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Engenharia Economica_UNIMAR

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ENGENHARIA ECONÔMICA
Profª. Drª. ANDRÉIA MOREIRA DA FONSECA BOECHAT
005 Aula 01:
014 Aula 02:
024 Aula 03:
032 Aula 04:
039 Aula 05:
048 Aula 06:
057 Aula 07:
068 Aula 08:
076 Aula 09:
084 Aula 10:
095 Aula 11:
103 Aula 12:
112 Aula 13:
120 Aula 14:
128 Aula 15:
135 Aula 16:
Conteúdo Conceito e Significado de Economia 
Princípios Básicos de Economia 
 Conceitos Econômicos Fundamentais 
A Curva de Possibilidade de Produção e o Custo de 
Oportunidade
Fundamentos da Teoria do Consumidor 
Teoria da Demanda 
Teoria da Oferta e o Equilíbrio de Mercado 
Elasticidades 
Teoria da Produção e Custos de Produção 
Estruturas de Mercado: Concorrência Perfeita 
e Monopólio
Estruturas de Mercado: Oligopólio e Concorrência 
Monopolística
Fundamentos da Teoria Macroeconômica 
Noções de Crescimento e Desenvolvimento 
Econômico
Política Monetária e a Inflação 
Política Fiscal e o Setor Público 
Fundamentos do Comércio Internacional
002
Introdução
Olá, aluno(a), tudo bem? Seja bem-vindo(a) à disciplina Economia. Sou a 
professora Andréia Moreira da Fonseca Boechat e vou acompanhá-lo nesta 
disciplina tão fascinante, intrigante e que faz parte do nosso dia a dia. Antes 
de iniciar nossa discussão, falarei um pouquinho sobre a minha formação 
acadêmica. 
Sou formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro (2007), Mestre em Economia pela Universidade Estadual 
de Maringá (2011) e Doutora em Economia também pela Universidade 
Estadual de Maringá (2016). Sou especialista em EaD e novas tecnologias 
(2019) e tenho pós-graduação em Docência no Ensino Superior: Tecnologias 
Educacionais e Inovação (2019), ambas pela Centro Universitário Maringá 
(UniCesumar). Sou professora de Economia de cursos de graduação e pós-
graduação tanto presenciais quanto a distância em diversas faculdades e 
universidades públicas e privadas. 
 Agora que você já me conhece, quero apresentar a disciplina a você. A 
Economia é uma ciência social que estuda as inúmeras necessidades das 
pessoas e está presente na vida de todas elas, sejam físicas ou jurídicas. 
Mesmo que não tenhamos afinidade com a economia, muitas das nossas 
decisões são tomadas com base em alguma(s) variável(is) econômica(s), 
assim como todas as decisões do governo, por exemplo, afetam as nossas 
vidas. 
Dessa forma, um aluno de graduação, que vai tomar decisões precisa 
conhecer os fundamentos da economia, já que as empresas, seja ela 
pequena, média ou grande, estão inseridas no ambiente econômico. 
Então, meu objetivo na disciplina é apresentar os fundamentos da ciência 
econômica, de modo que você compreenda o ambiente econômico e, 
assim, tome as melhores decisões.
Para atingir o objetivo, nosso material foi dividido em dezesseis aulas, 
no qual discutiremos os conceitos fundamentais de economia, tais como 
descrever o significado da economia e explicar os conceitos econômicos 
fundamentais. O conteúdo das duas primeiras aulas é fundamental para a 
compreensão da disciplina como um todo, pois são termos e conceitos que 
dão suporte à análise econômica. 
003
Como a economia é dividida em duas grandes áreas de estudo, que é a 
microeconomia e a macroeconomia, nas aulas seguintes trataremos de 
termos pertinentes a essas áreas. Adianto para você que a microeconomia 
estuda os agentes econômicos individuais, ou seja, as empresas, os 
consumidores e a formação de preço. Já a macroeconomia estuda as variáveis 
agregadas, ou seja, a economia como um todo. Assim, praticamente todas 
as notícias que lemos e ouvimos são relacionadas à macroeconomia, por 
exemplo, as políticas monetárias, fiscais e cambiais que o governo elabora. 
Esses serão alguns dos temas que vamos discutir a partir da aula 12. 
 E aí, preparado(a) para entrar no fascinante universo da Economia? Espero 
que sim! Tenho certeza de que ao término da disciplina, você estará apto a 
discutir Economia e tomar as melhores decisões empresariais. 
Lembre-se: qualquer dúvida, entre em contato com seu tutor!
Um forte abraço e ótimos estudos!
Profª. Drª. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
004
01
Conceito e 
Significado 
de Economia
005
Custos de
produção
Custos de
produção DemandaDemanda
Mercado de
trabalho
Mercado de
trabalho MoedaMoeda
OfertaOferta Taxa decâmbio
Taxa de
câmbio
Taxa de
juros
Taxa de
juros TributosTributos
InflaçãoInflação
FONTE: Elaboração da autora (2019).
Olá!
Seja muito bem-vindo(a) à nossa primeira aula da disciplina Economia. Tenho certeza
de que você já ouviu falar muito sobre os temas que envolvem o estudo da economia,
pois fazem parte do dia a dia de todas as pessoas, independentemente da classe
social ou nível de escolaridade. Mas você sabe dizer quais são esses temas? Entre
aqueles que mais afetam a nossa vida e, portanto, são preocupações das ciências
econômicas, estão:
Como você pode perceber, o estudo da economia é amplo, já que ela se preocupa
com muitas variáveis. Mas e se eu perguntar o signi�cado de economia, você saberia
responder?
A palavra “economia” é oriunda do grego, é a junção de duas outras palavras: Oikós,
que signi�ca “casa”, e Nomos, que são as leis e normas. Portanto, traduzindo ao pé da
letra, economia é a “administração da casa”.
006
Figura 1.1 - administração da casa
Acredito que você tenha �cado surpreso, não é mesmo? Mas vamos pensar como
funciona a nossa casa: nós trabalhamos para receber um salário, que utilizamos para
pagar contas tais como, mensalidade da faculdade, energia elétrica e alimentação,
entre outras. Caso não tenhamos dinheiro para todas as contas, ou se algo
inesperado ocorre, fazemos empréstimos. Agora, se sobrar dinheiro, fazemos
investimentos, por exemplo, na caderneta de poupança ou renda �xa.
Uma empresa e um país funcionam dessa mesma forma! A empresa tem a receita
com a venda dos bens e serviços e os custos com a compra de matéria-prima e com a
folha de pagamentos. Um país, como o Brasil, faz a arrecadação por meio de tributos
que as pessoas físicas e jurídicas pagam, e gasta ofertando bens e serviços públicos,
por exemplo. Caso faltem recursos �nanceiros, empréstimos e �nanciamentos são
feitos, e quando o gasto/custo é menor do que a receita, investimentos em máquinas,
equipamentos, reforma de escolas são feitos. Assim como na nossa casa.
007
Fonte: Disponível aqui
Bolsonaro propõe ao Congresso liberar empréstimos a estados
com endividamento baixo
O projeto de lei complementar do governo federal pode bene�ciar 13
unidades da federação que, atualmente, têm graves problemas de
caixa, mas mantêm o nível de endividamento em um patamar dentro
do teto estabelecido pelo Senado.
Porém, “administração da casa” é a tradução da palavra, mas não o conceito de
economia, que Vasconcellos (2011) de�ne como a ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção
de bens e serviços, distribuindo tais produtos entre as várias pessoas e grupos da
sociedade, com o objetivo de satisfazer às necessidades humanas. Para Mendes
(2009), a economia é uma ciência social que trata do estudo da alocação dos
recursos escassos na produção de bens e serviços para a satisfação das
necessidades ilimitadas ou desejos humanos (MENDES, 2009).
A economia é de�nida como a ciência social que estuda a alocação dos
recursos produtivos escassos para a produção dos bens e serviços que
a sociedade deseja/precisa.
008
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/04/bolsonaro-propoe-ao-congresso-liberar-emprestimos-a-estados-com-endividamento-baixo.ghtml
Como você percebeu, três palavras na acepção de Mendes (2009) estão em destaque,
pois são os termos principais da de�nição e que precisam ser muito bem entendidos.
A primeira palavra é “ciência social”, que diferente do que o senso comum acredita, a
economia não é uma ciência exata, e sim uma ciência social, pois ela estuda a melhor
forma da satisfazer às necessidades das pessoas. Para que o estudo da satisfação da
sociedade seja possível, a economia utilizateorias, história, sociologia, e instrumentais
matemáticos, como a estatística. 
O segundo termo é “recursos escassos”, que signi�ca que os recursos de produção,
como mão de obra, capital e insumos, são limitados, ou seja, mais cedo ou mais tarde
acabam. E é em razão dessa limitação (escassez) que os problemas econômicos
existem. Assim, podemos a�rmar que a economia tem como objeto de estudo a
escassez. Se os recursos fossem ilimitados, não haveria economia. Ou ainda, se as
necessidades da população fossem limitadas, também não haveria economia, já que
todas as necessidades seriam satisfeitas. Portanto, a economia só existe porque é
preciso produzir bens com os poucos recursos que se tem disponível e assim, atender
a todas ou a maior parte possível, das necessidades humanas. 
Acredito que você esteja se perguntando se em todas as situações e países a escassez
está presente, certo? Então, a escassez é uma situação normal de todas as sociedades,
já que está relacionada a diversas variáveis, tais como tempo, dinheiro, espaço físico,
matéria-prima, mão de obra, seja especializada ou não, entre outras. Por exemplo,
talvez no Brasil não tenhamos escassez de espaço para produção agrícola, mas no
Japão tem. Por outro lado, aqui falta tecnologia, lá não. Compreendeu o
funcionamento da escassez? Espero que sim, pois essa é a base de todo o estudo da
economia.
Já o termo “necessidades ilimitadas” está destacado em função das necessidades de
as pessoas serem ilimitadas, ou seja, não tem �m. Por exemplo, temos R$250,00 para
ir ao shopping comprar uma calça jeans. Chegando lá, compramos a calça, mas, logo
desejamos uma blusa ou uma bolsa, e assim, sucessivamente. Sem falar nas
necessidades básicas, como alimentação e moradia.
