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Diérese, Hemostasia e Síntese em Cirurgia

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AULA 3 – DIÉRESE, HEMOSTASIA E SÍNTESE 
DANIELA FRANCO 
1. DIÉRESE 
a. Definição: consiste em atitudes cirúrgicas que visam à 
abertura, ao corte e à exposição dos tecidos de estruturas e 
órgãos que serão operados. 
b. Tipos 
i. Incisão: realizada por instrumento de corte (bisturi). 
ii. Secção: ato de cortar com tesoura, serra, lâmina afiada, 
bisturi elétrico, laser, ultra-som, ou micro-ondas 
iii. Divulsão: separação dos tecidos com pinças, tesouras, 
tentacânula, afastadores, etc. 
iv. Punção: através de instrumento perfurante, com várias 
finalidades, tais como drenagem de coleções líquidas de 
cavidades ou interior de órgãos, coleta de fragmento de 
tecido e de líquidos orgânicos para exame diagnóstico, 
injeção de contraste e de medicamentos. Trocarte, agulha de 
Veres 
v. Dilatação: para aumentar o diâmetro de canais e orifícios 
naturais, ou de trajetos fistulosos. É obtida para rotura de 
fibras musculares ou tecido fibroso. Vela de Hegar, beniqué. 
vi. Serração: por meio de serra, especialmente em cirurgia 
óssea. 
c. Instrumentos 
 i. Bisturi: o mais antigo dos instrumentos cirúrgicos, ideal 
para dissecção dos tecidos. Deve ser manuseado de maneira 
a permitir o total controle do instrumento, sem limitar a 
liberdade de movimento. 
ii. Tesouras: podem ser usadas na secção de tecidos e fios. 
Quando manuseadas adequadamente, tornam-se extensões 
das mãos do cirurgião facilitando a dissecção e o 
desbridamento de estruturas. 
 1 Metzenbaum: usada para seccionar tecidos e dividir 
vasos variados. 
 2 Mayo: ideal para desbridar e cortar tecidos mais 
pesados e duros (músculos e tendões). 
 3 Tesouras de sutura (reta, pesada e romba): tesoura de 
fios. 
iii. Eletrocautério: o corte ocorre pela vaporização do tecido 
resultante da absorção de corrente elétrica de alta 
frequência. 
 1 Monopolar: a corrente sai do gerador por um fio e entra 
no campo cirúrgico por um eletrodo ativo na ponta do 
instrumento. O eletrodo de retorno é uma placa posicionada 
em área fora do campo operatório, por onde a corrente, 
após atravessar o corpo do paciente, retorna ao gerador 
completando, assim, o circuito. 
 2 Bipolar: cauterização é feita com instrumento 
semelhante a uma pinça recoberta de material isolante. 
Como uma lâmina da pinça é o eletrodo ativo e a outra é a 
terra, a corrente só atravessa a distância entre as duas, 
limitando a lesão tecidual 
iv. Laser: é uma energia luminosa com três importantes 
propriedades - monocromático (um único comprimento de 
onda), coerente (todos os raios estão em fase) e em foco 
 1 Laser de CO2: é o mais usado em cirurgia geral. A luz 
emitida é infravermelha e invisível. Usado para secção de 
condilomas (verrugas anais). 
v. Serras/Ruginas 
vi. Trocarte, agulha de Veres: punção 
vii. Vela de Hegar: dilatação 
d. Manejo dos instrumentos 
i. Bisturi: para movimentos amplos, como abertura da 
parede abdominal, o bisturi é pego entre as falanges 
terminais do polegar e dos dois dedos subjacentes, como 
arco de violino, sendo o braço movimentado em bloco do 
ombro para baixo. Para cortes mais delicados, o bisturi pode 
ser pego como um lápis (ou caneta). Neste caso, os 
movimentos se limitam às articulações 
metacarpofalangeanas. Ressaltar que o cirurgião deve se 
posicionar de maneira mais cômoda possível, sendo a incisão 
realizada de fora para dentro, na sua direção. O cirurgião e o 
assistente devem exercer tensões equivalentes de ambos os 
lados da incisão. 
ii. Tesouras: devem ser manuseadas colocando-se a 
extremidade do polegar e do anular, apoiando-se o 
indicador nas lâminas. O cirurgião corta de dentro para fora, 
nunca às cegas. Todas as estruturas a serem seccionadas 
devem ser claramente visualizadas e individualizadas antes 
da secção 
2. HEMOSTASIA 
a. Definição: é a interrupção da perda de sangue 
 
