Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Seleção de Originais – observações gerais A taxa de mortalidade das editoras é notoriamente alta. Mesmo que a seleção de originais – especialmente originais literários – e sua apresentação impressa exijam alto grau de julgamento estético, essa qualidade precisa estar subordinada a uma perspicácia empresarial acima da média. Epígrafes HALEWELL, Laurence. O Livro no Brasil: Sua História, São Paulo: Edusp, p. 345 Ou publicamos livros que achamos que o público deve ler ou livros que o público quer ler. Os editores dessa segunda categoria, ou seja, que se deixam levar servilmente pelo gosto do público não contam, não é mesmo? [...] Para uma atividade editorial desse tipo não são necessários nem o entusiasmo nem o gosto. Publica-se a mercadoria segundo a demanda. Deve-se saber como agem as glândulas lacrimosas, sexuais, ou quaisquer outras; o que faz aumentar as batidas do coração do atleta, o que causa arrepios mais intensos etc. Editores de outra espécie como nós, e dizemos isso com toda modéstia, praticam uma atividade criativa, buscando entusiasmar o leitor com algo original, com valor literário, com possibilidade de permanência, independentemente da facilidade ou dificuldade de seu acesso. Isso serve tanto para a ficção como para a não ficção. Epígrafes WOLFF, Kurt. Memórias de um Editor. Belo Horizonte: Âyiné, 2018, pp. 15-16. Panorama geral Nós recebemos muitos originais, mas trabalhamos mais com a indicação. A indicação traz um resultado muito maior do que o original enviado espontaneamente. Estamos até estudando uma forma de deixar de receber originais. O resultado é tão pequeno, em relação ao trabalho que dá, que muitas editoras internacionais não recebem. Nos Estados Unidos nenhuma editora recebe originais que não seja por intermédio de um agente literário. Na França, a Gallimard e outras editoras importantes também não recebem originais pelo correio, apenas através de indicação. Nós ainda não interrompemos completamente, mas temos uma sistemática de não incentivar essa remessa, porque na história da Companhia das Letras nós aprovamos três ou quatro originais que vieram pelo correio sem indicação. É um volume muito grande e a regra é a da baixa qualidade. No início da editora eu mesmo fazia a leitura desses livros. Hoje temos que ter um freelancer para fazer uma primeira triagem. Não temos como ter uma pessoa muito qualificada da equipe editorial só para isso. Um dos livros que chegou pelo correio sem uma intermediação foi O Chalaça, do José Roberto Torero, que acabou se tornando um grande sucesso (KORACAKIS, Teodoro. A Companhia e as Letras: Um Estudo sobre o Papel do Editor na Literatura. Rio de Janeiro, UERJ, 2006, Doutorado em Literatura Comparada). Panorama geral Fazer um primeiro livro é como perder a virgindade. E eu tive muita sorte. A moça, digo, a editora era a que eu mais gostava e tivemos uma relação muito afetuosa. Tudo começou no Projeto Nascente [...] Ganhei o de literatura em 1993, com o Chalaça (romance histórico que conta a vida de Francisco Gomes da Silva, secretário, alcoviteiro e amigo de D. Pedro I, narrado em primeira pessoa). [...] Depois de ganhar o concurso, fiz eu mesmo a carta em que me apresentava [...] e deixei um exemplar na Companhia das Letras [...]. Uma três ou quatro semanas depois , quando eu já pensava em desistir do tiro único e tentar uma rajada de metralhadora, [...] recebo um telefonema de Luiz Schwarcz, dizendo que eles estavam interessados em me publicar. Se Panorama geral eu fosse um cachorro, teria abanado o rabo de felicidade. Fui até a editora e tive uma primeira conversa com Luiz. Foi a primeira de uma série de conversas sobre o livro que o melhoraram muito. Ele disse achar que o romance tinha fôlego para ser um pouco maior, e me perguntou se eu não gostaria de mexer nele mais um pouco (TORERO, José Roberto. “Fazer um Primeiro...”