É importante observar que a economia estuda o todo, portanto, mesmo que uma
pessoa individualmente não tenha desejos ilimitados ou que todas suas necessidades
sejam satisfeitas, na economia como um todo não é assim que funciona.
Mas o problema não são as necessidades ilimitadas ou a escassez de recursos e sim, a
junção dos dois: de um lado temos necessidades que não são satisfeitas totalmente e
de outro lado, temos os recursos produtivos limitados, conforme �gura 1.2.
009
Problema!Problema!
Poucos bensPoucos bens
Escassez de recursos
produtivos
Escassez de recursos
produtivos
Necessidades
Ilimitadas
Necessidades
Ilimitadas
EconomiaEconomia
Necessidades ilimitadas x Recursos produtos escassos. FONTE: Elaboração da autora
(2019).
Conforme a �gura 1.2 nos mostra, os problemas econômicos são oriundos da falta de
recursos produtos su�cientes para produzir tudo o que a população deseja.
Vasconcellos (2011) observa que se não houvesse escassez de recursos não haveria a
necessidade do estudo de questões como in�ação, crescimento econômico, dé�cit no
balanço de pagamentos, desemprego, concentração de renda, entre outros tantos
temas de estudo.
010
Fonte: Disponível aqui
Jovens são os mais afetados pela piora do mercado de trabalho, e
comprometem futuro da Previdência
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) apontou que, no
primeiro trimestre deste ano, 41,8% da população de 18 a 24 anos fazia
parte do grupo dos subutilizados, ou seja, estavam desempregados,
desistiram de procurar emprego ou tinham disponibilidade para
trabalhar por mais horas na semana.
Em números absolutos, são 7,337 milhões de jovens brasileiros
subutilizados, o maior número já registrado desde que o levantamento
começou a ser apurado em 2012. Entre 2012 e o primeiro trimestre de
2019, a fatia de subocupados na economia brasileira passou de 20,9%
para 25%, enquanto entre os jovens de 18 a 24 anos o aumento foi de
30,1% para 41,8%.
As questões econômicas
fundamentais
Dadas as necessidades ilimitadas das pessoas e os recursos escassos, todas as
sociedades são obrigadas a fazer opções, ou seja, precisam escolher uma ou algumas
alternativas possíveis entre tantas disponíveis. Para essa escolha, é preciso responder
a perguntas básicas da economia, que são:
011
https://www.brasil247.com/economia/jovens-sao-os-mais-afetados-pela-piora-do-mercado-de-trabalho-e-comprometem-futuro-da-previdencia
O que e quanto produzir?O que e quanto produzir?
Para quem produzir?Para quem produzir?
Como produzir?Como produzir?
FONTE: Elaboração da autora (2019).
Vamos entender cada uma dessas questões?
“O que produzir” signi�ca de�nir quais bens e serviços a economia vai fabricar. Essa
não é uma decisão fácil, pois, como você já sabe, os recursos são escassos. Então, não
podemos produzir tudo o que desejamos ou de que precisamos – em outras palavras,
aumentar a produção de um determinado bem signi�ca reduzir a quantidade
produzida de outros bens.
Após decidir o que será feito, dados os recursos limitados, tem que ser de�nida a
quantidade do bem ou serviços escolhidos que será produzida, além do público-
alvo desse produto. Um dos fatores de escolha do “para quem produzir” é a renda
desse consumidor. Quanto maior for a renda, maior a quantidade de mercadorias
que ele poderá adquirir. Essas três primeiras perguntas mostram que quem vai
in�uenciar a decisão da empresa/país são os consumidores.
Já na última, “como produzir”, a empresa/país de�ne o melhor processo produtivo,
ou seja, como fabricar o bem na quantidade escolhida, de forma mais e�ciente
possível. Dado que os recursos produtivos são escassos, a empresa deverá escolher a
combinação desses recursos com o menor custo possível para fabricar bens e
serviços.
012
As sociedades precisam fazer escolhas, já que não é possível produzir e
consumir tudo o que se deseja. Para isso, três perguntas se fazem
necessário: O que e quanto produzir? Para quem produzir? Como
produzir?
Aluno(a), �nalizamos a nossa primeira aula da disciplina Economia. Se você �cou com
alguma dúvida, procure seu tutor. E não se esqueça de fazer as atividades para
assimilar melhor o conteúdo!
Abraço, Profª. Drª. Andréia Moreira da Fonseca Boechat.
013
02
Princípios 
Básicos de 
Economia
014
Olá, aluno(a), tudo bem? Após você compreender exatamente do que se trata a
economia e seu real signi�cado, nesta segunda aula vamos discutir os princípios
básicos de economia, ou seja, pensamentos/ideais iniciais que explicam alguns
comportamentos econômicos dos agentes (pessoas físicas e jurídicas e governo, que
discutiremos na próxima aula). 
Essas ideias básicas, segundo Mankiw (2012), são dez princípios que estão divididos
em três grupos, que são: “Como as pessoas tomam decisões”, “Como as pessoas
interagem” e “Como a economia funciona”. Não se preocupe em “decorar” cada
princípio e sim, procure entendê-los, relacionando ao nosso dia a dia, combinado?
Então, vamos conhecê-los?
Grupo 1: como as pessoas
tomam decisões
O comportamento da economia re�ete o comportamento das pessoas que dela
fazem parte. Por essa razão, temos quatro princípios de tomada de decisão individual.
Princípio 1
As pessoas enfrentam tradeo�s
Para iniciarmos nossas discussões sobre esse primeiro princípio, é importante que a
expressão tradeo� esteja bem clara em nossas mentes. Na economia, quando falamos
em tradeo� nos referimos a uma situação de escolha con�itante, ou seja, quando uma
ação tem como objetivo resolver um determinado problema e acaba acarretando
outros.
015
Tradeo� é um termo de origem da língua inglesa que de�ne uma
situação em que existe con�ito de escolhas, e que faz parte de todas as
decisões econômicas.
Por exemplo: uma forma de fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) de um país
cresça é estimulando a demanda. Porém, quando aumenta a demanda, faz com que
os preços da maioria dos produtos subam e, isso faz com que surja a chamada
in�ação. Então, o objetivo inicial, que era fazer com que o país crescesse
economicamente, acabou por fazer com que a taxa de in�ação também aumentasse,
o que não é bom. Nesse caso, existe um tradeo� entre crescimento e in�ação.
A situação apresentada anteriormente re�ete a tomada de decisão de todas as
pessoas. Como diz o provérbio “nada é de graça”, e issoé válido na economia
também, porque nada é de graça, sempre que queremos algo, precisamos abrir mão
de outra coisa de que gostamos. Portanto, precisamos tomar decisões, fazer escolhas
e renunciar a algo em decorrência de outro objetivo.
Você, por exemplo, neste momento fez uma escolha, já que você dedicou, digamos,
uma hora hoje para estudar a disciplina Economia. Para isso, você teve que abrir mão
de outra atividade, como estudar para outra disciplina ou sair com os amigos. Agora,
você tem uma outra escolha a ser feita: você pode dividir uma hora entre estudar
economia e estudar outra disciplina. Nesse caso, você está abrindo mão de meia hora
de estudo de uma disciplina para estudar trinta minutos de outra.
E é isso que acontece na economia, pois os recursos produtivos são escassos, como
vimos na primeira aula. Diariamente, ou melhor, a toda hora, temos tradeo�s e
precisamos fazer escolhas. O governo e as empresas também precisam tomar
decisões o tempo inteiro.
016
Princípio 2
O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la
Como enfrentamos diversos tradeo�s, ao tomar decisões é necessário comparar os
custos com os benefícios gerados para cada alternativa possível. Porém, nem sempre
o custo de uma ação é muito claro, mas, mesmo assim, precisa ser avaliado. Por
exemplo: você resolveu se matricular no curso da Unimar, como benefício, você
agrega conhecimento, novas oportunidades de emprego surgem, você terá aumento
salarial, entre tantos outros benefícios que um curso superior proporciona. Por outro
lado, você tem que pagar a mensalidade do curso, além disso terá que se dedicar aos
estudos.
A situação apresentada é chamada de custo de oportunidade, que pode ser de�nido
como sendo tudo aquilo de que se abre mão em função de outra coisa. Por exemplo,
você abriu mão de parte do seu salário, hoje, para pagar a mensalidade e de parte do
seu dia para estudar, em função de cursar uma graduação, para ganhar um aumento
de salário no futuro, novas oportunidades de emprego e aumento de seu
conhecimento.
Custo de oportunidade é um dos principais conceitos econômicos, e
está relacionado às escolhas dadas à escassez de recursos. A ideia é
sempre levar em consideração nas decisões o que se ganha e o que se
deixa de ganhar em uma determinada situação.
Então, como você percebeu, o custo de oportunidade está presente em todas as
situações de tomada de decisão. Portanto, sempre precisamos levar em consideração,
ao fazer uma escolha do que estamos deixando de lado, ou seja, os custos e
017
benefícios daquela ação. Assim como a empresa e o governo que precisam, também,
analisar o custo de oportunidade, sempre.
Princípio 3
As pessoas racionais pesam na margem
Na economia partimos do princípio de que todas as pessoas são racionais, ou seja, os
indivíduos são capazes de fazer o máximo para alcançar seus objetivos, sempre de
forma direta e sistemática, a partir das oportunidades que surgem. Porém, uma
pessoa racional sabe que imprevistos surgem e, como são racionais, são capazes de
fazer pequenos ajustes em seu plano de ação. Esses ajustes são chamados de
mudança marginal. Então, uma pessoa racional compara, ao tomar decisão, o custo
marginal com o benefício marginal daquela ação.
Neste momento, você deve estar achando que não compreendeu muito bem os
princípios até aqui explicados, mas com um exemplo citado por Mankiw (2012) �cará
mais fácil! Imagina uma empresa aérea que tem um avião de 200 lugares e o voo
custa à empresa 100 mil reais. O custo médio de cada poltrona é de 100 mil divididos
por 200 lugares, o que dá 500 reais. Ou seja, o valor mínimo da passagem deve ser de
R$ 500,00. Porém, a poucas horas de decolar, esse avião está com 10 lugares vagos e
os passageiros potenciais estão dispostos a pagar R$ 300,00 pela passagem.
