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A Política de Assistência Social e o SUAS

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Página inicial 
HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA 
SOCIAL NO BRASIL: DA 
FILANTROPIA À POLÍTICA 
PÚBLICA 
Professor (a) : 
Esp. Magda Yuriko Yonehara 
Esp. Silviane Del Conte Curi Inserir texto 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender o funcionamento do assistencialismo no séc. XIX. 
• Entender as razões das mudanças na Assistência Social. 
• Entender de que forma a Constituição Federal de 1988 melhorou a Assistência Social 
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• O assistencialismo 
• Filantropia x política pública 
• A política pública e a assistência social 
Introdução 
A proposta deste estudo é para que você, aluno(a) possa, nessa primeira unidade, conhecer um pouco da história da assistência social e sua evolução até a Constituição Federal de 
1988. 
A assistência ao outro é prática antiga na humanidade, está na ajuda que se guiou pela compreensão de que na humanidade haverá sempre os mais frágeis e os menos favorecidos, 
que não conseguirão reverter a sua situação e carecerão de auxílio. Desde a Idade Média existem as instituições de caridade, tanto pelas campanhas religiosas quanto pela caridade 
leiga. 
Por iniciativa de grupos e facções de classes que se manifestam por intermédio da Igreja Católica se deu a implantação do serviço social no Brasil. A busca do rompimento da 
dependência marca a trajetória da profissão e lhe confere uma face de compromisso com a justiça e a liberdade. Progressivamente, a assistência começa a se configurar como uma 
esfera programática da ação governamental para prestação de serviços, mecanismo político para amortecimento de tensões sociais. 
Na era do regime militar - instalado com o golpe de 1964, instala-se a era do planejamento no serviço social brasileiro e assistência permanente rejeitada. A saída da hegemonia pela 
racionalidade do planejamento e pela teorização científica condicionou o serviço social a uma inserção no estado tecnocrático. Esse Estado tecnocrático, usando do planejamento 
como técnico de consenso social e do técnico como conhecedor das necessidades e interesses das classes subalternizadas, torna-as objeto passivo dos “benefícios”. Assim, o modelo 
econômico volta-se para os interesses do capitalismo transnacional, que provocou empobrecimento da população, com achatamento nos salários dos trabalhadores. 
Na Era Vargas houve melhorias significativas, com a primeira grande instituição de assistência social, reconhecida como órgão de colaboração com o Estado em 1942: a Legião 
Brasileira de Assistência. 
Neste estudo, apresentaremos o histórico da assistência social, mostrando sua longa e difícil caminhada para chegarmos ao patamar em que nos encontramos hoje em dia. Bons 
estudos! 
Avançar 
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Página inicial 
O Assistencialismo 
No século XIX, com a ascensão da burguesia, a exploração e abandono do proletariado, a migração das áreas rurais para os grandes centros urbanos, a Igreja Católica passa a 
assumir os cuidados dessa parcela da população que cresce e traz consigo necessidades que não conseguem suprir por conta própria e ao mesmo tempo não tem atenção do Estado 
- que entende que essa é uma atribuição da Igreja. 
Segundo Martinelli (2001), a organização da prática da assistência como expressão de caridade cristã, além de ter integrado o tema de vários Concílios, foi objeto de preocupação 
de muitos teólogos e membros destacados da Igreja, como São Paulo, São Domingos, Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Francisco, São Bernardo e São Bento. A Igreja Católica 
direcionava os fiéis a terem práticas de ajuda ao próximo como base da conduta cristã. 
Sendo assim, as “damas de caridade”, em nome da humanidade cristã e em busca da absolvição de seus pecados, assumiram a responsabilidade de aliviar as necessidades básicas de 
alimentação, vestuário e remédios dessas pessoas. Além disso, pregavam um pensamento moral que servia de controle, evitando, assim, possíveis revoltas do proletariado. 
Desde a era medieval até épocas mais recentes, incluindo o século XIX, a assistência era encarada como forma de controlar a pobreza e de ratificar a sujeição daqueles que não 
tinham posses ou bens materiais. Assim, tanto na assistência prestada pela burguesia quanto na realizada pelas instituições religiosas havia sempre outras intenções além da prática 
da caridade. O que se buscava era perpetuar a servidão, ratificar a submissão (MARTINELI, 2001). 
Com base nessas ações de solidariedade surgem as raízes do que seriam as políticas de Assistência Social. 
Filantropia x Política Pública 
No Brasil, segundo Mestriner (2008), no período da Primeira República (1989 – 1930) a Igreja Católica efetivava as ações de assistência social de forma independente do Estado - 
que não intervinha nas questões sociais por defender que isso não era sua função. 
Especificamente no Brasil, o reconhecimento de que o enfrentamento dessas problemáticas sociais era uma questão política e de responsabilidade do poder público se deu por 
volta dos anos 30 (BEHRING; BOSCHETTI, 2007). 
O enfrentamento das questões sociais pelo poder público tornou-se evidente e necessário devido ao cenário social que se compôs devido à hegemonia do Capitalismo no Brasil, 
com o crescimento dos grandes centros urbanos, gerando no país um forte e expressivo êxodo rural, superlotando as cidades assim como ocorreu na Europa e Estados Unidos, 
reproduzindo o mesmo processo de urbanização e deterioração do proletariado. 
Com isso, tornou-se necessário que o Estado repensasse o seu papel e assumisse suas responsabilidades diante das questões sociais vigentes, pois cabe ao governo brasileiro nesse 
cenário a responsabilidade de regular os excessos e promover uma vida digna à população. “O Estado se vê na contingência de admitir sua responsabilidade social para com os mais 
pobres, o que não estava na agenda liberal que dominava o pensamento até então” (MESTRINER, 2008, p. 68). 
A demanda por solucionar os problemas que surgiram com a necessidade de uma população cada vez mais carente, oprimida e revoltada passou a ser uma questão política a ser 
combatida pelo governo, a burguesia e a igreja, que se uniram para oferecer algum tipo de assistência que pudesse dar a ideia e criar a ilusão ao povo de que suas necessidades 
estariam sendo supridas. Com isso, a assistência começa a se configurar como uma esfera programática da ação governamental para atender às necessidades sociais por meio da 
prestação de serviços, que funciona como mecanismo político para o amortecimento de tensões sociais. 
Em 1932 foi ministrado um curso de filantropia para moças ricas da sociedade, promovido pelas cônegas de Santo Agostinho, no qual surgiu a ideia de se criar uma organização que 
atendesse aos necessitados. Essas primeiras trabalhadoras sociais desempenhavam seu papel segundo o que preconizava a igreja católica - seguindo a ideia de que serviam por 
amor ao próximo- , sendo assim, não tinham uma visão crítica e conscientedo seu trabalho e de sua intervenção na sociedade e acabavam por colaborar com a alienação da 
população. 
Em 1935 foi criada a Lei n.º 2.497 para a formação do Departamento de Assistência Social do Estado. O presidente da República neste período era Getúlio Vargas, que foi 
considerado o “pai dos pobres”, responsável por criar leis em benefício aos trabalhadores, o que demonstrava seu foco em uma política social fortemente assistencialista. 
Com o objetivo de dar maior visibilidade à sua política, Vargas passou a atuar fortemente no campo previdenciário, estimulando, primeiramente, a 
expansão das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s) e fez com que surgissem, em 1933, os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP’s) que 
abrangia categorias de trabalhadores mais organizados, como os marítimos (IAPM), os Bancários (IAPB), os Industriários (IAPI) e os Servidores do 
Estado (IPASE). 
Os Institutos, para dar conta das demandas dos seus trabalhadores filiados, conforme seu potencial de recursos criaram benefícios diferenciados de 
um instituto para outro e bastante diferenciados das caixas, que continuaram a existir até 1953, para as categorias de menor força organizativa e 
financeira. 
