nas escolas mantinham o caráter ginástico e calistênico do Brasil
república [...] Com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos militares, ocorreu
um crescimento abrupto do sistema educacional, onde o governo planejou usar as
escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar.
O governo era um grande investidor para a prática de Educação Física nas escolas
públicas e privadas do país, pois este acreditava que está prática era um sustentáculo
ideológico, uma vez, que a partir do Darido e Rangel (2005) êxito em competições esportivas
de alto nível suprimiam-se as críticas internas e deixava-se transparecer um clima de
prosperidade e desenvolvimento. Fortalece-se então a ideia do esportivismo, no qual o
rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na
Educação Física escolar.
A relevância da Educação Física Escolar é de fato irrefragável em decorrência de sua
concepção pedagógica focada em realizar a interação e a inclusão no âmbito social dos
envolvidos e, com a formulação e reformulação dos PCNs sua relevância foi exasperada, uma
vez que se deu uma ênfase maior a sua disparidade dimensional de conteúdo.
É importante que a partir da Educação Física a criança conheça os valores que
englobam o esporte, estabeleça hábitos de vida saudável e adquira outros conhecimentos
relacionados com as distintas áreas de educação. (SÁNCHES, 2011).
Em 1996, com a reformulação dos PCNs, é ressaltada a importância da articulação da
Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como relacionar-se
nesse saber (Brasil, 1997). De forma geral, os PCNs trazem as diferentes dimensões dos
conteúdos e propõe um relacionamento com grandes problemas da sociedade brasileira, sem,
no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal.
Os PCNs buscam a contextualização dos conteúdos da Educação Física com a
sociedade a qual estamos inseridos, devendo a Educação Física ser trabalhada de forma
interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, favorecendo o
desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia.
Em síntese, o que se afirma é, que a amplitude da Educação Física no âmbito escolar
foi em decorrência de mudanças respeitáveis no plano político-social “e que atualmente é
vista como um elemento essencial para a formação do cidadão Brasileiro” fato este reforçado
pela Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
(BRASIL, 2003).
2.1 PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO AMBIENTE ESCOLAR
A Educação Física escolar deve proporcionar a todos os alunos situações para que
desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu
melhoramento como seres humanos. (BRASIL, 1997). Para que isso aconteça os alunos
devem compreenderem a importância da educação física, através de conteúdos claros e
objetivos, com aulas dinâmicas e estimulantes para que consigam atentar para os objetivos da
prática esportiva na educação física e consequentemente possam absorver seus conteúdos.
Os conteúdos por sua vez, precisam ter uma complexidade crescente a cada série
acompanhando o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, nesse sentido precisa existir
uma relação entre teoria e prática na metodologia de ensino utilizada pelo professor. Podemos
ressaltar que as aulas de educação físicas não podem ser focadas somente na prática de
atividades ou mesmocomo forma de competição, é necessário transmitir aos alunos o porquê
de estarem realizando tais atividades, permitindo que compreendam seu real objetivo.
Para Freire (2005) a educação física deve atuar como qualquer outra disciplina da
escola, desenvolvendo as habilidades motoras, mas sempre tendo a consciência de quais serão
as consequências disso do ponto de vista cognitivo, social e afetivo.
E, é importante ressaltar que os professores de Educação Física têm importante papel
no processo de aprendizagem dos alunos e no desenvolvimento do trabalho em equipe. O
mesmo é considerado como um mediador entre o aluno e o mundo, estimulando e
proporcionando avanços no desenvolvimento do educando. Assim, o aluno passa a ser, não
somente um sujeito que aprende, mas aquele que aprende em contato com os demais, com a
sociedade. Os procedimentos pedagógicos, portanto, passam a ser essenciais na aprendizagem
e na transmissão dos conhecimentos.
A prática da educação física escolar proporciona não apenas desenvolvimento
relacionado ao corpo, mas também auxilia no processo de aprendizagem por meio de jogos e
brincadeiras, e auxilia na transmissão de valores e conceitos, contribuindo para a convivência
em grupos.
Assim, observa-se que o professor desta disciplina age como um mediador entre o
conhecimento e as reflexões, estimulando os alunos a repensarem no significado dos
movimentos. O processo de ensino aprendizagem que utiliza a diversidade nas metodologias
proporciona um conhecimento mais significativo (NUNES, 2010).
