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Resumo nº 6 - Licitação

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1
 
Bases constitucionais da Administração Pública 
 
 
Resumo nº 6 
 
LICITAÇÃO PÚBLICA 
 
1. NOÇÕES 
 
Conforme DE PLÁCIDO E SILVA,1 o vocábulo “licitação” deriva do latim licitatio, dos verbos liceri 
ou licitari (lançar em leilão, dar preço, oferecer lanço), e possui, em sentido literal, a significação 
do ato de licitar ou fazer preço sobre a coisa posta em leilão ou a venda em almoeda (hasta 
pública). 
 
Por sua vez, o ilustre CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO ensina que “Ao contrário dos 
particulares, que dispõem de ampla liberdade quando pretendem adquirir, alienar, locar bens, contratar a execução de 
obras ou serviços, o Poder Público, para fazê-lo, necessita adotar um procedimento preliminar rigorosamente 
determinado e preestabelecido na conformidade da lei. Tal procedimento denomina-se licitação. 
 
Licitação – em suma síntese – é um certame2 que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem 
disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a 
proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente 
entre os que preencham os atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem 
assumir.”3 
 
Com efeito, a Constituição Federal de 1988 assim estabelece, no inciso XXI de seu art. 37: 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a 
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
Com base nesse dispositivo, pode-se afirmar que, em regra, a licitação é antecedente obrigatório 
e necessário dos contratos administrativos, ou seja, estes contratos devem ser antecedidos de 
procedimento licitatório. 
 
Para Alexandre de Moraes (citado por Reinaldo Moreira Bruno),4 “a obrigatoriedade de licitar 
representa exigência superior da própria moralidade administrativa e, como tal, a sua dispensa deverá ocorrer 
excepcionalmente em casos expressamente especificados em lei, respeitando-se sempre o interesse público”. 
 
Ainda conforme a CF/88, a competência para editar normas gerais sobre licitação pertence à 
União, com exclusividade. Confira-se: 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
1 “Vocabulário Jurídico”, volume III. Rio - São Paulo: Forense, 1973, p. 944. 
2 Conforme o “Novo Aurélio – O Dicionário da Língua Portuguesa”, ed. 1999, p. 447, “certame” quer dizer “luta, combate, 
contenda, briga”. 
3 “Curso de Direito Administrativo”, 19ª ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 492. 
4 “Direito Administrativo Didático”, 2ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2008, p. 165. 
 2
 
(...) 
 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, § 1°, III; 
 
Portanto, à União incumbe editar as normas gerais sobre a matéria, ou seja, normas com 
eficácia em todo o território nacional e aplicáveis a todas as entidades federativas, cabendo aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a possibilidade de legislarem apenas em seu 
respectivo âmbito, sem, contudo, contrariar as normas gerais editadas pela União. 
 
No exercício da sua competência para estabelecer as normas gerais, a União editou duas 
importantes leis, a saber: Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 , e Lei nº 10.520, de 17 de julho 
de 2002.5 
 
A primeira delas, muitas vezes chamada “Lei Geral das Licitações e Contratos” ou “Estatuto das 
Licitações e Contratos”, estabelece o seguinte em seu art. 1°: 
 
Art. 1º Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a 
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta lei, além dos órgãos da administração direta, os 
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
 
Por sua vez, a finalidade da Lei nº 10.520/2002 é assim descrita em sua ementa: 
 
“Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso 
XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e 
serviços comuns, e dá outras providências.” 
 
Veja-se que ambas as leis vinculam todos os órgãos e entidades da Administração Pública direta 
e indireta, sejam eles federais, estaduais, distritais ou municipais, ou seja, todos eles estão 
obrigados ao cumprimento das normas gerais estabelecidas nos referidos normativos. 
 
Também deve ser referida a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 ,6 que instituiu o "Regime 
Diferenciado de Contratações Públicas - RDC", aplicável às licitações e contratos necessários nas 
situações especificadas em seu art. 1º, como, por exemplo, a Copa das Confederações da Fifa 
em 2013, a Copa do Mundo da Fifa em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. 
 
Em relação às empresas públicas e às sociedades de economia mista, a Lei nº 13.303, de 30 de 
julho de 2016 , introduziu regras específicas tanto para as licitações (art. 28 a 67) como para os 
contratos (art. 68 a 90) por elas realizados. 
 
Por fim, objetivando instituir um novo regime jurídico para as licitações e contratos, em 
substituição aos regimes das leis supracitadas (exceto a Lei nº 13.303/2016, que continua 
 
5 Estas duas leis estarão inteiramente revogadas após decorridos dois anos da publicação da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, 
de modo que permanecerão em vigor até 31.3.2023. 
6 Esta lei também estará inteiramente revogada após decorridos dois anos da publicação da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, 
de modo que permanecerá em vigor até 31.3.2023. 
 3
aplicável às licitações e contratos realizados pelas empresas públicas e sociedades de economia 
mista), a União editou a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 , publicada nessa mesma data e já 
conhecida no meio jurídico como “a nova lei de licitações e contratos”. 
 
Essa nova lei estabelece o seguinte em seu art. 193: 
 
Art. 193 . Revogam-se: 
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei; 
II - a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e os arts. 1º a 
47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, após decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial 
desta Lei. 
Destes dispositivos constata-se o seguinte: 
 
1º) Os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666/93 (que definiam os crimes e as respectivas penas 
relacionados às licitações e contratos administrativos, bem como algumas regras específicas 
sobre o consequente processo penal) encontram-se revogados desde 1º de abril de 2021 , 
quando publicada a Lei nº 14.133/2021; 
 
2º) Todos os demais artigos da Lei nº 8.666/93, assim como a Lei nº 10.520/2002, permanecerão 
em vigor até 31.3.2023 e, portanto, estarão revogados em 1.4.2023, quando já terão decorridos 
dois anos da publicação da Lei nº 14.133/2021; e 
 
3º) Quanto à Lei nº 12.462/2011, os arts. 1º a 47-A também permanecerão em vigor até 
31.3.2023 e, por conseguinte, serão revogados em 1.4.2023, quando já terão decorridos dois 
anos da publicação da Lei nº 14.133/2021. Todavia, seus demais artigos não sofreramrevogação pela nova lei de licitações e contratos, de modo que permanecerão em vigor por 
tempo indeterminado. 
 
