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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO Meu nome é Jacqueline Rodrigues de Freitas Vianna. Sou graduada em Fisioterapia pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Especialista em Fisioterapia Respiratória pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Especialista em Fisioterapia Pneumofuncional pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), Mestra em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo − Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP-FMRP), Doutora em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Pós-Doutoranda em Ciências da Saúde pela mesma instituição. Atualmente sou coordenadora de Fisioterapia da UTI da Santa Casa de Batatais/SP, professora da Pós-graduação da Universidade de Uberaba (UNIUBE), supervisora de estágio hospitalar em UTI pelo Claretiano − Centro Universitário e professora na Graduação e Pós-graduação do curso de Fisioterapia do Claretiano− Centro Universitário. E-mail: jacque@claretiano.edu.br Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Jacqueline Rodrigues de Freitas Vianna Batatais Claretiano 2019 FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO © Ação Educacional Claretiana, 2019 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Fisiologia do Exercício e Envelhecimento Versão: ago./2019 Formato: 15x21 cm Páginas: 126 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 10 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE .............................................................. 12 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 13 5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 13 UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 17 2.1. CONCEITOS BÁSICOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO ........................... 18 2.2. IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS .......... 30 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 35 3.1. CONCEITOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO .......................................... 35 3.2. IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS .......... 36 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 36 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 39 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 40 UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 43 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 43 2.1. ADAPTAÇOES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO ........................................ 43 2.2. MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO .................................................... 52 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 58 3.1. ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS ........................................ 58 3.2. MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO .................................................... 59 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 59 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 62 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 64 UNIDADE 3 – FUNDAMENTOS PARA A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 67 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 67 2.1. FUNDAMENTOS PARA PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO ............................. 67 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 93 3.1. FUNDAMENTOS PARA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO PARA O IDOSO.... 94 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 95 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 97 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 97 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 99 UNIDADE 4 – PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA O IDOSO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 103 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 104 2.1. PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA O IDOSO HÍGIDO ........................... 105 2.2. CONSIDERAÇÕES PARA O EXERCÍCIO DIRECIONADO AO IDOSO COM DOENÇAS CRÔNICAS ............................................................................... 114 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 118 3.1. PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA O IDOSO HÍGIDO E COM DOENÇAS CRÔNICAS: ............................................................................................... 119 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 119 5. CONSIDERAÇÕES .............................................................................................122 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 123 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 125 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo São apresentadas as bases para o estudo da fisiologia do exercício e envelhe- cimento, incluindo: conceitos básicos de fisiologia do exercício; impacto do envelhecimento nos sistemas biológicos; adaptações dos sistemas fisiológi- cos; métodos de treinamento físico; fundamentos para prescrição do exercí- cio; prescrição do exercício para o idoso hígido e para o idoso com doenças crônicas. Bibliografia básica PAPALÉO NETTO, M. Tratado de gerontologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. São Paulo: Manole, 2005. TAYLOR, A. W.; JOHNSON, M. J. Fisiologia do exercício na terceira idade. São Paulo: Manole, 2015. Bibliografia Complementar FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. São Paulo: Manole, 2008. NEWTON, L. T. Doenças geriátricas & exercícios físicos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016. RAMOS, R. L.; CENDOROGLO, M. S. Geriatria e gerontologia: guias de medicina ambulatorial hospitalar da Unifesp-EPM. São Paulo: Manole, 2011. REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2. ed. São Paulo: Manole, 2011. SCHWANKE, C. H. A.; SCHNEIDER, I. G. R. H.; RESENDE, T. L. Atualizações em geriatria e gerontologia V: fisioterapia e envelhecimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2017. 8 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se- lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu- ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató- rios, para efeito de avaliação. 9© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo da obra Fisiologia do Exercício e En- velhecimento, que tem por objetivo apresentar conteúdos que permitam a compreensão das alterações funcionais decorrentes do envelhecimento e fundamentar como o exercício físico pode interferir na velocidade da perda das funções fisiológicas. Além disso, a obra pretende abordar as particularidades da prática de exercícios para o paciente idoso e valorizar a compreensão do papel terapêutico do exercício físico, ou seja, como este poderá ser utilizado como terapia não farmacológica. Na Unidade 1, você irá aprender os conceitos que envol- vem a fisiologia do exercício e as alterações funcionais decorren- tes do envelhecimento. Na Unidade 2, você estudará as adaptações fisiológicas ao exercício físico e os métodos de treinamento físico. Após o estudo das duas primeiras unidades, você já conseguirá definir e entender os conceitos básicos da fisiologia do exercício, o im- pacto do envelhecimento nos sistemas biológicos, os efeitos agudos e crônicos do exercício físico em diferentes níveis de exercício, assim como os métodos de treinamento físico, ou seja, estará preparado para um melhor aproveitamento dos conteúdos das unidades 3 e 4. Na Unidade 3, você estudará os princípios biológicos do exercício físico e os componentes e as orientações gerais para a prescrição do exercício físico. E, por fim, na Unidade 4, estudará a prescrição do exercício para o idoso hígido e as recomendações de exercício para o idoso com doenças crônicas. 10 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO As perdas funcionais inerentes ao processo de envelheci- mento, os fatores de risco a que estão expostos os idosos, assim como hábitos prejudiciais à saúde propiciam um maior declínio da saúde, da qualidade de vida relacionada à saúde e o desen- volvimento de doenças crônicas. Dessa forma, ações multidisci- plinares são de suma importância na prevenção e no tratamento das doenças em idosos. O objetivo desta disciplina é transmitir conhecimentos so- bre fisiologia do exercício, prescrição do exercício físico e mé- todos de treinamento físico para o idoso como estratégias para melhorar a qualidade de vida e saúde, além de prevenir e mini- mizar o impacto das doenças crônicas não transmissíveis. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí- nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) ACSM: American College of Sports Medicine − Colégio Americano de Medicina Esportiva. Entidade científica que congrega pesquisadores ligados à área do exercí- cio físico, formulando discussões, diretrizes e consen- sos nessa área do conhecimento. 2) Capacidade vital: representa o maior volume de ar mobilizado, podendo ser medida tanto na inspiração quanto na expiração, por meio de um aparelho deno- minado espirômetro. 3) Difusão pulmonar: é o processo de passagem dos ga- ses oxigênio e dióxido de carbono, passivamente, por 11© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO diferença de pressão entre os alvéolos pulmonares e os capilares sanguíneos, processo denominado de hematose. 4) Diástole: é a fase de relaxamento do coração, em que o sangue entra neste. Em um adulto normal, a média da pressão diastólica é de 80 milímetros de mercúrio (mmHg). 5) DCNT: são Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como: acidente vascular cerebral, infarto, hipertensão arterial, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas. As DCNTs constituem um sério problema de saúde pública, sendo responsáveis pela maioria das mortes em todo o mundo. 6) Envelhecimento: processo natural e complexo que compreende o conjunto de alterações ocorridas com o passar do tempo nas características biológicas, psico- lógicas e sociais de um ser vivo. 7) Fisiologia do exercício: caracteriza-se como o ramo da Biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, fí- sicas e bioquímicas dos seres vivos. Podemos dizer que é o ramo da Biologia que estuda os processos funcio- nais e adaptativos mais diretamente relacionados com a atividade motora em situações de esforço. 8) Sístole: é a fase de contração do coração, em que o sangue é bombeado dos ventrículos para os vasos san- guíneos. Em um adulto normal, a média da pressão diastólica é de 120 mmHg. 9) Volume residual: representa o volume de ar que per- manece no pulmão após uma expiração máxima. 12 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral do impac- to do envelhecimento associado com estilo de vida sedentário e inatividade física, denotando o papel da atividade física e do exercício na prevenção e na reabilitação de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) que acometem os idosos. Figura 1 Esquema de conceitos-chave do impacto do envelhecimento e a importância do exercício físico na prevenção e no tratamento das DCNTs. Entre as DCNTs mais comuns na velhice, destacam-se a Hi- pertensão ArterialSistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), que, juntas, são consideradas como os principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações renais, doenças cardía- cas e cerebrovasculares, representando, portanto, altos custos médicos e socioeconômicos, decorrentes principalmente das complicações que a acompanham (SBC; SBH; SBN, 2010). 13© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Outras doenças crônicas que acometem os idosos, porém em menor proporção, são o câncer, as doenças respiratórias, mentais e reumáticas inflamatórias, que, somadas à HAS e à DM, aumentam sobremaneira as consequências danosas ao processo saúde-doença da população idosa (BUSSCHE et al., 2011). 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAPALÉO NETTO, M. Tratado de gerontologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. São Paulo: Manole, 2005. 5. E-REFERÊNCIAS BUSSCHE, H. V. D. et al. Which chronic diseases and disease combinations are specific to multimorbidity in the elderly? Results of a claims data based cross-sectional study in Germany. BMC Public Health, v. 11, n. 101, p. 1-9, 2011. Disponível em: <https://www. ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3050745/>. Acesso em: 19 jun. 2019. FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO. Brasília: Fundação Vale; UNESCO, 2013. (Caderno de referência de esporte; 2). Disponível em: <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000224986>. Acesso em: 19 jun. 2019. NÓBREGA, A. C. L. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 5, n. 6, p. 207-211, dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v5n6/v5n6a02.pdf> Acesso em: 19 jun. 2019. PEREIRA, G. J. Fisiologia do exercício. Lisboa: Instituto Português do Desporto e Juventude, 2016. Disponível em: <http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Manuais/ GrauII/GrauII_06_Fisiologia.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2019. SANTOS JUNIOR, V. A.; LOLLO P. C. B. Atividade física e doenças crônicas degenerativas: recomendações para a prática voltada para a saúde. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 19, n. 200, jan. 2015. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd200/ atividade-fisica-e-doencas-cronicas-degenerativas.htm>. Acesso em: 19 jun. 2019. SBC − SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SBH − SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SBN − SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol, v. 95, supl. 1, p. 1-51, 2010. Disponível em: <http:// publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2019. © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO 15 UNIDADE 1 FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Objetivos • Conhecer os conceitos que envolvem a fisiologia do exercício. • Compreender as alterações funcionais decorrentes do envelhecimento. Conteúdos • Conceitos básicos de fisiologia do exercício: • Impactos do envelhecimento nos sistemas biológicos: Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi- bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos apresentados no Glossá- rio e suas relações com o Esquema dos Conceitos-Chave para o estudo de todas as unidades deste material. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteú- do Digital Integrador. © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO 17© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade, iremos estudar as questões que envolvem o exercício físico e o envelhecimento. Você sabia que, segundo dados da Organização Pan-Ame- ricana de Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OPAS – OMS), entre 1980 e 2000, a população com 60 anos ou mais cres- ceu 7,3 milhões, totalizando mais de 4,5 milhões em 2000? E o mais assustador é que, segundo a OMS, o número chegará a dois bilhões de pessoas até 2050, e o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo! Dessa forma, o envelhecimento da população e o perfil funcional resultante da transição epidemiológica aumentam as demandas de profissionais habilitados a cuidar dessa população. O profissional especialista em Gerontologia poderá beneficiar o idoso por meio do exercício físico, atuando nas disfunções resul- tantes do processo de envelhecimento e nas síndromes geriátri- cas, de maneira preventiva ou reabilitadora. A atividade física permite preservar ou desenvolver a fun- cionalidade da pessoa idosa. Por isso, é importante diferenciar as disfunções do processo fisiológico das do patológico para saber intervir adequadamente. Assim, faz-se necessário o conhecimen- to de conceitos básicos que envolvem a fisiologia do exercício e as perdas funcionais decorrentes do processo de envelhecimento. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 18 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO 2.1. CONCEITOS BÁSICOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO O termo fisiologia vem dos termos gregos physis (natureza, função ou funcionamento) e logos (palavra ou estudo). Assim, a Fisiologia caracteriza-se como o ramo da Biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos seres vivos. Podemos, assim, dizer que ela estuda os processos funcio- nais e adaptativos mais diretamente relacionados com a ativida- de motora em situações de esforço. Sabe-se que tal atividade envolve liberação de hormônios, alteração do estado emocional, ativação neuromuscular e vários mecanismos, em especial, o que compreende o gasto de energia e sua reposição por meio de repouso e alimentação correta e equilibrada. Fonte: Pereira (2016, p. 3). Figura 1 Atividade Motora e Esforço. 19© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Em suma, a fisiologia do exercício estuda como as estruturas e funções do organismo são alteradas quando somos expostos a exercícios agudos ou crônicos e os seus efeitos. Homeostasia e estado estável A homeostasia e o estado estável referem-se a uma re- lação estímulo-adaptação, pois uma condição necessária ao es- tabelecimento de fenômenos adaptativos é a existência de um estímulo. Por estímulo entende-se um fator, interno ou externo ao organismo, que determina uma resposta específica de um sis- tema, aparelho, órgão ou tecido excitável. Ele pode ser natural ou artificial, espontâneo ou programado, mas terá sempre de possuir características que lhe permitam provocar uma reação orgânica de magnitude suficiente para desencadear o processo adaptativo. Homeostasia, do grego homeo (mesmo) e stasis (estado), entende-se como a forma dinâmica por meio da qual o organis- mo humano mantém o seu equilíbrio interno em relação com o meio. Os estímulos internos, regra geral, concorrem para a unifi- cação, integração e coordenação dos processos orgânicos e para a manutenção do equilíbrio do meio interno, ou seja, para a ho- meostasia (observe a Figura 2). Estado estável pode ser definido como a estabilidade que é provocada em alguns órgãos, músculos e tecidos, e que cola- bora para o equilíbrio da produção de substratos energéticos e a manutenção da frequência cardíaca para a realização do exer- cício. Dessa forma, atinge-se o estado estávelde acordo com a 20 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO intensidade e a duração do exercício, ou seja, o organismo se ajusta à demanda energética à medida que se aumenta o grau de dificuldade do exercício. Determina-se, desse modo, a esta- bilidade e a continuidade da atividade em certa intensidade, até que esse estado não seja mais sustentável e assim ocorra a inter- rupção do exercício. A partir da compreensão da relação estímulo-adaptação, é possível analisar a utilização das fontes de energia, bem como sua origem e suas formas de conversão em energia utilizável no movimento humano, no âmbito da atividade física e do exercício físico. Observe a Figura 2. Figura 2 Homeostasia – Equilíbrio Interno. 21© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Exercício Físico, Atividade Física e Aptidão Física O processo de preparação desportiva, designado como treino ou processo de treino, tem como objetivo o desenvolvi- mento das adaptações orgânicas necessárias à produção de tra- balho adequado à especificidade do exercício. A prática regular de atividades físicas é considerada um fator comportamental ambiental determinante na manutenção da saúde. Logo, atividade física e exercício físico têm sido utilizados com vistas à promoção da qualidade de vida das pessoas, haja vista seu impacto sobre a aptidão física relacionada à saúde. Atividade física é qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético. São exemplos de atividades físicas: tomar banho, dirigir, pintar, tocar um instrumento, andar, brincar, passear, fazer compras, traba- lhar, dançar, jogar, varrer, jardinar e praticar exercícios físicos. E exercício físico engloba atividades recreativas, planeja- das e estruturadas, que têm como objetivo a manutenção e a melhora de um ou mais componentes da aptidão física. Há pa- drões característicos em cada modalidade, os quais devem estar ligados aos objetivos propostos, planejados com critérios como frequência semanal, duração, intensidade e progressão, entre outros. A aptidão física, por sua vez, é a capacidade de realizar as atividades cotidianas com tranquilidade e menor esforço. Está relacionada à saúde e também à pratica de atividades físicas em vários momentos, pois precisamos de muitas das qualidades físi- cas para executar diferentes tarefas do dia a dia. A aptidão física relacionada à saúde refere-se à condição física quanto às capa- cidades profundamente ligadas à qualidade de vida das pessoas: capacidade aeróbia, flexibilidade, força e resistência muscular 22 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO localizada e composição corporal. Já a aptidão relacionada ao desempenho desportivo, além de estar associada às capacida- des acima citadas, refere-se também a agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação motora, sobre as quais não vamos nos deter aqui nesta unidade. Passamos agora para o conhecimento dos componen- tes da aptidão física relacionada à saúde e suas relações com o envelhecimento. Componentes da aptidão física relacionada à saúde • Capacidade aeróbica: também denominada de resis- tência aeróbia, refere-se à capacidade funcional do co- ração, pulmões e sangue de transportar oxigênio para os músculos em exercício, ou seja, do seu sistema de ab- sorção, transporte, entrega e utilização de oxigênio aos tecidos ativos durante exercícios físicos. Quanto maior a resistência aeróbia, maior a capacidade cardiorrespi- ratória, ou seja, a capacidade de manter um exercício submáximo durante períodos prolongados de tempo. Ocorre declínio da capacidade aeróbia com o aumento da idade, e treinar essa capacidade pode ajudar a man- ter e melhorar a função cardiovascular, o que contribui, em vários aspectos, a obter um envelhecimento mais saudável, com menor risco de doenças, quedas e perío- dos de morbidade, que resultam na redução da quali- dade de vida. • Flexibilidade: engloba a amplitude de movimentos de simples ou múltiplas articulações. Reflete o grau de mo- bilidade passiva do corpo com restrição própria da uni- dade musculotendínea ou de outros tecidos corporais. 23© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO A flexibilidade de uma articulação depende da preser- vação das estruturas que a compõem, tais como ossos e tecido conjuntivo. As limitações impostas à amplitude de movimentos com o envelhecimento têm sido asso- ciadas com incapacidade e desconforto. A alteração da flexibilidade está relacionada à rigidez do tecido, e sua redução, além de restringir o movimento, aumenta o risco de lesões articulares. • Força e resistência muscular: força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, su- perando-a, sustentando-a ou cedendo diante dela. Resistência é a capacidade de sustentar determinada força ou manter contrações musculares repetidamen- te ao longo do tempo. Com o envelhecimento, ocorre redução da força e da resistência muscular, por isso é imprescindível a sua manutenção por meio do exercício físico, para a independência e capacidade funcional do idoso. • Composição corporal: diz respeito à quantificação dos tecidos que compõem o peso corporal, sendo músculos, ossos e gorduras os principais componentes estruturais do corpo. Com o envelhecimento normal, ocorrem al- terações na composição corporal, como aumento ou redução da gordura corporal e perda da densidade mi- neral óssea. A má nutrição do idoso, com consequente baixo peso ou obesidade, tem sido associada à dificul- dade de se realizarem as atividades diárias, devido ao fato de o idoso se tornar mais inativo, o que comprome- te a sua capacidade física. Podemos também destacar que o Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido utilizado para a caracterização do estado nutricional em idosos. 24 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Bioenergética − Vias Metabólicas e Substratos Energéticos Para as ações relacionadas aos movimentos, o organismo é capaz de converter os substratos absorvidos dos alimentos em energia utilizável. Essas energias encontram-se sob a for- ma de carboidratos, gorduras e proteínas que são armazenados no organismo. Para o organismo humano executar suas tarefas diárias, em específico os movimentos propriamente ditos, ele necessita dos estoques dessas energias para utilização, renova- ção e transformação da energia química em energia mecânica. A energia química contida nas macromoléculas alimentares é convertida em outros tipos energéticos necessários a uma mul- tiplicidade de tarefas biológicas, nomeadamente a conversão de energia química em mecânica operada em nível muscular esque- lético. Essa energia é necessária para o normal funcionamento do metabolismo. A bioenergética estuda essas reações através da aplicação de princípios básicos da termodinâmica aos sistemas biológicos. A energia encontra-se armazenada em todas as células hu- manas sob a forma de ATP (trifosfato de adenosina). Logo, o ATP é a forma como o organismo armazena a energia química nas células. O ATP é um nucleótido de adenina composto por três radicais fosfato. A energia é gerada por hidrólise da molécula de ATP, através da quebra de um radical fosfato. O sistema muscular produz energia mecânica à custa de reações químicas; o músculo é um tecido especialmente adapta- do para a transformação de energia química (ATP) em mecânica (tensão muscular decorrente do mecanismo fisiológico da con- tração muscular). 25© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO No processo de transformação de energia química em me- cânica, consideram-se três vias possíveis: a via anaeróbia alác- tica,a anaeróbia láctica e a aeróbia. Estas utilizam, respectiva- mente, os sistemas de produção de energia ATP-CP, o glicolítico e o oxidativo. Vias Metabólicas e Substratos Energéticos − Vias de transformação de energia • Via anaeróbia aláctica ou sistema ATP-CP: caracteriza- -se por uma rápida regeneração de ATP. É o sistema energético mais simples e designa-se anaeróbio alácti- co por não utilizar oxigênio e não produzir ácido láctico. Possui, porém, uma duração máxima bastante curta, isso porque as reservas de PCr (fosfocreatina ou creati- na-fosfato) diminuem e a sua reposição é lenta. É uma via predominante em esforços muito intensos e de du- ração breve (no máximo até 20 segundos). A contração muscular é assegurada pela energia que resulta da hi- drólise do ATP (ATP → ADP + P+ energia), que necessi- ta ser ressintetizado pela PCr através da reação inversa (ADP + P + energia → ATP), que não serve para asse- gurar a contração muscular, mas, sim para a contínua ressíntese de ATP. Observe a Figura a seguir: 26 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Fonte: Pereira (2016, p. 18). Figura 3 Variação da Concentração de ATP e CPr. A Figura 3 mostra a variação da concentração de ATP e PCr no decurso de um exercício de 15 segundos de duração, realizado a uma intensidade máxima para esse tempo de duração. Verifica- mos que até os primeiros 10 segundos de esforço a concentração de ATP não se altera significativamente, à mercê do processo de ressíntese na dependência da PCr. Em torno dos 10 segundos, não se é possível manter constantes os níveis de ATP. A diminuição das reservas de PCr e consequentemente de ATP explica o limiar de fadiga muscular local em esforços anaeróbios alácticos, impossibi- litando a continuação do esforço ou implicando uma baixa da in- tensidade deste. Quando as reservas em ATP e PCr decrescem de forma muito significativa, instala-se a fadiga. A partir dessa fase, não é mais possível manter o mesmo nível de intensidade ou mes- mo a continuidade do exercício; a fim de se poder dar continuida- de ao exercício, a velocidade de ressíntese ou a produção de ATP passarão a ser asseguradas por outro processo energético. 27© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO • Via anaeróbia láctica: constitui a segunda via de res- síntese de ATP, utilizando para tal a degradação do glicogênio (forma como a glicose é armazenada nos músculos). O glicogênio é um polissacarídeo formado por várias moléculas de glicose. Esta via permite a rea- lização de atividade muscular por um tempo superior ao alcançado na anaeróbia aláctica, embora com uma menor intensidade. A ressíntese do ATP por esta via é predominante em esforços intensos de duração entre os 30 segundos a três minutos, aproximadamente. Para a obtenção da energia necessária à ressíntese do ATP, a fim de permitir a continuidade do esforço, o múscu- lo degrada o glicogênio em glicose (glicogenólise), que, por sua vez, através da glicólise, se transforma em ácido pirúvico, gerando duas moléculas de ATP. Dessa forma, proporciona-se energia adicional para a continuação do exercício e da atividade muscular. O ácido pirúvico as- sim formado tem possibilidade de prosseguir por uma via metabólica que lhe permita gerar novas moléculas de ATP. Para isso, é necessária a presença de oxigênio, no entanto, o oxigênio pode não estar disponível, ou podem as fibras musculares possuir características que não lhes permitem utilizar de forma eficaz o oxigênio, como é o caso das fibras musculares brancas ou do tipo II, designadas fibras musculares de contração rápida. O ácido pirúvico tansforma-se em ácido láctico. Por esse motivo, designa-se via anaeróbia (sem oxigênio) láctica (com produção de ácido láctico). Outra designação possível é glicolítica, por utilizar como único substrato energético a degradação da glicose de forma anaeróbia. Trata-se de um processo metabólico que possibilita a 28 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO obtenção de uma grande quantidade de energia num período de tempo relativamente curto. • Via aeróbia: nesta via, o processo energético é basea- do no metabolismo aeróbio. Trata-se de um processo de ressíntese de ATP, também designado de oxidativo. Comporta uma série de reações bioquímicas em cadeia − ciclo de Krebs −, em que os substratos energéticos são completamente oxidados e fornecem como produ- tos finais o dióxido de carbono (CO2) e a água (H2O). O processo aeróbio (oxidativo) de ressíntese do ATP asse- gura o suprimento energético em esforços prolongados e de baixa intensidade, em regime de resistência, mas também em esforços intermitentes e/ou alternados, particularmente nos períodos de recuperação ou de menor intensidade. O processo oxidativo pode utilizar diferentes substratos energéticos, os glicídios (açúcares ou hidratos de carbono) e os lipídios (gorduras). Nas outras vias metabólicas, nunca são utilizados os lipídios (gorduras) como substrato energético. No metabolismo aeróbio, é possível utilizar-se dos lipídios;, as principais fontes metabólicas de energia derivadas dos lipídios são os ácidos graxos do tecido adiposo, os triglicerídeos in- tramusculares e os triglicerídeos circulantes do plasma. A contribuição de cada um depende do exercício reali- zado, da duração, da intensidade e do estágio de treina- mento do indivíduo. O processo bioquímico é a glicólise aeróbia, ou seja, a metabolização oxidativa da glicose processada nas mitocôndrias. A Figura 4, a seguir, mostra as duas fases da glicólise: uma citoplasmática, em que se formam dois ATP e ácido pirúvico, e outra mitocondrial, em que tem lugar o ciclo de Krebs, forman- 29© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO do-se 38 ATP. Não provoca uma baixa tão pronunciada do pH, pela menor produção de ácido láctico, e os produtos finais são H2O e CO2 eliminado pela expiração. MITOCÔNDRIA Fonte: Pereira (2016, p. 20). Figura 4 Fases da Glicólise. Predominância e não exclusividade das vias metabólicas Os três sistemas energéticos ou vias metabólicas são inter- dependentes, ou seja, há interação entre os diferentes processos de ressíntese do ATP. A predominância de uma em relação a outra depende das caraterísticas do exercício, dos aspectos qualitativos (intensidade) e quantitativos (volume). A Figura 5, a seguir, mostra um esforço de corrida, ou seja, um exercício de intensidade má- 30 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO xima para o tempo considerado em cada processo energético. O pico de cada curva corresponde à potência desse processo ener- gético. A área que cada curva define em relação aos dois eixos corresponde à capacidade. Logo, a fonte energética mais potente é a anaeróbia aláctica (esforços de potência do tipo explosivo) e a de maior capacidade é a aeróbia (esforços de resistência aeróbia). Fonte: Pereira (2016, p. 21). Figura 5 Vias Metabólicas em Exercício Máximo de Corrida. 2.2. IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS Ao se refletir sobre as atividades físicas, precisa-se pensar além dos benefícios, compreender as mudanças de comporta- mentos individuais e/ou coletivos para a adesão a essas ativida- des e a manutenção destas. Sendo assim, tão importante quanto investigar os benefícios nos sistemas fisiológicos proporcionados 31© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO por essas práticas, é compreender que o envelhecimento está associado, além das perdas sociais e cognitivas, a uma série de variações e mudanças biológicas, fisiológicas e anatômicas que o ser humano sofre ao longo dos anos. As principais perdas ocorrem nos sistemas biológicosan- tropométrico, musculoesquelético, pulmonar, cardiovascular, muscular e neural, e são capazes de comprometer seriamente a qualidade de vida do idoso. Vamos conhecer as principais perdas inerentes ao proces- so de envelhecimento. Sistema antropométrico/musculoesquelético Uma das mais evidentes alterações verificadas com o au- mento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corpo- rais. Com o envelhecimento, existe uma diminuição da estatura, por causa da compressão vertebral, do estreitamento dos discos e da cifose. Ocorre obesidade devido às várias mudanças fisioló- gicas, com maior depósito de células adiposas no lugar de células musculares, devido à perda de massa muscular. Há um aumento do tecido adiposo e do colágeno intersticial na musculatura do idoso. Além disso, ocorrem perda de peso, um fenômeno multi- fatorial que envolve mudanças nos neurotransmissores e fatores hormonais que controlam a fome e a saciedade, dependência funcional nas atividades da vida diária relacionadas à nutrição, uso excessivo de medicamentos, depressão e isolamento, estres- se financeiro, alterações na dentição, alcoolismo, sedentarismo, atrofia muscular e catabolismo associado a doenças agudas e certas doenças crônicas. O incremento da massa corporal inicia- -se na meia-idade (45-50 anos) e se estabiliza aos 70 anos, quan- do tem início um declínio até os 80 anos. Com essas mudanças 32 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO no peso e na estatura, o Índice de Massa Corporal (IMC) também se modifica