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MANUAL PARA A FORMAÇÃO LITÚRGICA DIOCESE DE JACAREZINHO SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 03 1. DIRETRIZES PARA COROINHAS, ACÓLITOS E CERIMONÁRIOS ................. 04 2. RESPONSABILIDADES E COMPROMISSOS .................................................... 05 3. SÃO TARCÍSIO, MODELO DE SANTIDADE ...................................................... 06 4. INTRODUÇÃO GERAL À LITURGIA .................................................................. 08 5. ANO LITÚRGICO E ESPAÇO CELEBRATIVO ................................................... 10 6. SÍMBOLOS, GESTOS, POSIÇÕES, CORES LITÚRGICAS ............................... 19 7. OBJETOS E PARAMENTOS .............................................................................. 25 8. SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS ................................................................ 40 9. A MISSA PARTE POR PARTE ........................................................................... 46 10. EUCARISTIA .................................................................................................... 48 11. ATRIBUIÇÕES DOS COROINHAS E ACÓLITOS ........................................... 52 12. ATRIBUIÇÕES DOS CERIMONIÁRIOS........................................................... 53 13. ORAÇÕES ........................................................................................................ 54 14. RITO DE INSTITUIÇÃO ................................................................................... 56 15. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 59 3 APRESENTAÇÃO Caríssimos coroinhas, acólitos, cerimoniários e coordenadores. Muito me alegro por perceber o avanço que a Pastoral Diocesana dos coroinhas, acólitos e cerimoniários têm dado em nossa diocese. Este material preparado para a formação litúrgica de nossas crianças e jovens, busca integrar a formação espiritual para o serviço do altar. Este manual é uma valiosa compilação para melhor participarmos e servirmos os Santos mistérios. Por isso, conto com comprometido empenho de todos para que as formações sejam sérias e eficazes. Assim, sejam assíduos aos encontros de formação. O serviço prestado por vocês é precioso, pois demonstra a doação e entrega, e quando feita com profunda fé, amor e humildade, enriquece a vida espiritual. Desse modo, se preparem e exerçam com responsabilidade as funções atribuídas. Pelo valioso patrocínio da Bem Aventurada Virgem Maria, a Imaculada Conceição, de São Tarcísio, padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários, recaia sobre vós as bênçãos de Deus Todo-Poderoso. In fortitudine Spiritus, Dom Antonio Braz Benevente Bispo Diocesano 4 1. DIRETRIZES PARA COROINHAS, ACÓLITOS E CERIMONIÂRIOS Para que se tenha uma boa e organizada equipe de coroinhas, acólitos e cerimoniários deve-se haver algumas orientações, pelas quais todos os integrantes da equipe se façam fiéis em cumpri-las com o objetivo de manter a união e a perfeita sintonia entre todos os demais membros. Por isso apresentamos as direções, a fim de que em nossa diocese possamos caminhar na unidade e em perfeita harmonia. DAS RESPONSABILIDADES DOS COROINHAS, ACÓLITOS E CERIMONIÁRIOS: 1. Comportamento exemplar, no lar, na Igreja, na escola, no trabalho, na rua, na vida de um modo geral (social). 2. Vestir-se decentemente, em todo momento, na vida de um modo geral. (Pois somos morada do Espírito Santo, somos Sacrário vivo). 3. Participar de todas as reuniões ordinárias do grupo, cursos, reciclagem e eventos litúrgicos (obs.: Em caso de força maior, não podendo estar presente, avisar com antecedência). 4. Receber os quatro Sacramentos: Batismo, Confissão, Primeira Eucaristia, Crisma ( quando tiver idade). 5. Conhecer razoavelmente os documentos da Igreja, sobre liturgia. 6. Qualquer pessoa que desejar participar da Equipe de Coroinha, Acólito ou Cerimoniário deverá conversar com o coordenador para que esteja ciente realmente dos compromissos que irá assumir. 7. Pontualidade nas reuniões e nos encontros chegar 15 (quinze) minutos antes do início do encontro (reunião). 8. O Coroinha, Acólito ou Cerimoniário deve estar sempre em dia com seus deveres de estado e da vida Espiritual. 9. O Coroinha, Acólito ou Cerimoniário deve ter o compromisso de cumprir com seus deveres, estar sempre presente nos encontros (Não sendo possível estar presente nos encontros providenciar que outro o substitua). 5 10. O Coroinha, Acólito ou Cerimoniário deve ser o espelho da Igreja vivendo a humildade que o próprio Cristo nos ensina. 11. Todos os membros da Equipe devem viver em perfeita sintonia, principalmente os coordenadores para que haja organização nas reuniões. 12. Participação de toda Equipe nas Missas, festas e Solenidades Litúrgicas. Obs.: Não é necessário estar servindo para estar presente em tais ações litúrgicas. 13. A Equipe deverá ter no mês, um dia em que será dedicado a reunião de seus membros em oração durante pelo menos 1 hora; oração essa em prol do bem estar de toda a equipe. 14. Deverá ter uma vez no ano um retiro Espiritual parta maior avaliação de todo trabalho realizado. 15. Nomear um Orientador Espiritual, que deverá ter prioridade em assistir todo o grupo em suas dificuldades procurando soluções junto ao mesmo. Dirigente esse que será preferencialmente o Pároco da comunidade. 16. A veste para os coroinhas: batina vermelha e sobrepeliz branca; Acólitos e cerimoniários: batina preta e sobrepeliz branca. Responsabilidades do Coordenador Paroquial: 1. Presidir as reuniões, tendo sempre em mãos a pauta da reunião os assuntos a serem tratados; 2. Coordenar todo e qualquer movimento que esteja ligado a Equipe dos Coroinhas. 3. Representar o grupo, perante a comunidade, conselho Paroquial ou quaisquer outros órgãos; 4. Tem poder de decisões junto ao Padre, de exclusão, liberação e outros... 5. Deve ser na medida de sua responsabilidade, exemplo para os demais integrantes da Pastoral. 2. RESPONSABILIDADES E COMPROMISSOS Uma das atitudes necessárias é a pontualidade. Ser pontual, não é só para as reuniões, mas também quando for escalado para a celebração litúrgica; 6 O coroinha, acólito ou cerimoniário deve chegar pelo menos 30 minutos antes da celebração, para que ele possa estar preparado e ciente do que vai servir. Isso implica comparecer à sacristia com antecedência, a fim de organizar a celebração. O momento antes da celebração é reservado para o silêncio e concentração, não é momento para conversas impróprias. Estar sempre com o cabelo penteado, unhas cortadas e limpas, cabelos presos e roupas e calçados limpos e arrumados; seja cauteloso e muito cuidadoso com as coisas da Igreja e do altar, evitando brincadeiras; Trate os paramentos e objetos litúrgicos com respeito, pois são objetos destinados ao culto divino; seja sempre humilde e preste atenção ao que lhe for ensinado; Durante os atos litúrgicos evite conversas, risos ou brincadeiras (durante as celebrações evitarem andar ou correr sobre a Igreja); cultive o gosto pela oração e leia um trecho da Bíblia cada dia; dedique-se ao estudo da liturgia, a fim de celebrar cada vez melhor. Observe o silêncio na igreja e na sacristia. Mantenha a concentração, principalmente antes de começar qualquer ato litúrgico. Será que estou participando das reuniões, cumprindo a escala, chegando cedo a Igreja, ajudando o meu coordenador, cumprindo com minhas obrigações, sendo fiel a Deus e amigo com os meus colegas? Essas responsabilidades e compromissos devem sempre ser recordados, a fim de que o exercício do ministériopossa acontecer com maior eficácia. 3. SÃO TARCÍSIO, MODELO DE SANTIDADE Quando lemos algo da vida de algum santo, percebemos a fidelidade que eles tiveram ao Evangelho, no decorrer de suas vidas. Quando vemos as grandes obras que os santos realizaram reconhecemos que eles foram verdadeiros imitadores dos exemplos de Cristo e de Maria Santíssima. Ao observamos a imagem de algum santo vemos nela as pessoas que tiveram a coragem de assumir a sua identidade de cristãos até os últimos momentos de suas vidas. Sejamos também nós imitadores destes santos como eles foram de Cristo vivendo intensamente as virtudes cristãs. Vejamos agora um pouco da vida de um santo que em sua juventude soube viver a fidelidade a Cristo e à sua Igreja. 