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PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Entender o papel do Gestor Comunicador. • Compreender a importância da comunicação no exercício da liderança. • Apresentar a técnica do feedback sob a ótica da comunicação. • Conhecer os principais tipos ou modelos de comunicação utilizados pelas organizações. • Refletir sobre as plataformas digitais e seus impactos na comunicação empresarial. A Comunicação e o Gestor Liderança e Comunicação Modelos de Comunicação para a Empresa Plataformas Digitais e a Nova Comunicação Empresarial Feedback - um Processo de Comunicação Professor Me. Jorge Van Dal Comunicação e Gestão de Pessoas A Comunicação e o Gestor Como vimos nas unidades anteriores, a comu- nicação é um dos principais elos e relação entre as pessoas e também entre organizações e seus colaboradores. Nesse sentido, fica claro que todo gestor que dirige uma organização e/ou lidera um grupo de pessoas deva conhecer, gerir e implan- tar um sistema eficaz de comunicação, mas na maioria das vezes, não é o que ocorre. Com isso, muitos problemas são provocados pela falta ou por falhas na comunicação. “ A comunicação é o espelho da cultura em- presarial e reflete, necessariamente, os valo- res das organizações. Se eles caminham para valorizar o profissionalismo, a transparên- cia, a responsabilidade social e a participa- ção, a comunicação se orienta no mesmo sentido (BUENO, 2009, p. 6). 99UNIDADE V As empresas modernas e os gestores que têm visão da importância estratégica da comunicação esti- mulam a criação de uma cultura de comunicação e atendimento. Um gestor trabalha com pessoas e precisa se comunicar com elas o tempo todo. No entanto, comunicar-se bem não significa falar muito; muitas vezes, ouvir se torna mais impor- tante. Abrir-se para as ideias de outros integrantes de uma equipe também é essencial. Infelizmente, muitos gestores não aceitam opiniões de seus co- laboradores, não deixando que eles expressem suas ideias, por medo ou receio de “quebrar a hierarquia”. Muitos especialistas em comunicação defen- dem que um bom administrador deve ser, tam- bém, um bom comunicador. Pimenta (2010, p. 165) aponta algumas qualidades gerais e especí- ficas e alguns cuidados que o administrador deve ter para melhorar sua capacidade de comunicação: Qualidades gerais (valores incorporados): • Organizações em suas atividades (ordenar, priorizar, delegar) e com seus objetos. • Honestidade, sinceridade, coragem, pon- tualidade, polidez, prudência, respeito, concentração, equilíbrio, elegância, são imprescindíveis aos profissionais de qual- quer área. • Criatividade, curiosidade e senso crítico, em relação aos eventos e aos desafios do cotidiano. • Entusiasmo, ter motivação própria, fator pri- mordial para conferir brilho a tudo que se faz. Qualidades específicas relacio- nadas à área de Administração: Manter-se sempre informado sobre literatura, his- tória, arte, etiqueta, gastronomia, música, atuali- dades, geografia, ou seja, adquirir cultura geral. • Conhecer o que está sendo veiculado na mídia (TV, jornais, revistas) do Brasil e do mundo: propagandas, campanhas publici- tárias, projetos. • Participar de seminários e congressos com temas afins à administração: Marketing, Relações Públicas. • Elaborar ou coordenar as atividades de Marketing, assessoria de Imprensa e Re- lações Públicas. Cuidados (derivam das qualidades gerais): • Ter o ideal como meta em qualquer em- preendimento, para isso, criticar-se sempre, buscando a melhor forma de concretizar seus objetivos. • Identificar, em si mesmo e nos outros, os preconceitos no que concerne às novas ideias e mudanças e trabalhar para que se- jam minimizados. Os preconceitos são gran- des dificultadores das relações interpessoais. • Enfrentar os conflitos naturais, jamais evi- tá-los. Eles aparecem por causa dos pre- conceitos e outros motivos, mas adminis- trados de maneira competente podem ser grandes fatores de progresso. 