DA CONVIVÊNCIA DOS DOIS REGIMES 
 
Não obstante o previsto em seu art. 193, acima analisado, a Lei nº 14.133/2021 também 
estabelece o seguinte: 
 
Art. 191 . Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração 
poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis 
citadas no referido inciso, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no 
aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas 
no referido inciso. 
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração optar por licitar de acordo 
com as leis citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido 
pelas regras nelas previstas durante toda a sua vigência. 
Isto significa que no período de 1.4.2021 até 31.3.2023, as licitações públicas e os contratos 
administrativos poderão ser realizados com base em qualquer destes dois regimes jurídicos: o 
anterior , consubstanciado nas Leis nº 8.666/93, 10.520/2002 e 12.462/2011, ou o atual , 
introduzido pela Lei nº 14.133/2021. E, em cada caso concreto, a adoção de um regime ou outro 
ficará a critério da própria Administração Pública, no livre exercício do seu poder discricionário. 
 
É de se destacar, no entanto, que o parágrafo único desse art. 191 exige que o regime adotado 
para a licitação o seja também para o subsequente contrato administrativo, ou seja, o contrato 
 4
será regido, desde a sua formalização até a sua extinção, pelo mesmo regime jurídico escolhido 
para o procedimento licitatório. 
 
2. CONCEITO 
 
Para EDIMUR FERREIRA DE FARIA, “Licitação é procedimento administrativo formal, utilizado pela 
Administração Pública direta e indireta, precedente à contratação de serviços, de obras, de compras, de concessões, 
de permissões e de alienações.” 
 
Em igual sentido, DIRLEY DA CUNHA JUNIOR leciona que “A licitação é um procedimento 
administrativo por meio do qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato que 
melhor atenda ao interesse público.” 
 
A sempre citada MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO afirma que a licitação é “... o procedimento 
administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que 
se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as 
quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato.” 
 
Para ALEXANDRE MAZZA, licitação pode ser conceituada como “o procedimento administrativo 
pelo qual entidades governamentais convocam interessados em fornecer bens ou serviços, assim como locar ou 
adquirir bens públicos, estabelecendo uma competição a fim de celebrar contrato com quem oferecer a melhor 
proposta.” 
 
Por sua vez, DIÓGENES GASPARINI afirma que “a licitação pode ser conceituada como o procedimento 
administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada seleciona, em razão de critérios objetivos 
previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para 
o contrato ou ato de seu interesse.” 
 
Este mesmo autor assinala que a pessoa obrigada a licitar é denominada licitante e a que 
participa do procedimento da licitação, com a expectativa de vencê-la e ser contratada, é 
chamada de proponente ou licitante particular. 
 
 
3. FINALIDADES 
 
Diz a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993: 
 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia , a 
seleção da proposta mais vantajosa para a administr ação e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios 
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da 
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos 
que lhes são correlatos. 
 
Com base neste dispositivo, constata-se que são três as finalidades da licitação: 
 
1ª) em primeiro lugar, proporcionar às pessoas a ela subordinadas a obtenção da proposta mais 
vantajosa (a que melhor atende, especialmente, em termos financeiros aos interesses da 
entidade licitante); 
 
 5
2ª) em segundo lugar, dar igual oportunidade aos que desejam contratar com essas pessoas; 
 
3ª) promover o desenvolvimento nacional sustentável.7 
 
Como consequência desta última finalidade, surgiu entre nós a ideia de “licitação sustentável”, 
definida pelo Ministério do Meio Ambiente como “o procedimento administrativo formal que contribui para a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável, mediante a inserção de critérios sociais, ambientais e 
econômicos nas aquisições de bens, contratações de serviços e execução de obras. De uma maneira geral, trata-se 
da utilização do poder de compra do setor público para gerar benefícios econômicos e socioambientais.”8 
 
A Lei nº 14.133/2021 também aponta as três finalidades acima, e acrescenta uma quarta, no 
inciso III do seu art. 11, a seguir reproduzido: 
 
Art. 11.O processo licitatório tem por objetivos: 
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a 
Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; 
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição; 
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e 
superfaturamento na execução dos contratos; 
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável. 
SOBREPREÇO é o preço orçado para licitação ou contratado em valor expressivamente superior 
aos preços referenciais de mercado. 
 
PREÇO MANIFESTAMENTE INEXEQUÍVEL, ao contrário, é o preço expressivamente inferior aos preços 
referencias de mercado. 
 
SUPERFATURAMENTO, nos termos da Lei nº 14.133/2021, é o dano provocado ao patrimônio da 
Administração, caracterizado, entre outras situações, por: 
a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou fornecidas; 
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que resulte em diminuição 
da sua qualidade, vida útil ou segurança; 
c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que causem desequilíbrio 
econômico-financeiro do contrato em favor do contratado; 
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos contratuais 
antecipados, distorção do cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo 
contratual com custos adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços. 
 
4. PRINCÍPIOS 
 
Como visto acima, o art. 3° da Lei n° 8.666/93 esta belece que a licitação deve ser realizada em 
conformidade com os seguintes princípios, "dentre outros que lhes são correlatos": 
 
7 A definição mais aceita para “desenvolvimento sustentável” é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os 
recursos para o futuro. 
8 http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/eixos-tematicos/item/526, acessado em 01/10/2013. 
 