7 Na mensagem que se segue, teremos a oportunidade de ler a mensagem que o Papa Bento XVI em uma audiência geral no dia 04 de agosto de 2010, escreveu aos acólitos. “Prezados irmãos e irmãs [...] Quem era São Tarcísio? Não dispomos de muitas notícias dele. Encontramo-nos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no século III; narra-se que ele era um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Ele amava muito a Eucaristia e, de vários elementos, concluímos que, presumivelmente, era um acólito, ou seja, um ministrante. Eram anos em que o imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, que eram obrigados a reunir-se escondidos nas casas particulares ou, às vezes, até mesmo nas Catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, rezar e celebrar a Santa Missa. Também o hábito de levar a Eucaristia aos prisioneiros e aos enfermos se tornava cada vez mais perigosa. Certo dia, quando o sacerdote perguntou como geralmente fazia quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que a esperavam, o jovem Tarcísio ergueu-se e disse: "Envia-me a mim!". Aquele rapaz parecia demasiado jovem para um serviço tão exigente! "A minha juventude – retorquiu Tarcísio – será a melhor salvaguarda para a Eucaristia". Persuadido, o sacerdote confiou-lhe então aquele Pão precioso, dizendo-lhe: "Tarcísio, recorda-te que um tesouro celestial está a ser confiado aos teus frágeis cuidados. Evita os caminhos frequentados e não te esqueças de que as coisas santas não devem ser lançadas aos cães, nem as jóias aos porcos. Conservarás com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?". "Morrerei – respondeu com determinação Tarcísio – antes de os ceder!". Ao longo do caminho, encontrou pela estrada alguns amigos que, aproximando-se dele, lhe pediram para se unir a eles. Quando a sua resposta foi negativa eles – que eram pagãos – começaram a suspeitar e a insistir, e observaram que ele apertava ao peito algo que parecia defender. Em vão procuraram arrancar-lhe o que ele trazia; a luta fez-se cada vez mais furiosa, sobretudo quando vieram, a saber, que 8 Tarcísio era cristão; começaram a dar-lhe pontapés e lançaram-lhe pedras, mas ele não cedeu. Em agonia, foi levado ao sacerdote por um oficial pretoriano chamado Quadrato que, ocultamente, também viria a tornar-se cristão. Chegou ali sem vida, mas apertado ao peito ainda conservava um pequeno pedaço de linho com a Eucaristia. Foi sepultado imediatamente nas Catacumbas de São Calisto. O Papa Dâmaso mandou fazer uma inscrição para o túmulo de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu no ano 257. O Martirológio Romano fixa a sua data no dia 15 de Agosto, e no mesmo Martirológio inclui-se também uma bonita tradição oral, segundo a qual no corpo de São Tarcísio não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem na sua roupa. Explicou-se que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, se tinha tornado carne da sua carne, formando de tal modo com o seu corpo uma única hóstia imaculada, oferecida a Deus. [...] O testemunho de São Tarcísio e esta bonita tradição ensinam-nos o profundo amor e a grande veneração que temos de alimentar pela Eucaristia: trata-se de um bem precioso, um tesouro cujo valor não se pode medir, é Pão da vida, é o próprio Jesus que se faz alimento, sustentáculo e força para o nosso caminho de todos os dias e vereda aberta para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.” 4. INTRODUÇÃO GERAL À LITURGIA Liturgia Vem da língua grega e significa, entre outras coisas, relação do povo com Deus. No Antigo Testamento, que é a primeira parte da Bíblia, a palavra "liturgia" e empregada para designar o culto prestado a Deus pelos sacerdotes judeus. Se for procurar no dicionário o significado, encontrará: complexo de cerimônias realizadas na igreja. Como sabemos os coroinhas, acólitos e cerimoniários participam da liturgia, então eles tomam parte das cerimônias realizadas na igreja. 9 O culto É justamente o conjunto de atos e atitudes espirituais que manifestam respeito, honra, veneração e adoração a Deus, como por exemplo, a Missa e a oração. A LITURGIA é a maneira de glorificar Deus e seu filho, Jesus Cristo, através das cerimônias e orações que realizamos na igreja. Não se deve, porém, ir à Santa Missa ou rezar a Deus apenas para obter favores, pedir soluções para nossos problemas, milagres, bênçãos, mas principalmente para manifestar nosso amor por Deus e agradecer-lhes todas as coisas que dele recebemos. A liturgia é uma ação de Deus, para que os seres humanos recebam, por meio de seus sinais, a graça divina, alcançando a salvação pela fé. O culto cristão deve ser realizado com o coração, com a vontade de querer servir a Deus, com o prazer em "visita-lo" em sua "casa", com o desejo de ajudar os outros, de agir com honestidade e justiça. Deus quer que o visitemos na igreja e que lhe prestemos homenagens de modo sincero e verdadeiro. O que é liturgia? Liturgia é, antes de tudo, ação e qualquer ação supõe movimento. A liturgia se expressa mediante palavras e gestos. Por isso, dizemos que a liturgia é feita de sinais sensíveis, ou seja, sinais que chegam aos nossos sentidos (tato, paladar, olfato, visão e audição). Antigamente, fora do campo religioso, liturgia queria dizer ação do povo. A Igreja passou a aplicar este termo para indicar ação do povo reunido para expressar sua fé em Deus, nada mais e a relação do povo com Deus. O que é celebrar? O ato de celebrar implica alguns elementos importantes: Celebrar é um ato público; Celebrar supõe que haja momentos especiais; Celebrar requer motivação; Celebrar depende de ritos; Celebrar supõe espaço; Celebrar requer tempo; 10 Celebrações Litúrgicas O que são celebrações litúrgicas? São encontros de Deus com seu povo reunido, que se realizam mediante algumas condições que chamamos elementos constitutivos da celebração litúrgica. Os principais elementos que constituem uma celebração litúrgica são os seguintes: Assembleia: são pessoas batizadas que se reúnem para celebrar. Ministros: ministros ordenados (bispos, padres, diáconos) e os ministros instituídos (leitores e acólitos instituídos). Há também os ministros extraordinários para distribuição da eucaristia, ministro da palavra, ministro do batismo... E ministros para os vários serviços da celebração litúrgica. Palavra da Igreja: explicação da palavra proclamada, homilia e orações. Ações simbólicas: ritos e símbolos mediante os quais os fiéis entram em comunhão com Deus. Canto: indispensável na celebração, o canto expressa a harmonia dos cristãos, unidos pela mesma fé. Espaço: local da celebração, mas significa também ocasião para se reforçar os laços da fraternidade; momento da organização e luta por melhores condições de vida, e ambiente da festa humana. Tempo: e a sucessão das horas do dia e da noite, mas e também o instante de graça de Deus; são momentosem que Deus, desde toda a eternidade, vai realizando seu plano de salvação na história humana. 5. ANO LITÚRGICO E ESPAÇO CELEBRATIVO O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como memorial, os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos. Diferença do ano civil e ano litúrgico 11 Durante o ano inteiro celebramos a vida de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da celebrarmos, vivemos na atualidade, no dia a dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, torna-se presente na vida atual dos crentes. Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemoram-se o Dia da Independência do Brasil. Pois bem, esse fato, aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos crentes. Organização do Ano Litúrgico Com base no que foi comentado acima, podemos perceber que existiu a necessidade de se organizar essas celebrações. E assim a Igreja fez, ao longo de séculos, estabelecendo um calendário de datas a serem seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico” ou “Calendário Litúrgico”. O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber também que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir. Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem santificados, eles passam a serem denominados dias litúrgicos. A celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior. Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no 12 Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário próprio, com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais conhecido. A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades. Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete ano a ano. Deste modo, os católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda a Bíblia. O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Ciclo da Páscoa, Ciclo do Natal, Tempo Comum, Ciclo santoral. Tempos Litúrgicos Advento: O tempo do Advento abre o ano litúrgico. Advento significa vinda, chegada. É o período em que se espera o nascimento de Jesus, a vinda de Cristo. Tem início no fim de novembro ou começo de dezembro. Os quatro domingos que antecedem o Natal chamam-se domingos do Advento. No Advento celebra-se, pois, o mistério da vinda do Senhor, não apenas seu nascimento na gruta de Belém, mas também sua vinda entre nós hoje, por meio dos sacramentos, e sua futura vinda, no fim dos tempos. O tempo do Advento é vivido, portanto pelos cristãos com alegria, com fé e com empenho. Além das orações próprias desse período, costuma-se fazer a coroa do Advento (quatro velas dispostas numa coroa de folhas natural ou artificiais, que devem ser acesas uma a uma, nos quatro domingos). Natal: 13 O tempo litúrgico do Natal inicia-se dia 24 de dezembro e termina com a festa do Batismo do Senhor. Neste período, celebram-se algumas solenidades: o Natal, Sagrada Família, Santa Maria Mãe de Deus e Epifania do Senhor. No Natal (25 de dezembro) celebramos a vinda do Filho de Deus ao mundo, Jesus Cristo, para a salvação dos seres humanos. Na