100 Comunicação e Gestão de Pessoas Corrado (1994 apud PIMENTA, 2010) defende a ideia de que o administrador (executivo-che- fe) pode agir como diretor de comunicação. Para tanto, é necessário, primeiramente, reconhecer a importância da comunicação no exercício da liderança. Segundo ele, para ser líder, é preciso ter capacidade de agregar pessoas e conduzi-las na mesma direção, lidando com suas emoções, destacando valores e acenando com o sucesso. Tais desafios exigem grande domínio das téc- nicas de comunicação. Entretanto, muitos admi- nistradores ainda não valorizam a comunicação. Isso acontece porque os administradores (COR- RADO, 1994 apud PIMENTA, 2010, p. 168): • não acreditam na relação da comunicação com o sucesso; • consideram que o investimento na comu- nicação não produz retorno quantificável; • subestimam sua abrangência, ou seja, consideram-na como habilidade técnicas (localizada, parcial, individual, particular) e não como atividade e estratégica (geral, coletiva, agregadora, organizadora, dire- cionadora). • evitam conflitos, preferem um pouco de acomodação. Liderança e Comunicação 101UNIDADE V Essa é uma atitude perigosa quando se pensa na competitividade da empresa e em sua imagem institucional, considerando o contexto atual, com os avanços tecnológicos que implicam (CORRA- DO, 1994 apud PIMENTA, 2010, p. 168): • consumidores com mais acesso às infor- mações e demanda de debate público abre questões ambientais, econômicas e legais; • comunicação em tempo real, fazendo que as decisões tenham de ser tomadas mais rapidamente; • uma expectativa de informações e expli- cações sobre a empresa por parte dos fun- cionários. O cuidado com a comunicação no exercício da liderança, é ela que vai permitir ao administrador conhecer a visão e os valores dos funcionários e articulá-los com os seus. A liderança deve ser exercida com base na (CORRADO, 1994 apud PIMENTA, 2010, p. 169): • construção de uma missão, que deve con- templar as expectativas e as necessidades de todos os interessados; • iniciativa em gerenciar mudanças: capita- lizando recursos humanos e financeiros; • divisão do poder; • manutenção da credibilidade, da integri- dade e da motivação. Os fatores que possibilitam ao administrador co- municar a visão empresarial são (CORRADO, 1994 apud PIMENTA, 2010, p. 169): • manter a mensagem simples; • utilizar estratégias que criem empatia; • ser coerente e honesto; • criar símbolos visíveis associados à nova visão; • realimentar sempre o processo de comu- nicação. 102 Comunicação e Gestão de Pessoas Como vimos em unidades anteriores, o processo de comunicação é bidirecional e cíclico, ou seja, ocorre a partir da interação entre um emissor (aquele dá início ao processo de comunicação) e o receptor (sujeito destinatário da mensagem). Nesse processo, o receptor interpreta a mensagem e dá o que chamamos de resposta ou feedback. Percebemos, portanto, que o feedback ou res- posta é parte integrante do processo de comuni- cação. Sem essa interação ou retorno, não existe comunicação, o máximo que pode ocorrer é a transmissão de informação e não comunicação. Martinelli e Ghisi (2006, p. 68) destacam que “ a comunicação, especialmente o ‘saber ouvir’, é um instrumento essencial para identificar as necessidades das outras partes presentes na negociação. Comunicar-se de forma eficaz envolve: Feedback - um Processo de Comunicação 103UNIDADE V Para Matos (2009, p. 17), o retorno da mensagem, ou feedback, “é o que garantiria a realimentação da comunicação e o prosseguimento do fluxo de mensagens. É fundamental também para os acertos das falhas e dos possíveis erros no processo da comunicação”. Nesse sentido, o termo feedback significaria algo como a reali- mentação ou retroalimentação de um sistema de comunicação, que pode ser um diálogo corriqueiro entre duas pessoas, ou um processo sistemático de reuniões ou encontros realizados com o objetivo de melhorar a comunicação, relacionamentoe produtividade nas empresas, por meio de conversas francas e estruturadas. “ A palavra feedback tem origem no idioma inglês e possui várias traduções, sempre relacionadas em seu sentido literal a um fluxo de informações ou materiais que exercem algum tipo de influên- cia sobre um processo ou evento. No mundo corporativo, fee- dback é a informação relacionada ao impacto que uma conduta ou situação exerce sobre a outra pessoa (MISSEL, 2016, p. 13). 1 4 A identificação e redução dos ruídos e interferências. A escolha do canal adequado. A elaboração do conteúdo da mensagem. O feedback (ou realimentação) por meio do qual pode-se confirmar se a decodificação da mensagem, pelo receptor, deu-se da maneira esperada pelo emissor. 