A empresa venderá com esse valor, pois o custo marginal desses 10 passageiros é
muito pequeno, quase insigni�cante e esses passageiros irão  consumir alimentos a
bordo, o que mostra o custo marginal.
Princípio 4
As pessoas reagem a incentivos
Como as pessoas são racionais, tomam decisões comparando o custo com o benefício
daquela decisão. Esse benefício, que podemos traduzir em incentivo, exerce papel
essencial para essa escolha, pois o incentivo é algo que faz com que uma pessoa
racional aja. Por exemplo, quando o preço da couve aumenta, as pessoas vão reduzir
o consumo dessa verdura e substituí-la por outra, como alface. A mesma situação
018
ocorre quando o governo implementa uma política econômica. Por exemplo, o
aumento da taxa de juros que vai alterar o comportamento das pessoas e essa
mudança de comportamento deve ser levada em consideração pelo governo.
Finalizamos aqui nosso debate sobre o primeiro grupo de princípios básicos da
economia e você, agora, já sabe como as pessoas tomam suas decisões. Vamos
conhecer o segundo grupo?
Grupo 2: como as pessoas
interagem
Muitas vezes uma decisão individual afeta a vida de outras pessoas, já que vivemos
em sociedade e interagimos com as outras pessoas. E os princípios que discutiremos
nesse segundo grupo darão suporte para entendermos como as pessoas interagem.
Vamos conhecer os três princípios que fazem parte desse grupo?
Princípio 5
O comércio pode ser bom para todos
A visão de que dois países que produzem o mesmo tipo de bem são concorrentes é
equivocada, pois apesar de as empresas concorrerem por consumidores, o comércio
entre os países é bom para todos. Você sabe me explicar o porquê? Isso acontece em
função do país A se especializar em um determinado bem, exportar (vender para
outros países) esse bem e importar (comprar de outros países) outro bem de que
necessita, mas do qual não é especialista. Então, vê-se que os países dependem uns
dos outros.
Portanto, o comércio internacional é essencial para o crescimento econômico, e é por
isso que as nações se preocupam tanto em manter boas relações comerciais e não
comerciais com determinados países, que podem ser considerados chave para
compra e vende de bens e serviços.
019
Fonte do fragmento: Disponível aqui
ACORDO ENTRE MERCOSUL E UE É BEM RECEBIDO POR
PROFISSIONAIS DE COMÉRCIO EXTERIOR
“...o Brasil, agora com esse acordo, começa a voltar a se reintegrar nos
�uxos dinâmicos de comércio e na aceitação e no cumprimento de
regras internacionais que são aprovados por todo mundo, o Brasil
estava fora disso”, disse Rubens Barbosa, ex-embaixador em
Washington e presidente do Instituto de Comércio de Relações
Internacionais e Comércio Exterior.
Princípio 6
Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade
econômica
Atualmente, sabemos que a forma mais e�ciente de organizar a atividade econômica
é por meio do próprio mercado, ou seja, por meio da chamada economia de mercado.
A economia de mercado é de�nida por Mankiw (2012) como uma economia que aloca
recursos por meio das decisões descentralizadas das empresas e famílias, quando
elas interagem nos mercados de bens e serviços.
Nesse caso, a economia é controlada via preços, da seguinte forma: o comprador
veri�ca o preço ao determinar a demanda por bens e serviços e os vendedores
analisam o preço ao decidir a oferta. O preço formado pela relação entre demanda e
oferta re�ete no preço de mercado por bens e serviços e no custo da manufatura.
020
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/06/28/acordo-entre-mercosul-e-ue-e-bem-recebido-por-profissionais-de-comercio-exterior.ghtml
No entanto, é importante observar que o governo pode e deve, em muitos casos,
tomar medidas de forma a impedir que o mercado se ajuste sozinho. Medidas essas
como impostos, subsídios, entre outras.
Princípio 7
Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados
Como você já sabe, os mercados procuram se estabilizar por meio dos preços. Porém,
mesmo em país que defende a livre iniciativa privada, o governo tem como papel
fazer com que as regras sejam cumpridas, garantindo o chamado direito de
propriedade.
Você já ouviu falar em direito de propriedade? Direito de propriedade,segundo
Mankiw (2012), é a habilidade de um indivíduo de possuir e exercer controle sobre
recursos escassos, sendo um incentivo para empresas e famílias produzirem. Além de
garantir o direito de propriedade, o governo deve intervir na economia de mercado,
para garantir a e�ciência e promover a igualdade.
  Em relação à e�ciência, os mercados nem sempre conseguem alocar os recursos de
forma e�ciente, gerando as chamadas falhas de mercado. As falhas de mercado
acontecem em razão das externalidades e do poder de mercado. Vamos conhecer
esses dois conceitos?
Externalidade é quando a ação de um indivíduo afeta, positiva ou negativamente, o
bem-estar das outras pessoas. Já o poder de mercado é a capacidade de um ou um
grupo de agentes econômicos in�uenciarem os preços de mercado de forma
signi�cativa.
021
Grupo 3: como a economia
funciona
Os dois grupos de princípios da economia que discutimos formam o terceiro grupo
“como a economia funciona”, pois a forma como as pessoas tomam decisões e
interagem formam a economia. Vamos conhecer os três últimos princípios?
Princípio 8
O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e
serviços
Como você sabe, existe diferença no padrão de vida dos países e variam ao longo do
tempo. Essa diferença pode ser explicada pela produtividade, ou ainda, pela diferença
entre a produtividade das nações. A produtividade pode ser entendida como a
quantidade de bens e serviços produzidos por unidade de insumo de mão de obra
(MANKIW, 2012). Então, em países em que a produtividade é maior, o padrão de vida
também é maior, por outro lado, países com produtividade baixa tendem a ter o
padrão de vida menor. E o que fazer com países com produtividade mais baixa? Cabe
ao governo implementar políticas públicas que procurem aumentar a produtividade
desses países.
Princípio 9
Os preços sobem quando o governo emite moeda demais
Uma variável que gera bastante preocupação é a in�ação, que pode ser de�nida
como o aumento contínuo e generalizado de preços. Quando o governo emite moeda,
teremos mais moeda em circulação, dando a impressão para a população de
aumento do poder aquisitivo. Com isso, as pessoas demandarão mais bens e serviços,
fazendo com que os preços subam. Além disso, quando o governo emite moeda, o
valor dela diminui, gerando aumento de preços, lembre-se que a moeda é um bem
como outro qualquer, depois aprofundaremos nossas discussões sobre in�ação
durante nossa disciplina.
022
Princípio 10
A sociedade enfrenta um tradeo� de curto prazo entre in�ação e desemprego
O aumento da quantidade de moeda em circulação estimula a demanda por bens e
serviços. Esse aumento pode fazer com que as empresas aumentem os preços dos
seus produtos, gerando in�ação. Por outro lado, quando temos muita demanda, as
empresas precisam contratar mais trabalhadores, gerando aumento no nível de
empregos. Resumindo: no curto prazo, o aumento da demanda gera in�ação e reduz
o desemprego.
023
03
Conceitos 
Econômicos 
Fundamentais
024
Olá, aluno(a), tudo bem? Agora que você conheceu os dez princípios básicos da
economia, nesta terceira aula vamos compreender alguns conceitos econômicos
fundamentais para a compreensão da disciplina como um todo. Portanto, como tais
conceitos são básicos, é muito importante que estejam bem claros. Assim, caso não
entenda qualquer conceito, releia o material, assista novamente à aula e tire suas
dúvidas com seu tutor, combinado? Além disso, procure relacionar cada tema
discutido com o nosso dia a dia! Vamos conhecer alguns desses conceitos tão
importantes para a ciência econômica?
Bens e serviços
Bens e serviços são tudo que é capaz de atender uma necessidade das pessoas, e são
classi�cados de duas formas principais: em relação à sua raridade e em relação a
quem os oferta. No que diz respeito à raridade, os bens e serviços podem ser:
Livres – são os bens cuja quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum
esforço humano. Em função dessas características, são bens sem preço, e por isso,
não é objeto de estudo da economia. O ar, o mar e a luz solar são exemplos de bens
livres.
Econômicos – são bens e serviços limitados, possuem valor de mercado e precisam
de esforço humano para produzi-los. Um carro, um computador, uma caneta são
exemplos de bens econômicos.
Os bens podem ser classi�cados em livres, os que não têm preço e,
portanto, não são objeto de estudo da economia; e econômicos, que
têm valor de mercado, estudados pela economia. Porém, um bem livre
hoje pode se tornar um bem econômico daqui a uns anos.
025
No entanto, os bens econômicos são classi�cados, segundo a natureza, em bens
materiais, que são os bens tangíveis, como uma televisão, e bens imateriais, que
também são chamados de serviços, que são intangíveis, tais como uma consulta
médica, uma aula ou uma consultoria.
Os bens econômicos materiais podem ser de três tipos, conforme a seguir:
Consumo, que são bens duráveis. Exemplo: roupas.
Intermediário, que são necessários para fabricar os bens de consumo. Exemplo: barras
de ferro.
Capital, que são BENS UTILIZADOS PARA FABRICAR OUTROS BENS. Exemplo: máquinas.
Agentes econômicos e o
sistema capitalista
Um termo de suma importância para fazer com que a economia gire são os agentes
econômicos. Você sabe me dizer quem são esses agentes? Os agentes econômicos
são as pessoas de natureza física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribuem
para o funcionamento do sistema econômico, exercendo distintos papéis na
economia.
Esses agentes podem ser classi�cados em quatro tipos, que são:
Empresas – são unidades produtivas responsáveis pela produção e
comercialização dos bens e serviços, por meio da combinação dos fatores de
produção.
Família – conhecida como consumidores, são todos os indivíduos e unidades
familiares da economia. As famílias têm duas funções principais: produzir e
adquirir bens e serviços.
026
Família = consumidor = pessoa. No Brasil, segundo o IBGE (2019),
temos um pouco mais que 210 milhões de habitantes, portanto, de
famílias.