solenidade da Epifania, lembra-se como essa salvação, foi manifestada a todos os seres humanos, representados pelos reis. Como a celebração do Natal dura oito dias, costuma-se falar em “oitava de natal” a festa da Sagrada Família convida as famílias cristãs a viverem no amor e respeito, com Jesus, Maria e José e a festa da Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro, que também e o dia Mundial da Paz) relembra a maternidade de Maria. Encerrando o tempo litúrgico do Natal, celebra-se o Batismo de Jesus, evocando o dia em que Jesus foi batizado no rio Jordão por João Batista. O Natal é um tempo de grande alegria para a Igreja e para todos os cristãos. Procure, então, celebrar o Natal pensando no verdadeiro significado dessa festa de Jesus. É o Menino Jesus que deve ser, portanto, o centro de toda festa e não a figura do Papai Noel, ou a preocupação com presentes, enfeites e outras coisas que às vezes deturpam o sentido do Natal. Aproveite também para fazer, antes do Natal, uma novena em casa ou na igreja, com sua família e seus amigos, pedindo ao Menino Jesus a graça de um novo ano cheio de saúde, paz e um bom trabalho para você na comunidade. Quaresma: Na Bíblia, o número quarenta é citado várias vezes, como, por exemplo, nos quarenta anos que os hebreus permaneceram no deserto, nos quarenta dias em que Elias caminhou e nos quarenta dias em que Jesus jejuou. A Quaresma é um tempo muito especial para os cristãos. É um tempo de renovação espiritual, de arrependimento, de penitência, de perdão, de muita oração e principalmente da fraternidade. Aproveite, portanto, esse tempo de graça e renovação e prepare-se o melhor possível para a celebração da Páscoa. Procure fazer tudo o que puder para ajudar as pessoas, principalmente as mais necessitadas. Com o Domingo de Ramos inicia-se a Semana Santa. 14 Tríduo Pascal: As celebrações mais importantes para a vida cristã sem dúvida são as do Tríduo Pascal, quer dizer “três dias” e pascal significa “da Páscoa”. Inicia-se na Quinta- feira Santa ao entardecer e termina no Domingo de Páscoa também ao entardecer. -Quinta-feira Santa: Na tarde desse dia, comemora-se a último dia de Jesus, ocasião em que ele tomou o pão e o vinho, abençoou-os e deu-os aos seus discípulos, dizendo tratar-se de “meu corpo e de meu sangue”: assim ele instituiu o sacramento da Eucaristia, estabelecendo com o povo uma Nova Aliança, por meio do seu sacrifício. Foi também durante a última ceia que Jesus lavou os pés dos discípulos, demonstrando humildade, serviço e amor ao próximo. -Sexta-feira Santa: Nesse dia a Igreja relembra a Paixão e Morte de Jesus Cristo, numa celebração muito especial à tarde, pois foi por volta das 15 horas que Jesus morreu. Na Sexta-feira Santa não há celebração da Santa Missa. -Sábado Santo: Este é um diade recolhimento, reflexão e muito silêncio: é o dia em que Jesus permaneceu em seu sepulcro. Na noite do Sábado Santo, renova-se a memória do acontecimento mais importante de nossa fé cristã: a Ressurreição. Há então em todas as igrejas uma celebração muito significativa, a mais importante de toda a liturgia, que é a Vigília Pascal. Reunidos nas igrejas, os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, triunfando sobre a morte. A cerimônia divide-se em quatro partes: a) Liturgia da Luz: acende-se uma grossa vela, chamada círio pascal, que simboliza a luz de Cristo que vence as trevas da morte; b) Liturgia da Palavra: as pessoas relembram, por meio de leituras bíblicas, os fatos importantes realizados por Deus ao longo da História; c) Liturgia Batismal: recordando que Batismo é a nossa Páscoa, ou seja, nossa “passagem” para a vida cristã, renovamos nessa noite as promessas feitas em nosso batismo confirmando nossa vida em Cristo; 15 d) Liturgia Eucarística: celebra-se finalmente o sacrifício de Cristo, mas com grande alegria, porque Jesus está vivo e nos salvou. É bom que todo o povo de Deus participe de todas as celebrações do Tríduo Pascal sempre com muito respeito. Páscoa: Você sabe o quer dizer “Páscoa”? Em hebraico que é a língua que foram escritas as primeiras versões da Bíblia, significa “passagem”, rememorando a passagem de Moisés, com todo o povo hebreu, ao retirar do Egito e libertar-se da escravidão. Também Jesus, ao ressuscitar, “passou” da morte para a vida, da escuridão para à luz. E nós, na Páscoa, somos convidados a realizar essa mesma passagem, isto é, a ressuscitar com Jesus para o amor e a serviço do próximo. A Páscoa é um longo período litúrgico: além dos oito dias (a oitava da Páscoa), prolonga-se por mais de seis domingos. O tempo pascal termina com duas importantes solenidades a festa da Ascensão de Jesus ao céu e a festa de Pentecostes que relembra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Tempo Comum: Como já dissemos, a vida de Jesus foi cheia de acontecimentos, assim como é hoje a nossa vida. É claro que houve momentos muito especiais, como o seu nascimento, a ressurreição, a ascensão. Mas houve também muitos episódios na vida de Jesus que a Igreja fez questão de recordar. E isso é feito durante o Tempo Comum. O Tempo Comum abrange quase todo o ano inteiro. São 34 domingos, divididos em duas partes: a primeira compreende de seis a nove domingos, iniciando-se depois do Tempo do Natal e terminando na Quaresma; e a segunda começa após o Tempo Pascal e vai até o fim de novembro, mais precisamente até a festa de Cristo Rei, que encerra também o ano litúrgico. A segunda parte do Tempo Comum abre-se com uma festa: a solenidade da Santíssima Trindade. E, poucos dias depois, há outra festa Corpus Christi, quer dizer Corpo de Cristo. Em geral nesta última data, as igrejas fazem belas procissões. O Tempo Comum, ao longo de todos seus domingos, mostra-nos a própria vida de Cristo, com seus ensinamentos, seus milagres, suas orações. Com Jesus e seus exemplos, aprendemos a viver na verdadeira vida cristã, uma vida a serviço, respeito e 16 amor a todas as coisas criadas por Deus. Cada um desses domingos é um novo encontro com Jesus, que nos leva cada vez mais para perto do Pai. No último domingo do Tempo Comum, com já dissemos, celebra-se a festa de Cristo Rei. Jesus não foi um rei como alguns que já tivemos ao longo da História, dominadores e autoritários. Jesus é rei porque tem o poder divino para que todas as coisas do mundo se torne uma família, um único Pai: Deus. Solenidades, festas, memória: Durante o ano, a Igreja não comemora apenas festas litúrgicas. Há muitas outras datas celebradas para louvar o Senhor, para fazer memória da Virgem Maria, a mãe de Jesus, para venerar os santos (alguns destes, mártires), agradecendo a Deus por suas belas virtudes. Dentre essas celebrações, as mais importantes são as solenidades, como por exemplo, a do Sagrado Coração de Jesus, a Anunciação do Senhor, a Assunção de Maria, Todos os Santos, São José, São Pedro e São Paulo e outras. Há também as chamadas festas, como por exemplo, de Santo Estevão, a dos arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel a natividade de Nossa Senhora a Conversão de São Paulo e outras. E, finalmente, a Igreja celebra também a memória, isto é, lembrança de alguns santos que se distinguiram por sua vida e seu exemplo. Todos os santos do calendário romano têm seu dia de memória. Os santos são padroeiros das pessoas, comunidades e cidades que têm nome. Para viver bem o ano litúrgico, além de ir à igreja aos domingos e dias santos, é preciso também comportar-se com muito respeito e consideração em relação à sua família, seus amigos e seus colegas. Tenha sempre muita fé e esperança em Jesus e procure fazer tudo o que puder para ajudar os que precisam de você. 17 ESPAÇO LITÚRGICO Na igreja podem-se encontrar vários espaços cada um com a sua função e significado próprio. Nela podemos encontrar os seguintes espaços: 18 O presbitério A nave da igreja Sacristia No presbitério encontramos vários elementos, alguns deles essenciais na Celebração Eucarística: 1. O sacrário Sacrário é o lugar onde ficam as hóstias consagradas para serem levadas aos doentes e enfermos, Jesus Eucarístico. 2. O altar Altar é a mesa em que o celebrante realiza todos os ritos eucarísticos da missa (o altar também é representado por Jesus Cristo, portanto, ao passar por ele, devemos fazer reverência). 3. O ambão Ambão é a mesa onde é proclamada a palavra de Deus. São realizadas as leituras e a proclamação do Evangelho, e a homilia, bem como a oração universal. 4. Cadeira presidencial ou Cátedra A cadeira presidencial é exclusiva somente para o presidente se assentar nas celebrações. Recebe também o nome de cátedra devido às cadeiras de pedra, ou então, as cadeiras que os bispos ocupam nas missas. 5. Outros assentos Os outros assentos são destinados aos Coroinhas, Acólitos, Cerimoniários, Leitores e Ministros extraordinários da Sagrada Eucaristia, e até a assembleia; 6. Credência É a mesa onde ficam contidos temporariamente, os objetos litúrgicos de uso na celebração eucarística (cálice, âmbula, galheta de água, galhetas de vinho, etc.). 