Fonte: COUTO (2010). 
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No ano seguinte foi criado o Departamento de Assistência Social do Estado de São Paulo. Em 1937, no Rio Janeiro, houve a criação do Instituto de Educação Familiar e Social, pois a 
questão social passou por uma transição - de caso de polícia para uma questão política. No Rio de Janeiro, criou-se a Escola Técnica de Serviço Social com um convênio firmado 
entre o CEAS e o departamento de Serviço Social do Estado em 1939, organizando os centros familiares. Em 1940 foi realizado o curso de preparação em trabalho social, visando 
melhor treinar, orientar e nortear os trabalhadores sociais da época. 
No ano de 1942, o governo Vargas, buscando legitimidade junto à população pobre criou a Legião Brasileira da Assistência (LBA), que tinha como objetivo atender à população 
pobre. A LBA representou o braço assistencialista do governo, que centrou na figura da primeira-dama Darcy Vargas a coordenação da instituição e acabou por vincular 
definitivamente o social à figura da primeira-dama. Este traço clientelista e vinculado à benemerência persistiu por muitos anos na política assistencial brasileira (COUTO, 2010). 
Sendo assim, o Estado deixa a cargo da primeira-dama e das organizações filantrópicas, com apoio da igreja católica, as ações relativas aos problemas sociais. 
Em 1945 foi realizado o Congresso Pan Americano, no qual foram discutidos os rumos do Serviço Social no continente. 
Em 1946 foram criadas a Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS), e a Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS) o que proporcionou o início da mudança 
da visão dos assistentes sociais sobre seu trabalho: eles ampliaram seus horizontes, abandonando a concepção assistencialista de sua atuação e implementando políticas públicas 
de bem-estar da população excluída e às margens da sociedade. Em 1947 foi realizado em São Paulo o I Congresso Brasileiro de Serviço Social, que definiu o Serviço Social como 
sendo: 
atividade destinada a estabelecer, por processos científicos e técnicos, o bem- -estar social da pessoa humana, individualmente ou em grupo, e 
constitui o recurso indispensável à solução cristã e verdadeira dos problemas sociais. (VIEIRA, 1977, p. 143) 
Já em 1949, no Rio de Janeiro, foi realizado o II Congresso Pan Americano de Serviço Social, considerado, pela sua magnitude, um marco importante para o Serviço Social. Esse 
congresso trouxe ideais americanos e franceses, reafirmando e destacando uma característica paternalista e não de direito ao acesso e obtenção aos benefícios - visão que perdura 
até os dias atuais no Brasil, evidenciada por programas como Bolsafamília e suas variadas vertentes. 
Nesse momento, o papel esperado da assistência social era o de corrigir uma condição de “anormalidade”, não gerada por problemas e distorções sociais, mas por dificuldades 
individuais que poderiam ser superadas por meio do trabalho, que constava na Constituição de 1937 em seu artigo 136º, como um dever de todos, tratando o não-trabalho como um 
crime. Sendo assim, o foco da assistência social nesse momento era ajustar o indivíduo ao meio sem nenhum tipo de olhar crítico com relação aos mecanismos criados pelo sistema 
social e econômico responsáveis por gerar esse tipo de condição. 
Desta forma, o Estado se posicionava defendendo que aquele que não trabalhava não merecia nenhuma atenção do governo. Partindo desta lógica, o Estado incentiva práticas 
marginais de atenção, baseadas na lógica do clientelismo e do favor. Assim, a assistência social se afasta de qualquer possibilidade de ser efetivada enquanto um direito e uma ação 
de proteção social, e passa a receber cada vez mais o incentivo para ser realizada por meio de benesses particulares (MESTRINER, 2008). 
Portanto, a tarefa da assistência social se centrava em prestar assistência material para as famílias operárias, conseguindo empregos, abrigos provisórios, trabalhando para a 
formação moral e criação de cadastros dos assistidos para que a visita e o auxílio não se repetissem, na ilusão de que essas ações proporcionariam mudança na vida destas famílias. 
O que na verdade servia apenas como forma de manter o controle sobre essa parte da população e colaborava para reforçar a cultura de que “para pobre basta qualquer coisa 
pobre” (MESTRINER, 2008, p. 107). 
Neste contexto, o governo cria por meio do Decreto-lei n. 525 de 01/07/1938 o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) e, desta forma, além de incentivar a benemerência e a 
solidariedade, torna-se responsável pela assistência social, com a intenção de controlar suas ações por meio de regulações específicas que controlavam as subvenções destinadas a 
essa área. Funcionando juntamente com o Ministério da Educação e Saúde, o CNSS se torna responsável pela concessão de auxílios e subvenções às organizações da sociedade civil: 
[...] formado por figuras ilustres da sociedade cultural e filantrópica e substituindo o governante na decisão quanto às quais organizações auxiliar. 
Transita, pois, nessa decisão, o gesto benemérito do governante por uma racionalidade nova, que não chega a ser tipicamente estatal, visto que 
atribui ao Conselho certa autonomia. Nesse momento, selam-se as relações entre o Estado e segmentos da elite: homens (e senhoras) bons, como no 
hábito colonial e do império, vão avaliar o mérito do Estado em conceder auxílios e subvenções a organizações da sociedade civil (MESTRINER, 2008, 
p. 58) 
No fim do governo de Vargas o cenário nacional e mundial já apresentava mudanças que se manifestava nos movimentos populares e operários que adquiriam força, gerando 
diversas reivindicações. 
Em 1946, o Presidente Eurico Gaspar Dutra promulga a nova Constituição Federal e na busca de uma nova relação com a sociedade leva para o Estado a responsabilidade sobre o 
social. “Não bastam as organizações de benemerência e ação voluntária do primeiro-damismo. É preciso um novo aparato social aliançado com a elite industrial emergente” 
(MESTRINER, 2008, p. 117). 
Sendo assim, podemos perceber que a assistência social começa a abandonar as características de filantropia pregada e defendida pela igreja católica até então, para buscar se 
estruturar como política pública, investindo na melhoria da rede de abrangência dos serviços públicos e dos programas institucionais por meio da formulação de novas propostas de 
políticas institucionais e passando a se caracterizar como Serviço Social. 
Embora no governo de Dutra tenham sido criados programas e projetos visandoo atendimento à população por meio da qualificação no Serviço Nacional de Aprendizagem do 
comércio (SENAC), Serviço Social do Comércio (SESC) e o Serviço social da Indústria (SESI), não houve a criação de uma política social propriamente dita. 
Nesse período, diante de um cenário político conturbado, a política social teve poucos avanços, com lenta expansão de direitos e dificuldade em propor a criação de uma política 
social em sua totalidade, mantendo-se, portanto, o formato corporativista e fragmentado do governo de Vargas (BEHRING; BOSCHETTI, 2007). 
Durante a ditadura militar, com a expansão da economia - o dito Milagre Brasileiro -, a política social teve sua evolução, porém de maneira tecnocrática e conservadora, regime que, 
a partir de 1974, devido aos reflexos da economia internacional, começa a se esgotar e leva o país a um grande período de crise econômica. 
A política pública e a assistência social 
Na década de 80, devido ao grande envolvimento da sociedade nos movimentos sociais e na política, se iniciou a transição do Regime Militar para a Democracia. 
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Segundo Couto (2010), essa foi uma década de muitos movimentos sociais, resultado da organização da sociedade por meio das entidades e das Organizações não Governamentais 
(ONGs) e sindicatos - o que culminou na construção de uma nova Constituição, que pela primeira vez teve a participação popular e com o objetivo de construir um Estado 
Democrático. Promulgada em 5 de outubro de 1988, a “Constituição Cidadã”, foi um marco para as políticas sociais, pois veio para garantir direitos individuais e sociais, assegurando 
como valores supremos a liberdade, a igualdade e a justiça social. 
