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Prof.ª Camila Priscila Abdias ESCOLA TECNICA POTIGUAR CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM PROCESSO TERAPÊUTICO NA CLÍNICA CIRÚRGICA, CENTRO CICÚRGICO E OBSTÉTRICO Objetivos de Aprendizagem: Reconhecer os cuidados com sondas, drenos e cateteres (sondagens). Identificar os tipos de sondas, drenos e cateteres. DRENO ❖ É definido como um material colocado no interior de uma ferida ou cavidade, visando permitir a saída de fluídos ou ar que estão ou podem estar ali presentes. Drenagem cirúrgica ❖É a técnica para remoção de coleção líquidas ou gasosas de uma cavidade por meio de uma simples abertura por meio da inserção de um dreno que assegure a saída dos fluidos. OBJETIVOS DOS DRENOS ❖ Permitem a saída de ar e secreções (sangue, soro, linfa e fluido intestinais); ❖ Evita infecções profundas nas incisões; ❖ São introduzidos quando existe ou se espera coleção anormal de secreção. EFEITO DO ACÚMULO DE LÍQUIDOS Pode: ❖ Meio de cultura; ❖ Aumenta pressão no local, interfere no fluxo local; ❖ Comprime áreas adjacentes; ❖ Causa irritação e necrose tecidual. ESCOLHA DO DRENO Sua escolha é realizada pelo médico, que: ❖ Avalia o tipo de líquido a ser drenado; ❖ Cavidade a ser colocada o dreno; ❖ O tempo de duração do dreno. LOCALIZAÇÃO DOS DRENOS ❖ Locais que não toleram o acúmulo de líquido; ❖ Regiões vascularizadas; ❖ Feridas infectadas; ❖ Regiões que sofreram grande perda do tecido superficial. Os Drenos são fixados na pele com: ❖ Linhas de sutura; ❖ Grampos de fixação; ❖ Alfinete de fixação. FIXAÇÃO ATENÇÃO Drenos atuam como corpo estranho: ▪Formam tecido de granulação à sua volta. ❖ A granulação auxilia na diminuição do risco de saída do drenos, que deve permanecer de 7 a 10 dias. ❖Saída precoce de um dreno pode causar extravasamento de secreção no tecido interno e externo. Serosa Sero - Hemática TIPOS DE DRENAGEM Hemática Piosanguinolenta CLASSIFICAÇÃO DOS DRENOS: Finalidade Terapêutica, paliativa, diagnóstica, profilática, monitorização, rota de acesso e/ou mista. Mecanismo Simples (passiva) ou sob pressão negativa/ aspiração (ativa). Sistema Aberto ou fechado. Local Torácico, abdominal, cervical entre outros. Plano Superficial ou profundo. Material Silicone, látex, PVC, entre outros. Duração Curta ou prolongada. Fonte: Moriya, 2011 ❖ Interior das feridas operatórias; ❖ Interior de deiscência operatória; ❖ Interior de feridas infectadas; ❖ Interior de abscessos; ❖ Interior de órgãos ocos. LOCALIZAÇÃO Quanto ao sistema de drenagem TIPOS DE DRENOS Drenos abertos: Eliminam secreções para dentro do curativo ou coletores específicos, normalmente são inseridos por meio de incisão cirúrgica. *Numeração de 1 à 4 ❖ Drenagem de sistema aberto. ❖ Frequentemente utilizado em feridas supurativas. ❖ Destaca-se por atóxico, adaptar-se bem às vísceras e ser fácil manipulação e remoção. Manipulação estéril: risco para infecção ✓“fita” de látex semelhante ao dedo de luva; ✓Tamanho variado; ✓Utilizado principalmente para secreções da cavidade abdominal em cirurgias contaminadas; DRENO PENROSE VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=E5LUX9BwHbY https://www.youtube.com/watch?v=E5LUX9BwHbY https://www.youtube.com/watch?v=E5LUX9BwHbY ❖ Possui formato laminar, paredes finas, é maleável, radiopaco e feito de látex ou silicone, estando disponível em diversos diâmetros. ✓ Por ser aberto, constitui porta de entrada para bactérias; ✓Deve-se realizar curativo, trocar bolsa coletora adesiva quando a drenagem é volumosa. ❖ Limpar a pele ao redor, com soro fisiológico. ❖ Limpar o dreno. ❖ Colocar uma gaze sob o dreno, isolando-o da pele. Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo-o Aplicar gaze e fechar com esparadrapo, deixando a gaze exposta para observação de drenagem. Técnica de limpeza do dreno da ferida: CURATIVO SECO Visualizar cor, aspecto, quantidade e odor. PORTOVAC ❖ É um sistema de drenagem fechado que utiliza de uma leve sucção (vácuo), apresentando um aspecto de sanfona. Consiste em manter a pressão dentro para facilitar a drenagem. ❖ É usada em cirurgias que se espera sangramento no pós-operatório, ou seja, secreção sanguinolenta. Pode ser usado em cirurgias ortopédicas, neurológicas e oncológicas. SISTEMAS FECHADOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O DRENO DE SUCÇÃO (PORTOVAC) 1- Feche a presilha (A) 2- Abra a tampa (B) 3- Esvazie todo o conteúdo do coletor (C) em um copo graduado em ml a cada 6 horas e anote o resultado 4- Aperte o coletor (C) e, com o coletor (C) apertado, feche a tampa (B) 5- Por fim, abra a presilha (A) VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=lL9G6dUXp2E Dreno Hemovac ❖ Observar funcionamento do dreno, anotar débito e a coloração da secreção drenada. ❖ Observar a extensão do dreno e evitar dobras e torções; ❖ Observar sinais de infecção em pele peridreno; ❖ Trocar diariamente o curativo do local de inserção do dreno; ❖ Manter o dreno com vácuo (sucção). CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O DRENO PORTOVAC/HEMOVAC Dreno com reservatório de Jackson-Pratt – DRENO JP ❖ Drenos com reservatório JP, que funciona com pressão negativa e diferencia-se do anterior por possuir a forma de uma pera. Indicação: cirurgias abdominais. ❖ Principal cuidado: manter vácuo, podendo acumular o que provocaria dor, desconforto, alteração de sinais vitais e outras. Como esvaziar o Bulbo ? ❖ Desconecte o plugue de drenagem do bulbo; ❖ Segure o bulbo virado para baixo sobre um recipiente de medição. Certifique-se de que o bulbo está abaixo do nível da incisão, ao fazer a drenagem, para impedir o refluxo da drenagem de volta para a incisão; ❖ Comprima o bulbo delicadamente até que esteja vazio. Certifique-se de que o bico do bulbo não está tocando no recipiente de medição; ❖Aperte o bulbo bem no centro para eliminar o ar. Quando o bulbo estiver desinflado, limpe o bico e o tampo com álcool e, então, coloque o tampo de volta no orifício do dreno. Segure o bulbo, comprimindo-o com uma mão, limpe o bico com álcool e tampe com a outra mão. FINALIDADES ❖Na presença de colapso pulmonar, quando por perfuração devido trauma, ou cirurgia, presença de ar, pus ou sangue, faz-se necessária drenagem para ré- expansão pulmonar. Dreno de tórax – Selo D ‘ água ❖Impedir a entrada de ar no sistema, pois causa atelectasia e compressão pulmonar, provocando dispneia e desconforto respiratório. ❖Certificar se não há escape de ar; ❖Manter o frasco coletor abaixo do nível do tórax, principalmente durante a deambulação; ❖Evitar quebrar, caso ocorra, deve imediatamente pinçar com os dedos a extensão entre o dreno e o frasco. Cuidados com o dreno de tórax – Selo D ‘ água CUIDADOS ❖ O dreno deve ser mantido mergulhado em solução estéril (selo d’água) contida no frasco coletor, no qual deve ser colocada uma fita adesiva em seu exterior, para marcar o volume drenado (coloração, viscosidade, aspecto) ❖ Observar a oscilação da coluna de líquido no interior do frasco, pois deve estar de acordo com os movimentos respiratórios ❖ Observar se a extremidade do tubo no interior do frasco ficou submersa cerca de 2cm abaixo do nível líquido mínimo obrigatório, e marcar na etiqueta do frasco coletor o nível líquido, a data e a hora da instalação do frasco coletor. CUIDADOS ❖ O