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FIO DE SUSTENTAÇÃO E SUAS TÉCNICAS FIO DE SUSTENTAÇÃO E SUAS TÉCNICAS Fio Aptos Fio Russo® Fio Filit Fio Matrix Lift Fio Búlgaro Fio Beauty Line Fio Francês Convergência temporal – A técnica Fio PTFE – Politetrauoretoleno Dr. Arthur dos Santos Pimentel 2007 © 2007 by Arthur dos Santos Pimentel Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial deste volume, de qualquer forma ou por quaisquer meios, sem o consentimento expresso da editora. Coordenação Editorial Thiago Gregolin Ilustrações Paulo Sérgio Alves da Costa Projeto Gráfico e Editoração Kadu Barriani e Miriam de Paula Capa Kadu Barriani Este livro foi catalogado na Câmara Brasileira do Livro. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pimentel, Arthur dos Santos Fio de sustentação e suas técnicas / Arthur dos Santos Pimentel. – São Paulo : Livraria Médica Paulista Editora, 2007. Bibliografia. 1. Cirurgia plástica 2. Facelift I. Título . 06-7817 CDD–617.95 NLM-WO 600 Índice para catálogo sistemático: 1.Fio de sustentação : Cirurgia plástica : Ciências médicas 617.95 LIVRARIA MÉDICA PAULISTA EDITORA LTDA. Rua Pedro de Toledo, 592 – 04039-001 – São Paulo - SP Telefones: (11) 5539-7981 Fax: (11) 5549-5021 e-mail: editora@livrariamedicapaulista.com.br Autor Dr. Arthur dos Santos Pimentel Professor do curso de pós-graduação de Medicina Estética da IAAM/Asime – Asso- ciação Internacional de Medicina Estética. Professor do curso de Cirurgia Cosmética da IAAM/Asime – Associação Internacio- nal de Medicina Estética. Cirurgião geral e vascular com título de es- pecialista: INPS – Hospital Ipanema (RJ). Cirurgião plástico: Hospital Naval Marcí- lio Dias (RJ). Membro titular da Sociedade Brasileira de Intradermoterapia. Membro titular do Capítulo Brasileiro de Medicina e Cirurgia Estética. Membro fundador da Academia Brasilei- ra de Medicina Estética. Membro efetivo da Associação Brasileira de Nutrologia. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. Membro titular da Sociedade Brasileira de Lipoplastia. Membro associado da Sociedade Brasilei- ra de Laser em Medicina e Cirurgia. Membro da Associação Brasileira de Fle- bologia. Formado pela Fundação Serra dos Órgãos – 1977. Agradecimentos Aos meus mestres Dr. Roberto Arena, Dr. José A. Beramendi, Dr. Carlos Garcez, Dr. Mário Cabral, Dr. Laércio Gonçalves, Dr. Waldyr Ceciliano, por toda as orientações e aprendizados que me deram. A minha esposa Suely, a minhas filhas Andréa e Patrícia, a meus irmãos Ângela e Ruy, a meus pais Norival e Maria (in memo- riam), que sempre me fizeram acreditar que continuar no meu caminho vale a pena. A Deus, por tudo o que eu sou. Apresentação Fios – uma nova era para o rejuvenescimento facial e corporal O irrefreável desenvolvimento tecnoló- gico e a difusão em tempo real das infor- mações técnico-científicas têm a virtude de dinamizar, como nunca antes, a teo- ria e a prática do saber humano. Nada escapa à imperiosa necessidade de oti- mização permanente, nem à exigência de imediata maximização de tempo, recur- sos e resultados. No campo da Cirurgia Plástica e da Me- dicina Estética, tais exigências vêm acele- rando, em escala mundial, a pesquisa por tratamentos de rejuvenescimento facial e corporal minimamente invasivos, pouco traumáticos e de alta eficácia. E é justa- mente nessa vertente que se inscrevem os fios de auto-sustentação e a metodologia que desenvolvemos para a correção da ptose dos tecidos moles. Após cinco anos de pesquisas – que alicer- çaram o desenvolvimento de seis modelos de fios de auto-sustentação e com placa de sutura –, podemos afirmar que a im- plantação da malha de fios de polipropi- leno com garras na camada profunda do tecido adiposo facial constitui precioso aliado do cirurgião plástico na luta contra o envelhecimento fisiológico facial. E se o ineditismo da proposta de facelift com fios foi, num primeiro momento, encara- do com ceticismo, hoje essa metodologia dá provas de sua substancial competência e eficácia. O princípio teórico de correção da pto- se dos tecidos moles faciais e corporais com fios fundamenta-se na evidência dos resultados clínicos satisfatórios no longo prazo. Tal constatação é suficiente para afiançar que a técnica não é modis- mo passageiro, mas inestimável recurso em permanente devenir de aplicações e de aprimoramentos, como comprova o prestigioso colega Dr. Arthur dos Santos Pimentel ao apresentar, nesta obra, seus resultados e contribuições técnicas. Não teríamos chegado a essa metodologia minimamente invasiva e de resultados tão satisfatórios sem o respaldo dos conheci- mentos e das técnicas de Cirurgia Plástica Estética e Reconstrutora. E que ninguém se engane: a simplicidade da técnica de implantação de fios é apenas aparente, pois só logram bons resultados os cirurgi- ões familiarizados no trato das estruturas anatômicas faciais. Afinal, o rejuvenesci- mento cirúrgico – facial e corporal – exige do profissional que o oferece aptidões téc- nicas e relacionais conquistadas ao longo de anos de aprendizado. A metodologia de lifting volumétrico fa- cial com fios que desenvolvi não se baseia num único fio, mas num sistema de sete modelos de fios dotado de seis tipos de garras convergentes – cada fio com uma força de tração e de sustentação de tecido mole ptosado. Associando-se diferentes modelos de fios num mesmo procedi- mento – segundo a especificidade da face a ser tratada –, pode-se oferecer ao pa- ciente a correção personalizada das alte- rações morfológicas faciais provocadas pelo envelhecimento. Ao reposicionar e sustentar os coxins gordurosos em seus sítios originais, a malha de Fios Russos® implantada acima do SMAS restaura os volumes e contor- nos faciais juvenis, e minimiza ou elimi- na os sulcos profundos, num processo de rejuvenescimento que só estaciona ao cabo de nove meses, quando os fios ficam convertidos em fortes pilares de susten- tação dos tecidos moles. Importante sa- lientar que tais resultados são obtidos em procedimento ambulatorial, sem cortes, traumas ou cicatrizes; com resultado imediato e sem risco de desfigurar os tra- ços fisionômicos. Não poderia deixar de mencionar a no- tável contribuição dos Fios Russos® na correção da assimetria em paralisia facial tardia. Nossa experiência clínica no res- gate estético, funcional e psicológico de pacientes portadores dessa disfunção já atravessou fronteiras, tornando-se refe- rência metodológica e recurso terapêuti- co eletivo. Como toda técnica cirúrgica, também os fios têm indicações e limitações. Mas quer como opção preferencial de tratamento ou como coadjuvante em ritidoplastias, a metodologia e os fios com garras que de- senvolvemos constituem utilíssima ferra- menta para a clínica de Cirurgia Plástica Estética e Reconstrutora. O interesse que a técnica suscita na comunidade médica mundial indica que não há caminho de volta. Os fios abrem perspectivas e dinâ- micas de grande abrangência ao rejuve- nescimento facial e corporal. Dr. José A. E. Beramendi Membro titular da SBCP ISAPS – Active Member Prefácio Quando se faz necessária a pesquisa de assuntos não convencionalmente trata- dos pela área da estética