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1 Tempo Pascal: Tríduo Pascal. História, teologia, estrutura celebrativa. Agora que já aprendemos sobre o Tempo da Quaresma vamos caminhar na bela estrada do Tempo Pascal e dele beber da espiritualidade que brota da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Semana Santa Começaremos nosso trajeto um pouco antes. Vamos falar da Semana Santa, pois ela agasalha o ponto central do ano litúrgico que é vivido no Tríduo Pascal. A Semana Santa sobrevém à quaresma, mas tem desde o Domingo de Ramos uma dinâmica própria que começa com a recordação da entrada messiânica de Jesus em Jerusalém e segue, passo a passo, os acontecimentos de sua paixão e morte, até sua ressurreição. Liturgicamente, isso é expresso sobretudo no lecionário das missas, que contemplam o relato completo da paixão, do Domingo de Ramos, da Sexta-feira Santa e de todos os demais acontecimentos dos últimos dias de Jesus. É a semana mais importante para a Igreja, e seu cume são os dias do sagrado tríduo que começa com a Ceia do Senhor (Cena Domini). Portanto, somos convidados a entrar na Semana Santa e nela experimentar os sentimentos do Senhor e experienciar os momentos degustando cada celebração, assim conseguiremos viver a alegria da Ressurreição de Jesus. História A palavra “Páscoa” é a transliteração do termo hebraico “PESAH”. O sentido é discutido, VAN DEN BORN acredita que este termo tenha o sentido de “saltar”1. De fato, o verbo pesah utilizado em Ex 12,13.27 é traduzido normalmente como “passar adiante”. De acordo com o texto bíblico este termo é usado para indicar a festa na qual os judeus celebravam a “passagem” do Senhor no Egito que, exterminando os primogênitos, levou Israel à liberdade. Existem quatro elementos importantes na celebração pascal de Israel: Memorial – o evento celebrado torna-se presente; Anúncio da história da salvação – recordação do evento salvífico no qual o Senhor libertou Israel das mãos do Faraó; 1 VAN DEN BORN, A. Dicionário Enciclopédico da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 2004, cc. 1130-1133. 2 Louvor, ação de graças e intercessão – a lembrança da intervenção salvífica de Deus torna-se motivo de louvor e ação de graças; A comunidade celebrante – a Páscoa tornou-se o centro de toda a vida litúrgica de Israel. Saltando na história, chegamos a Jesus de Nazaré. São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, apresenta Cristo como a verdadeira Páscoa dos cristãos: “Pois Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1Cor 5,7b). Os evangelhos sinóticos apresentam toda a vida de Jesus como estando orientada para a sua Páscoa (Paixão – Morte – Ressurreição – Ascensão – Pentecostes). Encontramos na primeira carta de Pedro a descrição de Jesus como o “cordeiro sem defeito e sem mancha” (1Pd 1,18-19), em cujo o sangue os cristãos são libertados; uma outra clara relação com a Páscoa. Teologia Paixão e morte de Jesus são o desfecho de uma vida totalmente doada em favor do povo. Jesus é de tal modo obediente a Deus Pai, cumpridor de sua vontade, que a morte precose se torna para ele inevitável. Morrer não é o que Jesus deseja, nem o que o Pai projetou para seu Filho, mas é, acima de tudo, consequência de suas atitudes. Vou tentar esclarecer esta afirmação em quatro pontos: 1. Jesus é a Verdade. Ele veio para revelar o Pai. Ao mostrar quem é o Pai, Jesus foi coerente e promotor da justiça. Encontrou opositores, isto é, pessoas a quem não interessava a prática da justiça. Estavam acomodadas, acostumadas a uma vida injusta. Não aceitaram Jesus, nem sua proposta de mudança de vida. Não quiseram sua presença. Rechaçaram seus ensinamentos. Eliminaram sua pessoa. 2. Jesus ensinava e praticava a partilha. Partilha de alimentos, de bens terrenos. E convidava todos a fazer o mesmo. Convidava os que queriam segui-lo a despojar-se dos bens materiais, a ter um coração livre para Deus e para o próximo. Ora, muitos possuidores de bens não se dispunham a despojar-se de riqueza, das próprias posses, a fim de seguir Jesus. Em sua maioria essas pessoas pertenciam à classe dominante. Para elas, a proposta de Jesus não interessava. Por isso, uniram-se para tirar Jesus de circulação. 