2 3 104 Comunicação e Gestão de Pessoas É importante destacar que o feedback é um pro- cesso de comunicação que tem como princípio o foco em fatores positivos, com o objetivo de estimular as boas práticas. Devemos partir do princípio que todos cometemos erros, mas que o que nos faz avançar é aprender com eles. Por- tanto, os erros devem estar presentes no processo de feedback não como forma de punição ou ex- posição social, mas como verdadeiras lições de aprendizado conjunto. Podemos transportar esse conceito básico do processo de comunicação para a relação entre as pessoas em uma empresa. Pode ser entre colegas de trabalho, líderes e liderados ou até entre seus setores. Por exemplo, se alguém da sua equipe come- teu um erro que prejudicou o trabalho ou tem um comportamento inadequado em determinada situação, o feedback é uma maneira de comuni- cá-lo do que está acontecendo. Muitas vezes, o colaborador está executando uma tarefa errada ou produzindo resultados negativos, sem ter a cons- ciência disso. Falhas anteriores na comunicação podem ter lhe dado um entendimento equivocado até mesmo sobre quais são suas funções e tarefas. Para que haja, de fato, uma comunicação efi- ciente e para que esta melhore os resultados e relacionamentos entre as pessoas na empresa, é preciso estimular o feedback. Estimular a comu- nicação com interatividade, com espaço para que o outro também se expresse, participe do processo, se sinta parte integrante da organização. Na comu- nicação empresarial, o feedback pode melhorar e aprimorar as relações entre indivíduos e grupos. “ O feedback consiste na comunicação verbal (palavras escritas ou faladas) ou não verbal (gestos, expressões, tom de voz, postura, en- tre outras) dirigida a outros, tornando-os cientes de qual é o impacto de sua conduta nos participantes do grupo. É transmitido por meio de uma metodologia específica, direta e clara, informações sobre a eficácia de seu desempenho na execução das ativi- dades inerentes ao cargo que ocupa (MIS- SEL, 2016, p. 22). Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. A prática do feedback é cada vez mais utilizada na gestão de pessoas, mas muitas empresas ain- da encontram dificuldades para implementar tal processo, pelo fato de ter uma cultura com base em uma hierarquia rígida e antiquada, onde os “chefes” são tiranos soberanos. Mesmo nas empresas que têm gestores mais abertos ao diálogo e à comunicação, o processo de feedback pode encontrar barreira nos próprios colaboradores. Muitas pessoas têm dificuldades em ouvir e admitir ineficiências e enxergar o fee- dback como um processo constante de evolução. O feedback, para muitos gestores, até por falta de cultura, é visto como um grande problema. Na teoria, muitas pessoas têm essa impressão sobre o feedback, o que, na prática, é bem diferente. Poucos sabem, por exemplo, que o feedback é muito importante na melhoria do desempenho. Para saber mais, acesse o link disponível em: https://www.infoq.com/br/news/2010/04/ feedback-importancia-desempenho/. 105UNIDADE V O feedback é, sobretudo, um processo de comunicação que ocorre, muitas vezes, por meio de reuniões, diálogos e encontros programados e periódicos entre gestores e suas equipes. Nesse processo, o gestor propõe uma rodada de conversa individual e franca com seus liderados em que se destacam pontos positivos e negativos avaliados pelo gestor e pelos próprios colaboradores que, num processo de feedback verdadeiro, avaliam seus gestores e seus liderados. Por esses motivos, o processo de feedback deve ser planejado e conduzido de forma criteriosa. É recomendado que as reuniões ocorram de forma individual, pois é comum que os colabo- radores tenham receio de que suas falhas ou pontos negativos fiquem expostos e prejudiquem sua “imagem” perante os colegas. Missel (2016, p. 15) reforça ainda que o gestor habilidoso no uso da ferramenta de fee- dback tem o poder de mobilizar seus liderados para uma “ mudança de comporta- mento duradoura, uma vez que irá influenciar diretamente em sua au- toestima e em seu com- prometimento. 106 Comunicação e Gestão de Pessoas Agora, vamos conhecer os modelos de comunica- ção para a empresa, sendo fundamental o enten- dimento e o uso corretos desses modelos e tipos de comunicação, como também valorizar o uso adequado dos canais de comunicação disponíveis. Quando falamos de estratégias de comunicação ou informação em uma organização, alguns pontos devem ser levados em conta, afirma Bahia (1995): • Comunicação interna. • Comunicação externa. • Assessorias e porta-voz. • Informação e publicidade. Estes pontos listados acima levam em consideração: a) A comunicação entre os empresários e suas empresas. b) A comunicação dos empresários com a opinião pública (desde os veículos de di- vulgação, até os setores sociais decisórios ao público). Cada um dos itens aí enunciados consubstanciam funções profissionais, cujos requisitos primordiais são qualidade e competência. Modelos de Comunicação para a Empresa 107UNIDADE V Comunicação Interna Para ficar bem fácil de entender, este tipo de co- municação é aquela que visa transmitir ao público interno ou colaboradores