b. Tipos 
i. Temporária: é executada no campo operatório ou a 
distancia do mesmo e pode ser incruenta (geralmente à 
distância do campo operatório) ou cruenta (geralmente no 
campo operatório). Os tipos de hemostasia temporária são: 
pinçamento, garroteamento, ação farmacológica, parada 
circulatória com hipotermia ou oclusão endovascular 
1 Pinçamento: método cruento realizado com auxílio de 
pinças atraumáticas. A hemostasia poderá se transformar 
posteriormente em definitiva por ligadura, cauterização ou 
angiotripsia. 
2 Garroteamento: utilizado em cirurgia dos membros por 
intermédio de faixas de borracha, manguitos pneumáticos, 
ou ainda de forma cruenta, no campo cirúrgico, por meio de 
oclusão do vaso com fios ou cadarços. 
3 Compressão: pode ser no campo operatório ou incruenta, 
quando a compressão se faz sem prévia diérese ou distante 
do campo operatório. 
4 Parada circulatória com hiportermia: intervenção sobre 
fístulas arterio-venosas de difícil acesso. Trata-se de método 
sofisticado de hemostasia temporária, com aplicação 
limitada. 
5 Ação farmacológica: hipotensão controlada ou correção de 
distúrbios do mecanismo de coagulação. 
6 Oclusão endovascular: sondas com balão que, ao serem 
insuflados, interrompem de forma regrada a circulação 
ii. Definitiva: sempre cruenta e interrompe de forma 
definitiva a circulação do vaso. 
1 Ligadura: oclusão do vaso por meio de um nó com fio 
cirúrgico. 
2 Cauterização: estancar o sangramento com aplicação de 
agentes físicos na extremidade do vaso com calor 
(termocautério), eletricidade (bisturi elétrico) ou 
substâncias químicas (nitrato de prata). 
3 Fotocoagulação: emprego da luz emitida por aparelhos a 
laser. 
4 Sutura: por meio de suturas em massa envolvendo vasos 
(suturas gastrintestinais, grandes vasos). 
5 Grampeamento: através de grampos metálicos – aço 
inoxidável ou titânico. Bastante utilizados em cirurgias 
videoscópicas. Menos lesão tecidual e rapidez no 
procedimento. 
6 Obturação: aplicação de determinadas substâncias 
destinadas a ocluir vasos em superfícies que não comportem 
ligadura (cera de abelha para hemostasia de ossos). 
c. Recomendações à instrumentação: 
i. Manter as pinças hemostáticas em uso limpas e em local 
adequado. 
ii. Pedir os fios adequados de acordo com a decisão do 
cirurgião. 
iii. Fornecer e vigiar o retorno das compressas do campo 
cirúrgico. iv. Insistir na troca dos campos e de compressas 
protetoras se estiverem embebidas de sangue. 
3. SÍNTESE 
a. Definição e objetivo: visa reconstruir, recompor e restituir 
a integridade das estruturas, órgãos, e tecidos que foram 
explorados. Mantém as bordas dos tecidos aproximadas 
durante a cicatrização. 
b. Tipos: manual ou mecânica: Lembrar que a técnica 
utilizada influencia diretamente o resultado final da 
cicatrização. “O resultado final da cicatrização de um 
ferimento ou de uma ferida cirúrgica está diretamente 
relacionado a fatores individuais do paciente e à técnica 
operatória empregada, ao TIPO DE SUTURA realizada e ao 
material empregado” 
C. SUTURA MANUAL: 
Não deve ser empregada tensão maior a suficiente para 