ao longo do tempo. Há diminuição da massa muscular, denominada sarcopenia, principal fator para a redução da força com o avanço da idade, de- clínio causado pela redução no tamanho das fibras musculares in- dividuais e/ou pela perda destas. Com essa diminuição de massa muscular, existe uma perda preferencial das fibras do tipo II, ou seja, fibras de resistência, de contração rápida. E diminuição da massa óssea, denominada osteopenia, devido ao processo de remodela- ção, realizado por dois tipos especiais de células: os osteoblastos, células formadoras de osso, e os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. O envelhecimento modifica a atividade celu- lar na medula óssea, ocasionando reabastecimento inadequado de osteoclastos e osteoblastos. A perda óssea se dá pelo desequilíbrio no processo de reabsorção (osteoclastogênese) excessiva e forma- ção óssea (osteoblastogênese) inadequada. Além disso, relaciona- -se com a nutrição, o estado hormonal, o nível de atividade física e a hereditariedade e torna o idoso mais suscetível à osteoporose. Têm sido relatadas como ocorrências, principalmente, per- da na força muscular (perda de 10 a 20%), maior índice de fadiga muscular, menor capacidade para hipertrofia, diminuição na ati- vidade oxidativa e diminuição dos estoques de fontes energéti- cas (ATP/CPr/Glicogênio). Relatam-se também outras alterações: diminuição da agilidade, da coordenação, do equilíbrio, da flexi- bilidade e da mobilidade articular, aumento da rigidez da cartila- gem, dos tendões e dos ligamentos, quedas e fraturas. Sistema neural O sistema nervoso é o sistema biológico mais comprome- tido com o processo do envelhecimento, pois é responsável pela 33© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO vida de relação, ou seja, sensações, movimentos, funções psíqui- cas, entre outros, e pela vida vegetativa, ligada às funções bioló- gicas internas. As alterações mais importantes do envelhecimen- to ocorrem no cérebro, que diminui de volume e peso. Nota-se uma redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos de idade, ocorrendo um certo grau de atrofia cortical, com con- sequente aumento volumétrico do sistema ventricular, bem evi- denciado pelo estudo tomográfico. A disfunção do sistema ner- voso varia entre as pessoas e depende de vários fatores, como da área afetada e da consequente perda de células nervosas. Têm sido relatados, principalmente: diminuição no núme- ro e no tamanho dos neurônios, diminuição na velocidade de condução nervosa, aumento do tecido conectivo nos neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade de movimento e di- minuição no fluxo sanguíneo cerebral. Sistema pulmonar e cardiovascular O impacto no sistema respiratório é decorrente do enri- jecimento do gradil costal relacionado às perdas ósseas (osteo- penia, osteoporose e osteoartrose senil), caracterizado por des- calcificação das costelas e vértebras, calcificação das cartilagens condroesternais, alterações nas articulações costovertebrais e achatamento dos discos intervertebrais. Essas alterações podem resultar em fraturas parciais ou totais de vértebras, aumento da cifose dorsal e do diâmetro anteroposterior do tórax. Tais al- terações da caixa torácica determinam modificações na curva- tura do diafragma, com um efeito negativo na sua capacidade de gerar pressão inspiratória. Há diminuição da elasticidade do tecido pulmonar, redução de diâmetros, enfraquecimento dos músculos respiratórios e diminuição do volume residual. Essas 34 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO mudanças trazem como consequência para o idoso uma suscep- tibilidade maior a infecções respiratórias e provoca o aumento do uso de músculos acessórios, aumento da energia despendida na respiração, diminuição das trocas gasosas e do reflexo da tos- se, ocasionando maior susceptibilidade a infecções pulmonares e pneumonias. No sistema cardiovascular, ocorre a migração de células li- sas vasculares ativadas para dentro da camada íntima dos vasos arteriais, o que incrementa a produção da matriz extracelular, a produção de colágeno e a perda de fibras elásticas, resultando em dilatação e calcificação arterial, responsáveis pelo aumen- to da rigidez arterial. Nas artérias, ocorre acúmulo de gordura (aterosclerose), perda de fibra elástica e aumento de colágeno. A função cardiovascular prejudicada diminui a resposta de ele- vação de frequência cardíaca ao esforço, aumentando a disfun- ção diastólica do ventrículo esquerdo e dificultando a ejeção ventricular. Além disso, ocorre também diminuição da resposta às catecolaminas e diminuição da resposta vascular ao reflexo barorreceptor, possibilitando, assim, maior prevalência de Hi- pertensão Arterial Sistólica Isolada, com maior risco de eventos cardiovasculares. Têm sido relatadas ocorrências como: diminuição da capa- cidade vital, aumento do volume residual, aumento da ventila- ção durante o exercício, menor mobilidade da parede torácica, diminuição da capacidade de difusão pulmonar (troca gasosa), diminuição do gasto energético, diminuição da utilização de O2 pelos tecidos, menor capacidade de adaptação ao exercício e re- cuperação após este, diminuição da frequência cardíaca, dimi- nuição do enchimento ventricular (diastólico) e diminuição do volume ejetado (sistólico). Observe a figura a seguir: 35© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Fonte: Pereira (2016, p. 28). Figura 6 Ciclo cardíaco – Sístole e Diástole. 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. CONCEITOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO A fim de relembrar e complementar o que discutimos nes- ta unidade e conhecer mais sobre o conteúdo, ou seja, os concei- tos básicos de fisiologia do exercício, acesse: • KRAVCHYCHYN, A. C. P; CAMACHO, E.; BORGES, P. H. O en- velhecimento e suas implicações. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 169, jun. 2012. Disponível em: <https:// www.efdeportes.com/efd169/o-envelhecimento-e-suas- -implicacoes-fisiologicas.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019. • OLIVEIRA, R. R.; SANTOS M. G. Componentes da aptidão físicarelacionada à saúde. EFDeportes.com, Buenos Aires, 36 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO ano 17, n. 169, jun. 2012. Disponível em: <https://www. efdeportes.com/efd169/aptidao-fisica-relacionada-a-sau- de.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019. • PEREIRA, G. J. Fisiologia do exercício. Instituto Português do Desporto e Juventude, 2016. Disponível em: <http:// www.idesporto.pt/ficheiros/file/Manuais/GrauII/ GrauII_06_Fisiologia.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019. 3.2. IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS Para complementar e explorar as informações sobre o im- pacto do envelhecimento nos sistemas biológicos, será muito in- teressante que acesse os links a seguir: • FECHINE, B. R. A; TROMPIERI, N. O processo de enve- lhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient Intern, ed 20, v. 1, artigo n. 7, janeiro/março, 2012. Disponí- vel em: <http://www.fonovim.com.br/arquivos/534 ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-Modifica----es- -fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso. pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019. • POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício. Manole. 2014. Biblioteca Virtual Pearson – Sessão I: Ca- pítulos 0 a 4. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 37© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú- dos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) Com o objetivo de conhecer os conceitos básicos em fisiologia do exercí- cio, correlacione a primeira coluna com a segunda: 1) Homeostase a) Capacidade de realizar as atividades cotidianas com tranquilidade e menor esforço, relacionada à qualidade de vida e ao desempenho esportivo. 2) Estado estável b) Qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético. 3) Atividade física c) Processo de regulação dinâmica por meio do qual o organismo humano mantém constante o seu equilíbrio interno em relação com o meio. 4) Exercício físico d) Situação provocada em alguns órgãos, músculos e tecidos, e que pode manter o equilíbrio da pro- dução de substratos energéticos e a frequência cardíaca para a realização do exercício. 5) Aptidão física e) Prática planejada que mantém ou aumenta os componentes da aptidão física. Agora, assinale a alternativa que indique a sequência correta: a) 1-d; 2-c; 3-a; 4-b; 5-e. b) 1-c; 2-d; 3-e; 4-b; 5-a. c) 1-a; 2-c; 3-b; 4-d; 5-e. d) 1-c; 2-d; 3-b; 4-e; 5-a. e) 1-d; 2-e; 3-c; 4-a; 5-b. 2) (Adaptado de NAHAS, 2001) A aptidão física, em termos gerais, pode ser definida como a capacidade que um indivíduo tem para realizar atividades físicas. Essa característica humana pode derivar de fatores herdados, do estado de saúde, da alimentação e, principalmente, da prática regular de exercícios físicos. Quando relacionada à saúde, a aptidão física envolve componentes associados ao estado de saúde, seja nos aspectos de pre- venção e redução dos riscos de doenças, seja pela maior disposição (ener- gia) para as atividades da vida diária. 