internos da organização, com frequência e clareza, as ações, visões, missões e demais assuntos da organização. É necessário que o líder da organização dê prioridade à qualidade da informação que circula internamente na empresa, para haver um forta- lecimento nas relações entre os colaboradores da organização. A mensagem empresarial paga é, no jornal e na revista, o anúncio, o informe, o “jingle”, o “spot”; e na TV, o comercial, uma espécie de estrela do inter- valo. Apoiados em verbas crescentes, esses tipos de comunicação movimentam milhões de dólares. Fonte: Bahia (1995, p. 25). Nas empresas acontecem eventos, fatos, promo- ções entre outros que são a rede de informações naturais da organização. Para haver propagação dessas informações profissionais, em comunicação, selecionam e classificam esses acontecimentos. Mesmo com tecnologias que facilitam a pro- pagação das informações, algumas empresas têm receios de divulgar certos acontecimentos aos seus colaboradores, porém é extremamente importante que todos na organização saibam o que está acontecendo ao seu redor, melhorando, assim, processos e unificando os objetivos da or- ganização com a dos colaboradores. Bahia (1995) relata que está havendo uma mu- dança no comportamento empresarial, ou seja, a informação está sendo difundida de forma ampla e melhor. Contudo, é fato que as empresas se re- servam ao direito de divulgar o que é relevante e de necessidade para a organização. “ Essa consciência do empresário serve ainda para aproximá-lo dos veículos. Ele deve co- nhecer melhor o jornal, a revista, o rádio, a televisão, a publicidade e outros instrumen- tos de difusão, e saber preparar-se para con- viver com perguntas indiscretas que apesar disso não dispensam respostas inteligentes (BAHIA, 1995, p. 42). Vamos pensar em uma situação: a empresa deve di- vulgar uma informação internamente e outra para o consumidor externo? É claro que pensar dessaforma é um erro e pode prejudicar a imagem da em- presa perante os dois públicos (interno e externo). Deve estar bem claro na mente dos empresá- rios que a comunicação interna serve para mos- trar aos colaboradores a realidade da organização, e pode servir de estímulo para o debate sobre o ambiente da organização e possíveis mudanças. Comunicação Externa A comunicação externa é toda forma de propagar a informação para a sociedade, o público externo. De forma simples, é o uso dos meios de comuni- cação pela empresa para tornar conhecidas ao público seus produtos, serviços ou conceitos e ideologias. “ No âmbito das relações humanas e sociais, como acontece na sociedade moderna, a comunicação externa originária da empre- sa adquire um conteúdo institucional que abrange o conhecimento entre empresários, a troca de experiência, a identidade tecnológi- ca e os fatores essenciais de mercado, de pro- dução e de consumo (BAHIA, 1995, p. 58). 108 Comunicação e Gestão de Pessoas É possível afirmar que a empresa e a sociedade interagem em um processo de troca de informa- ções, a empresa oferecendo seus produtos e ser- viços e o consumidor mostrando seus desejos e necessidades, e nessa troca há constante melhoria da comunicação. Afirma Bahia (1995) que em uma sociedade democrática, o direito à informação gera um permanente fluxo de oferta e demanda neces- sários tanto para os consumidores quanto para as organizações. As empresas então compreendendo que fazem cada vez mais parte do desenvolvimento da socie- dade, e devem participar, dar opiniões, justificar atitudes, ser criticados, havendo, assim, troca de informações e possíveis mudanças de posiciona- mento e posturas. A comunicação externa de uma organização também está ligada aos interesses dos meios de comunicação, em que a empresa quer ou precisa divulgar a informação e o veículo de comunica- ção quer ser o portador, e claro, os dois com um objetivo comum: o público. “ Por outro lado, tanto pela natureza quanto pela espécie do que se propõe a divulgar, seja por meio do seu sistema (cartas de no- tícias, boletins, publicações especiais etc.), seja por meio dos veículos de comunica- ção social, a empresa deve privilegiar, além do público específico, os setores difusos da sociedade, como consumidores e donas de casa em geral, escolas, trabalhadores, sin- dicatos, universidades, partidos políticos, igrejas, organizações governamentais e não governamentais, isto é, aqueles setores so- ciais de influência aos quais se dirigem as ações institucionais (BAHIA, 1995, p. 62). Assessorias e Porta-voz Já sabemos da necessidade das empresas de divulgar as informações, tanto interna quanto