médica, é difícil reunir dados ou simplesmente achar um banco que abrigue as nossas pretensas soluções. Inúmeras vezes senti a necessidade de bus- car, inclusive na rede mundial computa- dorizada, informações sobre sustentação de tecidos e deparei com a baixa qualida- de informativa a respeito do assunto. No início desta década, quando o assun- to Fio russo® passou a ocupar espaços em periódicos semanais não especializados, canais televisivos e outras mídias leigas, era imprescindível que o profissional da estética estivesse a par desse tipo de arsenal terapêutico que revolucionou e reduziu a gama de indicações cirúrgicas faciais. Não foramfáceis a compreensão do tema e a literatura. Mais uma vez, foram insu- ficientes. No Brasil, desde 2001, passaram-se longos seis anos até que eu pudesse ver, em pri- meira mão, uma publicação tão pertinen- te a respeito de sustentação de tecidos. A obra de Arthur dos Santos Pimentel, in- serida no contexto de atual, representa o que de mais completo já foi escrito sobre o assunto neste país. Remete-nos a um breve histórico e introdução, nos quais se apresenta a evolução do polipropileno de sustentação. A partir daí, vamos conhe- cendo o que o mercado nos oferece co- mercialmente, as técnicas existentes, suas indicações e mecanismos de ação. Não obstante, durante a primeira parte, ainda podemos relembrar aspectos ana- tômicos para melhor compreensão do as- sunto, até que, chegada a segunda metade da obra, o autor seja capaz de esmiuçar a sua técnica de inclusão dos fios, mos- trar um passo-a-passo bastante didático e tecer comentários oportunos sobre sua experiência pessoal. Essa compilação demonstra o apego, a vontade e a dedicação ao estudo e pesqui- sa. Sacrificar horas longe da família e de outras pessoas queridas de nossa relação em prol do crescimento da ciência é ati- tude de nobreza e profissionalismo. E em se pensando que este livro aprimora o co- nhecimento e o arsenal técnico de muitos colegas, o ato se torna mais grandioso. Prefaciar este livro e reencontrar Dr. Ar- thur em páginas escritas me deixa muito honrado. Dr. Roberto Arena Membro titular da SBCP Chanceler Brasileiro da IAAM/ASIME – Associação Internacional de Medicina Estética. “Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...” Mario Quintana Índice I Introdução e Histórico ................................................ 19 II Marcas no Mercado Brasileiro .................................... 23 III Marcação de Cada Técnica ......................................... 25 IV Indicação e Mecanismos de Ação ............................... 39 V Anatomia da Face ........................................................ 41 VI Técnicas de Implante ................................................... 49 VII Marcação ...................................................................... 51 VIII Mesa Cirúrgica e Anestesia ......................................... 63 IX Introdução da Cânula e do Fio ................................... 69 X Convergência Temporal – A Técnica ......................... 89 XI Fios de Aço ................................................................... 97 XII Correção do Umbigo Triste ........................................ 103 XIII Curativo – Complicações, Durabilidade e Conclusão .................................................................. 105 XIV Pré e Pós-Lifting com Fio Russo® .............................. 109 Referências Bibliográficas ............................................ 113 I Introdução e Histórico Fio de sustentação Introdução O processo de envelhecimento facial é diferente de pessoa para pessoa na sua ve- locidade, e também de região para região. Na face, os primeiros sinais do en- velhecimento começam nas pálpebras e em seguida no terço médio e no terço inferior. Nós envelhecemos de cima para baixo, e para dentro. Isso quer dizer que, na face, o envelhecimento faz as estrutu- ras moles caírem em projeção tanto para baixo quanto internamente. Passamos de uma forma oval no rosto jovem para uma aparência quadrada no rosto velho. Se compararmos nosso rosto a um triângulo, temos no jovem sua base na região superior e seu vértice na região inferior (Foto 1), e no rosto envelhecido o triângulo se inverte, ficando sua base embaixo (Foto 2). 20 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Histórico Essa técnica foi desenvolvida pelo investigador Dr. Marlen Sulamanidze e pelo seu filho, Dr. Geor- ge Sulamanidze, de Geórgia, entre 1996 a 1999, os quais adaptaram o fio de prolene® (polipropileno) colocando neste dentes, e denominando-o Fio Aptos (antiptose). Os primeiros fios eram de confecção artesanal: cons- tituíam-se apenas do fio de prolene® fatiado com uma lâmina de bisturi, criando-se vários dentes (Foto 3). Mas, com o passar do tempo, esses fios perdiam seu poder de tração, pois suas garras eram muito delicadas e não resistiam, ou então dobravam na própria passa- gem do fio (Foto 4). 21Introdução e Histórico O Fio de Polipropileno ficava endentado meses de- pois de implantado. Isso levava alguns meses, e a ptose retornava. Entre 2001 e 2002, o Dr. Beramendi lançou no Bra- sil o Fio Russo®. Embora similar ao Fio Aptos na distri- buição dos segmentos de garras simples convergentes, já se tratava de um fio injetado monofilamentar. Ou seja, um fio com garras sólidas e com forças de tração e de sustentação que permitiram os primeiros resulta- dos animadores para o facelift. No entanto, como o re- sultado do facelift era transitório (de poucos meses), o Dr. Beramendi e sua equipe de bioengenharia continu- aram a pesquisar o princípio de auto-sustentação, de- senvolvendo o fio monofilamentar injetado dotado de garras convergentes dispostas em arranjo duplo num segmento e em arranjo duplo-falhado no segmento (Foto 5). Com o design pioneiro do Fio de Dupla Conver- gência, e com o estabelecimento da Metodologia de Implantação dos fios segundo os Vetores de Rejuve- nescimento Facial (Fig. 1), ele fundamentou o princí- pio de tração e de sustentação dos tecidos moles faciais, abrindo caminho para a criação de outras modalidades de fios que resultam na técnica original de lifting volu- métrico facial, que oferece resultados altamente satis- fatórios e tão ou mais duradouros que os obtidos pelas técnicas de ritidoplastia clássicas. 