A Constituição garante em seu texto o princípio da Dignidade e o princípio da cidadania, o que valoriza de forma efetiva os Direitos Fundamentais da pessoa humana. Tais como são 
apresentadas no Art. 6°: 
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988). 
Entende-se que os avanços nos direitos conseguidos na nova Constituição foram adquiridos pela luta na busca de atendimento às necessidades e demandas sociais, não podendo 
ser vistos como concessões dos detentores do poder político e econômico, e sim advindas de uma evolução histórico-social. 
Os direitos não são uma dádiva, nem uma concessão. Foram ‘arrancados’ por lutas e operações políticas complexas [...] não são uma doação dos 
poderosos, mas um recurso com o qual os poderosos se adaptam às novas circunstâncias histórico-sociais, dobrando-se, com isso, 
contraditoriamente, às exigências e pressões em favor de mais vida civilizada. 
Fonte: (NOGUEIRA, 2004). 
Os direitos, portanto, são resultado de mobilizações sociais, na busca pelo reconhecimento legal das necessidades sociais por um mundo com menos desigualdades, exclusões e 
injustiças. Foram essas mobilizações que possibilitaram que a Constituição fosse elaborada de forma a propiciar a cidadania e o bem-estar a todos os cidadãos por meio da garantia 
do atendimento das necessidades básicas para uma vida digna. 
[...] graças à mobilização da sociedade, as políticas sociais tornaram-se centrais, nessa década, na agenda de reformas institucionais que culminou 
com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Nesta Constituição, a reformulação formal do sistema de proteção social incorporou valores e 
critérios que, não obstante antigos no estrangeiro, soaram, no Brasil como inovação semântica, conceitual e política. Os conceitos de “direitos 
sociais”, “seguridade social”, “universalização”, “equidade”, “descentralização político-administrativa”, “controle democrático”, “mínimos sociais”, 
dentre outros, passaram, de fato, a constituir categorias-chaves norteadoras da constituição de um novo padrão de política social a ser adotado no 
país (PEREIRA, 2008, p. 152). 
Conforme explica Paulo Netto (1999) a Constituição de 1988 abriu espaço para a construção de uma nova realidade brasileira com a estruturação de um sistema de proteção social 
na busca de um Estado de bem-estar social, priorizando os direitos sociais e colocando o arcabouço jurídico-político para implantar uma política social com as exigências de justiça 
social, equidade e universalidade. 
As reivindicações e pressões organizadas pelos trabalhadores na década de 1980, em período de redemocratização no país, provocam a 
incorporação, pela Constituição Federal (CF), de muitas demandas sociais de expansão dos direitos sociais e políticos. Um dos maiores avanços dessa 
Constituição, em termos de política social, foi a adoção do conceito de seguridade social, englobando em um mesmo sistema as políticas de saúde, 
previdência e assistência social [...] (BOSCHETTI; SALVADOR, 2009, p. 52). 
Nesse cenário, a Constituição Federal possibilitou a efetivação da Assistência Social enquanto política pública, proporcionando aparato legal para que se consolidasse como tal e 
desvinculando-a das ações assistencialistas que caracterizavam a assistência social no Brasil. A partir disso, a assistência se encontra inserida no campo dos direitos, da 
universalização de acesso, da responsabilidade estatal, da defesa e atenção dos interesses dos segmentos mais carentes da sociedade. (YAZBEK, 1995). O que marcou o início da 
busca pela implementação desses direitos foi a inclusão da Assistência Social no sistema de Seguridade Social. 
Art.194 º. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I – universalidade da cobertura e do atendimento; 
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V – equidade na forma de participação no custeio; 
VI – diversidade da base de financiamento; 
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (BRASIL, 1988). 
Visto que ainda faltam componentes para que os cidadãos tenham seus direitos preservados e suas necessidades suprimidas, de forma a garantir a 
dignidade da pessoa humana, o que, no seu modo de ver, poderia ser complementado na Constituição e no Sistema de Seguridade Social para que 
essa garantia se consolidasse? 
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ATIVIDADES 
1. No séc. XIX, a Igreja Católica passa a assumir os cuidados com a parcela da população que cresce e traz consigo necessidades que não consegue suprir por conta própria e que, 
ao mesmo tempo, não tem a atenção do Estado - que entende que essa é uma atribuição da Igreja. Nesse contexto, quais destas características não pertencem à Igreja? Assinale a 
alternativa correta: 
a) Foi objeto de preocupação de muitos teólogos e membros destacados da Igreja, como São Paulo, São Domingos, Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Francisco, São Bernardo e 
São Bento. 
b) Efetivava as ações de assistência social de forma independente do Estado. 
c) Assim, tanto na assistência prestada pela burguesia quanto naquela realizada pelas instituições religiosas, havia sempre outras intenções além da prática da caridade. O que se 
buscava era tornarvitalício o poder da igreja e do Estado. 
d) Foi ministrado um curso de filantropia para moças ricas da sociedade, promovido pelas cônegas de Santo Agostinho. 
e) A organização da prática da assistência como expressão de caridade cristã, além de ter integrado o tema de vários Concílios. 
2. Analise as afirmativas. 
I. A Constituição foi elaborada de forma a propiciar a cidadania e o bem-estar a todos os cidadãos, devido as mobilizações sociais; 
II. A CF de 1988 abriu espaço para construção de uma nova realidade brasileira com a estruturação de um sistema de proteção social na busca de um Estado de bem-estar social, 
priorizando os direitos sociais. 
III. Um dos maiores avanços dessa Constituição, em termos de política social, foi a adoção do conceito de voluntariado, englobando em um mesmo sistema as políticas de saúde, 
educação e assistência social. 
IV. Os conceitos de “direitos sociais”, “seguridade social”, “universalização”, “equidade”, “descentralização político-administrativa”, “controle democrático”, “mínimos sociais”, dentre 
outros, passaram, de fato, a constituir categorias-chaves norteadoras da constituição de um novo padrão de política social a ser adotado no país. 
V. A CF possibilitou a efetivação da Assistência Social enquanto política pública proporcionando aparato legal para que se consolidasse como tal, desvinculando-a dos sindicalistas 
que caracterizavam a assistência social nas áreas industriais do Brasil. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Estão incorretas as afirmativas II e V. 
b) Estão corretas as afirmativas I, III e IV. 
c) Estão incorretas as afirmativas I, III e V. 
d) Estão corretas as afirmativas I, II e IV. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
3. Analise as afirmativas. 
I. A organização da sociedade por meio das entidades e das organizações não governamentais (ONGs) e sindicatos ocorreu no período de 2010. 
II. A política social teve sua evolução, porém de maneira tecnocrática e conservadora, na ditadura militar. 
III. O governo cria o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) e, desta forma, além de incentivar a benemerência e a solidariedade, torna-se responsável pela assistência social, 
em julho de 1938. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas I e II estão incorretas. 
b) Apenas a I está correta. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas a II está incorreta. 
e) Todas estão corretas. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
Neste estudo, vimos que a Assistência Social percorreu um longo caminho, desde o séc. XIX, até chegarmos aos dias de hoje, ainda com muitas falhas. A igreja católica deixa de ser a 
única instituição no auxílio aos necessitados. O crescimento dos grandes centros urbanos, mais a pressão oferecida pela população, fez o Estado assumir a sua responsabilidade 
social, em uma demanda cada dia mais crescente. 
Desde o período Vargas - o pai dos pobres, até a CF de 1988, foram criadas muitas leis para garantir o princípio da Dignidade e Cidadania. Temos que reconhecer que houve uma 
evolução na garantia dos direitos sociais no Brasil, porém sabemos que nem sempre, de fato, o Direito se apresenta de forma material e real na vida das pessoas. Sendo assim, a 
existência de garantias legais na Constituição e a criação de um Sistema de Seguridade Social não são suficientes para que os cidadãos tenham seus direitos preservados e suas 
necessidades suprimidas de forma a garantir a dignidade da pessoa humana, fato esse que só passa a ser realidade por meio de movimentos e reivindicações sociais para terem 
reconhecidos seus interesses. 