O professor por sua vez, deve inovar e diversificar o ensino realizado em sala de aula,
pois a área de educação física é bastante ampla, podendo ser trabalhada com diversas
atividades como; jogos, danças, gincanas, dinâmicas em grupo, leitura de textos e etc. além
disso é também papel do professor transmitir valores, normas, regras padrões de
comportamento para se viver em sociedade.
De acordo com Kunz (2004) o professor deve:
[...] promover o “agir comunicativo” entre seus alunos, possibilitado pelo uso da
linguagem, para expressar entendimentos do mundo social, subjetivo e objetivo, da
interação para que todos possam participar em todas as instâncias de decisão, na
formulação de interesses e preferências, e agir de acordo com as situações e as
condições do grupo em que está inserido e do trabalho no esforço de conhecer,
desenvolver e apropriar-se de cultura.
Desta forma o professor se torna um mediador entre o aluno e o conhecimento a ser
adquirido, pois é de responsabilidade do professor o que ensinar, quando ensinar e como
ensinar, baseando-se primeiramente na adequação da atividade para o aluno e não na
adequação da atividade para um determinado grupo. Sendo que é necessário que o professor
crie melhores mecanismos que instiguem os alunos a sempre participarem deste momento tão
primordial dentro do ambiente educacional.
3. O TRABALHO EM EQUIPE NA ESCOLA
O ambiente escolar deve ser um lugar onde o trabalho em equipe deve colaborar no
desenvolvimento dos educandos no processo de aprendizagem, pois, tal atitude também pode
ser estimulada as aulas de Educação Física, Alves (2011, p. 21) destaca que:
A Educação Física é uma disciplina educacional que trabalha além do físico, o
intelecto e as relações sociais e não deve somente restringir-se aos conteúdos ligados
à esportivização (iniciação e treinamento esportivo). Seus conteúdos devem atender
às necessidades da formação integral do cidadão e não mais trabalhar de forma
isolada, em que seu fim é sua simples prática, mas sim integrada à proposta de
formação.
A educação física pode se vincular aos projetos interdisciplinares e às disciplinas
científicas devido ao seu modo multidimensional. O seu ensino pode envolver conhecimentos
das mais diversas áreas, pois há um complexo de saberes e conteúdos com os quais a
disciplina atua (GONZÁLES; FRAGA, 2012).
Constata-se, portanto, que a sua prática é fundamental para os alunos, pois além de
proporcionar um melhor desenvolvimento físico, corporal, permite que os mesmos adquiram
conhecimentos e tenham resultados positivos no processo de aprendizagem, podendo estar
apto para viver em sociedade e assim, agir de forma coletiva, pois as atividades desenvolvidas
nas aulas de Educação Física, ajudam no desenvolvimento do trabalho em equipe.
É preciso, assim, que o professor de Educação Física estimule todas as habilidades
dos alunos por meio de atividades que possam ser eficazes a esse processo de
desenvolvimento do trabalho em equipe. Diante da importância que, a Educação Física
escolar tem no processo ensino aprendizagem.
A base para um ambiente propício no ensino e aprendizagem é o respeito e o trabalho
em equipe. O ambiente da sala de aula estará em harmonia se houver respeito de ambas as
partes, tanto do professor em relação ao aluno quanto do aluno em relação ao professor.
Vale ressaltar ainda a importância do trabalho coletivo para que haja socialização
entre os alunos. Eles precisam expressar suas ideias e saber ouvir, de maneira que venham a
respeitar as ideias dos demais colegas. Como educadores precisamos nos relacionar com o
aluno de maneira que possamos instigá-lo, fazendo-o pensar e desenvolver suas habilidades e
competências individuais, raciocinar sobre determinado assunto a partir do lançamento de
desafios, saber buscar informações e estimular a curiosidade pela busca do conhecimento.
REFERÊNCIAS
AMORIM, C.E.N. et ali. Razões e justificativas para o descrédito do professor e da
disciplina educação física em escolas estaduais. Estudo de caso, Revista Digital - Buenos
Aires - Ano 10 - N° 77 – 2004
BARBOSA, C. L. Educação Física Escolar da alienação à libertação. 1ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1997.
BETTI, M. Educação Física e Sociedade, São Paulo: Movimento, 1991.
BORGES, C. J. Educação Física para o Pré-Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 1987.
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CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta.
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