19 Nave da Igreja A nave é o lugar destinado aos fiéis. Deve ser disposto de forma a possibilitar-lhes participar devidamente nas celebrações sagradas com a vista e com o espírito. Sacristia A sacristia é o lugar destinado para a preparação próxima da celebração Eucarística. Por isso tal espaço deve ser um lugar de oração e não lugar de conversas paralelas. Vale lembrar, a sacristia faz parte do corpo da igreja, portanto, lugar de silêncio. 6. SÍMBOLOS, GESTOS, POSIÇÕES, CORES LITÚRGICAS Costumam dizer que a bandeira nacional é um símbolo da pátria. Isto quer dizer que quando você vê ou toca a bandeira, logo seu pensamento voa até o país que ela representa, por exemplo, o Brasil. Então, através da bandeira do Brasil você passa a considerar tudo o que pertence ao Brasil, sua extensão, as matas, os rios, as riquezas, o povo, enfim tudo o que faz parte do Brasil. Esse alguém ofender a bandeira mexe com o sentimento patriótico. Então, o símbolo (objeto) nos transporta para outra realidade que está além do símbolo e tem relação com símbolo. Vamos dar um exemplo, tirado do mundo cristão: o crucifixo. Todo cristão reconhece no crucificado a pessoa de Jesus Cristo, que redimiu do pecado e nos salvou. Portanto, aquele objeto de metal, madeira, ou de outro material, simboliza nosso Redentor, Jesus Cristo. Por isso tratamos com respeito o crucifixo. Gestos simbólicos são ações que têm a mesma função do símbolo, isto é,nos transportam para outra dimensão, outra realidade, que, porém tem relação com o gesto simbólico. Por exemplo, no início e no fim da Missa o padre faz sobre si o sinal da cruz, enquanto diz as palavras “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. É um gesto simbólico, que nos remete à Santíssima Trindade a quem invocamos nesses momentos. 20 A seguir vamos explicar brevemente alguns sinais ou símbolos cristãos utilizados com frequência na liturgia: Alfa e Ômega (α, Ω): São a primeira e as últimas letras do alfabeto grego (Alfa e Ômega). São aplicadas a Cristo, principio e fim de todas as coisas. Em geral aparecem no círio pascal, mas também nos paramentos litúrgicos, no ambão e no tabernáculo. XP: Este sinal é formado por duas letras do alfabeto grego (X-P) e correspondem ao C e R da língua portuguesa. Ajustando as duas, formavam-se as inicias da palavra Cristos: Cristo. Com frequência este sinal aparece nos paramentos dos padres, no ambão, na porta do sacrário e na hóstia. IHS : São iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significa: Jesus Salvador dos Homens. Geralmente são empregadas nas portas dos tabernáculos e nas hóstias. 21 PEIXE: Símbolos de Cristo. No início do cristianismo, em tempos de perseguição, o peixe era o sinal que os cristãos usavam para representar o Salvador. E que as inicias da palavra peixe na língua grega – IXTYS - explicavam que era Jesus: Iesus Cristos Teós Yós Sotér: Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador. INRI: As letras INRI são as inicias das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudocorum, que significaram: Jesus Rei dos Judeus. O Evangelho de João nos informa que estas palavras estavam escritas em três línguas (hebraico, latim, grego) sobre a cruz de Jesus (cf. João. 19,19). Os símbolos falam por si e têm grande poder de comunicação. Podemos escolher os símbolos para as celebrações, mas não devemos explicá-los, porque, à medida que explicamos, empobrecemos seus significados e encurtamos os seus alcances. Cada pessoa será atingida pelo símbolo conforme sua compreensão, sua história de vida, sua situação no momento atual. Um símbolo bem aproveitado nas celebrações poderá ser suficiente para atingir os objetivos desejados pela equipe da liturgia. Por isso, numa mesma celebração litúrgica, não se devem acumular símbolos. 22 Nas celebrações litúrgicas, as diversas posturas ou atitudes são expressões corporais simbólicas que expressam uma relação com Deus. O coroinha, acólito ou cerimoniário deve conhecer as posições em que ficará durante a celebração da Santa Missa: Estar em pé É a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto para partir. Indica também a atitude de quem acolhe em sua casa. Estar em pé demonstra prontidão para pôr em prática os ensinamentos de Jesus. Estar sentado É a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta posição cabe principalmente ao se ouvir as leituras (Salmo, 1ª e 2ª Leitura), na hora da homilia e quando a pessoa está concentrada e meditando. Estar ajoelhado É a posição de quem se põe em oração profunda, confiante. “Jesus se afastou deles à distância de um tiro de pedra, ajoelhou-se e suplicava ao Pai...” (Lucas, 22,41). Lembremo-nos dos leprosos que, de joelhos, suplicava que Jesus o livre da lepra (cf. Marcos 1,40). Fazer genuflexão Faz-se dobrando o joelho direito ao solo. Significa adoração, pelo que é reservada ao Santíssimo Sacramento, quer exposto, quer guardado no sacrário. Não fazem genuflexão profunda aqueles que transportam objetos que se usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os castiçais, o livro dos evangelhos. Prostrar-se Significa estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e também de súplica. Este gesto está previsto na Sexta-feira santa, no início da celebração da Paixão. Também os que são ordenados diáconos, presbíteros e 23 epíscopos se prostram. Em algumas ordens ou congregações religiosas se prevê a prostração na celebração da profissão dos votos religiosos. Inclinar o corpo É uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se. Sinal de reverência e honra que se presta às pessoas ou às imagens. Faz-se inclinação diante a cruz, no início e no fim da celebração; ao receber a benção; quando, durante o ato litúrgico, há necessidade de passar diante do sacrário; antes e depois da incensação, e todas as vezes que vier expressamente indicada nos diversos livros litúrgicos. Erguer as mãos É um gesto de súplica ou de oferta o coração a Deus. Geralmente se usa durante a recitação do Pai-Nosso. Bater no peito É expressão de dor de arrependimento dos pecados. Este gesto ocorre na oração Confesso a Deus todo poderoso. Caminhar em procissão É atitude de quem não tem moradia fixa neste mundo: não se acomoda, mas se sente peregrino e caminha na direção dos irmãos e irmãs, principalmente mais empobrecidos. Existem algumas procissões que se realizam fora da Igreja, por exemplo, na solenidade de Corpus Christi e no Domingo de Ramos, na festa do padroeiro..., e outras pequenas procissões que se fazem no interior da igreja: a procissão de entrada, a das ofertas e a da comunhão. A procissão do Evangelho é muito significativa e se usa geralmente nas celebrações mais solenes. Silêncio É atitude indispensável nas celebrações litúrgicas. Indica respeito, atenção, meditação e desejo de ouvir e aprofundar na palavra de Deus. Na celebração eucarística, se prevê um instante de silêncio no ato penitencial e após o convite à oração inicial, após uma leitura ou após a homilia. Depois da comunhão, todos são convidados a observar o 24 silêncio sagrado. O silêncio litúrgico, porém, previsto nas celebrações, não pode ser confundido com o silêncio ocasionado por alguém que deixou de realizar sua função, o que causa inquietação na assembleia. A celebração litúrgica é feita de gestos, palavras, cantos e também de instante de silêncio. Tudo isso confere ritmo e dá harmonia ao conjunto da celebração. As cores e as vestes também ajudam a tornar a celebração litúrgica mais harmoniosa. Branco: simboliza a vitória, a paz, a alegria. É usado nos ofícios e missas do tempo pascal e no Natal: nas festas e memória do Senhor, exceto as da Paixão; nas festas e memória da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não mártires, na festa de Todos os Santos, São João Batista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. Vermelho: simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usada no domingo da Paixão (= domingo de Ramos) e na Sexta-feira santa: domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos mártires. Verde: é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do tempo comum. 25 Roxo: simboliza a penitência. É usado no tempo do advento e na quaresma. Pode também ser usado nos ofícios e missas pelos mortos. Preto: é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos. Rosa: simboliza a alegria. Pode ser usado no III domingo do Advento e no IV domingo da Quaresma. 7. OBJETOS E PARAMENTOS Objetos Litúrgicos Não são apenas coisas concretas, são sinais, por isso transmitem mensagem, não só pela presença deles, mas pelo modo como são utilizados ou conservados. A beleza da patena, do cálice e âmbula, o formato e o acabamento das velas, as flores naturais e sua conservação do memorial da Páscoa de Cristo. Vamos agora, aprender o nome dos objetos, e qual a sua finalidade: 26 Âmbula: Recipiente para a conservação e distribuição da Eucaristia. Cálice: Taça onde se coloca o vinho que vaiser consagrado. Patena: recipiente onde são colocadas as hóstias para a consagração. Corporal: Pano quadrangular de linho com uma cruz no centro; sobre ele é colocado o cálice, a patena e a âmbula para a consagração. 