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Material Complementar 
Leitura 
História Social Dos Direitos Humanos 
Autor: Trindade, José Damião de Lima 
Editora: Peirópolis 
Sinopse : escrito com leveza e profundidade, este livro conduz o leitor leigo à compreensão da 
conquista dos direitos humanos como processo histórico e social, destacando o embate dos 
explorados pela igualdade em diferentes modos de produção. Trata-se de uma obra fundamental para 
a compreensão do potencial transformador da luta pelos direitos humanos. 
Leitura 
O Direito Social e a Assistência Social na Sociedade Brasileira - Uma Equação Possível? 
Autor: Berenice Rojas Couto 
Editora: CORTEZ 
Sinopse : este livro tem como foco de análise a assistência social, buscando apreendê-la no movimento 
da constituição de direitos no Brasil. A autora estuda as Constituições Federais promulgadas entre 
1930 e 1985, analisando a relação existente entre esses estatutos legais e os diferentes contextos e 
eventos da realidade do país. 
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REFERÊNCIAS 
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política social: fundamentos e história. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 
BOSCHETTI, Ivanete; SALVADOR, Evilásio. O financiamento da Seguridade Social no Brasil no Período 1999 a 2004: Quem paga a Conta? IN: MOTA. et al. Serviço Social e Saúde: 
Formação e Trabalho Profissional. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2009. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. 
COUTO, Berenice Rojas. O direito social e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
MESTRINER, Maria Luiza. O Estado entre a filantropia e a assistência social. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 
NOGUEIRA, Maria Alice. Os direitos de cidadania como causa cívica: o desafio de construir e consolidar direitos no mundo globalizado. In: Congresso Brasileiro de Assistentes 
Sociais, XI e Encontro Nacional de Serviço Social e Seguridade, III, 2004, Fortaleza. Anais.... Fortaleza: CFESS, 2004. 
PAULO NETTO, José. FHC e a política social: um desastre para as massas trabalhadoras. In: LESBAUPIN, Ivo (org.). O desmonte da nação: balanço do governo FHC. Petrópolis: 
Vozes, 1999. 
PEREIRA, Potyara Amazoneida Pereira. Política social: temas e questões. São Paulo: Cortez, 2008. 
VIEIRA, Balbina Ottoni. História do Serviço Social: Contribuição para a construção de sua teoria. Rio de Janeiro: Agir, 1977. 
YAZBEK, Maria Carmelita. A política social brasileira nos anos 90: refilantropização da questão social. Cadernos Abong, São Paulo, n. 11, out. 1995. 
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APROFUNDANDO 
A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema de Seguridade Social, formado pelos subsistemas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social, e constituiuum grande marco 
no direito brasileiro ao prever o chamado “Sistema da Seguridade Social”. Por previdência entende-se aquela que visa proteger apenas os trabalhadores, enquanto a assistência tem 
o intuito de garantir que nenhum cidadão fique sem satisfazer suas necessidades mínimas. 
A definição da “Seguridade Social” se dá pelo conjunto de ações do Estado que visa atender às necessidades básicas no que tange à saúde, assistência social e previdência. 
Na época de publicação da lei, período de efervescência democrática pós- ditadura, julgou-se ser de grande avanço a criação de conselhos com participação popular nacional, 
estadual e municipal para acompanhamento e fiscalização das ações de natureza social. 
Antes da CF/88, a Saúde era vinculada ao Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), e os serviços somente eram assegurados a quem contribuísse; não era um 
direito universal. A legislação no Brasil nem sempre previa a adoção de medidas assistenciais para a proteção de pessoas em situação de necessidade. Na verdade, a Constituição de 
1988 foi a primeira a trazer em seu corpo a previsão expressa desse instituto. As outras constituições e normas legais mencionavam apenas o acesso à previdência social ou à saúde, 
mas nada falavam sobre a assistência social. 
Entretanto, tanto o Poder Executivo quanto o legislativo foram alvos de ação direta e inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo Procurador Geral da República ao Supremo 
Tribunal Federal, pois ficaram aproximadamente cinco anos após a promulgação da CF/88 sem regulamentar a assistência social. 
Ressalta-se que a Constituição Federal, em seu artigo 203, prevê quem são os destinatários da assistência social, enquanto o artigo 204 direciona-se para as ações governamentais, 
indicando a fonte de recursos que a custearão e apontando diretrizes a serem observadas pelos legisladores e administradores futuros. 
Na pós-promulgação da Constituição Federal, realizaram- -se diversos debates sobre os rumos que a assistência social deveria seguir. Com destaque para os representantes do 
“Movimento pela Ética na Política”, “Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais” e “Conselho Nacional de Segurança Alimentar”, na pessoa do sociólogo Herbert de 
Souza, falecido em agosto de 1997. 
Foi desses movimentos que surgiram as bases do projeto de Lei que culminou na aprovação da Lei 8742/93, elaborada com base na ideia de que a assistência social é um direito 
do cidadão e dever do Estado, e não uma opção de governo. Tem como finalidade prestar auxílio e amparar as pessoas em situação de miserabilidade com comprometimento da 
própria sobrevivência, bem como o tratamento dado pelos Tribunais Superiores ao conceito de miserabilidade, requisito essencial para a concessão do benefício. 
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS - 8742/93 - Art. 20. “O Benefício de Prestação Continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família”. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. 
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Disponível em: 
< http://www.camara.gov.br/sileg/integras/473819.pdf >. Acesso em: 5 jan. 2017. 
PARABÉNS! 
Você aprofundou ainda mais seus estudos! 
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EDITORIAL 
DIREÇÃO UNICESUMAR 
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Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação 
a Distância; YONEHARA , Magda Yuriko Yonehara; CURI , Silviane Del Conte. 
A Política de Assistência Social e o SUAS. 
Magda Yuriko Yonehara; Silviane Del Conte Curi. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
32 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Assistência Social. 2. Política. 3. EaD. I. Título 
CDD - 22 ed. 341 
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O CENÁRIO PARA A 
IMPLEMENTAÇÃO DA 
POLÍTICA NACIONAL DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS 
Professor (a) : 
Esp. Magda Yuriko Yonehara 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender as origens da PNAS. 
• Conhecer as normas regulamentadoras do PNAS. 
• Compreender o tripé da Seguridade Social. 
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Origens da Política Nacional de Assistência Social 
• Normas Regulamentadoras 
• Tripé da Seguridade Social 
Introdução 
Conforme vimos na Unidade I, a Política Nacional de Assistência Social teve o início dos seus contornos traçados com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em que a 
assistência social assumiu uma posição de política pública em busca da garantia de direitos do cidadão, abandonando a posição de uma atenção compensatória para a camada mais 
pobre da população. 
Nessa segunda unidade, vamos abordar, na primeira aula, sobre as Origens da Política Nacional de Assistência Social; em seguida, na segunda aula, as Normas Regulamentadoras e 
por fim, na terceira aula, o Tripé da Seguridade Social. 
Devemos ter claro que houve resistência em regulamentar a assistência social como política pública, principalmente pelo fato de que temos arraigada à cultura brasileira a visão do 
assistencialismo e do populismo. Com isso, a primeira tentativa de se propor um projeto sobre a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) foi totalmente vetada pelo então 
Presidente Collor de Melo, que considerou a proposta inconstitucional e contra o interesse público. 
Apenas no dia 07 de dezembro de 1993, no governo de Itamar Franco, a Lei n°8.742 - LOAS - foi aprovada, com alterações e não sem o governo sofrer uma grande pressão social das 
associações de classe e depois a ameaça de um processo por omissão na área social pelo Ministério Público. A aprovação dessa lei veio desvincular, pelo menos do ponto de vista 
legal, a assistência social das ações de caridade. Vamos entender mais esse contexto! 