manter o contato das bordas; fios de menor diâmetro 
possível; sempre que possível aproximar tecido 
subcutâneo. 
i. Instrumentos: pinças, porta-agulhas 
ii. Materiais: Fios e agulhas 
iii. Pontos separados (interrompidos): mais seguros, 
causam menos isquemia e reação tissular; mais demorado. 
Apresenta as vantagens: a) O afrouxamento de um nó, ou a 
queda do mesmo, NÃO interfere no restante da sutura: b) 
Há menor quantidade de corpo estranho no interior do 
ferimento cirúrgico; c) Os pontos são menos isquemiantes 
do que na sutura contínua Também, por não serem tão 
impermeáveis quanto as suturas contínuas, podem permitir 
a drenagem de pequena quantidade de secreção 
eventualmente acumulada o que pode ser vantajoso, por 
exemplo em uma sutura de pele. Contudo, em algumas 
situações, quanto mais impermeável é a sutura, melhor, 
como aquelas realizadas em vísceras ocas.Apresenta como 
desvantagem relativa ser mais trabalhosa e demorada. 
1 Ponto simples: a 0,5 cm da borda, distantes 1,0 cm entre 
eles.Proporcionam boa coaptação das bordas da ferida, 
tanto superficial quanto profundamente. Quando o nó se 
localiza acima ou externamente em relação às estruturas é 
denominado comum; Nas suturas na pele, apenas o ponto 
comum é utilizado (o inverso não encontra aplicação haja 
vista a impossibilidade para sua retirada.) Comumente o 
ponto simples cutâneo abrange toda a espessura da pele, 
acompanhado ou não por uma fina camadas superficial de 
tecido subcutâneo, visando propiciar perfeita coaptação das 
bordas, quando erroneamente executado, acarreta 
desníveis entre as bordas. Duas variantes dos pontos simples 
podem ser utilizadas: o ponto simples epidérmico- comum 
(abrangendo a epiderme e uma pequena parte da derme), e 
o ponto simples dérmico- comum ou invertido (abrangendo 
a derme e a camada superficial subcutânea) 
• Ponto simples epidérmico: Excelente opção para bom 
resultado estético, quando o que se deseja e uma simples 
aproximação das bordas, sem a aplicação de tensão 
• Ponto simples dérmico: Também excelente opção para 
bom resultado estético, nas mesmas condições 
anteriormente descritas, e, possivelmente, oferecendo um 
resultado ainda melhor. Geralmente, é empregado o ponto 
invertido para que os nós não sejam sentidos. Pode ser 
complementado pela aposição de pontos epidérmicos ou, 
simplesmente, pela aposição de fitas adesivas 
2 Ponto simples com nó invertido: quando ele se situa (é 
ocultado) no interior do tecido, recebe o nome de ponto 
invertido ou ponto de Halsted. O ponto invertido pode ser 
de grande importância, p ex na sutura dérmica para evitar 
que se formem pequenas rugosidades (nós) que podem ser 
eventualmente sentidas pelos pacientes. 
3 Ponto em “U” horizontal (Wolff): Semelhante ao vertical, 
diferindo apenas na posição horizontal da alça; utilizado na 
pele, quando existe alguma tensão que impeça a perfeita 
coaptação das bordas. Em geral não propicia bom resultado 
estético. Também pode ser utilizado em estruturas mais 
frágeis, como tecido muscular, apenas para aproximação 
tecidual, sem qualquer tensão. 
 