. In: BUSATO, Jonathan et al. A Versão do Autor. São Paulo: Com-Arte, 2004, pp. 89-90). Panorama geral Panorama geral [...] é comum entre editores privados o vício de submeter os autores às restrições do que chamam “linha editorial”, “filosofia da casa”, “manual de estilo”, público-alvo e outros pretextos e eufemismos para censura (MATTOSO, Glauco. “Editadura: Exclusão versus Opressão Editorial”. In: BUSATO, Jonathan et al. A Versão do Autor. São Paulo: Com-Arte, 2004, pp. 60-61). Cada vez mais, porém, os editores se afastam da legítima função editorial (endossar a obra e apresentá-la com qualidade gráfica e boa distribuição, firmando reputação de uma grife) para interferir no conteúdo como se fossem marqueteiros, publicitários ou redatores-chefes. No caso de obras didáticas, científicas, dirigidas, segmentadas, consumidas em massa, admito que orientações mercadológicas fazem sentido. Não no caso da ficção e da poesia. [...] Para o poeta, nada mais tirânico e ditatorial que um editor, ainda quando editor é ele mesmo (Idem, pp. 60-61). Panorama geral – recusas Na semana passada, o escritor argentino Ricardo Piglia disse à Folha que, se Jorge Luis Borges fosse um desconhecido e apresentasse seu maior livro a uma editora hoje, não conseguiria publicá-lo. "Diriam que contos não vendem", afirmou Piglia. / Não é uma hipótese absurda. Há seis meses, a reportagem enviou, sem identificar, um pequeno romance de Machado de Assis a seis das maiores editoras de literatura brasileira, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros. / O texto, chamado "Casa Velha", foi mandado pelo correio, sem título. Impresso por computador, encadernado com espirais por uma papelaria comum, o livro era semelhante às dezenas que chegam semanalmente às editoras. O nome que constava na assinatura era o de um desconhecido. Foi triplamente recusado. / Das seis editoras que receberam esses originais, três não responderam nem acusaram recebimento (Record, L&PM e Ediouro). / Já as editoras Companhia das Letras, Objetiva e Rocco responderam (as duas primeiras em novembro; a última, no mês passado). As respostas -enviadas por um correio eletrônico (Hotmail), criado especificamente para esta reportagem- foram basicamente a mesma: obrigado, não (veja quadro abaixo). Nenhuma das editoras que respondeu reconheceu que se tratava de um livro de Machado de Assis, o maior autor nacional. (FINOTTI, Ivan. "Editoras recebem Machado, não reconhecem e recusam". Folha de S.Paulo, 21 abr. 1999). Panorama geral – recusa Disse Isa Pessoa, diretora editorial da Objetiva: “Uma coisa é um autor dentro de seu contexto literário e político. Outra é ele hoje. Ele não cativa. Fiquei surpresa por não termos identificado. Mas, sendo rigorosos como somos, ele não está dentro do que estamos buscando. Não tem empatia com o leitor brasileiro de 1999” / Para a gerente editorial da Rocco, Vivian Wyler, “o problema é de mercado mesmo. A pessoa que avaliou o livro disse que, de cara, pesou o fato de parecer uma novela histórica. É um gênero que teve um boom há alguns anos e, só para 99, já contratamos três livros assim. Sendo que dois são exatamente desse período” (“Escritor não cativa em 99”. Folha de S.Paulo, 21 abr. 1999). Panorama geral – recusa Panorama geral – recusa Cartas de recusa ao livro The Cuckoo's Calling, de Robert Galbraith [J. K. Rowling] “Nós conduzimos investigações no fim de semana de Páscoa e a carta é verdadeira – a submissão nos foi enviada na época em que a Creme de la Crime estava sendo vendida para a Severn House e até sexta-feira, não tínhamos ideia disso. Somos uma editora especializada e preferimos nomes com um histórico em capa dura, ou em brochura, de um autor estabelecido, então, quem pode dizer que não tomaríamos a mesma decisão se fosse enviado para nós?” (Edwin Buckhalter, presidente da Severn House. In: Severn House responds to 'Galbraith' rejection revelation. The Bookseller, 29 mar. 2016. Disponível em: http://www.thebookseller.com/news/severn- house-responds-galbraith-rejection-letter-325189)Panorama geral – recusa Panorama geral – recusa Autor (atitude individual – envios de originais e participação em concursos) X Agentes Literários (intermediários entre autor e editor) X Scouts (representantes contratados pelas editoras e que atuam nos principais mercados procurando novos títulos – best sellers) Em resumo: - avaliação/seleção de originais – regular a comunicação dos produtos simbólicos numa determinada sociedade. - editor enquanto detentor de poder, poder socialmente instituído e aceito de regular o acesso do