 6
 
▪ legalidade 
▪ impessoalidade 
▪ moralidade e probidade administrativa 
▪ igualdade 
▪ publicidade 
▪ vinculação ao instrumento convocatório 
▪ julgamento objetivo 
 
Por seu turno, a Lei nº 14.133/2021 exige expressamente a observância de um rol bem maior de 
princípios, a saber: 
 
▪ legalidade 
▪ impessoalidade 
▪ moralidade 
▪ publicidade 
▪ eficiência 
▪ interesse público 
▪ probidade administrativa 
▪ igualdade 
▪ planejamento 
▪ transparência 
▪ eficácia 
▪ segregação de funções 
▪ motivação 
▪ vinculação ao edital 
▪ julgamento objetivo 
▪ segurançajurídica 
▪ razoabilidade 
▪ competitividade 
▪ proporcionalidade 
▪ celeridade 
▪ economicidade 
▪ desenvolvimento nacional sustentável 
 
Lembrando que "princípio" é norma jurídica ─ e, por conseguinte, possui os atributos das normas 
jurídicas em geral, dentre elas o da imperatividade ─, vejamos, em breves palavras, o que diz a 
doutrina sobre cada um dos princípios acima elencados: 
 
Princípio da legalidade 
 
Na lição de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO: 
 
O princípio da legalidade (...) é de suma relevância, em matéria de licitação, pois esta constitui um 
procedimento inteiramente vinculado à lei; todas as suas fases estão rigorosamente disciplinadas na 
Lei n° 8.666/93, cujo artigo 4° estabelece que todo s quantos participem de licitação promovida pelos 
órgãos ou entidades a que se refere o artigo 1° têm direito público subjetivo à fiel observância do 
pertinente procedimento estabelecido em lei. 
 
Já no magistério de José dos Santos Carvalho Filho: 
 
 7
No campo das licitações, o princípio da legalidade impõe, principalmente, que o administrador 
observe as regras que a lei traçou para o procedimento. É a aplicação do devido processo legal, 
segundo o qual se exige que a Administração escolha a modalidade certa; que seja bem clara 
quanto aos critérios seletivos; que só deixe de realizar a licitação nos casos permitidos na lei; que 
verifique, com cuidado, os requisitos de habilitação dos candidatos, e, enfim, que se disponha a 
alcançar os objetivos colimados, seguindo os passos dos mandamentos legais. 
Princípio da impessoalidade 
 
Conforme o administrativista ALEXANDRE MAZZA, este princípio “... obriga a Administração licitante 
a conduzir com objetividade e imparcialidade o procedimento, a partir das normas editalícias, 
impedindo privilégios e desfavorecimentos indevidos em relação aos licitantes.” 
 
Princípio da moralidade 
 
É ainda ALEXANDRE MAZZA quem ensina que o princípio da moralidade “impõe à comissão de 
licitação e aos licitantes a obrigação de obedecer aos padrões éticos, de probidade, lealdade, 
decoro e boa-fé”. 
 
Princípio da igualdade 
 
Para DIRLEY DA CUNHA JÚNIOR, este princípio 
 
Exige tratamento igual a todos os licitantes em todas as fases do procedimento. Em decorrência 
disto, é vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, 
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão de naturalidade, da sede ou domicílio dos 
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do 
contrato e estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, 
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se 
refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de 
agências internacionais. 
 
Princípio da publicidade 
 
O princípio da publicidade tem previsão no art. 37 da CF/88 e deve ser observado em qualquer 
atuação administrativa – portanto, inclusive nas licitações e nas contratações públicas. Aliás, o 
art. 13 da Lei nº 14.133/2021 é expresso no sentido de que “Os atos praticados no processo 
licitatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei”. 
 
No destaque de MARÇAL JUSTEN FILHO, 
 
A publicidade desempenha duas funções. Permite o amplo acesso dos interessados ao certame. 
Refere-se, nesse aspecto, à universalidade da participação no processo licitatório. Depois, a 
publicidade propicia a verificação da regularidade dos atos praticados. Parte-se do pressuposto de 
que as pessoas tanto mais se preocuparão em seguir a lei e a moral quanto maior for a possibilidade 
de fiscalização de sua conduta. 
 
Um dos instrumentos legais destinados a dar cumprimento a este princípio é a divulgação das 
licitações e contratos no sítio eletrônico oficial denominado Portal Nacional de Contratações 
 8
Públicas – PNCP , o que, obviamente, garante transparência e racionalidade nas informações 
divulgadas pelo Poder Público. 
 
Princípio da transparência 
 
Este princípio está atrelado ao da publicidade. Aliás, a publicidade é instrumento da 
transparência, na medida em que aquela possibilita o conhecimento, por parte da sociedade, dos 
atos da Administração Pública relacionados às licitações e contratos, facilitando, assim, o 
exercício do controle social e institucional desses atos. 
 
Princípio da vinculação ao instrumento convocatório 
 
Na sempre oportuna lição de DIÓGENES GASPARINI, este princípio 
 
submete tanto a Administração Pública licitante como os interessados na licitação, os proponentes, 
à rigorosa observância dos termos e condições do edital ou da carta-convite. (...) De sorte que, 
estabelecidas as regras de certa licitação, tornam-se elas inalteráveis a partir da publicação do 
instrumento convocatório e durante todo o seu procedimento. Nada justifica qualquer alteração 
pontual para atender a esta ou àquela situação; a este ou àquele licitante. 
 
Princípio do julgamento objetivo 
 
FÁBIO BELLOTE GOMES assinada que o princípio em tela 
 
obriga a Administração Pública a, por meio da Comissão de Licitação, proferir decisões objetivas e 
de acordo com as regras estipuladas pela legislação e pelo edital da licitação, impossibilitando 
qualquer tipo de análise subjetiva e/ou pessoal por parte dos responsáveis pela condução do 
processo licitatório. 
 
Princípio da eficiência 
 
Este princípio (o qual, na visão da doutrina, abrange os princípios de “celeridade” e da 
“economicidade”, também expressos na Lei nº 14.133/2021) pode ser entendido como a 
necessidade de que a Administração Pública obtenha o melhor resultado para o interesse 
público, no menor tempo e com o menor gasto de dinheiro público possíveis. Guardadas as 
devidas proporções e respeitados os devidos contextos, corresponde àquilo que popularmente é 
conhecido como “fazer mais e melhor com menos”. 
 