27 Pala: Cobertura quadrangular para o cálice. Galhetas: Recipientes onde se coloca a água e o vinho para serem usados na Celebração Eucarística. Crucifixo: Fica sobre o altar ou acima dele, lembra a Ceia do Senhor é inseparável do seu Sacrifício Redentor. Lecionários: Livros que contém as leituras da Missa. Lecionário Semanal (leituras da semana); Lecionário Santoral (leitura dos santos), Lecionário Dominical (leituras do Domingo). 28 Manustérgio: Toalha usada para purificar as mãos antes, durante e depois do ato litúrgico. Missal: Livro que contém todo o ritual da missa, exceto as leituras. Sanguíneo (ou sanguinho): Pequeno pano utilizado para o celebrante enxugar a boca, os dedos e o interior do cálice, após a consagração. 29 Ostensório ou Custódia: Objeto utilizado para expor o Santíssimo, ou para levá-lo em procissão. Teca: Pequeno recipiente onde se leva a comunhão para pessoas impossibilitadas de ir à Missa. Ambão ou Mesa da Palavra: Estante onde é proclamada a palavra de Deus. 30 Incenso: Resina de aroma suave. Produz uma fumaça que sobe aos céus, simbolizando as nossas preces e orações a Deus. Naveta: Objeto utilizado para se colocar o incenso, antes de queimá-lo no turíbulo. Qualquer coroinha nesta paróquia pode ser naveteiro, desde que seja escolhido por escala, ou por determinação do Acólito ou Cerimoniário. Turíbulo: Recipiente de metal usado para queimar o incenso. Somente o acólito, Cerimoniário, ou o coroinha com a formação específica podem usar o turíbulo. 31 Caldeira: Vaso litúrgico próprio para água benta. Hissopo: Objeto usado para aspergir a assembleia ou um objeto com água benta. Carrilhão: Conjunto de sinos, geralmente pequenos e unidos que tocam juntos. Geralmente é usado como campainha durante a consagração. 32 Castiçal: Usado para portar as velas, durante a liturgia permanece sobre o altar em número de dois, quatro, seis ou, se missa do bispo, sete. Também é levado nas procissões. Círio pascal: é a vela abençoada e marcada com símbolos próprios que se acende com fogo santo na vigília pascal. Entre os símbolos, encontra-se a cruz, as letras alfa e ômega e os cravos. 33 Evangeliário: ou Livro dos Evangelhos, é o livro litúrgico que reúne os evangelhos lidos na missa. É, dentro do rito romano, a representação física da palavra de Deus e, em particular, das sagradas escrituras. Lavabo: Conjunto de bacia e jarro com que o sacerdote lava as mãos ao fim do ofertório. O acompanha uma alfaia: o manustérgio. Luneta: Pequeno objeto em formato de meia lua, daí seu nome, usado para portar e sustentar a hóstia dentro do ostensório. 34 Pálio: Objeto constituído de um tecido decorado, sob o qual se transporta o Santíssimo Sacramento de forma solene. Gazofilácio: Caixa onde os fiéis colocam suas ofertas voluntárias. Pequeno vocabulário de alfaias e objetos e paramentos: Alfaias: Designam todos os objetos utilizados no culto, como por exemplo, os paramentos litúrgicos. Andor: Suporte de madeira, enfeitado com flores. Utilizados para levar os santos nas procissões. Bacia: Usada como jarro para as purificações litúrgicas. Báculo: Bastão utilizado pelos bispos. Significa que ele está em lugar do Cristo Pastor. Batistério: O mesmo que pia batismal. É onde acontecem os batizados. Caldeirinha: Vasilha onde se coloca água-benta. Campainha: Sininhos tocados pelo acólito ou coroinha no momento da consagração. 35 Candelabro: Grande castiçal com ramificações, a cada uma das quais corresponde um foco de luz. Castiçais: Suportes para as velas. Cadeira do Celebrante: Cadeira no centro do presbitério que manifesta a função de presidir o culto. Cibório: O mesmo que Âmbula. Círio Pascal: Uma vela grande onde se pode ler ALFA e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e o ano em curso. Têm grãos de incenso que representam as cinco chagas de Cristo. Usado na Vigília Pascal, durante o Tempo Pascal, e durante o ano nos batizados. Simboliza o Cristo, luz do mundo. Colherinha: Usada para colocar a gota de água no vinho e para colocar o incenso no turíbulo. Conopeu: Cortina colocada na frente do sacrário. Credência: Mesinha ao lado do altar, utilizada para colocar os objetos do culto. Cruz Processional: Cruz com um cabo maior utilizada nas procissões. Cruz Peitoral: Crucifixo dos bispos. Esculturas: Existem nas Igrejas desde os primeiros séculos. Sua única finalidade litúrgica é ajudar a mergulhar nos mistérios da vida de Cristo. O mesmo se pode dizer com relação às pinturas. Genuflexório: Faz parte dos bancos da Igreja. Sua única finalidade é ajudar o povo na hora de ajoelhar-se. Hóstia: Pão Eucarístico. A palavra significa "vítima que será" sacrificada. Hóstia Grande: É utilizada pelo celebrante. É maior apenas por uma questão de prática. Para que todos possam vê-la na hora da elevação, após a consagração. Jarro: Usado durante a purificação. Lavatório: Pia da Sacristia. Nela há toalha e sabonete para que o sacerdote possa lavar as mãos antes e depois da celebração. Livros Litúrgicos: Todos os livros que auxiliam na liturgia: lecionário, missal, rituais, pontifical. 36 Luneta: Objeto em forma de meia-lua utilizado para fixar a hóstia grande dentro do ostensório. Matraca: Instrumento de madeira que produz um barulho surdo. Substitui os sinos durante a semana santa. Píxide: O mesmo que Âmbula. Purificatório: O mesmo que Sanguinho. Relicário: Onde são guardadas as relíquias dos santos. Sobrepeliz: é uma veste branca curta que é usada pelos clérigos, seminaristas, coroinhas, acólitos e cerimoniários por cima da batina. Vimpa: Paramento semelhante ao véu umeral, quadrado e posto nas costas. São usadas para portar as insígnias episcopais (mitra e báculo). Túnica: veste longa, de cor branca, comum aos ministros de qualquer grau. Estola: veste litúrgica dos ministros ordenados. O Bispo e o presbítero (padre) a colocam sobre os ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras, acompanhando a comprimento da alva ou túnica. Os Diáconos usam a estola a tiracolo sobre os ombros esquerdo, prendendo-a do lado direito. 37 Casula: veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécies de manto que se veste sobre a alva ou estola. A casula acompanha a cor litúrgica do dia. Capa Pluvial: capa longa que o sacerdote usa ao dar benção com o Santíssimo, ou ao conduzi-lo nas procissões, e ao aspergir a assembleia. Cíngulo: cordão no qual se prende a alva ao redor da cintura. 38 Dalmática: veste própria do Diácono. É colocada sobre a alva e a estola. Véu Umeral ou Véu de Ombro: manto retangular que o sacerdote usa sobre os ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento. Báculo: É uma das insígnias do Bispo. Representa seu serviço como pastor do povo de Deus. 39 Mitra: Corresponde no Pontifical Romano ao capacete de defesa do soldado da verdade. O bispo a põe na cabeça todas as vezes que muda de lugar na celebração, quando está sentado, ao dar a benção solene. Solidéu: Os bispos cobrem a cabeça. Chama-se assim, por ser retirado somente diante do Santíssimo Sacramento. Cruz Peitoral: Insígnia Episcopal que consta de um crucifixo com um cordão ou uma corrente simples. 40 Anel Episcopal: Simboliza a união do bispo com a Igreja. 8. SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS Neste encontro, vamos estudar sobre os Sacramentos e Sacramentais,e saber quais são suas diferenças. Na Igreja Católica, têm-se sete Sacramentos que levam a graça divina, são eles: Batismo; Confissão, Penitência ou Reconciliação; Eucaristia; Crisma ou Confirmação; Ordem; Matrimônio; Unção dos Enfermos; Vamos estudar cada um deles: Batismo Os momentos da celebração do sacramento do Batismo são os seguintes: Ritos e introdução, com o sinal da cruz; Liturgia da palavra e preces da comunidade; 41 Unção com o óleo dos catecúmenos; Benção da água; Profissão de fé e promessas; Batismo propriamente dito; Unção com o óleo da Crisma; Entrega da vela e ritos finais. Confissão, Penitência ou Reconciliação Durante sua vida, Jesus, em sua bondade e misericórdia, perdoou muitos pecados, por ser Deus, oferecendo a quem caia no erro a possibilidade de reconciliar-se com o Pai e de voltar à amizade de Deus. A Penitência ou Reconciliação é a cura da doença do pecado. É Deus e a comunidade que nos perdoam. Para alcançar o perdão dos pecados, é preciso, em primeiro lugar, arrepender-se das faltas cometidas: depois, confessá-las ao sacerdote que, em nome de Deus, pode conceder-nos o perdão, a reconciliação com Deus e com os irmãos, sugerindo-nos fazer algumas orações. Assim, são os principais momentos da reconciliação: Exame de Consciência: necessário para verificar o que houve de errado depois da última confissão; Arrependimento ou dor pelos pecados, pois ofendemos o Pai que tanto nos quer; Firme propósito de não repetir os mesmos erros, com boa vontade e com a ajuda de Deus; Confissão dos pecados ao representante de Jesus, com humildade e confiança; Penitência, isto é, algumas orações que o padre nos sugere fazer para nossa reconciliação com Deus. Todos os fiéis devem confessar-se com certa frequência e não apenas tais dias determinados do ano. Os que servem a Jesus mais de perto precisam guardar seu 42 coração sempre limpo, reconciliando-se todas as vezes que necessitarem do