público a determinadas mensagens culturais. A Com-Arte e a Recepção dos Originais Texto figurativo e texto temático Uma coisa é dissertar sobre os conceitos de ciúme e reificação; outra é imaginar uma história narrada por um sujeito de nome Paulo Honório que tiraniza sua esposa Madalena e a toma como mais um dos bens adquiridos em seu processo de ascensão capitalista. Texto figurativo • Concretude; • Função representativa; • Nível temático subjacente às figuras. Texto temático • Temas abstratos; • Explicação e interpretação das coisas do mundo; • Opera com conceitos. X Formulário Com-Arte Assunto – a matéria de uma obra de ficção, tomada em sua dimensão específica. Objetividade Escolha do escritor Assunto e tema Tema – interpretação do assunto, que assume dimensão mais abstrata e geral. Interpretação do leitor que considera o domínio sobre a trama, o assunto e o sentido geral do texto Exemplo: O assunto de São Bernardo, de Graciliano Ramos, é a ascensão e decadência de um fazendeiro do sertão nordestino. Já o tema poderia ser a utilização do homem como objeto do homem, a problematização do princípio de que os fins não justificam os meios ou o conceito de que progresso sem ética não funciona. Assunto e tema – rápido exercício Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis Assunto – Relato da existência vã e parasitária de um membro prototípico da classe patriarcal brasileira (da infância à fase adulta) feito por ele próprio, de modo digressivo, depois de tal figura ter morrido. Tema – A irônica exposição dos privilégios, do caráter ambíguo e da perversidade da elite brasileira. Apresentação, em tom zombeteiro, do absurdo da condição humana, em que prevalece a decomposição de seres e experiências, bem como a demolição de verdades consensualmente aceitas. Balizas bakhtinianas Conteúdo temático (domínio de sentido de que se ocupa o gênero) Estilo verbal (seleção operada nos recursos da língua) Construção composicional (tipo de estruturação e de conclusão de um todo) Gênero Início de um texto Amós Oz, em um livro também sem edição brasileira, intitulado The Story Begins, explica que o primeiro parágrafo é onde se instala um contrato entre autor e leitor. Contrato que poderá ser desrespeitado — e isso acontece em boa parte dos casos — durante a confecção do texto ou no transcorrer da sua leitura. Oz diz que a página que receberá as primeiras linhas de um livro é para o escritor como um muro branco sem portas ou janelas. Para ele, começar a contar uma história é como “passar uma cantada numa pessoa desconhecida, que vemos pela primeira vez, sozinha num bar” (SCHWARCZ, Luiz. “Meu Começo Favorito — ou um Contrato a ser Rompido Parágrafos Depois”. Disponível em: <http://www.blogdacompanhia.com.br/tag/ luiz-schwarcz/>). “A verdade é que, na enorme pilha de originais que chegam aos editores, eles só conseguem ler as primeiras páginas de cada livro e é aí que decidem se vão continuar a ler aquele original ou se vão descartá-lo. Por isso, conquistar o editor logo de início é uma tarefa árdua, mas essencial. Se o seu livro é incrível, mas só engata mesmo a partir da página 27, você perdeu, meu amigo” (MONTES, Raphael. “Recebendo Originais”. Disponível em: <http://historico.blogdacompanhia.com.br/2016/ 01/originais/>). Início de um texto “Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos” (KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 7). Início de um texto “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 33). Início de um texto Final de um texto “Se os editores sabem, por vezes, dizer se um livro é bom por sua abertura, é interessante também mencionar que um dos grandes desafios de um profissional da área é avaliar se um texto termina bem. [...] Particularmente, depois de anos e anos de leitura, acho que consigo sentir o cansaço do escritor antes do ponto final. Perdi certamente a conta das vezes que sugeri mudanças nas últimas páginas de livros de ficção. O escritor deixa sinais de esgotamento pelo caminho, antes do fecho completo da obra, com passagens menos acabadas, que tendem a desembocar num final precipitado, como se ele tivesse chegado a um ponto em que seja difícil conviver tão obcecadamente com suas criaturas, alter egos, fantasmas ou