Princípio do interesse público 
 
Consiste em adotar soluções que melhor atendam ao interesse público. Por exemplo, numa 
situação em que a licitação seja passível de revogação, deverá a Administração Pública avaliar 
e pôr em prática a alternativa que seja mais vantajosa para o interesse público: revogar ou 
manter a licitação. 
 
Princípio da probidade administrativa 
 
A expressão probidade administrativa significa honestidade no tratamento da coisa pública, por 
parte dos agentes públicos em geral. Portanto, no contexto sob exame, este princípio reflete a 
 9
exigência de que os agentes que atuam no procedimento licitatório se conduzam dentro dos 
limites da honestidade, da boa-fé, da moral administrativa. 
 
O antônimo da expressão em comento é improbidade administrativa, que constitui ilícito punível 
da forma da Lei nº 8.492, de 2.6.1992, também conhecida como “lei de improbidade 
administrativa. 
 
Princípio do planejamento 
 
Este princípio corresponde à necessidade de que licitação pública seja objeto de cuidadoso 
planejamento, o que inclui a realização de estudos técnicos que demonstrem a real 
necessidade da futura contratação, bem como a existência da verba que garantirá a execução 
do contrato. 
 
Princípio da eficácia 
 
Eficaz é a licitação que, ao final, se revela fielmente cumpridora dos objetivos definidos no edital 
do certame. Neste sentido, a eficácia depende da observância dos demais princípios da licitação, 
tais como os do planejamento, da probidade administrativa, da eficiência, da razoabilidade, da 
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável. 
 
Princípio da segregação de funções 
 
Este princípio consiste na distribuição e na especialização de funções entre os diversos agentes 
públicos que atuam nos processos de licitação e de contratação pública, com o intuito de garantir 
maior especializaçãono exercício das respectivas funções e de diminuir os riscos de conflitos de 
interesses daqueles agentes. 
 
Em atenção e tal diretriz, a Lei nº 14.133/2021 proíbe a designação do mesmo agente público 
para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a 
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na contratação. 
 
Princípio da motivação 
 
Motivar significa explicitar os motivos. Assim, no tocante ao procedimento licitatório, este 
princípio impõe que os agentes públicos que nele atuam informem, expressamente, as razões 
pelas quais praticaram determinados atos, sobretudo os de cunho decisório. 
 
Assim, por exemplo, a decisão pela inabilitação de algum concorrente, ou de não aceitação de 
uma determinada proposta, deverá fazer-se acompanhar da explicitação dos motivos pelos quais 
ela foi tomada. 
 
Aliás, quando necessária, a motivação é condição de validade do ato, porque sem ela ficariam 
os participantes do procedimento licitatório cerceados no seu direito de contradizer o agente 
público que o praticou, em clara afronta ao disposto no inciso LV do art. 5º da CF/88, de acordo 
com o qual “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” 
 
 10
Princípio da segurança jurídica 
 
Este é um dos mais importantes princípios gerais do Direito, e seu objetivo é assegurar a 
estabilidade das relações já consolidadas, frente à inevitável evolução do Direito, tanto em 
nível legislativo quanto jurisprudencial. 
 
Encontra-se expresso em diversos textos normativos, inclusive no inciso XXXVI do art. 5º da 
Constituição Federal, nestes bastante conhecidos termos: “a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
 
No âmbito da licitação pública, um exemplo de incidência deste princípio está na 
obrigatoriedade de que os agentes que atuam no procedimento licitatório interpretem as 
normas administrativas que o regem “da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação” (Lei nº 9.784/99, 
art. 2º, parágrafo único, inciso XIII). 
 
Princípio da razoabilidade e princípio da proporcio nalidade 
 
Frequentemente analisados pela doutrina em conjunto, estes princípios exigem, no procedimento 
licitatório, adequação entre os atos dos agentes públicos e os fins por eles pretendidos. Neste 
sentido, eles vedam, por exemplo, que a Administração Pública estabeleça condições de 
participação na licitação que sejam desnecessárias ou excessivas, em relação aos objetivos do 
procedimento e da futura contratação. Na Constituição Federal, esta diretriz encontra-se 
expressa no inciso XXI do art. 37, in verbis: 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a 
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
Portanto, qualquer exigência de qualificação técnica e econômica dispensável à garantia do 
cumprimento das obrigações pelo particular será irrazoável e, portanto, caracterizará afronta aos 
princípios em comento. 
 
Na Lei nº 9.784/99, a observância de ambos os princípios também é imposta, nos seguintes 
termos: 
 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade , proporcionalidade , moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. (Os destaques são nossos) 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
... 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
Portanto, qualquer exigência de qualificação técnica e econômica dispensável à garantia do 
cumprimento das obrigações pelo particular será irrazoável e, portanto, caracterizará afronta ao 
princípio em comento. 
 
 11
Princípio da competitividade 
 
Se o objetivo da licitação é selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato a ser celebrado 
pela Administração Pública, pressupõe-se que tal procedimento seja marcado pela presença de 
diversos participantes, os quais, por meio de suas respectivas propostas, competirão entre si 
pela condição de vencedor do certame. Neste sentido, pode-se afirmar que a competição não 
apenas é da própria natureza da licitação pública, como deve ser estimulada pela Administração, 
pois quanto mais participantes competindo entre si, maior a probabilidade de obtenção da melhor 
proposta possível. 
 
O inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal, acima reproduzido, contém duas importantes 
diretrizes destinadas a viabilizar e maximizar a competitividade, quais sejam: 
 
a) assegurar a igualdade de condições de participação a todos os concorrentes, e 
 
b) estabelecer apenas exigências de qualificação técnica e econômica que sejam indispensáveis 
à garantia do cumprimento das obrigações pelo futuro contratado. 
 