Governo – são as organizações que estão direta ou indiretamente sob o domínio do
Estado e que atuam no sistema econômico. Temos os governos federal, estadual e
municipal, além das leis e regulações.
Setor externo – são os demais países que ao fazer comércio com o Brasil, acabam
in�uenciando a economia e também são in�uenciados. Assim, o setor externo é
composto por todas as instituições que mantêm relações econômicas com o país.
Fonte: Disponível aqui
Para acompanhar o crescimento da população brasileira por unidade
federal e a projeção desse crescimento, acesse o link do Instituto
Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE).
027
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html?utm_source=portal&utm_medium=popclock&utm_campaign=novo_popclock
Sistema econômico
capitalista
Visando desenvolver as atividades econômicas, todas as economias procuram
estabelecer normas, que devem ser respeitadas pelos agentes econômicos. Por
exemplo, as unidades produtivas devem ter autorizações especí�cas, como o alvará
de funcionamento para produzir e comercializar seus produtos.
Tais normas e suas relações com as unidades produtivas e familiares, bem como com
os setores público e externo, formam o que chamamos de sistema econômico. Os
mais relevantes tipos de sistema econômico são: o capitalismo e o socialismo. Nosso
foco nesta disciplina é o sistema capitalista, adotado pela maioria das economias,
entre elas o nosso país.
O sistema capitalista tem como características a propriedade privada dos fatores de
produção e dos bens; sistema de preços que é responsável pelo controle do
funcionamento da economia, ou seja, o preço que seleciona os bens e serviços a
serem produzidos, e as técnicas que serão utilizadas para essa produção; o lucro é o
incentivador da produção e o principal objetivo dos agentes econômicos; a
competição entre empresas é acirrada; e o governo está presente, interfere no
funcionamento da economia, mas de forma limitada.
As bases de um sistema econômicocapitalista podem ser mais bem discutidas por
meio de um modelo de economia de mercado que não considere interações com o
setor público ou governo e com o setor externo ou resto do mundo, apresentado na
�gura 3.1.
028
Mercado de
bens de consumo
e serviços
Mercado de
bens de consumo
e serviços
Mercado
de recursos
Mercado
de recursos
dede
ofertaoferta Fluxo (real) deFluxo (real) de bens
bens (procura)
(procura)
O
ferta
O
ferta
dederecursos recursos
ReceitaReceita
Custo de produçãoCusto de produção
Custo de vidaCusto de vida
Pr
od
ut
os
Pr
od
ut
os
EmpresasEmpresas
(fluxo)
(fluxo) real de fatoresreal de fatores
Procura
Procura
FamiliasFamilias
Renda (salários, juros,Renda (salários, juros,
bá
si
co
s)
bá
si
co
s)
alu
gu
éis
,
alu
gu
éis
,
Figura 3.1 – Interação entre família e empresa. FONTE: Mendes (2004).
Observe que as instituições familiares e produtivas nesse modelo interagem em
apenas dois mercados, sendo eles o mercado de bens e serviços e o mercado de
fato res de produção (MENDES, 2004). Nessa direção, as unidades familiares
oferecem no mercado de fatores de produção recursos produtivos. As unidades
produtivas, por sua vez, oferecem no mercado de bens e serviços sua produção.
Por outro lado, as unidades fami liares demandam no mercado de bens e serviços a
produção das empresas, ao passo que as unidades produtivas demandam no
mercado de fatores de produ ção os recursos produtivos. Essa interação entre
agentes econômicos e mercados é chamada de �uxo real da economia
(VASCONCELLOS, GARCIA, 2011).
Entretanto, tal interação só é possível com a presença da moeda, que é empregada
para remunerar as famílias pelo uso dos recursos produtivos, bem como para o
pagamento dos bens e serviços adquiridos. Diante disso, tem-se um �uxo monetário.
A união dos �uxos real e monetário da economia origina o que chamamos de Fluxo
Circular de renda.
029
Fatores de produção
Outro termo muito utilizado em nossa disciplina é fatores de produção, que também
são chamados de recursos produtivos. Os fatores de produção podem ser de�nidos
como sendo os elementos escassos que são utilizados de diferentes formas no
processo produtivo de todos os bens e serviços. Por exemplo, precisamos de trigo,
ovos, leite, fermento, forno e um padeiro para fabricar o pão, certo? Todos esses
elementos são fatores de produção.
Os fatores de produção são classi�cados em recursos naturais ou terra, que é a
origem de todo processo produtivo, como terra, água, minerais e matérias-primas;
trabalho, que é a contribuição, física ou intelectual do ser humano na produção os
bens e serviços; e capital, que são bens utilizados no processo produtivo, tais como
máquinas, construções, e infraestrutura.
Além dos três tipos de fatores de produção tradicionais, alguns autores ainda
consideram a capacidade empresarial e o empreendedorismo como fatores de
produção, já que são fundamentais para a tomada de decisão dos empresários
quanto à utilização dos recursos produtivos. A tecnologia também pode ser
considerada um fator de produção.
Setores econômicos
Em todas as atividades de produção ou setores da economia estão inseridos os
fatores de produção ou recursos produtivos (terra ou recursos naturais, mão de obra
ou trabalho e capital) e as técnicas de produção (MENDES, 2004). 
Destaca-se que, com base em Mendes (2004), dependendo da atividade de produção,
tais recursos e técnicas variam em intensidade, ou seja, em cada um dos setores da
economia são empregados recursos e técnicas em proporções diferentes. Em outras
palavras, temos atividades de produção ou setores da economia que são intensivos
em terra ou recursos naturais, outros em mão de obra ou tra balho, e ainda outros,
que são intensivos em capital.
030
O autor nos explica ainda que a intensidade/proporção de uso/emprego dos fatores
de produção ou recursos produtivos classi�ca as atividades de produção ou setores
da economia em atividades primárias, secundárias e terciárias de produção. Vamos
entender cada uma delas?
Atividades primárias de produção ou setor primário – Agricultura (lavouras
permanentes, temporárias, horticultura, �oricultura); pecuária (criação e abate de
gado, de suínos e aves, pesca e caça); extração vegetal (produção �orestal: silvicultura
e re�orestamento).
Atividades secundárias de produção ou setor secundário – Indústria extrativa
mineral (minerais metálicos e não metálicos); indústria de transformação (produtos
alimentícios, minerais não metálicos, metalurgia, mobiliário, química, �ação e
tecelagem, vestuário, calçados, material elétrico, de telecomunicações e de
transporte, produtos de matérias plásticas, bebidas, fumos), indústria da construção
(obras públicas, construções privadas).
Atividades terciárias de produção ou setor terciário – Comércio (atacadista e
varejista); transportes (rodoviários, ferroviários, hidroviários e aeroviários);
comunicações (telecomunicações, correios e telégrafos, radiofusão e TV);
intermediação �nanceira (bancos, seguradoras, distribuidoras e corretoras de valores
e bolsas de valores); imobiliárias (comércio imobiliário, administração e locação)
hospedagem e alimentação (hotéis, restaurantes, bares e lanchonetes); reparação e
manutenção (máquinas, veículos e equipamentos); serviços pessoais (cabeleireiros,
barbeiros); outros serviços (assistência à saúde, educação, cultura, lazer, culto
religioso) e governo (federal, estadual e municipal).
031
04
A Curva de Possibilidade de 
Produção e o Custo 
de Oportunidade
032
Olá, aluno(a), tudo bem? Agora que você conheceu alguns conceitos fundamentais
como a economia, nesta aula vamos compreender mais dois termos, talvez dois dos
mais importantes para as ciências econômicas, que são a curva de possibilidade de
produção e o custo de oportunidade. Esse último você conheceu um pouquinho, na
nossa primeira aula, lembra?
Conforme já vimos, a economia está diretamente relacionada ao problema da
escolha, ou seja, como os fatores de produção são limitados e as necessidades
humanas ilimitadas, é preciso a toda hora fazer escolhas. E para as empresas não é
diferente, elas precisam de�nir quais bens e serviços vão produzir e ofertar, como e
em qual quantidade.
Para entender melhor como a escolha é feita, vamos a uma situação hipotética, ou
seja, criada. A situação é a seguinte: uma economia produz apenas dois bens, que
chamaremos de bem X e bem Y, que você pode, por exemplo, chamar de lápis e
caneca. Além disso, a quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são �xas, ou
seja, independente de produzir o bem X ou o bem Y a quantidade e a qualidade dos
recursos produtivos são as mesmas.
Na nossa situação hipotética, existe pleno emprego, em outras palavras, essa
economia produz o máximo que ela pode dada à quantidade de recursos produtivos
que ela tem disponível, não existindo capacidade ociosa. E a tecnologia é constante.
Isso porque o uso da tecnologia é uma forma de aumentar a produção utilizando a
mesma quantidade de fatores de produção disponíveis.
Com base nas características citadas acima, podemos veri�car a quantidade de cada
bem que poderá ser produzido dados os recursos produtivos que temos disponíveis.
Isso pode ser visto no quadro 4.1.
033
Quadro 4.1 - Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de
fatores de produção disponíveis. FONTE: Elaborado pela autora (2019).
Bem
Quantidade
máxima de Y
Quantidades intermediárias 
Quantidade
máxima de X
X 0 3 6 8 9 10
Y 15 13 12 10 6 0
ponto A B C D E F
Como pode ser observado no quadro 4.1, a economia poderá produzir 15 unidades
do bem Y ou 10 unidades do bem X. Porém, nesses casos, o outro bem não poderá
ser produzido, pois não há recursos produtivos disponíveis para a produção dos dois
bens.
Caso a economia queira produzir os bens X e Y, deverá “abrir mão” de certa
quantidade de um bem para produzir o outro. Por exemplo, para produzir 3 unidades
de X, a empresa deverá deixar de produzir 14 unidades de Y ou 6 unidades de X,
deverá deixar de produzir 1 unidade de Y,ou ainda, para produzir 8 unidades de X,
serão 10 unidades do Y que deverão ser deixados de serem produzidos, ou ainda 9
unidades do bem X e 7 do bem Y.
Outra forma de visualizar essa situação é por meio da �gura 4.1.