4 Ponto em “U” vertical (Donati): (LONGE, LONGE, PERTO 
PERTO)usado na pele, consistindo em 2 transfixações: uma 
perfurante, incluindo a pele e a camada superior do tecido 
subcutâneo, entre 7 e 10 mm da borda, e a outra 
transepidérmica, ecerca de 2 mm da borda. Muito utilizado 
em suturas sob pequena tensão, ou quando os lábios da 
ferida tendem a se invaginar, promovendo excelente 
coaptação das bordas, mas com resultado estético inferior. 
Também promove boa hemostasia, sendo de particular 
interesse quando existe sangramento difuso subdérmico e 
dérmico; Comumente designado como ponto longe-longe, 
perto-perto; a passada mais profunda (longe-longe) pode ser 
realizada primeiramente, ou vice-versa. 
5 Ponto em “X” (Sultan): podem ser executados com os nós 
para dentro ou para fora, ficando sempre, porem, duas 
alças cruzadas, no interior ou fora do tecido. Em algumas 
situações, utilizados como pontos de transfixação para 
hemostasia, com ligadura em massa 
Esse tipo de sutura é apropriado para: • regiões que 
apresentem resistência ou recebam maior tensão; músculos, 
aponeurose, couro cabeludo. • pequenas perfurações como 
nos pontos de extração dentária; • auxiliar uma hemostasia 
(prevenção e interrupção de sangramento); • aproximar 
tecidos. 
6 Ponto helicoidal duplo (Smead-Jones): Consiste em dois 
pontos simples em sequência, apoiando- se o fio em dois): 
locais, na mesma borda, formando um desenho de uma 
hélice; Jonescomo se realiza dupla passada em ambas as 
bordas, e chamado de helicoidal duplo. É comumente 
empregado em tecidos friáveis, com tendência a 
esgarçamento ou fragmentação 
iv. Pontos contínuos: deve-se considerar o nó inicial, a 
sutura propriamente dita e o nó terminal. A desvantagem da 
sutura contínua é apresentar mais dificuldade para controlar 
a tensão dos nós e ter mais chances de rompimento. Além 
disso, ela não é indicada para algumas partes do organismo 
porque pode inverter ou everter as bordas. 
 1 Chuleio simples: Consiste no tipo de sutura de mais fácil e 
rápida execução, sendo aplicada em qualquer tecido com 
bordas não muito espessas e pouco separadas. Quando 
utilizada na pele, pode ser perfurante total ou somente 
transdérmica. Realizada pela aposição de uma sequência de 
pontos simples com a direção obliqua da alça interna em 
relação a ferida. A medida que vai aplicando a sutura em 
uma ferida deve-se ter cuidado adicional no que se refere a 
correta aposição do fio cirúrgico sobre o tecido. Esse fio deve 
ser guiado, segurando-se cuidadosamente a sua alça com os 
dedos ou com uma pinça elástica fechada (essa pode ser a 
função do primeiro auxiliar), enquanto a agulha vai sendo 
puxada para fora e sendo preparada para nova passada 
 