Princípio da celeridade 
 
V. princípio da eficiência. 
 
Princípio da economicidade 
 
V. princípio da eficiência. 
 
Princípio do desenvolvimento nacional sustentável 
 
Consoante o magistério de RAFAEL CARVALHO REZENDE OLIVEIRA, “O desenvolvimento de um 
país, é bom que se registre, não está restrito, somente, ao seu crescimento econômico. Muito ao 
contrário, o ‘direito ao desenvolvimento’ comporta a conjugação de diversos outros fatores que 
materializam liberdades substanciais, como, por exemplo, o aumento da qualidade de vida dos 
cidadãos, o incremento da liberdade política, a promoção da inovação tecnológica e o aumento 
da adequação/funcionalidade das instituições”.9 
 
Na Lei nº 14.133/2021 foram introduzidos diversos mecanismos com o intuito de implementar a 
sustentabilidade (econômica, social e ambiental) no âmbito das licitações, tais como: 
 
1. Fixação de margem de preferência em benefício de determinado licitante, nos casos de: 
 
 Bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e 
 Bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis. 
 
2. Para eventual desempate entre licitantes, a preferência àquele cujos bens ou serviços a serem 
fornecidos sejam produzidos ou prestados: 
 
 por empresas estabelecidas no território do estado ou do Distrito Federal do órgão ou 
entidade da Administração Pública estadual ou distrital que esteja promovendo a licitação, 
 
9 “Curso de Direito Administrativo”, 9ª ed. — Rio de Janeiro: Forense, MÉTODO, 2021, pp. 332 e 333. 
 12
ou, no caso de licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no território do 
estado em que este se localize; 
 por empresas brasileiras; 
 por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; e 
 por empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei nº 12.187/2009, 
que trata da Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. 
 
4.1 Outros princípios 
 
Alguns autores identificam outros princípios aplicáveis à licitação, além dos expressos na Lei nº 
8.666/93 e na Lei nº 14.133/2021. É o caso de ALEXANDRE MAZZA, para quem a licitação 
submete-se também a estes princípios: 
 
Princípio da indistinção 
 
Quer dizer que são vedadas preferências quanto à naturalidade, à sede e ao domicílio dos 
licitantes. (art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 8.666/93) 
 
Princípio da inalterabilidade do edital 
 
Em regra, o edital não pode ser modificado após sua publicação. Porém, havendo necessidade 
de alteração de algum dispositivo, tornam-seobrigatórias a garantia de ampla publicidade e a 
devolução dos prazos para não prejudicar os potenciais licitantes que eventualmente tenham 
deixado de participar do certame em razão da cláusula objeto da modificação. 
 
Princípio do sigilo das propostas 
 
Nos termos do art. 43, § 1º, da Lei nº 8.666/93, os envelopes contendo as propostas dos 
licitantes não podem ser abertos e seus conteúdos divulgados antes do momento processual 
adequado, que é a sessão pública instaurada com essa finalidade. 
 
Princípio da vedação à oferta de vantagens 
 
Baseado na regra do art. 44, § 2º, da Lei nº 8.666/93, tal princípio proíbe a elaboração de 
propostas vinculadas às ofertas de outros licitantes. 
 
Princípio da obrigatoriedade 
 
Trata a realização de licitação como um dever do Estado. (art. 37, XXI, da CF/88) 
 
Princípio do formalismo procedimental 
 
As regras aplicáveis ao procedimento licitatório são definidas diretamente pelo legislador, não 
podendo o administrador público descumpri-las ou alterá-las livremente. Importante enfatizar, no 
entanto, que o descumprimento de uma formalidade só causará nulidade se houver 
comprovação de prejuízo. Desse modo, segundo a jurisprudência, o postulado pás de nullité 
sans grief (“não há nulidade sem prejuízo”) é aplicável ao procedimento licitatório. 
 13
 
Princípio da adjudicação compulsória 
 
Obriga a Administração a atribuir o objeto da licitação ao vencedor do certame. 
 
 
5. OBJETO LICITÁVEL 
 
O primeiro indicativo do que deve ser objeto de licitação encontra-se na própria CF/88, mais 
especificamente no já transcrito inciso XXI do art. 37, de acordo com o qual serão contratados 
mediante processo de licitação pública as obras , os serviços , as compras e as alienações . 
 
Como, no entanto, esse dispositivo do Texto Supremo inicia com a expressão “ressalvados os 
casos especificados na legislação”, é fácil antever que as leis infraconstitucionais poderão 
estabelecer outras hipóteses em que a licitação se fará necessária. E, de fato, o art. 1º da Lei nº 
8.666/93 (v. transcrição acima) acrescenta o contrato de locação como mais um objeto licitável, 
com o que se verifica que o rol do inciso XXI do art. 37 da Constituição brasileira não é 
exaustivo, mas apenas exemplificativo. 
 
Neste mesmo sentido, Diógenes Gasparini leciona que 
 
“tudo o que as pessoas públicas (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias), 
governamentais (sociedades de economia mista, empresas públicas, fundações) e suas 
subsidiárias, obrigadas a licitar, puderem obter de mais de um ofertante, ou que, se por elas 
oferecido, interessar a mais de um dos administrados, há de ser, pelo menos em tese, por proposta 
escolhida em processo licitatório como a mais vantajosa. Sendo assim, não se pode sequer 
imaginar que só os objetos mencionados no art. 1º do Estatuto10 são suscetíveis de licitação. Essa 
enunciação é meramente exemplificativa, pois outros tantos negócios desejados pela entidade 
obrigada a licitar também devem ser objeto de licitação, como é o caso do arrendamento, do 
empréstimo e da permissão de uso de bem público.” 
 
 
6. CONTRATAÇÃO DIRETA 
 
Não obstante o inciso XXI do art. 37 da CF/88 coloque a realização de licitação como regra, esse 
mesmo dispositivo deixa em aberto a possibilidade de a lei criar exceções, quando começa 
afirmando “ressalvados os casos especificados na legislação ...”. 
 