38 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Responda as duas questões que se seguem a respeito dos componentes da aptidão física: a) Quais os componentes da aptidão física relacionados à saúde? 1) Resistência aeróbica, composição corporal, flexibilidade, força e re- sistência muscular. 2) Força muscular, composição corporal, flexibilidade e agilidade. 3) Resistência aeróbica, composição corporal, flexibilidade, resistên- cia muscular e equilíbrio postural. 4) Resistência aeróbica, composição corporal, flexibilidade e coorde- nação motora. 5) Resistência aeróbica, composição corporal, flexibilidade e agilidade. b) Dentre os componentes da aptidão física, pode-se destacar a resistên- cia aeróbica, devido a sua relação com a aptidão cardiorrespiratória, por facilitar o trabalho de trocas e transporte gasosos, otimizando o trabalho cardíaco e respiratório. De acordo com o texto, a aptidão car- diorrespiratória diz respeito à capacidade de: a) Amplitude nos movimentos corporais. b) Acúmulo de gordura e de massa corporal magra. c) Resistência à fadiga durante esforços de média e longa duração. d) Enrijecimento muscular durante esforços de intensidade máxima. e) Flexibilidade durante esforços de intensidade máxima. 6) Maior oxidação de carboidratos (glicogênio) e maior oxidação de gordura são adaptações que ocorrem no músculo esquelético como resultado de um programa de treinamento físico: a) Anaeróbio. b) Aeróbio. c) Intervalado anaeróbico. d) De resistência láctica. e) De endurance láctica. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as Questões Autoavaliativas propostas: 39© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO 1) d. 2) a) 1; b) 3. 3) b. 5. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de conhecer as bases da fisiologia do exercício e o impacto do envelhecimento nos sistemas biológicos. Os con- ceitos básicos, diante da complexidade da fisiologia humana, auxiliam os primeiros passos na correlação entre a fisiologia do exercício e o envelhecimento. Lembre-se de realizar as leituras propostas no item Conteú- do Digital Integrador, pois elas foram selecionadas para que pos- sam proporcionar a você uma maior profundidade no assunto. Conhecer como se processam a resposta aos estímulos e a correspondente adaptação, os componentes da aptidão física, as- sim como as alterações fisiológicas com o envelhecimento, ajudam na compreensão dos efeitos e benefícios do exercício físico no idoso. Na próxima unidade, iremos estudar sobre as adaptações dos sistemas fisiológicos e os métodos de treinamento físico. Vamos lá? 6. E-REFERÊNCIAS Lista de Figuras Figura 2 Homeostasia – Equilíbrio Interno. Disponível em: <http://asadeeosocorrismo. blogspot.com/2012/05/saude-e-homeostasia.html>. Acesso em: 19 jun. 2019. 40 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 1 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO Sites pesquisados FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO. Brasília: Fundação Vale; UNESCO, 2013. (Caderno de referência de esporte; 2). Disponível em: <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/ pf0000224986>. Acesso em: 19 jun. 2019. KRAVCHYCHYN, A. C. P.; CAMACHO, E.; BORGES, P. H. O envelhecimento e suas implicações. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 169, jun. 2012. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd169/o-envelhecimento-e-suas-implicacoes- fisiologicas.htm>. Acesso em: 19 jun. 2019. OLIVEIRA, R. R.; SANTOS M. G. Componentes da aptidão física relacionada à saúde. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 169, jun. 2012. Disponível em: <https:// www.efdeportes.com/efd169/aptidao-fisica-relacionada-a-saude.htm>. Acesso em: 19 jun. 2019. PEREIRA, G. J. Fisiologia do exercício. Plano Nacional de Formação de Treinadores. Manuais de Formação – grau II. Lisboa: Instituto Português do Desporto e Juventude, 2016. Disponível em: <http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Manuais/GrauII/ GrauII_06_Fisiologia.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2019. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. São Paulo: Manole, 2008. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 2001. NEWTON, L. T. Doenças geriátricas & exercícios físicos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016. PAPALÉO NETTO, M. Tratado de gerontologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. RAMOS R. L.; CENDOROGLO, M. S. Geriatria e gerontologia: guias de medicina ambulatorial hospitalar da Unifesp-EPM. São Paulo: Manole, 2011. REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2. ed. SãoPaulo: Manole, 2011. SCHWANKE, C. H. A; SCHNEIDER, I. G. R. H.; RESENDE, T. L. Atualizações em geriatria e gerontologia V: fisioterapia e envelhecimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2017. SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. São Paulo: Manole, 2005. TAYLOR, A. W.; JOHNSON, M. J. Fisiologia do exercício na terceira idade. São Paulo: Manole, 2015. 41 UNIDADE 2 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Objetivos • Compreender as adaptações fisiológicas ao exercício físico. • Conhecer os conceitos que envolvem os métodos de treinamento físico. Conteúdos • Adaptações dos sistemas fisiológicos. • Métodos de treinamento físico. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi- bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos apresentados no Glossá- rio e suas relações com o Esquema dos Conceitos-Chave para o estudo de todas as unidades deste material. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO 43© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade, iremos estudar as questões que abordam os efeitos agudos, subagudos e crônicos dos exercícios físicos, ou seja, adaptações dos sistemas fisiológicos aos exercícios, e os conceitos que envolvem os métodos de treinamento físico. Adaptação fisiológica é uma capacidade funcional que per- mite a integração entre fatores genéticos e do meio ambiente, resultando em respostas fisiológicas previsíveis, segundo crité- rios predefinidos, como o tipo de exercício e a dose de esforço. Podemos comparar a integração dos sistemas corporais do corpo durante o exercício como uma série de engrenagens, com fun- cionamento articulado, cujo fluxo principal de integração está relacionado a consumo de oxigênio (O2), produção de dióxido de carbono (CO2), transporte desses gases e trocas com a atmosfera. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. ADAPTAÇOES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO O aumento instantâneo da demanda metabólica com o exercício físico retira o organismo de sua homeostase e, para atender a essa situação, várias adaptações fisiológicas são neces- sárias. Dessa forma, o treinamento físico regular provoca modifi- cações e adaptações estruturais e funcionais agudas e crônicas. 44 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Os efeitos agudos são alterações decorrentes da execução de uma sessão de exercício. Essas respostas são subdivididas em respostas observadas durante o exercício (per exercício) e respos- tas observadas após o exercício (subagudas ou pós-exercício). As últimas podem ainda ser divididas em respostas imediatas, que ocorrem nas primeira duas horas após o exercício, e tardias, que são observadas ao longo de 24 horas após o exercício. Os efeitos crônicos são denominados de “adaptações”, que correspondem às alterações estruturais e funcionais decor- rentes de um período prolongado de treinamento físico regular. A prática da atividade física regular é de extrema importân- cia para minimizar os efeitos do envelhecimento, prevenindo as doenças crônicas em idosos. Os principais benefícios de um comportamento ativo do idoso podem ser classificados basicamente nas esferas biológica, psicológica e social. Destacam-se, entre os principais benefícios: 1) Aumento/manutenção da capacidade aeróbia. 2) Aumento/manutenção da massa muscular. 3) Prevenção de doenças coronarianas. 4) Melhora do perfil lipídico e sensibilidade à insulina. 5) Modificação da composição corporal em função da re- dução da massa gorda e do risco de sarcopenia. 6) Prevenção/controle da Diabetes tipo II e hipertensão arterial. 7) Redução da ocorrência de acidente vascular cerebral, prevenção primária do câncer de mama e cólon. 