externamente. Então, para que usar de uma as- sessoria de comunicação? A resposta é simples, porém essencial: a asses- soria de comunicação orienta a empresa sobre o que informar ou não, como informar e onde informar, levando sempre em consideração que a verdade é essencial. “ As assessorias são, em geral, de comunica- ção (mais amplas, abrangendo meios im- pressos e audiovisuais, relações públicas, mercadologia, publicidade etc.), ou a im- prensa (mais restritas, sem vínculos com relações públicas, mercadologia e publici- dade). São denominadas, também, depar- tamentos de comunicação ou de imprensa (BAHIA, 1995, p. 65). A assessoria é o serviço que distribui as informa- ções para o público interno e o público externo, orientando o seu fluxo da fonte para os veículos e destes para a fonte, por meio do acompanhamento do noticiário ou clipping. Assim, além de buscar na empresa as informações que podem ser publicadas e de elaborá-las para dis- tribuição aos veículos, a assessoria articula produtos convencionais, como a edição de jornais ou revistas internos, contatos com os meios, materiais para rádio e televisão, e facilita o acesso de dirigentes às notícias. A assessoria prepara textos de apoio, notas de esclarecimento, roteiros, vídeos, resumos, mate- rial audiovisual e fotográfico e outros que sejam necessários para a fluidez da informação. Uma assessoria engloba objetivos de constru- ção de imagem pessoal ou institucional, de comer- cialização de produtos e serviços, em um cenário bastante amplo de participação social da empresa. 109UNIDADE V Para Bahia (1995), muitas vezes, como elemen- to complementar, o organograma de comunicação empresarial insere um porta-voz. Apesar de desa- conselhável em um cenário de atuação prática da assessoria de imprensa ou da assessoria de comu- nicação, o porta-voz existe, amplia o seu campo e até seduz instituições privadas e públicas. No caso da comunicação empresarial, o porta- voz costuma atuar como representante da orga- nização, e não simplesmente como alguém com poder decisório. Normalmente, o porta-voz é o presidente ou o executivo mais qualificado que assume esse papel, situando-se entre a assessoria e os veículos. “ A divulgação sistemática e regular dos acon- tecimentos do mundo empresarial pelos meios de comunicação de massa estimula certas lideranças empresariais a disputar es- paço e tempo no jornal, na revista, na televi- são e no rádio. O porta-voz se habilita a falar não só para valorizar a empresa no contexto socioeconômico, mas também para opinar ou para exercer pressões (BAHIA, 1995, p. 71). No entanto, é necessário que o porta-voz conheça e aplique regras básicas na relação entre entrevis- tados e repórteres, a fim de evitar deslizes. Outras vezes, porém, é o empresário o interlocutor mais competente para levar à sociedade a mensagem de sua empresa como agente econômico. O empresário deve estar apto para o contato com jornalistas ou outros profissionais da comu- nicação, desde que saiba o momento e lugar certo para a disseminação das informações, evitando resultados desastrosos. O empresário como por- ta-voz pode manter um relacionamento saudável com os veículos de comunicação, porém a asses- soria pode e deve orientá-lo para evitar deslizes ou desgastes com os veículos. “ Um tipo frequente de equívoco é a pressão da fonte para publicar ou sustar a publica- ção de uma notícia. Os veículos repelem esse procedimento, tanto mais se utilizado em nome do poder econômico, do poder político ou do tráfico de influência. Mes- mo tendo sucesso numa primeira cartada, a fonte fica visada e perde crédito com os jornalistas. Outras pressões a evitar: aque- las que procuram intrigar ou gerar a de- missão de profissionais; aquelas que usam a mentira ou deformam a verdade para evitar ou dificultar a notícia; aquelas que tentam obter espaço ou tempo nos veícu- los só para que a fonte esteja em evidência, numa confessada manipulação de interes- ses; aquelas que costumam discriminar o veículo ou o jornalista, excluindo-o de uma entrevista, por exemplo; aquelas que tentam, em nome da fonte, decidir o que é notícia, negando ao veículo o critério de edição; aquelas que julgam o desempenho da assessoria pelos centímetros de maté- rias publicadas ou outros detalhes exterio- res (BAHIA, 1995, p. 75). Informação e Publicidade Em qualquer relação entre empresa e veículos de comunicação, assessoria etc., é essencial que haja transparência de todas as partes envolvidas. Deve ficar claro que essa transparência é o compromis- so com a verdade ou veracidade das informações, em ênfase as questões éticas. A transparência na informação contribui para fortalecer a confiança da audiência no veículo. Esta regra é válida para todo tipo de notícia, e se não for respeitada não há como esperar condes- cendência dos meios. 