2 Chuleio ancorado (Reverdin): Consiste na realização de um 
Chuleio simples, em que o fio, depois de passado, é 
ancorado, sucessivamente, na alça anterior (tipo festonado) 
ou a cada quatro ou cinco pontos. Raramente empregado, 
na atualidade 
3 Barra grega: Na pele, pode ser utilizada como sutura 
intradermica ou transdermica; esta última possibilidade não 
determina bom efeito estético. Em face da potencial 
dificuldade em sua retirada, pelo possível 
aprofundamentodos fios na pele, podem ser deixadas 
algumas “alças para extração”, minimizando esse problema. 
Ainda que, quando bem realizada, usualmente determine 
boa coaptação das bordas da pele, na eventualidade de isso 
não ocorrer, podem ser acrescentados alguns pontos 
simples epidermicos 
4 Intradérmico Consiste numa sequência de pontos simples 
longitudinais alternados, por dentro das bordas da pele, 
resultando em excelente coaptação das bordas, o que lhe 
confere excelente resultado estético 
Ela deve ser usada quando: • não 
houver tensão nas margens da ferida; 
• não houver contaminação, pois a 
ferida tem que estar hermeticamente 
selada; • as bordas do ferimento 
forem lineares. É um tipo de sutura 
que tem um ótimo resultado estético. 
Nessa técnica a agulha passa 
horizontalmente através da derme 
superficial, paralelo à superfície da pele, aproximando as 
bordas. Por isso não deixa impressões de sutura no tecido 
externo. 
D. CLASSIFICAÇÃO DA APARÊNCIA DAS BORDAS 
APÓS AS SUTURAS 
i. Bordas apostas: as bordas são suturadas, mantendo 
contato no mesmo plano; 
 ii. Bordas evertidas: as bordas são suturadas de modo a 
promover um maior contato entre elas, formando-se um 
eversão; 
iii. Bordas invertidas: a borda das feridas volta-se para o 
interior, causando uma invaginação. O aspecto ideal consiste 
em bordas apostas levemente evertidas; 
iv. Bordas sobrepostas: após a sutura, uma borda encontra-
se fixa sobre a outra borda. O aspecto ideal consiste em 
bordas levemente evertidas. 
CONSIDERAÇÕES 
e. Função do nó na sutura: evita que o fio afrouxe ou solte, 
prejudicando a aproximação das bordas 
f. Como lidar com o porta-agulha: sempre segure a agulha 
com o porta agulha; manobre a agulha com auxílio da pinça 
de dissecção; posicione o meio da agulha na ponta do porta 
agulha faceando seu lado não dominante; saiba girar o porta 
agulha nas mãos. Comumente, a agulha é presa em sua parte 
média (ou pouco atrás) pela porta agulha. Habitualmente, 
sua ponta é direcionada para cima a esquerda. Por 
necessidade momentânea do tempo cirúrgico que se está 
executando, ela pode, alternativa— mente, ser colocada 
com a ponta ao lado direito do porta-agulha (denominada 
posição inversa). 
i. Como dar ponto com agulha curva 
ii. Como dar nó com o porta-agulha: Dar duas voltas sobre a 
ponta ativa do porta-agulhas com o segmento maior da linha 
e pinçar, com a ponta ativa do porta-agulhas, a extremidade 
livre da linhaTracionar as extremidades da linha para liberar 
as voltas da linha dadas no porta-agulhas, até que o nó se 
complete. 
g. Como lidar com a pinça: segure a pinça de dissecção como 
uma caneta em sua mão dominante entre o polegar e os 
dedos indicador e médio; aprenda a manusear a pinça 
retendo-a com seus dedos anular e mínimo para liberar os 
demais. Geralmente, se utilizam uma pinça delicada com 
dentes delicados, tipo adson (ou sem dentes) para suturas 
em tecidos friáveis, e um pinça dentre de rato mais robusta. 
Segure a pinça de dissecção como uma caneta em sua mão 
dominante entre o polegar e os dedos indicador e médio; 
aprenda a manusear a pinça retendo-a com seus dedos 
anular e mínimo para liberar os demais 
h. Rotinas de sutura: influenciada pela área de 
especialização do médico, formação acadêmica recebida, 
experiência adquirida com os fios, habilidade adquirida com 
o uso frequente dos mesmos fios, condições individuais do 
paciente, qualidade do fio empregado. 
i. Pele 
1 Pontos separados: fio monofilamentar (nylon ou 
polipropileno), sem inversão das bordas, sem tensão. Usa 
ponto simples ou Donnatti (delicados). Em cianças e em 
mucosas pode ser usado categute simples para evitar 
necessidade de retirada dos pontos. Regiões sensíveis como 
região escrotal ou períneo dar preferencia a suturas 
absorvíveis (2-0 ou 3-0) 
2 Adesivo tópico 