selo d’água deve ser trocado a cada 24 h. ❖ Deve-se medir a quantidade de líquido existente no frasco e, caso seja maior que a quantidade anotada anteriormente, registrar a diferença de volume, bem como suas características. ❖ Antes da troca do selo deve-se pinçar o tubo de drenagem e certifica-se de estar bem preso. ❖ 250 ou 500 ml de soro fisiológico 0,9% ou água destilada. ❖ Lembrar de despinçar o sistema. DEMAIS CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Manter a permeabilidade, visando garantir uma drenagem eficiente; ❖ Realizar o adequado posicionamento do dreno; ❖ Evitar tração e posterior deslocamento; ❖ Realizar o curativo conforme necessário de acordo com a padronização da instituição hospitalar; ❖Jamais levanteo sistema de drenagem, acima da cintura sem antes grampear o sistema. Critérios para retirada do Dreno de Tórax Drenagem inferior a 100 mL/24 horas (adulto); Líquido seroso; Ausência de bolhas de ar; Melhora do padrão respiratório e da expansibilidade pulmonar. ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM ❖ Anote o local do dreno; ❖ Tipo de dreno; ❖ Tipo de secreção drenada; ❖ Volume de secreção drenada; ❖ Tipo de coletor; ❖ Se executar mobilização do dreno, descreva quanto e qual item da prescrição médica. EXEMPLO DE ANOTAÇÃO M.V.B Mantém dreno tubular em região de mastectomia esquerda com secreção sanguinolenta em dreno de sucção com sistema fechado, débito de 30 ml. Tec. Enf Sandra COREN 00000. Complicações dos drenos ❖ Reação tecidual; infecção e/ou contaminação da ferida operatória; ❖ Dor; retardo no retorno da funcionalidade; ❖ Retenção de corpo estranho; necrose tecidual; ❖ Herniação intestinal; hemorragia; ❖ Tempo de cicatrização prologando; prejuízo estético da cicatrização; ❖ Obstrução ou perda acidental do dreno; parte de fluídos, eletrólitos e proteínas; ❖ Migração do dreno; erosão ou perfuração de vísceras. ❖O acesso venoso periférico é a inserção de um cateter ou agulha em uma veia periférica do organismo, com a finalidade de coletar sangue para amostras laboratoriais ou infundir drogas ou soluções como: antibioticoterapia, hemoterapia, soluções isotônicas/ hipertônicas. ❖ São cateteres curtos. ❖Os dispositivos para o acesso venoso podem ser flexíveis o rígidos. Rígidos: Agulhas Cateteres agulhados Flexíveis: Cateteres sobre agulhas Complicações: ❖ Infiltração do subcutâneo; ❖ Hematomas no local; ❖ Trombose venosa e tromboflebites; ❖ Quebra do cateter durante a punção; ❖ Infecção; ❖ Flebite. CATETER VENOSO CENTRAL ❖ Na inserção de uma cateter na veia subclávia superficial, veia jugular externa, veias profundas, veia jugular interna e veia femoral. ❖ Sem condições de acesso reais de AVP; ❖ Monitorização hemodinâmica; ❖ Infusão continua; ❖ Soluções hipertônica ou irritante. CATETER CENTRAL INSERIDO PERIFERICAMENTE -PICC ❖Cateter Central de Inserção Periférica (PICC ou CCIP) CATETERES CENTRAIS DE LONGA PERMANÊNCIA Cateter Parcialmente Implantável Cateter venoso central tunelizado Broviac Cateter de Hickman Cateter de Groshong ❖ Região jugular externa, cefálica, axilar, jugular interna, subcutânea, safena e femoral. CATETERES CENTRAIS DE LONGA PERMANÊNCIA Cateter Totalmente Implantável CATETERES CENTRAIS DE LONGA PERMANÊNCIA Cateter Totalmente Implantável ❖O cateter é posicionado na junção da veia superior com átrio direito. ❖O port fica alojado no subcutâneo, na região peritoneal. ❖ pode ser implantado na artéria hepática, no espaço peritoneal ou epidural. ❖ Sonda Nasogástrica: Tem como finalidade lavar o estômago, fazer aspiração de secreções e sangue coletado e para alimentação artificial. ❖ Sonda nasoenteral: Tem como finalidade