Vamos lá, bons estudos! 
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Origens da política nacional de assistênciasocial 
Até a década de 40, a Assistência Social no Brasil era baseada na caridade, filantropia e na solidariedade religiosa. Em 1947 foi criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA), com o 
objetivo de atender as famílias dos pracinhas combatentes da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente caracterizou-se por um atendimento materno-infantil. 
A gestão pública da LBA foi centralizada com representação nos vinte e seis Estados da Federação e do Distrito Federal. A linha programática se constituía de: 
• Assistência social; 
• Atendimento médico-social e materno-infantil; 
• Distribuição de alimentos para gestantes, crianças e nutrizes; 
• Assistências integrais a crianças, adolescentes e jovens (creches e abrigos); 
• Projetos de desenvolvimento social local (serviços de microempresas - creches, cooperativas e outros; 
• Assistência ao idoso (asilos e centros de convivência); 
• Assistência à pessoa portadora de deficiência; 
• Assistência ao desenvolvimento social e comunitário; 
• Programa nacional de voluntariado. 
Para melhor compreensão dos complexos desafios da política da assistência social e da estrutura dos órgãos gestores é necessário apresentar os seus antecedentes históricos a 
partir de 1985, que explicitarão a luta pela inclusão de dispositivos constitucionais de 1988 para a seguridade social e, posteriormente, o período de ajustamento da 
regulamentação da assistência social e sua implementação como política pública, mudando o paradigma da ordem do favor para o direito social. 
Pelo importante crescimento da população e o novo cenário da realidade democrática, torna-se, a partir de 1985, cada vez mais necessário a uma política assistencial com práticas 
inovadoras e eficazes. Com isso, os sindicatos, as organizações privadas, os partidos políticos e os representantes das igrejas se mobilizaram em movimentos sociais para pressionar 
e exigir as mudanças necessárias na nova política pública de assistência social. 
Discutiu-se amplamente para construir a proposta da Lei Orgânica e Política de Assistência Social, incluindo direitos sociais como saúde, assistência e previdência social na 
Constituição Federal, em favor das pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão. E foi com a Constituição Federal de 1988 que se deu o início das transformações e 
redefinições do perfil histórico da assistência social no País, que a qualifica como política de seguridade social - art. 194 da Constituição Federal: 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (BRASIL, 1988). 
É dedicada uma seção específica para a Assistência Social no capítulo da Seguridade Social da Constituição Federal de 1988, prevendo, inicialmente, em seu artigo 203, os 
destinatários deste segmento da ordem social. Já o artigo seguinte –204 -, indica a fonte primária dos recursos que custearão tais ações e as diretrizes a serem adotadas na política 
de assistência social. No que diz respeito às ações a serem desenvolvidas neste setor, dois princípios contidos no artigo 204 da Constituição são inovadores e de indiscutível 
importância para o seu completo êxito, ou seja, o que se refere à descentralização político-administrativa e o relativo à participação da sociedade brasileira na discussão dos temas 
afetos ao setor. No art. 203 diz-se que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e constam os seguintes 
objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou 
de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei ; 
Já no artigo 204 tem-se que as ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de 
outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo à coordenação, as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas 
estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programas de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária 
líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais, serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada 
diretamente aos investimentos ou ações apoiados (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). 
Como componente da Seguridade Social, a assistência social é medida legal e legítima que visa oferecer segurança social aos cidadãos não cobertos 
(ou precariamente cobertos) pelo lado contributivo da Seguridade Social. A assistência social visa livrar esses cidadãos não só dos infortúnios do 
presente, mas também das incertezas do amanhã, protegendo-os das adversidades causadas por enfermidades, velhice, abandono, desemprego, 
desagregação familiar, exclusão social (PEREIRA, 1997, p. 32-33). 
Estava previsto na Constituição Federal de outubro 1988 que o prazo para o Poder Executivo apresentar ao Congresso Nacional a organização da seguridade social e dos planos de 
custeio e de benefícios era de no máximo seis meses, com seis meses para apreciação. Assim, até outubro de 1989 o país deveria ter dotado o conjunto de lei regulamentador da 
seguridade social, cuja implantação progressiva deveria ter acontecido até a data de abril de 1991 - nesta data o Poder Executivo sequer havia encaminhado as propostas ao 
Congresso. 
Neste período, foram realizados vários eventos com o objetivo de colher subsídios para a formulação da lei orgânica. Em junho de 1989, o Legislativo toma a iniciativa de legislar 
sobre a matéria, apresentando o Projeto de Lei n.º 3099/89, de autoria do Deputado Raimundo Bezerra que, após emendas e dois turnos de votação, foi aprovado pela Comissão 
Temática, pela Comissão de Finanças em 23 de maio de 1990 e, posteriormente, pelo Senado. Entretanto, em setembro do mesmo ano, por meio da mensagem n.º 672/85 ao 
Presidente do Senado, o Presidente da República, Fernando Collor, veta integralmente a Lei Orgânica da Assistência Social. 
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Passados quase sete meses foi reapresentado pelo Deputado Geraldo Alckmim Filho e Reditário Cassol o Projeto de Lei do Deputado Raimundo Bezerra, porém com várias 
alterações. Nesse mesmo ano foi realizado o 1º Seminário Nacional de Assistência Social, em Brasília, por iniciativa de diferentes entidades da categoria profissional. Daí surgiu a 
comissão pela LOAS, que escreveu o documento “Ponto de vista que defendemos” , que serviu de subsídio a um novo projeto de lei, o de nº 3154, de autoria do Deputado Eduardo 
Jorge e outros, tendo a Deputada Fátima Pelaes como relatora. Este projeto, pelo fato de não ter sido regulamentada a política de Assistência Social, foi ameaçado por uma ação de 
inconstitucionalidade. 
Assim, somente em abril de 1993 o poder Executivo se posiciona por meio do Ministrode Bem-Estar Social Jutahy Magalhães Júnior, que tinha uma estreita parceria com a LBA, 
SESC e SESI, com os quais promoveu encontros regionais em todo o país para a discussão do LOAS. Também participaram desses encontros várias outras entidades, como 
organizações da sociedade civil, o Poder Legislativo, servidores e dirigentes da LBA, integrantes da comissão de Seguridade e Família, a Câmara dos Deputados, além de 
representantes do Movimento pela Ética na Política, da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar. Tais 
encontros culminaram na Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em junho de 1993. 
Nesta Conferência discutiu-se a nova versão da LOAS, apoiada pela vereadora Aldaíza Sposati e submetida pelo Executivo ao Conselho Nacional de Seguridade Social, que aprovou 
apresentando várias sugestões, como a redução do limite de idade do idoso. Entretanto, nem tudo são rosas, e o então Ministério do Bem-Estar Social, orientado pela sua equipe 
econômica, justificou a não redução do limite de idade do idoso, hoje de 70 anos, e também não reduziu os prazos de implantação dos benefícios previstos e nem ampliou o conceito 
de pobreza da referida lei, pelas dificuldades financeiras pelas quais o país passava. Na sequência, a proposta de projeto de lei da LOAS foi encaminhada pelo MBES em 13 de julho 
de 1993 para aprovação do Presidente Itamar Franco. Até novembro o projeto foi aprovado pela Câmara e pelo Senado. Finalmente, a Lei foi sancionada em dezembro pelo 
Presidente Itamar Franco e assim inicia-se a grande batalha para a sua implementação. 
A nova concepção da Assistência Social, a LOAS traz em seu artigo 1° a seguinte definição: 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de seguridade social não-contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento das necessidades básicas (BRASIL, 
1993). 