perdão de Deus. Eucaristia – A Santa Missa Considera-se a Eucaristia a celebração central de toda a liturgia, porque relembra a Páscoa de Cristo, tornando-a presente entre nós. É na Eucaristia que Jesus se dá a nós em alimento na forma de pão e vinho. A Santa Missa é muito importante para todos os cristãos, mas o coroinha deve sentir-se privilegiado nessa celebração, porque participa de forma especial. Jesus, que está sempre no meio de nós, torna-se presente de modo real na missa quando: a comunidade de fiéis se reúne em seu nome sob a presidência do sacerdote, proclama-se a Palavra de Deus e o pão e o vinho se tornam o Corpo e Sangue de Cristo. É importante a celebração da Missa e como é indispensável participar dela pelo menos nos domingos, pois nos comunicamos diretamente com Jesus. Da missa todos tornam parte ativamente: O Sacerdote dirige a comunidade dos fiéis; O coroinha, acólito e cerimoniário serve Jesus ao redor do altar; O coral canta musicas apropriadas para a ocasião; Os leitores proclamam a Palavra de Deus; O povo presta atenção ao que dizem o sacerdote e os leitores, acompanha e participa das orações – fazendo sua ação de graças e seus pedidos -- e cantam. Pra que você compreenda melhor todo o ritual da missa, vamos dividi-la em quatro partes: Ritos Iniciais; Liturgia da Palavra; Liturgia Eucarística; Ritos Finais. Os ritos da missa serão explicados mais a frente, em “Esquema da Missa, Parte a Parte”. 43 Confirmação ou Crisma Este sacramento, ministrado aos jovens, é chamado de Confirmação porque “confirma” os dons recebidos no Batismo, tornando o jovem capaz de professar sua fé com coragem, perseverança e firmeza. Com esse sacramento, que é o compromisso adulto de construir, com a força do Espírito Santo, o Reino de Deus, vivendo como Jesus viveu, o jovem torna-se consciente de sua dignidade e de sua vocação de “testemunha” de Cristo. O Espírito Santo infunde no jovem crismando seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Os momentos do sacramento da Confirmação são os seguintes: Renovação das promessas do Batismo: o “sim” agora é consciente, dado pelo próprio crismando (e não pelo padrinho, como no Batismo), confirmando que deseja tornar-se um verdadeiro discípulo e testemunha de Cristo; Imposição das mãos: ocorre por parte do bispo e dos presbíteros concelebrantes, invocando o Espírito Santo; Unção com o óleo do Crisma: o bispo (que é quem ministra esse sacramento) unge a testa dos crismandos, fazendo com o santo óleo um sinal em forma de cruz. Ordem Como dito anteriormente, durante a Última Ceia de Jesus, na tarde da Quinta-feira Santa, véspera de sua morte, ele instituiu a Eucaristia dizendo: “Façam isto em memória de mim”. Mas quem deveria renovar para sempre esta memória? Naquele momento, evidentemente os primeiros discípulos, que poderiam então ensinar, santificar e guiar os adeptos ao Cristianismo, ministrando os sacramentos. E depois dos primeiros discípulos? Todos os homens que quisessem ser “ordenados” presbíteros, consagrando-se para o culto a Deus e para o serviço religioso do 44 povo. Assim, os bispos e os padres são hoje os sucessores dos apóstolos e representam Cristo, o Bom Pastor, para perpetuar sua obra no mundo. A Ordem se divide em: Diaconato: Diácono significa “servidor”. É aquele que ajuda o bispo e o sacerdote na celebração eucarística; proclama o Evangelho; distribui a Eucaristia; e com a permissão do bispo pode ministrar alguns sacramentos. Presbiterado: Presbítero é o sacerdote, o padre. Este celebra a missa; perdoa os pecados; administra os sacramentos do Batismo e da Unção dos Enfermos; e tem responsabilidade de dirigir e formar o “rebanho” de fieis que lhe foi confiado. Episcopado: O bispo, sucessor dos apóstolos, é um sacerdote em sentido pleno: ministra todos os sacramentos, em particular a Confirmação ou Crisma e a Ordem. O bispo é sempre o “pastor” de um rebanho maior, que se chama diocese. Matrimônio (Casamento) A vida dos seres humanos é a sua continuidade e preservação. É um dom tão precioso que Deus quis confia-lo em particular a dois seres: um homem e uma mulher. Assim, o matrimônio é a união do homem e da mulher que se amam. E a consagração do seu amor dentro de um lar, responsabilizando-se ambos, consciente e livremente, pela vida que devem guardar e desenvolver. Por isso, a instituição do casamento é sagrada, estável e indissolúvel. E o amor que une o homem e a mulher que se casam expressa o amor criador de Deus. Desse modo, o homem e mulher casados tornam-se os maiores colaboradores da obra criadora de Deus, assumindo a tarefa de educar os filhos na fé, que são frutos de sua união e de seu amor. Marido e mulher são, pois, os ministros, isto é, responsáveis diretos pelo casamento, aceitando-se por toda a vida. Eles realizam, por assim dizer, o “contato” que lhes conforme a graça do Sacramento. Quem preside o rito do sacramento não precisa ser um padre. Ele participa do rito como uma testemunha qualificada e oficial, que recebe o acordo dos noivos e abençoa a união. Assim como a Ordem, o casamento também é um sacramento indissolúvel, quer dizer, permanece por toda a vida até a morte. O sacramento 45 do matrimônio dá ao homem e a mulher ajuda espiritual para viverem juntos santamente, educando seus filhos na fé e comprometendo-se a caminhar juntos pela vida. Unção dos Enfermos A dor e a doença são experiências que todos podem compreender, mesmo que por elas não tenham passado. Jesus, quando veio ao mundo, ficou com muita pena de todas as misérias humanas e por isso, curoue confortou um número incalculável de enfermos. A respeito de Cristo, São Paulo escreveu: “Ele carregou sobre seus ombros as nossas enfermidades”. Quando, pois, uma pessoa tem qualquer tipo de sofrimento, isso não significa que Deus a tenha abandonando. Ele está presente também na pessoa que sofre. O sacramento da Unção dos Enfermos com os santos óleos é a união de nossos sofrimentos redentores de Cristo uma comunhão profunda, dando-lhe novo conforto. Quando o sacerdote unge as mãos e a testa do enfermo, ele reza para que o Senhor lhe conceda a cura da alma e, se for da sua vontade, também a cura do corpo, dando-lhe esperança, paciência e confiança na aceitação da vontade do Pai. A Unção dos Enfermos, tanto quanto a confissão, perdoam os pecados de quem estiver impossibilitado de confessar-se por motivo de doença. São os seguintes momentos da Unção dos Enfermos: Imposição das mãos feitas pelo sacerdote, que reza pelo enfermo; Unção com o óleo dos enfermos: o sacerdote faz uma cruz na testa e na palma das mãos do doente. A testa e a palma das mãos representam toda a pessoa humana, que pensa e trabalha. As ações sacramentais, ou simplesmente os sacramentais, são ações litúrgicas que têm como finalidade lembrar os sacramentos e santificar alguns momentos de nossa vida. Os mais importantes sacramentais são os seguintes: Sinal da cruz com água benta; Genuflexão diante o Santíssimo Sacramento; 46 Adoração eucarística; Aspersão com água benta; Benção e procissão com velas; Benção de objetos: imagens, terços, casas... Imposição das cinzas; Lava-pés; Reza comunitária do terço; Procissões do círio e das festas. 9. A MISSA PARTE POR PARTE Ritos Iniciais Procissão de Entrada. Saudação. Ato Penitencial. Glória (Exceto no Tempo do Advento e da Quaresma). Oração do dia ou coleta. Liturgia da palavra 1ªleitura Salmo Responsorial 2ªleitura Evangelho Homilia (Missas dominicais e solenidades) Credo (Missas dominicais e solenidades) Oração dos fiéis ou Universal (Missas dominicais e solenidades) Liturgia Eucarística Preparação das ofertas Oração sobre as oferendas Oração Eucarística 47 Pai Nosso Abraço da paz Cordeiro Momento da Comunhão Ritos finais Oração pós-Comunhão Benção final Despedida O que é a Missa? É a lembrança dos últimos fatos da vida de Jesus, muito mais que uma simples lembrança, mas a verdadeira renovação do sacrifício do Calvário, oferecidos sobre os nossos altares, debaixo das aparências do pão e do vinho. O sacrifício da Missa foi instituído pelo próprio Jesus Cristo, quando instituiu o sacramento da Eucaristia, na noite de Sua Paixão. Jesus se torna presente nas aparências do pão e do vinho, quando o sacerdote pronuncia as palavras da consagração, na Missa. Palavras que o próprio Jesus Cristo deu tanto poder, quando as pronunciou na última Ceia, e mandou os apóstolos fazerem o mesmo. Depois da consagração nada fica de pão nem de vinho a não ser as aparências. Em ambas, está Jesus Cristo todo inteiro, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Quando se partem as hóstias, não se parte o corpo de Jesus Cristo; partem-se somente as aparências do pão, por isso Jesus está todo inteiro em cada uma das partes em que se divide a hóstia. Havendo a promessa de Deus de que enviaria a este mundo Seu Filho para redenção, a Missa nos lembra que continua havendo ofensa a Deus, isto é, pecado, e que a reparação trazida por Jesus continua sendo feita. Na Missa também temos: 1. Na Missa temos ação de graças: agradecemos a Deus todas as graças que Ele não cessa de derramar sobre nós. 2. A Missa também é um aprendizado da palavra de Deus, pois em cada Missa são lidos e comentados dois ou três trechos da Bíblia. 