034
10
8
6
4
2
0
10
8
6
4
2
0
2 4 6 8 10 12 142 4 6 8 10 12 14
Bem XBem X
Bem YBem Y
FF EE
DD
CC
BB
AA
Grá�co 4.1 – Curva de possibilidade de produção. FONTE: Baseado em Vasconcellos
(2015).
O grá�co 4.1 mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipotética poderá
produzir dados os fatores de produção limitados. Essa curva é chamada de curva das
possibilidades de produção ou curva de transformação. Portanto, qualquer dos
pontos em cima da curva (A, B, C, D, E, F) representa um uso igualmente e�ciente de
todos os recursos, dada a tecnologia.
A curva de possibilidade de produção ou curva de transformação
demonstra a quantidade máxima de dois bens ou de serviços que uma
economia consegue produzir dadas a quantidade e a qualidade de
fatores de produção disponíveis e a tecnologia existente.
035
10
8
6
4
2
0
10
8
6
4
2
0
2 4 6 8 10 12 142 4 6 8 10 12 14
Bem XBem X
Bem YBem Y
FF EE
DD
CC
BB
AA
S
Z
Grá�co 4.2 – Curva de possibilidade de produção. FONTE: Baseado em Vasconcellos
(2015).
Por outro lado, pontos além da fronteira não poderão ser atingidos com os recursos
disponíveis. Pontos internos à curva representam situações nas quais a economia não
está empregando todos os recursos de que dispõe, ou seja, não está operando em
pleno emprego. Por exemplo, no ponto S, vamos supor que essa economia queira
produzir 12 unidades do bem X e 8 do bem Y, nesse caso, não teremos fatores de
produção su�cientes para produzir os dois bens nessas quantidades.
Situação oposta, no ponto Z, se a economia quiser produzir 8 unidades do bem X e 6
unidades do bem Y. Existem fatores de produção su�cientes, mas a economia não
será e�ciente. Essas situações podem ser vistas no grá�co 4.2.
Porém, existe uma forma de a economia chegar ao ponto S, que é por meio da
tecnologia. A tecnologia é um fator que desloca a curva das possibilidades de
produção, pois, como já discutimos, aumenta a quantidade produzida, utilizando os
mesmos recursos de produção disponíveis, ou seja, aumenta a capacidade produtiva
da empresa.
Na prática pode acontecer de a curva das possibilidades de produção se deslocar
mais em direção a um bem do que a outro. Isso acontece em função dos bens não
possuírem exatamente o mesmo processo produtivo ou as mesmas quantidades de
todos os fatores de produção. Então, o recurso produtivo que seja mais afetado pela
tecnologia tende a deslocar mais a curva de transformação.
036
Tudo que abordamos sobre curva das possibilidades de produção também nos
mostra outro conceito muito importante para a ciência econômica, que é o custo de
oportunidade, no qual a empresa teve que “abrir mão” de certa quantidade
produzida do bem Y em função da produção do bem X.  Como vimos nas aulas
anteriores, o custo de oportunidade pode ser de�nido como o sacrifício de se
transferir os recursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um
bem ou serviço que se deve renunciar para obter outro.
É importante observar que só existe custo de oportunidade se a economia estiver
funcionando em pleno emprego, ou seja, se os recursos forem plenamente utilizados
nos pontos A a F que estão sobre a curva de possibilidade de produção.
Divisão das Ciências
Econômicas
Para �ns metodológicos e estudos econômicos, divide-se a ciência eco nômica em
duas grandes áreas, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia. A
microeconomia, segundo Viceconti e Neves (2010, p. 09), “é o ramo da teoria
econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou
grupo de produtos”. Em outras palavras, estuda a interação entre compradores e
vendedores em determinados mercados como, por exemplo, no mercado de
produtos alimentícios.
Assim sendo, o estudo da microeconomia está voltado, entre outros, para:
a. instituições individualizáveis, isoladamente ou em grupos homogêneos;
b. comportamento dos consumidores;
c. comportamento das empresas;
d. estruturas e mecanismos de funcionamento dos mercados;
e. funções e imperfeições dos mercados;
f. remuneração paga aos agentes e à repartição funcional da renda nacional e g)
preços que as empresas recebem por suas produções (ROSSETTI, 2008).
Nas unidades II e III, serão abordadas as noções básicas que envolvem essa área da
Teoria Econômica.
037
A macroeconomia, por sua vez, “é o ramo da teoria econômica que estuda o
funcionamento da economia como um todo, procurando identi�car e medir inúmeras
variáveis”, tais como: nível de produção total, investimento agregado, poupança
agregada, nível de emprego, nível geral de preços etc. (VICECONTI; NEVES, 2010, p.
09). Dessa forma, o estudo da macroeconomia está voltado, entre outros, para:
a. a economia em seu conjunto;
b. o desempenho total da economia, dadas as causas e os mecanismos de
correção das �utuações;
c. os agregados macroeconômicos, tais como PIB e RN;
d. as relações entre macrovariáveis, tais como investimento e nível de emprego;
e. as medidas de tendência central, tais como taxas de juros e de câmbio;
f. as trocas internacionais e
g. o crescimento e desenvolvimento das economias (ROSSETTI, 2008).
As noções básicas que envolvem essa área da teoria econômica serão tratadas nas
próximas aulas.
A economia é dividida em duas grandes áreas: a macroeconomia que
estuda as variáveis agregadas e a microeconomia que analisa os
agentes econômicos de forma individual.
038
05
Fundamentos da 
Teoria do Consumidor
039
Olá, aluno(a), tudo bem? Agora que você já conheceu os conceitos básicos e
fundamentais da economia, vamos começar nossas discussões sobre uma das
grandes áreas de estudo da economia, que é a microeconomia. Para que isso seja
possível, precisamos entender o comportamento do agente econômico família em
relação às decisões de consumo. Portanto, inicialmente peço que deixe de lado as
empresas e pensemos apenas nos consumidores, ok?
Quando você vai às compras, por exemplo, em um shopping, quais fatores você leva
em consideração para escolher um produto dentre tantos que estão disponíveis? De
maneira geral (vamos trabalhar com regras e não com exceções) os consumidores
possuem algumas características que ajudam na decisão de compra. Essas
características, segundo Mendes (2009), são: 
Excluindo a poupança, os consumidores gastam toda sua renda em bens e
serviços.
Os consumidores gastam sua renda em mais de um bem ou serviço.
Como as necessidades humanas são ilimitadas, os consumidores raramente
estão satisfeitos com a quantidade de produtos comprados.
Os consumidores procuram maximizar a satisfação total, dados sua renda e os
preços dos bens.    
Com base nessas características, os consumidores preferem alguns bens e serviços
em relação a outros, ou seja, os consumidores são capazes de colocar as cestas de
bens e serviços em ordem de acordo com suas preferências. Certamente você deve
estar se perguntando o que é cesta de bens, certo? Uma cesta de bens e serviços é
um conjunto de quantidades de determinados bens e serviços.
Para �car mais claro, essas cestas são compostas por quantidades somente de dois
bens e/ou serviços. Tal situação pode ser representada por:
C = (Q1, Q2)
No qual:  
C – cesta de bens e serviços
Q1 – quantidade do bem ou serviço 1
Q2 – quantidade do bem ou serviço 2
Mas, como essa escolha por determinada cesta de bens e serviços é feita? A escolha
que o consumidor faz por determinadas cestas de bens e serviços em relação a outras
é feita a partir de três pressupostos:
040
A > B
B > C
Então, A > C
Mais é melhor do que menos – os consumidores preferem maiores
quantidades a menores.
Em geral, os consumidores escolhem sempre maiores quantidadespossíveis. Mesmo aqueles que preferem qualidade gostariam de
comprar um número maior de mercadorias.
A preferência é completa – os consumidores são capazes de comparar duas ou
mais cestas de bens e serviços e escolher a que mais lhe agrada.
A preferência é transitiva – dadas três cestas, A, B e C, e comparando duas
cestas por vez, entre A e B, o consumidor prefere a cesta A. Entre B e C, o
consumidor prefere a cesta B. Então, entre A e C, o consumidor vai preferir a
cesta A. Esta situação pode ser vista no esquema a seguir:
Para melhor entender o terceiro pressuposto, vamos pensar no seguinte exemplo:
Joana tem três cestas de bens e serviços disponíveis, A, B e C, dados a sua renda e o
preço dos bens, conforme situação abaixo.
1. Cesta A = (5 pipocas,1 chocolate)
2. Cesta B = (4 pipocas, 2 chocolates)
3. Cesta C = (3 pipocas e 3 chocolates)
Entre a cesta A e a cesta B, Joana prefere a cesta A. Entre a cesta B e a cesta C, ela
escolherá a cesta B. Então, como a A ganhou da B e a B ganhou da C, se compararmos
as cestas A e C, Joana preferirá a A.
041
Função utilidade
Os pressupostos da teoria do consumidor que discutimos anteriormente demonstram
as preferências dos consumidores. Essas preferências podem ser representadas por
meio de uma função, a chamada função utilidade. Nesse sentido, Mendes (2009)
de�ne utilidade como benefício ou satisfação que o consumo de um bem ou serviço
pode gerar a uma pessoa.
A função utilidade pode ser representada como:
U = f (Q1, Q2)
No qual:
U – utilidade
f – uma representação matemática que signi�ca “em função de que”
Q1 – quantidade do bem 1
Q2 – quantidade do bem 2
Existem dois tipos de utilidade, a total e a marginal. A utilidade total refere-se à
satisfação completa pelo consumo de todas as quantidades consumidas de um
determinado bem ou serviço. A utilidade total é crescente até certo ponto, que é
chamado de ponto de saturação. A partir desse ponto, ela vai decrescendo, ou seja, o
grau de satisfação vai reduzindo.
Já a utilidade marginal é diferente, pois refere-se à satisfação gerada pelo consumo
de uma unidade a mais de um determinado bem ou serviço. Gra�camente, a
utilidade marginal é decrescente, ou seja, ela reduz na medida em que a pessoa vai
consumindo quantidades adicionais de um bem ou serviço.