110 Comunicação e Gestão de Pessoas “ Um veículo não pode acreditar numa fonte suspeita, ora surpreendida em mentira, ora provada em manipulação. Em suas relações com os meios de comunicação, o empresá- rio deve estar esclarecido de que não terá espaço ou tempo para suas mensagens se negligenciar com a veracidade. Assim como é preciso conhecer as pe- culiaridades de cada meio para fixar a forma das mensagens emedir a sua au- diência, também é necessário distinguir informação de publicidade. Uma asses- soria de imprensa ou de comunicação deve estar apta a informar o empresário e a empresa (em seus níveis de decisão) sobre as diferenças entre uma e outra. (BAHIA, 1995, p. 82) Notícia empresarial é a informação apurada na empresa ou dela originária (por meio do empre- sário ou da assessoria); Publicidade, ao contrário, é uma informação paga, de natureza promocional, e com o objetivo de persuadir, que se obtém ge- ralmente pela repetição da mensagem. A informação que se origina da empresa cons- titui um acontecimento digno de ser conhecido pelo público. Trata-se de mensagem que pode adotar a forma de simples notícia, entrevista, de- claração, nota etc. “ A publicidade é também uma informação, mas em sentido amplo. Suas características são outras, tanto na forma quanto no conteú- do: o efeito pretendido pela informação publi- citária junto à opinião pública é o de ressaltar apenas o lado positivo de um produto, serviço ou imagem, mediante técnicas que executem a neutralidade (BAHIA, 1995, p. 83). Uma assessoria de comunicação empresarial compreende, além das relações com a impren- sa, funções de publicidade, propaganda, relações públicas e marketing. Esse trabalho incorpora: • Planejamento e coordenação ou adminis- tração da publicidade e das campanhas promocionais, de vendas etc. • Articulação e supervisão dos serviços das agências de publicidade ou propaganda, contratadas pela empresa. • Criação e execução de peças publicitárias ou de estudos e programas de marketing. • Planejamento e coordenação ou admi- nistração de estudos, projetos e ações visando a identificar, na área de relações públicas, problemas cujas soluções con- tribuam para melhorar o relacionamento com os públicos interno e externo (em- pregados, associados, colaboradores ou consumidores, fornecedores, governo etc.) (BAHIA, 1995, p. 86). É preciso tomar cuidado, pois quando quer se tornar um comercial eficaz, com a utilização de várias técnicas, existe o perigo de acabar caindo na propaganda enganosa, violando, assim, os direitos do consumidor. Fonte: Bahia (1995, p. 86). 111UNIDADE V A consolidação das plataformas e meios de comu- nicação digitais estão forçando mudanças radicais nos formatos, conteúdos e linguagem dos anún- cios e campanhas de comunicação empresarial, não apenas para o público externo das organiza- ções, como também para o público interno. Estamos vivendo um momento de transição entre a comunicação tradicional, que se con- solidou, no século passado, com a chegada dos meios de comunicação de massa (rádio e televi- são) e seu modelo invasivo de abordar persua- sivamente o público e a comunicação atual, que busca garantir um lugar no futuro por meio da interatividade, em uma espécie de comunicação relacional com públicos consumidores cada vez mais conectados e que querem ser protagonistas da própria comunicação. Portanto, as ações intrusivas, nas quais o público consumia de forma inerte em meios como o rádio, a televisão e nas mídias impressas, passaram a ser mais interativas e concebidas de acordo com a preferência dos consumidores. Tem-se, agora, a necessidade da individualiza- ção, de criar conteúdo que cative as pessoas e as torne parte do conteúdo. Plataformas Digitais e a Nova Comunicação Empresarial 112 Comunicação e Gestão de Pessoas Para Yanaze (2011), os novos paradigmas ofe- recidos pela estruturação de redes e das novas tecnologias trouxe grandes transformações na gestão da comunicação. O fator tecnológico como da comunicação digital, a informação distribuída em rede, os dispositivos mobile, as redes sociais, os serviços de conteúdo por streaming, a ascensão de influenciadores digitais e mais dezenas de ino- vações que surgem todos os dias estão alterando profundamente a indústria da comunicação e isso envolve empresas, anunciantes, público interno e externo e toda a sociedade. “ A confluência entre novas tecnologias e a produção