3. Jesus praticou e ensinou a praticar o serviço aos necessitados. Ele mesmo dizia: “O Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir”. Jesus 3 chamava a atenção de seus discípulos, que discutiam quem deles era o maior. O maior – ensinava Jesus – é o servidor de todos. Neste sentido, emblemática é a cena do lava-pés: Jesus se dobra diante de cada um dos seus apóstolos para lavar-lhes os pés: é o amor traduzido em serviço. A prática de Jesus estava bem longe do que as autoridades pensavam e de como se comportavam. O próprio Jesus nos dá o retrato do comportamento daquelas pessoas que exerciam o governo sobre o povo. Os reis e governadores tiranizam as nações. É isso mesmo, as autoridades, longe de beneficiar o povo, exploravam-no. Também neste caso, a mensagem de Jesus encontrou pessoas de coração endurecido, impermeáveis, impenetráveis. A essas também não interessava a revolucionária presença e doutrina de Jesus. 4. Jesus era considerado ameaça ao poder político da época, dado que ele denunciava o poder opressor, mais diretamente o poder religioso. Por isso, as autoridades do tempo de Jesus não fizeram nenhum esforço para entender sua missão. Não o defenderam diante da possibilidade de condenação; pelo contrário, o condenaram à morte, dizendo que ele queria apoderar-se do lugar do imperador. Foi o caso de Pilatos, o governador, que optou por soltar um bandido e mandou condenar Jesus à morte. As circunstâncias, as pessoas, principalmente os que se sentiram incomodados com o projeto de Jesus (projeto de vida e liberdade para todos) foram os responsáveis principais pelo fim da vida terrena de Jesus. Assim sendo, Jesus não caminhou para a morte como quem não sabe o que está acontecendo, de maneira inconsciente, para uma morte tola, sem sentido. Não. Jesus tinha clara consciência do seu fim, resultado de sua vida coerente, assentada na prática da verdade e da justiça. Nos evangelhos fica bem claro por que matam Jesus. Matam – como a tantos antes e depois dele – por seu tipo de vida, pelo que disse, pelo que fez...Matam Jesus porque estorvou, certamente. Como dizia há pouco, o drama da paixão e morte de Jesus é o desfecho, ou melhor, o coroamento de uma vida toda ela entregue em favor do povo. Mas a vida de Jesus não termina na morte; como ele mesmo predisse, “o Filho do Homem, isto é o Messias, ressuscitará ao terceiro dia”. E assim se deu. Jesus não ficou preso nas malhas da morte, como se a morte fosse para 4 ele uma fatalidade. Ao contrário, tendo passado pelo mar do sofrimento e da morte, ressurgiu glorioso e reassumiu o seu ambiente de origem: sentou-se à direita de Deus Pai. Não sozinho, mas levando consigo o povo que ele resgatara, o povo de Deus. Por conseguinte, Jesus que ressuscita dos mortos ressuscita com seu corpo – cabeça e membros – e assim volta para Deus. Assim, quando falamos da Páscoa (passagem) de Jesus, estamos nos referindo à páscoa do seu corpo, que é a Igreja, que somos nós. Não só Jesus passa pelo mistério da paixão, morte e ressurreição, mas todo o seu povo celebra e vive esse mistério. Quinta-Feira Santa “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Na quinta-feira Santa celebramos o mistério da instituição da Eucaristia. Jesus quis celebrar a páscoa com seus discípulos. A páscoa dos judeus fazia memória da libertação da escravidão no Egito. Além de ser acompanhada de salmos e orações próprias para a ocasião, a celebração previa como alimento um cordeiro, pão sem fermento (ázimo), ervas amargas, e como bebida, algumas taças de vinho. Qual é a novidade que Jesus traz para a“última ceia”? A novidade é que Jesus dá um novo sentido para o pão e o vinho. Com efeito, ele toma o pão, e diz aos discípulos: “Isto é o meu corpo que será entregue por vós”, e depois o parte e reparte entre os discípulos. Em seguida toma uma taça de vinho e diz: “Isto é o meu sangue, sangue da nova aliança, derramado por vós para remissão dos pecados”. Portanto, a novidade que Jesus introduz na última ceia é que o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue. E isso será para sempre: “todas as vezes que fizeram isso, façam em memória de mim”. Isto significa que, doravante, celebrar a ceia do Senhor é fazer memória, isto é, tornar presente a sua doação, a sua entrega em favor da humanidade. O que Jesus celebra de modo ritual na última ceia acontece na