8) Redução da ocorrência de demência. 9) Melhora da autoestima e da autoconfiança. 45© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 10) Diminuição da ansiedade e do estresse. 11) Melhora do estado de humor e da qualidade de vida e impacto na mortalidade geral. Efeitos agudos/subagudos e crônicos do exercício físico em di- ferentes níveis de exercício Os efeitos dos exercícios e as adaptações (efeitos crônicos) a estes dependem de intensidade, duração e estado do treina- mento, e se manifestam nos principais sistemas biológicos, des- critos no diagrama da Figura 1, a seguir: Figura 1 Principais Sistemas Biológicos que manifestam Respostas Fisiológicas ao Exercício. Efeitos agudos do exercício dinâmico Principais manifestações fisiológicas que ocorrem durante o exercício: 46 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 1) Aumento da frequência cardíaca (FC). 2) Aumento da frequência respiratória (FR). 3) Aumento do volume-minuto, da ventilação alveolar e da troca gasosa. 4) Aumento da pressão arterial. 5) Aumento do volume sistólico (VS). 6) Aumento do débito cardíaco (DC). 7) Aumenta a demanda energética. 8) Aumento da produção de calor (temperatura corporal). Efeitos subagudos do exercício dinâmico São observados ao longo das primeiras 24 horas após a sessão de exercício: • Discreta redução dos níveis tensionais, especialmente, nos indivíduos hipertensos. • Aumento do número de receptores de insulina nas membranas das células musculares, aumentando a sen- sibilidade insulínica. Efeitos crônicos do exercício dinâmico Principais respostas adaptativas que resultam da exposi- ção frequente e regular às sessões de exercícios: 1) Aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.). 2) Menor consumo de oxigênio em cargas submáximas. 3) Aumento das enzimas que participam do processo oxidativo. 47© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 4) Aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio (D a-v O2). 5) Aumento da extração de O2 pelos músculos, devido à maior quantidade de mioglobina. 6) Menor ativação neuro-humoral (simpática). 7) Redução na FC devido à queda no ritmo intrínseco do nódulo sinoatrial e à queda no impulso simpático. 8) Aumento do débito cardíaco máximo. 9) Aumento do limiar anaeróbio. 10) Aumento da tolerância ao exercício. 11) Redução da dispneia. 12) Adaptações morfológicas das estruturas ósseas e articulares. 13) Hipertrofia muscular relativa. Observação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– As respostas adaptativas representam os aspectos morfofuncionais que dife- rem um indivíduo fisicamente treinado de um sedentário. É importante lembrar- mos que a intensidade das respostas também é proporcional à intensidade e ao tipo do exercício. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Vale a pena ressaltar que os efeitos cardiovasculares dos exercícios físicos dinâmicos ou isotônicos (contração muscular, seguida de movimento articular) diferem dos efeitos dos exer- cícios estáticos ou isométricos (contração muscular, sem movi- mento articular). Além disso, note-se que uma série deexercícios resistidos de alta intensidade, mesmo que realizada de forma di- nâmica, apresenta um componente isométrico bastante elevado e provocará respostas cardiovasculares semelhantes àquelas ob- servadas nos exercícios estáticos (veja a Figura 2). 48 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Efeitos do exercício resistido 1) Aumento da massa (hipertrofia) muscular. 2) Aumento da densidade óssea. 3) Diminuição discreta dos níveis de insulina basal. 4) Aumento discreto do VO2 máx. 5) Redução discreta ou manutenção da pressão arterial diastólica (PAD). 6) Manutenção da pressão arterial sistólica (PAS) em car- gas submáximas. 7) Em exercícios com resistência máxima, poderão ocorrer: a) Aumento da pressão arterial (relacionado ao au- mento do débito cardíaco, aumento das pressões intra-abdominal e intratorácica e ao aumento acentuado da pressão intramuscular). b) Maior produção de ácido lático, devido à maior ati- vidade nas enzimas glicolíticas. c) Maior débito cardíaco, devido à hipertrofia cardía- ca (aumento da espessura ventricular esquerda) e à maior contratilidade miocárdica. Observação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Exercícios resistidos realizados com intensidade máxima apresentam uma fre- quência cardíaca e uma pressão arterial mais elevada do que os exercícios resistidos com intensidades submáximas, por possuírem um componente es- tático maior. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Na realização de exercícios com componentes estáticos, a obstrução do fluxo sanguíneo ativa quimiorreceptores mus- culares, promovendo aumento expressivo da atividade nervosa 49© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO simpática, ocasionando um aumento da frequência cardíaca com pequeno incremento no débito cardíaco (DC = VS x FC), que se deve à elevação da FC e não do volume sistólico (VS). A magni- tude das respostas cardiovasculares será influenciada pela inten- sidade do exercício, pela duração e massa muscular envolvida. Figura 2 Principais Tipos de Ações Musculares: (a) durante uma ação muscular concêntrica, o músculo se encurta; (b) durante uma ação muscular excêntrica, o músculo se alonga de maneira controlada – em a e b, exercícios dinâmicos; (c) durante uma ação muscular isométrica (exercícios estáticos), nenhum movimento articular ocorre e não há encurtamento nem alongamento total do músculo. Podemos também descrever outros efeitos gerais do exercício. Sangue e estrutura do coração Com o sangue e a estrutura do coração, ocorrem: 1) Aumento do número total de eritrócitos, da quantida- de de hemoglobina e do volume do sangue. 2) Aumento do calibre dos capilares existentes nos mús- culos treinados. 3) Diminuição do nível de lactato e da concentração hidrogeniônica. 4) Aumento da capilarização dos músculos treinados. 5) Aumento do calibre dos capilares existentes nos mús- culos treinados. 50 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 6) Aumento do volume sanguíneo e maior efetividade na redistribuição do sangue. 7) Aumento de peso e volume e da flexibilidade das pare- des dos ventrículos. Sistema nervoso No sistema nervoso, ocorrem: • Melhora da aprendizagem. • Melhora da cognição. • Melhora da memória. • Prevenção de demência. Sistema esquelético Figura 3 Alterações da Densidade Óssea na Osteoporose. No sistema esquelético, ocorrem: 1) Aumento da densidade óssea. 51© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 2) Aumento da densidade do colágeno e elastina. 3) Incremento à incorporação de cálcio nos ossos. 4) Aumento da atividade dos osteoblastos, o que contri- bui para o crescimento ósseo. 5) Minimização dos efeitos da sarcopenia. Sistema metabólico Figura 4 Agregação Plaquetária e Formação de Trombo. No sistema metabólico, ocorrem: 1) Melhora do perfil lipídico: • ↑ HDL e ↓ LDL. • ↓ níveis de triglicérides. 2) Inibição da agregação plaquetária. 3) Melhora da função endotelial. 4) Controle glicêmico. 5) Redução da gordura corporal. 52 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Lembrete! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– • HDL – lipoproteína de alta densidade (colesterol bom). • LDL – lipoproteína de baixa densidade (colesterol ruim). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Sistema endócrino ↑ Glucagon ↓ Insulina ↑ Adrenalina ↑ Noradrenalina ↑ Aldosterona ↑ Cortisol ↑ Hormônio do crescimento – GH ↑ Hormônio tireoestimulante – TSH ↑ Prolactina ↑ Vasopressina ↑ Tri-iodotironina (T3) ↑ Tiroxina (T4) ↑ Testosterona ↑ Estrógeno Figura 5 Principais Alterações Hormonais. No sistema endócrino, as adaptações ao treinamento aeróbio são diferentes das adaptações ao treinamento resisti- do. Em geral, essas diferenças são causadas pela necessidade de bombear uma grande quantidade de sangue a uma pressão re- lativamente baixa no caso dos exercícios aeróbios, ao passo que, durante os exercícios resistidos, uma quantidade relativamente pequena de sangue é bombeada a uma pressão alta. Seguiremos, agora, estudando sobre os métodos do trei- namento físico. 