Pois bem, com base nessa abertura criada pela própria Magna Carta, a Lei nº 8.666/93 e a Lei 
nº 14,133/2021 estabelecem algumas hipóteses em que o procedimento licitatório é dispensado, 
dispensável ou inexigível, dando lugar à chamada “contratação direta”, sobre a qual ALEXANDRE 
MAZZA11 assim se refere: 
 
“A regra, no direito brasileiro, é a obrigatoriedade de prévia licitação para celebração de contratos 
administrativos. Entretanto, a própria Constituição Federal atribui ao legislador a competência para 
definir casos excepcionais em que a licitação não é realizada: “ressalvados os casos 
especificados na legislação , as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública ...” (art. 37, XXI). 
 
Assim, excepcionalmente a legislação autoriza a realização de contratação direta sem licitação . 
 
10 O autor se refere ao art. 1º da Lei nº 8.666/93, considerada o “estatuto” das licitações e contratos administrativos. 
11 “Manual de Direito Administrativo”. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 342. 
 14
 
O direito brasileiro prevê inúmeros casos em que a licitação não deve ser feita, ocorrendo 
contratação direta.” 
 
Entretanto, apesar de prevista na Constituição Federal e amparada na legislação, a contratação 
direta exige providências formais por parte da Administração Pública, no sentido de se preservar 
aspectos relevantes como a moralidade administrativa e mesmo a legalidade. 
 
Veja-se, a propósito, o art. 26 da Lei nº 8.666/93, a ser observado nos casos de contratação não 
precedida de licitação: 
 
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as 
situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento 
previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei12 deverão ser comunicados, dentro de 3 
(três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 
(cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. 
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste 
artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: 
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o 
caso; 
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; 
III - justificativa do preço. 
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. 
 
E agora, o art. 72 da Lei nº 14.133/2021, que dispõe sobre o mesmo tema: 
 
Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de 
dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguintes documentos: 
I - documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de 
riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto executivo; 
II - estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei; 
III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o atendimento dos 
requisitos exigidos; 
IV - demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso a 
ser assumido; 
V - comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima 
necessária; 
VI - razão da escolha do contratado; 
VII - justificativa de preço; 
VIII - autorização da autoridade competente. 
 
12 "Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente 
previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, 
justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei." 
 15
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o extrato decorrente do contrato deverá 
ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial. 
Importante ressaltar que o não-atendimento a tais disposições poderá caracterizar o tipo penal 
assim definido no art. 337-E do Código Penal: 
Contratação direta ilegal 
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em 
lei: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Vejamos, agora, as hipóteses em que é possível a contratação direta, ou seja, em que a licitação 
é dispensada, dispensável ou inexigível. 
 
6.1 Licitação dispensada 
 
A licitação será dispensadasomente naquelas hipóteses expressamente previstas em lei. Nesse 
caso, não cabe qualquer juízo discricionário da Administração Pública quanto à conveniência e à 
oportunidade de realização do procedimento licitatório. 
 
A Lei n° 8.666/93 estabelece, em seu art. 17, incis os I e II, as seguintes hipóteses em que a 
licitação está dispensada: 
 
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinadas à existência de interesse 
público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
 
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e 
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá 
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes 
casos: 
 
a) dação em pagamento; 
 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de 
qualquer esfera de governo; 
 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta lei; 
 
d) investidura;13 
 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; 
 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou 
permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados 
no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social 
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; 
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro 
de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja 
competência legal inclua-se tal atribuição; 
 
13 Investidura “é a incorporação de uma área pública, isoladamente inconstruível, ao terreno particular confinante que ficou 
afastado do novo alinhamento em razão de alteração do traçado urbano.” (HELY LOPES MEIRELLES) 
 16
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou 
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² 
(duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização 
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; 
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da 
União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 
1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos 
legais; 
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes 
casos: 
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua 
oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; 
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, 
em virtude de suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, 
sem utilização previsível por quem deles dispõe. 
 
Na Lei nº 14.133/2021, os casos de licitação dispensada estão elencados no art. 76, a saber: 
 
Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse 
público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
I - tratando-se de bens imóveis , inclusive os pertencentes às autarquias e às fundações, exigirá 
autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realização de 
licitação nos casos de: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de 
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso; 
c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos relacionados às finalidades precípuas da 
Administração, desde que a diferença apurada não ultrapasse a metade do valor do imóvel que será 
ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna de valores, sempre que for o caso; 
d) investidura; 
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública de qualquer esfera de governo; 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação e permissão 
de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente usados em programas 
de habitação ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou entidade 
da Administração Pública; 
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação e permissão 
de uso de bens imóveis comerciais de âmbito local, com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta 
metros quadrados) e destinados a programas de regularização fundiária de interesse social 
desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração Pública; 
 17
h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da 
União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até 
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de 
regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; 
i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante 
iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública competentes; 
j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017; 
II - tratando-se de bens móveis , dependerá de licitação na modalidade leilão, dispensada a 
realização de licitação nos casos de: 
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de 
oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; 
d) venda de títulos, observada a legislação pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades da Administração Pública, em 
virtude de suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível por quem deles dispõe para outros 
órgãos ou entidades da Administração Pública. 
Vale trazer à baila a crítica de ROMEU FELIPE BACELLAR FILHO quanto à impropriedade 
terminológica contida nessas duas leis, no tocante ao vocábulo “dispensada”, pois, na medida 
em que inexiste possibilidade de competição em qualquer das hipóteses ali previstas, deveriam 
as leis, em tais casos, ter qualificado a licitação como inexigível (a respeito da licitação inexigível, 
consulte-se o item 6.3 deste Resumo). 
 