realidade sobre a cruz. Ou seja, realmente Jesus derrama seu sangue por nós. Na Quinta-Feira Santa, Jesus nos surpreende com o conhecido e sempre lembrado gesto do lava-pés. Jesus dá atenção especial a todos e a cada um dos apóstolos. Não descarta nenhum deles, nem mesmo Judas, que já havia 5 planejado a traição do Mestre. Passa lavando os pés de cada apóstolo, expressando um gesto que era tarefa dos servos. Mas Jesus é o Senhor que serve, pois, na sua comunidade, o maior é aquele que serve a todos. “Eu vos dei o exemplo para que assim como eu fiz, façais também vós” (Jo 13,15). O lava-pés é gesto de serviço, de doação amorosa ao próximo. Só quem se dispõe a servir generosamente aos irmãos está em condições de participar da Eucaristia. Sexta-Feira Santa “Um dos soldados traspassou-lhe o lado com a lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19,34) Neste dia a Igreja celebra o mistério da morte de Jesus na cruz. Jesus, no tribunal de Pilatos, recebe a sentença de morte. Sai, toma a cruz sobre os ombros e caminha para o lugar da crucificação. Caminho dificultoso, no meio da multidão que estava ali para a festa da Páscoa. Uma multidão de curiosos, muitos dos quais sem saber quem era o condenado; outros, principalmente um grupo de boas senhoras, lamentando por Jesus que as havia beneficiado com a palavra, o carinho, as curas. Um corpo fragilizado, sem ter tido tempo e condições para repousar, estende-se ao solo. Humilhação, violação, agressão com palavras e com ações por parte dos encarregados do cortejo para o sacrifício. O quarto canto do servo sofredor projeta-nos dele uma viva imagem: “Não tinha nem beleza para atrair nossos olhares, nem aspecto que nos cativasse. Desprezado e evitado pela gente, homem acostumado a sofrer, curtido na dor, ao vê-lo cobriram o rosto...Maltratado, suportava, não abria a boca; como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante do tosquiador, não abria a boca” (Is 53). No calvário, faz o último despojamento de si mesmo: entrega suas vestes, entrega suas mãos para serem cravadas no madeiro, entrega sua mãe ao discípulo amado e, nele, a toda a humanidade, e num grande suspiro entrega ao Pai seu espírito. 6 Tudo foi cumprido em fiel obediência aos planos de Deus Pai. O dom maior, que é a vida de Jesus, acabava de ser ofertado em favor de toda a humanidade. A redenção deixou de ser promessa e se tornou ato. Rompeu-se o bloqueio entre o céu e a terra. Nossa comunhão com Deus, arruinada pelo pecado, acabava de ser restabelecida pelo sangue derramado de Jesus. Podemos dizer com São João da Cruz: “Na cruz, quando sofria o maior abandono sensível, Cristo realizou a maior obra que superou os grandes milagres e prodígios operados em toa a sua vida: a reconciliação do gênero humano com Deus, pela graça”. Sábado Santo “Era o dia da Preparação, e o sábado começava a despontar...As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus...observavam o túmulo e como o corpo de Jesus fora ali depositado. Em seguida voltaram e prepararam aromas e perfumes. E, no sábado, observaram o repouso prescrito” (Lc 23,54-56) Dia de silêncio e de oração; tempo de contemplação e de espera da ressurreição do Senhor. É também o grande dia de Maria, a hora de Maria, a qual, mais uma vez haverá de guardar todas essas coisas, meditando-as em seu coração. A Vigília Pascal é, como chamava Santo Agostinho, a “mãe de todas as vigílias”. A Igreja, em todos os tempos, se preocupou em solenizar esse momento: a comunidade passava a noite em oração, ouvindo e meditando a Palavra e, na madrugada, celebrava a Eucaristia. Desse modo, os cristãos aguardavam, vigilantes, o acontecimento central da história: a ressurreição de Jesus. Os elementos simbólicos mostram a riqueza da celebração: o fogo novo de onde deriva a luz do círio pascal. O círio aceso e a procissão dos fiéis ao seu redor indicam a presença de Cristo ressuscitado, iluminando e guiando a sua comunidade. O canto festivo da Proclamação da Páscoa (Exultet) recorda a todo o povo as maravilhas da redenção realizada por Cristo. As várias leituras da liturgia da Palavra nos dão um panorama da história da salvação, salientando o amor de Deus pela humanidade e suas intervenções salvíficas, suas alianças, 7 desde a origem até a plenitude dos tempos, quando