Esse artigo da LOAS deixa clara a responsabilidade do Estado sobre a efetivação da política de assistência social, que deve proporcionar o direito à cidadania, compensando as 
desigualdades resultantes das políticas econômicas vigentes. Portanto, fica evidente que o Estado deve: 
Contribuir para a efetiva concretização do direito do ser humano à autonomia, à informação, à convivência familiar e comunitária saudável, ao 
desenvolvimento intelectual, às oportunidades de participação e ao usufruto do progresso (PEREIRA, 2001, p. 224). 
O texto legal estabelece ainda que a proteção social afiançada por essa peculiar política pública se dará na forma de prestação de benefícios de caráter continuado (renda mínima 
para idosos e deficientes) e eventual (auxílio à natalidade, funeral e a calamidades públicas), ao lado de serviços, programas e projetos implementados na perspectiva de 
enfrentamento à pobreza. 
Normas regulamentadoras 
A Regulamentação da LOAS como Garantia de Direitos Sociais e a Norma Operacional 
Básica - NOB 2005 
O principal foco das diretrizes da LOAS está no atendimento aos cidadãos em situação de vulnerabilidade e pobreza. Propõe a introdução de mudanças estruturais e conceituais na 
assistência social pública, transformando e criando, por meio dela, um novo contexto, com novos profissionais bem treinados, juntamente com novas estratégias e práticas, além de 
novas relações interinstitucionais e com a sociedade. A proposta é romper uma longa tradição cultural e política, além de transpassar os níveis de desigualdade que o Brasil adquiriu 
nessas últimas décadas. A LOAS deixa evidente que a Assistência Social é direito do cidadão e dever do Estado, e que se trata de uma política de seguridade social não contributiva, 
que deve prover os mínimos sociais por meio de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
No ano da aprovação da LOAS, a Legião Brasileira de Assistência (LBA) já estava presente em mais de 4.000 municípios. Havia implantado uma estrutura matricial e gerências 
regionais para que o sistema descentralizado e participativo da assistência preconizada pela LOAS funcionasse. Para que as novas ações aprovadas pudessem ser colocadas em 
prática, eram necessários profissionais capacitados e, pensando nisso, em 1994 a LBA desenvolveu em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), um 
programa de capacitação de multiplicadores com a participação efetiva de quinze técnicos de cada Estado. 
A LBA também atuou em parceria com o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) para implementação da LOAS, e com a Secretaria de Promoção Humana, Estados e 
Municípios para a construção da Política de Assistência Social e da Política Nacional do Idoso. Nesta época, já estava sendo implementado o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Em 1995 foi criada a Secretaria de Assistência Social, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, em substituição à extinção do Ministério do Bem - Estar Social. 
Finalmente, foi aprovado por unanimidade pelo CNAS a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e a primeira Norma Operacional Básica de Descentralização, construída em 
parceria com Estados e Municípios. Logo depois foi criada a Secretaria de Estado de Assistência Social, responsável pela implementação da PNAS e do sistema descentralizado e 
participativo da Assistência Social, assim como pela coordenação da Política Nacional do Idoso e, em parceria com os Ministérios Setoriais e a sociedade no combate à pobreza e à 
exclusão social no Brasil. 
E foi a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) que instituiu o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), introduzindo processos inaugurais em termos de organização e 
gestão da área. Dessa forma, a Política então em vigor se constituiu como fruto de um longo processo de conquistas e acúmulo crítico, contendo 
[...] contribuições advindas de conselhos de assistência social, associações de municípios, colegiados de gestores, comissões intergestoras bi e 
tripartite, conselhos de direitos, órgãos gestores, fóruns, associações, trabalhadores, universidades, estudantes, entre tantas outras, reafirmando o 
princípio democrático e participativo necessário para a política (LOPES, 2006, p. 83) 
Por meio da IV Conferência Nacional, em dezembro de 2003, em comemoração aos 10 anos da LOAS-10 obteve-se espaço para o estabelecimento de novas bases e diretrizes para 
essa política na perspectiva de um sistema único. As definições legais relacionadas à regulamentação da política de assistência social estão estabelecidas na PNAS e nas NOB/97 e 
NOB/98. 
A NOB/SUAS disciplina a operacionalização da gestão da Política de Assistência Social, conforme a Constituição Federal de 1988, a LOAS e legislação complementar aplicável nos 
termos da Política Nacional de Assistência Social de 2004, sob a égide de construção do SUAS, abordando, dentre outras coisas: a divisão de competências e responsabilidades 
entre as três esferas de governo (a LOAS sempre defendeu que a gestão da política e a organização das ações devem ser articuladas em um sistema descentralizado e participativo); 
os níveis de gestão de cada uma dessas esferas; as instâncias que compõem o processo de gestão e controle dessa política e como elas se relacionam; a nova relação com as 
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entidades e organizações governamentais e não-governamentais; os principais instrumentos de gestão a serem utilizados; e a forma da gestão financeira, que considera os 
mecanismos de transferência, os critérios de partilha e de transferência de recursos. 
E foi com o pensamento da descentralização que a NOB propôs a criação de uma Comissão Tripartite, de caráter consultivo, com representantes dos três níveis do governo, para 
discutir e pactuaracerca dos aspectos relativos à gestão da política. Desta forma, o modelo de gestão foi fundado nas relações intergovernamentais, como estratégia capaz de 
revisar o papel do Estado no campo da Assistência Social. 
Então, o novo Sistema se constitui como um modelo de gestão descentralizado e participativo, que regula e organiza em todo território nacional as ações socioassistenciais, tendo 
como eixos estruturantes: 
• Matricialidade Sociofamiliar; 
• Descentralização político-administrativa e Territorialização; 
• Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil; 
• Financiamento; 
• Controle Social; 
• A Política de Recursos Humanos; 
• A Informação, o Monitoramento e a Avaliação. 
Nessa direção, o SUAS, de forma a possibilitar o atendimento das necessidades sociais básicas, elege como unidade de intervenção a família em seu território, rompendo com a 
tradicional organização dos serviços com base nos segmentos populacionais (criança, adolescente, idoso, pessoa com deficiência), e articulando-os em dois patamares de proteção 
social, ou seja, a básica e a especial - sendo que esta última contempla dois níveis, de média complexidade e de alta complexidade - de modo a garantir as seguranças de 
sobrevivência (de rendimento e autonomia), de acolhida e de convívio ou vivência familiar. Essa é, pois, uma de suas importantes inovações, uma vez que, “ao propor a proteção 
social básica além da especial, ultrapassa o caráter compensatório do entendimento corrente da proteção social provida pela assistência social por ocorrer, via de regra, após a 
gravidade do risco instalado” (SPOSATI, 2006, p. 112). 
Para que possamos compreender a diferença entre as proteções existentes, segue a definição de cada uma delas 
A proteção social básica tem como principal objetivo a prevenção, tendo sido criada para prevenir situações de risco por meio de desenvolvimento de potencialidades, aquisições e 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social, decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, 
precário ou nulo acesso aos serviços públicos) e/ou fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social. 
Já a proteção especial visa prover atenções socioassistenciais a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus 
tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre as 
principais. 
A NOB assegura, ainda, a primazia e a precedência da regulação estatal sobre essa atividade pública, cuja dinâmica democrática sob o controle social prevê a participação da 
população e da sociedade na formulação e controle das ações, bem como o comando único das ações em cada esfera de governo. 
Tripé da seguridade social 
Quando falamos em tripé da Seguridade Social devemos ter em mente o quão recente é esta conquista, que até hoje passa por evolução e melhorias em favor da população que vive 
em situação de vulnerabilidade social. 