3 Sutura intradérmica: fios absorvíveis mono ou 
multifilamentares (poliglecaprone ou poliglactina) ou 
inabsorvíveis monofilamentares (polipropileno ou nylon), 
em pontos separados ou contínuos. 
4 Grampos: a sutura por grampeadores propicia a 
aproximação dos tecidos através de mecanismos que, pelo 
uso de grampos metálicos e diferentes formatos de 
grampeamento, adaptando-se aos tecidos, promove uma 
síntese adequada, rápida e segura com pequena reação 
reação tecidual. 
ii. Aponeurose: fio absorvível com força tênsil adequada 
(polidioxanona) ou inabsorvíveis (polipropileno, nylon, 
poliéster) em pontos separados ou contínuos 
iii. Anastomoses vasculares: fios monofilamentares 
inabsorvíveis (polipropileno ou nylon) e pontos contínuos 
ou separados. No chuleios simples, sempre com fios não— 
absorvíveis (diâmetros 5-0 ou 6-0). As suturas com pontos 
separados simples são preferíveis em vasos de pequeno 
calibre e em crianças, quando se prevê o crescimento das 
estruturas com a idade. As anastomoses arteriais com 
enxertos sintéticos são dependentes indefinidamente do fio 
de sutura, dai a necessidade de se utilizar o fio mais 
adequado, que é o de polipropileno 
iv. Músculo: em geral quando a aponeurose que recebe o 
músculo é delicada, utilizam-se conjuntivamente, as 
miorrafias, feitas mais frequentemente com fios absorvíveis, 
evitando pontos isquemiantes. Em geral se utilizam suturas 
com pontos simples ou em “U” com fios absorvíveis em curto 
ou moderado espaço de tempo, apenas no sentido de 
aproximação das bordas, sem tensão (2-0 ou 3—0) 
v. Anastomoses gastrointestinais: fios absorvíveis, mono ou 
multifilamentar (poliglactina, poliglecaprone, catgut simples 
ou cromado) em um ou dois planos; segundo plano com fios 
inabsorvíveis monofilamentares, pontos separados ou 
contínuos. 
Quando realizada em dois planos, a primeiro — total, 
incluindo a mucosa — deve ser realizado em chuleio simples 
com fios absorviveis (diâmetros 3-0, desde o categute 
cromado até aqueles absorvidos em médio ou longo espaço 
de tempo), e o segundo — seromuscular — com fios não-
absorviveis ou absorvíveis em médio ou longo espaço de 
tempo (diâmetros 3- 0 ou 4—0) 
vi. Músculo cardíaco: fio inabsorvível multifilamentar 
(poliéster), pontos separados 
CASOS 
1. Você está participando de uma apendicectomia aberta 
cujo diagnóstico intraoperatório foi de apendicite aguda 
perfurada. Na síntese da parede abdominal, após já ter 
realizado o fechamento da aponeurose com Prolene® 0, 
pontos contínuos (chuleio simples oblíquo), o cirurgião sai 
de campo para realizar a descrição cirúrgica e pede que 
você acabe o fechamento. Discuta com o grupo como você 
o faria. 
Discussão sugerida: discutir com o grupo o fio recomendado, 
tipo de agulha, o tipo de sutura, necessidade ou não de 
fechamento de subcutâneo, etc. Lembrar que se trata de 
cirurgia contaminada, não estando recomendado o 
fechamento hermético da parede abdominal, sendo 
discutível ainda a possibilidade de não realizar a síntese da 
pele pelo alto índice de abscesso de parede nesta ocasião. 
Fio recomendado: mononylon 4-0, agulha cortante. Sutura 
com pontos simples, sem fechamento do subcutâneo. 
2. Durante um plantão do internato em uma Unidade de 
Pronto-Atendimento (UPA) você recebe uma paciente com 
cerce de 30 anos de idade gritando por ajuda. Ela tem um 
pano de prato encharcado de sangue enrolado em volta do 
punho. Ela conta que estava movendo a mesa de centro 
com tampo de vidro, quando este quebrou e cortou seu 
punho. Você remove a toalha para avaliar a lesão e nota 
sangue vermelho vivo jorrando do ferimento. a. Você 
considera o ferimento grave? Justifique. Sim. De acordo 
com a saída de sangue vermelho vivo e jorrando podemos 
concluir que se trata de um sangramento arterial, portanto 
grave. Quando observamos um sangramento com fluxo 
constante e vermelho escuro podemos predizer que se trata 
de um sangramento venoso. Já um sangramento lento e 
estável com coloração vermelho médio, induzimos que é um 
sangramento por capilares. 
b. Baseados em seus conhecimentos de hemostasia, como 
você manejaria o sangramento? 
Nesta questão, devemos fazer o aluno relembrar os 
conhecimentos prévios de primeiros socorros aprendidos na 
etapa 1 e juntar com os conhecimentos desta aula. Em 