vem Jesus para dar cumprimento a tudo o que foi previsto deste os tempos antigos. A celebração da vigília pascal prevê também o batismo de uma ou várias pessoas. Com o batismo inaugura-se a vida nova trazida por Cristo. O momento da comunhão reforça nossa aliança com Deus. Enfim, os cânticos festivos, os aleluias, as flores, cores e luzes em abundância, tudo indica que o clima é de alegria pela presença do Cristo ressuscitado entre nós. A Páscoa de Cristo é um arco que vai da Encarnação até Pentecostes, ou seja, o Mistério Pascal de Cristo abrange desde o assumir a nossa humanidade nas entranhas de Maria até o ato de enviar o Espírito Santo sobre os apóstolos, perpetuando assim, a sua presença no meio dos homens. A liturgia nos põe em contato com esta realidade: somos mergulhados no Mistério Pascal, que vai da Criação à Parusia, uma vez que a liturgia é memória, presença e anúncio. Nas celebrações a Igreja sempre e unicamente atualiza o Mistério Pascal de Cristo. Isso acontece não somente na celebração anual da Páscoa, mas também em cada Domingo, na celebração da Virgem Maria e dos Santos, na Liturgia das Horas e em todo o ano litúrgico. Quando a Igreja celebra, pois, anualmente, a Páscoa, está atualizando o mistério de Cristo. Quando celebra o domingo, também atualiza o mesmo Mistério Pascal de Cristo na “Páscoa Semanal”. Nas Solenidades, Festas e Memórias da Bem-Aventurada Virgem Maria e dos Santos, o que é celebrado é o Mistério Pascal de Cristo realizado na vida deles. O que a Igreja celebra é sempre o Mistério Pascal de Cristo, nas suas múltiplas dimensões. Alguém poderia perguntar: como podemos dizer que no Natal estamos celebrando o Mistério Pascal de Cristo? Respondemos: no Natal celebramos o Mistério Pascal de Cristo, recordando uma de suas facetas ou aspectos, que é a Encarnação do Verbo, que não é um fato isolado, mas está ela também direcionada, como todos os outros mistérios da vida do Senhor, para a Páscoa. É a celebração do Mistério Pascal de Cristo que garante a contínua jovialidade da Igreja, porque celebrando-o a Igreja continuamente se renova. 8 Quem garante essa atualização do Mistério Pascal de Cristo é o Espírito Santo. Toda ação litúrgica é, por sua natureza: Anamnese – memória da Páscoa, síntese da história salvífica; Epiclese - ação do Espírito Santo, atuando a memória; Doxologia – glorificação do Pai, no louvor e no testemunho.Estrutura celebrativa O tempo pascal é composto por 50 dias corridos e por 7 domingos. No Brasil, celebra-se a Solenidade da Ascensão do Senhor no 7º domingo da Páscoa, nas demais localidades da Igreja esta Solenidade é celebrada no 40º dia após a Páscoa, numa quinta-feira. Este tempo forte se encerra na Solenidade de Pentecostes. Este é um tempo rico em simbologia e de profundas celebrações, por isso é muito importante se preparar bem para vivenciar este período da fé cristã e também organizar com muito zelo cada celebração, atentando-se para os detalhes que enobrecem ainda mais cada celebração. Para auxiliá-los vou repassar algumas dicas e orientações para as celebrações mais carregadas de detalhes: Quinta-Feira Santa (Ceia do Senhor) Ornamentação que expresse alegria; Glória. Para dar maior brilho e solenidade ao canto do hino de louvor, pode-se acompanha-lo pelo repicar da campainha/sineta e toque do sino; Lava pés. Na escolha das pessoas para esse rito, talvez convenha salientar aqueles serviços mais humildes da comunidade; Deposição da casula. O sacerdote, antes de proceder ao lava-pés, retira a casula e veste o gremial (avental). Depois do lava-pés, o sacerdote retira o gremial e novamente é revestido da casula. Comunhão sob duas espécies. Sendo possível, convém que todos comunguem o corpo e sangue de Jesus Cristo. Procissão para a transladação do Santíssimo Sacramento. Desnudamento do altar. Cânticos adequados para cada momento da celebração. Sexta-Feira Santa (Celebração da Paixão do Senhor) 9 Cor vermelha. Esta cor litúrgica expressa a realeza de Cristo, vencedor da morte. O vermelho é também a cor do sangue dos mártires e Jesus é o mártir por excelência; Prostração e silêncio. O presidente da celebração e os ministros se dirigem ao altar em silêncio. Os ministros ordenados (bispos, padres e diáconos) se prostram diante do altar. Esse gesto