22 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Fig. 1 II Marcas no Mercado Brasileiro Marcas dos fios de sustentação no mercado brasileiro Para a parte didática vamos falar de todas as mar- cas que foram lançadas no mercado, mesmo as que já não existem mais, e falaremos depois de cada uma em separado, explicando as técnicas recomendadas pelos seus autores. Elas são as originais, não cabendo neste trabalho definir se estavam certas ou erradas, pois no capítulo Marcações mostrarei a técnica que utilizo. Marcas: Fio Russo® Fio Matrix Lift Fio Filit Fio Búlgaro Fio Beauty Line Fio Francês Convergência temporal (técnica) Fio PTFE – Politetrafluoretoleno (goretex®) III Marcação de Cada Técnica Fio Aptos Marcação preconizada pelo Dr. Sulamanidze Na marcação do Dr. Marlen Sulamanidze (Foto 6) observamos que ele também já pensava nas linhas de força do rosto. Foi através de suas pesquisas que vários fabricantes de fios fizeram seus estudos e apresentaram novidades ou simplesmente utilizaram as várias técnicas em seus fios. Foto 6 26 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Fio Russo® Lançado em 2002 e criado pelo Dr. José A. E. Bera- mendi. Registrado oficialmente pela Anvisa em 12 de setembro de 2005. De acordo com seu fabricante, o pioneiro Fio de Dupla Convergência com garras duplas (DD) e duplas- falhadas (DF) é: monofilamento de polipropileno, com garras; inabsorvível; não biodegradável; atóxico; biocompatível; muito resistente (Foto 7). Atualmente, a linha de Fios Russos Beramendi apre- senta vários tipos de garras. Cada novo modelo de fio apresenta diferentes forças de tração e de sustentação do tecido mole facial. Ao associar dois ou mais mo- delos de fios num único procedimento, ele oferece ao médico a possibilidade de “personalizar” o lifting se- gundo as características faciais. Assim, a família de fios russos compreende os fios de auto-sustentação: Fio de dupla convergência com garras dupla-dupla e dupla-falhada. Fio cônico com garra cônica e dupla-dupla. Fio tripla convergência com garra dupla-dupla e garra ortogonal. 27Marcaçãode Cada Técnica Além dos anteriores, lançou os fios com placa de su- tura para ancoragem na aponeurose e/ou gálea: Fio mestre 4P com garras dupla-dupla e 4 placas de sutura. Fio T nos tamanhos de 7, 9 e 20 cm e com garras dupla-dupla mais placa de sutura, com eixo de sus- tentação. Marcação preconizada pelo Dr. Beramendi Para tratar e corrigir a ptose dos tecidos moles fa- ciais, ele preconiza a implantação na camada mais pro- funda do tecido adiposo superficial (sempre acima do SMA) de 9 a 11 fios em cada hemiface (Fig. 2), segundo os Vetores de Rejuvenescimento Facial. No terço médio e inferior ele recomenda a implan- tação em cada hemiface de dois fios, os quais demonina fio mestre de 20 cm (F1 e F2), e um chamado mestri- nho de 12 cm (F7), para elevar a estrutura da face e 28 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel eliminar a bolsa de gravidade (bochecha de buldogue), além de recuperar a linha do contorno da mandíbula. Para erguer o coxim infra-orbitário (F6) e diminuir a pressão do tecido adiposo ptosado sobre o sulco naso- geniano e o bigode-chinês (F3, F4 e F5), ele recomenda a colocação de quatro fios. Para a sobrancelha o Dr. Beramendi apresenta duas técnicas: um fio implantado na extremidade distal da cauda da sobrancelha com a metade para cima e metade lateral (seguindo a implantação da sobrancelha), com na Figura 9, ou dois fios com a metade para cima e metade lateral, sendo que em uma forma os fios estão paralelos en- tre si e, na outra, estão fazendo um formato em U (Fig. 3). No pescoço ele recomenda de um a dois fios, depen- dendo da flacidez (Fig. 4). 29Marcação de Cada Técnica Fio Matrix Lift Lançado em 2004. Saiu do mercado em maio de 2006, segundo o Diário Oficial. De acordo com seu fabricante, ele é: fio de polipropileno, com garras DD-simples; inabsorvível; não biodegradável; atóxico; biocompatível (Fig. 5). Marcação preconizada pelo Dr. Marcussi Ele recomenda principalmente a confecção do “pei- xinho” (Foto 8). 30 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Fio Filit Lançado em novembro de 2004. De acordo com seu fabricante, ele é: fio de polipropileno, com garras triplas no mesmo plano; tridimensional; inabsorvível; não biodegradável; atóxico; biocompatível; muito resistente (Foto 9). Marcação preconizada pela Dra. Elizabete Ela recomenda que seus fios entrem e saiam pelo mesmo orifício para fazer uma ancoragem (Foto 10). 31Marcação de Cada Técnica Ela também utiliza o Filit nos braços e nas ptoses de mama, do glúteo e do umbigo triste. Fio Búlgaro ou Elástico Foi criado pelo Dr. Nikolay Serdev entre 1998 e 1999. Vem em um pote esterilizado com 10 metros de comprimento. Ao puxar o fio que vamos utilizar, o res- tante permanece estéril dentro do envelope (Foto 11). Essa técnica foi apresentada no Brasil pelo Dr. Ro- berto Tuilli e pelo Dr. Hélio Avelar a partir de 2004. De acordo com seu fabricante, ele é: 100% polycaproamide; sintético; hipoalergênico; possui certa elasticidade; altamente flexível e resistente; bem tolerado pelo organismo; é reabsorvido em média após três anos. Esse fio é ligeiramente elástico, vem em várias espes- suras, variando de 00 a 00-06 (Foto 12). 32 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Marcação preconizada pelo Dr. Serdev Como seu fio é liso, ele sempre tem de ter uma ou duas ancoragens (Foto 13). O fio é trançado, provocando no local onde é co- locado uma reação do organismo a ele (fibrose), o que mantém o resultado, mesmo após a absorção do fio. O fio é ancorado no periósteo e fixado através de nós. Pela tração conferida, obtemos os níveis de dermos- sustentação desejados. Elevar e atenuar flacidez e envelhecimento com ptose tecidual em supercílios, face, ângulo cérvico mandibular, pescoço. Projeção mentoniana. Afinamento e suspensão da cartilagem nasal. Aumento da projeção glútea e correção da flacidez. FOTO 13 33Marcação de Cada Técnica Fio Beauty Line Lançado em 2005. De acordo com seu fabricante, ele é: fio de polipropileno, com garras DD-DD; inabsorvível; não biodegradável; atóxico; biocompatível; forte resistência (Foto 14). Fio Francês (Fil Français) Lançado em final de 2005. De acordo com seu fabri- cante, ele é: fio de polipropileno, com garras em formato de mãos francesas; inabsorvível; não biodegradável; atóxico; biocompatível; muito resistente. Os Fios Franceses®, de acordo com seus fabricantes, nunca sofrem deformidades, pois suas garras são maci- ças. Por apresentar maior número de garras em relação aos outros fios, é maior o seu poder de tração. 34 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Marcação preconizada pelo Dr. Bischoff Ele se modifica no terço inferior, fazendo um for- mato de “V” que vai da região superior da orelha até o mento e volta para a região inferior da orelha, isto é, para realçar o arco da mandíbula ao elevar a bolsa de gravidade. No esquema a seguir, os fios F3 e F4 (Foto 16). Ele tem o dobro de garras por superfície, por isso a tração é maior e carrega muito mais tecido (Foto 15). 35Marcação de Cada Técnica No pescoço, ele coloca sempre três fios de cada lado (Foto 17). Convergência temporal Criada pelo Dr. Arena, com a utilização de apenas uma porta de entrada, sem sair na extremidade distal. O fio pode ser ancorado e em alguns casos, otimizar o trabalho. Marcação preconizada pelo Dr. Arena É marcado um ponto acima da implantação da ore- lha, onde uma incisão vai de 0,5 a 1 cm. Introduzem- se os fios no sentido do sulco nasogeniano, comissura nasolabial e bolsa de gravidade da face. Ele pode ser em 36 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel número de três a quatro de cada lado. Eles não saem na extremidade inferior e podem ser ancorados na apo- neurose temporal (Foto 18). Acredito que este seja o próximo passo que adotarei em meu trabalho. Cânula Porto Alegre A cânula de Poá, desenvolvida pelo Dr. Roberto Arena e pelo Dr. Waldyr Ceciliano (Foto 19), é usada para fios semelhantes ao do Dr. Beramendi. Ela tem 02 mm na luz, o mandril tem 1,5 mm de calibre e não necessita de guia. Já a cânula usada na técnica da convergência temporal tem 03 mm na luz, o mandril tem 1,9 mm e, neste caso, há a necessidade de guia de introdução. Ela pode ser usada em vários tipos de fios de sustentação, os quais são fixados a ela para sua introdução (Foto 20). 