projeções. [...] As generalizações em literatura são perigosas, mas na maioria dos casos o grande conto é o que termina inconcluso, que oferece quase que plenamente o final ao leitor. Nesse sentido, se toda ficção abre uma parceria entre o autor e o leitor, nos contos essa parceria se realiza com plenitude no que não foi dito. O contista entrega menos, tem a brevidade como desafio. Não consegue ter o leitor como parceiro tão completo, até por falta de espaço. Mas no final, sim, o escritor resolve abrir a porta e convida seu parceiro(a) a terminar a história consigo, ou a deixa aberta para sempre, sendo a dúvida a principal herança que entrega ao leitor” (SCHWARCZ, Luiz. "É pau, é pedra, é o fim do caminho — ou romances e contos nem sempre acabam quando terminam". Disponível em: <http://historico.blogdacompanhia.com.br/category/colunistas/luiz- schwarcz/page/2/>). Final de um texto Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de sinha Vitória encantavam-no. Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era e nem onde era. Repetia docilmente as palavras de sinha Vitória, as palavras que sinha Vitória murmurava porque tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se temerosos. Final de um texto Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinha Vitória e os dois meninos (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953). Final de um texto Formulário Com-Arte Formulário Com-ArteFormulário Com-Arte Carta de Recusa – Com-Arte Demo Via, Let’s Go, de Gustavo Arthur Matte – 107 páginas Demo via, let’s go é um título/conceito que pretende abarcar a intensa transformação geracional ocorrida na região Oeste de Santa Catarina durante os anos 1990, quando uma sociedade de imigrantes ítalo-germânicos, agricultores ou de infância agrícola, deu lugar a outra em que a crescente juventude urbana (e enriquecida pela atividade frigorífica) conectava-se abrupta e intensamente aos fluxos globais da cultura de massas. Em outras palavras, uma geração de colonos provincianos e rurais, apegada a valores rígidos e antigos, de tradições folclóricas, foi substituída por outra de adolescentes com pretensões cosmopolitas e vanguardistas, antenados na MTV e nas novas formas comportamentais que vinham sendo discutidas, nos grandes centros urbanos, pelo menos desde os anos 1960. Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais O personagem protagonista deste livro, R. Mutt, é um filho de tal contexto. Desiludido, no entanto, com a vida que foi encontrar em uma grande capital (Porto Alegre), inicia uma rememoração problemática de sua vida e do lugar em que cresceu, a cidade de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Sempre perseguido pela figura quase fantasmagórica de uma tal Chicó, a narrativa memorialística é constantemente atravessada por elementos de delírio, ou é entrecortada por algumas reflexões, ora lúcidas e límpidas, outras obscuras. Além disso, o passado geralmente retorna pelo viés da iniciação e amadurecimento (ou falta dele) sexual, atribuindo simbologia problemática à genitália masculina. A segunda parte do livro, por sua vez, mergulha em uma jornada pop/fantástica ao centro cultural do país, tido aqui pelas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. Com boa dose de influência da prosa de José Agrippino de Paula (especialmente nos momentos finais, onde é escancarada), os encontros com Pedro Álvares Cabral, Zé Carioca, Robinson Crusoé, a Cabeça Dinossauro e o Homem-Aranha integram uma busca por refletir sobre o Brasil e sobre o sentimento sulista ao estar no Brasil. Afinal, o que pode ele (o Brasil) representar para uma personagem que, apesar de brasileira, nunca conviveu com portugueses, negros ou índios? Iconoclasta, underground e escatológico, R. Mutt sobrevive ao apocalipse, naufraga no Rio de Janeiro, perambula pela capital de São Paulo, e descobre um país irreal, para encerrar sua jornada com a fatal sensação de que sua própria pátria é quem desorganiza a sua mais íntima identidade. Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Exemplo de livro e parecer - Originais Originais Reprovados: Dois Exemplos ZELIC, Helena. “Procura-se Frederico”. Originais Reprovados, Com-Arte Júnior, out. 2009, pp. 17-19.
Compartilhar