6.2 Licitação dispensável 
 
É aquela cuja realização, nas hipóteses legais, fica ao critério puramente discricionário da 
Administração Pública competente, em virtude da peculiaridade de seu objeto e/ou de suas 
características. Os casos em que a licitação é dispensável (aliás, os únicos, pois o rol é 
exaustivo) encontram-se definidos no art. 24 da Lei n° 8.666/93, a saber: 
 
Art. 24 . É dispensável a licitação: 
 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea 
"a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou 
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser 
realizadas conjunta e concomitantemente;14II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", 
do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se 
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser 
realizada de uma só vez;15 
 
14 Conforme o § 1º desse artigo, os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para 
compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos e por autarquias ou fundações qualificadas como Agências 
Executivas. A menção, nesse mesmo § 1º, a sociedades de economia mista e empresas públicas foi derrogada pela Lei nº 13.303, 
de 30.6.2016, que regulou de forma específica as licitações promovidas por tais entidades. 
15 Idem à nota anterior. 
 18
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de 
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, 
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens 
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e 
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e 
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos 
respectivos contratos; 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições 
preestabelecidas; 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o 
abastecimento; 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos 
praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais 
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a 
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao 
constante do registro de preços, ou dos serviços; 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para 
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado; 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos 
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da 
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde 
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de 
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente 
corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para 
a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço 
do dia; 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, 
do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do 
preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins 
lucrativos; 
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado 
pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o 
Poder Público; 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e 
de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica 
de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados 
para esse fim específico; 
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à 
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original 
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da 
garantia; 
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, 
unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta 
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de 
 19
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder 
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao 
limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso 
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela 
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão 
instituída por decreto; 
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de 
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de 
serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado. 
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e 
tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições 
de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; 
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com 
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; 
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas 
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de 
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, 
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no 
contrato de gestão. 
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de 
fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de 
exploração de criação protegida. 
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua 
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do 
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. 
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos 
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por 
associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda 
reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de 
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente,alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. 
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das 
Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente 
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante 
da Força. 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, 
para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa 
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, 
instituído por lei federal. 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei 
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela 
constantes. 
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o 
Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme 
elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos 
durante as etapas de absorção tecnológica. 
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de 
cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de 
 20
alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de 
água. 
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para 
a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por 
finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de 
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à 
inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou 
em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema 
Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse 
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível 
com o praticado no mercado. 
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) 
para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, 
empresa pública16 e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei , como Agências 
Executivas . 
 
Na Lei nº 14.133/2021, as hipóteses de licitação dispensável são as listadas no art. 75, in verbis: 
 
Art. 75. É dispensável a licitação: 
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de 
obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores; 
II - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de 
outros serviços e compras; 
III - para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação realizada há 
menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela licitação: 
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas propostas válidas; 
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifestamente superiores aos praticados no 
mercado ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; 
IV - para contratação que tenha por objeto: 
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à manutenção de 
equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor original desses equipamentos durante o período 
de garantia técnica, quando essa condição de exclusividade for indispensável para a vigência da 
garantia; 
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo 
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para a 
Administração; 
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no caso de obras e serviços 
de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais); 
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação 
protegida, nas contratações realizadas por instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT) 
pública ou por agência de fomento, desde que demonstrada vantagem para a Administração; 
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no período necessário para a realização 
dos processos licitatórios correspondentes, hipótese em que a contratação será realizada 
diretamente com base no preço do dia; 
 
16 Parágrafo não mais aplicável às sociedades de economia mista e empresas públicas, a partir da edição da Lei nº 13.303, de 
20.6.2016, que, em seu art. 29, dispõe especificamente sobre as hipóteses em que a licitação é dispensável nessas entidades. 
 21
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumulativamente, alta 
complexidade tecnológica e defesa nacional; 
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, 
quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico 
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização por ato do comandante da força militar; 
h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças singulares brasileiras 
empregadas em operações de paz no exterior, hipótese em que a contratação deverá ser justificada 
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificada pelo comandante da força 
militar; 
i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em estada eventual de curta duração em 
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação 
operacional ou de adestramento; 
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, 
em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, realizados por associações ou cooperativas 
formadas exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como 
catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas 
técnicas, ambientais e de saúde pública; 
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde 
que inerente às finalidades do órgão ou com elas compatível; 
l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipamentos destinados ao rastreamento e à 
obtenção de provas previstas nos incisos II e V do caput do art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de agosto 
de 2013, quando houver necessidade justificada de manutenção de sigilo sobre a investigação; 
m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras 
definidas pelo Ministério da Saúde; 
V - para contratação com vistas ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 
10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação constantes da 
referida Lei; 
VI - para contratação que possa acarretar comprometimento da segurança nacional, nos casos 
estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças 
Armadas ou dos demais ministérios; 
VII - nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de grave 
perturbação da ordem; 
VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de 
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços 
públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação 
emergencialou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no 
prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da calamidade, 
vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada com 
base no disposto neste inciso; 
IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido criados 
para esse fim específico, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no 
mercado; 
X - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o 
abastecimento; 
 22
XI - para celebração de contrato de programa com ente federativo ou com entidade de sua 
Administração Pública indireta que envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos 
termos autorizados em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação; 
XII - para contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o 
Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive 
por ocasião da aquisição desses produtos durante as etapas de absorção tecnológica, e em valores 
compatíveis com aqueles definidos no instrumento firmado para a transferência de tecnologia; 
XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão de avaliação de critérios de técnica, 
quando se tratar de profissional técnico de notória especialização; 
XIV - para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins lucrativos e de 
comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Administração Pública, para a prestação de 
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado e os serviços 
contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas com deficiência; 
XV - para contratação de instituição brasileira que tenha por finalidade estatutária apoiar, captar e 
executar atividades de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e 
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive para gerir administrativa e financeiramente essas 
atividades, ou para contratação de instituição dedicada à recuperação social da pessoa presa, 
desde que o contratado tenha inquestionável reputação ética e profissional e não tenha fins 
lucrativos; 
XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de insumos estratégicos para a 
saúde produzidos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar 
órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, 
extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive 
na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que 
envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII 
do caput deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à entrada 
em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 
Quanto às empresas públicas e às sociedades de economia mista , as hipóteses de licitação 
dispensável encontram-se enunciadas no art. 29 da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, a 
seguir transcrito: 
Art. 29 . É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades de economia 
mista: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais), desde que não 
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma 
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para 
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo 
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez; 
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como para 
suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condições preestabelecidas; 
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos 
praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais 
competentes; 
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas finalidades precípuas, 
quando as necessidades de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde que 
o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
 23
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento, em consequência de 
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 
mesmas condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, 
devidamente corrigido; 
VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, 
do ensino ou do desenvolvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação social do 
preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins 
lucrativos; 
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à 
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original 
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da 
garantia; 
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência física, sem fins lucrativos e de 
comprovada idoneidade, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que 
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; 
X - na contratação de concessionário, permissionário ou autorizado para fornecimento ou 
suprimento de energia elétrica ou gás natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo 
as normas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha pertinência com o serviço 
público. 
XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de economia mista e suas respectivas 
subsidiárias, para aquisição ou alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que 
os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que o objeto do contrato tenha 
relação com a atividade da contratada prevista em seu estatuto social; 
XII - na contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos 
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por 
associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda que 
tenham como ocupação econômica a coleta de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos 
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública; 
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa pública ou da sociedade de economia 
mista; 
XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei 
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela 
constantes; 
XV - em situações de emergência, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que 
possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos 
e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo 
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contado daocorrência da 
emergência, vedada a prorrogação dos respectivos contratos, observado o disposto no § 2o; 
XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da administração pública, inclusive quando 
efetivada mediante permuta; 
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após avaliação de sua 
oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens que produzam ou 
comercializem. 
 24
 