primeiro lugar devemos colocar um curativo oclusivo estéril 
sobre o local do ferimento. Em seguida, caso não consiga 
controlar, colocar um bandagem sob pressão. Em nosso 
meio, é pouco utilizada, mas podemos lançar mão de uma 
tala inflável. O uso de um torniquete é uma medida também 
aceita. Por fim, como medida geral, podemos e devemos, 
para explorar a lesão, colocar um manguito de pressão 
arterial em uma região proximal a lesão de infla-lo. Até o 
momento, realizamos medidas temporárias de conter a 
hemorragia. Como medidas definitivas em um ambiente de 
UPA, podemos realizar a exploração da área cruenta e 
identificar a artéria que está sangrando. Algumas UPA 
podem dispor de um eletrocautério, mas isso sabemos que 
é a exceção. Assim um instrumento com a pinça Kelly 
poderia ser utilizada na extremidade dos vasos e uma 
ligadura arterial com fio de algodão 2-0 trataria o vaso. 
Lembrando que esta técnica teria validade com o exame da 
questão C. Uma anastomose primária das extremidades 
arteriais poderia ser tentada, mas isso deixaremos para 
discutir na etapa 7. Ao final, uma sutura dos planos 
musculares e pela ajudariam a conter a hemorragia. 
c. Qual manobra semiológica poderia ser realizada para 
avaliação da perfusão da mão dos dedos? 
A Manobra de Allen deve ser de conhecimento dos 
acadêmicos, pois já foi ensinada e é realizada para avaliação 
da perfusão do arco palmar pela artéria ulnar, na falta da 
artéria radial. 
3. Agora você está no internato e já teve a oportunidade de 
instrumentar várias cirurgias durante os plantões que tem 
feito. Já consegue identificar e até mesmo prever os 
tempos cirúrgicos principais - diérese, hemostasia e síntese 
- e as particularidades de cada um deles. Assim, na diérese 
percebeu que vários fatores determinam a lâmina 
escolhida para a incisão, a forma de manuseio de bisturi e 
a forma correta de auxiliar o cirurgião para realizar o corte. 
Comente com seu grupo essas observações e demonstre 
uma incisão para seu professor. 
Discussão sugerida: essa questão é para ser demonstrada na 
prática, baseandose na discussão do roteiro realizada em 
sala de aula. Deve ser enfatizada a forma de segurar no 
bisturi,como manuseá-lo, a direção que deve ser feita a 
incisão, a escolha do tamanho da lâmina e do cabo do bisturi, 
a tração feita pelo cirurgião e a contra-tração feita pelo 
auxiliar para facilitar a incisão, assim como alguns outros 
detalhes técnicos que acharem pertinentes. A demonstração 
serve de introdução ao reforço no treinamento das suturas. 
4. Durante a síntese da aponeurose em uma laparotomia 
exploradora você percebe uma técnica exímia do cirurgião. 
Ele realiza uma sutura contínua tipo chuleio simples 
oblíquo com fio monofilamentar inabsorvível com extrema 
rapidez e precisão. Quais detalhes de manuseio dos 
instrumentos cirúrgicos e dos tecidos você acha que podem 
auxiliar o cirurgião nesta tarefa? 
Discussão sugerida: pensei em fazermos uma discussão 
integrada ao treinamento de suturas, de forma que ela seja 
a introdução do treinamento propriamente dito. O que acho 
melhor, na verdade, muito mais do que discutir oralmente 
as questões, é demonstrarmos a resposta. Assim, nesta 
questão, por exemplo, poderíamos demonstrar como lidar 
de forma mais apurada com os materiais mais usados 
durante uma sutura: porta agulha, pinça, tesoura reta e 
agulha curva. Como posicioná-los nas mãos, como manusear 
a agulha no porta agulha, como girar o porta agulha na mãos 
para preparar o próximo ponto, como girar a agulhar no 
porta agulha com o auxílio da pinça, e assim por diante. 
5. Várias são as técnicas de suturas conhecidas, cada qual 
com suas vantagens, desvantagens, e certas 
particularidades como seu aspecto final, muito peculiar a 
cada tipo de sutura. O que você diria a respeito das suturas 
abaixo em relação a estas características citadas? 
Discussão sugerida: nesta questão podemos discutir as 
vantagens e desvantagens de cada uma. Mais importante do 
que isso, no entanto, acho que deveríamos fazer uma 
primeira demonstração de como realizar a sutura em 
questão e mostrar seu aspecto final, enfatizando que cada 
uma delas terá um aspecto final característico. Acho que não 
devemos “perder” muito tempo com a teoria nesta matéria 
 