48 3. A Missa é um ato que nos une a nossos irmãos. Como? Nas respostas ao padre, nos cânticos, na oração em comum, etc. 4. E no respeitoso silêncio que envolve os momentos culminantes da Missa, como a consagração e a ação de graças que se segue à comunhão, quando o padre reserva no sacrário o cibório com as hóstias consagradas, nós nos recolhemos em profundo silêncio em íntima união com o Deus vivo e verdadeiro. Terminada a Santa Missa, o coroinha deverá auxiliar o sacerdote ou ministros a retirar os paramentos sagrados, e só então cuidar de apagar as velas, guardar os livros e vasos sagrados sempre com muito respeito diante do altar. Ao deixar o Templo, o coroinha, acólito ou cerimoniário como qualquer fiel, devera ir à Capela do Santíssimo Sacramento, como fez ao chegar, para despedir do Senhor Sacramentado com um pequeno gesto de adoração. Deve-se evitar conversar e correr no templo, como se, por não haver função, o local tivesse perdido sua sacralidade. 10. EUCARISTIA Ação de Graças A palavra Eucaristia vem da língua grega e significa: agradecimento, ação de graças, reconhecimento. É a resposta que brota espontânea do ser humano diante das manifestações de Deus na criação e na história humana. Quando ganhamos um presente, é natural expressarmos nossa gratidão a quem nos presenteia. Para isso usamos a criatividade; um “obrigado”, um “Deus lhe pague”, um abraço, um sorriso, um telefonema, uma lembrancinha, etc. Viver em ação implica ao Pai, por Cristo, as coisas criadas e a própria pessoa. É o Jesus realiza de modo ritual na Última Ceia, e de modo real na cruz: entrega ao Pai sua vida em sacrifício infinito pela salvação de toda humanidade. Para nós, o que significa tomar parte no banquete eucarístico? Significa render graças a Deus por tudo e com tudo. Por tudo: a vida, a religião, nossa família, a fé em Deus, o ar que respiramos, o sol, a chuva, os alimentos que nos sustentam, as flores, os animais, etc. Na celebração eucarística, o pão e o vinho, frutos da terra e do trabalho de humano, simbolizam, todos os bens da criação. Com tudo: o que somos e temo, isto é, 49 nossas habilidades pessoais, dons, saúde, disposição, etc. Deus não precisa de coisas materiais. Ele espera a oferta do nosso ser. Jesus entregou ao Pai o que possuía de mais precioso, a sua própria vida. Também nós devemos fazer oferta de nossa vida ao Pai, por Cristo, com Cristo, em Cristo. Memorial (fazer memória) Ao celebrar a Última Ceia com seus discípulos, Jesus tomou o pão e o vinho, rendeu graças e disse que aqueles eram seu corpo e seu sangue, oferecidos em favor do povo. Em seguida acrescentou: “Fazei isto em memória de mim”. Fazer memória da Páscoa de Cristo significa Tornar Presente o ato salvador de Cristo. Revivemos na fé o acontecimento de sua paixão, morte e ressurreição, atualizando-o e tornando-nos participantes dele. Ao celebrar a Eucaristia, não comemoramos algo perdido no passado, ou um fato que ficou apenas na lembrança, mas, proclamamos, aqui e agora, a salvação de Deus aplicada à história presente e futura: “Todas que se com desse pão e bebeis deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (1 Coríntios 11,26) Portanto, para nós, assim como para os judeus, o memorial têm três direções: olha para o passado, mas projetando-o para o futuro, com a espera do fim dos tempos, e sentindo que o acontecimento histórico (passado) e o futuro se concentraram no hoje da celebração. Aplicando, mais uma vez, esse conceito à Eucaristia, temos o seguinte: a Eucaristia é um fato passado (morte e ressurreição de Jesus), que se torna presente para nós, aqui e agora (celebração eucarística) e nos projeta para o futuro (o Reino de Deus não está concluído, mas vai se construindo até que todos cheguem à plena comunhão com Deus e com irmãos). Eucaristia é sacrifício Na Última Ceia, Jesus tomou o pão, redeu graças e o deu a seus discípulos como seu corpo oferecido em sacrifício, praque dele comesse. E tomando nas mãos o cálice com o vinho disse-lhes: “Bebei dele todos, pois Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que será derramado por muitos pra remissão dos “pecados” (Mateus 26.28)”. 50 Esses gestos tinham clara intenção de substituir o cordeiro da páscoa dos judeus. O sacrifício de Jesus não é algo que se reduz aos seus últimos momentos de vida terrena, ou seja, sua paixão e morte. Toda a sua vida foi imolação constante. Jesus não buscou seus próprios interesses, mas procurou sempre fazer a vontade do Pai. Sua vida foi uma continua doação em favor do povo, principalmente das pessoas necessitadas. Sua vida total culmina com a morte na cruz. Sua paixão e morte são o coroamento de toda a sua vida doada: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13.1). Eucaristia é assembleia É no seio da Igreja que o sacrifício de Cristo se torna presente. A etimologia da palavra Igreja é de origem grega, que significa assembleia, comunidade do povo, convocada e reunida por Deus. Desde o início da Igreja os escritos do Novo Testamento falam da Eucaristia como reunião da comunidade (assembleia). A assembleia cristã, portanto, é uma comunidade que celebra e no meio da qual desde o primeiro momento está presente Cristo, o Senhor. Quem faz parte da assembleia? Todos os fiéis que se reúnem para celebrar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, o povo e os ministros, incluindo-se o ministro ordenado a quem cabe presidir a Eucaristia. Eucaristia é refeição A Missa é uma refeição, um banquete, uma festa. Quem faz o convite é Deus Pai. A convocação é dirigida a nós, filhos e filhas, com a finalidade de nos alimentar com sua palavra e com o corpo e sangue do seu Filho Jesus. O banquete eucarístico supõe, portanto, a presença de convidados (assembleia) e alimento (pão e vinho, corpo e sangue do Senhor). Sendo o banquete eucarístico uma festa, há também a necessidade da participação externa e da participação interna da assembleia. Constituem elementos da participação externa os movimentos, as palavras, as aclamações, os cantos, as orações, o toque, os sinais, o abraço da paz, etc. Ao passo que a participação é a predisposição de cada membro da assembleia, sua vontade de 51 estar ali com os irmãos, consciente do que vai celebrar. A participação interna começa antes que a pessoa entre na igreja para a celebração. Eucaristia é comunhão Comunhão quer dizer comunicação. Mas significa intimidade Quando vamos receber a comunhão (Eucaristia) estabelecemos uma comunhão com Jesus e com os irmãos e irmãs. Portanto, receber a comunhão não é simplesmente receber e ingerir um pedaço de pão consagrado (corpo de Cristo). Esse gesto significa que o fiel está em comunhão com o corpo de Cristo. Ora, o corpo de Cristo é a Igreja. Em outras palavras, somos nós. Portanto, comungar o corpo de Cristo é estar em harmonia e paz, não só com Jesus, mas também com todos os filhos e filhas de Deus. Eucaristia é gratuidade A Eucaristia pede que sejamos gratuitos, generosos, acolhedores, sem preconceito. Essa gratuidade se manifesta na celebração e além da celebração. Por isso, quando vamos participar da Eucaristia, não convém ficarmos controlando o relógio, achando que tudo está pesado, cansativo, sem interesse. Se isto for verdade, alguma coisa esta errada e é necessário corrigir. Vamos dar espaço para a Palavra de Deus e diminuir nossas palavras. Dar preferência por externar nossa fé através do canto e dos gestos simbólicos e manter as palavras indispensáveis para bem celebrarmos. É uma saída para se evitar que a celebração seja enjoativa. Ser gratuito, durante a celebração, é deixar-se conduzir por Jesus, o litúrgico (celebrante) por excelência. E seguir as inspirações que nos vêm da Palavra, dos símbolos, dos gestos, ajudam a celebrar melhor. Conclusão A partir dessas breves noções a respeito da Eucaristia, cada um de nós é convidado a ser Eucaristia viva nas estradas do mundo. Que quer dizer Eucaristia viva? É a pessoa que tem um coração aberto, generoso, compassivo, cheio de bondade e misericordioso, igual ao Jesus. É a pessoa que se preocupa com os irmãos e irmãs 52 principalmente as mais necessitadas de socorro material e espiritual. Ser Eucaristia viva é ser o próprio Jesus presente e dinâmico, hoje, no meio da humanidade. 