expressa profundo respeito diante do mistério da morte de Jesus e a tristeza dolorosa da comunidade cristã. Enquanto é realizado este gesto a comunidade permanece ajoelhada e permanecem em silêncio; Narrativa da Paixão. A história da Paixão segundo João é proclamada (narrada) por três vozes: narrador, o povo e Cristo (esta é reservada preferencialmente ao sacerdote); Oração Universal. Estas preces são herança que recebemos da antiguidade. Pela amplidão prevista de intenções, elas querem expressar o alcance universal da Paixão de Cristo; Adoração da Cruz. O crucifixo que será mostrado ao povo seja suficientemente grande. Para este rito escolha-se uma das duas formas previstas no Missal Romano. Tanto o convite (Eis o lenho...) quanto a respostas dos fiéis (Vinde, adoremos!) sejam cantados. É recomendável que cada fiel tenha a possibilidade de se aproximar da cruz e expressar seu gesto de adoração. Para a adoração deve haver uma única cruz; Comunhão Eucarística. Na celebração da Ceia do Senhor deve-se prever um número suficiente de partículas que possa atender as duas celebrações (quinta e sexta-feira). Ao distribuir a Eucaristia, recomenda- se que consuma todas as partículas, deixando apenas algumas para o viático. Sábado Santo (Vigília Pascal) Fogueira. Na Vigília Pascal, o fogo novo, extraído da pedra, simboliza Jesus ressuscitado, a “pedra angular” que, saindo do sepulcro de pedra, vence as trevas do mal e vai ao encontro de sua glória; Círio Pascal. O círio aceso simboliza Jesus com suas chagas e sua cruz gloriosa no esplendor da Ressurreição. A primeira e a última letra do alfabeto grego referem-se a Cristo, princípio e fim de tudo e de todos; os 10 algarismos do ano corrente apresentam o Redentor como Senhor absoluto da humanidade e dos tempos; os grãos de incenso, que se colocam nas quatro extremidades e no centro da cruz, representam as cinco chagas do Salvador; Proclamação da Páscoa (Exultet). Com este cântico narra-se a história da Páscoa, desde a passagem a pé enxuto, realizada pelo Povo de Israel, passando pela ressurreição de Jesus até a sua presença em nosso meio como Luz que guia seu povo; Hino de Louvor. Após a sétima leitura (ou antes da Epístola, dependendo do número de leituras proclamadas na comunidade) canta-se festivamente o hino de louvor. Durante este cântico pode-se tocar as sinetas/carrilhões e os sinos da igreja; Evangelho. Terminada a proclamação da Epístola, entoa-se solenemente o aleluia. Este é expresso no salmo 117 (também chamado de salmo aleluiático). Desta forma NÃO se tem outro canto para aclamação ao Evangelho. Santo Agostinho diz: “Com o canto do aleluia nós expressamos a época de alegria, de repouso e de triunfo representada aqui embaixo pelos dias do tempo pascal”; Renovação das Promessas Batismais. Neste momento temos a bênção da fonte do batismo, indicando que a graça do batismo não vem da água, mas do Espírito Santo. O sacerdote mergulha o círio pascal na água, pedindo a força do Espírito Santo. Após a administração do batismo (quando tem), toda a assembleia renova as promessas batismais. Isso indica que o batismo é um compromisso que o cristão deve renovar e assumir cada dia. Para a renovação a assembleia acende sua vela no Círio Pascal; Comunhão Eucarística. “Eis que tudo se faz novo”, por isso pede-se que a Eucaristia deste dia seja consagrada na Vigília Pascal; Bênção Solene. Ao final da solene bênção, o diácono (ou o sacerdote) faz o envio da comunidade e ao final diz Aleluia, Aleluia. 11 BIBLIOGRAFIA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Cerimonial dos Bispos. São Paulo, Paulus. 2001 – 1ª ed. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Liturgia em Multirão: subsídios para formação, Brasília, Edições CNBB. 2007 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Liturgia em Multirão II: subsídios para formação, Brasília, Edições CNBB. 2007 DUARTE, Luiz Miguel. Semana Santa: preparar e celebrar, São Paulo, Paulus. 2004 – 2ª ed. LUTZ, Gregório. Páscoa ontem e hoje, São Paulo, Paulus. 2003 – 2ª ed. REUS, João Batista. Curso de Liturgia, Petrópolis, Editora Vozes. 1944 – 2ª ed. VAN DEN BORN, A. Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Petrópolis, Editora Vozes. 2004 – 6ª ed.
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