Por meio da Constituição Federal de 1988 a Seguridade Social no Brasil surge com o Estado intervencionista, que se coloca como protetor e defensor social, sendo o principal 
responsável pelo bem-estar de todos. Assim, o termo Seguridade Social é utilizado pela primeira vez, sendo composto pelo tripé: Saúde , como direito de todos, Previdência , de 
caráter contributivo, e Assistência Social , para os que dela necessitarem. Foi resultado das lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais que reivindicavam a reestruturação no 
tratamento às políticas sociais, especialmente de Saúde, Previdência e Assistência Social. Tais lutas tinham como principais reivindicações um sistema de saúde universal, gratuito, 
políticas de assistência que não se assemelhassem às práticas assistencialistas focalizadas e residuais - que nenhum sucesso apresentavam no enfrentamento das questões sociais 
postas -, e um avanço na cobertura da previdência social. 
A Nova Constituição saudada, no momento de sua aprovação, como Constituição Cidadã, apresentava mudanças significativas no que diz respeito à proteção social no Brasil 
(CAVALHEIRO, 2013). O artigo que assegura os direitos do tripé da Seguridade Social é o art. 194 da Constituição Federal de 1988, que define a Seguridade Social como conjunto 
de política e ações sociais articuladas com o intuito de amparar o cidadão ou grupo familiar em diversas situações, como a velhice, doença, desemprego, invalidez e incapacidade 
econômica. 
A Seguridade Social é assim apresentada no Artigo 194 da Carta Maior: 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários 
e aposentados; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (BRASIL,1988). 
Destacamos as mudanças desta reestruturação: 
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[...] a ampliação e extensão dos direitos sociais; a concepção de seguridade social como forma mais abrangente de proteção; um certo afrouxamento 
do vínculo contributivo como princípio estruturante do sistema; a universalização do acesso e a expansão da cobertura; a recuperação e redefinição 
de patamares mínimos dos valores dos benefícios sociais; maior comprometimento do Estado com o sistema, projetando um maior grau de provisão 
estatal pública de bens e serviços sociais (DRAIBE, 2002. p. 7). 
Houve também alterações nos princípios da questão social, como: aumento da cobertura para segmentos até então desprotegidos; o fim do tratamento diferenciado entre 
trabalhadores urbanos e rurais; a implantação da gestão descentralizada nas políticas de saúde e assistência; a participação dos setores interessados no processo decisório e no 
controle da execução das políticas; a definição de mecanismos de financiamento mais seguros e estáveis; e a garantia de um volume satisfatório de recursos para a efetivação das 
políticas contempladas pela proteção social, entre outros (MARQUES; MENDES, 2005). A reestruturação das políticas de saúde, previdência e assistência social eram o objetivo 
dessas medidas. 
Em relação ao tripé da Seguridade Social, pontuaremos os principais objetivos, de acordo com a Constituição Federal de 1988, de cada um dos seus componentes, iniciando pela 
SAÚDE, área que preconiza reduzir o risco da doença e outros agravos, bem como garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação (art.196); financiamento da seguridade social por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos recursos da 
União, do Distrito Federal e dos Municípios (art.195); descentralização, com direção única em cada esfera de governo (art.198); atendimento integral com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (art.198); participação da comunidade (art.198); controlar e fiscalizarprocedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos (art.200); executar as ações de vigilância 
sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador (art.200); ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde, participar da formulação da política e da 
execução das ações de saneamento básico, incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico, fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano, participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias 
e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos, e colaborar com a proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho (todos pertencentes ao art.200). 
Em relação à ASSISTÊNCIA SOCIAL, os principais artigos que a definem são os art.203 e 204, que objetivam a seleção, prevenção e eliminação de riscos e vulnerabilidade sociais. 
Além dos referidos artigos, a Lei n. 8.742/93, denominada Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), consolidada com a Lei n. 12.101/09, tendo aquela criado o atual Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS), que fixa normas para a atuação de entidades e organizações sem fins lucrativos na área, fundamenta a assistência social. 
BENEFICIADOS - LOAS Recebem o BPC (benefício de prestação continuada - um salário mínimo), nos termos da LOAS: o idoso, com 65 anos ou mais, o portador de deficiência e os 
de natureza eventual (auxílio-natalidade e auxílio por morte). 
De qualquer maneira, tem que ser uma pessoa carente para ser beneficiada, ou seja: aquelas que tenham renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, conforme 
estipulado nos arts. 20 e 22, da Lei n. 8.742/93, e art. 34, da Lei n. 10.741/03). 
As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195. 
Diante desse último texto, quais as soluções que poderíamos implantar para amenizar os problemas atuais? 
Previdência Social 
O principal objetivo da previdência social no Brasil é repor a renda de quem perdeu sua capacidade laborativa, por meio de pensões e aposentadorias. A política de benefícios ao 
idoso tem como um dos resultados a redução da pobreza entre essa população. Seu fundamento constitucional está nos arts. 201 a 202, valendo ser referidas as Leis Nº. 8.212/91 - 
LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL (planos de custeio), Nº. 8.213/91 - BENEFICIO DA PREVIDENCIA E o Decreto n. 3.048/99 - REGULAMENTO DA PREVIDENCIA 
SOCIAL. 
É objetivo da previdência social, segundo o art. 201: 
A proteção do segurado em caso de doença, invalidez, morte, idade avançada, maternidade, desemprego, bem como de seus dependentes, através da 
pensão por morte e do auxílio reclusão, além do pagamento do salário- -família ao segurado. 
Porém não podemos deixar de enfatizar que a previdência é de caráter contributivo e está, porém, excluem os cidadãos, especialmente os idosos que 
não puderam contribuir ao longo da vida e não se enquadram nos critérios no BPC, deixando a desejar de modo que entra em contradição como 
Política de Seguridade Social, não oferecendo assim garantias e meios para subsistência. Razão pela qual apenas quem para ela contribui e atende às 
condições previstas em lei pode auferir dos benefícios previstos. 
Também tem como origem os recursos do serviço social previsto no art 195. É importante ressaltar que a EC n. 20/98 (Emenda Constitucional número 20) estabeleceu a 
aposentadoria por tempo de contribuição e não mais por tempo de serviço, sendo necessários 35 anos de contribuição para o homem e 30 anos para a mulher, com exceção 
daqueles que comprovem tempo exclusivo de magistério infantil ou no ensino fundamental e médio. Além disso, o salário-família e o auxílio-reclusão passaram a ser devidos apenas 
ao dependente de segurado de baixa renda. 
Caro aluno(a), para encontrar mais detalhes e esclarecimentos sobre a aposentadoria de que trata a Emenda Constitucional Nº 20/98, sugiro que 
faça a leitura do artigo disponível no link < https://www.classecontabil.com.br/artigos/a-emenda-constitucional-no-2098-e-a-aposentadoria- 
proporcional >. 
Fonte: a autora. 
Implementação da Seguridade Social 
No entanto, a Seguridade Social aprovada na Lei não foi implementada conforme previsto na Carta Maior. “[...] ali estão enunciados: a integração das políticas destinadas a assegurar 
direitos sociais e o caráter universalista do provimento dos mesmos. Nem um nem outro conheceu existência efetiva em solo brasileiro [...]” (VIANNA, 2009, p. 66). 
Ora, essa concepção não chegou sequer a se por em pé. Nos anos 1980, quando ela integrava a pauta de demandas na luta pela democratização no 
Brasil, parecia tornar-se dominante no resto do mundo a concorrente minimalista, a concepção liberal por excelência, ainda que essa dominância 
tenha sido mais alardeada do que praticada. A partir dos anos 1990, entretanto, sobretudo a partir da segunda metade da década final do século 20, 
a concepção liberal revisitada passou a ocupar espaços cada vez mais sólidos e amplos (VIANNA, 2009, p. 73). 
Logo após a promulgação da Seguridade Social na Carta Magna ela já passa a ser negada pelas ações governamentais em detrimento das prescrições neoliberais e de um conjunto 
de mudanças macroestruturais, momento em que as classes dominantes iniciam a sua ofensiva contra a seguridade social universal, dando início a sua reforma, exercitando sua 
condição de dirigente, sitiando os projetos sociais dos trabalhadores não somente por meio da força e coerção, mas confundindo seus referenciais, na proporção em que dotam de 
novos conteúdos as bandeiras políticas históricas dos trabalhadores brasileiros (MOTA, 2006). 