11. ATRIBUIÇÕES DOS COROINHAS E ACÓLITOS Ressaltamos aqui a Instrução Redemptionis Sacramentum do Papa João Paulo II, número 47, elucidando o trabalho admirável de crianças e jovens para prestar o serviço junto ao altar do Senhor. Neste número o Papa afirma que as meninas podem ser admitidas para esse serviço, a critério do bispo diocesano. Os coroinhas e acólitos exercem um trabalho muito importante numa comunidade, principalmente durante as celebrações. Por se colocar em local de destaque, está sempre sujeito à atenção de toda a assembleia. Por isso, procure fazer tudo cuidadosamente, lembrando que você poderá servir de "espelho" para toda a assembleia e, principalmente, para as nossas crianças, que poderão até imitá-lo. Quando você participa com bastante entusiasmo, com certeza estará motivando as demais crianças a fazê-lo também. O acólito "ajuda as Missas", mas, se não estiver bastante preparado, poderá "atrapalhar". O trabalho dos coroinhas e acólitos numa comunidade não poderá ser limitado ao "ajudar as Missas". É Muito importante que se integre com toda a comunidade; que desenvolve realmente um trabalho pastoral, contribuindo para o surgimento de novas lideranças incentivando a integração de novos elementos com o grupo. Com o empenho de todos, pode contribuir para promover a união, o amor e fraternidade. A ajuda mútua caracteriza os verdadeiros irmãos na fé. No presbitério, o acólito não é simplesmente um "enfeite", mas uma presença marcante, pelo seu serviço, fé e amor. O bom corinha e acólito é aquele que, sempre que necessário, se coloca a serviço da Igreja e das coisas de Deus: nas procissões, nas solenidades e em todas as celebrações litúrgicas, sempre quando se faça necessária a sua presença. O coroinha ou acólito pode até ser despertado para a vocação sacerdotal que Deus distribui generosamente na sua Igreja! Deste modo os coroinhas e acólitos devem estar atentos para os seguintes fatores: 53 1. É de fundamental importância tanto a boa preparação para o serviço do Altar e o conhecimento dos principais objetos a serem utilizados durante a celebração, como principalmente uma boa preparação espiritual, antes da celebração. A oração ajuda muito a nos prepararmos para o Serviço do Senhor. 2. Os corinhas e acólitos deverão certificar-se, de que todo o material necessário para a celebração está providenciado, de acordo com os costumes da comunidade. 3. Normalmente os corinhas e acólitos devem acompanhar o sacerdote em direção ao presbitério, para o início da celebração. Especialmente quando forem dois ou mais acólitos, é necessário que se faca um bom "treinamento" anterior, para que não ocorram "desencontros" durante a celebração. Desde a entrada, as funções e a disposições de cada acólito, durante a celebração, até o seu final, devem ser de forma ordenada. 4. Cada coroinha e acólito devem estar preparado e bastante consciente das funções que lhe forem atribuídas para a celebração. 5. Durante a celebração, evite qualquer tipo de conversa com o seu amigo. Fale apenas o necessário e também nunca se dirija ao sacerdote ou a outra pessoa sem necessidade. 6. Nunca acene para as pessoas da assembleia. Concentre-se e fique sempre atento. Mantenha uma postura discreta: quando sentado, não cruzar as pernas; quando de pé, não cruzar os braços. Também nunca mascar chicletes ou bala no exercício das suas funções. Nunca fique muito próximo do seucolega e, principalmente, do celebrante que durante toda a celebração está sempre fazendo movimentos (manuseando livros, gesticulando com os braços etc.) quando muito próximo, o acólito pode atrapalhar. 12. ATRIBUIÇÕES DOS CERIMONIÁRIOS As características principais de um Cerimoniário são as seguintes: 54 Discrição: deve ser característica de todo coroinha, ministro – e não só o Cerimoniário deve possuir. Sem ela nunca conseguirá desempenhar satisfatoriamente sua função. Antecipação: característica do Cerimoniário, quando ele se adianta às situações, ajudando para aprimorar algo ou impedindo que aconteça algo ruim ou errado. Atenção aliada a Observação: Permite ao Cerimoniário estar sempre alerta, ou seja, atentos e prontos para qualquer ocasião que necessite da intervenção. Conhecimento: para desempenhar bem sua função, o Cerimoniário tem de primeiro conhecê-la bem, além de conhecer detalhadamente a Santa Missa, parte por parte e o manuseio dos objetos, alfaias, etc. O que o Cerimoniário deve conhecer? 1. A Santa Missa, parte por parte; 2. Os lugares da Igreja; 3. Os utensílios usados na Celebração; 4. As Vestes e Cores Litúrgicas; 5. A liturgia por completo; 6. Conhecer e desempenhar bem sua função. O Cerimoniário deve ser o mais discreto possível (No falar, andar, gesticular). Sempre mantendo a postura (mãos postas). Um Cerimoniário NUNCA se senta (quando desempenhando sua função de Cerimoniário). Nos preparativos para a ação litúrgica os Cerimoniários devem estar presentes 30/20 minutos antes do início da celebração; na sacristia, deverá verificar os Objetos Litúrgicos, Vasos Sagrados e as Alfaias para que estejam e devida ordem; faltando 5 minutos para o início da missa, o Cerimoniário se encaminha para a porta principal para darmos o início à Santa Missa. 13. ORAÇÕES 55 O coroinha, acólito e cerimoniário como todo cristão, não pode perder nenhuma oportunidade de estar em "sintonia" com Deus. Citamos, a seguir, algumas orações para as mais diversas circunstâncias. Reze sempre com muita fé. Faça silêncio por alguns instantes e ouça o que Deus tem a lhe dizer. Sinal da Cruz Pelo sinal † da santa cruz, livrai nos Deus † Nosso Senhor, dos nossos † inimigos. Em nome do Pai, do Filho † e do Espírito Santo. Amém. Glória ao Pai Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio agora e sempre. Amém. Pai Nosso Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mais livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Vinde, Espírito Santo Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Salve Rainha Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria. Consagração à Nossa Senhora 56 (Reza-se todos os dias pela manhã e pela noite) Ó minha Senhora, ó minha mãe! Eu me ofereço todo a vós, e em prova de minha devoção para convosco, vos consagro neste dia e para sempre, meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração, e inteiramente todo o meu ser. E como assim sou vosso ó incomparável mãe, guardai-me, defendei-me como coisa e propriedade vossa.Amém. Oração ao Anjo da Guarda Santo anjo do Senhor, meu zeloso e guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém. Alma de Cristo _ Alma de Cristo, santificai-me. _ Corpo de Cristo, salvai-me _ Sangue de Cristo, inebriai-me. _ Água do lado de Cristo, lavai-me _ Paixão de Cristo, confortai-me, _ Ó bom Jesus, ouvi-me. _ Dentro de Vossas chagas, escondei-me _ Não permitais, que eu me separe de Vós. _ Do espírito maligno, defendei-me. _ Na hora da morte, chamai-me, e mandai-me ir para Vós. Para que com os Vossos santos Vos louve, por todos os séculos dos séculos. Amém. 14. RITO DE INSTITUIÇÃO Não se trata aqui de um ministério instituído de acólitos, mas daqueles que, mesmo sem ser instituídos, atuam na Liturgia como acólitos - o que é perfeitamente lícito, na falta de instituídos (cânon 230,3). Dentre esses "não instituídos", estão os meninos que atuam nessa função, que se convencionou chamar de coroinhas. Todo aquele que atua no ministério de acólito, sendo varão, em tese pode vir a receber o Sacramento da Ordem. Embora a Santa Sé não se oponha a que meninas sirvam ao altar na qualidade de coroinhas - se houver para isso justas razões pastorais , a 57 mesma Sé Apostólica afirma que "será sempre muito oportuno seguir a nobre tradição do serviço ao altar pelos meninos" e relaciona isso à questão vocacional: " Isto, como se sabe permitiu um consolador desenvolvimento das vocações sacerdotais. Por isso, sempre existirá a obrigação de continuar a sustentar tais grupos de coroinhas".(Congregação Para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, a respeito das funções litúrgicas conferidas aos leigos, de acordo com a resposta do Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos. Roma, 15 de março de 1994). Rito da Investidura 1- Apresentação dos candidatos 2- Benção das vestes litúrgicas 3- Paramentação dos candidatos 58 INSTITUIÇÃO DOS COROINHAS, ACÓLITOS E COROINHAS Animador: Neste momento apresentaremos os candidatos que serão acolhidos pela nossa comunidade para o serviço do altar. (Os Candidatos se posicionam em frente ao altar) Padre: Caríssimos irmãos, roguemos ao Senhor, que cubra de bênçãos nossos irmãos que foram escolhidos para servir fielmente o altar. (Todos rezam num momento de silêncio) Padre: Oremos: Ó Deus bendito, que constituístes o vosso Filho unigênito, sumo e eterno sacerdote do novo Testamento, e escolhestes homens para serem ministros dos vossos mistérios, concedei que estas vestes, reservadas, pela vossa benção, para as sagradas celebrações sejam usadas com reverência pelos vossos ministros e, por eles, dignificadas com uma vida santa, Por Cristo, nosso Senhor. Amém. (Ritual de bênçãos p.394). (Os candidatos são revestidos). 59 15. BIBLIOGRAFIA BECKHAUSER, Alberto. Os fundamentos da Sagrada Liturgia. Petrópolis: Vozes, 2004. BUST, IONE. Equipe de Liturgia. Petrópolis: Vozes, 1999. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 2 ed. Edição Típica Vaticana. Petrópolis: Vozes, 1993. CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial da Igreja. São Paulo: Paulinas, 1988. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLIA DOS SACRAMENTOS. Instrução Redemptionis Sacramentum sobre alguns aspectos que se deve observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia. (25-03-2004). 11 ed. São Paulo: Paulinas, 2012. CHEQUINATO, Luiz. A Missa parte por parte. Petrópolis: Vozes, 1999. INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL
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