da informação como algo valio- so que transforma a comunicação em algo diferenciado, pois as novas formas de co- municação dizem respeito às novas formas de produção e distribuição da comunicação, não abolindo nenhum princípio anterior, mas ampliando as possibilidades de arma- zenagem, articulação, distribuição e, para- doxalmente, a globalização e pulverização da informação (GALINDO, 2008, p. 214). A comunicação digital traz inúmeras oportuni- dades, mas também muitos desafios para a orga- nização, pois, no ambiente online, é preciso que a empresa desenvolva e coordene ações integradas de áreas como tecnologia da informação, gestão de pessoas, marketing e comunicação e novos setores , tais como de gestão de redes sociais e mídias digitais. Para que a comunicação ocorra de forma eficaz nos inúmeros ambientes da rede, é preciso que a organização desenvolva e promova a comu- nicação interna entre todos os setores e pessoas envolvidas na frenética ação diária e constante de manter toda essa estrutura funcionando para cumprir o objetivo maior de estar presente, rela- cionar-se e manter a comunicação fluindo com todos os públicos de interesse. Nesse ambiente altamente conectado, acele- rado e interativo, as plataformas digitais também ganham cada vez mais espaço de utilização dentro das organizações. “ A comunicação digital remodela a essên- cia da comunicação ao quebrar os clássi- cos paradigmas dos modelos tradicionais utilizados pela comunicação, redefinindo, então, a relação existente entre quaisquer agentes sociais, inclusive a relação entre a organização e seu ambiente de negócios (YANAZE, 2011, p. 480). Isso está se tornando possível com o surgimen- to e utilização de plataformas e meios de comu- nicação digitais, como redes sociais, blogs, sites, aplicativos mobile e afins. A comunicação digital realizada por meio de ferramentas tecnológicas é uma comunicação dialógica feita por meio da internet, por exemplo, a repercussão e interação em postagens das redes sociais. As novas mídias digitais são estratégicas para as empresas relacionar-se com os stakeholders. As mídias representam uma ferramenta aliada para as organizações. Seu uso eficaz e eficiente pode trazer grandes benefícios para uma empresa, como maior visibilidade para a organização em termos de mercado, frente aos concorrentes. As novas plataformas digitais oferecem meios de comunicação institucionais e internas diver- sificadas e estruturadas para as organizações. No meio digital, podem ser consideradas mídias ins- titucionais internas: • Portais de intranet (informações corpo- rativas). • E-mail corporativo. • Newsletter. • Aplicativos de mensagens mobile. • Canais de vídeo corporativo. • Redes sociais empresariais. 113UNIDADE V Por outro lado, as mídias digitais externas são usadas de forma mais ampla e visam atingir um público com maior eficiência, ou seja, os stakeholders da organização. No ambiente digital, há uma ampla gama de possibilidades de se construir relacionamento e interagir com o público externo por meio de: • Portais. • Sites. • Blogs. • Buscadores. Essas são apenas algumas das plataformas que podem ser utilizadas pelas organizações como mídias para uso com fins comerciais e insti- tucionais de informação e interação com seu público. Contudo, cada gestor precisa planejar junto com os departamentos de marketing e comunicação de sua empresa, qual delas ou, até mesmo, a criação de novas formas de mídia são mais adequadas ao segmento do negócio, perfil do público e outras nuances específicas de cada mercado. • Redes sociais. • aplicativos. • Games. 114 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. Nesta unidade, vimos que o feedback ou resposta é parte integrante do proces- so de comunicação. Nesse sentido, o termo feedback significaria algo como a realimentação ou retroalimentação de um sistema de comunicação, que pode ser um diálogo corriqueiroentre duas pessoas ou um processo sistemático de reuniões ou encontros realizados por meio de conversas francas e estruturadas. Leia as alternativas a seguir e assinale a que corresponda a alguns benefícios do feedback nas organizações: a) Diminuir as fofocas, colocando frente a frente pessoas envolvidas em boatos até que a verdade apareça. b) Facilitar a transmissão de informações entre chefia e empregados. c) Fazer que as pessoas enxerguem seus erros e se arrependam deles. d) Melhorar a comunicação e relacionamento entre as pessoas por meio de diá- logos estruturados. e) Corrigir falhas individuais e de equipes, expondo os defeitos para todos aprendam. 