Para melhor entendimento da diferença entre utilidade total e marginal, Mendes
(2009) apresenta um exemplo que vamos utilizar com algumas alterações. Imagina
João no deserto, com muita sede. Ele encontra um vendedor de água e como está
com sede e tem dinheiro, comprará copos de água. Para o primeiro copo, João está
disposto a pagar um valor muito alto pela água, por exemplo, 70 reais, pois o grau de
satisfação que o consumo desse copo trará é muito alto. Já no segundo copo, nosso
consumidor está disposto a pagar um valor ainda alto, mas não tão alto quanto pagou
042
pelo primeiro copo, por exemplo, 50 reais. E assim, sucessivamente, até chegar ao
décimo copo, no qual ele não está mais disposto a pagar nada pela água, pois o
décimo copo não trará mais benefícios ao nosso consumidor.
  E, se continuarmos analisando cada possível copo consumido, chegaremos a um
valor negativo, ou seja, o consumo, por exemplo, do décimo primeiro copo gera uma
repulsa. Veja tal situação na tabela 5.1.
Tabela 5.1 – Utilidades Total e Marginal do consumo de copos de água por João.
FONTE: Mendes (2009).
Quantidade de copos de água Utilidade Total Utilidade Marginal
0     0 -
1   70 70
2 120 50
3 165 45
4 190 25
5 210 20
6 225 15
7 235 10
8 240 5
9 242 2
10 243 1
043
Utilidade
total
Quantidade conumida
Utilidade
marginal
Quantidade conumida
Grá�co 5. 1 – Representação das curvas de utilidades total e marginal. FONTE:
Vasconcellos (2015, p. 33).
A tabela 5.1 representa as utilidades total e marginal de João ao consumir os copos de
água. Como você vê, o valor que ele está disposto a pagar por cada copo reduz na
medida em que o consumo aumenta, sendo o primeiro copo 70 reais e o décimo
copo, apenas um real.
Pelo nosso exemplo você percebeu que a utilidade marginal foi reduzindo, ou seja, o
grau de satisfação de João por cada copo de água reduz ao longo do consumo. Já a
utilidade total, que é a soma de todas as utilidades, aumentou. Para melhor visualizar
essa situação, vamos representá-la no grá�co 5.1.
O grá�co 5.1 demonstra que a utilidade total aumenta conforme aumenta a
quantidade consumida de um determinado bem ou serviço e a utilidade marginal
decresce na medida em que aumenta o consumo de um determinado bem ou serviço.
044
Na prática, essa situação acontece em um rodízio de pizzas ou carnes,
por exemplo. Quando chegamos ao restaurante, estamos com tanta
fome que o primeiro pedaço de pizza gera um grau de satisfação
enorme. Porém, conforme vamos comendo, nossa fome vai acabando
e a satisfação gerada vai reduzindo, até chegar ao ponto que não
querermos mais pizza e pedimos ao garçom para não nos oferecê-la
mais (utilidade marginal negativa).
É importante observar que representei a utilidade, tanto total como marginal, por
meio do dinheiro que o João está disposto a pagar pelos copos de água, mas apenas
para facilitar o entendimento. Como a utilidade é a satisfação gerada pelo consumo
de bem ou serviço, não é fácil quanti�cá-la, pois o grau de satisfação é diferente para
cada pessoa. Então, utilidade não é medida por meio de números, e sim pelo grau de
satisfação.
Curva de indiferença
Outra curva muito importante que precisamos conhecer é chamada curva de
indiferença, que mostra as cestas que o consumidor considera indiferente, ou seja,
as possíveis cestas que o consumidor desejaria adquirir. Vamos supor que a
consumidora Joana consuma batatas e carnes e que, dados sua renda e o preço
desses bens, existem quatro cestas disponíveis. 
045
Batatas
(Kg)
Carne (Kg)
8
5
3
2 3 5
A
B
C
Uo
Grá�co 5.2 – Curva de indiferença de Maria para refrigerantes e pipocas. FONTE:
Vasconcellos (2015, p. 34).
Tabela 5.2 – Cestas de Joana compostas por batata e carne. FONTE: Elaboração da
autora (2019 com base em Vasconcellos (2015).
Cesta Quantidade de batata (kg) Quantidade de carne (kg)
C1 (1,4) 8 2
C2 (2,3) 5 3
C3 (3,2) 3 5
A tabela 5.2 mostra quatro cestas compostas por batata e carne que estão disponíveis
para Joana dados sua renda e o preço dos bens. Essa situação pode ser representada
gra�camente no grá�co 5.2.
Conforme visto no grá�co 5.2, qualquer cesta sobre a curva de indiferença é, como o
nome já diz, indiferente para Joana adquirir. Segundo Vasconcellos (2015), a curva de
indiferença possui duas características:
046
Inclinação negativa – para aumentar o consumo de um bem X é necessário
reduzir o consumo de outro bem Y, ou seja, substituir parte de X por Y, para
manter-se na mesma curva.
Convexidade em relação à origem – a taxa marginal de substituição vai
diminuindo na medida em que aumenta a quantidade de um bem e reduzimos a
quantidade do outro. No grá�co anterior, isso é consequência da menor
capacidade de substituir batatas por carne, quando diminuímos as primeiras e
aumentamos a segunda.
047
06
Teoria da 
Demanda
048
Olá, aluno(a), tudo bem? Os fundamentos da teoria do consumidor que discutimos na
aula passada são a base para a compreensão da teoria da demanda, que
estudaremos agora. Você certamente já ouviu e muito falar sobre demanda, certo?
Então, a teoria da demanda tem como objetivo tratar das necessidades dos
consumidores, ou seja, essa teoria procura explicar o comportamento do consumidor
ao escolher bens e serviços.
Mas o que é demanda? Demanda e procura são duas palavras que se referem ao
mesmo conceito, e pode ser de�nida como a quantidade de um determinado bem ou
serviço que um consumidor deseja e está capacitado a comprar por unidade de
tempo. Pela minha de�nição você pode perceber que destaquei três termos que
foram “deseja”, “está capacitado” e “tempo”. Você sabe me dizer o motivo dessas
palavras estarem em destaque? São termos de suma importância para a
compreensão da demanda.Vou lhe explicar melhor!
Demanda é um conceito muito importante do estudo da economia,
pois trata da procura do consumidor por um determinado bem ou
serviço dados a renda e o preço do tempo. Além disso, para existir
demanda, é preciso que o bem gere utilidade.
A palavra “deseja” está em destaque porque a demanda é uma intenção de compra e
não a compra efetiva. Portanto, o consumidor procura (demanda) um certo bem e
depois decidirá se efetuará a compra ou não. Além disso, só existe demanda se a
pessoa puder pagar pelo bem ou serviço. Se não puder pagar, ou seja, se não tiver
renda su�ciente, não haverá demanda. Então, o sonho de consumo que muitas vezes
temos não é considerado demanda, pois não podemos pagar por ele.
Outra observação é que demanda sempre vem acompanhada da unidade tempo, pois
a demanda altera com o tempo. Se a demanda é uma intenção de compra dados a
renda e o preço do bem, com o tempo o preço altera e a renda também, então, a
demanda é alterada. Podemos concluir então que a demanda é dinâmica!
049
P
D
Q
Grá�co 6.1 – Representação da curva de demanda. FONTE: Elaboração da autora
(2019).
E, por último, o conceito de demanda está relacionado à ideia de utilidade. Isso
mesmo, aquela mesma utilidade discutida na aula anterior. Então, só existirá
demanda se aquele bem ou serviço gerar algum tipo de satisfação para o consumidor.
Se não gera satisfação, não há demanda, pois quem deseja um bem ou serviço sem
utilidade, não é mesmo?
Agora que você já sabe o conceito de demanda, vamos representá-la gra�camente? A
curva de demanda é representada conforme grá�co 6.1.
Conforme podemos ver no grá�co 6.1, a curva de demanda, que está representada
pela letra “D” é a relação entre o preço (P) bem e quantidade (Q). Como você
percebeu, ela é negativamente inclinada, ou seja, tem o formato para baixo. Você
sabe responder por que a curva de demanda é negativamente inclinada?
A curva de demanda é negativamente inclinada porque conforme o preço aumenta, a
quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir reduz, pois se o preço
aumentar, os consumidores vão substituir o consumo do bem por um outro bem, que
chamamos de bem substituto. Esse efeito de substituir um bem pelo outro é
chamado de efeito substituição.
050
Fonte: Disponível aqui
Preço da cesta básica apresenta in�ação de 4,04% no mês de maio
em Petrolina
"Como os preços acumulados estão crescendo, os consumidores
precisam continuar buscando alternativas comprando em menores
quantidades, produtos em oferta, substituindo mercadorias mais caras
por outras mais baratas e até mesmo, não comprando o produto para
forçar a redução do preço. Em períodos de alta, como a do início deste
ano, o importante é o consumidor procurar economizar, pois enfrenta
uma perda de poder aquisitivo da sua renda", explicou o economista.
Além do efeito substituição, existe um outro efeito que faz com que a curva de
demanda seja negativamente inclinada, que é o efeito renda. Esse efeito nos diz que
ao aumentar a renda, o consumidor demanda quantidades maiores de um
determinado bem.
Resumindo: a curva de demanda é negativamente inclinada porque conforme o preço
muda, a quantidade demandada altera também (efeito substituição), e alterações na
renda, alteram a quantidade demanda (efeito renda). Para facilitar a explicação acima,
vou mostrar um exemplo. Você deseja comprar barras de chocolate ao leite, mas não
sabe exatamente quantas barras comprar, pois vai depender do preço que você
encontre. Você levou um valor qualquer, digamos R$ 20,00, para comprar a
guloseima. Assim, quanto menor estiver o preço, mais chocolates você levará para
casa, certo? Essa situação simulada pode ser vista na tabela 6.1.
051
https://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2019/06/12/preco-da-cesta-basica-apresenta-inflacao-de-404percent-no-mes-de-maio-em-petrolina.ghtml
P
6
5
4
3
3 4 5 6
D
Q
Grá�co 6.2 – Representação da curva de demanda. FONTE: Elaboração da autora
(2019).
Tabela 6.1 – Demanda por barras de chocolate. FONTE: Elaboração da autora (2019).
Preço do chocolate Quantidades do chocolate
6 3
5 4
4 5
3 6
Analisando a tabela 6.1, podemos perceber que você vai demandar mais barras de
chocolate quando o preço está mais baixo. A R$ 6,00 somente três chocolates, a R$
3,00 você demanda o dobro. Podemos representar essa situação gra�camente no
grá�co 6.2.