37Marcação de Cada Técnica Foto 19 Foto 20 Apresentação De acordo com seus fabricantes, eles são estereliza- dos em óxido de etileno. Fio Russo®: atualmente apresenta sete tipos de fios, com garras dupla-dupla, dupla-falhada, cônicas, triplas, T e placa de sutura nos tamanhos de 7 cm, 8 cm, 12 cm, 20 cm (mestre). Fio Matrix Lift: 15 cm. Fio Filit: 18 cm. Fio Búlgaro: 10 m. Fio Beauty Line®: 15 cm. Fio Fil Français®: 15 cm. IV Indicação e Mecanismos de Ação Indicações No seu lançamento era indicado: em ptose facial de leve a moderada; para melhorar um lifting cirúrgico tradicional; a quem não pode ser submetido a uma cirurgia con- vencional; para pacientes na faixa etária entre 35 e 55 anos; para pacientes diabéticos. Hoje em dia, com a evolução das novas técnicas, passou a ser a primeira escolha antes de se pensar numa cirurgia convencional. A cirurgia passou a ser a última alternativa, pois os implantes dos fios se tornaram um procedimento simples, sem afastar o paciente de suas atividades e sem internação. A idade também foi alterada, pois, pensando em ci- rurgia, o “recomendado” é acima de 40 anos. Hoje em dia, com o fotoenvelhecimento, podemos, num paciente que já apresente uma ruga secundária no sulco nasogeniano, proceder à elevação com dois fios em cada hemiface, e não aguardar a evolução dessa flacidez facial. E a técnica não ficou restritaao lifting, tendo evolu- ído para levantamento do nariz, correção do nariz não 40 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel caucasiano, elevação de glúteos, do “umbigo triste” – que, no meu ver, ainda não tem um bom resultado –, na elevação da mama e flacidez dos braços. Mecanismo de ação Temos uma reação granulomatosa composta de histiócitos mononucleares e fibroblasto em atividade. Por ser seu material de polipropileno, com exceção do Búlgaro, que é de policaproamida, é o que causa menos reações tissulares, que se traduzem pela forma- ção de um ligamento tubular de colágeno e elastina, de duração eterna, tração e alta resistência. O fio é totalmente envolto por um tecido de neo- formação colagênica, em torno do seu eixo principal e de suas garras, por isso que mais garras, mais depósito desse material, dando maior resistência ligamentar. Todos os fios de polipropileno são inabsorvidos, sendo que aproximadamente 12 meses depois eles se tornam um verdadeiro ligamento. Já o fio elástico (Búlgaro) é reabsorvido aproximadamente com três anos, restando só uma fibrose no seu lugar. V Anatomia da Face Como sabemos, não são os músculos que iremos elevar com a metodologia dos fios de sustentação, e sim os tecidos adiposos (coxins) que ptosam. A distri- buição das coleções de tecido adiposo facial é o foco da técnica de rejuvenescimento. No rosto envelhecido, os tecidos adiposos, ou seja, as bolsas e os coxins gor- durosos flácidos, escorregam para dentro e para baixo acompanhando a ptose das outras estruturas faciais. Com a implantação supra-SMAS, transforma-se um rosto envelhecido em um rosto jovem. Como vamos trabalhar no subcutâneo profundo, é importante saber as estruturas que o circundam. Músculos da face São em números de 12 os músculos mímicos: 1. Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz 2. Músculo levantador do lábio superior 3. Músculo zigomático menor 4. Músculo zigomático maior 5. Músculo risório 6. Músculo orbicular da boca 7. Músculo depressor do lábio inferior 42 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel 8. Músculo depressor do ângulo da boca 9. Músculo levantador do ângulo da boca 10. Músculo bucinador 11. Músculo mento 12. Músculo transverso do mento Temos ainda: 1. Músculo epicrânio, músculo occipitofrontal, ventre frontal 2. Músculo epicrânio, músculo temporoparietal 3. Músculo auricular anterior 4. Músculo auricular superior 5. Músculo auricular posterior 6. Músculo platisma 7. Músculo esternocleidomastóideo Fig. 6 •1 •2•3 •4 •5 •6 •7 •8 •9 •10 •11 •12 43Anatomia da Face Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz. Tem sua origem na massa muscular do mús- culo orbicular do olho (maxila, processo frontal). Sua inserção é na asa do nariz e lábio superior. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo levantador do lábio superior. Tem sua ori- gem na massa muscular do músculo orbicular do olho (margem infra-orbital). Sua inserção é na asa do nariz e lábio superior. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo zigomático menor. Tem sua origem adian- te do músculo orbicular. Sua inserção é no ângulo da boca. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo fa- cial . Músculo zigomático maior. Tem sua origem no osso zigomático, face lateral. Sua inserção é no ângulo da boca. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Fig. 7 •1 •2 •3 •4 •5 •6 •7 • 44 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Músculo risório. Tem sua origem na fáscia masseté- rica. Sua inserção é no ângulo da boca. É um mús- culo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo orbicular da boca. Tem sua origem em duas partes: parte marginal e parte labial. Sua in- serção é na rima da boca. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo depressor do lábio inferior. Tem sua ori- gem na base da mandíbula. Sua inserção é no lábio inferior. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo depressor do ângulo da boca. Tem sua ori- gem na base da mandíbula. Sua inserção é no lábio inferior. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo levantador do ângulo da boca. Tem sua origem na maxila e fossa canina. Sua inserção é no angula da boca e lábio superior. É um músculo mí- mico. É inervado pelo nervo facial. Músculo bucinador. Tem sua origem na mandíbu- la, maxila e fáscia bucofaríngea. Sua inserção é no angula da boca. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo masseter. Tem sua origem no arco zigo- mático. Sua inserção é na face lateral do ramo da mandíbula. É um músculo de mastigação. É inerva- do pelo nervo mandibular. Músculo mental. Tem sua origem nas eminências alveolares dos dentes incisivos laterais inferiores. Sua inserção é no angula da boca. É um músculo mímico. É inervado pelo nervo facial. Músculo transverso do mento. Tem sua origem na parte anterior e lateral da mandíbula. Sua inserção é no angula da boca. É um músculo mímico. É iner- vado pelo nervo facial. Músculo platisma. Embora situado no pescoço, tam- bém faz parte do grupo de músculos da expressão fa- 45Anatomia da Face cial. É uma lâmina muscular ampla e delgada, situa-se na tela subcutânea superficialmente aos ramos cutâ- neos do plexo cervical e veia jugular externa. O músculo platisma estende-se da parte inferior da face à parte superior do tórax. As fibras anteriores se inserem na margem inferior do mento e se interdi- gitam com as contralaterais logo abaixo do mento. As fibras posteriores curvam-se para cima sobre a mandíbula, prendem-se à pele da parte inferior da face e misturam-se com os músculos dos lábios, aju- dando a formar o risório. Músculo esternocleidomastóideo. Inervado pelo nervo acessório, plexo cervical. Tem a função de tor- nar a cabeça estável e de endireitá-la e auxiliá-la du- rante a respiração. Outras estruturas importantes: 1. Nervo trigêmeo 2. Glândula parótida 3. Glândula parótida acessória – ducto parotídeo Fig. 8 Fig. 9 •1 •2•3 46 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Artérias e veias Principais artérias e veias da região facial: Artéria carótida externa e seus ramos: 1. Artéria facial 2. Artéria labial superior 3. Artéria angular 4. Artéria temporal superior Fig. 10 Veia jugular interna e suas afluentes: 1. Veia facial 2. Veia submental 3. Veia labial inferior 4. Veia labial superior 1• 2• 3• 4• 47Anatomia da Face 5. Veia angular 6. Veia nasofrontal 7. Veia supratroclear 8. Veia maxilar 9. Veia retromandibular Fig. 11 1• 2• 3• 4• 5• 6• 7• 8• 9• VI Técnicas de Implante Técnicas de implante Fotografia Consentimento e contrato Assepsia e anti-sepsia Marcação Anestesia Introdução da cânula Introdução do fio Retirada da cânula Micropore Fotografia A fotografia é de grande importância, pois, ao mes- mo tempo que veremos a diferença entre o pré e o pós- lifting, é um comprovante, uma vez que com o passar do tempo o paciente, como sempre olha para o novo rosto, tem a tendência de esquecer como era antes, e, ao ob- servar a foto que temos no nosso arquivo, normalmente muda de pensamento, elogiando o trabalho feito. Consentimento e contrato Hoje em dia, em medicina estética, não fazemos nada sem esses termos. É a nossa garantia. 50 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Assepsia e anti-sepsia Mesmo sendo um ato simples de ambulatório, de- vemos ter todo o cuidado de um ato cirúrgico. Após a marcação, fazemos a assepsia da região a ser tratada, que pode ser com anti-séptico como o hamamélis, pol- vidine tópico ou álcool a 70%. VII Marcação A marcação é, no meu pensar, o ato mais importante, que nos mostrará se realmente teremos ou não o sucesso do erguimento da face. Minhas marcações seguem a técnica do Dr. Beramendi em mais de 90%; sónão utilizo tantos fios (Foto 21). É importante sempre seguirmos a li- nha de força da musculatura da região (Foto 22). 52 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Terço superior No terço superior, antigamente, não tínhamos gran- des alterações da colocação dos fios, havendo a queda da sobrancelha. A marcação segue um padrão, sendo um fio colocado há mais ou menos 0,5 cm da cauda do supercí- lio, formando um L com o ângulo de 90%, e um segundo fio para o levantamento do arco superciliar (Foto 23). Hoje em dia já fazemos outras variações na colo- cação dos fios da sobrancelha. Podemos substituir o segundo fio (em azul) pelo primeiro ou segundo em vermelho (Foto 24). 53Marcação Terço médio É nesta região que devemos ter mais atenção, pois o sucesso do implante do fio de sustentação fica ou não mais visível. Temos que avaliar a queda do coxim in- fra-orbitário, a queda do coxim malar, o sulco nasoge- niano e a comissura labial. Normalmente colocamos de três a quatro fios nessa região. O primeiro fio é para erguer e sustentar o coxim in- fra-orbitário, retificando o sulco nasogeniano. Ele vai da fossa triangular à asa do nariz (Foto 25). O segundo fio é para sustentar o terço médio e dar o formato à região zigomática, elevando o coxim infra-orbitário. Ele vai do lóbulo auricular ao terço médio nasal. Normalmente, com estes dois fios, já resolvemos no mínimo 50% do envelhecimento fa- cial (Foto 26). 54 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Foto 26 O terceiro fio é usado no caso de uma queda mais acentuada do coxim malar, projetando mais o sul- co nasogeniano. Sua função é erguer e sustentar o coxim malar. Vai do tragus à metade da linha labial superior (Foto 27). O quarto fio é para erguer a comissura bucal e la- teralizar o sulco nasolabial. Esse quarto fio já é no 55Marcação limite do terço médio para o terço inferior. Ele vai da comissura labial ao lóbulo auricular. Serve para acabar com o conhecido “bigode chinês” (Foto 28). Terço inferior Nessa região, vamos trabalhar para erguer a bolsa de gravidade, conhecida como “buldogue”, e ao mes- mo tempo, ao cruzar com os fios do terço médio, dar maior sustentação ao coxim infra-orbitário. Normal- mente colocamos três fios nessa região. O primeiro fio vai do arco da man- díbula até a região temporoparietal (Foto 29). 56 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel O terceiro fio é o mesmo do quarto da região ter- ço médio, que vai da comissura labial ao lóbulo auricular. É o que vai atenuar o “bigode chinês” (Foto 31). O segundo fio é para dar o formato do arco da man- díbula. Serve para erguer e sustentar, e vai da meta- de (mais ou menos do ângulo) da mandibular até o implante capilar, na região temporal (Foto 30). 57Marcação Pescoço Nesta região, temos de lembrar que o músculo pla- tisma, que é bastante delgado, tem origem na porção látero-superior do tórax e na cobertura cutânea in- ferior do pescoço, inserindo-se no bordo inferior da mandíbula e cobertura cutânea da face inferior e ân- gulo da boca. Como ele se insere na mandíbula, sempre que trata- mos o pescoço, além dos dois fios, temos de associar os três fios da região do terço inferior. O primeiro fio, além dos três da região do terço infe- rior, vai do ângulo cervicomandibular até a aponeu- rose mastóidea. Este fio serve para realçar o ângulo (Foto 32). O segundo fio tem a finalidade de erguer e latera- lizar os tecidos moles cervicais. Ele vai da altura do osso hióide à aponeurose mastóidea (Foto 33). 58 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Foto 33 Quantidade de fios para colocar Não existe uma quantidade certa de fios que deve- mos colocar. Fazemos o estudo do rosto do paciente e, com nossos dedos, seguindo a linha de força, decidi- mos a quantidade que vamos colocar (Foto 34). Todas as marcações a seguir (Fotos 35 a 37) são as que eu pessoalmente utilizo, também preconizadas pelo Dr. Beramendi, com pequenas variações. 59Marcação Foto 35 Foto 36 Foto 37 60 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Foto 38 Foto 39 Foto 40 61Marcação Foto 41 Foto 42 Foto 43 VIII Mesa Cirúrgica e Anestesia Mesa cirúrgica – material necessário Seringa 10 cc e 3 cc; agulha 13/03, 27/7 e 40/12, mi- crocânula, cânula e guia, pinça mosquito e tesoura; anestesia; fios e gazes (Foto 44). Anestesia Inúmeros ossos da face têm importância especial para a anestesia: Osso zigomático Osso maxilar Osso nasal Osso mandíbula Osso frontal 64 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel A inervação é sensitiva: V par craniano Plexo cervical De acordo com a Foto 45, região de efeito do nervo oftálmico, do nervo malar e do nervo mandibular. São de grande importância os forames localizados nos ossos: 2 frontais 2 maxilares 2 mandibulares Foto 45 Fig. 12 65Mesa Cirúrgica e Anestesia Na região da face, temos como recurso os bloqueios nervosos, que são: o nervo supra-orbital, que sai do fora- me frontal; o infra-orbital, que sai do forame maxilar; e o mentual, que sai do forame mandibular, e que, depen- dendo da região em que vamos implantar o fio, nos dará grande ajuda, pois o seu bloqueio fará com que a pacien- te não sinta o desconforto da penetração da cânula. Locais onde podemos fazer os bloqueios Nervo supra-orbital (Fotos 46 e 47). 