apenas a alimentação enteral. ESPARADRAPO TENSOPLAST NASO FIX VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=QwdqqoOdVcs https://www.youtube.com/watch?v=QwdqqoOdVcs OROENTERAL OROENTERAL NO NEONATO NASOENTERAL NEONATO OROENTERAL NEONATO FOLLEY NELATON ❖ Prestar atenção a tipo, cor, localização, volume e consistência de qualquer drenagem; ❖ As ordens médicas devem ser seguidas quanto à conexão, drenagem ou irrigação de cateteres ou drenos. a) A avaliação da criança poderá ser em intervalos de tempo maior, pois dificilmente ocorrerá alteração da frequência respiratória e/ou cardíaca. b) Após a colocação de drenos, a intervenção de enfermagem é especialmente dirigida para a manutenção da permeabilidade e esterilidade do circuito. c) Deve-se observar se a extremidade do tubo no interior do frasco ficou submersa cerca de 2cm abaixo do nível líquido mínimo obrigatório, e marcar na etiqueta do frasco coletor o nível líquido, a data e a hora da instalação do frasco coletor. d) O sistema coletor de drenagem pleural ou mediastinal é de uso único e descartável, ou seja, não deverá ser reutilizado. e) Após a retirada do dreno pelo Médico, é feito um curativo compressivo no local da incisão, para evitar que o ar entre na cavidade pleural por este orifício e para a prevenção de infecção. 1. A drenagem torácica geralmente é utilizada para aspirar ar ou líquido da cavidade pleural, sendo indicada nos casos de pneumotórax, derrame pleural. Sobre os cuidados que o enfermeiro deve ter com o dreno de tórax na criança, assinale a alternativa INCORRETA. 2. Um cliente que apresenta dreno pleural, no pós-operatório, necessita de cuidados específicos, sendo que um deles consiste em: a) manter o cliente com o dreno pleural clampeado a cada 6 horas por 30 minutos. b) solicitar ao cliente que evite tossir para impedir que eleve a pressão intrapleural e cesse a drenagem.. c) manter o frasco de drenagem em um nível inferior ao tórax do cliente. d) solicitar ao cliente que realize expiração forçada e prolongada durante a retirada do dreno pleural. 3. O uso de dreno cirúrgico de látex tipo Penrose facilita a saída para o exterior de líquidos, sangue ou secreções acumulados em uma cavidade. Considere as afirmativas abaixo relativas aos cuidados de enfermagem no pós-operatório em um paciente com dreno cirúrgico de látex. I. Deve-se realizar o adequado posicionamento do dreno, evitando que ocorra tração e posterior deslocamento. II. Deve-se realizar o curativo conforme a necessidade e rotina do serviço e com o material determinado para a prevenção de infecções. III. Deve-se controlar a drenagem, atentando para a quantidade e aspecto da secreção drenada. IV. Deve-se manter o dreno aberto no momento da transferência do paciente do leito para a maca ou vice-versa. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. 4. No transporte de um cliente com drenagem torácica, deve- se atentar para o seguinte cuidado: A) Monitorar sinais vitais. B) Elevar o tórax do paciente. C) Manter os drenos acima do nível do tórax. D) Manter os drenos fluindo. 5. Em relação aos cuidados com os drenos de tórax, podemos afirmar que: A) o leito deve ser mantido, impreterivelmente, em posição horizontal. B) os drenos devem ser retirados um pouco a cada dia para facilitar a cicatrização. C) a secreção drenada significa infecção por contaminação. D) a água esterilizada no frasco de drenagem atua como selador e evita o retorno do ar para o espaço pleural. Volpato, A.C; Vitor, C.S; Santos, M.A.M. Enfermagem na emergência. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2014.
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