052
Claro que a curva de demanda representa apenas um consumidor, mas também
temos a curva de demanda de mercado, que é a soma das curvas de demanda
individuais de um determinado bem que está sendo vendido a um determinado
preço. Independentemente de ser curva de demanda individual ou de mercado, ela
será sempre negativamente inclinada, pelos motivos que já explicamos.
Fatores que afetam a
curva de demanda
A curva de demanda não é estática, e varia de acordo com alguns fatores. Ou seja,
existem certas variáveis que afetam a curva de demanda tanto positiva quanto
negativamente, deslocando para cima ou para baixo a curva.
O principal fator que determina a demanda é o preço do produto, certo? Portanto, o
aumento no preço faz com que a quantidade que os consumidores estão dispostos a
consumir reduza, assim como reduções no preço aumenta a procura pelo bem. Nesse
caso, não há um deslocamento da curva de demanda, mas apenas os pontos sobre a
curva que deslocam. Chamamos isso de alteração na quantidade demandada e não
alteração na demanda.
Qualquer outro fator que faça com que a demanda altere ou reduza desloca a curva
de demanda para cima ou para baixo. Vamos conhecer esses fatores?
Renda
É um dos principais fatores que afetam a curva de demanda. Então, de acordo com a
renda, os consumidores irão escolher qual das cestas de produtos disponíveis vai
demandar. A partir da variação da renda e do impacto que essa variação causa na
quantidade demandada, os bens podem ser classi�cados em:
Normal – quando há um aumento de renda, a quantidade demanda do bem ou
serviço aumenta. A maioria dos bens é normal, pois quando a pessoa tem um
aumento de renda, ela passa a demandar mais daquele bem. Nesse caso, a
curva de demanda se desloca para a direita, ou seja, para cima.
053
Inferior – quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos
daquele bem. Por exemplo, se você tiver um aumento de salário, você passará a
consumir mais determinados bens, como lazer, certo? Nesse caso, a curva de
demanda para carne de segunda se desloca para a esquerda, ou seja, para
baixo.
Consumo saciado – independentemente da renda, a quantidade de demanda
será a mesma, ou seja, mesmo que você passe a receber um salário maior ou o
preço do bem reduzir, você não vai demandar mais ou menos quantidades. Qual
exemplo podemos citar? O sal, cuja demanda não depende do preço. Existe
outro bem que você pode citar que tenha consumo saciado?
Preço dos bens complementares – bens complementares são os bens
consumidos juntos como, por exemplo, café e açúcar, arroz e feijão, pão e
manteiga etc. Então, se o preço de um bem aumentar (café) a quantidade
demanda de café e do seu complementar, que é o açúcar, reduzirá, deslocando
a curva de demanda para a esquerda.
Preço dos bens substitutos – bens substitutos são aqueles que têm
praticamente as mesmas características e, por esse motivo, podem ser
substituídos um pelo outro. Por exemplo, bolo de chocolate e bolo de coco,
manteiga e margarina, pão francês e pão de forma, entre outros.
Como são bens que podem ser substituídos, quando o preço de um aumentar, por
exemplo, da manteiga, a quantidade demandada de manteiga cairá e a quantidade
demandada do seu substituto, no caso, a margarina, aumentará. Nesse caso, a curva
de demanda de manteiga se desloca da direita para a esquerda, ou seja, para baixo, e
a curva de demanda de margarina se desloca para a direita.
Propaganda/Marketing
Cria uma necessidade de consumo. Então, é um instrumento muito utilizado para
aumentar a quantidade demandada de determinados bens e serviços, deslocando a
curva dedemanda para a direita.
Expectativa sobre o futuro – se Maria acredita que receberá um aumento daqui a
noventa dias, a demanda dela hoje aumentará. Caso contrário, se ela está em aviso
prévio, a demanda dela hoje reduzirá.
Hábitos/costumes – a demanda de alguns bens varia conforme o hábito e costume
da região. Por exemplo, na Índia a vaca é sagrada, então a demanda por carne bovina
é quase nula, enquanto no Brasil é alta. 
054
P
D
D’
Grá�co 6.3 – Deslocamento da curva de demanda para a direita. FONTE: Elaboração
da autora (2019).
Citei alguns fatores que afetam a curva de demanda, mas temos diversos outros, tais
como clima, políticas governamentais, entre outros. É importante lembrar que
qualquer fator que aumente a demanda deslocará a curva de demanda para a direita,
conforme grá�co 6.3. Em compensação, qualquer fator que reduz a demanda desloca
a curva de demanda para a esquerda, conforme grá�co 6.4.
O grá�co 6.3 mostra o deslocamento da curva de demanda para a direita, ou seja,
quando algum dos fatores estudados acima aumenta a demanda como, por exemplo,
aumento da renda, aumento do preço do bem substituto etc.
055
P
D’
D
Grá�co 6.4 – Deslocamento da curva de demanda para a esquerda. FONTE:
Elaboração da autora (2019).
O grá�co 6.4 mostra o deslocamento da curva de demanda para esquerda, ou seja,
quando algum dos fatores que estudamos acima reduz a demanda como, por
exemplo, redução da renda, redução do preço do bem complementar etc.
Quando falamos em uma alteração na quantidade demandada em
função de uma variação no preço do próprio bem, a curva de demanda
não se desloca, alterando apenas os pontos sobre a curva.
056
07
Teoria da Oferta e o
Equilíbrio de 
Mercado
057
P
Q
O
Grá�co 7.1 – Representação da curva de oferta. FONTE: Elaboração da autora (2019).
Olá, aluno(a), tudo bem? Após o estudo da teoria da demanda, agora vamos
compreender o outro lado da famosa lei oferta e demanda, que é a visão do produtor,
ou seja, das empresas. Portanto, a teoria da oferta estuda a resposta do produtor aos
incentivos de mercado, incentivos esses relacionados à quantidade demandada,
custos, incentivos governamentais, disponibilidade de fatores de produção, entre
outros.
Mas o que é oferta? Podemos de�nir oferta como sendo a quantidade de um bem ou
serviço que uma determina empresa deseja vender por unidade de tempo e dado o
preço de mercado. Assim como na demanda, três palavras foram destacadas na
minha de�nição, que são “deseja”, “tempo” e “preço”. Acredito que após nossas
discussões na aula anterior, você já sabe o motivo desses destaques, certo? Então
vamos discutir?
A palavra “deseja” está em negrito, pois a oferta depende do preço do bem, uma vez
que as empresas têm incentivo para aumentar a produção. Dependendo do preço do
bem, não signi�ca que, de fato, aumentem, já que o aumento da produção depende
de outros fatores e não somente do preço pelo qual a empresa deseja vender, pois
nem sempre o preço vendido é o desejado.
Outra observação é em relação à “unidade de tempo”! A oferta varia com o passar do
tempo, uma vez que o preço do produto muda, a procura por ele também muda, e os
custos são alterados. Portanto, a oferta também é dinâmica! E como a curva de oferta
é representada? A curva de oferta é representada conforme grá�co 7.1.
058
Conforme podemos visualizar no grá�co 7.1, a curva de oferta é positivamente
inclinada, ou seja, é para cima. Mas qual o motivo dessa diferença para a curva de
demanda? Para entender, vamos voltar ao exemplo da barra de chocolate, mas agora
pelo lado do fabricante. O preço do mercado de chocolate e a respectiva quantidade
oferta pode ser vista na tabela 7.1.
Tabela 7.1 – Oferta de uma empresa hipotética de títulos de capitalização. FONTE:
Elaboração da autora (2019).
Preço do chocolate Quantidade (milhões)
6 6
5 5
4 4
3 3
Ao analisar a tabela 7.1 podemos perceber que conforme o preço da barra de
chocolate reduz, a quantidade que a empresa desejava vender diminuiu também.
Vamos ver essa situação gra�camente?
059
P
3 4 5 6
6
5
4
3
Q
O
Grá�co 7.1 – Representação da curva de oferta para empresa. FONTE: Elaboração da
autora (2019).
Como podemos ver no grá�co 7.1, conforme o preço da barra de chocolate reduz, a
quantidade ofertada também reduz. Se continuarmos a baixar o preço, chega a um
ponto em que a empresa prefere sair do mercado do que vender o chocolate a um
determinado preço. Certamente você deve estar me perguntando qual é esse preço.
Não existe uma resposta padronizada, tudo dependerá do tipo de produto, dos
custos da empresa e do mercado em que ela atua.
Diferente da curva de demanda, a curva de oferta é negativamente
inclinada, pois as empresas desejam vender mais quando o preço de
mercado dos seus produtos está mais alto.
060
Fatores que afetam a
curva de oferta
Assim como a curva de demanda, existem fatores que afetam a curva de oferta,
deslocando-a para a direita ou para a esquerda, com exceção do preço, que não
desloca a curva de oferta, apenas os pontos sobre a curva, esse caso, chamaremos de
quantidade ofertada. Mas quais são os demais fatores que vão aumentar ou reduzir
a oferta? De acordo com Mendes (2008) as variáveis que afetam a curva de oferta são:
Preço dos insumos – aumento no preço dos insumos, aumenta os custos da
empresa e podem reduzir a produção, pois caso não seja repassado ao preço
�nal, a empresa terá menos lucro, deslocando a curva de oferta para a
esquerda.
Tecnologia – ótima forma de aumentar a produção, utilizando a mesma
quantidade de fatores de produção, assim, reduzindo os custos e aumentando a
oferta, deslocando a curva de oferta para a direita.
Preço dos produtos competitivos – quando falamos em produtos competitivos
estamos nos referindo a produtos alternativos do processo de produção, ou
seja, são produtos que utilizam mais ou menos o mesmo processo produtivo.
Nesse caso, a empresa escolherá produzir e vender aquele produto que tem um
preço de mercado mais alto.
Políticas do governo – dependendo da política pública do governo, a empresa
tem incentivo para aumentar ou reduzir a produção. Por exemplo, subsídio é um
incentivo para as empresas aumentarem a produção. Os subsídios acontecem
principalmente no setor agropecuário.