66 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Nervo infra-orbital. Neste caso, podemos fazer o blo- queio tanto externo como interno (Fotos 48 e 49). 67Mesa Cirúrgica e Anestesia Nervo mentual. Também neste caso podemos fazer o bloqueio tanto externo como interno (Fotos 50 e 51). 68 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Não querendo fazer o bloqueio, podemos utilizar o preparo a seguir e fazer a anestesia nas áreas pelas quais vamos passar a cânula. Preparo Soro fisiológico ................ 160 ml Lidocaína a 2% S/V ........... 20 ml Bic. sódio a 8,4% ................. 2 ml Adrenalina ........................... 1 ml Normalmente, para colocarmos todos os fios des- critos anteriormente, utilizamos uma média de 30 ml por cada hemiface, ou seja, utilizamos o máximo de 60 ml para a colocação total dos fios. Dependendo da quantidade de fios, não há necessidade de preparar essa quantidade citada antes; basta dividir os valores por 2 ou 3. Fazemos um botão anestésico no local onde será a entrada e a saída da cânula. Com uma agulha 40/12 fazemos a abertura e com uma microcânula de infiltra- ção injetamos o anestésico no percurso em que passa- remos a cânula. IX Introdução da Cânula e do Fio Introdução da cânula É de grande importância a introdução da cânula. Sigo a orientação do Dr. Beramendi. Primeiro ela não pode ser muito grossa porque o fio ficará sem apoio, ou seja, sem se fixar no subcutâneo. Depois, deverá ser introduzida no subcutâneo pro- fundo (no tecido adiposo profundo supra-SMAS) para não superficializar o fio. Sua ponta é discretamente cortante. Sempre a introduzimos de cima para baixo. Introdução do fio Sempre no sentido de baixo para cima. Isso é muito importante para que, ao tirarmos a cânula, ela possa se manter presa à extremidade do fio. Retirada da cânula Retiramos a cânula torcendo-a para que o fio seja incluído na posição helicoidal, aumentando a tração e sustentação da região tratada. 70 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Seqüência do fio de sustentação Vamos fazer uma seqüência da marcação, aneste- sia, introdução da cânula, do fio, da retirada do fio, do curativo e dos pré e pós-operatórios. Marcação e anestesia Nesta paciente o necessário para fazer lifting com o fio (em todos os pacientes a seguir foram utilizados o Fio Russo® ou Fio Beramendi) é erguer o terço médio para melhora do sulco nasogeniano e sulco nasolabial(“bigode chinês”). Passaremos então três fios de cada lado (Fotos 52, 53 e 54). 71Introdução da Cânula e do Fio Após a marcação, fazemos o botão anestésico (Foto 55). Após o botão anestésico com a agulha 40x12, faze- mos a porta de entrada para passar a cânula e o fio (Foto 56). 72 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Com uma cânula de infiltração, fazemos a anestesia da área onde vamos passar o fio, só no seu trajeto, uma média de 3 a 5 ml da solução em cada marca- ção (Foto 57). Introdução da cânula Após a anestesia dos dois lados, vamos passar a câ- nula. Eu utilizo sempre a cânula de 20 cm de tama- nho por 2 mm de espessura e com uma guia, pois ao passar a cânula ela se enche de gordura, dificultando a passagem do fio (Foto 58). 73Introdução da Cânula e do Fio Passamos a cânula no subcutâneo profundo pelo trajeto marcado e saímos no final da marcação, nes- te caso, no sulco nasogeniano (Foto 59). Passagem do fio Retiramos a guia e passamos o Fio Russo® de baixo para cima (Foto 60). 74 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Retirada da cânula Após passar o Fio Russo®, retiramos a cânula man- tendo a ponta dele presa pelo nosso dedo indicador, e com o polegar fazemos uma tração para encolher a área onde estamos passando o fio. Ao tirar a cânula, o fio já estará fixado (Foto 61). Ao retirar a cânula, colocamos uma pinça mosquito fixando a extremidade superior e, na extremidade inferior do Fio Russo®, fazemos uma tração para avançar de 2 a 3 garras; cortamos o fio (Foto 62). 75Introdução da Cânula e do Fio Passamos todos os Fios Russos® de uma hemiface e no final é que tracionamos todos os fios da extre- midade superior e cortamos. Após, passamos para outro lado (Foto 63). Curativo Não há necessidade de colocar o micropore na re- gião. No entanto, continuo seguindo a escola do Dr. Beramendi, pois o curativo, além de lembrar ao paciente que não deve apertar ou comprimir a região onde colocamos os fios, ao mesmo tempo disfarça o edema pós-lifting. Mantenho por 2 dias (Foto 64). 76 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Pré-lifting e com 33 dias pós-implante dos fios Observar que nas fotos pré-lifting a paciente apre- sentava queda do coxim infra-orbitário (Foto 65), acentuado “bigode chinês” (Foto 66) e sem defini- ção do limite entre o terço inferior e pescoço, isto é, sem definição da mandíbula (Foto 67). Foto 65 Foto 66 Foto 67 77Introdução da Cânula e do Fio Trinta e três dias após, o coxim infra-orbitário está no local (Foto 68), o sulco nasolabial, “bigode chi- nês”, bem reduzido (Foto 69) e com uma definição da mandíbula (Foto 70), isto só com três fios de cada lado. Foto 68 Foto 69 Foto 70 78 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Sobrancelha Na sobrancelha, após vários pacientes em que passei o fio com garras, gostei mais do fio comum de prolene® (polipropileno) ou goretex® (PTFE). Passei a utilizar minha técnica, que lancei no III Congresso Mundial de Medicina Estética no Rio em março de 2006, a qual de- nominei lifting manequim reduzido ASP. No futuro, com a legalização do Fio Elástico, poderemos trocar o goretex® por ele. Ele consiste em três marcações, sendo o ponto (A) no início do implante do couro cabeludo em direção do ponto S, mais ou menos 2 cm da cauda da sobran- celha, e o terceiro ponto (P) no terço externo da so- brancelha (Foto 71). Fazemos uma pequena incisão nos pontos ASP de aproximadamente 0,5 cm de comprimento. Passamos a agulha de Reverdan (modificada) pelo ponto (A) num ângulo de 90° até atingir o periósteo (essa será nossa primeira ancoragem) e subimos a agulha, atin- gindo o plano subcutâneo profundo até o ponto (P), onde externamos o Fio Elástico. 79Introdução da Cânula e do Fio Neste local, com uma agulha curva pequena, pe- gamos o músculo orbicular para fazer a segunda an- coragem e voltamos pelo subcutâneo em outro plano diferente do primeiro, saindo no ponto (A), onde da- mos de 3 a 4 nós (Foto 72). Com esse mesmo fio preso no ponto (A), passamos com a agulha de Reverdan para o ponto (S); no subcu- tâneo profundo, fazemos o ponto de ancoragem igual ao ponto (P) e voltamos para o ponto (A) por outro plano, e damos de 3 a 4 nós (Foto 73). 