 
 
PASSO A PASSO DOS PONTOS 
 
PONTOS INTERROMPIDOS: 
 
Sutura simples: 
1 – Insere a agulha do lado direto, puxa todo o fio deixando 
apenas um pedaço para nó. 0,5 cm da borda 
2- insere a agulha do lado esquerdo e puxa todo o fio 0,5 cm 
da borda 
3 – realiza o nó. O nó deve ser fixo e fora da linha de incisão 
4 – corta o fio deixando um tanto bom de fio para não sortar 
o nó. 
 
 
Sutura em X (sultan): sutura de aposição, não altera 
suprimento sanguíneo e previne a eversão dos tecidos. É 
mais forte que a simples. 
1 – Faz a técnica inicial para sutura simples, mas não finaliza 
o nó. 
2- Cruza para o lado oposto (de fora para dentro) lado 
direito. 
3 – Passa para lado esquerdo e faz o nó. 
 
 
Sutura vertical em U ou Donatti: 
1 – Entra primeiro do lado direito LONGE. 
2 – Entra do lado esquerdo e sair LONGE 
3 – Volta ainda do lado de fora pela mesma borda que ela 
acabou de sair só que agora mais PERTO da borda. 
4 – Entra do lado direto mais PERTO da borda 
5 – Realiza o nó do lado direto. 
OBS: causa uma mínima alteração do suprimento sanguíneo. 
Indicada para forte tensões 
 
 
Sutura horizontal em U ou Wolff: 
1 – Começa do jeito da sutura simples, entrando do lado 
direto e saindo do lado esquerdo 
2 – Ainda do lado esquerdo a agulha vai voltar pela mesma 
borda de fora para dentro 
3 – Entra de voltar para lado direito de dentro para fora, 
formando um U. 
OBS: indicada para feridas de tensão moderada. Forma 
cicatriz excessiva. Tende a reduzir suprimento sanguíneo 
quando deita com força. 
 
 
Sutura Helicoidal: longe, perto, perto, longe 
1 – A agulha entra LONGE do lado direito e sai PERTO do lado 
esquerdo 
2 – Do lado direito vai entrar PERTO e vai sair no lado 
esquerdo LONGE 
OBS: indicada para ossos ocos (invaginante), é seromuscular 
não penetra na luz do órgão. 
 
 
SUTURA CONTÍNUAS 
 
Simples de Kershner: 
1 – Inicia igual o ponto simples, entra na direita e sai na 
esquerda e da o nó. 
2 – Agora entra com a agulha onde foi colocado o primeiro 
nó (borda direita), passa por baixo na diagonal. 
3 – Agora entra de dentro para fora no lado esquerdo e 
depois entra de fora pra dentro do lado direito e assim vai 
até acabar a ferida (assim vai ficar paralelo, as passadas 
diagonais ficam para dentro da ferida e não para fora, tem 
outro jeito de fazer que fica para fora) 
4 – Para finalizar a sutura deixamos uma alça no final da 
sutura, e utiliza essa alça para fazer o nó. 
 
OBS: indicada para tecidos 
elásticos e com mínima tensão. 
Tem maior aproximação das 
bordas das feriadas. 
 
 
Sutura de Reverdin (ancorada): 
1 – Faz o ponto simples. 
2 –Insere agulha de fora para dentro do lado direto e sai no 
esquerdo, puxa um pouco do fio, mas não todo, e passa a 
agulha por dentro desse balão que foi formado e insere de 
novo do lado direito, vai indo desse jeito. 
3 - Finaliza da mesma forma que a anterior. 
 
OBS: Indicado para quando tem 
resistência na borda da ferida. 
Pontos dificilmente afrouxam 
 
 
 
 
Sutura de colchoeiro (U contínua): Barra Grega 
1 – Inicia como ponto simples 
2 – Entra do lado direto (do lado do ponto simples) de fora 
para dentro e sai no lado esquerdo. 
3 – A agulha entra do lado esquerdo de fora para dentro. 
(sempre volta do mesmo lado que saiu) 
4 – finalização da mesma forma. 
 
 OBS; principal vantagem é a 
rapidez no fechamento.

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