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Zoltán Kodály . Zoltán Kodály nasceu em 1882, em Kecskemét, Hungria e faleceu em 1967, em Budapeste, Hungria. Era filho de músicos, tendo contato com a música coral e com o aprendizado de instrumentos desde a mais tenra idade, de modo que, na adolescência já compunha pequenas obras. Seu pensamento filosófico contempla “a música como pertencente a todos”, portanto, elemento integrante da cultura humana. Em sua concepção, ser alfabetizado musicalmente inclui o desenvolvimento das habilidades de pensar, ouvir, expressar, ler e escrever por meio da linguagem musical (SILVA, 2012). Para Kodály, a sensibilização e a vivência musical precedem o processo formal de alfabetização e aprendizagem de conteúdos musicais. Os alunos participam ativamente das atividades estruturadas essencialmente a partir do uso da voz (SILVA, 2012). Sua proposta pedagógica contempla o canto a partir de três tipos de materiais musicais: canto e jogos infantis cantados na linguagem materna; melodias folclóricas nacionais com inserção gradual de melodias de outras nações; repertório erudito ocidental. Reconhece a música folclórica como uma herança de todos os povos, considerando de suma importância que a instrução musical considere o idioma materno de qualquer país (SILVA, 2012). Com relação à estruturação metodológica de sua proposta pedagógica musical, Kodály compilou 21 livros, nos quais apresenta seu método baseado em exercícios melódicos e rítmicos. Cada livro é independente e aborda uma habilidade musical específica a ser desenvolvida de modo progressivo, permitindo que os livros sejam utilizados na ordem sequencial ou combinados (SILVA, 2012). Assim, baseado no princípio de que a voz é o principal instrumento musical e mais acessível a todos, ele propõe um currículo musical baseado na exploração progressiva de solfejos rítmicos e melódicos, incluindo a leitura relativa na pauta musical e a leitura do nome das notas sem o uso do pentagrama. Como educador observou que os intervalos de semitons eram os mais difíceis de serem entoados corretamente com as crianças e pouco utilizados nas brincadeiras e jogos infantis de seu país, logo, buscou partir da escala pentatônica. Conforme a aprendizagem melódica avança, considerou possível explorar a escala pentatônica completa, incluindo pentacordes maiores e menores, semitons, hexacordes, escalas maiores e menores, intervalos aumentados e diminutos, uso de claves (leitura absoluta), etc. (SILVA, 2012). No aspecto melódico, o aprendizado dos solfejos é combinado a alguns elementos: uso do nome das notas na realização do solfejo melódico com a tônica Sol-Fá; manossolfa na realização das alturas musicais; Dó Móvel, ou seja, leitura relativa de alturas fora e na pauta musical e leitura absoluta. No aspecto rítmico, utiliza-se o uso de sílabas na realização do solfejo. O manossolfa é um recurso de aprendizagem fundamental na pedagogia Kodály e trata-se de uma sequência de gestos manuais utilizada na aprendizagem de alturas, contribuindo para tornar o solfejo visualmente concreto. Pode ser considerado um “solfejo gestual” (SILVA, 2012). Cabe, ainda, destacar que o método Kodály constitui toda a base de ensino musical na Hungria, uma vez que suas ideias foram sistematizadas e incorporadas ao currículo acadêmico na Hungria em todos os níveis/etapas de ensino. Referência bibliográfica: SILVA, Walênia Marília. Zoltán Kodály. Alfabetização e habilidades musicais. In: MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (org.) Pedagogias em Educação Musical. Editora Curitiba: Intersaberes, 2012. p. 55-88.
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