80 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Este plano entre o ponto A e S é para eliminar as rugas periorbiculares (pé-de-galinha). O Dr. Arena gosta do Fio de Goretex® (CV). O Dr. Helio adaptou essa técnica utilizando o Fio Búlgaro com grandes resultados. Atualmente na sobrancelha estou fazendo o fio de goretex e para o terço médio e inferior da face passei a utilizar a técnica Convergência Temporal (Foto 74). Começamos com a paciente em pé para fazer a marcação. Após, com a paciente semideitada, fazemos a anes- tesia. Eu particularmente gosto de fazer para esta re- gião a anestesia troncular no nervo supra-orbital, pois só com um ponto de cada lado anestesio toda a região frontal (Fotos 75 e 76). 81Introdução da Cânula e do Fio Com a agulha de Revardan modificada (Foto 77) passamos pelo ponto (A) num ângulo de 90° até atin- gir o periósteo para fazer a nossa primeira ancoragem e subimos a agulha ao plano subcutâneo profundo até o ponto (S), onde externamos a agulha (Foto 78). Foto 75 Foto 76 Fixamos o fio de goretex na ponta da agulha de Re- verdan (Fotos 79 e 80). Foto 77 82 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Puxamos o fio de goretex com agulha de Reverdan (Foto 81). Neste local, com uma agulha curva pequena, pega- mos o músculo orbicular para fazer a segunda ancora- gem e saímos a mais ou menos meio centímetro acima do ponto S (Foto 82). Voltamos pelo mesmo orifício para o ponto (S). De- pois, com a agulha de Reverdan de cima para baixo, pe- gamos a extremidade do fio e pelo subcutâneo em outro plano diferente do primeiro puxamos e saímos no ponto (A) onde damos de três a quatro nós (Foto 83). 83Introdução da Cânula e do Fio Pronto, já elevamos a sobrancelha internamente. Agora com o mesmo fio, sem cortar, fazemos o pro- cedimento do ponto (A) para o ponto (P) e voltamos para o ponto (A), onde damos mais três a quatro pon- tos e cortamos o Fio. O mesmo procedimento fazemos do outro lado. Simples, fácil e rápido (Foto 84). Podemos observar, apenas dois dias após do implan- te do Fio de Goretex, a evolução da subida das sobran- celhas, mesmo com o edema (Fotos 85 e 86). 84 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Outro local onde uso o Fio de Goretex® (CV-03) com excelente resultado é na correção do nariz não caucasiano, conhecido como “nariz negróide”. Tam- bém pode ser usado o Fio Elástico. Começamos com anestesia troncular infra-orbital, para pegar o ramo nasal, superior da bochecha e ramo labial, e no nariz o nervo infratroclear. Após aneste- sia, com o Fio Goretex, passamos pela asa do nariz em profundidade, pegando o músculo depressor do septo com orbicular da boca, e saímos na raiz da outra asa nasal (Foto 87). Voltamos com a agulha pelo mesmo orifício de sa- ída e por outro plano profundo retornamos também pelo mesmo orifício de entrada (Foto 88). Com as duas extremidades damos de 3 a 4 nós, comprimindo a asa nasal no tamanho que desejamos (Foto 89). No final, cortamos rentes as duas pontas do Fio de Goretex (Foto 90). 85Introdução da Cânula e do Fio Foto 88 Foto 89 Foto 90 86 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Além da correção do nariz negróide, ou do nariz globoso, outra aplicação com excelente resultado do Fio de Goretex ou do Fio Elástico é na correção da que- da da ponta nasal e seu encurtamento. Começamos com a marcação do local onde o fio elástico irá entrar e sair. O primeiro ponto é na ponta nasal, o segundo e o terceiro pontos são na raiz do na- riz, nas duas laterais (Foto 91). Entramos com a agulhade Reverdan, na ponta nasal, e seguimos justoperiósteo pela cartilagem nasal até a raiz nasal, onde saímos com a agulha. Em seguida, com uma agulha curva cortante, transfixamos o periósteo, às vezes até o osso nasal, e saímos na outra extremidade 87Introdução da Cânula e do Fio da raiz nasal. Voltamos com a agulha de Reverdan da ponta até a raiz nasal deste lado e pescamos o Fio Elás- tico, trazendo-o para a ponta, onde, com 3 a 4 nós, fa- zemos uma hipercorreção nasal, encurtando o nariz e elevando a ponta nasal. Essa hipercorreção cederá após 7 a 10 dias. Cuidado com a hipercorreção para evitarmos “nariz em tomada” ou “de porco” (Foto 92). X Convergência Temporal – A Técnica Esta técnica foi lançada no início do ano pelo Dr. Roberto Arena. A princípio quando ele demonstrou a técnica, cheguei a pensar: será que vai dar certo? Após alguns meses, comecei a gostar da técnica, e hoje ela já faz parte do meu arsenal de técnica. Adorei. Como descrito em seu livro Cirurgia Cosmética, edi- ção 2006, juntamente com o Dr. Carlos Garcez e co- laboradores, os fios de sustentação necessitam de dois orifícios, de entrada e saída da cânula. Na sua técnica só temos o orifício de entrada e ao mesmo tempo, ao fazermos a ancoragem, damos uma maior sustentação. Como já descrevemos no início, o autor propõe uma forma alternativa de inclusão de fios, ou seja, só uma pequena lesão. É uma técnica diferente de aplicação de fios, os quais podem ser qualquer um dos que eu descre- vi anteriormente, com exceção do Búlgaro e Goretex. Esta técnica utiliza a cânula de Porto Alegre modi- ficada, desenvolvida pelo Dr. Arena e Dr. Waldyr. A marcação é feita mais ou menos três centímetros acima da implantação superior da orelha, por onde entraram todos os fios que podem ser de três a cinco. Daí eles vão ao sentido do sulco nasogeniano, comissura labial ou ruga labiogeniana (bigode chinês) e para a bolsa de gravidade (buldogue). 90 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Para entendermos melhor, passaremos ao “Passo a Passo” da técnica. Começamos com a marcação (Foto 93): 1. Marcação do ponto de incisão três centímetros aci- ma da implantação superior da orelha (1). 2. Daí sai uma linha até o sulco nasogeniano (2). Como gosto de ressaltar a região zigomática (maçã do rosto), dou uma pequena virada para cima ao aproximar do sulco nasogeniano. 3. A segunda linha (3) vai direto para a comissura labial. 4. A terceira linha (4) para a bolsa de gravidade. Fazemos o botão anestésico no local da entrada dos fios (Foto 94). Foto 93 91Convergência Temporal – A Técnica O próximo passo é fazer a infiltração no trajeto onde vamos implantar os fios (Foto 95). Este é o mandril modificado com uma haste para dar o apoio e a ponta não biselada para não traumati- zar (Foto 96). O mandril vai dentro da cânula, e também prefiro que a ponta não seja biselada e sim romba (Foto 97). 92 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Colocamos a ponta do fio dentro da guia (Foto 98). E depois colocamos dentro cânula (Foto 99). Isto é só demonstração, pois ainda não passamos a cânula no paciente. Neste paciente utilizei o Fio Beramendi. Com a agulha 40x12, fazemos a porta de entrada (Foto 100). Foto 99 93Convergência Temporal – A Técnica Passamos a cânula com o mandril por dentro (Foto 101). Tiramos o mandril e deixamos a cânula (Foto 102). Introduzimos dentro da cânula o fio com sua ponta presa na guia e fazemos um discreto avançamento da guia para fixar a ponta (Foto 103). 94 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Após tirar a cânula, restam-nos a guia e o fio que im- plantamos. Pinçamos o fio e retiramos a guia (Foto 104). Aqui já estão os três fios passados sem a necessidade dos orifícios de saída (Foto 105). Nesta hora fazemos uma tração dos fios e suturamos com nylon 5-0 na aponeurose temporal. Observe como o sulco nasogeniano já está retificado (Foto 106). 