Como uma verdadeira “Crônica de uma morte anunciada”, a despeito dos inúmeros movimentos de resistência que parte significativa dos trabalhadores realizou, a reforma da 
Previdência aprovada pelo Congresso Nacional no governo Lula dá seguimento à agenda de reformas iniciadas por Fernando Henrique Cardoso, consolidando o cumprimento das 
solicitações feitas pelos organismos financeiros internacionais. Ao mesmo tempo, amplia e define um novo desenho operativo para os programas de assistência social, em que as 
ações de combate à pobreza aparecerem como substitutivas do tratamento da questão social em termos distributivos (MOTA, 2006). 
Essas conjunções de dados culminaram na Seguridade Social que temos hoje em dia, regida pela lógica neoliberal e que se apresenta com as seguintes tendências presentes na 
conjuntura atual: 
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- Regressão das políticas redistributivas de natureza pública em favor de políticas compensatórias de combate à pobreza, de caráter seletivo e temporário; - Privatização e 
mercantilização dos serviços sociais e aumento de programas sociais de exceção voltados para o cidadão-miserável, com renda abaixo da linha da pobreza; - Emergência e 
fortalecimento de novos atores no tratamento das questões sociais, tais como a empresa socialmente responsável, trabalhadores voluntários, dentre outros, em detrimento da 
intervenção estatal; - Despolitização das desigualdades sociais de classe em face da identificação dos chamados processos de exclusão, cuja lógica transitória informa a 
possibilidade de estratégias de inclusão e de acesso aos bens civilizatóriose materiais, permitindo que o real e o possível se transformem em “ideal”, sitiando, assim, a construção de 
projetos societários (MOTA, 2006). 
Em suma, as reformas da previdência social introduziram critérios que focalizam ainda mais os direitos na população contribuinte. A saúde pública vem agonizando pela falta de 
recursos e seus leitos vêm sendo reduzidos; corre-se o risco de transformar a saúde pública universal em um pacote de cesta básica para a população pobre. A assistência é a 
política que mais vem sofrendo restrições: morosidade na sua regulamentação como direito; baixa cobertura da população que deveria ter acesso aos direitos; e, finalmente, 
reforço do caráter filantrópico e clientelista na condução da política, em detrimento de seu fortalecimento como direito social e política integrante da seguridade social 
(BOSCHETTI, 2001). 
O rombo da seguridade social (que inclui Saúde, Previdência e Assistência Social) alcançou os R$ 258,7 bilhões em 2016. Na comparação com 2015, 
esse buraco cresceu 55,4%. Os dados são do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. 
Fonte: Portal Brasil (2017, on-line)¹ 
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ATIVIDADES 
1. Sobre a CF/88 que trata da área da saúde, qual não pertence ao artigo 200? 
Assinale a alternativa correta: 
a) Fiscalizar bebidas e águas para consumo humano. 
b) Colaborar com a proteção do meio-ambiente. 
c) Executar as ações da saúde do trabalhador. 
d) Atendimento integral com prioridade para as atividades preventivas. 
e) Participar da produção de medicamentos. 
2. Segundo Lopes (2006), a PNAS obtinha contribuições advindas de qual destesgrupos? 
Assinale a alternativa correta: 
a) Universidades, estudantes e bolsistas. 
b) Associações e associações de municípios. 
c) Comissões intergestoras de empresas multinacionais. 
d) Conselho Tutelar. 
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 
3. Sobre a Norma Operacional Básica (NOB), assinale a alternativa correta: 
a) Atuou com a Secretaria de Promoção Humana, Estados e Municípios para a construção da Política de Assistência Social e da Política Nacional do Idoso. 
b) Elaborou o Programa nacional de voluntariado. 
c) Responsável pela privatização e mercantilização dos serviços sociais. 
d) Disciplina a operacionalização da gestão da Política de Assistência Social. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
A NOB/SUAS completa um ciclo da normatização que, além de qualificar diretrizes organizativas da política, como a inclusão expressa da responsabilidade de financiamento na 
primazia da responsabilidade do Estado, tem em seu conteúdo princípios éticos, vinculando o exercício profissional às normas, de forma a reafirmar a necessidade e a importância 
da profissionalização da política. 
Já pelo lado prático, antes foi necessária uma luta de diversos grupos e movimentos sociais para discutir e construir uma proposta de Lei Orgânica e de Política de Assistência Social 
em favor das pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão, e outra para sua aprovação. Contudo, existe hoje em dia uma luta em que de um lado estão os neoliberais tentando 
conter os gastos com a proteção social e de outro a sociedade, que necessita, pela sua difícil condição de vida, da Seguridade Social que está assegurada em lei. 
O que mais atentamente podemos observar é que a Seguridade Social como centro do sistema de proteção social brasileiro não teve a oportunidade de ser devidamente 
implantada, tanto do ponto de vista organizacional quanto financeiro. 
A verdade é que os argumentos contrários à Seguridade Social brasileira foram sendo moldados no campo da racionalidade capitalista e das contrapartidas sociais destituídas de 
materialidade e plenas de apelo moral. Entretanto, como a história não acabou e parte do movimento sindical e profissional ainda resiste ao canto da sereia, é preciso juntar forças 
para acompanhar e disputar o que ainda virá pela frente (MOTA, 2003). 
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Material Complementar 
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A Revista eletrônica Tempus apresenta considerações sobre o sistema de saúde no Brasil a partir do 
sistema maior ao qual se encontra integrado - o sistema de seguridade social brasileiro, disposto na 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – CR/88, nos artigos 194 e 195. 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. 
_____. Presidência da República. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www. 
camara.gov.br/sileg/integras/473819.pdf> . Acesso em: 5 jan. 2017. 
_____. Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm> . Acesso em: 5 jan. 2017. 
_____. Política Nacional de Assistência Social - PNAS, 2004 . Norma Operacional Básica - NOB/SUAS. Brasília: MDS, 2005. Disponível em: 
<http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf> . Acesso em: 5 jan. 2018. 
BOSCHETTI, Ivanete. Assistência social no Brasil: um direito entre originalidade e conservadorismo. Brasília: GESST/SER/UnB, 2001. 
DRAIBE, Sônia. M. Brasil 1980-2000: proteção e insegurança sociais em tempos difíceis. In: Taller Inter-Regional “Protección social en una era insegura: un intercambio sur-sur 
sobre políticas sociales alternativas en respuesta a la globalización”, 2002, Santiago de Chile. Anais... Santiago de Chile: PNUD/Cenda, 2002. 
MARQUES, Rosa Maria; MENDES. Áquilas. SUS e seguridade social: em busca do elo perdido. Saúde e Sociedade , São Paulo, v. 14, n. 2, p. 39-49, maio./ago, 2005. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v14n2/05.pdf> . Acesso em: Mar. 2013. 
MOTA, Ana E. Seguridade Social Brasileira: Desenvolvimento Histórico e Tendências Recentes. In: _____. et al. Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional, 2006. 
Disponível em: http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-2.pdf Acesso em: Mar. 2013. 
PEREIRA, Potyara Amazoneida. P. Construindo a Inclusão e Universalizando Direitos. In: Conferência Nacional de Assistência Social, II, 1997, Brasília. Anais... Brasília: MPAS, 1997, 
p. 30-36. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/conferencias-nacionais/ii-conferencia-nacional> . Acesso em: 11 jan. 2017. 
SPOSATI, Aldaíza. O primeiro ano do Sistema Único de assistência Social. Revista Serviço Social e Sociedade , São Paulo, n. 87, 2006. 
LOPES, Márcia

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