Vale salientar que nas situações em que a Administração Pública, no exercício de seu poder 
discricionário, decidir pela não realização da licitação, sua escolha deve ser motivada, sob pena 
de nulidade do ato e, consequentemente, do contrato celebrado. 
 
Por óbvio, a necessidade de motivação, no caso, tem por finalidade propiciar o controle de 
legalidade da opção administrativa em não realizar o procedimento licitatório. 
 
6.3 Licitação inexigível 
 
A inexigibilidade decorre da ausência do próprio pressuposto lógico da licitação, que é a 
existência de competição, seja porque o objeto é singular, seja porque só existe uma pessoa que 
atenda as necessidades da Administração. 
 
Nos casos de inexigibilidade, a decisão de não realizar o certame é vinculada, à medida que, 
configurada alguma das hipóteses legais, à Administração não resta alternativa além da 
contratação direta. 
 
Vejamos as hipóteses de inexigibilidade da licitação: 
 
Lei nº 8.666/93 
 
Art. 25 . É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 
 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a 
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do 
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação 
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. 
 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta lei,17 de natureza singular, 
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de 
publicidade e divulgação; 
 
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de 
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
 
Lei nº 14.133/2021 
 
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de: 
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só 
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos; 
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública; 
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente 
intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para 
serviços de publicidade e divulgação: 
 
17 Os serviços técnicos enumerados no referido art. 13 são os seguintes: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou 
executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou 
tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou 
administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; e VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
 25
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, 
instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais 
serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso; 
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento; 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem 
necessária sua escolha. 
No tocante às empresas públicas e às sociedades de economia mista , as hipóteses de 
licitação inexigível encontram-se enunciadas no art. 30 da Lei nº 13.303/2016, a saber: 
 
Art. 30 . A contratação direta será feita quando houver inviabilidade de competição, em especial na 
hipótese de: 
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivo; 
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de 
notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: 
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
A expressão “em especial”, utilizada no caput dos três artigos acima reproduzidos, indica que o 
rol de seus respectivos incisos é meramente exemplificativo, podendo haver, portanto, outras 
situações em que a licitação será considerada inexigível, bastando que esteja presente o 
pressuposto da inviabilidade de competição. 
 
 
7. MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO 
 
7.1 Modalidades 
 
 26
As modalidades licitatórias correspondem aos diferentes ritos previstos na legislação para o 
procedimento da licitação. 
 
7.1.1 Modalidades de licitação nas Leis nº 8666/93 e 10.520/2002 
 
Nos termos do art. 22 da Lei nº 8.666/93, são modalidades de licitação: concorrência, tomada de 
preços, convite, concurso e leilão. 
 
A Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, criou uma nova modalidade de licitação, denominada 
pregão. 
 
Portanto, no regime anterior à Lei nº 14.133/2021, são seis as modalidades de licitação, a saber: 
 
Modalidades Disciplina jurídica 
 I - Concorrência 
 II - Tomada de preços 
 III - Convite 
 IV - Concurso 
 V - Leilão 
 
 
 
Lei nº 8.666/93 
 VI - Pregão Lei nº 10.520/2002 
 
Entretanto, conforme o art. 9º da Lei nº 10.520/2002, “Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de 
pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993”. Quer dizer, naquilo em que a lei de 2002 for 
omissa, aplicam-se à licitação na modalidade pregão as normas gerais contidas na lei de 1993. 
 
Dito isto, examinemos as principais características de cada uma das seis modalidades de 
licitação estabelecidas nas Leis nº 8.666/93 e 10.520/2002. 
 
▪ Concorrência 
 
Conforme o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.666/93, “é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no 
edital para execução de seu objeto.” 
 
É a modalidade mais complexa e que exige mais rigor na fase de habilitação dos particulares 
interessados, visto que, em regra, aplica-se aos casos em que o objeto que a Administração 
pretende contratar é de custo elevado, a demandar, portanto, reconhecida capacidade técnica e 
boa condição econômica e financeira do contratado. 
 
De fato, o art. 23, incisos I e II

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