95Convergência Temporal – A Técnica As pontas dos fios de sustentação são introduzidas na aponeurose (Foto 107). Terminamos com a sutura do couro cabeludo. Depois desta nova técnica, o implante, além de ficar mais fácil, nos dará um resultado melhor, já que não temos mais as perfurações no centro do rosto. Foto 108 XI Fios de Aço Para tratar o rosto vincado pelo sulco nasogeniano, fazemos a ressecção subcutânea com o fio de aço, cons- tituído de 14 fios monofilamentados, traçados entre si, fazendo o descolamento da camada profunda da der- me à área superficial do bigode chinês. Assim, a pele em torno do sulco fica livre para ser erguida no lifting com o fio de sustentação. O descolamento é num plano único, subcutâneo, para não provocar hematoma nem hemosiderose. Ele libera (apaga/minimiza) a cicatriz natural (Fig. 13). 98 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Para facilitar, a seguir demonstraremos os passos para o deslocamento do sulco nasogeniano com o fio de aço. Acredito que, depois do Fio Russo®, essa foi, a grande invenção do Dr. Beramendi, que vem nos aju- dar muito na liberação do SNG. Começamos com a infiltração da região. Utilizamos a solução anestésica que preparamos para a infiltra- ção e colocação dos fios (Foto 109). Após a infiltração, começamos a introdução da agu- lha reta que vem junto com o fio de aço, indo no subcutâneo e margeando o lado interno do sulco nasogeniano (Foto 110). 99Fios de Aço Saindo na extremidade superior do sulco nasoge- niano ao lado da asa do nariz (Foto 111). Pelo mesmo orifício de saída do fio de aço, introdu- zimos a agulha no subcutâneo, margeando agora a parte externa do sulco nasogeniano (Foto 112). Saindo na extremidade inferior do sulco nasogenia- no, no mesmo orifício de entrada. Neste momento, ajeitamos o fio de aço para podermos tracioná-lo (Foto 113). 100 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Foto 113 Fazemos a tração do fio e observamos o descola- mento do sulco nasogeniano (Foto 114). Em seguida passamos para o outro lado e começa- mos o processo. Introdução da agulha reta indo no subcutâneo e margeando o lado interno do sulco nasogeniano (Foto 115). 101Fios de Aço Saindo na extremidade superior do sulco nasoge- niano ao lado da asa do nariz (Foto 116). Pelo mesmo orifício de saída do fio de aço introdu- zimos a agulha no subcutâneo, margeando agora a parte externa do sulco nasogeniano (Foto 117). Saindo na extremidade inferior do sulco nasogenia- no, no mesmo orifício de entrada. Fazemos a tração do fio e observamos o descolamento do sulco naso- geniano (Foto 118). 102 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Terminamos com uma lavagem com soro fisioló- gico ou a própria solução anestésica dos dois lados descolados e verificamos a região (Foto 119). XII Correção do Umbigo Triste Fio no umbigo O Dr. Beramendi criou essa técnica para combater a flacidez do abdome, principalmente pós-parto, pós- lipoplastia ou pós-regime, que leva ao fechamento do umbigo, o que é conhecido como “umbigo triste”. Ele não serve para elevar ou esconder gordura, e sim para “abrir” o umbigo (Fig. 14). 104 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel A técnica consiste em colocar de 3 a 5 fios (sem- pre em número ímpar) para erguer a queda provocada pela flacidez do abdome, que provoca o “umbigo tris- te”. Foto pré com marcação (Foto 120) e foto pós-co- locação do fio (Foto 121). Foto 121 XIII Curativo - Complicações, Durabilidade e Conclusão Curativo Sempre coloco bandagem com micropore cor-da- pele por 48 horas. Isso é para evitar que o paciente fi- que tocando a região e desloque o fio. Complicações Técnica Colocação do fio com cânula muito grossa. Implante Muito superficial, podendo ser visualizado quando a paciente sorrir ou se o local for apalpado. Tracionamento Fazer tração demaisno fio, formando um sulco ou depressão na área de entrada do fio. Quebra O fio pode ser rompido ou quebrado devido a uma força maior ao tracioná-lo. Extrusão Se a ponta do fio ficar na derme, mesmo profunda, ele ficará incomodando a paciente até que ele saia (Foto 122). 106 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Isso deve ser evitado, mas caso ocorra, o procedi- mento é pinçar a extremidade do Fio e, fazer uma tração e cortar (Foto 123). Foto 122 Durabilidade Ultra-som Já foi demonstrado por ultra-som que após 12 me- ses os fios mantinham-se no local e tinham dobrado de tamanho. Cirurgia de ritidoplastia Em vários pacientes, após anos de implante, ao serem submetidos à cirurgia de ritidoplastia, visu- alizamos os fios, que formavam um verdadeiro liga- mento. 107Curativo Fatores biológicos Continuamos a envelhecer, e o tempo não perdoa, só o que ganhamos permanece. Se após a colocação do fio tivemos um rejuvenescimento de oito anos, sempre teremos essa vantagem. Exemplo, uma pes- soa com 40 anos ficou com idade biológica de 32 anos, e, se não fizer mais nada, ao chegar aos 48 anos, terá idade biológica de 40 anos. Fatores externos Fumo, poluição e sol são os fatores externos que também influem no envelhecimento. Conclusão Ato cirúrgico simples, levando de 10 a 30 minutos. Pós-operatórios reduzidos; em dois dias o paciente volta a suas atividades normais. Em termos financeiros, para o paciente é melhor, pois evita o centro cirúrgico, internação e afasta- mento de suas atividades diárias. Você pode sempre colocar outros fios para manter o rejuvenescimento do seu paciente. XIV Pré e Pós-lifting com Fio Russo® Follow de três anos e quatro meses da colocação do Fio Beramendi. Podemos observar rejuvenescimento grande no quinto dia após a colocação dos fios (Fotos 124 e 125). Três anos e quatro meses após o pós-im- plante a paciente apresentou sinais de envelhecimen- to, porém, aparenta estar mais jovem do que antes do implante. Foto 124 Foto 125 110 Fio de Sustentação e suas Técnicas – Arthur dos Santos Pimentel Foto 129 Foto 126 Foto 127 Dois anos e dois meses Três anos e quatro meses Foto 128 Antes Após dois anos e um mês 111Pré e Pós-lifting com Fio Russo® Foto 133Foto 132 Foto 131 Após dois anos e quatro meses Foto 130 Antes Antes Depois Referências Bibliográficas Devido ao tema ser relativamente novo, há poucos livros publicados. Portanto, retiramos alguns tópicos ou referências de livros em parte ou só frases. Seguem referências consultadas. 1. ARENA, R. S. e GARCEZ, C. E. Temas de medicina estética (roteiros). 4. ed. Médica Missau, 2004. 2. BERAMENDI, J. A. Treinamento de 1 dia em sua clínica, em 18/10/2002. 3. CONVERSE, J. M. Reconstrutive Plastic Surgery. 2th ed. vol. 3. W. B. Saunders Company, 1997. 4. FARKAS, L. e KOLAR, J. Antrhopometrics and in the Aesthetics of women’s faces. Clinics in Plastic Surgery, 1987, 14:599. 5. TOLLETH, H. Concepts for the Plastic Surgeon from Art and Sculpture, 1987, 14:585. 6. BROWN, J. B. e McDowell, F. Plastic surgery of the nose. St. Louis: Mosby, 1951. 7. ARENA, R. S.; GARCEZ, C. E. e col. Inovações e re- ferências básicas nos procedimentos estéticos. Grá- fica comunicação impressa, 2006.
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