2. É fundamental que os gestores e os negociadores tenham o entendimento e façam o uso correto dos chamados modelos e tipos de comunicação, como tam- bém valorizem o uso adequado dos canais de comunicação disponíveis. Quando falamos de estratégias de comunicação ou informação em uma organização, alguns pontos devem ser levados em conta, afirma Bahia (1995): comunicação interna; comunicação externa; assessorias e porta-voz; os meios de divulgação; informação e publicidade. Leia as asserções a seguir e assinale a que corresponde a assessorias e porta-voz e os meios de divulgação: I) Atua como representante da organização, alguém que conheça e aplique regras básicas na relação entre entrevistados e repórteres, a fim de evitar deslizes. II) Departamento ou profissional que mantém relações com a imprensa, funções de publicidade, propaganda, relações públicas e marketing. 115 III) Departamento que corrige falhas individuais e de equipes, expondo os de- feitos para todos aprendam. IV) São os meios: mídias impressas (diários, revistas e demais meios de difusão, quaisquer que sejam os seus formatos) e mídia eletrônica (rádio, televisão e sistemas informatizados). a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas II e IV estão corretas. d) Apenas I e IV estão corretas. e) Apenas III e IV estão corretas. 3. As mídias digitais representam uma ferramenta aliada para as organizações. Seu uso eficaz e eficiente pode trazer grandes benefícios para uma empresa, como maior visibilidade para a organização em termos de mercado, frente aos concorrentes. Nesse contexto, foram apresentadas nesta unidade novas plata- formas digitais que oferecem meios de comunicação interna e externa para as organizações. Leia as asserções a seguir e assinale a alternativa que corresponda ao uso de mídias digitais internas para as organizações: I) E-mail corporativo. II) Canais de vídeo corporativo. III) Sites, Blogs e Buscadores. IV) YouTube e Facebook. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas II e IV estão corretas. d) Apenas I e IV estão corretas. e) Apenas III e IV estão corretas. 116 Feedback Corporativo Autor: Simoni Missel Editora: Benvirá Sinopse: neste livro está compilada uma pesquisa com 427 líderes organizacio- nais de 249 empresas, conduzida pela Missel sob orientação da autora Simoni Missel. O principal objetivo da obra é descrever as percepções e as dificuldades encontradas por estes gestores para a prática do Feedback. A especialista em Feedback Corporativo, Simoni Missel, desenvolveu uma metodologia específica para a aplicação do Feedback Corporativo como Ferramenta de Gestão, que está publicada neste livro. LIVRO Os estagiários Ano: 2013 Sinopse: quando são demitidos, dois homens na casa dos 40 começam a pro- curar por um novo trabalho. Apesar de não saberem nada de tecnologia, eles são contratados como estagiários no Google, local em que convivem com chefes vinte anos mais novos do que eles. Comentário: além de reconhecer o valor que um estagiário possui para uma empresa, o filme mostra que não há uma idade certa para iniciar uma carreira e todos, desde o funcionário mais novo ao mais velho, têm algo a colaborar. Por outro lado, ver a realidade do processo de seleção e gestão de Recursos Humanos de uma das maiores empresas da atualidade é, no mínimo, motivador. FILME Entrevista com Simoni Missel A autora do livro FeedBack Corporativo fala sobre o Feedback dentro das em- presas. Entre os assuntos abordados estão: como aplicar o feedback nas orga- nizações, feedback como ferramenta de gestão empresarial, feedback para a equipe, técnicas de feedback, entre outros. Para acessar, use seu leitor de QR Code. WEB 117 BAHIA, B. J. Introdução à comunicação empresarial. Rio de Janeiro: Mauad, 1995. BUENO, W. C. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009. GALINDO, D. S. Teorias e estratégias de publicidade e propaganda. In: KUNSCH, M. M. (Org.). Gestão Estra- tégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2008. MARTINELLI, D. P.; GHISI, F. A. Negociação: aplicações práticas de uma abordagem sistêmica. São Paulo: Saraiva, 2006. MATOS, G. G. Comunicação Empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa pela via do diálogo. Barueri: Manole, 2009. MISSEL, S. Feedback Corporativo: como saber se está indo bem. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2016. PIMENTA, M. A. Comunicação Empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Campinas: Editora Alínea, 2010. YANAZE, M. H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2011. 118 1. D. 2. A. 3. A. 119 120 Button 5: Button 6:
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