2.2. MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO O treinamento é caracterizado como um processo organiza- do, repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos 53© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO que visam ao aperfeiçoamento do desempenho. Pode-se com- preender o aperfeiçoamento físico, nos seus aspectos morfológi- cos e funcionais, por meio dos impactos diretos sobre a capaci- dade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras, sejam elas esportivas ou não. A quantidade e qualidade dos exer- cícios necessários para a prevenção de agravos à saúde podem ser diferentes daquelas para melhorar o condicionamento físico. Os consensos para a realização de exercícios preventivos ou terapêuticos em idosos recomendam atividades aeróbias e resistidas, associadas às atividades físicas diárias, assim como os exercícios para o desenvolvimento da flexibilidade e do equilíbrio. Seguiremos, então, falando sobre o exercício aeróbio e o exercício resistido. Treinamento Aeróbio (Endurance) O exercício aeróbio se caracteriza pela duração mais pro- longada da atividade contrátil dos músculos envolvidos, pela intensidade baixa e/ou média exigida e pelo envolvimento de vias de produção energética com equilíbrio entre a demanda e a oferta de oxigênio durante a execução do exercício. Segundo McArdle et al. (2003), o exercício aeróbio é caracteriza- do pela longa duração da atividade contrátil dos músculos envolvidos em determinados tipos de movimento, como também pela baixa e/ ou média intensidade exigida para a realização destes. Também tem como característica, predominantemente, o envolvimento de vias de produção energética que possibilitam um equilíbrio existente entre a demanda, exigida pelo exercício, e a oferta de oxigênio. Podemos ressaltar novamente que as respostas adaptati- vas principais causadas pelo exercício aeróbio são: 54 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO • Neurofisiológica (↑ Coordenação intramuscular, ↑ Eco- nomia de esforço). • Metabólica (↑ Metabolismo aeróbio: via oxidativa, ↑ Número e tamanho das mitocôndrias, ↑ Capacidade de captação de O2, ↑ Aprimoramento da ação da insulina). • Morfológica (↑ Número e calibre de fibras de contra- ção lenta). Figura 6 Exercício Aeróbio – Corrida.Características dos exercícios aeróbios • Duração prolongada. • Intensidade baixa, moderada ou alta. • Pode variar de 20 a 60 minutos. • 30 minutos, no mínimo, para o aprimoramento da apti- dão cardiorrespiratória. • Treinamento aplicado abaixo do limiar anaeróbico. 55© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Exercício Anaeróbio (Resistido ou de força) O exercício anaeróbio é caracterizado pela sua curta duração e alta intensidade, assim como por exigir, predominantemente, o envolvimento de vias de produção energética rápidas e imediatas que possibilitam executar um trabalho de alta intensidade em dé- bito de oxigênio. Podemos também dizer que possui a capacidade de manter a produção de ATP sem a presença de O2. Os termos treinamento de força, treinamento com pesos e treinamento resistido são todos utilizados para descrever um tipo de exercício que exige que a musculatura corporal se movi- mente (ou tente se movimentar) contra uma força oposta, geral- mente exercida por algum tipo de peso ou equipamento. O treinamento de força pode resultar em aumentos signi- ficativos na força, na densidade mineral óssea e na flexibilidade, além da hipertrofia muscular. É um meio efetivo para aumen- tar os requerimentos energéticos, diminuir a massa de gordura corporal e manter a massa de tecido metabolicamente ativa em indivíduos idosos saudáveis. Esse efeito sobre o metabolismo energético melhora a ação da insulina em pessoas idosas. Podemos ressaltar novamente que as respostas adaptati- vas principais causadas pelo exercício anaeróbio são: • Neurofisiológica (↑ força e potência, conversão entre os subtipos de fibra muscular: do tipo IIb para IIa). • Metabólica (↑ reserva energética: ATP, ATP-CP, glicogê- nio muscular, ↑ densidade do tecido conjuntivo, ↑ me- tabolismo glicolítico e fosfogênico, ↑ aprimoramento da ação da insulina). 56 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO • Morfológica (↑ retículo sarcoplasmático, ↑ liberação e remoção do Cálcio intramuscular, ↑ massa muscular e ↑ ativação das células satélites). Figura 7 Exercício Anaeróbio – com Pesos. Características dos exercícios anaeróbios • Repetidas contrações musculares de curta duração com uso de uma carga oposta. • Intensidade moderada ou alta. • Esforço realizado por um número limitado de músculos, com produção de ácido lático. A força muscular é definida como a quantidade máxima de força de tensão que um músculo ou grupamento muscular consegue exercer contra uma resistência. São considerados dois tipos principais de contrações musculares: contração dinâmica ou isotônica e contração estática ou isométrica. Na contração dinâmica ou isotônica, o músculo encurta-se com tensão variável ao deslocar uma carga constante, e obser- vam-se dois tipos básicos de ações musculares ou fases: ação muscular concêntrica, na qual o músculo se encurta ao deslocar 57© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO uma carga, e ação muscular excêntrica, na qual o músculo se estende de uma forma controlada ao deslocar uma carga. Na contração estática ou isométrica, desenvolve-se ten- são, porém não existe mudança no comprimento do músculo, é quando não ocorre movimento da articulação, o músculo desen- volve tensão, mas não existe alteração no comprimento. Considerações Podemos ainda dizer que as atividades de caráter aeróbio promovem o aperfeiçoamento funcional das fibras de contração lenta (tipo IA), por meio do aprimoramento da capacidade res- piratória das mitocôndrias, viabilizado pelo aumento do número e tamanho destas; e as de caráter anaeróbio, promovem incre- mentos de força, potência e a ocorrência da hipertrofia muscu- lar, com aperfeiçoamento funcional das fibras de contração rápi- da (tipo II) como suas principais respostas. O treinamento combinado, integrando os dois tipos de treinos em um mesmo plano regular de exercício físico, tem sido amplamente recomendado para o indivíduo idoso, que se bene- ficia de ambas as respostas. Figura 8 Treinamento Combinado – Exercício Aeróbio e Anaeróbio. 58 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS Para conhecer mais sobre os efeitos do exercício físico nos sistemas fisiológicos, leia os artigos referenciados a seguir: • BRUM, P. C.; FORJAZ C. L. M.; TINUCCI, T.; NEGRÃO, C. E. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sis- tema cardiovascular, 2004. Disponível em: <http://www. luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2009/09/ arquivo-adaptacoes-musculares-ao-exercicio-fisico. pdf>. Acesso em: 24 jan. 2019. • KURA, G. G.; FILHO, H. T. Adaptações agudas e crônicas dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular. EF- Deportes.com, Buenos Aires, ano 15, n. 153, fev. 2011. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd153/ adaptacoes-agudas-e-cronicas-dos-exercicios-resisti- dos.htm>. Acesso em: 24 jan. 2019. • MEDEIROS, R. J. D.; SOUZA, M. S. C. Adaptações neu- romusculares ao exercício físico: síntese de uma abran- gente temática, 2009. Disponível em: <https://perio- dicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/ view/8637788>. Acesso em: 29 jan. 2019. 59© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO 3.2. MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO Organizações como American College of Sports Medicine (ACSM) e American Heart Association (AHA) têm preconizado a atividade física e desenvolvido várias estratégias e recomen- dações para indivíduos saudáveis, assim como para diferentes populações, tal como para idosos. Para complementar e apro- fundar os estudos sobre os métodos de treinamento, realize a leitura a seguir: • TAYLOR, A. W.; Johnson, M. J. Fisiologia do Exercício na Terceira Idade. Ed. Manole. Biblioteca Virtual Pearson – Parte III (capítulo 8). 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú- dos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) A partir dos efeitos fisiológicos do exercício físico no organismo, apresen- tados na figura, assinale a alternativa correta quanto às adaptações bené- ficas à saúde de um indivíduo: 60 © FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO Fonte: adaptado de Nieman (1999). Figura 9 Efeitos do Exercício Físico. Na figura acima, última linha, favor alterar o termo para “circulação”. a) Diminuição da frequência cardíaca em repouso e aumento da oxigena- ção do sangue. b) Diminuição da oxigenação do sangue e aumento da frequência cardía- ca em repouso. c) Diminuição da capilarização dos músculos treinados em repouso e re- dução da gordura corporal. d) Diminuição do tônus muscular e diminuição do colesterol − HDL (lipo- proteína de alta densidade). e) Diminuição da gordura corporal e aumento da frequência cardíaca em repouso. 2) Os exercícios aeróbios e anaeróbios estão ligados ao tipo de metabolismo energético que está sendo utilizado preferencialmente. Ambos os tipos de exercícios podem ser de intensidade leve, moderada ou intensa. Conside- rando a afirmação, pode-se afirmar que: 61© FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E MÉTODOS DE TREINAMENTO
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