In�uências especiais – é quando uma condição meteorológica afeta alguns
setores e faz com que as empresas aumentem ou reduzam a produção. Por
exemplo, uma chuva causa uma redução na produção agrícola, reduzindo a
oferta.
Resumindo: qualquer fator que reduza custos é um incentivo para a empresa
aumentar a produção, deslocando a curva de oferta para a direita, conforme grá�co
7.2.
061
P
O
O’
Grá�co 7.2 – Deslocamento da curva de oferta para a direita. FONTE: Elaboração da
autora (2019).
Podemos ter uma situação oposta, quando qualquer fator que aumente o custo, ou
que reduza o lucro, é um incentivo para a empresa reduzir a produção, deslocando a
curva de oferta para a esquerda, conforme grá�co 7.3.
062
P
O’
O
Grá�co 7.3 – Deslocamento da curva de oferta para a esquerda. FONTE: Elaboração da
autora (2019).
Quando falamos em uma alteração na quantidade ofertada, em função
de uma variação no preço do próprio bem, a curva de oferta não se
desloca, alterando apenas os pontos sobre a curva.
Equilíbrio de Mercado
Até agora estudamos o comportamento dos consumidores e das empresas,
separadamente, mas sabemos que no mundo real a oferta e a demanda atuam
juntas. E é exatamente isso que faz com que o preço seja formado em mercados
063
P
P’
O
E
D
QQ’
Grá�co 7.4 - Equilíbrio em um mercado competitivo. FONTE: Elaboração da autora
(2019).
competitivos: quando as curvas de oferta e de demanda se interceptam.
Você deve estar se perguntando o que é mercado competitivo, certo? Fiz a observação
de que o equilíbrio discutido aqui é em mercados competitivos, pois temos outros
mercados, como os poucos competitivos e os sem competição, no qual o equilíbrio se
dá em outro ponto. Ou seja, funciona de outraforma a relação entre demanda e
oferta, e o preço é formado em um ponto mais alto, mas isso discutiremos em uma
outra aula. Por enquanto, pensamos em mercado com um grande número de
compradores e vendedores e um produto idêntico negociado, ok?
Voltando ao nosso equilíbrio! Chamamos esse ponto de equilíbrio de mercado e pode
ser representado pela letra “E”, conforme grá�co 7.4.
Analisando o grá�co 7.4, podemos perceber que o ponto onde as curvas de oferta (O)
e demanda (D) se encontram é o ponto de equilíbrio (E), e esse ponto mostra o preço
e a quantidade negociados no mercado, P’ e Q’, respectivamente. Assim, preço acima
de P’ signi�ca que haverá mais oferta do que demanda, ou seja, teremos um excesso
de oferta, e pela lei da oferta e da demanda, oferta maior que demanda, o preço
tende a baixar. Então, pontos acima de P’ fazem com que sobrem produtos no
mercado, e o preço automaticamente reduzirá.
064
Existe o caso contrário também: qualquer ponto abaixo de P’ signi�ca que teremos
um excesso de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adquirir o bem ou serviço
do que empresas dispostas a vender. Nesse caso, o preço aumentará, de modo a
chegar ao ponto (E), que é o ponto de equilíbrio. 
O equilíbrio de mercado acontece quando as curvas de oferta e
demanda se encontram. Mesmo quando há aumento ou redução de
preços e, consequentemente, as curvas de oferta e demanda se
deslocam, com o passar o tempo, elas tendem a encontrar um novo
ponto de equilíbrio.
É importante observar que todos os fatores estudados na curva de demanda afetam o
ponto de equilíbrio, tais como renda, preço dos produtos complementares e
substitutos, expectativa sobre o futuro, entre outros; e todos os fatores que vimos
que afetam a curva de oferta, tais como, tecnologia, preço dos produtos relacionados,
interferência governamental etc.
O governo também pode afetar o ponto de equilíbrio por meio de:
Fixação de preços mínimos – acontece quando o governo �xa o preço mínimo que
seria vendido no mercado. Esse instrumento tem como objetivo bene�ciar o produtor
de forma a garantir um nível de preço superior ao preço de equilíbrio. Um exemplo
seria o mercado de trabalho, por meio de �xação do salário mínimo. Outro mercado
que participa dessa política é o mercado agrícola, no qual o governo se compromete a
adquirir a produção caso o preço de mercado esteja abaixo do preço �xado.
065
Fonte: Disponível aqui
Um preço mínimo é o menor preço legal que pode ser pago em um
mercado por bens e serviços, trabalho ou capital �nanceiro. Talvez o
exemplo mais conhecido de preço mínimo seja o do salário mínimo,
que é baseado na visão normativa de que alguém que trabalhe em
tempo integral deve ser capaz de manter um padrão básico de vida. O
salário mínimo federal no �nal de 2014 era de R$7,25 por hora, o que
gera uma renda para uma única pessoa ligeiramente acima da linha da
pobreza. Na medida em que o custo de vida sobe ao longo do tempo, o
Congresso eleva periodicamente o salário mínimo federal.
Preços mínimos às vezes são chamados de subsídios de preços, pois
eles mantêm um preço, evitando que ele caia abaixo de um certo valor.
Ao redor do mundo, muitos países aprovaram leis para criar suportes
de preços agrícolas. Os preços agrícolas, são, portanto, as receitas
agrícolas, �utuam – às vezes largamente. Então, mesmo se, na média,
as receitas agrícolas estiverem adequadas, em alguns anos elas podem
�car bem baixas. Logo, o objetivo do suporte de preços é prevenir
esses tipos de oscilações.
Fixação de preços máximos – acontece quando o preço vendido no mercado está
muito alto e o governo, com o objetivo de defender o consumidor, estabelece um
preço máximo que as empresas podem vender seus produtos. O preço máximo será
sempre menor do que o preço de equilíbrio, ou seja, abaixo de P’.
Subsídios – nesse caso, o governo, com o objetivo muitas vezes de desenvolver
determinados setores, paga uma parte dos custos produtivos da empresa, que terá
incentivo para aumentar a quantidade ofertada e/ou reduzir preço.
066
https://pt.khanacademy.org/economics-finance-domain/microeconomics/consumer-producer-surplus/deadweight-loss-tutorial/a/price-ceilings-and-price-floors-cnx
Congelamento e tabelamento de preços – muito utilizado na década de 1980 e
início da década de 1990, para combater a in�ação. O governo congela preços e/ou
salários, de forma a de�nir o P’.
Subsídio e incentivo agroquímico passa R$ 14 bi no Brasil
Estimativas apontam que o país concedeu ao menos R$2,07 bilhões
com a isenção �scal aos pesticidas. De acordo com o defensor público
Marcelo Carneiro Novaes, apenas no ano de 2016 mais de R$14 bilhões
foram transferidos em subsídios tributários para a indústria de
defensivos no Brasil, o que dá R$ 70 por habitante do país.
067
08
Elasticidades
068
Olá, aluno(a), tudo bem? Sabemos que quando o preço de um determinado bem
aumenta, a quantidade demandada desse bem reduz, assim como se a renda de uma
pessoa reduz, a demanda por certos bens e serviços também reduz. Mas em quantos
porcentos? Temos uma forma de saber isso, que é por meio da elasticidade.
Elasticidade, que é sinônimo de sensibilidade, é de�nida por Mendes (2009) como
sendo uma medida de resposta que compara a mudança percentual de uma variável
devido a uma mudança percentual em outra variável. Em outras palavras, a
elasticidade é a reação de uma variável face a mudança em outra variável.
Elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma
variação percentual em outra.
As elasticidades podem ser da demanda e da oferta. Nosso foco serão as
elasticidades da demanda, pois são as mais utilizadas no mundo real. Vamos conhecê-
las?
Elasticidade da demanda
A elasticidade da demanda mostra a variação da quantidade demandada em função
do aumento ou redução do preço, ou seja, é uma medida da variação na demanda de
uma mercadoria. Conforme já discutimos, a demanda depende de alguns fatores, tais
como, o preço da mercadoria, a renda do consumidor, o preço de outras mercadorias
e o gosto do consumidor. Assim, quando há qualquer mudança em uma dessas
variáveis, ocorre variação na quantidade demandada da mercadoria na unidade de
tempo em questão (SANDRONI, 1999).
069
P ∆Q
Q ∆P
Ep =
Portanto, segundo Sandroni (1999), a elasticidade da procura mede a variação relativa
da quantidade comprada na unidade de tempo, quando ocorre uma variação em um
dos fatores citados anteriormente, mantendo-se constantes os demais. A partir disso,
têm-se a elasticidade-preço da demanda, a elasticidade-renda da demanda e outras
variáveis. Vamos conhecê-las?
Elasticidade preço
A elasticidade preço da demanda mostra o impacto da variação do preço na
quantidade demanda de um determinado bem ou serviço, em outras palavras, mede
a resposta dos consumidores quando ocorre uma variação no preço de um bem ou
serviço (VASCONCELLOS, 2015).
O coe�ciente de elasticidade-preço da demanda pode ser obtido dividindo-se a
variação percentual dos seus preços, conforme expressão a seguir:
No qual:
Ep – elasticidade preço
P – preço
Q – quantidade
∆Q – variação da quantidade
∆P – variação do preço
É importante observar que a análise da elasticidade preço é feita por módulo, ou seja,
sempre será negativo, mas a análise sempre levará em consideração o valor ser
positivo. Por exemplo, Ep= 1,2 = -1,2.
070
Fonte: Disponível aqui
Apesar de os indicativos apontarem a hipótese de redução da
demanda, o estudo da KPMG para a concessão concluiu que haverá
elevação. Em 2043, a venda de bilhetes deverá ser quase 1 milhão
maior do que a taxa atual, segundo a consultoria. Para chegar no
indicativo, a KPMG adotou uma fórmula que considera o crescimento
populacional e da renda do cidadão, além de um item de�nido como
“elasticidade”, o qual leva em conta a variação de elementos como o
Produto Interno Bruto (PIB) e o preço dos combustíveis.
De acordo com a elasticidade preço da demanda, os bens e serviços podem ser
classi�cados em:
Elásticos, quando a elasticidade preço for maior do que 1
Os bens de demanda

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